19.01.2015 Views

Boletim da Sociedade Martins Sarmento - Setembro 2006 - Casa de ...

Boletim da Sociedade Martins Sarmento - Setembro 2006 - Casa de ...

Boletim da Sociedade Martins Sarmento - Setembro 2006 - Casa de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Pensa<strong>da</strong> em 1881, para homenagear o mais<br />

ilustre dos vimaranenses, a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, para nascer, teve que<br />

respeitar uma condição imposta pelo homem<br />

<strong>de</strong> quem tomou o nome, que fez saber que<br />

só aceitaria a homenagem dos seus<br />

conci<strong>da</strong>dãos se, em vez <strong>de</strong> erigido um<br />

monumento, fosse criado um instituto que<br />

se assumisse como um organismo vivo que<br />

contribuísse para a elevação cultural <strong>da</strong><br />

população. Assim surgiu a SMS, a Promotora<br />

<strong>da</strong> Instrução Popular.<br />

De Francisco <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> a SMS<br />

recebeu, para além do nome, as suas<br />

colecções arqueológicas e biblioteca, os<br />

monumentos <strong>de</strong> que era proprietário, bem<br />

como o essencial dos meios materiais que<br />

asseguraram a sua continui<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com esse<br />

património inicial e o trabalho <strong>de</strong>dicado <strong>de</strong><br />

sucessivas gerações <strong>de</strong> homens <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong><br />

Guimarães, a SMS ganhou raízes e tornouse<br />

na principal referência cultural <strong>de</strong><br />

Guimarães, assumindo uma dimensão única<br />

no panorama cultural português, tendo a seu<br />

cargo dois museus, uma biblioteca, um<br />

arquivo, importantes colecções <strong>de</strong> materiais<br />

arqueológicos, etnográficos, numismáticos,<br />

bibliográficos, documentais e artísticos,<br />

vários Monumentos Nacionais e Imóveis <strong>de</strong><br />

Interesse Público, um significativo<br />

património imobiliário com inegável valor<br />

cultural (a se<strong>de</strong>, projecta<strong>da</strong> por Marques <strong>da</strong><br />

Silva, integrando o belo claustro medieval<br />

<strong>de</strong> S. Domingos, o palacete on<strong>de</strong> viveu<br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, o Solar <strong>da</strong> Ponte).<br />

As receitas que a SMS gera com as suas<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, soma<strong>da</strong>s ao apoio que recebe <strong>da</strong><br />

Câmara Municipal <strong>de</strong> Guimarães, são, há<br />

muito tempo, insuficientes para fazer frente<br />

aos encargos <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s tarefas <strong>de</strong><br />

conservação, valorização, divulgação e<br />

disponibilização pública dos seus bens<br />

culturais e patrimoniais. Os pesados<br />

investimentos que foram feitos ao longo dos<br />

últimos quinze anos em obras inadiáveis na<br />

se<strong>de</strong>, na criação do Museu <strong>da</strong> Cultura<br />

Castreja e na revalorização <strong>da</strong> Citânia <strong>de</strong><br />

Briteiros, com a criação <strong>de</strong> condições <strong>de</strong><br />

acolhimento e <strong>de</strong> visitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ímpares,<br />

esgotaram as reservas financeiras <strong>da</strong><br />

Instituição.<br />

Os novos <strong>de</strong>safios que se colocam hoje à SMS<br />

impõem que se avance para uma nova fase<br />

<strong>da</strong> sua existência, que passará<br />

necessariamente pela a<strong>de</strong>quação do seu<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos novos<br />

tempos. A experiência dos últimos anos tem<br />

<strong>de</strong>monstrado que a aposta em parcerias com<br />

outras enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong> produzir resultados<br />

frutuosos. A <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong> – Centro <strong>de</strong><br />

Estudos do Património aí está para o<br />

<strong>de</strong>monstrar: resultando <strong>da</strong> cooperação com<br />

a SMS e a CMG, esta Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Cultural <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho tem <strong>da</strong>do corpo a<br />

um projecto com características únicas no<br />

tratamento e disponibilização dos nossos<br />

acervos patrimoniais, acrescentando-lhes<br />

uma visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que está muito para além<br />

dos meios <strong>de</strong> que a SMS dispunha.<br />

A Direcção <strong>da</strong> SMS está segura <strong>de</strong> que o<br />

caminho a seguir passa pelo estabelecimento<br />

<strong>de</strong> parcerias que po<strong>de</strong>m acrescentar valor ao<br />

património e à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural <strong>da</strong><br />

Instituição. Nesse sentido, continua<br />

trabalhar com o Ministério <strong>da</strong> Cultura num<br />

projecto que, quando concretizado, permitirá<br />

assegurar à SMS um futuro sustentável.<br />

A Direcção<br />

O blogue <strong>da</strong> SMS, pedraformosa.blogspot.com,<br />

está há mais <strong>de</strong> um ano no espaço virtual,<br />

divulgando informação sobre temática<br />

vimaranense ou sobre as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

culturais <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. As Efeméri<strong>de</strong>s<br />

vimaranenses, laboriosa e pacientemente<br />

coligi<strong>da</strong>s por João Lopes <strong>de</strong> Faria têm<br />

alimentado diariamente o blogue, bem como<br />

os Tesouros Sarmentinos, guar<strong>da</strong>dos nos<br />

Museus <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou ain<strong>da</strong> as caricaturas<br />

<strong>de</strong> João <strong>de</strong> Meira, sobre conheci<strong>da</strong>s figuras<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> vimaranense do final do século<br />

XIX ou <strong>da</strong> primeira meta<strong>de</strong> do século XX.<br />

Os acontecimentos <strong>de</strong> maior relevo <strong>da</strong><br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural <strong>da</strong> SMS ao longo do<br />

último ano aqui têm ficado igualmente<br />

registados, po<strong>de</strong>ndo ser consultados não só<br />

pelos associados, mas por todos aqueles que<br />

se interessam pela vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> moleiros <strong>da</strong> freguesia<br />

