diversidade - Planeta Sustentável - Abril.com
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Índice<br />
Missão, Valores, Princípios e Visão<br />
mensagem da presidência<br />
nosso dna<br />
perfil<br />
<strong>diversidade</strong><br />
O caminho socioambiental<br />
estratégia<br />
operações industriais<br />
logística e distribuição<br />
suprimentos<br />
MARKETING DE RELACIONAMENTO E EVENTOS<br />
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO<br />
A responsabilidade da <strong>com</strong>unicação<br />
A mídia da sustentabilidade<br />
A educação no Brasil<br />
Fundação Victor Civita<br />
Educar para crescer<br />
Sistema de Ensino SER<br />
Revisteca<br />
Desarmamento Infantil<br />
Mãos à Obra<br />
Prêmio Melhores Universidades<br />
04<br />
05<br />
06<br />
07<br />
09<br />
15<br />
18<br />
23<br />
26<br />
29<br />
30<br />
32<br />
33<br />
34<br />
36<br />
40<br />
41<br />
42<br />
43<br />
45<br />
46
Pessoas que fazem a diferença<br />
Prêmio ClAudia<br />
Prêmio Saúde<br />
Construção e Moradia<br />
Prêmio <strong>Planeta</strong> Casa<br />
Fórum Nacional da Sustentabilidade<br />
da Construção<br />
A Cultura Brasileira<br />
Teatro <strong>Abril</strong><br />
Concerto Bons Fluidos e Estação Bem-Estar<br />
o jovem<br />
mtv<br />
Projeto Mundo Jovem<br />
Edição verde da Superinteressante<br />
Mata Atlântica<br />
Clickarvore<br />
A evolução do nosso modo de vida<br />
O Brasil que queremos ser<br />
Guia Exame de sustentabilidade<br />
<strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong><br />
Anúncios Bonificados<br />
Praça Victor Civita<br />
49<br />
51<br />
52<br />
54<br />
55<br />
56<br />
58<br />
61<br />
62<br />
64<br />
65<br />
66<br />
68<br />
70<br />
71
Missão, Valores, Princípios e Visão<br />
Missão<br />
A <strong>Abril</strong> está empenhada em contribuir para a difusão<br />
de informação, cultura e entretenimento para o progresso<br />
da educação, a melhoria da qualidade de vida,<br />
o desenvolvimento da livre iniciativa e o fortalecimento<br />
das instituições democráticas do país.<br />
Valores<br />
Excelência, integridade, pioneirismo e valorização das pessoas.<br />
Princípios<br />
Foco no cliente, Rentabilidade e Competitividade.<br />
Visão<br />
Ser a <strong>com</strong>panhia líder em multimídia integrada, atendendo<br />
aos segmentos mais rentáveis e de maior crescimento dos<br />
mercados de <strong>com</strong>unicação e educação.<br />
I Relatório Socioambiental 4
Mensagem da presidência<br />
A <strong>Abril</strong> tem a imensa satisfação de <strong>com</strong>partilhar<br />
<strong>com</strong> você o I Relatório Socioambiental do Grupo <strong>Abril</strong>.<br />
Ao percorrer este conteúdo, você conhecerá um<br />
pouco do que temos feito ao longo de 59 anos para<br />
a construção de um país melhor para todos nós.<br />
São projetos de responsabilidade corporativa e ações<br />
de sustentabilidade desenvolvidos por várias áreas da<br />
empresa. Todos eles retratam os valores que nos guiam<br />
- integridade, excelência, pioneirismo e valorização das<br />
pessoas - e que estão presentes na vida da <strong>Abril</strong>.<br />
Boa leitura!<br />
Roberto Civita<br />
Presidente do Conselho de<br />
Administração e Diretor Editorial<br />
Giancarlo Civita<br />
Presidente Executivo<br />
do Grupo <strong>Abril</strong><br />
I Relatório Socioambiental 5
Nosso DNA<br />
A pluralidade e a liberdade de expressão <strong>com</strong>o ativos<br />
Na <strong>Abril</strong>, falamos de todos os mundos, a todas as plateias<br />
e a todas as audiências.<br />
A qualidade de conteúdo é o que nos diferencia.<br />
Falamos em todos os meios de <strong>com</strong>unicação para uma geração<br />
360 graus, para espectadores diversos: pessoas que leem,<br />
acessam, ligam, interagem. Nosso público interno também é<br />
assim. Uma cultura que se estimula pela coexistência de todas<br />
as tribos, através de meios de <strong>com</strong>unicação: revistas, sites,<br />
blogs, fóruns, eventos, debates, salas de aula, celulares, canais<br />
de televisão e espaços de construção coletiva.<br />
I Relatório Socioambiental 6
PERFIL<br />
Criada em 1950, a <strong>Abril</strong> é um dos maiores e mais influentes grupos<br />
de <strong>com</strong>unicação da América Latina, fornecendo informação,<br />
educação e entretenimento para praticamente todos os<br />
segmentos de público e atuando de forma integrada em diversas<br />
mídias. Atualmente, o Grupo emprega mais de 7.000 pessoas<br />
e é <strong>com</strong>posto por seis unidades de negócios principais:<br />
Editora <strong>Abril</strong><br />
Primeira empresa do Grupo, é especializada na produção de<br />
conteúdo para revistas e para as 42 versões online de suas<br />
publicações. Edita, anualmente, mais de 300 títulos, sendo líder<br />
em 21 dos 24 segmentos editoriais em que opera. Foram vendidos<br />
em 2008 mais de 156 milhões de exemplares de publicações da<br />
<strong>Abril</strong>, atingindo um universo de mais de 27 milhões de leitores.<br />
<strong>Abril</strong> Digital<br />
Unidade responsável pelo desenvolvimento e distribuição de<br />
conteúdos <strong>Abril</strong> via tecnologia wireless. Apostando na inovação<br />
e nos conceitos da web 2.0, a empresa vem intensificando suas<br />
ações em internet <strong>com</strong> produtos diversificados, que respondem<br />
à segmentação do público internauta. A <strong>Abril</strong> Digital também é<br />
pioneira em conteúdo para celular, oferecendo o maior portfólio<br />
em mídia mobile no país, inclusive conteúdos adaptados<br />
à plataforma 3G. Em 2008, a consolidação da <strong>Abril</strong> Digital<br />
promoveu à empresa o maior crescimento entre os players de<br />
internet, ficando entre os 15 maiores em audiência e entre os 6<br />
primeiros em publicidade.<br />
I Relatório Socioambiental 7
perfil<br />
<strong>Abril</strong> Educação<br />
Constituída pelas editoras Ática e Scipione, lidera o mercado<br />
brasileiro de livros escolares, <strong>com</strong> mais de 4.000 títulos em catálogo<br />
e 37 milhões de livros produzidos por ano. A <strong>Abril</strong> Educação vem<br />
ampliando sua atuação por meio do sistema de ensino SER, que<br />
oferece material didático <strong>com</strong> integração de disciplinas, além<br />
de suporte pedagógico por meio de canais de interação <strong>com</strong> os<br />
professores e escolas.<br />
Grupo TV<br />
A MTV Brasil, lançada em 1990, é uma associação <strong>com</strong> a Via<strong>com</strong><br />
(EUA), o maior grupo de entretenimento do mundo. É a maior e mais<br />
importante TV segmentada do Brasil, <strong>com</strong> cobertura de 31 milhões<br />
de lares em 301 cidades brasileiras no total de 62% dos domicílios<br />
do país, atingindo cerca de 50 milhões de pessoas por mês.<br />
Gráfica <strong>Abril</strong><br />
Unidade de apoio fundamental para as operações de impressão<br />
da Editora <strong>Abril</strong> e da <strong>Abril</strong> Educação. Com 1.100 funcionários e área<br />
de 45 mil metros quadrados, tem localização estratégica, próxima<br />
às principais saídas rodoviárias e aéreas da capital paulista, o que<br />
permite atuar de maneira integrada <strong>com</strong> as unidades de logística<br />
e distribuição, atendendo inclusive a demandas de outras editoras.<br />
Logística e distribuição<br />
A Dinap S/A é a empresa do Grupo responsável pela distribuição e<br />
<strong>com</strong>ercialização dos títulos <strong>Abril</strong> e de 70 editoras clientes, em uma<br />
rede de 19 mil bancas e 10 mil pontos de venda entre revistarias,<br />
livrarias e outros canais. Com a aquisição da Fernando Chinaglia,<br />
em outubro de 2007, a distribuição foi centralizada em uma nova<br />
empresa, a Treelog, proporcionando mais inteligência e economia<br />
<strong>com</strong> a otimização do desempenho logístico das entregas.<br />
I Relatório Socioambiental 8
Diversidade<br />
Como <strong>com</strong>unicadora, a <strong>Abril</strong> sabe da importância da formação e<br />
<strong>com</strong>prometimento de seu capital humano. Há mais de 50 anos,<br />
sua história vem sendo escrita por pessoas talentosas e inovadoras<br />
que trabalham para informar e levar conhecimento à sociedade.<br />
Em 2008 fizeram parte do corpo de funcionários da empresa:<br />
Número de funcionários por sexo<br />
4.995<br />
3.179<br />
Feminino<br />
Masculino<br />
Número de funcionários por idade<br />
258<br />
4<br />
955<br />
2.241<br />
1.200<br />
3.516<br />
15 anos<br />
de 16 a 24 anos<br />
de 25 a 35 anos<br />
de 36 a 45 anos<br />
de 46 a 55 anos<br />
acima de 56 anos<br />
I Relatório Socioambiental 9
<strong>diversidade</strong><br />
Número de funcionários por tempo de casa<br />
1.042<br />
1.009<br />
1.472<br />
menos de 1 ano<br />
de 1 a 2 anos<br />
1.560<br />
1.306<br />
1.785<br />
de 3 a 5 anos<br />
de 6 a 10 anos<br />
de 11 a 15 anos<br />
acima de 16<br />
Número de funcionários por escolaridade<br />
13<br />
137<br />
3.602<br />
702 718<br />
3.001<br />
até a 4ª série<br />
de 5ª a 8ª série<br />
Ensino Médio<br />
Ensino Superior<br />
Pós/Mestrado<br />
Pós/Doutorado<br />
A fim de reafirmar sua cultura e valorizar a <strong>diversidade</strong>, a <strong>Abril</strong><br />
desenvolve três programas de contratação:<br />
I Relatório Socioambiental 10
<strong>diversidade</strong><br />
Programa Talentos Especiais<br />
O objetivo do programa é reconhecer as potencialidades desses<br />
profissionais, desenvolvê-las e aplicá-las nas mais diversas áreas<br />
da estrutura da empresa. Para que essa inclusão fosse possível,<br />
a <strong>Abril</strong> passou por diversas mudanças que incluem: adequação<br />
dos processos seletivos, capacitação profissional das pessoas<br />
contratadas, revisão de políticas específicas, reestruturação<br />
arquitetônica das instalações, sensibilização e conscientização<br />
de funcionários e terceiros. Com isso, todos os funcionários<br />
puderam aprender, constantemente, a conviver <strong>com</strong> as<br />
diferenças em seu dia-a-dia.<br />
Em 2008, foi feita uma revisão das ações realizadas, e o principal<br />
ponto levantado foi o resultado do projeto de capacitação<br />
dos profissionais <strong>com</strong> deficiência, que aconteceu no final<br />
de 2007. De um total de 270 profissionais <strong>com</strong> deficiência,<br />
100 foram convidados e 63 cumpriram integralmente os dois<br />
módulos de atividades que abrangeram os seguintes temas:<br />
conheça o Grupo <strong>Abril</strong>, ética, valores, convivência profissional<br />
e <strong>com</strong>portamento social, reflexão sobre a trajetória profissional<br />
individual, <strong>com</strong>unicação e língua portuguesa instrumental.<br />
Ao final da análise dos resultados obtidos, foi desenvolvido<br />
um novo projeto para 2009.<br />
A preocupação constante <strong>com</strong> a inclusão faz <strong>com</strong> que,<br />
periodicamente, o Grupo <strong>Abril</strong> participe de fóruns, palestras,<br />
encontros e outros eventos em que expõe seu know-how<br />
no assunto, apresentando o programa Talentos Especiais <strong>com</strong>o<br />
um case de sucesso e incentivando a disseminação de ações<br />
similares em outras empresas.<br />
I Relatório Socioambiental 11
<strong>diversidade</strong><br />
Programa Aprendiz<br />
O Núcleo de Recrutamento e Seleção coordena a realização<br />
de processos seletivos para contratação de pessoas entre 15 e 22<br />
anos, estudantes ou formados no ensino médio público, para as<br />
diversas empresas do Grupo, <strong>com</strong>o parte do Programa Aprendiz,<br />
do Governo Federal, que tem <strong>com</strong>o objetivo oferecer formação<br />
técnica profissional a jovens, por meio do primeiro emprego.<br />
Para isso, a <strong>Abril</strong> desenvolve parcerias <strong>com</strong> instituições<br />
formadoras, em especial SENAI e SENAC, que desenvolvem<br />
capacitação técnica e <strong>com</strong>portamental, para que as atividades<br />
do Programa sejam divididas em teóricas, nas instituições,<br />
e práticas, na empresa, totalizando um período máximo de seis<br />
horas diárias. Além disso, os Consultores Internos de RH da <strong>Abril</strong><br />
fazem o a<strong>com</strong>panhamento do desempenho dos jovens que,<br />
em 2008, totalizaram 90 aprendizes.<br />
I Relatório Socioambiental 12
<strong>diversidade</strong><br />
Programa Jovem Cidadão<br />
A <strong>Abril</strong> também é parceira do Governo do Estado de São Paulo<br />
no Programa Jovem Cidadão, que tem <strong>com</strong>o objetivo oferecer ao<br />
estudante do ensino médio público a oportunidade de inserção<br />
no mundo do trabalho por meio de um estágio remunerado.<br />
Participam do programa alunos regularmente matriculados no<br />
Ensino Médio da Rede Pública Estadual, <strong>com</strong> idade entre 16 e 21 anos.<br />
Desde de 2004, o Grupo <strong>Abril</strong> oferece a esses estudantes<br />
a possibilidade de vivenciar as relações do mundo organizacional,<br />
adquirir habilidades específicas, novas experiências e aprendizado<br />
em diversas atividades e a possibilidade de agregar novos valores<br />
à sua formação.<br />
Em 2008, 55 jovens participaram do Programa no Grupo <strong>Abril</strong><br />
<strong>com</strong> contratos de quatro, cinco ou seis horas diárias válidos por seis<br />
meses, podendo ser prorrogados a um ano.<br />
Saúde e bem-estar<br />
Ciente da importância da promoção da saúde e bem-estar em seu<br />
corpo funcional, a <strong>Abril</strong> desenvolveu em 2008 diversos programas<br />
nesse sentido:<br />
I Relatório Socioambiental 13
<strong>diversidade</strong><br />
Programa<br />
Gestante<br />
Nove encontros, que contaram <strong>com</strong><br />
a participação de 50 grávidas, entre<br />
funcionárias e esposas de funcionários,<br />
dirigidos por profissionais da saúde<br />
que desenvolveram temas relacionados<br />
à gravidez, direitos e benefícios<br />
da gestação<br />
Programa Fisioterapia<br />
no Trabalho<br />
Orientações e exercícios no local<br />
de trabalho, três vezes por semana,<br />
realizados por fisioterapeutas <strong>com</strong><br />
o objetivo de promover o bem-estar<br />
e prevenir doenças osteomusculares.<br />
Em 2008, o programa beneficiou 1.200<br />
funcionários das áreas operacionais<br />
e administrativas da sede, bem <strong>com</strong>o<br />
da Gráfica, logística e distribuição<br />
Programa Corpo e Vida -<br />
Quick Massage<br />
Programa<br />
Vida Nova<br />
O programa ofereceu massagens<br />
a 2.000 funcionários, a fim de prevenir<br />
do stress e promover o alívio da tensão<br />
no local de trabalho<br />
Cerca de 3.500 funcionários passaram<br />
por exames médicos e laboratoriais<br />
para prevenção de doenças<br />
ocupacionais e avaliação de saúde geral<br />
Revise Saúde - Executivos<br />
No programa é feita a revisão periódica<br />
da saúde de 130 executivos do Grupo<br />
Campanha de Doação<br />
de Sangue<br />
Campanhas de Vacinação<br />
(Gripe e Rubéola)<br />
A <strong>Abril</strong> promoveu em 2008 uma<br />
campanha de incentivo e promoção<br />
à doação de sangue, que contou <strong>com</strong><br />
a participação de 50 funcionários<br />
Em 2008, a campanha de vacinação<br />
promoveu a imunização de 6.000<br />
funcionários contra gripe e rubéola<br />
Participação no Conselho<br />
Empresarial Nacional de<br />
Prevenção HIV/AIDS<br />
no local de trabalho<br />
A <strong>Abril</strong> participa junto <strong>com</strong> o Ministério<br />
da Saúde do Conselho que desenvolve<br />
ações voltadas à prevenção do HIV<br />
I Relatório Socioambiental 14
O caminho socioambiental<br />
Os negócios da <strong>Abril</strong> estão fundamentados em duas premissas:<br />
a liberdade de expressão e o direito à informação. Garantir à sociedade<br />
o cumprimento desses pressupostos, essenciais para a promoção<br />
do desenvolvimento do país, é a nossa principal responsabilidade.<br />
Em linha <strong>com</strong> nosso objetivo <strong>com</strong>o <strong>com</strong>unicadores, colocamos<br />
a sustentabilidade em debate em nossas revistas ao lançarmos, em<br />
2007, o <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong>. Com esse projeto, foi possível apresentar<br />
diferentes pontos de vista, mostrar os fatos que circundam o tema<br />
e oferecer informação para o leitor formar sua opinião e decidir <strong>com</strong>o<br />
agir. Esta linha transversal da sustentabilidade na expressão<br />
da empresa só foi possível porque a <strong>Abril</strong> sempre se preocupou <strong>com</strong><br />
os problemas sociais do Brasil. Em 1985 criou a Fundação Victor Civita,<br />
que busca contribuir para a melhoria da qualidade da educação<br />
básica do país.<br />
Assim, trabalhamos pelo efeito multiplicador das boas ideias ao<br />
<strong>com</strong>partilhar <strong>com</strong> nosso público os valores da sustentabilidade para<br />
transformá-los em ação. A ideia do <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong> deu certo,<br />
e percebemos o impacto positivo na própria <strong>Abril</strong>. Paralelamente às<br />
iniciativas da organização, esses valores foram incorporados pelos<br />
funcionários que, <strong>com</strong> liberdade de criação, viram no ambiente<br />
de trabalho um espaço onde suas ações poderiam ter efeito<br />
transformador na busca pelo desenvolvimento sustentável.<br />
I Relatório Socioambiental 15
caminho socioambiental<br />
O tema ganhou importância e está sendo responsável por um<br />
movimento profundo de mudança cultural, sem imposição, iniciado<br />
por aqueles que conhecem a <strong>Abril</strong> e escrevem sua história. Com o<br />
efeito dinâmico do desejo voluntário desses grupos de fazerem<br />
a diferença, o valor da sustentabilidade passou a ser <strong>com</strong>partilhado<br />
e posto em ação através do diálogo aberto e constante.<br />
Dessa mobilização, surgiu a Agenda Ambiental da <strong>Abril</strong>, <strong>com</strong>posta<br />
por grupos de construção coletiva que reúnem funcionários<br />
de diferentes áreas <strong>com</strong> o objetivo de buscar, em seu dia-a-dia,<br />
ações que possam minimizar os impactos no meio ambiente<br />
e promover benefícios sociais.<br />
O caráter transformador que marcou o ano de 2008 foi ainda<br />
reforçado <strong>com</strong> a inauguração da Praça Victor Civita. O espaço,<br />
onde anteriormente funcionava um incinerador de lixo e cujo solo<br />
era contaminado por metais pesados, se tornou um símbolo da<br />
conscientização ambiental dedicado a toda sociedade.<br />
<br />
<br />
<br />
Outra iniciativa de destaque e pioneira foi termos assinado<br />
o Programa Brasileiro GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol),<br />
do qual somos membro fundador e única empresa signatária do setor<br />
de <strong>com</strong>unicação do Brasil. Com esta assinatura, nos <strong>com</strong>prometemos<br />
a mapear e gerenciar nossas emissões de gases de efeito estufa.<br />
Continuamos nossa trajetória, conscientes das responsabilidades do<br />
presente, porém voltados para o futuro. Com liberdade e pluralidade,<br />
nosso caminho na construção da sustentabilidade se amplia a<br />
partir do envolvimento de muitos. Com isso, reafirmamos nosso<br />
<strong>com</strong>promisso de integrar os esforços da sociedade brasileira na busca<br />
pelo desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população.<br />
I Relatório Socioambiental 16
caminho socioambiental<br />
Régua de Ações<br />
1984<br />
Guia do Estudante<br />
1985<br />
FVC<br />
1996<br />
Prêmio CLAUDIA<br />
2000<br />
Clickarvore<br />
2003<br />
Concerto Bons Fluidos<br />
2007<br />
• Sistema de Ensino SER<br />
• <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong><br />
• Adaptação: Guia EXAME de<br />
Sustentabilidade<br />
2009<br />
• Programa Mundo Jovem<br />
Março • Ministro Carlos Minc na PVC<br />
Março • I Encontro <strong>Abril</strong> do GHG<br />
Março • IV Reunião da<br />
Agenda Ambiental<br />
Março • <strong>Abril</strong> apoia WWF<br />
“Hora do <strong>Planeta</strong>” - PVC<br />
