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O SETOR NA RIO+20 - Revista O Papel

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ase florestal, tem muito a contribuir com outros segmentos. “Muitas<br />

dessas empresas estão nesse negócio há mais de 100 anos e querem<br />

continuar por outros 100. Isso realmente é uma boa combinação de<br />

incentivo ambiental, econômico e social que beneficia toda a comunidade”,<br />

diz a presidente do ICFPA. Como modo de incentivar essas<br />

ações, ela fez referência aos relatórios de sustentabilidade produzidos<br />

por essas empresas, os quais “podem servir de exemplo a outras indústrias<br />

interessadas em investigar sua pegada de carbono e mensurar seu<br />

caráter sustentável”.<br />

Outro ponto da indústria de base florestal que pode servir como<br />

alavanca para demais segmentos foi ressaltado por Rojas: a logística<br />

adotada por essas empresas e o conhecimento que têm sobre a matéria-prima<br />

facilitam a descoberta de aplicações inovadoras. Como exemplos,<br />

o diretor-geral de Florestas da FAO citou a expertise das plantas<br />

de celulose em lidar com a fibra e a atuação dos players do papel, que<br />

entrarão em cena a favor da segurança alimentar, contribuindo com a<br />

redução das perdas de alimentos por meio de incrementos nos materiais<br />

que compõem as embalagens.<br />

Setor privado assume posto de provedor de soluções inovadoras<br />

Dispostos a pensar em soluções e reconhecer oportunidades no desenrolar<br />

do desenvolvimento sustentável, executivos de inúmeros segmentos empresariais<br />

reuniram-se no dia 19 de junho no chamado Business Day. Realizado<br />

no Windsor Barra Hotel, o evento, organizado pelo World Business Council<br />

for Sustainable Development (WBCSD), International Chamber of Commerce<br />

(ICC) e UN Global Compact, deu enfoque à participação do setor privado nas<br />

mudanças que estão por vir.<br />

Caroline Martin<br />

Painel Soluções Florestais para um Mundo Sustentável<br />

reuniu CEOs da indústria de celulose e papel<br />

Na sessão de abertura, Fabio Barbosa, CEO do Grupo Abril, ressaltou as mudanças<br />

vistas nos últimos 20 anos: “A consciência e a postura dos consumidores<br />

mudaram, assim como a dos representantes do setor privado. Todos estão<br />

incorporando as práticas sustentáveis, o que pode ser visto em diversos segmentos,<br />

como o de plástico, o de papel e o de alimentação”. Segundo ele, também começou a mudar a consciência dos governantes.<br />

Barbosa considera muito positivo o ciclo em que a sociedade pressiona os negócios, que, por sua vez, pressionam o governo. “O próximo<br />

passo é traçar metas – justamente o que promove crescimento e deixa clara a fatia de responsabilidade de cada um”, afirmou.<br />

Peter Bakker, presidente do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), disse que o mundo de fato progrediu desde a<br />

Eco 92, mas não deixa de enfatizar que a pobreza ainda não foi completamente erradicada. “As emissões de carbono também continuam<br />

aumentando, o que exige de nós uma transformação radical”, completou. Para ele, o setor privado se destaca como provedor de soluções<br />

inovadoras e precisa se organizar para ampliar sua participação nesse sentido. “Não me conte como sua companhia vem apresentando um<br />

bom desempenho; faça mais”, disse, convocando todos os presentes.<br />

Os representantes do setor privado, chegando ao consenso de que é preciso ser mais proativos e aliar parceiros para caminhar pela jornada<br />

verde, propuseram-se a pensar no futuro em conjunto. Em seu discurso, José Luciano Penido, presidente do Conselho de Administração da<br />

Fibria e do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Celulose e <strong>Papel</strong> (Bracelpa), ressaltou que as plantas de celulose estão prestes<br />

a se transformar em biorrefinarias, fato que abrirá a possibilidade de formar parcerias com outras indústrias.<br />

Já em um painel específico sobre a indústria de base florestal – chamado Soluções Florestais para um Mundo Sustentável –, ficou clara a<br />

participação de destaque que terão as empresas que usam a madeira como matéria-prima no desenvolvimento sustentável. Marcelo Castelli,<br />

CEO da Fibria, afirmou que os desafios são basicamente os mesmos entre os mais diversos segmentos industriais, a começar pela descoberta<br />

de como inovar para ir mais adiante. Para alcançar essa meta comum, Castelli disse que as florestas precisam ser levadas em consideração<br />

de forma mais ambiciosa por mecanismos regulatórios, defendendo a adoção de créditos de carbono para se chegar à cooperação mútua e<br />

explorar melhor o potencial florestal.<br />

Antonio Maciel Neto, CEO da Suzano, lembrou que o Brasil tem muito a contribuir no contexto de manejo sustentável e em pesquisas na área<br />

florestal a partir dos avanços da biotecnologia, a qual definiu como “aliada para soluções globais”. Entre tais contribuições, Maciel citou<br />

erradicação da pobreza, valorização das florestas na economia dos países, fortalecimento do multilateralismo, disseminação de tecnologias<br />

para a redução das emissões de gases poluentes e proteção às reservas naturais.<br />

julho/July 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong><br />

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