<strong>de</strong> Oliveira do Bairro, uns ain<strong>da</strong> no activo e<br />

outros já <strong>de</strong>sligados <strong>de</strong>sta profissão,<br />

completamente em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecimento,<br />

visitaram o moinho recuperado <strong>da</strong> Quinta<br />

<strong>da</strong> Ponte, antigo solar <strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>,<br />

em Briteiros.<br />

A visita <strong>de</strong>correu no passado dia 10 <strong>de</strong><br />

<strong>Setembro</strong>, no âmbito <strong>de</strong> um convívio entre<br />

os moleiros <strong>de</strong> Oliveira do Bairro e elementos<br />

<strong>da</strong> Associação Cultural e Recreativa Moínhos<br />

dos Rios Torto e Febras, <strong>de</strong> Briteiros .<br />

O moínho <strong>da</strong> Quinta <strong>da</strong> Ponte constituirá<br />

o núcleo <strong>de</strong> referência do futuro Museu dos<br />

Moínhos, que esta colectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> está a<br />

organizar em parceria com a SMS e ficará<br />

se<strong>de</strong>ado junto ao Museu <strong>da</strong> Cultura Castreja.


No dia 8 <strong>de</strong> Março, reuniu a Assembleia<br />

Geral <strong>da</strong> SMS para apreciar o Relatório <strong>de</strong><br />

Gestão relativo ao ano <strong>de</strong> 2005. Este revelou<br />

a forte carência <strong>da</strong> instituição em termos <strong>de</strong><br />

pessoal qualificado, <strong>da</strong>do que foi necessário<br />

recorrer a um conjunto <strong>de</strong> novos<br />

colaboradores, conduzindo a um significativo<br />

acréscimo na rubrica <strong>de</strong> custos com pessoal.<br />

Em termos <strong>de</strong> custos e per<strong>da</strong>s, a rubrica<br />

Custos Financeiros teve também uma<br />

significativa subi<strong>da</strong>, com as <strong>de</strong>spesas<br />

inerentes ao pagamento do crédito<br />

hipotecário contraído para efeitos <strong>de</strong><br />

financiamento do investimento do Museu <strong>da</strong><br />

Cultura Castreja e <strong>da</strong> Citânia <strong>de</strong> Briteiros.<br />

Relativamente aos proventos e ganhos,<br />

registou-se uma ligeira subi<strong>da</strong> na rubrica <strong>de</strong><br />

Acessos e Quotas, mas os subsídios à<br />

Exploração viram a sua dimensão diminuir<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente.<br />

Em termos <strong>de</strong> balanço, é <strong>de</strong> realçar o impacto<br />

<strong>de</strong>corrente do legado do saudoso Prof.<br />

Emídio Guerreiro, que se divi<strong>de</strong> em três<br />

vertentes, patentes no capital próprio <strong>da</strong><br />

instituição:<br />

- Dotação Financeira (70 mil euros) para<br />

prémio <strong>de</strong> melhor aluno <strong>da</strong> licenciatura <strong>de</strong><br />

Matemátia - Ensino <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

Minho;<br />

- Doação <strong>de</strong> quase 80 mil euros, que foi<br />

<strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à criação <strong>da</strong> Sala Emídio Guerreiro;<br />

- Constituição do fundo <strong>de</strong> pensões com a<br />

dotação inicial <strong>de</strong> 159 mil euros, a atribuir a<br />

quatro pensionistas, por períodos pré<strong>de</strong>finidos.<br />

O seu valor a 31/12/2005 ascendia<br />

a 152.700 euros. Nesse sentido, e tomando<br />

como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> os resultados <strong>de</strong><br />

2005, a SMS enfrenta, actualmente, um<br />

momento <strong>de</strong> importantes <strong>de</strong>cisões: ou<br />

continua pelo caminho <strong>de</strong> qualificação <strong>de</strong><br />

recursos e promoção do acervo cultural e<br />

histórico (e aí será necessário encontrar<br />

formas <strong>de</strong> financiar essa opção) ou opta por<br />

um caminho <strong>de</strong> minimização e <strong>de</strong> gestão<br />

corrente dos seus activos.<br />

Em termos <strong>de</strong> contabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, as<br />

movimentações <strong>de</strong> fundos <strong>da</strong>s candi<strong>da</strong>turas<br />

estão convenientemente individualiza<strong>da</strong>s,<br />

consoante o <strong>de</strong>terminam as obrigações por<br />

nós assumi<strong>da</strong>s para com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

patrocinadoras. Deu-se continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao<br />

processo <strong>de</strong> reconhecimento contabilístico<br />

dos subsídios ao investimento recebidos a<br />

propósito do Museu <strong>da</strong> Cultura Castreja, bem<br />

como à amortização <strong>de</strong>sse equipamento.<br />

Seguiram-se os critérios valorimétricos<br />

utilizados no ano findo.<br />

No âmbito do ciclo <strong>de</strong> Arte Contemporânea<br />

em curso na Galeria <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>, esteve patente, nos meses <strong>de</strong> Abril<br />

e Maio, a exposição Um Segundo, <strong>de</strong> Cláudia<br />

Lopes.<br />

Um relógio que bate e que se sente...<br />

Um tempo que se traduz numa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> tão<br />

rígi<strong>da</strong> e tão fixa que rege uma vi<strong>da</strong> um ciclo.<br />

Um tempo implacável, impiedoso que não<br />

espera por ninguém, que mo<strong>de</strong>la a nossa vi<strong>da</strong><br />

e que constrói sistemas e rotinas.<br />

Um tempo que passa, voa, pára e foge.... e <strong>de</strong><br />

repente... tudo acaba ou tudo começa.<br />

O teu tempo, o meu tempo. Quanto tempo tens<br />

Quanto tempo per<strong>de</strong>s<br />

Cláudia Lopes


A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> comemorou<br />

a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> Revolução dos Cravos, 25 <strong>de</strong> Abril,<br />

com a inauguração <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> convívio,<br />

na se<strong>de</strong> <strong>da</strong> instituição, <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> ao Professor<br />