<strong>Abril</strong> • Encontro do Clima<br />
<strong>Abril</strong> • Entrega do Inventário<br />
Piloto - GHG<br />
Maio • Preparatória COP15<br />
1999<br />
• Guia EXAME de Boas Práticas<br />
• Mãos à Obra<br />
2001<br />
Desarmamento Infantil<br />
2002<br />
Prêmio <strong>Planeta</strong> Casa<br />
2004<br />
Revisteca<br />
2008<br />
• Grupos Internos de Trabalho<br />
• I Reunião da Agenda Ambiental<br />
Maio • Adesão ao GHG Protocol<br />
Set • Conquista do selo FSC<br />
• Debate Praças e Parques<br />
• Inauguração da Praça Victor Civita – PVC<br />
• Dossiê MTV<br />
• Mídia da Sustentabilidade (MS)<br />
da Gráfica<br />
• Educar para Crescer<br />
• Oficina GRI aos Grupos de Trabalho<br />
• <strong>Abril</strong> se filia ao Conselho Empresarial<br />
Brasileiro para o Desenvolvimento<br />
<strong>Sustentável</strong> (CEBDS)<br />
• Câmara Técnica (CT) Gestão<br />
do CEBDS na PVC<br />
• <strong>Abril</strong> no Caring for Climate<br />
• I Fórum geral da Agenda Ambiental<br />
• Novo Acordo Ortográfico na PVC<br />
• MS do Novo Acordo Ortográfico<br />
I Relatório Socioambiental 17
Estratégia<br />
A preocupação do Grupo <strong>Abril</strong> em atuar gerando valor, além do<br />
econômico, para toda sociedade resultou em um projeto integrado<br />
de iniciativas em prol da sustentabilidade.<br />
Surgem em 2008, os grupos de construção coletiva, <strong>com</strong>postos<br />
por funcionários de diferentes áreas que buscam, em sua rotina<br />
de trabalho, ações que possam minimizar os impactos no<br />
meio ambiente e promover benefícios sociais. O tema ganhou<br />
importância e vem sendo responsável por um movimento de<br />
mudança cultural, sem imposição, iniciado por aqueles que<br />
conhecem a <strong>Abril</strong> e escrevem sua história. Com o efeito dinâmico<br />
do desejo voluntário desses grupos de fazer a diferença, o valor<br />
da sustentabilidade passou a ser <strong>com</strong>partilhado e posto em ação<br />
através do diálogo aberto e constante.<br />
Cada frente de trabalho tem <strong>com</strong>o objetivo abrir o diálogo acerca<br />
de temas inerentes ao desenvolvimento das atividades, revisando<br />
processos e formas de pensar. Todas as ações desenvolvidas pelos<br />
grupos de trabalho são legitimadas no fórum institucional,<br />
nomeado <strong>com</strong>o Agenda Ambiental. Este fórum é presidido pela<br />
Vice-Presidência de Relações Institucionais da <strong>Abril</strong> e participam<br />
dele as lideranças de cada área. Uma vez legitimadas, as ações<br />
sobem para o Plano Corporativo de Sustentabilidade.<br />
Aberta às relações horizontais e mais igualitárias, a <strong>Abril</strong> busca na<br />
contribuição direta de seus membros a legitimidade das suas ações<br />
para a construção de novas e melhores realidades em toda a sua<br />
cadeia de negócios. A seguir são apresentadas as principais frentes<br />
de trabalho, identificadas em 2008, para atuação inicial:<br />
I Relatório Socioambiental 18
estratégia<br />
Grupos de Trabalho por Área<br />
Logística e Distribuição<br />
Processo de Liderança no setor<br />
Transportes<br />
Embalagens<br />
Retornos<br />
Suprimentos<br />
Práticas de Sustentabilidade no Fornecedor<br />
Brindes<br />
Impressos gráficos<br />
Administração Predial<br />
Gestão da Iluminação<br />
Reavaliação dos itens do prédio, na busca pela<br />
certificação LEED<br />
Gráfica / Operações industriais<br />
Processo de Liderança no setor<br />
Produção Limpa<br />
Certificação da cadeia de custódia do papel<br />
Modelo de Gestão<br />
GHG Protocol<br />
Quantificação e gerenciamento dos GEEs<br />
Marketing de Relacionamento e Eventos<br />
TI<br />
Revisão de processos em eventos e relação <strong>com</strong> stakeholders<br />
Revisão de processos e criação de programas<br />
Projeto <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong><br />
I Relatório Socioambiental 19
estratégia<br />
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS<br />
1 GESTÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS<br />
2 GESTÃO SUSTENTÁVEL DA CADEIA DE VALOR<br />
3 PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE<br />
4<br />
LIDERANÇA NO SETOR COM A CRIAÇÃO<br />
DE DIFERENCIAIS COMPARATIVOS<br />
LINHAS DE AÇÃO<br />
1. Comunicação institucional<br />
2. Meio Ambiente<br />
3. Condições e relações de trabalho<br />
4. Relações <strong>com</strong> investidores<br />
5. Engajamento em iniciativas externas<br />
6. Consumo e Sustentabilidade<br />
7. Inovação na construção de conhecimento<br />
8. Ampliação do diálogo <strong>com</strong> a sociedade<br />
sobre sustentabilidade<br />
I Relatório Socioambiental 20
estratégia<br />
Modelo de atuação<br />
Plano corporativo de Sustentabilidade<br />
Grupos de trabalho<br />
Fórum de diálogo<br />
Avaliação e revisão da estratégia<br />
GREENHOUSE GAS PROTOCOL<br />
O Grupo <strong>Abril</strong> passou a integrar em maio de 2008, <strong>com</strong>o membro<br />
fundador, o Programa Brasileiro GHG (Greenhouse Gas Protocol),<br />
metodologia internacional mais usada por empresas para mapear<br />
e gerenciar suas emissões de gases de efeito estufa.<br />
O Programa Brasileiro é uma ação do Centro de Estudos em<br />
Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), em<br />
conjunto <strong>com</strong> o Ministério do Meio Ambiente, o World Resources<br />
Institute (WRI), o World Business Council for Sustainable<br />
Development (WBCSD) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o<br />
Desenvolvimento <strong>Sustentável</strong> (CEBDS). A iniciativa conta também<br />
<strong>com</strong> o apoio financeiro da Embaixada Britânica e da agência de<br />
cooperação americana USAID.<br />
Primeira empresa brasileira de <strong>com</strong>unicação a subscrever o<br />
protocolo, a iniciativa faz parte da diversificada agenda de boas<br />
práticas em governança corporativa que a <strong>Abril</strong> desenvolve ao longo<br />
de sua história, tanto no plano editorial, quanto institucional.<br />
I Relatório Socioambiental 21
estratégia<br />
Na prática, ao aderir ao Programa, a <strong>Abril</strong> reconhece seu impacto ao<br />
meio ambiente e se propõe a introduzir mudanças em seu modo de<br />
operar que se traduzam na redução, ano a ano, de suas emissões de<br />
gases de efeito estufa. A construção coletiva das equipes, portanto,<br />
cumpre seu objetivo principal e atua <strong>com</strong>o fator capaz de criar novas e<br />
importantes realidades, tanto para o Grupo quanto para a sociedade.<br />
O primeiro inventário, publicado em 2009, apresenta dados sobre seis<br />
gases causadores do efeito estufa (CO2, SF6,PFCs, CH4, N2O e HFCs)<br />
emitidos na sede do Grupo <strong>Abril</strong>, na Gráfica e em quatro centros<br />
de logística e distribuição (três em São Paulo e um no Rio de Janeiro).<br />
Nosso Inventário Piloto pode ser encontrado, na íntegra, no canal <strong>Abril</strong><br />
no site do <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong>:<br />
http://planetasustentavel.abril.<strong>com</strong>.br/grupoabril<br />
Emissão de Gee por escopo<br />
13.028 ton<br />
CO2e = 20%<br />
3.005 ton<br />
CO2e = 5%<br />
Escopo 1<br />
Escopo 2<br />
Escopo 3<br />
47.793 ton<br />
CO2e = 75%<br />
TOTAL: 63.826 ton CO2<br />
A previsão é de que o levantamento total seja incluído até o fim<br />
de 2009. No entanto, os resultados do Inventário Piloto, realizado<br />
em 2008, revelam um número parcial: 63 mil toneladas de CO2e,<br />
que representam cerca de 80% do total de emissões de gases de<br />
efeito estufa das operações do Grupo <strong>Abril</strong>.<br />
I Relatório Socioambiental 22
OPERAÇÕES INDUSTRIAIS<br />
O longo caminho de uma publicação, das florestas ao lixo, é o foco<br />
da atuação do Grupo de Operações Industriais.<br />
Consciente dos possíveis impactos ao meio ambiente gerados<br />
pelo grande uso de papel, a <strong>Abril</strong> busca e desenvolve práticas que<br />
os minimizem em toda a cadeia produtiva do ciclo do papel.<br />
Em julho de 2008, o Grupo <strong>Abril</strong> conquistou o selo de certificação<br />
florestal FSC (Forest Stewardship Council) que apoia o manejo<br />
florestal responsável. Após um ano, conquistou o selo PEFC<br />
(Programme for the Endorsement of Forest Certification) que<br />
reconhece processos de manejos florestais regionais, respeitando<br />
as diferenças de cada um deles. Em 2010, a intenção de <strong>com</strong>pra<br />
do Grupo <strong>Abril</strong> é que 100% do papel nacional e 83% do papel<br />
importado seja certificado, e juntos somarão 87% do papel<br />
utilizado em seu parque gráfico. Além disso, atualmente, 12%<br />
do papel utilizado são provenientes de fibras recicladas.<br />
I Relatório Socioambiental 23
operações industriais<br />
Essas certificações atestam que o papel utilizado na Gráfica<br />
é proveniente de áreas de manejo responsável de florestas, causando<br />
o mínimo impacto possível ao meio ambiente e cumprindo<br />
normas ambientais, sociais e econômicas.<br />
O manejo responsável de florestas visa manter o balanço entre<br />
o plantio e corte da madeira, protegendo as florestas nativas<br />
e a bio<strong>diversidade</strong>. Em todo o mundo, apenas 8% das florestas<br />
<strong>com</strong>erciais possuem algum tipo de certificação que garante<br />
esse processo.<br />
Certificações<br />
Às certificações ambientais, somam-se diversas ações em<br />
andamento na Gráfica do Grupo <strong>Abril</strong>, que <strong>com</strong>põem seu modelo<br />
de gestão focado em:<br />
“fazer o necessário, <strong>com</strong> o suficiente, de um jeito bom para todos”<br />
Para<br />
atender<br />
o cliente<br />
Com eficiência de<br />
recursos e afirmando<br />
os valores da <strong>Abril</strong><br />
Respeitando os interesses<br />
dos públicos envolvidos<br />
e da sociedade<br />
I Relatório Socioambiental 24
operações industriais<br />
Modelo de Gestão<br />
Coleta seletiva dos resíduos de escritório<br />
Papel e plástico destinados a instituições cadastradas do entorno<br />
Destinação para reciclagem de resíduos industriais<br />
Tratamento parcial dos gases gerados na secagem das tintas offset -<br />
Meta para 100% de tratamento<br />
Estação de Tratamento de Efluentes Industriais - ETE<br />
Projeto em vigor desde 1969<br />
Reúso da água da ETE pós-tratamento<br />
Sistema de recuperação de tolueno<br />
Reúso da água na fabricação de chapas para impressão offset<br />
Aproveitamento do calor exaurido do sistema de resfriamento dos <strong>com</strong>pressores<br />
de ar - Projeto <strong>com</strong> premiação internacional<br />
Utilização do calor da chaminé da caldeira - economia de 6% no consumo de gás natural<br />
para cada 10ºC de elevação da temperatura da água - Projeto <strong>com</strong> premiação internacional<br />
Reciclagem das aparas de papel / Sistema de captação do pó das aparas<br />
Reúso da água da Central de Recuperação de Solventes - gera vapor, evita contaminação na<br />
rede pública de esgoto e reduz o consumo de água - Projeto <strong>com</strong> duas premiações internacionais<br />
Frentes de trabalho:<br />
• PLAR (Produção Limpa Atitude Responsável) - aplicação contínua de uma estratégia<br />
econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos gráficos<br />
• Programa Brasileiro GHG Protocol - Greenhouse Gas Protocol, metodologia internacional<br />
usada para quantificar e gerenciar emissões de gases de efeito estufa<br />
• Conquista das Certificações FSC e PEFC - Forest Stewardship Council (Conselho<br />
de Manejo Florestal) e Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes<br />
I Relatório Socioambiental 25
LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO<br />
A Treelog, responsável pela logística e distribuição na <strong>Abril</strong>, possui<br />
grupos para monitorar e buscar iniciativas e melhorias socioambientais<br />
a serem aplicadas nas frentes de trabalho de transportes, embalagens<br />
e logística reversa (retornos, devoluções e descartes).<br />
Principais pontos de melhorias levantados:<br />
Transportes<br />
Redução das emissões de CO2 através das seguintes ações:<br />
• Manutenção preventiva dos veículos<br />
• Substituição dos <strong>com</strong>bustíveis fósseis<br />
• Otimização dos roteiros e entregas<br />
• Compartilhamento de cargas<br />
I Relatório Socioambiental 26
logística e distribuição<br />
• Redução e eliminação de materiais poluentes<br />
• Descarte adequado de pneus e lubrificantes<br />
• Substituição de baterias <strong>com</strong> materiais pesados<br />
Práticas que garantam saúde e bem-estar dos motoristas<br />
Boas práticas nas relações trabalhistas nos transportes<br />
Eliminação do trabalho informal (“chapas”)<br />
Prevenção ao trabalho infantil<br />
Definição de indicadores socioambientais e econômicos<br />
para práticas junto aos fornecedores<br />
Embalagens<br />
Redução do uso de embalagens através de esquemas<br />
de menor unitarização<br />
Descarte adequado e reciclagem das embalagens<br />
Substituição de paletes one-way de madeira por paletes<br />
plásticos recicláveis (closed loop)<br />
Pesquisa de fornecedores para substituição<br />
dos sacos plásticos por biodegradáveis<br />
Logística reversa<br />
Mapeamento das entregas, retornos, destinações<br />
e descartes atuais<br />
Redução dos retornos<br />
Processo de gestão dos retornos recolhidos para melhor<br />
destinação das publicações (Em elaboração)<br />
I Relatório Socioambiental 27
logística e distribuição<br />
Atualmente, a <strong>Abril</strong> faz inventário de todos os resíduos<br />
resultantes de sua produção, buscando dar destinação<br />
adequada a cada um e, assim, minimizar seu impacto no meio<br />
ambiente:<br />
• Aparas (revistas, papelão e papel) – resultado do<br />
processo industrial<br />
Vendidas à empresa terceirizada, <strong>com</strong> certificação ISSO 14.001,<br />
que destina todas as aparas a empresa de produção de papel.<br />
• Plásticos (Strech, fita de arquear, entre outros) – resultado<br />
do processo de logística<br />
O gerenciamento dos resíduos plásticos é feito por empresa<br />
terceirizada, que encaminha o material a empresas que os<br />
transformam novamente em grãos de matéria-prima.<br />
• Ferro (sucata)<br />
Parte da sucata é encaminhada à reciclagem e outra parte é<br />
vendida no mercado.<br />
• Madeiras (paletes em desuso) – resultado do processo<br />
de distribuição<br />
São encaminhados a lavadoras industriais, licenciadas pela<br />
CETESB, para reaproveitamento.<br />
• Lixo orgânico<br />
Compactado e enviado para aterro autorizado pela prefeitura.<br />
I Relatório Socioambiental 28
SUPRIMENTOS<br />
O grupo de Suprimentos, responsável pelos materiais usados nas<br />
atividades de todo o Grupo <strong>Abril</strong>, além dos critérios econômicos,<br />
foca sua atuação no desenvolvimento de melhorias socioambientais<br />
em três frentes de trabalho:<br />
• Práticas de Sustentabilidades no Fornecedor<br />
Criação de indicadores socioambientais a serem aplicados<br />
no processo de seleção de fornecedores nos casos de revisão do<br />
mercado (sourcing) e processos de licitação. Estes indicadores<br />
integrarão os contratos e ordens de <strong>com</strong>pras firmados, priorizando<br />
fornecedores <strong>com</strong> boas práticas e incentivando a adoção<br />
de iniciativas socioambientais.<br />
!<br />
Kit escritório <strong>Abril</strong> Educação<br />
• Brindes<br />
Incentivo aos fornecedores para inovar e trabalhar <strong>com</strong> produtos<br />
de melhor perfil socioambiental. Produzindo brindes que levem<br />
em conta critérios socioambientais, a <strong>Abril</strong> pretende aumentar<br />
a oferta de produtos dentro desse perfil, <strong>com</strong> custos atrativos e um<br />
enfoque educacional.<br />
• Impressos Gráficos<br />
Otimização de processos e materiais usados e atuação na cadeia<br />
produtiva de serviços gráficos, <strong>com</strong> intuito de minimizar os impactos<br />
socioambientais que a demanda do Grupo <strong>Abril</strong> gera.<br />
Reutilização de banners e geração de renda<br />
I Relatório Socioambiental 29
MARKETING DE RELACIONAMENTO<br />
E EVENTOS<br />
O grupo passou a rever a concepção e operacionalização dos<br />
eventos de modo a minimizar o impacto no meio ambiente por<br />
meio do gerenciamento dos resíduos gerados e reaproveitamento<br />
dos materiais utilizados.<br />
Os projetos passaram a ser desenvolvidos levando em conta uma<br />
nova proposta de trabalho, na qual são considerados os interesses<br />
de diversos públicos para incentivar iniciativas socioambientais nos<br />
fornecedores e nos participantes dos eventos.<br />
Revisão no desenvolvimento de eventos<br />
I Relatório Socioambiental 30
marketing de relacionamento e eventos<br />
Além disso, são estudadas ações a serem colocadas em prática<br />
no Prêmio <strong>Abril</strong> de Publicidade, principal ação de relacionamento<br />
da Editora <strong>Abril</strong> <strong>com</strong> o mercado publicitário, para conscientizar<br />
e aumentar a visibilidade da sustentabilidade na área.<br />
Compartilhamento de cenografias<br />
Neutralização dos eventos em 2008<br />
Evento<br />
Emissões<br />
Árvores<br />
Plantadas<br />
Prêmio <strong>Abril</strong> de Publicidade 2008 6,22 40<br />
IV Estação Bem-estar e VI Concerto<br />
Bons Fluidos - 2008<br />
<strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong> - Parque<br />
do Ibirapuera<br />
Inauguração da Praça Victor Civita -<br />
Editora <strong>Abril</strong><br />
24,06 152<br />
45,17 286<br />
8,63 55<br />
Convenção Editora <strong>Abril</strong> 17,08 108<br />
Total 101,16 641<br />
I Relatório Socioambiental 31
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO<br />
A abordagem da sustentabilidade na Tecnologia da Informação (TI)<br />
vai além do Data Center. Para reduzir o impacto ambiental causado<br />
por seus processos, ações e ciclo de vida da estrutura, o grupo estuda<br />
e implanta mudanças em duas áreas:<br />
• Comportamento: ampliar a consciência e o aprendizado sobre<br />
formas mais sustentáveis de utilizar os recursos de TI<br />
• Tecnologia e processos: reduzir o consumo de energia, economizar<br />
espaço e melhorar a qualidade dos serviços prestados<br />
Ao final de 2008, a <strong>Abril</strong> concluiu o processo de virtualização<br />
dos servidores, que resultou em 25 servidores desativados e 72<br />
virtualizados. Com isso, o grupo a<strong>com</strong>panha a evolução da tecnologia<br />
ganhando mais flexibilidade para variação de demanda e melhor<br />
aproveitamento dos custos e serviços. Do ponto de vista ambiental,<br />
o processo reduz o consumo de energia e diminui a emissão de CO2.<br />
Equipes Integradas<br />
I Relatório Socioambiental 32
A responsabilidade da <strong>com</strong>unicação<br />
Visão para o desenvolvimento sustentável<br />
do Grupo <strong>Abril</strong><br />
Todas as mudanças promovidas na cultura e estratégia da <strong>Abril</strong> pela<br />
incorporação do conceito de sustentabilidade foram motivadas pela<br />
convicção e desejo de mudar.<br />
A <strong>Abril</strong> <strong>com</strong>unica suas práticas e conquistas neste cenário <strong>com</strong><br />
o anseio de <strong>com</strong>partilhar seus valores e incentivar sua evolução.<br />
Greenhouse Gas Protocol<br />
Certificação Forest<br />
Stewardship Council (FSC)<br />
I Relatório Socioambiental 33
MS_<strong>Abril</strong> Aprovada 17/04/2007 19:54 Page 2<br />
Desde 1950 a <strong>Abril</strong> trabalha por um mundo melhor.<br />
Informando, difundindo cultura, contribuindo para o progresso<br />
da educação e da qualidade de vida, pautando sua trajetória na<br />
valorização do ser humano e suas expressões.<br />
A vocação para a informação e o conhecimento faz parte do DNA<br />
da <strong>Abril</strong> e ganha agora uma nova dimensão <strong>com</strong> a sua participação<br />
no projeto PLANETA SUSTENTÁVEL.<br />
Esta é mais uma da série de ações realizadas pela <strong>Abril</strong> ao longo de sua<br />
história a favor do desenvolvimento sustentável em todos os níveis.<br />
Quando o conceito de sustentabilidade ainda não fazia parte do<br />