Emídio Guerreiro.<br />

Na mostra que assinalou este acto<br />

evi<strong>de</strong>nciou-se, entre outros documentos, o<br />

rascunho <strong>da</strong>s palavras que o velho resistente<br />

proferiu, no seu regresso a Portugal, após o<br />

25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974:<br />

“O 25 <strong>de</strong> Abril é um cântico <strong>de</strong> alegria, é<br />

uma aleluia <strong>da</strong> ressurreição <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>! Ao<br />

voltar à minha Pátria, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 42 anos <strong>de</strong><br />

ímpio exílio, to<strong>da</strong> a minha gratidão inolvidável<br />

é para esses jovens oficiais, sargentos e sol<strong>da</strong>dos<br />

<strong>da</strong>s forças arma<strong>da</strong>s que me restituíram uma<br />

Pátria livre. As minhas felicitações entusiásticas<br />

à Junta <strong>de</strong> Salvação Pública e ao seu Presi<strong>de</strong>nte<br />

General Spínola pelas medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>mocráticas e<br />

humanas que constituem os primeiros elementos<br />

<strong>da</strong> nova Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Portuguesa.<br />

A minha homenagem comovi<strong>da</strong> aos mártires<br />

que nas prisões e no exílio acumularam tantos<br />

sofrimentos!<br />

Coincidência curiosa! Foi também em 25 <strong>de</strong><br />

Abril <strong>de</strong> 1965 que foi <strong>de</strong>scoberto em Espanha<br />

o cadáver <strong>de</strong> um eminente português que foi o<br />

General Humberto Delgado. E neste 25 <strong>de</strong><br />

Abril <strong>de</strong> 1974, com o triunfo do i<strong>de</strong>al que o<br />

General Delgado ofereceu, em holocausto, a<br />

Professor Emídio Guerreiro<br />

sua vi<strong>da</strong>, um povo livre reclama justiça para<br />

os autores e responsáveis <strong>de</strong> um dos crimes<br />

mais horrorosos <strong>da</strong> História.<br />

Viva o Movimento <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s!<br />

Viva a Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>! Viva Portugal!”<br />

A homenagem a Emídio Guerreiro<br />

A Direcção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>,<br />

em homenagem ao seu sócio honorário<br />

Professor Emídio Guerreiro, instituiu um<br />

prémio anual que foi entregue este ano pela<br />

primeira vez à melhor aluna <strong>da</strong> licenciatura<br />

<strong>de</strong> Matemática – Área <strong>de</strong> Especialização em<br />

Ensino, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho e atribuiu<br />

o seu nome a uma <strong>da</strong>s salas <strong>da</strong> sua se<strong>de</strong>.<br />

A Sala Prof. Emídio Guerreiro foi inaugura<strong>da</strong><br />

oficialmente no dia 25 <strong>de</strong> Abril, com uma<br />

exposição biográfica, organiza<strong>da</strong> a partir do<br />

espólio pessoal que Emídio Guerreiro<br />

entregou à guar<strong>da</strong> <strong>da</strong> SMS, antes <strong>de</strong> falecer.<br />

O Professor Emídio Guerreiro, político,<br />

cientista, homem <strong>da</strong> cultura, sempre se<br />

manteve fiel aos i<strong>de</strong>ais <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong><br />

Igual<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> Fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong>, tornando-se,<br />

para sucessivas gerações, num exemplo <strong>de</strong><br />

persistência e <strong>de</strong> recusa do conformismo e<br />

<strong>da</strong> resignação.<br />

Ci<strong>da</strong>dão <strong>de</strong> Portugal e do mundo, por todo<br />

o lado ergueu a ban<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> digni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

humana, tendo sido testemunha lúci<strong>da</strong> e<br />

actuante num tempo marcado por<br />

esperanças e convulsões. Foi este ci<strong>da</strong>dão<br />

exemplar <strong>de</strong> Guimarães que a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> recordou no dia que<br />

indicou para que lhe fossem presta<strong>da</strong>s as<br />

homenagens que lhe enten<strong>de</strong>ssem fazer, o<br />

dia <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Déca<strong>da</strong>s após as gran<strong>de</strong>s e vistosas<br />

campanhas do Coronel Mário Cardozo, que<br />

suce<strong>de</strong>ram às escavações <strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong> no século XIX, a Citânia mantémse<br />

um dos mais emblemáticos e enigmáticos<br />

sítios arqueológicos <strong>de</strong> Portugal. Não se<br />

esgotou to<strong>da</strong>via o manancial <strong>de</strong> informação<br />

que é a Citânia, uma extraordinária reserva<br />

científica, nas palavras do Dr. San<strong>de</strong> Lemos,<br />

coor<strong>de</strong>nador geral <strong>da</strong> campanha <strong>de</strong> trabalhos<br />

arqueológicos que ali <strong>de</strong>correram ao longo<br />

do mês <strong>de</strong> Julho<br />

Campanha <strong>de</strong> escavação <strong>2006</strong><br />

Dando continui<strong>da</strong><strong>de</strong> à intervenção<br />

arqueológica leva<strong>da</strong> a efeito durante o Verão<br />

<strong>de</strong> 2005, teve lugar na Citânia mais uma<br />

campanha <strong>de</strong> escavação e limpeza, com o<br />

apoio <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho.<br />

A intervenção restringiu-se também ao<br />

mês <strong>de</strong> Julho, aproveitando o Estágio <strong>de</strong><br />

Campo dos estu<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong> Arqueologia <strong>da</strong><br />

U.M., mantendo-se, porém, a hipótese <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> à escavação no mês <strong>de</strong><br />

<strong>Setembro</strong>, ou até noutras épocas do ano.<br />

Em 2005, os trabalhos incidiram sobre a<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Habitacional 12, no Sector 5, mais<br />

conheci<strong>da</strong> por <strong>Casa</strong> <strong>da</strong> Espiral, junto <strong>da</strong><br />

plataforma <strong>da</strong> capela <strong>de</strong> S. Romão, tendo<br />

sido abertas quatro son<strong>da</strong>gens <strong>de</strong> escavação.<br />

Na altura, verificou-se a preservação <strong>de</strong><br />

níveis <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro na área,<br />

apesar <strong>da</strong>s escavações intensivas <strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>, no século XIX. Com efeito, o grau<br />

<strong>de</strong> incidência <strong>da</strong> <strong>de</strong>capagem <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong> foi<br />

i<strong>de</strong>ntificado no registo arqueológico. No<br />

<strong>de</strong>correr <strong>da</strong> escavação, foram i<strong>de</strong>ntificados<br />

diferentes métodos construtivos protohistóricos,<br />

além <strong>de</strong> materiais arqueológicos<br />

<strong>da</strong>tados <strong>da</strong> II I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro, época <strong>da</strong><br />

aparente construção (ou reparação) <strong>da</strong>s<br />

estruturas circulares <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>da</strong> Espiral.<br />

Detectou-se também a conservação <strong>de</strong> estratos<br />

arqueológicos na área correspon<strong>de</strong>nte à<br />

plataforma nivela<strong>da</strong> <strong>da</strong> capela actual, para lá<br />

do muro limite <strong>da</strong> casa intervenciona<strong>da</strong>.<br />

Sectores <strong>de</strong> intervenção<br />

No presente ano, concluiu-se a <strong>de</strong>capagem<br />

<strong>de</strong> dois sectores abertos na intervenção <strong>de</strong><br />

2005, num dos quais se <strong>de</strong>tectou um<br />

vazadouro <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos (vala arredon<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

preenchi<strong>da</strong> por fragmentos <strong>de</strong> cerâmica <strong>de</strong><br />

louça <strong>de</strong> utilização comum, dollia e fragmentos<br />

<strong>de</strong> ossos <strong>de</strong> pequenos animais)<br />

junto <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s estruturas circulares, do<br />

lado <strong>de</strong> fora. No outro, on<strong>de</strong> se tinha registado<br />

já um consi<strong>de</strong>rável nível <strong>de</strong> abandono <strong>da</strong> II<br />

I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro, i<strong>de</strong>ntificaram-se também<br />

estratos correspon<strong>de</strong>ntes a uma ocupação<br />

humana anterior à reorganização do espaço<br />

urbano <strong>da</strong> Citânia, com alguns interessantes<br />

fragmentos <strong>de</strong>corados e um alfinete <strong>de</strong> cabelo,<br />

em bronze.<br />

Além <strong>de</strong>stes dois sectores foram abertas<br />

quatro novas son<strong>da</strong>gens, além <strong>de</strong> uma<br />

operação <strong>de</strong> limpeza na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Habitacional<br />

6 (a <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> Câmalo).<br />

Estruturas <strong>de</strong> utilização funerária<br />

De um modo geral, <strong>de</strong>tectaram-se expressivos<br />

indícios <strong>da</strong> ocupação do espaço integra<strong>da</strong><br />

numa anterior e completamente diferente<br />

lógica <strong>de</strong> organização <strong>da</strong>quele monumento.<br />

Por <strong>de</strong>baixo dos complexos domésticos <strong>de</strong><br />

pedra, actualmente visíveis, e correspon<strong>de</strong>ntes<br />

à reorganização proto-urbana <strong>da</strong> Citânia,<br />

conservam-se os vestígios <strong>de</strong> implantação<br />

humana anterior, que obe<strong>de</strong>ceu a critérios e<br />

princípios diferentes.<br />

Ain<strong>da</strong> no pátio <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>da</strong> Espiral ,<br />

<strong>de</strong>tectaram-se duas pequenas estruturas <strong>de</strong><br />

provável utilização funerária, mas com<br />

vestígios pouco evi<strong>de</strong>ntes. Além disso,<br />

confirmou-se a complexificação<br />

estratigráfica <strong>da</strong> zona do terreiro <strong>da</strong> capela,<br />

não escava<strong>da</strong> por <strong>Sarmento</strong> ou por Mário<br />

Cardozo, e on<strong>de</strong> continuam a <strong>de</strong>tectar-se<br />

níveis superficiais <strong>de</strong> revolvimento, com<br />

materiais mais recentes (nomea<strong>da</strong>mente<br />

uma moe<strong>da</strong> <strong>de</strong> D. Luís), seguidos <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> abandono on<strong>de</strong> se recolhem materiais<br />

proto-históricos misturados com materiais<br />

romanos e, finalmente, nos níveis mais<br />

profundos, materiais exclusivamente<br />

<strong>da</strong>tados <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro.<br />

Lajeado na <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> Câmalo<br />

Na <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> Câmalo surgiu, por <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong><br />

acumulação sedimentar <strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s,<br />

um fantástico lajeado que ocupava a<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do pátio.<br />

Neste ano, uma parte dos estu<strong>da</strong>ntes esteve<br />

na Citânia exclusivamente <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> ao<br />

tratamento dos materiais retirados <strong>da</strong><br />

escavação, montando o seu laboratório <strong>de</strong><br />

campo numa <strong>da</strong>s casas reconstruí<strong>da</strong>s.<br />

Esperamos po<strong>de</strong>r vir a <strong>da</strong>r seguimento à<br />

intervenção arqueológica na Citânia, sendo<br />

que só assim po<strong>de</strong>remos atingir <strong>da</strong>dos mais<br />

conclusivos acerca <strong>da</strong>s diferentes fases <strong>de</strong><br />

ocupação e reorganização <strong>da</strong>quele sítio<br />

paradigmático.<br />

O nosso agra<strong>de</strong>cimento aos estu<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong><br />

UM, pelo interesse <strong>de</strong>monstrado nesta<br />

intervenção.