cotidiano e das discussões da sociedade brasileira, a <strong>Abril</strong> deu seu<br />
primeiro grande passo de responsabilidade social criando a<br />
Fundação Victor Civita, que influenciou decisivamente na<br />
melhoria da educação básica no país. Também desenvolveu planos<br />
e disponibilizou recursos para várias iniciativas, em diferentes<br />
frentes, da preservação do meio ambiente ao reconhecimento de<br />
talentos e à promoção da cidadania.<br />
A partir de hoje, mais do que produzir conteúdo editorial, criar<br />
uma biblioteca sobre o assunto, promover fóruns e debates sobre<br />
o tema, a <strong>Abril</strong> vai mostrar, em suas revistas e no site<br />
www.planetasustentavel.<strong>com</strong>.br, idéias relevantes para essa causa.<br />
São referências que poderão contribuir para o debate, motivar,<br />
despertar consciências e gerar repercussão. Seja no universo das<br />
grandes corporações, seja no dia-a-dia de cada pessoa, o objetivo<br />
aqui é impulsionar uma grande mobilização pela sustentabilidade.<br />
Com o PLANETA SUSTENTÁVEL a <strong>Abril</strong> declara a sua<br />
preocupação <strong>com</strong> o planeta e <strong>com</strong> as futuras gerações. E coloca<br />
toda a sua força de <strong>com</strong>unicação na superação de um grande<br />
desafio: contribuir para um mundo melhor.<br />
Acesse o site www.planetasustentavel.<strong>com</strong>.br<br />
Conheça as ações da <strong>Abril</strong> pela sustentabilidade e saiba<br />
<strong>com</strong>o você também pode ser um agente transformador.<br />
MS4_202x266_Veja 13/11/2007 17:25 Page 2<br />
Escola Municipal<br />
de Educação Infantil<br />
Brigadeiro Eduardo Gomes<br />
Quem lê aprende, conhece, descobre, viaja no tempo, se diverte.<br />
Abre os olhos para o mundo e consegue até se enxergar melhor,<br />
entender o seu papel no universo. A <strong>Abril</strong> acredita nisso e investe<br />
na produção de conteúdo de qualidade. Mas não é só o que ela<br />
faz. Além de publicar centenas de títulos de revistas, livros,<br />
coleções e estar presente também na internet e na televisão, o<br />
Grupo faz questão de atuar em favor da leitura, da educação<br />
e do conhecimento por meio de projetos que multiplicam<br />
possibilidades e potencializam ainda mais a força de cada palavra.<br />
O projeto REVISTECA é um deles: consiste na doação de revistas<br />
e na formação de espaços de leitura em bibliotecas de bairros<br />
carentes e escolas da rede pública de ensino. A primeira<br />
REVISTECA foi inaugurada em 2005, na Grande São Paulo e,<br />
desde então, mais de 200 entidades participam do programa,<br />
que está presente em todos os estados brasileiros.<br />
O incentivo à leitura também é o objetivo de outras ações realizadas<br />
pela <strong>Abril</strong> e parceiros. LETRAS DE LUZ beneficia 51 municípios<br />
<strong>com</strong> oficinas de leitura, apresentações teatrais e doação de acervos<br />
literários. Na CAMPANHA DE DESARMAMENTO INFANTIL<br />
armas de brinquedo são trocadas por revistas infantis. O foco, além do<br />
estímulo à leitura, é a valorização da paz. E até os funcionários da <strong>Abril</strong><br />
entram em ação: o projeto ENTORNO atinge professores e milhares<br />
de alunos de escolas públicas, <strong>com</strong> a formação de educadores,<br />
doação de livros e a participação de voluntários da empresa em<br />
círculos de leitura e atividades <strong>com</strong> contadores de histórias.<br />
Seja também um agente transformador.<br />
A mídia da sustentabilidade<br />
Uma das principais maneiras de disseminar os conceitos de<br />
sustentabilidade na sociedade é abordar o tema nas publicações dos<br />
diversos segmentos. A Mídia da Sustentabilidade oferece este espaço<br />
para as empresas patrocinadoras do <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong> contarem<br />
sobre suas iniciativas junto ao tema.<br />
2007:<br />
MS2_Veja 13/08/2007 15:18 Page 2<br />
A <strong>Abril</strong> juntou suas forças <strong>com</strong> grandes parceiros e mergulhou<br />
de cabeça no projeto PLANETA SUSTENTÁVEL.<br />
O que era uma boa idéia virou realidade e vem se<br />
materializando, desde abril deste ano, numa enorme<br />
campanha de mobilização pela preservação da qualidade<br />
de vida das pessoas e da natureza, hoje e no futuro.<br />
Somar forças<br />
para multiplicar idéias e atitudes<br />
em favor de um futuro melhor.<br />
Uma grande ação de <strong>com</strong>unicação.<br />
> Para ampliar a consciência sobre desenvolvimento<br />
sustentável: econômico, social, cultural e ambiental.<br />
> Para falar <strong>com</strong> milhões de pessoas em todo o país.<br />
> Para envolver 55 revistas e 33 sites <strong>Abril</strong> na produção<br />
de conteúdos diversos, na criação de uma biblioteca<br />
sobre o assunto, na promoção de fóruns e debates.<br />
Uma boa ação, por uma causa planetária.<br />
Desde o lançamento do projeto, quase 400 páginas<br />
de revistas e mais de 100 matérias foram editadas,<br />
disseminando conhecimento e propondo a reflexão.<br />
E, neste momento, muitas outras reportagens, entrevistas,<br />
resenhas de livros, fotos, ilustrações, gráficos e outros<br />
materiais estão sendo produzidos.<br />
Tudo isso <strong>com</strong> um só objetivo: atingir milhões de<br />
homens, mulheres, jovens e crianças, e impulsionar cada<br />
um deles a fazer a sua parte na construção de um planeta<br />
sustentável, inclusive você. Junte-se a nós, participe.<br />
É possível fazer muito e devemos fazer já.<br />
www.planetasustentavel.<strong>com</strong>.br<br />
Conheça as ações da <strong>Abril</strong> pela sustentabilidade<br />
e saiba <strong>com</strong>o ser, também, um agente transformador.<br />
Atuar hoje<br />
<strong>com</strong> os olhos no amanhã.<br />
Estimular o gosto pela leitura<br />
é promover a reciclagem de idéias<br />
e alternativas para a sustentabilidade.<br />
Educação, cultura, informação e entretenimento<br />
são a base do nosso negócio. Fazer <strong>com</strong> que sejam<br />
ferramentas para a construção de um mundo mais<br />
saudável, mais justo e mais feliz é o nosso ideal.<br />
www.planetasustentavel.<strong>com</strong>.br<br />
Conheça essas e outras ações da <strong>Abril</strong>.<br />
I Relatório Socioambiental 34
Museu da Sustentabilidade<br />
Contação de histórias<br />
Concertos didáticos<br />
INFORME PUBLICIT Á RIO<br />
Gerida pelo Instituto <strong>Abril</strong>, em parceria <strong>com</strong> a Subprefeitura<br />
de Pinheiros, a <strong>com</strong>unidade, o Itaú, a Even Construtora e a<br />
Petrobras, a Praça Victor Civita oferece à população um<br />
instigante <strong>com</strong>plexo de lazer, educação e cultura.<br />
Lá as atividades têm a intenção de promover a reflexão,<br />
inspirar, informar e criar um ponto de referência sobre<br />
questões ambientais e urbanas.<br />
De apresentações musicais e debates a oficinas de reciclagem<br />
e aulas de ioga, tudo o que diz respeito à qualidade de vida<br />
e ao bem-estar da <strong>com</strong>unidade tem lugar na nova praça.<br />
Cumprindo seu papel nos debates que dizem respeito aos Na <strong>Abril</strong> os primeiros passos rumo à nova ortografia<br />
interesses da <strong>com</strong>unidade, a Praça Victor Civita recebeu foram iniciados em maio deste ano, <strong>com</strong> a revisão<br />
na primeira semana de dezembro um grupo de professores<br />
de escolas do seu entorno para uma palestra sobre o de janeiro de 2009, todas as suas revistas já estarão<br />
dos livros das editoras Ática e Scipione. E, a partir<br />
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.<br />
adaptadas às novas regras. Mas também é preciso<br />
levar a discussão à <strong>com</strong>unidade.<br />
Pensando na adaptação dos professores às mudanças<br />
ortográficas, o Grupo <strong>Abril</strong>, representado pela Fundação O evento foi o primeiro de uma programação<br />
Victor Civita, <strong>Abril</strong> Educação e Editora <strong>Abril</strong>, promoveu um maior, que deverá incluir, entre outras atividades,<br />
r d o n uma o a u semana d i - inteira de aulas e debates no O professor Francisco Marto Moura, autor de livros de português,<br />
e n c o n t r o s o b r e a s p r i n c i p a i s a l t e r a ç õ e s d o n o v o a c o<br />
t ó r i o d o Mu s e u d a S u s t e n t a b i l i d a d e - u m d o s e s p a ç início o s d do a p próximo a ç a . ano letivo.<br />
mostrou aos professores <strong>com</strong>o as novas regras afetarão o dia-a-dia na escola.<br />
<br />
<br />
<br />
a mídia da sustentabilidade<br />
2008:<br />
MS5_202x266_Veja 19/03/2008 11:42 Page 2<br />
Além de desempenhar seu papel principal - produzir conteúdo,<br />
informar e divertir - a <strong>Abril</strong> está cada vez mais envolvida em<br />
projetos que contribuem para a preservação do meio ambiente e da<br />
qualidade de vida das próximas gerações.<br />
Com palavras e atitudes,<br />
plantar um futuro verde.<br />
apresenta:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Viveiro de mudas<br />
nativas da Fundação<br />
SOS Mata Atlântica<br />
na cidade de Itu (SP).<br />
Clickarvore<br />
Um dos mais bem-sucedidos projetos de restauração florestal do país<br />
surgiu da união das ONGs SOS Mata Atlântica e Instituto<br />
Ambiental Vidágua <strong>com</strong> o Grupo <strong>Abril</strong>. Desde sua criação, no ano<br />
2000, até hoje, mais de 13 milhões de mudas de árvores foram doadas<br />
em 9 estados do Brasil a partir da colaboração dos internautas.<br />
Você também pode fazer isso acessando www.clickarvore.<strong>com</strong>.br<br />
Praça Victor Civita<br />
Esse projeto pioneiro do Grupo <strong>Abril</strong> em parceria <strong>com</strong> a Prefeitura<br />
Municipal de São Paulo reabilitará uma área contaminada para uso<br />
público. No espaço, eventos de lazer, esporte, educação e cultura<br />
farão o visitante refletir e aprender sobre sustentabilidade.<br />
Prêmio <strong>Planeta</strong> CASA<br />
Desde 2002, a revista CASA CLAUDIA destaca projetos, ações e<br />
produtos ligados ao morar e que são ambientalmente sustentáveis.<br />
Operações industriais<br />
A Gráfica <strong>Abril</strong> há tempos mobiliza-se para reduzir e racionalizar o<br />
uso da água, dar tratamento adequado aos resíduos e utilizar de<br />
forma eficiente qualquer tipo de energia em suas operações.<br />
<br />
<br />
<br />
Esses projetos e outras ações da <strong>Abril</strong>, <strong>com</strong>o a coleta<br />
seletiva em suas dependências e a <strong>com</strong>pra de papel<br />
certificado originário de reflorestamento para suas<br />
publicações, são passos confiantes num futuro melhor.<br />
www.planetasustentavel.<strong>com</strong>.br<br />
Conheça mais sobre essas iniciativas.<br />
Seja também um agente transformador.<br />
2009:<br />
apresenta:<br />
INFORME PUBLICITÁRIO<br />
<br />
<br />
Da quantificação e gerenciamento das suas emissões de gases de efeito estufa até<br />
pequenas ações no dia a dia das suas unidades, a <strong>Abril</strong> mobiliza-se cada vez mais<br />
para melhorar a qualidade de vida: em seus processos, no entorno, nas cidades.<br />
Foi a primeira empresa brasileira de <strong>com</strong>unicação a aderir ao Programa Brasileiro<br />
GHG Protocol – Greenhouse Gas Protocol – no país porque está preocupada <strong>com</strong> seus<br />
impactos no ambiente. E mesmo sabendo que é um agente transformador –<br />
difundindo informação, educação e conhecimento sobre sustentabilidade – acredita<br />
que também deve agir cotidianamente para expandir a consciência sobre o tema.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Entrega das Revistas<br />
A frota leve terceirizada de veículos a gasolina<br />
foi substituída por veículos a álcool e GNV.<br />
E 77% da rede de distribuidores utilizam<br />
ciclistas na entrega porta a porta.<br />
Assim, mais de 1.250 bicicletas tiram<br />
600 motocicletas das ruas todos os meses.<br />
Gráfica <strong>Abril</strong><br />
A melhoria de eficiência energética<br />
da Caldeira resultou em menor consumo<br />
de gás natural. E o uso de novas tecnologias<br />
eletroeletrônicas garante maior eficácia<br />
no consumo de energia elétrica.<br />
Datacenter<br />
A virtualização dos servidores<br />
possibilitou a economia de equipamentos<br />
e de 520 mil kWh/ano.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
I Relatório Socioambiental 35
R$ 2,90<br />
A educação<br />
no Brasil<br />
Fundação Victor Civita<br />
Idealizada pelo fundador da <strong>Abril</strong>, Victor Civita, a Fundação que<br />
leva seu nome foi criada em 1985 <strong>com</strong> a missão de contribuir para<br />
a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil. A entidade<br />
trabalha no desenvolvimento das <strong>com</strong>petências do educador da<br />
escola pública, elo fundamental na multiplicação de uma educação<br />
de qualidade no país.<br />
http://revistaescola.abril.<strong>com</strong>.br/fvc<br />
Projetos:<br />
NOVAESCOLA - NOVAESCOLA - NESCOLA - 1 - 01/12/08 - Composite - MNOVAIS - 11/11/08 21:13 - CAPA<br />
F U N D A Ç Ã O V I C T O R C I V I T A<br />
www.novaescola.org.br<br />
As expressões que o professor usa sem<br />
saber direito o que significam. Pág. 42<br />
E MAIS<br />
■ É hora de levar a garotada da pré-escola para conhecer o 1 o ano. Pág. 56<br />
■ As tendências no ensino de História. Pág. 72 ■ Conheça o projeto de formação<br />
da Escola Nota 10. Pág. 80 ■ Como não perder o controle da classe. Pág. 84<br />
Revista Nova Escola<br />
Principal iniciativa da Fundação Victor Civita, é a maior revista<br />
de educação no Brasil e seu conteúdo é focado na divulgação<br />
de informações que contribuam diretamente para a formação<br />
e o aperfeiçoamento profissional dos professores. A revista<br />
Nova Escola é hoje a segunda maior em circulação nacional.<br />
Distribuída a 200 mil escolas públicas de ensino fundamental,<br />
chegando a 100% dos municípios brasileiros, beneficia 25 milhões<br />
de alunos e tem 3,3 milhões de leitores mensais, entre professores,<br />
diretores, coordenadores e público interessado pelo tema Educação.<br />
http://www.ne.org.br<br />
I Relatório Socioambiental 36
a educação no brasil > fundação victor civita<br />
Guia VEJA na Sala de Aula<br />
Criado há dez anos, o projeto relaciona reportagens selecionadas<br />
da revista VEJA <strong>com</strong> matérias do currículo do Ensino Médio. Com isso,<br />
os assuntos estudados em sala de aula ganham perspectivas<br />
práticas e atualizadas do cenário contemporâneo.<br />
http://veja.abril.<strong>com</strong>.br/idade/saladeaula/guia/guia.html<br />
Prêmio Victor Civita Educador Nota 10<br />
Através do Prêmio, a Fundação destaca anualmente professores<br />
do Ensino Fundamental que desenvolvem os melhores trabalhos<br />
docentes, valorizando o educador e realçando para a opinião pública,<br />
sua importância na formação do futuro do país.<br />
O evento, mais famosa premiação na área de educação no Brasil,<br />
é transmitido em rede nacional e assistido por 4,2 milhões<br />
de pessoas em 14 estados brasileiros.<br />
http://revistaescola.abril.<strong>com</strong>.br/premiovc/<br />
Profissão professor<br />
Os vencedores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 apresentam<br />
suas premiadas práticas de ensino em uma série de programas,<br />
transmitida em rede nacional pela TV Cultura.<br />
http://revistaescola.abril.<strong>com</strong>.br/fvc/profissao-professor.shtml<br />
I Relatório Socioambiental 37
a educação no brasil > fundação victor civita<br />
Letras de Luz<br />
O programa Letras de Luz, desenvolvido em parceria <strong>com</strong> a EDP<br />
Energias do Brasil, é voltado ao incentivo à leitura <strong>com</strong>o instrumento<br />
de fomento de educação, cultura e cidadania.<br />
Desenvolvida em três vertentes - oficinas de fomento à leitura,<br />
capacitação e apresentações teatrais e doação de acervo de livros<br />
literários –, a iniciativa beneficia estudantes de 1ª à 4ª série do<br />
Ensino Fundamental em 51 municípios do Espírito Santo, Mato<br />
Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins.<br />
http://revistaescola.abril.<strong>com</strong>.br/fvc/letras-de-luz.shtml<br />
Matemática é D+<br />
O programa Matemática é D+ tem <strong>com</strong>o principal objetivo orientar<br />
e preparar a equipe escolar para investir permanentemente<br />
na qualidade do ensino e da aprendizagem da matemática.<br />
Para isso, oferece em seu site planos de aula e encartes especiais<br />
da Nova Escola sobre a matéria.<br />
http://revistaescola.abril.<strong>com</strong>.br/fvc/projetos_FVC/matematica/<br />
home.htm<br />
I Relatório Socioambiental 38
a educação no brasil > fundação victor civita<br />
Projeto Entorno<br />
Iniciado em 2006, o Projeto implementa ações culturais<br />
e educacionais de incentivo à leitura, em parceria <strong>com</strong> as Secretarias<br />
Municipal e Estadual de Educação, por meio da ampliação das<br />
bibliotecas e salas de leitura das escolas participantes <strong>com</strong> a doação<br />
de livros literários de interesse de professores e alunos.<br />
O Projeto Entorno conta <strong>com</strong> a participação de 50 voluntários da<br />
<strong>Abril</strong> e beneficia 150 educadores e 5 mil alunos de Educação Infantil<br />
e Ensino Fundamental das escolas públicas vizinhas às unidades<br />
da <strong>Abril</strong>. Ao todo, seis escolas municipais e uma estadual recebem<br />
doação de livros, participam de saraus, círculos de leitura<br />
e atividades <strong>com</strong> contadores de histórias.<br />
http://revistaescola.abril.<strong>com</strong>.br/fvc/projeto-entorno.shtml<br />
I Relatório Socioambiental 39
a educação no brasil<br />
Educar para Crescer<br />
Iniciado em 2008, o Educar para Crescer é um projeto sem<br />
fins lucrativos do Grupo <strong>Abril</strong> que tem por objetivo ampliar<br />
o conhecimento da sociedade sobre as principais questões<br />
da educação brasileira. O conselho consultivo que lidera o projeto<br />
é formado por membros da <strong>Abril</strong>, parceiros <strong>com</strong> atuação na<br />
área, representantes dos patrocinadores, e personalidades de<br />
destaque na Educação. Periodicamente, seus membros se reúnem<br />
para definir os rumos para cumprir o objetivo de transformar<br />
a educação na grande pauta nacional.<br />
São realizados fóruns semestrais sobre o tema e uma pesquisa<br />
anual que retrata a Educação no Brasil relatando pontos críticos<br />
a serem melhorados. Além disso, o Educar para Crescer é apresentado<br />
em páginas das publicações da <strong>Abril</strong> e conta <strong>com</strong> um portal<br />
na internet, <strong>com</strong> notícias, reportagens e cartilhas em prol do ensino<br />
<strong>com</strong> o objetivo de mobilizar as pessoas para a criação<br />
e desenvolvimento de ações concretas e mensuráveis na área.<br />
VOCE ˆ SABE O<br />
QUE E ´ IDEB<br />
www.educarparacrescer.<strong>com</strong>.br<br />
É um índice importantíssimo para o<br />
futuro do seu filho e do país, mas apenas<br />
15% dos brasileiros sabem o que é<br />
9 VERDADES E 1 MITO SOBRE O IDEB<br />
O Índice de Desenvolvimento da Educação<br />
1 Básica mede a qualidade do ensino público<br />
Revela se os alunos de escola pública estão<br />
2 aprendendo o que precisam na idade certa<br />
3<br />
Indica a qualidade do ensino da escola do seu<br />
filho, do seu município e do seu estado<br />
Toda escola pública tem uma nota de 0 a 10<br />
4 no IDEB. Quanto maior a nota, melhor a<br />
qualidade do ensino na escola<br />
Uma nova nota do IDEB<br />
5 é divulgada a cada dois anos<br />
O ideal seria que toda escola pública tivesse<br />
6 uma nota igual ou superior a 6<br />
O resultado mais recente do IDEB aponta<br />
7 uma média nacional de:<br />
✓ 4,2 para as séries iniciais do ensino fundamental;<br />
✓ 3,8 para as últimas séries do ensino fundamental;<br />
✓ 3,5 para as séries do ensino médio<br />
Houve uma evolução em relação à nota<br />
8 anterior do IDEB, mas não há o que<br />
<strong>com</strong>emorar. A meta é atingir nota 6 de média<br />