Nos terrenos envolventes ao Museu <strong>da</strong><br />

Cultura Castreja existe um amplo espaço,<br />

la<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> árvores e rio, que permaneceu<br />

abandonado durante déca<strong>da</strong>s. O objectivo é<br />

revitalizar o espaço com a criação <strong>de</strong> uma<br />

quinta proto-histórica, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>rão<br />

cultivar as mesmas espécies cultiva<strong>da</strong>s pelos<br />

nossos antepassados castrejos. As espécies<br />

vegetais e animais selecciona<strong>da</strong>s para tomar<br />

o seu lugar na quinta preten<strong>de</strong>m igualar o<br />

meio natural envolvente dos castros e<br />

citânias, fazendo-nos recuar dois mil anos,<br />

antes do milho e <strong>da</strong> vinha terem dominado<br />

a paisagem minhota.<br />

A selecção <strong>da</strong>s espécies vegetais e animais<br />

a serem produzi<strong>da</strong>s e introduzi<strong>da</strong>s foi<br />

basea<strong>da</strong> em material bibliográfico que<br />

explora as fontes escritas e arqueológicas<br />

relaciona<strong>da</strong>s com a época castreja. Esta<br />

recolha e análise levou a uma selecção <strong>de</strong><br />

espécies que exemplifica o quotidiano,<br />

englobando as seguintes vertentes:<br />

alimentação humana, alimentação animal,<br />

fabrico <strong>de</strong> tecidos e artefactos, usos<br />

medicinais, combustível e extracção <strong>de</strong><br />

materiais para tinturaria.<br />

Com o complemento <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional nos terrenos junto<br />

ao rio há o objectivo <strong>de</strong> reproduzir estas<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, fazendo um retorno ao passado,<br />

ao entrarmos na quinta. Esta começa a tomar<br />

forma física, saindo <strong>da</strong> i<strong>de</strong>alização do virtual<br />

para o real.<br />

A quinta proto-histórica está a ser divulga<strong>da</strong>.<br />

Foram negocia<strong>da</strong>s parcerias e colaborações<br />

com associações e instituições <strong>de</strong> várias<br />

áreas, como a agricultura biológica, a<br />

protecção ambiental, a protecção e criação<br />

animal <strong>de</strong> raças autóctones, as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

lúdicas e pe<strong>da</strong>gógicas, entre outras.<br />

A Direcção Regional <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong><br />

Entre Douro e Minho acolheu o projecto com<br />

entusiasmo, <strong>de</strong>vido ao seu carácter único e<br />

inovador no nosso país, e mostrou interesse<br />

em participar com o apoio técnico necessário,<br />

assim como o fornecimento <strong>de</strong> espécies<br />

vegetais e animais <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e raças<br />

autóctones.<br />

O local, por si só, é bastante bucólico, com<br />

o pequeno rio que serpenteia e <strong>de</strong>limita o<br />

terreno, os carvalhos que proporcionam<br />

sombras agradáveis, o silêncio quebrado pelo<br />

sino <strong>da</strong> igreja e pelo chilrear <strong>da</strong>s aves, com a<br />

visão <strong>da</strong> Citânia coroa<strong>da</strong> no monte, como<br />

que zelando por todo o vale. O seu aspecto<br />

foi recentemente melhorado com uma<br />

limpeza do terreno e lavra no solo, on<strong>de</strong> já<br />

foram planta<strong>da</strong>s aveleiras. Brevemente as<br />

árvores vão ser trata<strong>da</strong>s com po<strong>da</strong>s selectivas,<br />

os muros vão começar a ser reconstruídos,<br />

os percursos <strong>de</strong>finidos e as áreas <strong>de</strong><br />

sementeira e plantação a serem <strong>de</strong>linea<strong>da</strong>s,<br />

<strong>de</strong> modo a avançar com as sementeiras <strong>de</strong><br />

cereais no Outono e aromáticas no início <strong>de</strong><br />

Primavera, assim como a plantação <strong>de</strong><br />

fruteiras. A produção agrícola tem os<br />

objectivos <strong>de</strong>monstrativos referidos, mas<br />

também estará disponível a quem queira<br />

adquirir produtos agrícolas <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

Inseri<strong>da</strong> na quinta proto-histórica, está<br />

planea<strong>da</strong> uma área <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

arqueológicas, para explorar e <strong>de</strong>senvolver<br />

a arqueologia experimental e simulações,<br />

estando já a ser utiliza<strong>da</strong> nas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no<br />

âmbito do serviço educativo <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, com a simulação <strong>de</strong><br />

escavações arqueológicas para crianças.<br />

Dado o interesse <strong>da</strong> iniciativa, aqui fica o<br />

convite a visitar o Museu <strong>da</strong> Cultura Castreja<br />

e o seu espaço envolvente!<br />

Isabel Sofia (Eng.ª Agrónoma)


No passado mês <strong>de</strong> Maio, foi inaugurado o<br />

trilho pe<strong>de</strong>stre <strong>da</strong> Citânia, que se esten<strong>de</strong> ao<br />

longo <strong>da</strong>s freguesias <strong>de</strong> Donim e S. Salvador<br />

<strong>de</strong> Briteiros. Trata-se <strong>de</strong> um território que,<br />

para além <strong>de</strong> oferecer paisagens naturais <strong>de</strong><br />

rara beleza, dispõe <strong>de</strong> excepcionais condições<br />

que permitiram a fixação <strong>da</strong>s primeiras<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s agro-pastoris <strong>da</strong> península.<br />

Os vestígios <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>stas formas<br />

civilizacionais que povoaram o território,<br />

pelo menos a partir do século X a. C., po<strong>de</strong>m<br />

ser observados nos castros <strong>de</strong> Santa Iria, <strong>de</strong><br />