em 2022<br />
Toda escola pública possui uma meta individual<br />
9 no IDEB. Cobre dos governantes e diretores<br />
das instituições o cumprimento dessas metas<br />
O MITO<br />
1<br />
Quem tem filhos em escola particular<br />
não precisa saber o que é IDEB<br />
Educação pública<br />
de qualidade é<br />
responsabilidade<br />
de todos.Verifique<br />
o IDEB de sua<br />
cidade de e cobre<br />
os seus governantes<br />
Fernando<br />
Meirelles<br />
Faça <strong>com</strong>o o<br />
cineasta, divulgue<br />
as informações<br />
ao lado<br />
Confira a nota da sua cidade e da escola de seu filho em www.educarparacrescer.<strong>com</strong>.br/ideb<br />
E descubra se a qualidade da Educação da sua região vai bem!<br />
O Brasil só melhora <strong>com</strong> Educação de qualidade<br />
E você tem tudo a ver <strong>com</strong> isso<br />
Realização:<br />
I Relatório Socioambiental 40
a educação no brasil<br />
Sistema de Ensino SER<br />
Unidas as qualidades das Editoras Ática e Scipione <strong>com</strong> o suporte<br />
de informações do Grupo <strong>Abril</strong>, foi criado em 2006 o SER, sistema de<br />
ensino que busca proporcionar aos alunos uma formação inteligente<br />
que vai além da sala de aula e a<strong>com</strong>panhá-los até o Ensino Médio.<br />
Com o apoio dos melhores educadores do país, o projeto desenvolve<br />
materiais didáticos para que os professores montem sua grade<br />
de aulas, além de oferecer uma ampla gama de publicações da Ática<br />
e Scipione, líderes no mercado privado de livros. O conteúdo digital,<br />
pioneiro no mercado, e o projeto gráfico arrojado e moderno, tanto<br />
do site quanto do material apostilado, promovem<br />
a interatividade e a integração de pais, alunos e professores.<br />
Essa infraestrutura permite que os professores organizem seu<br />
programa de ensino <strong>com</strong> grande flexibilidade, apresentem<br />
temas <strong>com</strong> abordagens <strong>com</strong>pletas e proporcionem aos alunos<br />
<strong>com</strong>plementos do aprendizado em sala de aula. No último ano,<br />
a abrangência do projeto cresceu 50% , maior crescimento<br />
de sistemas de ensino do país.<br />
I Relatório Socioambiental 41
a educação no brasil<br />
Revisteca<br />
O projeto Revisteca <strong>Abril</strong> promove a doação de exemplares das<br />
publicações e a formação de espaços de leitura em bibliotecas,<br />
escolas da rede pública de ensino e espaços carentes de leitura.<br />
Idealizado pela Dinap, distribuidora de revistas do Grupo <strong>Abril</strong>, a<br />
iniciativa incentiva o hábito da leitura principalmente em crianças<br />
e jovens das populações de baixa renda.<br />
As bibliotecas e escolas participantes do projeto recebem<br />
trimestralmente, por um ano, cerca de 30 títulos diferentes<br />
entre revistas e coleções lançadas pela <strong>Abril</strong>. Até 2008, quarto<br />
ano do projeto, 244 cidades de todos os estados do país já foram<br />
atendidas, totalizando 437 unidades beneficiadas.<br />
I Relatório Socioambiental 42
a educação no brasil<br />
Desarmamento Infantil<br />
Desde 2001 a <strong>Abril</strong>, por meio de sua distribuidora, Dinap, e em parceria<br />
<strong>com</strong> diversas prefeituras, desenvolve a Campanha de Desarmamento<br />
Infantil, que promove a troca de armas de brinquedos por revistas<br />
infantis por meio das bancas cadastradas e escolas públicas.<br />
Na abertura da campanha são desenvolvidas atividades de lazer<br />
e esportes, teatro e apresentações diversas, promovida pela<br />
administração local e, ao final do evento, todas as armas de brinquedo<br />
arrecadadas são destruídas e enviadas para reciclagem.<br />
I Relatório Socioambiental 43
a educação no brasil > desarmamento infantil<br />
As escolas que apresentam melhor desempenho durante a Campanha<br />
são premiadas e o dinheiro obtido <strong>com</strong> a reciclagem é inteiramente<br />
revertido a instituições carentes do município participante.<br />
Com isso, a Campanha une importantes pontos para<br />
o desenvolvimento social do país ao <strong>com</strong>bater a violência, valorizar<br />
a paz e desenvolver entre o público infantil o hábito da leitura.<br />
Nesses oito anos, 161 cidades de todas as regiões do país já<br />
participaram da campanha, na qual mais de 550 mil armas<br />
de brinquedo foram recolhidas.<br />
I Relatório Socioambiental 44
a educação no brasil<br />
Mãos à Obra<br />
A diretoria de Relações Corporativas do Grupo <strong>Abril</strong> desenvolve<br />
desde 1999 o programa Mãos à Obra. O objetivo do programa é<br />
apoiar, divulgar e enaltecer a realização do trabalho voluntário<br />
por parte dos funcionários da empresa. Através dos meios de<br />
<strong>com</strong>unicação interna da <strong>Abril</strong>, todos os eventos e campanhas das<br />
instituições são divulgados, bem <strong>com</strong>o suas necessidades materiais<br />
e de trabalho voluntário.<br />
I Relatório Socioambiental 45
a educação no brasil<br />
Prêmio Melhores Universidades<br />
A edição especial do Guia do Estudante promove, desde 1988,<br />
o Prêmio Melhores Universidades, que avalia as melhores<br />
instituições de ensino superior do país.<br />
O Prêmio é organizado, atualmente, em 13 áreas, de acordo <strong>com</strong><br />
as características <strong>com</strong>uns a cada profissão, <strong>com</strong>o ambiente de<br />
trabalho e atividades desenvolvidas. Em 2008 foram apresentados<br />
21.367 cursos de 1.900 instituições brasileiras e apontados os 3.024<br />
melhores cursos das 509 melhores escolas.<br />
Depois de identificados, os cursos que obtiveram conceito<br />
excelente, muito bom ou bom concorrem ao Prêmio em diversas<br />
categorias, que variam ano a ano, independente da classificação.<br />
HVJB!EP!FTUVEBOUF!F!CBODP!SFBM<br />
BQSFTFOUBN<br />
Além das categorias destinadas a esses cursos, o Prêmio conta <strong>com</strong><br />
uma categoria aberta à participação de todos os cursos e instituições<br />
de ensino superior do país. A categoria aberta em 2006 foi Inovação<br />
e sustentabilidade e, nos anos seguintes, Sustentabilidade.<br />
PREMIADOS<br />
DO ENSINO SUPERIOR EM<br />
2008<br />
BT!35!NFMIPSFT!JOTUJUVJÎFT!OBT!DBUFHPSJBT;<br />
UJQP!EF!JOTUJUVJÍP!+èSFB!EF!DPOIFDJNFOUP+TVTUFOUBCJMJEBEF<br />
As instituições concorrentes preenchem um questionário no qual<br />
relatam sua mais importante realização para inserir<br />
a sustentabilidade no dia-a-dia de suas atividades, em pelo menos<br />
um dos três aspectos a seguir:<br />
I Relatório Socioambiental 46
GEPM_8889.indd 88<br />
10/3/07 4:15:22 PM<br />
a educação no brasil > Prêmio Melhores Universidades<br />
S U S T E N T A B I L I D A D E<br />
F I N A L I S T A<br />
FINALISTA<br />
PROJETO<br />
Universidade Católica de Pernambuco - Unicap<br />
Implantação do sistema integrado de<br />
destinação final dos resíduos sólidos<br />
do município do Rio Formoso (PE)<br />
Quando o lixo<br />
vira renda<br />
DIVULGAÇÃO<br />
Projeto mostra <strong>com</strong>o é possível reduzir,<br />
reciclar e reaproveitar os resíduos sólidos<br />
88 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2007<br />
S U S T E N T A B I L I D A D E<br />
F I N A L I S T A<br />
FINALISTA Universidade Federal Fluminense (UFF)<br />
PROJETO Desenvolvimento sustentável e gestão<br />
sustentável empresarial: uma contribuição<br />
da academia<br />
82 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008<br />
O projeto melhorou<br />
o padrão de vida<br />
e de saúde da<br />
população e,<br />
ao mesmo tempo,<br />
promoveu inclusão<br />
social, trabalho<br />
e renda.”<br />
Sílvio Ferreira,<br />
coordenador do<br />
projeto da Unicap<br />
Em Itamonte (MG), foram construídas 80 fossas sépticas, cujo fluido final serve de adubo<br />
Ecoeficiência na UFF<br />
A Escola de Engenharia promove mudança<br />
curricular, novo modelo de gestão de recursos e<br />
desenvolve programa de intervenção social<br />
As alterações em direção à<br />
sustentabilidade na Escola<br />
de Engenharia da Universidade<br />
Federal Fluminense<br />
(UFF) <strong>com</strong>eçaram entre<br />
1999 e 2000. O primeiro movimento teve<br />
início no Laboratório de Energia dos Ventos,<br />
do Departamento de Energia Elétrica,<br />
que, a pedido da reitoria, implantou o Programa<br />
de Ecoeficiência na UFF, intervindo<br />
nos prédios da instituição para reduzir o<br />
consumo de energia elétrica e água, <strong>com</strong><br />
projetos desenvolvidos por alunos e professores.<br />
A redução economizou cerca<br />
de R$ 3,5 milhões, segundo as contas da<br />
universidade, e a iniciativa se converteu<br />
em um programa de pesquisa, ensino e<br />
extensão na área de ecoeficiência. Treze<br />
prédios transformaram-se em laboratórios<br />
“vivos” para a área, <strong>com</strong> a implantação<br />
dos novos sistemas sem interromper as<br />
atividades normais.<br />
Dentro do programa, houve a produção<br />
de 128 relatórios técnicos e a concessão<br />
de 50 bolsas para estagiários. Formou-se<br />
uma equipe na área de ecoeficiência e,<br />
entre outras medidas, foram instaladas 6<br />
mil luminárias eficientes (munidas <strong>com</strong><br />
refletores que aumentam a eficácia do<br />
conjunto, exigindo lâmpadas de potência<br />
menor) e interruptores de luz nas salas de<br />
aula – pois, anteriormente, todas as luzes<br />
eram acesas ao mesmo tempo. Além disso,<br />
o prédio da reitoria e o teatro da universidade<br />
receberam cerca de 200 aparelhos<br />
de ar-condicionado <strong>com</strong> tecnologia mais<br />
eficiente. Três laboratórios foram criados,<br />
entre eles o Lablux, o Laboratório de<br />
Luminotécnica, que participa do Programa<br />
Nacional de Conservação da Energia<br />
Há até bem pouco tempo, os moradores<br />
da cidade pernambucana de<br />
Rio Formoso, situada na região da<br />
Zona da Mata, a 90 quilômetros<br />
do Recife, eram obrigados a conviver<br />
<strong>com</strong> uma triste situação: a existência de um<br />
lixão a céu aberto perto de casa, para onde eram<br />
destinados, de forma inadequada, os resíduos produzidos<br />
na cidade. Além de exalar forte odor, atrair<br />
insetos e aumentar o risco de proliferação de doenças,<br />
a instalação poluía o meio ambiente e colocava<br />
em perigo o lençol freático da região. Tudo isso, no<br />
entanto, agora faz parte do passado. Um grupo de<br />
professores e alunos do curso de Engenharia Civil<br />
da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)<br />
elaborou um sistema integrado de destinação final<br />
dos resíduos sólidos produzidos no município. O<br />
projeto ficou pronto em 2005 e transformou radicalmente<br />
a realidade de Rio Formoso.<br />
PRESERVAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO<br />
Com recursos da ordem de 3,3 milhões de reais,<br />
foram construídos, para substituir o lixão, um<br />
aterro sanitário, uma unidade de triagem para<br />
separação dos dejetos (papel, vidro, plástico, metal<br />
etc.), uma usina para reciclagem de plástico e<br />
outra para <strong>com</strong>postagem do lixo orgânico, além<br />
de um centro de educação ambiental. “O projeto<br />
melhorou o padrão de vida e de saúde da população<br />
e, ao mesmo tempo, promoveu inclusão<br />
social, trabalho e renda”, afirma o professor Sílvio<br />
Romero de Melo Ferreira, coordenador do projeto,<br />
que envolveu 11 docentes e 14 alunos da Unicap.<br />
Com a implantação do sistema foram criados 33<br />
empregos diretos <strong>com</strong> renda média líquida de 1,3<br />
salário mínimo por trabalhador.<br />
Um dos pontos-chave do projeto foi a implementação<br />
da coleta seletiva de lixo em Rio Formoso.<br />
Em conjunto <strong>com</strong> a operação da unidade<br />
de triagem e das usinas de reciclagem e <strong>com</strong>postagem,<br />
ela contribuiu para reduzir a quantidade<br />
de resíduos enviada ao aterro sanitário. “Isso<br />
aumenta consideravelmente sua vida útil, estimada<br />
em cerca de 20 anos”, garante o professor<br />
Ferreira. O centro de educação ambiental, por sua<br />
vez, desempenha papel fundamental no processo<br />
de mudança de hábitos e costumes da população<br />
em relação ao lixo do município. Os professores<br />
das redes pública e privada foram capacitados<br />
para desenvolver projetos de coleta seletiva nas<br />
escolas de Rio Formoso.<br />
PARCERIAS VARIADAS<br />
Considerado pelo governo de Pernambuco um<br />
projeto piloto na área de limpeza pública e gestão<br />
de resíduos, o sistema desenvolvido pela Unicap já<br />
levou à formação de um consórcio intermunicipal<br />
envolvendo Rio Formoso e as cidades vizinhas<br />
de Tamandaré e Sirinhaém, que estão se beneficiando<br />
da novidade. Os dois municípios foram<br />
contemplados <strong>com</strong> unidades de triagem de lixo e<br />
<strong>com</strong>partilham o aterro sanitário. A implantação<br />
do sistema só foi possível graças à participação<br />
das três esferas de governo (federal, estadual e<br />
municipal), da organização não-governamental<br />
Avina Group, <strong>com</strong> sede na Suíça, da indústria farmacêutica<br />
Hebron e da Associação Produtiva dos<br />
Assentados do Engenho Serra D’Água.<br />
A unidade de triagem de<br />
resíduos em Rio Formoso pôs<br />
fim ao lixão a céu aberto e<br />
criou empregos<br />
Elétrica (Procel), a fim de promover a racionalização<br />
da produção e do consumo<br />
de energia elétrica no país.<br />
Meio ambiente em foco<br />
A partir do ano 2000, ocorreu uma série<br />
de modificações curriculares em todas as<br />
engenharias <strong>com</strong> o ingresso de parte dos<br />
docentes em um grupo interdisciplinar<br />
dentro da universidade. Chamado Rede<br />
UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />
<strong>Sustentável</strong>, seu objetivo principal é favorecer<br />
a interação dos diversos grupos que<br />
lidam <strong>com</strong> a questão ambiental. Disciplinas<br />
<strong>com</strong>o engenharia verde, engenharia<br />
do meio ambiente, energia alternativa e<br />
gestão ambiental na indústria tornaramse<br />
obrigatórias ou optativas, conforme o<br />
curso. “Nenhum aluno de Engenharia sai<br />
da universidade sem cursar algumas dessas<br />
disciplinas”, diz Gilson Brito Alves Lima,<br />
professor do Departamento de Engenharia<br />
de Produção e coordenador desse projeto.<br />
O interesse científico pelos temas ambientais<br />
dentro das engenharias cresceu. “Hoje,<br />
na Engenharia de Produção, temos pelo<br />
menos dez monografias de final de curso<br />
e dez dissertações de mestrado dentro da<br />
área de meio ambiente. Há dez anos, era<br />
um ou dois”, afirma.<br />
Trabalho na <strong>com</strong>unidade<br />
No campo das intervenções sociais, a<br />
escola desenvolveu, <strong>com</strong> apoio da Petrobras,<br />
o Projeto Alto Aiuruoca <strong>Sustentável</strong><br />
(Paas), de 2004 a 2007, em quatro bairros<br />
da cidade mineira de Itamonte, vizinha ao<br />
Parque Nacional de Itatiaia. Nesse período,<br />
foram construídas 80 fossas sépticas<br />
biodigestoras – cujo fluido final serve de<br />
adubo orgânico – nas casas dos moradores<br />
das <strong>com</strong>unidades, plantadas 15 mil mudas<br />
de árvores dentro do plano de recuperação<br />
de matas e nascentes e oferecidos cursos<br />
à <strong>com</strong>unidade. “Com as aulas de turismo<br />
rural, apicultura e fruticultura orgânica,<br />
fiquei mais seguro no meu trabalho”, conta<br />
o guia de turismo Tadeu José da Fonseca,<br />
de 54 anos, morador do bairro de Serra<br />
Negra, que freqüentou três dos cerca de<br />
dez cursos ministrados pelo programa.<br />
DIVULGAÇÃO/UNICAP<br />
Intervenção social<br />
Projetos conduzidos pela instituição em localidades geográficas<br />
específicas – <strong>com</strong>o <strong>com</strong>unidades, bairros e municípios – <strong>com</strong> o<br />
objetivo de promover a melhoria das condições de vida dessas<br />
populações. As ações devem gerar ou ter gerado benefícios para a<br />
<strong>com</strong>unidade, de forma direta ou indireta, e ser economicamente<br />
viáveis.<br />
Modelo de Gestão<br />
Projetos de mudança do modelo de gestão da instituição,<br />
incorporando as dimensões econômica, social e ambiental de forma<br />
integrada no processo de tomada de decisões. As ações devem<br />
produzir ou ter produzido mudanças no modelo de gestão da<br />
instituição e de sua cultura organizacional.<br />
S U S T E N T A B I L I D A D E<br />
POR UM<br />
CONHECIMENTO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
O grande desafio das universidades é formar profissionais<br />
que façam diferença no mercado sem deixar de cuidar<br />
do meio ambiente e de promover a inclusão social<br />
Para o meio acadêmico, transformar os<br />
jovens em cidadãos focados no desenvolvimento<br />
sustentável não é opção,<br />
mas uma necessidade. Esse é o passo<br />
inicial para que o mercado do país e<br />
do globo absorva pessoas preparadas<br />
para manter a economia mundial preservando<br />
o meio ambiente e prezando a<br />
igualdade social. “Uma das primeiras discussões sobre o vínculo<br />
entre o ensino superior e a sustentabilidade foi feita<br />
há dez anos na Conferência Mundial sobre o Ensino<br />
Superior, da Unesco, que apontou a necessidade de<br />
pensar um futuro viável <strong>com</strong>o uma tendência para o<br />
século 21”, lembra o professor Dom Joaquim Giovani<br />
Mol Guimarães, reitor da Pontifícia Universidade<br />
Católica de Minas Gerais (PUC Minas).<br />
Não há <strong>com</strong>o falar ou introduzir o tema do desenvolvimento<br />
sustentável sem enfatizar que ele só existe<br />
se for levado em consideração o tripé que une aspectos<br />
econômico, ambiental e social. No ponto de vista social, a<br />
instituição deve divulgar seus conhecimentos à <strong>com</strong>unidade e<br />
conscientizá-la da importância do seu papel na produção de bens<br />
de consumo e na preservação do meio ambiente. No econômico,<br />
deve prever um retorno financeiro justo a qualquer tipo de mãode-obra,<br />
para que haja engajamento. E no ambiental, é preciso<br />
pensar em gerar receita sem prejudicar o planeta. “A universidade<br />
precisa incutir nos alunos a visão de interdependência que a sustentabilidade<br />
tem, na qual eles fornecem saberes acadêmicos para<br />
uma <strong>com</strong>unidade e recebem os conhecimentos dela em troca”,<br />
esclarece André Braun, especialista em turismo sustentável e<br />
consultor da Universidade Solidária (Unisol).<br />
Na prática<br />
Se o curso é de humanas ou de exatas, não importa. Todos,<br />
dentro de uma universidade, têm a missão de apontar soluções<br />
sustentáveis em suas áreas de atuação. Isso deve <strong>com</strong>eçar na<br />
sala de aula, <strong>com</strong> disciplinas planejadas exclusivamente para<br />
tratar da sustentabilidade, passar pelas atividades de extensão,<br />
quando os alunos colocam em prática os conhecimentos<br />
adquiridos nos estudos, e continuar na administração da instituição,<br />
no que diz respeito, por exemplo, à reciclagem do lixo<br />
e à utilização de fontes alternativas de energia.<br />
Outro desafio é qualificar os professores para<br />
atender a demanda de projetos sustentáveis que as<br />
universidades pensam em desenvolver. “O desafio<br />
agora é formar o corpo docente para conseguir<br />
colocar a teoria e a prática da sustentabilidade em<br />
todas as áreas”, afirma o reitor da PUC Minas. Essa<br />
é, sem dúvida, uma missão da área de Educação e,<br />
principalmente, das universidades.<br />
Projetos inscritos<br />
Neste ano, novo recorde foi alcançado em relação ao número<br />
de inscrições feitas pelas universidades na categoria<br />
Sustentabilidade desta quarta edição do Prêmio Melhores<br />
Universidades Guia do Estudante e Banco Real. Foram 489<br />
trabalhos de 204 instituições de ensino – no ano anterior<br />
haviam sido 389 de 153 escolas. Neles, o conceito de sustentabilidade<br />
ganhou corpo em três aspectos: nos projetos de<br />
extensão e pesquisa; nas disciplinas ou no próprio projeto<br />