Sabroso e, principalmente, na Citânia <strong>de</strong><br />

Briteiros. Em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, o percurso<br />

pe<strong>de</strong>stre <strong>da</strong> citânia é uma recriação <strong>de</strong> um<br />

dos muitos passeios realizados por <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong> na prospecção e recolha <strong>de</strong><br />

elementos etnográficos e arqueológicos <strong>da</strong><br />

região do médio Ave, o que nos permite<br />

revisitar os locais <strong>de</strong>scritos por aquele sábio.<br />

Um percurso rico em atracções culturais<br />

Das len<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s mouras encanta<strong>da</strong>s na ponte<br />

medieval <strong>de</strong> Donim e do Penedo <strong>da</strong> Moura<br />

na Citânia <strong>de</strong> Briteiros, às crenças liga<strong>da</strong>s ao<br />

processo <strong>de</strong> fabrico do pão testemunha<strong>da</strong>s<br />

pelos inúmeros moinhos <strong>de</strong> água, po<strong>de</strong>mos<br />

obter informações que atestam a veraci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos registos <strong>da</strong>quele sábio, no último quartel<br />

do século XIX.<br />

Esta viagem no tempo permite-nos,<br />

também, observar a evolução dos engenhos<br />

<strong>de</strong> moagem, através <strong>da</strong> comparação entre as<br />

mós <strong>da</strong> Citânia com os moinhos dos rios<br />

Torto e Febras, ou as azenhas do rio Ave.<br />

A Citânia <strong>de</strong> Briteiros, no monte <strong>de</strong> S.<br />

Romão, e o Museu <strong>da</strong> Cultura Castreja, na<br />

al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> S. Salvador <strong>de</strong> Briteiros, são dois<br />

espaços museológicos <strong>de</strong> extraordinária<br />

importância para o conhecimento <strong>da</strong><br />

civilização castreja do noroeste peninsular:<br />

dos artefactos em ouro, com <strong>de</strong>corações<br />

muito elabora<strong>da</strong>s, até aos trabalhos <strong>de</strong> pedra,<br />

<strong>de</strong> que são exemplos emblemáticos as pedras<br />

formosas, os objectos <strong>de</strong> uso pessoal, os<br />

instrumentos e alfaias usados nas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

quotidianas, permite-nos imaginar que a<br />

civilização castreja dos povos do noroeste<br />

possuía formas culturais e artísticas bastante<br />

evoluí<strong>da</strong>s. Mas este espólio não se limita ao<br />

período castrejo. Os achados arqueológicos<br />

i<strong>de</strong>ntificam outros períodos importantes <strong>da</strong><br />

ocupação até ao início do período mo<strong>de</strong>rno.<br />

Trilho <strong>de</strong>senvolve-se ao longo do Ave e<br />

afluentes<br />

Não menos importante, o espaço natural<br />

ao longo do rio Ave e dos afluentes Torto e<br />

Febras, oferece-nos a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

observar espécies animais e vegetais que vão<br />

rareando.<br />

O percurso pe<strong>de</strong>stre faz-se ao longo <strong>de</strong><br />

caminhos rurais, numa extensão <strong>de</strong> 9 km,<br />

percorrido em aproxima<strong>da</strong>mente 4 horas.<br />

A Citânia <strong>de</strong> Briteiros continua a <strong>da</strong>r que<br />

falar e com muitos tesouros por <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r…<br />

Já no séc. XIX, <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> <strong>de</strong>ixounos<br />

importantes registos sobre arte rupestre<br />

com base nos seus estudos realizados entre<br />

Douro e Minho.<br />

É com base em alguns <strong>de</strong>sses registos, e<br />

através <strong>da</strong> prospecção arqueológica, que têm<br />

vindo a ser <strong>de</strong>scobertas e relocaliza<strong>da</strong>s<br />

algumas <strong>de</strong>stas manifestações rupestres que<br />

não são facilmente <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s, uma vez que<br />

se encontram bastante <strong>de</strong>sgasta<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

erosão, e <strong>de</strong>vido ao facto fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> que<br />

estas representações, para serem perceptíveis<br />

<strong>de</strong>verão ter luz a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, o que, por vezes,<br />

não acontece escapando-nos <strong>da</strong> vista. Para<br />

isso, têm <strong>de</strong> ser aplica<strong>da</strong>s algumas técnicas<br />

como a luz rasante através <strong>de</strong> holofotes ou<br />

escolher horas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s.<br />

Os motivos até agora <strong>de</strong>tectados são na sua<br />

gran<strong>de</strong> maioria covinhas, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ou<br />

pequenas dimensões, algumas isola<strong>da</strong>s, e<br />

outras em associação, sugerindo uma maior<br />

complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na maior parte <strong>da</strong>s vezes,<br />

fazendo parte <strong>de</strong> alguma representação,<br />

seguindo-se os círculos com covinhas ao<br />

centro, círculos concêntricos, podomorfos e,<br />

por último, espirais.<br />

No entanto, há um longo caminho a<br />

percorrer. A prospecção é apenas o primeiro<br />

passo no estudo. Não faz sentido estu<strong>da</strong>r a<br />

Citânia como um acto isolado. O estudo <strong>da</strong><br />

arte rupestre po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve complementar os<br />

<strong>da</strong>dos obtidos através <strong>da</strong>s escavações<br />

realiza<strong>da</strong>s no passado e no presente.<br />

D.C.<br />

Está disponível na Internet o inventário <strong>da</strong><br />

Secção <strong>de</strong> Etnografia do Museu <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, composto por um acervo<br />

muito diversificado, quer quanto à natureza,<br />

quer quanto à proveniência. Esta colecção<br />

distribui-se por onze núcleos distintos: fundo<br />

vimaranense, cultura popular, trabalho do<br />

linho, fundo religioso, fundo ultramarino,<br />

armas, cerâmica, fotografia, zoologia,<br />

mineralogia e diversos. Dos materiais <strong>de</strong>sta<br />

secção museológica <strong>de</strong>stacam-se os que<br />

integram o fundo vimaranense, que reúne um<br />

importante espólio ligado à História local <strong>de</strong><br />

Guimarães. Aí se encontram, por exemplo o<br />

foral manuelino <strong>de</strong> 1517, as chaves simbólicas<br />

<strong>de</strong> Guimarães e vários conjuntos <strong>de</strong> padrões<br />

<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s que pertenceram à Câmara <strong>de</strong><br />