pedagógico dos cursos; e no modelo de gestão. Nas próximas<br />
páginas você conhece os seis projetos finalistas – entre eles o<br />
grande vencedor da categoria – e os demais inscritos.<br />
DIVULGAÇÃO<br />
S U S T E N T A B I L I D A D E<br />
F I N A L I S T A<br />
FINALISTA Centro Universitário São Camilo-ES<br />
PROJETO Programa transdisciplinar para o desenvolvimento<br />
sustentável da <strong>com</strong>unidade quilombola de<br />
Monte Alegre (Programa Passos da Liberdade)<br />
O caxambu, ritual quilombola, faz parte da cultura da <strong>com</strong>unidade de Monte Alegre<br />
Turismo sustentável<br />
em área quilombola<br />
Projeto leva descendentes de escravos para a<br />
universidade e investe no potencial turístico da região<br />
por meio de um circuito étnico-ecológico<br />
A<br />
idéia de conceber um<br />
projeto que beneficiasse<br />
os quilombolas – descendentes<br />
de escravos – da<br />
área rural de Cachoeiro<br />
de Itapemirim, no Espírito Santo, surgiu,<br />
em 2006, da iniciativa de Leonardo Marcelino<br />
Ventura, quilombola que trabalhava<br />
<strong>com</strong> turismo rural e queria aprimorar seus<br />
conhecimentos. “Eu não tinha <strong>com</strong>o pagar<br />
a faculdade e então procurei o Centro<br />
Universitário São Camilo-ES, para ver a<br />
possibilidade de conseguir uma bolsa”,<br />
explica Ventura. O pedido veio ao encontro<br />
de algumas das idéias do professor<br />
Wellington Correia, coordenador do curso<br />
de Turismo. “Como responsável pela<br />
disciplina Turismo e Desenvolvimento<br />
<strong>Sustentável</strong>, eu já buscava estratégias pedagógicas<br />
interdisciplinares para que a turma<br />
pudesse vivenciar a questão da sustentabilidade<br />
na prática”, afirma o professor.<br />
Bolsas de estudo e inclusão<br />
Essa foi a oportunidade que o professor<br />
Correia encontrou para dar início ao<br />
Programa Transdisciplinar para o Desenvolvimento<br />
<strong>Sustentável</strong> da Comunidade<br />
Quilombola de Monte Alegre (Programa<br />
Passos da Liberdade). Depois de dez meses<br />
de negociação, não só Ventura conseguiu a<br />
bolsa, mas outras 23 pessoas da <strong>com</strong>unidade<br />
ganharam a chance de fazer a faculdade<br />
gratuitamente, nos cursos de Turismo,<br />
Pedagogia e Administração. Em 2008,<br />
outras nove pessoas também receberam<br />
o benefício. “O objetivo do programa é melhorar<br />
a qualidade de vida dos quilombolas,<br />
promovendo maior igualdade econômica,<br />
por meio da geração de empregos e renda,<br />
e da inclusão social”, diz Correia. Além da<br />
concessão das bolsas, o projeto prevê a<br />
realização de uma série de atividades na<br />
<strong>com</strong>unidade. Entre as ações que já foram<br />
desenvolvidas está a criação de um plano de<br />
turismo que atraiu mais visitantes à região.<br />
“Criamos trilhas e um roteiro em que os<br />
turistas conhecem as casas, o artesanato,<br />
a gastronomia e os rituais quilombolas,<br />
<strong>com</strong>o o caxambu”, esclarece Ventura. Com<br />
isso, o número de turistas passou de 359,<br />
em 2006, para 1.932 no ano seguinte. A<br />
expectativa é que em 2008 a região receba<br />
2 mil visitantes.<br />
Agentes transformadores<br />
A <strong>com</strong>unidade quilombola de Monte<br />
Alegre – formada por 130 famílias, que<br />
totalizam 560 moradores – também teve<br />
acesso à documentação básica. Além disso,<br />
48 pessoas voltaram a estudar e houve a<br />
inclusão digital de outros 19 moradores.<br />
Ao todo, envolveram-se no programa dez<br />
professores e 70 alunos da graduação de<br />
Turismo, História, Nutrição, Direito, Enfermagem,<br />
Administração e Sistemas de<br />
Informação. Até o final de 2008, segundo o<br />
professor Correia, serão desenvolvidas oficinas<br />
de gastronomia, teatro e dança. O curso<br />
de Biologia realizará pesquisas sobre fauna e<br />
flora na Floresta Nacional de Pacotuba, que<br />
<strong>com</strong>põe parte do território quilombola, e os<br />
alunos bolsistas de Turismo desenvolverão,<br />
junto <strong>com</strong> a <strong>com</strong>unidade, o projeto paisagístico<br />
e a sinalização turística da região.<br />
“Esse programa é uma oportunidade para<br />
os alunos se sentirem, de fato, agentes da<br />
transformação social. Eles têm vivenciado e<br />
se <strong>com</strong>prometido <strong>com</strong> a sustentabilidade da<br />
<strong>com</strong>unidade, respeitando os valores éticos,<br />
morais, históricos, étnicos e ecológicos do<br />
local”, diz o professor.<br />
Para colocar o projeto em prática, o São<br />
Camilo-ES conta <strong>com</strong> 12 parceiros, entre<br />
eles a Prefeitura Municipal de Cachoeiro<br />
de Itapemirim, a Secretaria de Estado do<br />
Turismo e o Ministério do Turismo.<br />
72 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008<br />
76 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008<br />
I Relatório Socioambiental 47
a educação no brasil > Prêmio Melhores Universidades<br />
Currículo acadêmico<br />
Projetos de mudança dos currículos dos cursos oferecidos pela<br />
instituição, que tenham incorporado a sustentabilidade em seus<br />
conteúdos. São considerados os projetos que produziram mudanças<br />
de conteúdo nos currículos de cursos de graduação de forma vertical,<br />
nos cursos existentes, ou horizontal, por meio da integração de<br />
disciplinas de cursos distintos, porém <strong>com</strong>plementares, privilegiando<br />
a visão integrada e sistêmica dos temas da sustentabilidade.<br />
Edição Inscritos Vencedor<br />
2006<br />
173<br />
projetos<br />
Planta piloto de módulos fotovoltaicos<br />
<strong>com</strong> tecnologia nacional/CB-Solar (PUC-RS)<br />
2007<br />
398<br />
projetos<br />
Seja qual for o seu motivo, faça um mundo<br />
<strong>com</strong> mais economia (PUC-RS)<br />
I Relatório Socioambiental 48
Pessoas<br />
que fazem a<br />
diferença<br />
Prêmio ClAudia<br />
A revista CLAUDIA foi criada há 47 anos <strong>com</strong> o ousado objetivo de<br />
ajudar a mulher brasileira a viver melhor, se realizar integralmente,<br />
conquistar seu espaço e ter reconhecido o seu fundamental e<br />
crescente papel na sociedade.<br />
O Prêmio CLAUDIA é parte integrante dessa missão e a cada ano<br />
consulta cerca de 2,5 mil formadores de opinião à procura de<br />
mulheres que, <strong>com</strong> sua inteligência, sensibilidade e imensa dedicação,<br />
conseguem melhorar a vida das pessoas ao seu redor. Na esfera<br />
pública, na iniciativa privada, no mundo das ciências e da cultura ou<br />
fazendo trabalho social, são destacadas mulheres que inspiram a<br />
todos <strong>com</strong> seu otimismo, <strong>com</strong>petência e capacidade de trabalho e<br />
trazem à tona o orgulho de ser brasileiro.<br />
I Relatório Socioambiental 49
Pessoas que fazem a diferença > Prêmio claudia<br />
Em sua 13ª edição, o Prêmio seleciona 15 finalistas, protagonistas<br />
na construção de um Brasil melhor, <strong>com</strong> o objetivo de<br />
homenageá-las pelos seus exemplos inspiradores nas mais<br />
diversas áreas do conhecimento.<br />
Atualmente, são cinco categorias premiadas: ciências, cultura,<br />
negócios, trabalhos sociais e políticas públicas. Em cada uma delas,<br />
três finalistas disputam o troféu, perfazendo um total de quinze<br />
concorrentes. Ao final são eleitas as cinco vencedoras e uma delas<br />
recebe o título de Mulher do Ano.<br />
I Relatório Socioambiental 50
Pessoas que fazem a diferença<br />
Prêmio saúde<br />
O Prêmio, criado pela revista Saúde!, avalia o trabalho dos<br />
profissionais que, dentro de laboratórios, hospitais, salas de aula<br />
e ONGs, atuam na busca pela melhoria das condições de saúde<br />
da população.<br />
Em 2008, na terceira edição do Prêmio, foram inscritos 382 trabalhos<br />
de renomadas instituições do país, avaliados pelo júri <strong>com</strong>posto por<br />
profissionais e autoridades da saúde, além dos leitores, que fizeram<br />
sua escolha no site da revista.<br />
Foram sete categorias que tiveram eleitos e reconhecidos os<br />
melhores trabalhos dentro de cada especialidade: saúde da mulher,<br />
saúde do homem, saúde mental e emocional, saúde da criança,<br />
saúde do coração, saúde e prevenção e saúde da pele.<br />
I Relatório Socioambiental 51
Apoio:<br />
Apoio Institucional:<br />
Construção<br />
e Moradia<br />
Prêmio <strong>Planeta</strong> Casa<br />
!<br />
Para dar mais visibilidade aos projetos arquitetônicos, ações<br />
e produtos que primam por minimizar os impactos no meio<br />
ambiente, a revista Casa Claudia criou, em 2001, o Prêmio <strong>Planeta</strong><br />
Casa. Referência entre arquitetos, a premiação segue critérios<br />
rigorosos que consideram a funcionalidade, o bem-estar<br />
dos funcionários envolvidos, o emprego de material reciclável<br />
e a economia de recursos naturais.<br />
<strong>Planeta</strong><br />
CASA<br />
O<br />
RONALDO FRAGA<br />
estilista e<br />
designer<br />
mineiro une<br />
cultura e<br />
natureza em<br />
seu trabalho<br />
<strong>Planeta</strong><br />
Casa<br />
Naturalmente clara<br />
Com 175 m², o loft assinado por Beto Faria e Jacqueline Rodovalho, vencedor da<br />
Por que usar ar-condicionado e acender luzes du-<br />
e bem ventilada<br />
categoria Projeto Arquitetônico, mostra que é possível unir beleza e sustentabilidade.<br />
PRÊMIO PLANETA CASA 2008<br />
Veja ações, produtos,<br />
projetos e empreendimentos<br />
imobiliários vencedores<br />
rante o dia se é possível conceber o projeto de uma<br />
casa de forma a aproveitar ao máximo a ventilação<br />
e a iluminação naturais Essa é uma das perguntas-chave<br />
do trabalho dos arquitetos Beto Faria e<br />
Jacqueline Rodovalho. “Chamo isso de conforto ambiental,<br />
um aprendizado que persigo desde a época<br />
da faculdade”, diz Faria. Nesta casa, em São Pau-<br />
SALA DE DESCANSO<br />
ECOLÓGICA<br />
O ambiente<br />
traz iluminação<br />
econômica,<br />
tecidos e<br />
tintas naturais<br />
lo, a busca aparece aliada a materiais recicláveis,<br />
<strong>com</strong>o o vidro e o aço – aplicado na estrutura da escada<br />
e do mezanino. Ora certificada, ora de demolição,<br />
a madeira foi empregada <strong>com</strong> consciência e<br />
parcimônia. Do morador, Felipe Jaeger, 22 anos,<br />
veio ainda um pedido especial, desejo antigo. “Sempre<br />
quis ter aquecimento solar para a água”, conta<br />
o jovem, para quem a sustentabilidade não é uma<br />
moda passageira. “Sinto que minha geração sabe<br />
da urgência de poupar o meio ambiente”, afirma.<br />
LOFT RENASCE<br />
DA DEMOLIÇÃO<br />
Esta construção<br />
aproveita tijolos<br />
e madeira de<br />
casas que<br />
havia no terreno<br />
Reportagem Visual ELIANA MEDINA Texto GIULIANA CAPELLO<br />
Fotos JOÃO ÁVILA Ilustrações FABIO FLAKS<br />
19 m<br />
7 m<br />
Acabamentos ecológicos. Aplicado sem tratamento, o piso de madeira<br />
foi recolhido <strong>com</strong> cuidado durante a demolição das construções que ocupavam<br />
o terreno. Tábuas de cumaru certificado pelo FSC revestem os degraus<br />
da escada do mezanino. Portas de vidro de correr (ao fundo) integram a<br />
sala ao terraço e favorecem a ventilação e a entrada de luz natural. Subsolo: 86 m 2 Térreo: 66<br />
Soluções inteligentes. Com estrutura de ferro e ripas de freijó certificado,<br />
os brises protegem da insolação as fachadas leste e oeste, o que<br />
melhora o conforto térmico da casa. Paredes caiadas mantêm o ar interno<br />
mais fresco. Os móveis são de Fernando Jaeger. A área de lazer (ao fundo)<br />
tem muro de pedra e piso permeável, que não retém a água da chuva.<br />
Material reaproveitado. Os tijolos da parede lateral também vieram<br />
da demolição que preparou o terreno para a nova obra. Recuperados, eles<br />
foram deixados aparentes e não receberam nenhum tratamento. “Além de<br />
sustentável, essa opção pela reciclagem dos materiais da antiga construção<br />
ajudou a reduzir o entulho gerado no processo”, afirma Beto Faria.<br />
I Relatório Socioambiental 52
www.casaclaudia.<strong>com</strong>.br<br />
GIULIANA CAPELLO<br />
GUSTAVO OLMOS/DIVULGAÇÃO<br />
construção e moradia > Prêmio planeta casa<br />
CASACLAUDIA - CASACLAUDIA - CCLAUDIA - 37 - 11/01/08 - Composite - CLACRETA - 20/12/07 22:14 - 01_CAD<br />
·<br />
·<br />
PELO MUNDO<br />
NOVOS<br />
HÁBITOS<br />
Quando coordenava uma marcenaria,<br />
na década de 1980, a designer<br />
Bernadete Brandão se sentia responsável<br />
pelo desmatamento. Para buscar formas<br />
de reparar esse dano, ela mergulhou<br />
em práticas ecológicas de design e conquistou<br />
este ano o IF Product Design Award<br />
<strong>com</strong> o sofá Ursa Maior. “Ecodesign é mais<br />
do que aproveitar resíduos:<br />
é trabalhar todo o ciclo do produto”, diz.<br />
Há sete anos, só <strong>com</strong>pro de fornecedores<br />
coerentes <strong>com</strong> a questão ambiental.<br />
Separo o lixo e faço a <strong>com</strong>postagem<br />
dos resíduos orgânicos.<br />
Estocolmo, na Suécia, foi uma das<br />
candidatas à sede das Olimpíadas de 2004 e,<br />
na época, planejou alojamentos verdes. Os<br />
jogos acabaram acontecendo em Atenas, mas<br />
o projeto seguiu e Hammarby se tornou um<br />
bairro <strong>com</strong> 11 mil residências e várias<br />
tecnologias limpas: o lixo orgânico vira biogás,<br />
telhados verdes captam a água da chuva<br />
e a energia solar aquece as casas. Site:<br />
www.hammarbysjostad.se.<br />
Formas brutas<br />
Mangueiras, angicos-ferro e outras árvores tombadas naturalmente<br />
nas redondezas de Cuiabá são recolhidas pela<br />
designer L a r a M a t a n a e t r a n s f o r m a d a s e m v a s o s , b a n c o s ,<br />
pratos e esculturas. As peças chamam a atenção pelo visual<br />
ao mesmo tempo forte e elegante, resultado de um trabalho<br />
cuidadoso em sua marcenaria. Ali, as toras brutas<br />
podem permanecer meses e até anos à espera da dose<br />
certa de inspiração da artista. “Tenho receio de interferir<br />
de maneira errada na madeira. Por isso, tento adivinhar a<br />
vocação de cada uma”, revela. A fruteira da foto custa 440<br />
reais. Tel. (65) 3611-5509. www.laradonatonimatana.<strong>com</strong>.<br />
planetacasa<br />
Protótipos ecológicos<br />
Você imagina <strong>com</strong>o serão os eletrodomésticos em 2020 Essa foi a pergunta<br />
feita pelo Electrolux Design Lab, um concurso que este ano premiou projetos<br />
sustentáveis de estudantes. Uma das vencedoras foi a e-Wash (foto).<br />
A lavadora do húngaro Levente Szab usa nozes no lugar de sabão<br />
convencional. Entre os finalistas, o brasileiro João Schimansky inventou<br />
um chuveiro que consome só 2 litros de água em cinco minutos de banho.<br />
Mais informações: www.electrolux.<strong>com</strong>/designlab.<br />
CASA CLAUDIA Jan’ 2008 37<br />
A maior revista brasileira dedicada ao mercado de arquitetura<br />
concede o prêmio às seguintes categorias: ação social, produtos<br />
(decoração / eletrodomésticos), produtos (materiais de construção),<br />
projeto arquitetônico, design de interiores/mostras de decoração,<br />
projeto de produto desenvolvido por estudantes<br />
e empreendimentos imobiliários.<br />
Desde sua primeira edição, já foram inscritos e avaliados 1.100<br />
trabalhos de empresas, organizações não-governamentais,<br />
arquitetos, engenheiros, designers de interiores, construtoras<br />
e incorporadoras.<br />
Detalhes <strong>com</strong>o<br />
esta rebaixo foram<br />
planetacasa<br />
Disponível<br />
em 14 padrões<br />
de madeira<br />
e oito cores,<br />
o Tamburato<br />
Eucatex é<br />
<strong>com</strong>prado em<br />
chapas de 2,70 m<br />
x 58 cm, que<br />
custam a partir<br />
de 65 reais.<br />
}<br />
Inscrições abertas<br />
PRÊMIO PLANETA CASA 2008<br />
}<br />
Criado em 1999, o Programa<br />
Nacional de Coleta e Destinação<br />
de Pneus Inservíveis já recolheu<br />
mais de 150 milhões<br />
de unidades. Recicladas,<br />
transformadas em <strong>com</strong>bustível<br />
ou misturadas ao asfalto,<br />
780 mil toneladas de borracha<br />
deixaram de ir para os aterros graças<br />
aos 283 pontos de coleta,<br />
que podem ser consultados<br />
em www.reciclanip.<strong>com</strong>.br.<br />
<strong>Planeta</strong><br />
Casa<br />
iluminados por meio<br />
de uma fita adesiva<br />
<strong>com</strong> leds da Osram.<br />
Mais eficientes<br />
e duráveis do que<br />
as lâmpadas <strong>com</strong>uns,<br />
gastam até 80%<br />
menos energia.<br />
Opção que aumenta<br />
a umidade relativa<br />
do ar, a tinta à base<br />
de terra crua<br />
da Primamatéria<br />
é livre de <strong>com</strong>postos<br />
orgânicos voláteis,<br />
prejudiciais à saúde.<br />
Além de oferecer<br />
maior conforto acústico,<br />
a <strong>com</strong>posição especial<br />
do forro de gesso<br />
Cleaneo, da Knauf,<br />
absorve e neutraliza<br />
partículas nocivas<br />
e odores que podem<br />
estar presentes<br />
no ambiente.<br />
O uso consciente da<br />
madeira é um destaque<br />
do projeto: o painel,<br />
o deque e a prateleira<br />
são de lyptus, e a<br />
estante, de Tamburato<br />
Eucatex, ambos<br />
certificados pelo FSC.<br />
Nas banquetas, madeira<br />
de demolição.<br />
3,10 m<br />
CASACLAUDIA - CASACLAUDIA - CCLAUDIA - 48 - 08/08/08 - Composite - CLACRETA - 28/07/08 15:32 - 01_CAD<br />
Economia de madeira<br />
Menos madeira <strong>com</strong> o mesmo visual e desempenho. Essa intenção<br />
guiou a elaboração do Tamburato Eucatex, um dos vencedores da cat<br />
e g o r i a M a t e r i a i s d e C o n s t r u ç ã o d o P r ê m i o P l a n e t a C a s a 2 0 07. O p a i n e l<br />
e str utural te m miolo de papel re ciclado e ex te rior de madeira ce r tificada<br />
pelo FSC, em folhas de apenas 7 mm de espessura. A fix a ç ã o é f e i t a<br />
<strong>com</strong> um adesivo à base de água. “Conseguimos economizar matériaprima<br />
e ainda nos livramos das emanações químicas típicas de outras<br />
colas”, explica Andréa Krause, gerente de marketing da fabricante Eucatex<br />
(SAC 080 0 -17210 0). “Mais do que um incentivo, iniciativas <strong>com</strong>o<br />
o <strong>Planeta</strong> Casa são aliadas na mudança de hábitos do consumidor.”<br />
Coleta seletiva<br />
48 C ASA C LAUDIA Ago ’ 2008<br />
Com cores diferentes para cada<br />
material, os cestos de 14 litros, 24 cm<br />
de diâmetro e 39 cm de altura, têm<br />
tampa do tipo vai-e-vem. Cada um<br />
custa 23 reais na Casa das Lixeiras.<br />
Tel. (11) 2081-4229, São Paulo.<br />
O conjunto de lixeiras plásticas<br />
coloridas de 12 litros de capacidade<br />
sai por 50 reais. Sem tampa, os<br />
modelos de 20 x 15 cm e 40 cm de altura<br />
estão à venda na Papelaria Blitz.<br />
Tel. (11) 4054-2909, São Paulo.<br />
COMO DESCARTAR... BOA NOTÍCIA!<br />
Canetas de todos<br />
os tipos podem, sim,<br />
ser recicladas quando<br />
a carga chega ao fim.<br />
Como em qualquer<br />
outro produto, separe<br />
no lixo os modelos<br />
pelo material – plástico,<br />
metal ou papel. Uma<br />
boa opção é <strong>com</strong>prar<br />
as recarregáveis, que<br />
permitem substituir<br />
apenas o refil de tinta.<br />
Quatro <strong>com</strong>partimentos dividem o<br />
mesmo espaço interno da Recicla Fácil<br />
4 x 1, vencedora do Prêmio <strong>Planeta</strong><br />
Casa 2007. Com 55 x 36 cm e 45 cm<br />
de altura, vale 108 reais na Casa<br />
e Loja. Tel. (11) 3477-3939, São Paulo.<br />
Feita de aço inox <strong>com</strong> tampas de<br />
PVC, a peça da Kaza Metais separa<br />
o lixo reciclável do orgânico. Cada<br />
cesto <strong>com</strong>porta 6 litros. Mede 24 x<br />
27 cm e 24 cm de altura e custa 237<br />
reais. Tel. (11) 3816-3665, São Paulo.<br />
Decoração saudável<br />
Ao criar esta sala de descanso para a mostra Campinas Decor 2008, as arquitetas<br />
Juliana Boer e Maira Del Nero privilegiaram materiais ecológicos e menos nocivos<br />
à saúde e neutralizaram o carbono emitido na montagem <strong>com</strong> o plantio<br />
de árvores. Assim, venceram o Prêmio <strong>Planeta</strong> Casa de Design de Interiores.<br />
Com espessura<br />
de apenas 2 mm, o<br />
revestimento cimentício<br />
Tecnocimento,<br />
da NS Brazil, dispensa<br />
juntas de dilatação<br />
e pode ser aplicado<br />
sobre outros pisos<br />
sem gerar entulho.<br />
Alimentada a gás,<br />
a lareira não produz<br />
fumaça. Foi construída<br />
sobre uma base<br />
feita de placa<br />
cimentícia Fulgê,<br />
da Braston, produzida<br />
em fôrmas que secam<br />
naturalmente sem<br />
o uso de fornos.<br />
Texto<br />
Fotos<br />
Na decoração, apenas<br />
materiais naturais:<br />
almofadas de seda<br />
(O Casulo Feliz) e fibra<br />
de bananeira (Divinas)<br />
e pufe de fios de<br />
bambu (Zizi Maria).<br />
O Biofuton (Lo<strong>com</strong>otiva<br />
Eco Juta) tem recheio<br />
de algodão orgânico.<br />
5,70 m<br />
I Relatório Socioambiental 53
!<br />
construção e moradia<br />
Fórum Nacional da<br />
Sustentabilidade da Construção<br />
A <strong>Abril</strong>, por meio da revista Arquitetura & Construção,<br />
ampliou a qualidade das discussões sobre os rumos<br />
da construção civil no Brasil ao criar, em 2005, o Fórum Nacional<br />
da Sustentabilidade da Construção.<br />
A proposta é proporcionar um espaço democrático e plural que<br />
reúna anualmente os empresários mais atuantes do segmento.<br />
No Fórum são discutidas ações de sustentabilidade social,<br />
econômica e ambiental na área de habitação.<br />
Na edição de 2008, o Fórum abordou desde a questão dos<br />
deslocamentos das moradias para as regiões periféricas das<br />
metrópoles, até as atuais estratégias de <strong>com</strong>ercialização<br />
de imóveis e instrumentos para aferição das demandas.<br />
I Relatório Socioambiental 54
A Cultura<br />
Brasileira<br />
Teatro <strong>Abril</strong><br />
No ano de 2000 a <strong>Abril</strong> iniciou as reformas de um dos mais antigos<br />
teatros de São Paulo, o ex-Teatro Paramount, inaugurado nos anos 20<br />
e que já abrigou históricos festivais de música até ser destruído por<br />
um incêndio em 1969.<br />
Completamente transformada, a sala, que passou a contar <strong>com</strong> 1.533<br />
lugares, foi reprogramada para ser palco de grandes musicais seguindo<br />
os padrões dos principais teatros da Broadway e do West End.<br />
Em apoio à cultura no país e ao movimento de revitalização do centro<br />
da cidade, a <strong>Abril</strong> dá nome ao teatro que hoje recebe importantes<br />
apresentações e espetáculos.<br />
I Relatório Socioambiental 55
a cultura brasileira<br />
Concerto Bons Fluidos<br />
e Estação Bem-Estar<br />
Anualmente, desde 2003, a Revista Bons Fluidos promove<br />
o Concerto Bons FluIdos em prol da cultura e do bem-estar<br />
da população brasileira. O evento reúne artistas da música<br />
popular brasileira e orquestra.<br />
I Relatório Socioambiental 56
a cultura brasileira<br />
Além disso, na Estação Bem-Estar, são oferecidas palestras,<br />
workshops e aulas de ioga aos visitantes do Parque Ibirapuera.<br />
Em 2008, nos três dias de evento, mais de 5 mil pessoas<br />
participaram das 19 palestras, usufruíram do lounge da estação<br />
e prestigiaram o concerto.<br />
I Relatório Socioambiental 57
o jovem<br />
mtv<br />
A MTV foi criada em 1990 e, desde então, tornou-se um importante<br />
veículo de conscientização do jovem brasileiro. Grande parte da<br />
programação da emissora é dedicada a assuntos relacionados à<br />
responsabilidade social e à saúde, além de dias temáticos ligados<br />
a assuntos polêmicos <strong>com</strong>o drogas, abuso sexual, trabalho infantil,<br />
violência, desemprego, poluição, Aids e eleições.<br />
Ao longo do ano, são exibidos programas musicais, produzidos pela<br />
MTV Internacional, <strong>com</strong> o <strong>com</strong>promisso de divulgar temas de ação<br />
global <strong>com</strong>o o Live 8 (<strong>com</strong>bate à fome na África), World Aids Day e os<br />
Staying Alive Concerts (prevenção ao HIV).<br />
Também são produzidas campanhas de conscientização e<br />
mobilização dos jovens sobre temas de responsabilidade social e<br />
sustentabilidade, veiculadas na emissora, revista e site da MTV:<br />
I Relatório Socioambiental 58
o jovem > mtv<br />
Preservar o <strong>Planeta</strong> Começa em Casa: série de minidocumentários<br />
especiais sobre meio ambiente e iniciativas para preservá-lo e<br />
minimizar o impacto do dia-a-dia na natureza.<br />
Pacto MTV: miniprogramas e vinhetas de campanhas sobre os<br />
principais problemas da Infância e da Adolescência no Brasil <strong>com</strong><br />
base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).<br />
Tome conta do Brasil: programa sobre meio ambiente e consumo<br />
sustentável que questiona os jovens nas ruas sobre sua consciência<br />
e atitudes em relação ao tema, além de apresentar exemplos de<br />
cidadania no Brasil e no mundo.<br />
I Relatório Socioambiental 59
o jovem > mtv<br />
MTV Pública: campanhas nos intervalos <strong>com</strong>erciais, boletins na<br />
programação e eventos para a conscientização social dos jovens.<br />
Dossiê MTV: resultado de pesquisa realizada todos os anos que<br />
levanta os hábitos de jovens das classes A e C, de 12 a 30 anos.<br />
Em 2008, um dos principais temas foi meio ambiente e os dados<br />
levantados foram alarmantes: seis entre dez jovens brasileiros não<br />
sabem dizer o que é sustentabilidade.<br />
A percepção desse cenário reforça a responsabilidade da <strong>Abril</strong> e dos<br />
demais grupos de <strong>com</strong>unicação do Brasil em disseminar conteúdos<br />
relevantes para a formação do jovem e conscientização sobre o tema.<br />
I Relatório Socioambiental 60
o jovem<br />
Projeto Mundo Jovem<br />
Em 2008 a <strong>Abril</strong> iniciou o Projeto Mundo Jovem, voltado a um total<br />
de 100 colaboradores dos cargos de Menor Aprendiz, Jovem Cidadão<br />
e Aprendizes do SENAI, e elaborado a partir da análise das demandas<br />
sociais e problemáticas apresentadas pela população jovem, tais<br />
<strong>com</strong>o gravidez precoce, sexualidade, conflitos familiares, carência<br />
financeira e dificuldade de integração à realidade organizacional.<br />
O objetivo do projeto é contribuir para a formação profissional,<br />
social e familiar desse público, por meio de um espaço de discussão<br />
e reflexão de seu papel no contexto organizacional, familiar e pessoal,<br />
por meio de workshops e a<strong>com</strong>panhamento social, de modo<br />
a contribuir para sua formação profissional, social e familiar, para<br />
que possam agir integrados e de maneira atuante na sociedade.<br />
I Relatório Socioambiental 61
1.<br />
Quase metade desta<br />
edição é de reportagens<br />
sobre sustentabilidade.<br />
Este selo identifica<br />
quais são elas.<br />
1. Alessandra Kalko 2. Dulla<br />
2.<br />
o jovem<br />
Edição verde da Superinteressante<br />
[AGORAESCUTA]<br />
Em 2007, ano em que <strong>com</strong>pletou 20 anos, a revista<br />
Superinteressante, desde sempre engajada nas questões<br />
ambientais, decidiu explicitar o seu <strong>com</strong>prometimento <strong>com</strong> o tema<br />
e dedicar sua 247ª edição a uma “Edição Verde”.<br />
SUPER - SUPER - SUPER - 14 - 12/12/08 - Composite - ASAMBUGARO - 28/11/08 23:17 - 01_CAD<br />
Nosso quintal<br />
Quando a <strong>Abril</strong> lançou o projeto <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong>,<br />
em 2007, imaginava que não poderia dar Enquanto a direção da <strong>Abril</strong> se movimentava <strong>com</strong><br />
Mas a parte mais legal da história vem agora.<br />
contribuição melhor ao ambiente do que colocá-lo ações que vinham lá do alto, funcionários faziam<br />
em debate nas revistas da casa. Apresentar diferentes<br />
pontos de vista, mostrar os fatos, produzir fazer para tornar seu trabalho sustentável. Gente<br />
o movimento inverso. E se perguntavam o que<br />
edições <strong>com</strong>o esta SUPER verde, dedicada à sustentabilidade.<br />
E assim permitir a você, leitor, formar percebeu que poderia trocar motoboys por bikeboys<br />
<strong>com</strong>o a Georgia Barcellos, que organiza eventos e<br />
sua opinião, decidir <strong>com</strong>o agir. Era uma aposta no para distribuir convites. Ou o Daniel Fernandes,<br />
efeito multiplicador das boas idéias.<br />
engenheiro na gráfica, que desenvolveu um processo<br />
para reutilizar a água <strong>com</strong> solvente que so-<br />
A tese se mostrou acertada. Tão acertada que<br />
a própria editora foi a primeira a sentir seu impacto.<br />
E o resultado é que 2008 acaba <strong>com</strong>o um ano transportes, levantou suas emissões de CO 2 . Depois,<br />
bra das impressões. Reginaldo Tiossi, do setor de<br />
transformador para a <strong>Abril</strong>, que deu novos e importantes<br />
passos sustentáveis. Talvez você aí de São Paulo <strong>com</strong> uma frota leve movida a gás.<br />
<strong>com</strong>eçou a reduzi-las. Hoje, ele faz entregas em<br />
fora não tenha percebido, mas esta é primeira boa Era tanta gente se mexendo que daí nasceu um<br />
notícia: as mudanças foram motivadas pelo desejo<br />
de mudar, não de fazer propaganda. “O que fa-<br />
pessoas que fazem porque querem, não porque o<br />
grupo, batizado de Agenda Ambiental. Ali estão<br />
zemos, fazemos por convicção”, diz Sidnei Basile, chefe mandou. A idéia da Agenda é trocar idéias.<br />
vice-presidente de Relações Institucionais. Na lista<br />
dessas convicções, está a assinatura do GHG ples, <strong>com</strong>o melhorar a coleta reciclável no prédio<br />
E depois tentar implementá-las. Valem ações sim-<br />
Protocol, documento firmado por corporações que da <strong>Abril</strong>. Ou ousadas, <strong>com</strong>o encontrar um jeito de<br />
se <strong>com</strong>prometem a mapear e reduzir suas emissões embalar as revistas <strong>com</strong> plástico biodegradável.<br />
de gases de efeito estufa. Também está a certificação<br />
de que o papel utilizado pela gráfica vem de pelos corredores desta empresa. Talvez você pos-<br />
É inspirador saber que pessoas assim circulam<br />
florestas sustentáveis. E a inauguração da praça sa fazer o mesmo no seu trabalho, na faculdade.<br />
Victor Civita, que revitalizou uma área paulistana Porque 2009 está logo ali. E tomara que você também<br />
faça dele um ano transformador!<br />
onde antes funcionava um lixão tóxico.<br />
14 | SUPER | DEZEMBRO | 2008<br />
Sérgio Gwercman<br />
Redator-chefe<br />
sgwercman@abril.<strong>com</strong>.br<br />
A principal ferramenta para impactar seus leitores foi a troca<br />
da tradicional moldura vermelha da capa por uma moldura verde.<br />
Segundo Sérgio Gwercman, redator-chefe da Superinteressante,<br />
o objetivo da edição “é fazer barulho mesmo. (...) Queremos ampliar<br />
o número de pessoas atingidas por esta mensagem.”.<br />
ENFIM!<br />
UM CARRO ELÉTRICO QUE<br />
PRESTA. E ELE CORRE<br />
MAIS QUE UMA FERRARI.<br />
TRAUMAS DE<br />
GUERRA<br />
Eles foram treinados para<br />
matar. Agora sofrem<br />
para continuar vivendo.<br />
E d i ç ã o 2 4 7 - 1 5 d e z / 2 0 0 7<br />
R$ 9,95<br />
Edição 260 - 12 dez / 2008<br />
R$ 9,95<br />
SUPER - SUPER - SUPER - 1 - 14/12/07 - Composite - MSANO - 04/12/07 15:58 - CAPA<br />
QUEM GANHA COM O<br />
AQUECIMENTO<br />
GLOBAL<br />
P. 66<br />
A LUTA<br />
PELA POSSE DO<br />
ARTICO<br />
´<br />
P. 25<br />
ONDE ANDA O LADO<br />
ECOLOGICO ´<br />
DE GABEIRA<br />
P. 21<br />
SEJA VERDE<br />
SEM SER<br />
CHATO<br />
P. 58<br />
UMA VIAGEM<br />
AO FUNDO DO<br />
MAR<br />
P. 34<br />
SUPER - SUPER - SUPER - 1 - 12/12/08 - Composite - ASAMBUGARO - 28/11/08 21:37 - CAPA<br />
CIDADES E SE NÃO ARQUEOLOGIA POR QUE A O QUE FAZER COM<br />
A ` PROVA DE EXISTISSE NUMA LATA METEOROLOGIA A POLUIÇAO ˜<br />
DESASTRES MONOGAMIA DE LIXO ERRA TANTO ESPACIAL<br />
P. 68 P. 56 P. 74<br />
P. 48<br />
P. 34<br />
2007 2008<br />
I Relatório Socioambiental 62
CAPA_MATERIAS.indd Sec1:6-Sec1:7 04.12.07 13:11:11<br />
CAPA_MATERIAS.indd Sec1:4-Sec1:5 04.12.07 13:10:56<br />
o jovem > Edição verde da Superinteressante<br />
As tecnologias limpas vão gerar dinheiro de<br />
uma maneira que fará o boom do Vale do Silício<br />
dos anos 90 parecer brincadeira de criança.<br />
Além da moldura, <strong>com</strong>o ferramenta de impacto, a manchete também<br />
teve a mesma função: “A última chance de salvar a Terra”.<br />
A convocação para o engajamento na causa de “salvar a Terra”<br />
era a mensagem principal da Super a seus leitores.<br />
muita energia para a transformação da planta em<br />
álcool. Pior ainda é a situação do milho, bastante<br />
utilizado para obtenção de etanol nos EUA, que,<br />
de acordo <strong>com</strong> algumas pesquisas, consome mais<br />
energia para ser produzido do que é capaz de gerar.<br />
Além disso, o milho também é utilizado <strong>com</strong>o <strong>com</strong>ida,<br />
e seu emprego <strong>com</strong>o <strong>com</strong>bustível fez o preço<br />
de alguns produtos alimentícios dobrar no último<br />
ano no mercado americano, atual maior produtor<br />
e consumidor do cereal.<br />
A solução, então, poderia estar na obtenção de<br />
álcool a partir da quebra da molécula de celulose,<br />
presente em todas as plantas. Enzimas ou bactérias<br />
geneticamente modificadas podem dar conta de<br />
processar a celulose e transformar o açúcar obtido<br />
em energia, <strong>com</strong> uma eficiência 84% maior que o<br />
álcool de cana. Lee Lynd, professor da Universidade<br />
de Dartmouth e um dos pioneiros nesse tipo de<br />
pesquisa, disse à revista Wired que “em 5 anos todas<br />
as questões que dificultam a conversão de biomassa<br />
de celulose em etanol serão resolvidas”, desde que<br />
o dinheiro seja investido em pesquisas. Em vez da<br />
cana-de-açúcar ou do milho, a matéria-prima seria<br />
a switchgrass, uma gramínea muito <strong>com</strong>um nos EUA<br />
que pode ser plantada até em terrenos rochosos, e<br />
em praticamente qualquer clima. De olho no futuro,<br />
a British Petroleum (BP), uma das bilionárias<br />
empresas européias exploradoras de petróleo, doou<br />
US$ 500 milhões a um programa de pesquisa sobre<br />
álcool vindo de celulose.<br />
A força do vento e do sol<br />
Há pelo menos 20 anos a energia solar é chamada<br />
de energia do futuro. O problema é que no processo<br />
utilizado até agora – em que células semicondutoras<br />
de silício absorvem parte da luz solar – há pouco<br />
aproveitamento de energia de fato, e ela funciona<br />
melhor quando usada imediatamente (<strong>com</strong>o em<br />
uma calculadora movida a luz solar, por exemplo).<br />
Por enquanto, a energia solar se mostrou inviável<br />
para produção em larga escala. As células são espessas,<br />
caras e ocupam muito espaço – além de só<br />
gerar eletricidade durante o dia.<br />
Cientistas da Universidade do Novo México<br />
(EUA) estão usando nanotecnologia para criar<br />
uma espécie de filme que têm células captadoras<br />
de energia solar que são tão finas que podem ser<br />
aplicadas <strong>com</strong>o tinta, reduzindo o espaço necessário<br />
para implantação de um sistema assim. Outra<br />
tentativa, que fica pronta em 2013, é a de usinas<br />
solares na Espanha. Serão utilizados 624 espelhos<br />
para refletir a energia solar e aquecer água. O sistema<br />
funciona <strong>com</strong>o uma termoelétrica <strong>com</strong>um: o<br />
vapor da água quente movimenta as turbinas, que<br />
geram eletricidade. O sistema abastecerá as 180<br />
mil casas de Sevilha e será projetado para atender<br />
outras cidades européias.<br />
14%<br />
TRANSPORTE<br />
O desafio agora<br />
é fazer veículos<br />
que andem mais<br />
<strong>com</strong> menos<br />
<strong>com</strong>bustível. A<br />
União Européia<br />
estabeleceu que<br />
todos os carros<br />
<strong>com</strong>prados<br />
no continente<br />
têm de fazer no<br />
mínimo 18 km/l<br />
a partir de 2012.<br />
O governo dos<br />
EUA já oferece<br />
dinheiro a<br />
quem <strong>com</strong>prar<br />
carros híbridos<br />
(que funcionam<br />
a gasolina e<br />
eletricidade<br />
e consomem<br />
menos).<br />
AGRICULTURA<br />
A ONU estima<br />
que 30% da terra<br />
habitável no<br />
mundo é usada<br />
para a pecuária. O<br />
grande problema<br />
é que os bovinos<br />
soltam de 300<br />
a 500 litros de<br />
metano por<br />
dia. Cientistas<br />
do Reino Unido<br />
estudam novas<br />
substâncias para<br />
a alimentação<br />
das ovelhas que<br />
podem diminuir<br />
em até 70% suas<br />
emissões de<br />
metano.<br />
A energia eólica parece tão atraente quanto a<br />
solar. Afinal, vento para movimentar as turbinas é<br />
algo que não falta. Mas o seu potencial é bem maior<br />
para grande escala (cidades, por exemplo) do que<br />
a solar. Nos últimos anos, alguns países europeus<br />
<strong>com</strong>eçaram a investir mais pesado na tecnologia e<br />
construir imensos <strong>com</strong>plexos. A Alemanha já gera<br />
30 GW de energia <strong>com</strong> suas turbinas, mais que o<br />
dobro da capacidade de Itaipu, ainda a maior hidrelétrica<br />
do mundo. O problema da eólica Algumas<br />
horas venta muito, outras nada. O desafio está em<br />
armazenar o excesso de energia.<br />
Enquanto as fontes de energia 100% limpas não<br />
são adotadas, uma boa idéia é renovar as velhas usinas.<br />
As termoelétricas de carvão, que são as maiores<br />
responsáveis pela poluição do setor energético,<br />
podem ser reformuladas. Dois novos sistemas estão<br />
em teste: um que transforma o carvão em uma espécie<br />
de gás – diminuindo a fumaça no processo – e<br />
outro que basicamente posiciona as chaminés voltadas<br />
para depósitos de água subterrâneos, fazendo<br />
<strong>com</strong> que a poluição não vá para a atmosfera.<br />
As usinas nucleares, que por quase 20 anos foram<br />
demonizadas pelos ambientalistas, <strong>com</strong>eçaram<br />
a ser novamente vistas <strong>com</strong> bons olhos pelos<br />
governos – basicamente porque conseguem gerar<br />
muita energia em um espaço pequeno e sem produzir<br />
nenhum gás do efeito estufa. A questão da<br />
segurança avançou bastante – é improvável hoje<br />
que aconteçam acidentes <strong>com</strong>o o que atingiu a<br />
cidade ucraniana de Chernobyl, em 1987 –, mas<br />
o maior problema ainda é o que fazer <strong>com</strong> o lixo<br />
atômico, altamente radioativo. Há alternativas: o<br />
Japão já recicla o urânio utilizado <strong>com</strong> cada vez<br />
mais eficiência. O Brasil, que gera mais de 70%<br />
da sua energia a partir de hidrelétricas, uma fonte<br />
um tanto limpa em <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> as demais,<br />
também pode melhorar neste campo. Um estudo<br />
da USP mostra que a troca de turbinas nas usinas<br />
<strong>com</strong> mais de 20 anos pode aumentar a geração de<br />
energia em 8%, evitando assim a necessidade de<br />
construção de novas plantas.<br />
É possível que, <strong>com</strong> tanto dinheiro sendo investido<br />
e a necessidade de geração limpa de energia,<br />
uma tecnologia de fato inovadora venha à tona e<br />
mude os paradigmas. Baterias de hidrogênio para<br />
armazenar energia estão cada vez mais próximas<br />
da realidade dos dias de hoje.<br />
Do Japão vem mais um experimento: lá já se utiliza<br />
a diferença de temperatura das águas do o ceano<br />
para movimentar turbinas. Funciona mais ou menos<br />
assim: a água quente da superfície é puxada<br />
para uma câmara de alta pressão, de onde se tira<br />
vapor. Do outro lado, circuitos puxam a água quase<br />
congelada do fundo. O encontro das duas águas faz<br />
o vapor se condensar rapidamente, movimentando<br />
turbinas que geram eletricidade.<br />
Para dar continuidade à ação, em 2008, a Superinteressante<br />
12,5%<br />
publicou a 2ª edição verde, no mesmo modelo da revista do ano<br />
anterior: moldura verde e manchete impactante – “O fim dos Oceanos”.<br />
Para 2009 fica a sugestão de continuar a<strong>com</strong>panhando todos<br />
os passos da Superinteressante nas questões ambientais.<br />
Não é que você vai deixar de andar de carro.<br />
É que daqui a alguns anos ele vai rodar <strong>com</strong><br />