Guimarães.<br />

A Secção <strong>de</strong> Etnografia do Museu <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> encontrase actualmente<br />

em reserva, sendo objecto <strong>de</strong> exposições<br />

temporárias parcelares.<br />

A colocação <strong>de</strong>ste inventário na Internet<br />

permite <strong>da</strong>r a conhecer um património rico e<br />

diversificado que tem estado inacessível ao<br />

público.<br />

O inventário está disponível no espaço na<br />

Internet <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong> - Centro <strong>de</strong><br />

Estudos do Património.<br />

http://www.csarmento.uminho.pt


O prestígio dos serviços educativos é muito<br />

recente, sendo notório que, nos últimos anos,<br />

entre as diversas funções dos museus, existe<br />

uma relevante e importante função educativa.<br />

Para este efeito é <strong>de</strong> assinalar a importância<br />

<strong>da</strong> participação activa dos diversos sectores<br />

dos museus, dos professores e <strong>da</strong>s<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, bem como a organização <strong>de</strong><br />

parcerias, para a elaboração conjunta <strong>de</strong><br />

projectos que tenham como mote o<br />

património museológico/cultural.<br />

Actualmente, as acções museológicas não<br />

são efectiva<strong>da</strong>s somente a partir dos objectos<br />

e <strong>da</strong>s colecções existentes nos museus.<br />

O processo museológico preten<strong>de</strong> ser ca<strong>da</strong> vez<br />

mais uma acção educativa e <strong>de</strong> comunicação<br />

que cative o visitante dos museus fazendo com<br />

que este passe a compreen<strong>de</strong>r o objecto, a<br />

manifestação cultural. Esta análise e<br />

compreensão <strong>de</strong>verá ser como que um ponto<br />

<strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para o levantamento <strong>de</strong> questões,<br />

para comparações, para estabelecimento <strong>de</strong><br />

relações entre o antigo e o novo, para fazer a<br />

ponte entre os objectos e a cultura do visitante,<br />

reforçando através <strong>de</strong>stes mecanismos o valor<br />

do património cultural como vector <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> conhecimento e estimulante <strong>da</strong><br />

criativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Serviços Educativos<br />

Os museus contemporaneamente já não são<br />

entendidos como espaços inactivos, como<br />

instituições histórico-socialmente<br />

condiciona<strong>da</strong>s! Não são consi<strong>de</strong>rados<br />

produtos prontos ou acabados! São antes o<br />

resultado <strong>da</strong>s acções dos sujeitos que o estão<br />

construindo e reconstruindo, a par e passo.<br />

A partir <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> reflexões é que a<br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> com a<br />

colaboração <strong>de</strong> Lígia Aarão (Artes Plásticas) e<br />

Alexandra Esteves (História) em parceria com<br />

a <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong> na pessoa <strong>de</strong> Daniela<br />

Cardoso (Arqueologia) está a <strong>de</strong>senvolver os<br />

Serviços Educativos no sentido <strong>de</strong> realizar e<br />

potenciar uma complementari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre a<br />

educação formal, assegura<strong>da</strong> pelas escolas e<br />

a não formal, <strong>de</strong> que se ocupam os museus.<br />

Estudos actualizados indicam que as escolas<br />

são o público mais numeroso dos museus, <strong>da</strong>í<br />

que a principal aposta dos Serviços Educativos<br />

<strong>da</strong> SMS tenha sido a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver projectos<br />

como: a realização <strong>de</strong> visitas guia<strong>da</strong>s para<br />

alunos <strong>da</strong>s escolas com o apoio <strong>de</strong> jogos<br />

pe<strong>da</strong>gógico/didácticos; os Cursos <strong>de</strong> Verão; O<br />

Museu vai à Escola; Curso <strong>de</strong> Páscoa. To<strong>da</strong>s estas<br />

iniciativas realizaram-se no âmbito <strong>da</strong><br />

Arqueologia, <strong>da</strong> História e <strong>da</strong>s Artes Plásticas.<br />

Realizou-se ain<strong>da</strong> um Workshop na área <strong>da</strong><br />

Arqueologia Experimental.<br />

O Museu vai à Escola<br />

Um dos projectos <strong>de</strong>senvolvidos pelos Serviços<br />

Educativos <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong> foi O Museu vai à Escola que contou<br />

com o apoio <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong> e <strong>da</strong> Câmara<br />

Municipal <strong>de</strong> Guimarães. Tratou-se <strong>de</strong> uma<br />

iniciativa inovadora, que “levou” o Museu à<br />

Escola, com o objectivo <strong>de</strong> criar e <strong>de</strong>senvolver<br />

junto <strong>da</strong>s crianças o gosto pela história, pela<br />

arqueologia e pelos museus. Esta iniciativa<br />

apostou na conjugação <strong>da</strong>s vertentes lúdica e<br />

educativa e visou também <strong>da</strong>r a conhecer ao<br />

público mais jovem algumas <strong>da</strong>s peças mais<br />

significativas que integram o núcleo<br />

museológico <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong><br />

e <strong>da</strong> História do Concelho <strong>de</strong> Guimarães.<br />

Cursos <strong>de</strong> Verão<br />

Já as duas últimas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste ano, como<br />

o Curso <strong>de</strong> Verão para crianças com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

compreendi<strong>da</strong>s entre os 6 e 10 anos, <strong>de</strong>correu<br />

<strong>de</strong> 4 a 27 <strong>de</strong> Julho e baseou-se em activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que <strong>de</strong>correram com a programação seguinte:<br />

elaboração <strong>de</strong> “cerâmica <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro”,<br />

“fantoches” e “hora do conto” (com os<br />

oradores convi<strong>da</strong>dos, professores Fernando<br />

Capela Miguel e Ana Maria André);<br />

visualização <strong>de</strong> um filme; arqueologia<br />

experimental (com a participação do<br />

arqueólogo Jorge Sampaio do Parque<br />

Arqueológico do Côa); teatro sobre a história<br />

<strong>da</strong> Citânia <strong>de</strong> Briteiros; visita guia<strong>da</strong> à Citânia<br />