álcool feito de uma planta ou a eletricidade.<br />
Q<br />
uem nunca ouviu falar em aquecimento<br />
global provavelmente não mora nesta<br />
galáxia. O tema vem rendendo os mais<br />
acalorados debates do momento (literalmente).<br />
Ok, o mundo está mais quente,<br />
isso é incontestável. Apesar de você não agüentar<br />
mais ouvir falar que em pouco tempo sua vida ficará<br />
cada dia mais infernal, diga a verdade: você diminuiu<br />
o tempo do seu banho por causa do consumo<br />
de eletricidade Trocou o carro pela bicicleta para<br />
reduzir a poluição Parou de <strong>com</strong>prar produtos de<br />
empresas vinculadas ao desmatamento Doou dinheiro<br />
a alguma sociedade de proteção à natureza<br />
e aos animais Parou de <strong>com</strong>er carne<br />
É bem possível que você não tenha adotado nenhuma<br />
dessas medidas na vida prática. E ainda assim<br />
deseje <strong>com</strong> ardor que a Terra tenha salvação. Se<br />
o mundo está entrando em colapso, <strong>com</strong>o afirmam<br />
vários dos cientistas mais alarmistas, então por que<br />
você não faz a sua parte E será que, mesmo se não<br />
mudarmos os hábitos dramaticamente, o planeta<br />
tem salvação Sim, até tem. É o que você vai descobrir<br />
a partir de agora.<br />
A solução<br />
A tese vem de Ted Nordhaus e Michael Schellenberger,<br />
chamados pós-ambientalistas americanos. Os<br />
dois sacudiram o mundo dos ecologistas em outubro<br />
passado <strong>com</strong> o livro Break Through: From the Death<br />
of Environmentalism to the Politics of Possibility<br />
(“Break Through: Da Morte do Ambientalismo para<br />
a Política da Possibilidade”, sem edição em português).<br />
Em outras palavras, não é que você vai deixar<br />
de andar de carro. É que daqui a alguns anos ele<br />
vai ou rodar <strong>com</strong> álcool produzido a partir de uma<br />
planta qualquer (de maneira mais eficiente que a<br />
cana-de-açúcar) ou a eletricidade. E essa eletricidade<br />
não virá das poluentes usinas de carvão e petróleo,<br />
que são responsáveis por 25% das emissões<br />
de CO 2 do mundo, mas, sim, de usinas que captam<br />
a energia solar, eólica ou de hidrogênio.<br />
A nova receita para salvar o mundo, dizem Nordhaus<br />
e Schellenberger, é investir <strong>com</strong> vontade<br />
em novas tecnologias. Algumas foram inventadas,<br />
mas precisam de ajustes para ser economicamente<br />
atraentes. Já outros desafios para diminuir o impacto<br />
negativo do homem no ambiente demandam<br />
pequenas revoluções tecnológicas. De uma forma<br />
ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter<br />
grandes avanços no curto espaço de tempo que temos.<br />
Nordhaus e Schellenberger acham que os EUA,<br />
<strong>com</strong>o maiores poluidores histórico, devem dar o<br />
exemplo e até orçam o investimento: US$ 300 bilhões<br />
em apoio a pesquisas, nos próximos 10 anos.<br />
Seria o equivalente em valores a um novo projeto<br />
Apollo, iniciativa americana que colocou o homem<br />
na Lua em apenas 8 anos e teve <strong>com</strong>o subprodutos<br />
A PRÓXIMA SETORES<br />
QUE MAIS LANÇAM<br />
FRONTEIRA<br />
GASES<br />
Conhecemos melhor o solo<br />
DO EFEITO<br />
da Lua do que o fundo do<br />
mar, dizem os ecologistas. ESTUFA<br />
Nossa última fronteira<br />
são as águas profundas:<br />
entre 200 e 7 mil metros<br />
submarinos. 21,3%<br />
GERAÇÃO DE<br />
Elas são 90% do volume<br />
ENERGIA<br />
dos oceanos e podem<br />
É o principal<br />
abrigar até 100 poluente milhões porque,<br />
de espécies – mais segundo o que IPCC,<br />
em todo o resto 40% do da planeta.<br />
energia<br />
elétrica do mundo<br />
é gerada a partir<br />
A essa profundidade,<br />
da queima de<br />
não há luz para carvão. sustentar A China,<br />
o fitoplâncton. por exemplo,<br />
consome pouco<br />
Portanto, só animais<br />
mais de 1 bilhão<br />
e bactérias circulam.<br />
de toneladas de<br />
carvão por ano,<br />
Até os 1 000 metros ou seja: ainda 37% do<br />
consumo mundial.<br />
há um lusco-fusco. Abaixo<br />
disso, a escuridão é<br />
total. Faz frio, de até 3 o C.<br />
16,8%<br />
PROCESSOS<br />
INDUSTRIAIS<br />
Segundo a<br />
Federação das<br />
Indústrias do<br />
Estado de São<br />
Paulo (Fiesp),<br />
a indústria<br />
desperdiça<br />
24% de toda a<br />
energia gerada<br />
só no estado<br />
de São Paulo.<br />
Isso se deve aos<br />
motores antigos<br />
e máquinas<br />
construídas<br />
quando não havia<br />
a preocupação<br />
<strong>com</strong> eficiência<br />
energética.<br />
O mar não está para peixe<br />
A pesca indiscriminada fez sumir 90% dos<br />
peixes grandes e mudou a dieta humana.<br />
O atum-azul não é um peixe qualquer. É o peixe.<br />
Primeiro, porque ele tem sangue quente, o<br />
que lhe permite cruzar os mares do Ártico aos<br />
trópicos. Sua arrancada ao caçar ou fugir é mais<br />
potente que a de um Porsche. Um atum-azul pode<br />
pesar o mesmo que um cavalo (500 quilos)<br />
e render 10 mil cortes do sashimi mais suculento<br />
e caro do mundo. É por isso que, enquanto<br />
Esses cardumes avanços deles tecnológicos nadam pontuais pelo Mediterrâneo, são louvá-<br />
superpesqueiros<br />
rondam à sua caça, <strong>com</strong> a ajuda<br />
de sonares e de aviões localizadores. O navio<br />
que chegar primeiro e fechar a rede de cerco<br />
em volta dos bichos leva o prêmio. E leva para<br />
o Japão, país que captura 25% dos atuns-azuis<br />
dos oceanos. No maior mercadão de peixes do<br />
planeta, o Tsukiji, em Tóquio, um desses peixes<br />
é leiloado por até US$ 25 mil. Os que são pescados<br />
pequenos ficam enjaulados em fazendas<br />
de engorda nas costas de países <strong>com</strong>o Espanha,<br />
Itália e Turquia. Passam meses sendo alimentados<br />
<strong>com</strong> peixes gordurosos e depois são abatidos<br />
a tiros – isso mesmo, a tiros. Então seguem seu<br />
caminho rumo ao desaparecimento e às mesas<br />
tecnologias que usamos até hoje. Os outros países<br />
deveriam fazer o mesmo. Não que o investimento<br />
privado em pesquisa deva ser descartado. Várias<br />
empresas estão fazendo sua parte, especialmente<br />
agora que a mudança para um <strong>com</strong>portamento sustentável<br />
não só é bom para publicidade mas pode<br />
reduzir custos. Uma gigante do ramo de higiene<br />
pessoal mudou o formato das embalagens de um<br />
xampu, economizando o equivalente a 15 milhões<br />
de recipientes por ano; várias empresas de coleta de<br />
lixo do mundo estão não só reciclando <strong>com</strong>o também<br />
transformando os dejetos orgânicos em <strong>com</strong>bustível<br />
por meio de miniusinas; shoppings estão<br />
trocando seus vasos sanitários por novos modelos<br />
que consomem 6 litros de água por descarga (cerca<br />
de 5 vezes menos que os modelos domésticos).<br />
veis, mas para o rumo do planeta mudar é preciso<br />
fazer investimentos mais ambiciosos. Mesmo que o<br />
governo não se mexa e despeje os bilhões de dólares<br />
em pesquisas <strong>com</strong>o querem os pós-ambientalistas,<br />
já há centenas de pessoas trabalhando nisso. Empresários<br />
do setor de tecnologia, <strong>com</strong>o os donos<br />
do Google, Sergey Brin e Larry Page, além de Bill<br />
Gates e Paul Allen, já estão investindo um bom dinheiro<br />
em projetos <strong>com</strong>o a produção de etanol, por<br />
exemplo. Vontade de ajudar Não exatamente. É só<br />
perceber que as grandes cifras estão sendo colocadas<br />
em pesquisas do setor energético – responsável<br />
por 34% das emissões de gases do efeito estufa (veja<br />
quadro ao lado): “As oportunidades econômicas nas<br />
tecnologias limpas e a ‘energia verde’ prosperarão<br />
e gerarão dinheiro de uma maneira que fará <strong>com</strong><br />
que o boom do Vale do Silício dos anos 90 pareça<br />
brincadeira de criança”, afirma Ira Flatow, autor<br />
do livro Present at the Future (“Presente no Futuro”,<br />
sem edição em português).<br />
Energia: o desafio<br />
das novas tecnologias<br />
Como é a parte da economia que mais causa impacto<br />
ambiental e ao mesmo tempo gera dinheiro, não<br />
é de estranhar que os grandes avanços tecnológicos<br />
verdes <strong>com</strong>ecem a sair da geração de energia.<br />
Em primeiro lugar, vamos aos <strong>com</strong>bustíveis. Com<br />
a esperada míngua das reservas de petróleo, parece<br />
que o álcool <strong>com</strong>bustível (etanol) veio para ficar.<br />
Um motor a álcool chega a emitir menos da metade<br />
(56%) de poluentes na atmosfera em <strong>com</strong>paração<br />
<strong>com</strong> um a gasolina. O Brasil, onde 98% dos<br />
carros fabricados hoje são flex (que aceitam álcool<br />
ou gasolina), é visto lá fora <strong>com</strong>o exemplo de modelo<br />
sustentável. Por outro lado, vários analistas<br />
concordam que, se o etanol é um dos <strong>com</strong>bustíveis<br />
do futuro, dificilmente a cana-de-açúcar, usada no<br />
Brasil, será a fonte definitiva para sua obtenção –<br />
são necessárias largas áreas para o cultivo, além de<br />
*Outros efeitos <strong>com</strong> valores menores de 1%, que somam as emissões de metano, gás carbônico e óxido nitroso. Fonte: Instituto Max Planck (Alemanha).<br />
dos aficionados por sushis. (Um detalhe para<br />
você se tranqüilizar um pouco: o atum que <strong>com</strong>emos<br />
no Brasil não é dessa espécie.)<br />
A saga do atum-azul <strong>com</strong>eçou na década de<br />
1990, depois que a flotilha japonesa reduziu os<br />
estoques do Pacífico a 6% da população original.<br />
Em 10 anos de pesca no Mediterrâneo, já o<br />
levamos ao risco de extinção. Como pudemos<br />
ser tão eficientes em dizimá-lo Basicamente,<br />
lançamos mais de 1 500 navios pesqueiros high<br />
tech ao mar, sacamos dali 3 vezes mais atuns do<br />
que o limite para que a espécie se re<strong>com</strong>ponha<br />
e turbinamos tudo isso <strong>com</strong> subsídios da União<br />
Européia. Empresas gigantes do setor, da Espanha,<br />
da França e do Japão, dividem um mercado<br />
que movimenta US$ 400 milhões ao ano. Na<br />
Itália, até a máfia se meteu na caça ao atum.<br />
Ela ajuda a colocar aviões localizadores clandestinos<br />
nos ares da Líbia e da Argélia em junho,<br />
quando a pesca está proibida para dar alguma<br />
chance às fêmeas em período reprodutivo.<br />
A má notícia é que a trajetória do atum não<br />
é única. Já estamos repetindo essa lógica há<br />
mais de um século nos oceanos, e <strong>com</strong> muito<br />
mais tecnologia nos últimos 50 anos. Em Grand<br />
Banks, a leste do Canadá, reduzimos o bacalhau<br />
do tipo cod a 1% da população original. O blue<br />
skate, uma arraia que figura no fish’n’chips, prato<br />
típico inglês, sumiu do mar do Norte. O alabote<br />
do Atlântico entrou em colapso ainda no século<br />
19. E do esturjão do mar Cáspio – cujas ovas são<br />
o caríssimo caviar – só sobraram 10%. Nossa indústria<br />
hoje, quando entra em uma nova área de<br />
exploração, tem bala para arrasar uma espécie<br />
<strong>com</strong>ercial em 10 ou 15 anos. Nesse ritmo, podemos<br />
chegar ao colapso de todas as áreas de<br />
pesca do planeta em 2048 (hoje, já inutilizamos<br />
ou pescamos além do sustentável em 76% dessas<br />
regiões – no Brasil, sobe para 80%, segundo<br />
relatório recente do Greenpeace).<br />
Essas projeções são parte dos estudos estatísticos<br />
de uma década de Boris Worm, professor<br />
de conservação marinha da Universidade<br />
de Dalhousie, no Canadá. Junto <strong>com</strong> outros<br />
cientistas, ele estimou que, das populações de<br />
grandes peixes que nadavam em nossos mares<br />
em 1900, podem ter sobrado só 10%. O pesquisador<br />
Callum Roberts, da Universidade de<br />
York, na Inglaterra, autor do livro The Unnatural<br />
History of the Sea (“A História Não Natural do<br />
Mar”, sem edição em português), alerta para<br />
outro problema grave: estima-se que um quarto<br />
a um terço de criaturas marinhas seja capturado<br />
acidentalmente a cada pesca de arrasto e jogado<br />
de volta ao mar, já morto ou morrendo. A ONU<br />
vem tentando, sem sucesso, tornar o arrasto ilegal<br />
em alto-mar. “O arrasto é um meio muito<br />
rentável de pegar peixes, camarões, lagostas.<br />
Duvido que ele vá acabar”, diz Worm.<br />
O que também não deve acabar é outra burrada<br />
na gestão de nossos recursos marítimos,<br />
a pesca fantasma. Quando uma rede é perdida<br />
no mar, ela continua pescando sozinha, só que<br />
para ninguém <strong>com</strong>er. Vai afundando e carregando<br />
peixes e crustáceos, até ficar cheia e aterrissar<br />
no fundo. “Alguns jogam bolas de redes<br />
velhas ao mar para atrair atuns e não recolhem<br />
de volta”, diz o cientista Charles Moore, criador<br />
da Fundação Algalita de Pesquisa Marinha,<br />
instituto californiano que se dedica a medir os<br />
impactos do lixo plástico nos oceanos. “As redes<br />
fantasmas matam 100 mil mamíferos marinhos<br />
por ano só no Pacífico Norte”, afirma Moore.<br />
Se desgraça pouca é bobagem, o que podemos<br />
esperar de impactos no dia-a-dia No mínimo,<br />
uma mudança de dieta. Você já <strong>com</strong>eu<br />
água-viva Bem, talvez daqui a 50 anos você<br />
se acostume <strong>com</strong> a idéia. No passado, os oceanos<br />
eram dominados por batalhões de tubarões,<br />
bacalhaus e peixes-espada – predadores que <strong>com</strong>iam<br />
peixes menores e que estão sendo dizima-<br />
60%<br />
da população<br />
mundial vive a até<br />
60 km da costa,<br />
a região mais<br />
impactada<br />
pela ação humana.<br />
80%<br />
do turismo<br />
mundial acontece<br />
no litoral. Praias<br />
e corais são<br />
as atrações mais<br />
procuradas.<br />
As tartarugas<br />
<strong>com</strong>em peixes<br />
misturados <strong>com</strong> lixo.<br />
I Relatório Socioambiental 63
Mata<br />
Atlântica<br />
Clickarvore<br />
Em parceria <strong>com</strong> a ONG SOS Mata Atlântica e o Instituto Ambiental<br />
Vidágua, a <strong>Abril</strong> criou o Clickarvore, relevante projeto ambiental do<br />
país. Desde 2000, o projeto possibilita, de maneira inovadora, que<br />
todo brasileiro “plante” diariamente uma árvore nativa da Mata<br />
Atlântica via internet.<br />
No site www.clickarvore.<strong>com</strong>.br, cada click corresponde ao plantio<br />
de uma árvore, custeado por empresas patrocinadoras e pela<br />
própria sociedade civil. O internauta também pode a<strong>com</strong>panhar<br />
o andamento do processo de recuperação das áreas degradadas.<br />
São monitorados no site o número de mudas plantadas, metros<br />
quadrados reflorestados e a localização do plantio.<br />
Até 2008, já haviam sido doadas mais de 13 milhões de árvores de<br />
80 espécies nativas diferentes. Essas mudas foram plantadas em 311<br />
municípios participantes de 10 estados do país, totalizando uma área<br />
de 7.496,6 hectares recuperados.<br />
A iniciativa, além de estimular o reflorestamento da Mata Atlântica,<br />
gera empregos em viveiros florestais e propriedades rurais durante<br />
o plantio, além de promover a educação ambiental e capacitação de<br />
técnicos, agentes <strong>com</strong>unitários e professores sobre técnicas<br />
de reflorestamento.<br />
I Relatório Socioambiental 64
A evolução<br />
do nosso<br />
modo de vida<br />
O Brasil que queremos ser<br />
A inserção da sustentabilidade na cultura das entidades civis e dos<br />
grupos empresariais, <strong>com</strong>o a <strong>Abril</strong>, estimula a conscientização da<br />
sociedade e impulsiona mudanças na legislação e na política do país.<br />
Visando criar um espaço para discussão sobre <strong>com</strong>o é possível<br />
atender às demandas socioambientais brasileiras nos próximos<br />
anos, a revista Veja sintetizou na <strong>com</strong>emoração de seu aniversário<br />
de 40 anos, em setembro de 2008, as expectativas de milhares<br />
de brasileiros em relação ao futuro do país levantadas no seminário<br />
“O Brasil que queremos ser”. No evento, foram debatidos entre<br />
a população, importantes especialistas e principais lideranças<br />
políticas nacionais, seis grandes temas que fazem parte da<br />
realidade brasileira - meio ambiente, educação, economia, imprensa,<br />
democracia, raça e pobreza e megacidades – e, dentre eles, foram<br />
elencadas 40 propostas para um país melhor.<br />
Além disso, <strong>com</strong>o extensão do seminário, foi realizado um<br />
road-show de debates em universidades de todo o Brasil,<br />
selecionadas pela sua representatividade regional e qualidade<br />
de excelência do ensino e pesquisa. O objetivo é dar aos alunos<br />
e professores a oportunidade de discutirem ações e possibilidades<br />
para mudar a realidade do Brasil.<br />
I Relatório Socioambiental 65
A evolução do nosso modo de vida<br />
Guia Exame de sustentabilidade<br />
EXAME - EXAME - EEXA2 - 7 - 05/11/08 - Composite - RGODEGUEZ - 23/10/08 00:26 - 01_CAD<br />
Outubro/2008 | R$ 19,90 | www.exame.<strong>com</strong>.br<br />
Marketing<br />
Pesquisa exclusiva revela que os consumidores<br />
não querem pagar mais por produtos verdes<br />
Agronegócio<br />
Uma nova geração de empresários<br />
mostra que é possível crescer no campo sem<br />
2 0<br />
destruir<br />
0<br />
o meio ambiente<br />
8<br />
Governança<br />
Como a crise mundial está<br />
Sustentabilidade<br />
Natura<br />
mudando o relacionamento das<br />
<strong>com</strong>panhias abertas <strong>com</strong><br />
seus investidores<br />
Internacional<br />
Por que os negócios<br />
relacionados à água<br />
estão atraindo empresas<br />
do mundo todo<br />
20 empresas-modelo<br />
Há oito anos, a EXAME, maior revista de negócios do país,<br />
lançou um projeto pioneiro e em sintonia <strong>com</strong> os grandes desafios<br />
estratégicos na área de responsabilidade social corporativa:<br />
o Guia EXAME de Sustentabilidade.<br />
A publicação destaca as empresas brasileiras que apresentam<br />
atitudes diferenciadas de responsabilidade corporativa, selecionadas<br />
<strong>com</strong> base em uma metodologia desenvolvida em parceria <strong>com</strong> o<br />
Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas<br />
e <strong>com</strong> a Bolsa de Valores de São Paulo e que engloba estratégias,<br />
<strong>com</strong>promissos e práticas nas dimensões ambiental, econômicofinanceira<br />
e social.<br />
Marketing<br />
Quem é o consumidor verde (1)<br />
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40 % 15 %<br />
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<br />
114<br />
20 % 12 %<br />
sumo consciente. Em pesquisa realizada<br />
há dois anos, a entidade verificou que<br />
33% dos consumidores brasileiros são<br />
conscientes — têm um bom grau de percepção<br />
dos impactos coletivos ou de longo<br />
prazo em suas decisões de consumo e<br />
não se atêm aos aspectos econômicos ou<br />
aos benefícios pessoais imediatos.<br />
De olho nesse tipo de consumidor,<br />
muitas empresas têm se esforçado para<br />
colocar nas prateleiras produtos ecologicamente<br />
corretos. É o caso da rede<br />
varejista Wal-Mart, que pretende transformar<br />
sua linha de marcas próprias em<br />
modelo de sustentabilidade. Já é possível,<br />
por exemplo, encontrar nas gôndolas<br />
do varejista cereais matinais <strong>com</strong><br />
embalagens que levam o selo FSC, certificado<br />
ambiental do Conselho Brasileiro<br />
de Manejo Florestal, e cobertores<br />
produzidos <strong>com</strong> fio de poliéster feito<br />
100% de fibra de PET. Além disso, a<br />
rede negocia <strong>com</strong> seus fornecedores o<br />
desenvolvimento de embalagens que<br />
reduzam a quantidade de material utilizado.<br />
“Até 2009, nossa meta é ter 100%<br />
das embalagens dos produtos de marca<br />
própria sustentáveis”, diz Daniela de<br />
Fiori, vice-presidente de assuntos corporativos<br />
e sustentabilidade do Wal-Mart.<br />
Para Mariana Cogswell, diretora de<br />
planejamento da agência Talent, o consumidor<br />
verde é, necessariamente, mais<br />
crítico e seu <strong>com</strong>portamento tende a influenciar<br />
cada vez mais o modo de produção<br />
das empresas. “Contribuir para o<br />
desenvolvimento sustentável não é mais<br />
uma questão de escolha da <strong>com</strong>panhia,<br />
e sim obrigação”, diz ela. A HP, uma das<br />
maiores fabricantes de equipamentos eletrônicos<br />
do mundo, percebeu isso há<br />
muito tempo. Na década de 90, o trabalho<br />
de recolhimento e reciclagem de cartuchos<br />
da empresa virou referência no setor.<br />
Agora, a HP se prepara para dar um passo<br />
adiante: em vez de doar os cartuchos coletados<br />
a uma empresa de reciclagem, em<br />
novembro a própria <strong>com</strong>panhia deve <strong>com</strong>eçar<br />
a reciclar o material. Após passar<br />
por um processo de limpeza e moagem,<br />
o material plástico produzido será usado<br />
na fabricação de novos cartuchos. “Queremos<br />
criar uma cadeia produtiva autorenovável”,<br />
diz Kami Saidi, diretor de<br />
operações da HP para o Mercosul. “À<br />
medida que aumenta a conscientização,<br />
o consumidor leva em conta essas iniciativas<br />
na sua decisão de <strong>com</strong>pra.”<br />
Entrevista<br />
Só a base da<br />
pirâmide salva<br />
<br />
<br />
Ana Luiza Herzog<br />
B<br />
em menos afeito a holofotes que seu amigo indiano C.K.<br />
Prahalad, <strong>com</strong> quem escreveu o já histórico artigo Fortuna na<br />
Base da Pirâmide, em 2002, o americano Stuart L. Hart é hoje uma<br />
das maiores referências mundiais em estratégias empresariais para as<br />
populações de baixa renda. Professor da Universidade Cornell, Hart tornou-se<br />
uma sumidade ao ajudar a revelar para as empresas as imensas oportunidades<br />
de negócios escondidas nas populações de baixa renda — e, sobretudo, por ser<br />
um crítico voraz à maneira <strong>com</strong>o as <strong>com</strong>panhias vêm lidando <strong>com</strong> esses consumidores<br />
ao longo das décadas. Para Hart, as empresas não têm demonstrado<br />
preocupação <strong>com</strong> os impactos ambientais e sociais de suas investidas. Com<br />
isso, estão perdendo a chance não só de ganhar dinheiro mas também de ajudar<br />
o planeta a resolver parte de seus dilemas. Em entrevista a EXAME, ele explica<br />
por que é importante que as empresas integrem a seu modelo de negócios as<br />
duas grandes revoluções hoje em curso — a da base da pirâmide e a das tecnologias<br />
limpas — e por que isso representa uma oportunidade de negócios ainda<br />
maior do que a que ele preconizou no início desta década.<br />
EXAME O senhor e C.K. Prahalad<br />
foram os primeiros a escrever sobre<br />
os negócios na base da pirâmide<br />
e sua relação <strong>com</strong> o movimento<br />
de responsabilidade social corporativa,<br />
há dez anos. De lá para cá,<br />
<strong>com</strong>o o assunto evoluiu<br />
STUART L. HART É curioso, mas quando<br />
eu e Prahalad escrevemos nosso primeiro<br />
artigo sobre o tema, em 1998, e ele<br />
<strong>com</strong>eçou a circular na internet, fomos<br />
vistos <strong>com</strong>o pesquisadores “underground”,<br />
e nossas idéias, <strong>com</strong>o alternativas<br />
demais. Dois anos depois, já estávamos<br />
ocupadíssimos, sendo requisitados<br />
para falar sobre o assunto, mas o ritmo de<br />
aceitação ainda era lento. O grande salto<br />
aconteceu mesmo nos últimos cinco<br />
anos. Hoje, centenas de empresas têm<br />
iniciativas para a base da pirâmide.<br />
Mesmo <strong>com</strong> esse salto, o senhor<br />
não acha que a maioria das empresas<br />
continua separando o conceito<br />
de sustentabilidade dos negócios<br />
para a base da pirâmide<br />
Sim. Nos últimos oito anos, vimos o desabrochar<br />
de duas revoluções: a da base<br />
da pirâmide e a das tecnologias limpas.<br />
Esses dois movimentos, igualmente cru-<br />
ciais para a busca da sustentabilidade,<br />
caminharam até agora de maneira isolada.<br />
O desenvolvimento de tecnologias<br />
que produzem menos impactos no meio<br />
ambiente esteve até agora muito voltado<br />
para o topo da pirâmide. Além disso,<br />
pensou-se muito no aspecto da tecnologia<br />
e muito pouco no modelo de negócios,<br />
ou seja, em <strong>com</strong>o <strong>com</strong>ercializar essas inovações.<br />
Só nos Estados Unidos, o setor de<br />
venture capital e dezenas de empresas<br />
privadas estão despejando milhões de dólares<br />
nesse mercado, mas ninguém sabe<br />
ainda <strong>com</strong>o essas tecnologias chegarão<br />
aos consumidores. Enquanto isso, o movimento<br />
de negócios para a base da pirâmide<br />
ganhou corpo sem muita preocupação<br />
<strong>com</strong> o meio ambiente, adotando o<br />
que chamo de “estratégia do empurra”.<br />
Ou seja, as empresas pegaram os produtos<br />
que possuíam, estudaram <strong>com</strong>o poderiam<br />
oferecê-los em embalagens menores ou<br />
mais baratas e estenderam os canais de<br />
distribuição para que eles chegassem até<br />
as classes mais pobres.<br />
Essa “estratégia do empurra” foi<br />
muito criticada. Qual a sua opinião<br />
sobre ela<br />
Chamo essa primeira fase vivida pelas<br />
empresas de “base da pirâmide 1.0”. Ela<br />
<br />
<br />
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<br />
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<br />
é legítima. A crítica foi que muitas empresas<br />
estavam simplesmente colocando<br />
produtos em embalagens diferentes e<br />
tentando vendê-los aos pobres — precisassem<br />
eles ou não daquilo —, tirando o<br />
pouco de dinheiro que eles possuíam.<br />
Tenho de concordar que essa análise não<br />
é totalmente descabida. Para que uma<br />
estratégia de base da pirâmide seja bemsucedida<br />
no longo prazo, ela deve ter<br />
uma abrangência maior. Não há nada de<br />
errado em adaptar produtos para vendêlos<br />
aos pobres. O que a empresa deve<br />
considerar, no entanto, é o impacto que<br />
aquele produto provocou na <strong>com</strong>unidade.<br />
Ele permitiu que as pessoas tivessem<br />
mais tempo livre para o lazer Que elas<br />
ficassem mais saudáveis Que elas melhorassem<br />
de vida Não acredito que<br />
apenas vender por vender seja uma estratégia<br />
sustentável no longo prazo.<br />
Existem riscos nas duas revoluções<br />
que o senhor <strong>com</strong>entou (a<br />
da base da pirâmide e a das tecnologias<br />
limpas)<br />
Sim. No caso das tecnologias limpas, o<br />
risco é termos mais uma bolha se não<br />
conseguirmos encontrar boas maneiras<br />
de <strong>com</strong>ercializá-las. Já no movimento da<br />
base da pirâmide o risco é de colapso<br />
ambiental. Afinal, se o único objetivo das<br />
98<br />
99<br />
I Relatório Socioambiental 66
A evolução do nosso modo de vida > Guia Exame de sustentabilidade<br />
Com isso, a <strong>Abril</strong> cria um espaço para divulgação<br />
e <strong>com</strong>partilhamento dos melhores exemplos de envolvimento<br />
das empresas <strong>com</strong> a sustentabilidade.<br />
Outra publicação de destaque da Revista EXAME é o<br />
Guia As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar, que<br />
reconhece as empresas que apresentam padrão de relacionamento<br />
diferenciado <strong>com</strong> os funcionários, estimulando, dessa maneira,<br />
a conscientização de que a valorização dos colaboradores gera<br />
valor às próprias organizações.<br />
Pesquisa<br />
A escolha<br />
das melhores<br />
<br />
Cristiane Mano<br />
16<br />
presa <strong>Sustentável</strong> do Ano. A escolhida é<br />
a fabricante de cosméticos Natura — presente<br />
entre as empresas-modelo em todas<br />
as edições do guia desde a primeira publicação,<br />
em 2000, ainda <strong>com</strong>o Guia<br />
EXAME de Boa Cidadania Corporativa.<br />
Não se trata da escolha da empresa<br />
mais sustentável do país — não existe<br />
maneira de aferir tal <strong>com</strong>paração, até<br />
pela <strong>diversidade</strong> de setores participantes<br />
do guia. Trata-se, sim, de eleger uma empresa<br />
que se diferencia pela consistência,<br />
pelo <strong>com</strong>prometimento e sobretudo pela<br />
persistência na busca da sustentabilidade.<br />
O destaque — que se reflete numa reportagem<br />
mais longa e aprofundada nesta<br />
edição — permite descrever em mais<br />
detalhes essa trajetória. O relato pode ser<br />
inspirador tanto pelos acertos quanto pelos<br />
erros. Assim <strong>com</strong>o a Natura, as outras<br />
empresas-modelo que <strong>com</strong>põem este<br />
anuário estão longe de ser empresas perfeitas.<br />
O que elas formam é o melhor<br />
retrato das grandes <strong>com</strong>panhias brasileiras<br />
que estão conseguindo adaptar seus<br />
negócios aos novos tempos.<br />
Para a escolha das 20 empresas-modelo,<br />
o Guia EXAME de Sustentabilidade<br />
segue pelo segundo ano consecutivo<br />
a metodologia elaborada pelo Centro de<br />
Estudos em Sustentabilidade (GVces) da<br />
Fundação Getulio Vargas de São Paulo,<br />
responsável também pelo Índice de Sustentabilidade<br />
Empresarial (ISE) da Bovespa,<br />
que reúne empresas responsáveis<br />
<br />
listadas na bolsa. A pesquisa — da qual<br />
<br />
participaram 177 <strong>com</strong>panhias de grande<br />
<br />
e médio porte de todo o país — considera<br />
as mais atuais referências em levantamentos<br />
sobre sustentabilidade empresarial<br />
em todo o mundo.<br />
A análise teve quatro etapas. Na primeira,<br />
as empresas participantes preencheram<br />
um questionário, dividido em<br />
oucos temas dentro das porting Initiative (GRI), organização <strong>com</strong> quatro partes. Uma dessas partes aborda<br />
empresas hoje são tão sede na Holanda que congrega mais de questões introdutórias sobre transparência<br />
e governança corporativa, elaboradas<br />
abrangentes e controversos 800 grandes empresas de todo o mundo,<br />
quanto sustentabilidade. Ser <strong>com</strong>o Microsoft e Unilever, e cujo objetivo<br />
é discutir padrões para a elaboração Corporativa (IBGC). As demais tratam<br />
pelo Instituto Brasileiro de Governança<br />
sustentável é uma proposição que envolve<br />
desde a preocupação <strong>com</strong> o impacto de relatórios de sustentabilidade. das dimensões econômico-financeira,<br />
ambiental até a responsabilidade de uma A <strong>com</strong>plexidade e o dinamismo do social e ambiental. Critérios da dimensão<br />
<strong>com</strong>panhia perante funcionários, consumidores,<br />
fornecedores e investidores. Sustentabilidade também a<strong>com</strong>panhe rentes na avaliação final, dependendo do<br />
tema exigem que o Guia EXAME de ambiental receberam ponderações dife-<br />
Algumas dessas variáveis são mais (ou esses movimentos. Neste ano, a publicação<br />
se propôs a realizar uma das tarefas pacto no meio ambiente. As respostas<br />
setor de atuação da empresa e de seu im-<br />
menos) críticas de acordo <strong>com</strong> o setor.<br />
Trata-se também de um termo em constante<br />
evolução, cujas métricas e indicana<br />
edição, o Guia EXAME de Sustenta-<br />
modo a excluir empresas que tiveram<br />
mais desafiadoras de sua história. Na no-<br />
foram analisadas estatisticamente, de<br />
dores são discutidos e rediscutidos todos bilidade destaca, pela primeira vez, uma desempenho abaixo da média em qualquer<br />
das dimensões do os anos em instâncias <strong>com</strong>o o Global Re-<br />
de suas 20 empresas-modelo <strong>com</strong>o a Em-<br />
questionário.<br />
P<br />
<br />
17<br />
I Relatório Socioambiental 67
SACOLAS_veja.indd 1<br />
8/31/07 3:46:05 PM<br />
A evolução do nosso modo de vida<br />
<strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong><br />
A <strong>Abril</strong> acredita que todas as ações <strong>com</strong> foco em sustentabilidade<br />
passam necessariamente pela difusão da educação e do<br />
conhecimento. Baseada nessa vocação, que é parte de sua Missão,<br />
criou o <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong>, em 2007.<br />
O projeto consiste em produzir conteúdo de forma transversal em<br />
suas revistas e sites, além de eventos e outras plataformas sobre<br />
sustentabilidade, <strong>com</strong> o objetivo de ampliar, instruir e animar a<br />
discussão, produzir referências e <strong>com</strong>unicar-se, permanentemente,<br />
<strong>com</strong> 17 milhões de leitores, impulsionando a mobilização e<br />
consciência sobre o tema.<br />
Em seus dois primeiros anos, já foram mais de mil páginas dedicadas<br />
ao <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong> em 55 revistas da <strong>Abril</strong>, além de 2 mil<br />
matérias reunidas em seu site e divulgadas também em diversos<br />
portais da Editora.<br />
VEJA O QUE ESTÁ ACONTECENDO E O QUE VOCÊ PODE FAZER EM<br />
www.planetasustentavel.<strong>com</strong>.br<br />
PL A N E TA<br />
sus tent ável<br />
o futuro a gente faz agora<br />
A SOLUÇÃO<br />
TAMBÉM ESTÁ<br />
NAS SUAS<br />
MÃOS<br />
Troque os saquinhos de plástico por sacolas de pano<br />
O que o consumo de milhões de sacolinhas plásticas tem<br />
a ver <strong>com</strong> a extinção do sapo-dourado da Costa Rica<br />
A importância de pensar na sustentabilidade.<br />
Todo ano, são produzidos no país cerca de 200 mil toneladas de plástico filme,<br />
utilizado em saquinhos de supermercados. Desse total, apenas 17% é reciclado.<br />
Os saquinhos de plástico levam centenas de anos para se de<strong>com</strong>por e dificultam<br />
a <strong>com</strong>pactação do lixo. Confira nas páginas a seguir mais uma discussão<br />
de sustentabilidade e entenda por que ela é fundamental para uma vida melhor.<br />
É PRECISO FAZER ALGO. É POSSÍVEL FAZER MUITO. E DEVEMOS FAZER JÁ.<br />
idéias inovadoras em ambiente, energia, negócios, urbanismo, consumo, lixo, desenvolvimento, saúde e educação<br />
I Relatório Socioambiental 68
A evolução do nosso modo de vida > planeta sustentável<br />
As páginas dedicadas ao projeto apresentam os Manifestos<br />
da Sustentabilidade - definidos a partir das reuniões mensais<br />
do Conselho Consultivo do projeto - e também as Mídias da<br />
Sustentabilidade - criadas para a <strong>com</strong>unicação dos patrocinadores<br />
engajados em causas pertinentes ao tema.<br />
O <strong>Planeta</strong> <strong>Sustentável</strong> divulga também o Manual de Etiqueta,<br />
premiada publicação <strong>com</strong> dicas práticas sobre <strong>com</strong>o<br />
enfrentar o aquecimento global que teve 2,5 milhões<br />
de exemplares distribuídos gratuitamente nas revistas VEJA,<br />
National Geographic, Claudia e Nova Escola.<br />
Além disso, o site planetasustentavel.abril.<strong>com</strong>.br apresenta<br />
um banco de dados de ações realizadas pelas empresas, inclusive<br />
o Grupo <strong>Abril</strong>, voltadas à sustentabilidade.<br />
I Relatório Socioambiental 69
www.exercitodoacoes.<strong>com</strong>.br<br />
A evolução do nosso modo de vida<br />
Anúncios Bonificados<br />
A fim de divulgar as ações de reconhecidas instituições nos âmbitos<br />
da sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, a <strong>Abril</strong><br />
oferece anúncios gratuitos nas páginas de suas principais revistas.<br />
Com grande circulação e um público diversificado, em 2008,<br />
21 revistas do Grupo publicaram 64 páginas, <strong>com</strong> valor de<br />
aproximadamente R$ 5 milhões em anúncios bonificados,<br />
criados por 16 agências de publicidade parceiras do projeto, que<br />
beneficiaram um total de 28 instituições:<br />
Instituições beneficiadas em 2008<br />
Instituto Zeroaseis<br />
Instituto Ayrton Senna<br />
Projeto Âncora<br />
Unicef<br />
Apae<br />
Pequeno Príncipe<br />
Instituto Movere<br />
Campanha do Agasalho<br />
FIESC (Santa Catarina)<br />
Cen Aids<br />
Instituto Akatu<br />
Instituto Navega SP<br />
IBCC<br />
Casa Ninho<br />
McDia Feliz<br />
Abrale<br />
IEE<br />
Abigraf<br />
Probare<br />
ABI 100 Anos<br />
ABAP Rio<br />
Instituto Ethos<br />
Exército da Salvação<br />
Casas André Luiz<br />
SOS Mata Atlântica Alfabetização Solidária<br />
Greenpeace<br />
Todos pela Educação<br />
I Relatório Socioambiental 70
A evolução do nosso modo de vida<br />
Praça Victor Civita<br />
A Praça Victor Civita, inaugurada em 2008, é a conclusão de uma<br />
atitude pioneira do Grupo <strong>Abril</strong>, em parceria <strong>com</strong> a Prefeitura de São<br />
Paulo, na reciclagem de áreas públicas. No local, onde por mais de 40<br />
anos funcionou um depósito e um centro de incineração de resíduos,<br />
há hoje um espaço de lazer e reflexão sobre as questões ambientais.<br />
Com cerca de 14 mil m 2 , o projeto arquitetônico incluiu a construção<br />
de decks de madeira e concreto, que isolam os visitantes das áreas<br />
do solo contaminado sem oferecer riscos à saúde. O <strong>com</strong>plexo,<br />
localizado ao lado da <strong>Abril</strong>, foi projetado para proporcionar o reúso<br />
de água e economia energética.<br />
UMA PRAÇA<br />
COMO VOCÊ<br />
NUNCA VIU<br />
Entenda cada uma das<br />
soluções que foram adotadas<br />
para recuperar o terreno do<br />
antigo Incinerador Pinheiros<br />
e entregar a você uma<br />
Praça totalmente segura<br />
e diferente de todas as<br />
outras, fruto de um projeto<br />
pioneiro na América Latina<br />
INFOGRAFIA:<br />
Luiz Iria,<br />
Adriano Sambugaro,<br />
Paula Nadal,<br />
e Planomotor<br />
brita<br />
SOLO<br />
fibra<br />
de coco<br />
plantio<br />
As cinzas geradas no incinerador<br />
foram enterradas no terreno da<br />
Praça. Isso contaminou o solo e as<br />
águas subterrâneas. A solução foi<br />
colocar uma camada de 50 cm de<br />
terra nova em toda a área. Foram<br />
3500 m 3 de terra limpa, o suficiente<br />
para encher duas piscinas olímpicas<br />
terra nova<br />
JARDINS<br />
Os jardins foram plantados sobre<br />
ardósia<br />
este sistema de tec garden, construído<br />
60 cm acima do nível do solo.<br />
A água da chuva, armazenada entre<br />
a manta de borracha e a ardósia, é<br />
transportada por absorção pela fibra<br />
de coco para irrigar os vegetais<br />
manta<br />
de borracha<br />
sapatas<br />
de concreto<br />
madeira<br />
legalizada<br />
aço<br />
reciclado<br />
DECK<br />
Uma estrutura de 350 toneladas de aço, recoberta<br />
<strong>com</strong> 1600 m² de madeira legalizada e 1600 m² de placas<br />
de concreto foi construída para isolar o passeio<br />
das áreas degradadas. A uma distância de um metro<br />
do solo original, você fica protegido e ainda ganha<br />
um percurso de mais de 600 m para caminhadas<br />
água de chuva<br />
esgoto<br />
sistema de<br />
alagados<br />
cascalho<br />
ESPELHO D’ÁGUA<br />
água<br />
filtrada<br />
A água da chuva e o esgoto do<br />
prédio do Museu - previamente<br />
tratado - são transportados por<br />
canaletas até o sistema de alagados.<br />
Depois de passar por filtros<br />
de cascalho e plantas aquáticas,<br />
a água cai, por gravidade, no<br />
espelho d’água para ser reutilizada<br />
solo original<br />
cinzas<br />
argila branca<br />
lençol freático<br />
I Relatório Socioambiental 71
A evolução do nosso modo de vida > praça victor civita<br />
Imagens do local antes do Projeto<br />
Com um projeto paisagístico educativo, a Praça é aberta diariamente<br />
e oferece à <strong>com</strong>unidade atividades gratuitas de lazer, educação<br />
e cultura, ligadas à sustentabilidade.<br />
A estrutura da Praça conta <strong>com</strong> cerca de 80 árvores, arena<br />
de espetáculos <strong>com</strong> capacidade para 250 pessoas, equipamentos<br />
de ginástica ao ar livre, pista de caminhada e centro de convivência<br />
para a terceira idade.<br />
O local faz parte do empenho da <strong>Abril</strong> em disseminar o conhecimento<br />
sobre desenvolvimento sustentável em todos os níveis, <strong>com</strong><br />
a produção de informação, cultura e entretenimento em suas<br />
centenas de publicações e produtos, e em contribuir para a melhoria<br />
da educação e da qualidade de vida de todos os brasileiros.<br />
I Relatório Socioambiental 72
O I Relatório Socioambiental do Grupo <strong>Abril</strong> é uma publicação da Vice-Presidência de Relações Institucionais.<br />
Novembro de 2009.<br />
I Relatório Socioambiental 73