<strong>de</strong> Briteiros; bem como a simulação <strong>de</strong> uma<br />

escavação na futura “Quinta Proto Histórica<br />

do Solar <strong>da</strong> Ponte”, em Briteiros. Esta última<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong> teve a colaboração <strong>de</strong> Isabel Sofia<br />

(Engenharia Agrónoma) colaboradora <strong>da</strong> SMS<br />

e do Centro Social <strong>da</strong> Junta <strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong><br />

Polvoreira que colaborou com o transporte<br />

<strong>da</strong>s crianças e a quem se agra<strong>de</strong>ce a prestimosa<br />

cooperação.<br />

Arqueologia Experimental<br />

Já o Workshop <strong>de</strong> Arqueologia Experimental,<br />

para jovens com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s compreendi<strong>da</strong>s entre<br />

os 12 e os 17 anos, teve o objectivo <strong>de</strong> incentivar<br />

faixas etárias diferentes <strong>da</strong>s restantes<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s pelos serviços<br />

educativos <strong>da</strong> SMS ao longo do ano. Esta<br />

iniciativa preten<strong>de</strong>u incentivar os jovens para<br />

a arqueologia e mostrar-lhes a funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos instrumentos pré-históricos utilizados<br />

no passado. Esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> contou também<br />

com a participação do arqueólogo Jorge<br />

Sampaio, do Parque Arqueológico do Côa.<br />

Após uma breve análise e avaliação <strong>da</strong>s<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em geral realiza<strong>da</strong>s pelos serviços<br />

educativos <strong>da</strong> SMS, po<strong>de</strong> fazer-se um balanço<br />

geral positivo constatando-se que têm<br />

<strong>de</strong>corrido com sucesso. Perspectiva-se a sua<br />

continui<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo contributo que têm vindo<br />

a <strong>da</strong>r à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e pela visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

tem proporcionado ao próprio Museu <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>.<br />

D.C.


No passado mês <strong>de</strong> Julho realizou-se na<br />

Citânia <strong>de</strong> Briteiros, pela terceira vez, o evento<br />

Citânia Viva, organizado pela Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e pela <strong>Casa</strong> do Povo <strong>de</strong><br />

Briteiros. O evento <strong>de</strong>correu com<br />

normali<strong>da</strong><strong>de</strong>, particularmente durante as<br />

encenações do Conselho <strong>de</strong> Anciãos e do<br />

Encontro <strong>de</strong> Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que tinham sido já<br />

encenados em 2005. A gran<strong>de</strong> novi<strong>da</strong><strong>de</strong> no<br />

evento <strong>de</strong>ste ano foi o Ritual Fúnebre, no qual<br />

os figurantes participaram com gran<strong>de</strong><br />

entusiasmo, animados pelo flautista e<br />

percussionista <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Musical <strong>de</strong><br />

Guimarães.<br />

Um sol bastante forte e altas temperaturas<br />

acabaram por condicionar um pouco a<br />

afluência <strong>de</strong> visitantes que, no entanto, ali<br />

acorreram em cerca <strong>de</strong> duas centenas.<br />

A população local (cerca <strong>de</strong> 60 pessoas)<br />

tomou parte no evento <strong>de</strong> recriação,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo laços ca<strong>da</strong> vez mais fortes com<br />

Património Histórico <strong>da</strong> região.<br />

O evento<br />

O evento visou reconstituir um cenário<br />

quotidiano <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro, período áureo<br />

<strong>de</strong> ocupação humana <strong>de</strong>ste sítio arqueológico.<br />

Tratando-se <strong>de</strong> uma experiência recente, que<br />

se confronta com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> restituição<br />

<strong>de</strong> materiais arqueológicos (foi necessário,<br />

por vezes, recorrer ao improviso) e com<br />

escassez <strong>de</strong> informação concreta, a recriação<br />

não terá sido perfeita. Mas, <strong>de</strong> um modo<br />

geral, pensamos que os visitantes ficaram<br />

eluci<strong>da</strong>dos acerca <strong>da</strong> cultura e do modo <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s populações que habitaram este local<br />

no I milénio a.C.<br />

Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s encena<strong>da</strong>s:<br />

O Conselho <strong>de</strong> Anciãos<br />

Esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> baseou-se fun<strong>da</strong>mentalmente<br />

no facto <strong>de</strong> existir, na Citânia, uma gran<strong>de</strong><br />

estrutura circular (não existindo nenhuma<br />

outra com tamanhas dimensões), com um<br />

banco corrido ao longo <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> interior.<br />

Está implanta<strong>da</strong> numa zona <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se<br />

domina um amplo território potencial <strong>de</strong><br />

exploração e que aparentemente não era<br />

resi<strong>de</strong>ncial, mas espaço <strong>de</strong> utilização pública.<br />

Tudo indica que ali tenha funcionado uma<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong> parlamentar, <strong>da</strong> qual não se conhece<br />

a natureza dos membros, nem as<br />

prerrogativas. Daí que o nome Conselho <strong>de</strong><br />

Anciãos seja fictício. Do conselho po<strong>de</strong>riam<br />

fazer parte anciãos, guerreiros, sacerdotes,<br />

ou outros. Também não sabemos se se tratava<br />

<strong>de</strong> um órgão <strong>de</strong> representação igualitária, ou<br />

um conselho oligárquico, composto por uma<br />

elite administrativa (hipótese mais plausível).<br />

Posto isto, a encenação não foi propriamente<br />

uma recriação, mas uma composição<br />

simbólica, incluindo uma “queima<strong>da</strong>”,<br />

tradição popular do Noroeste peninsular.<br />

Encontro <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Este encontro visou recriar um acontecimento<br />

frequente, entre as diferentes comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro do Noroeste.<br />

Enquadrado num vasto leque <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

como a negociação, o convívio, a competição,<br />

ou mesmo a hostili<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

enviava aos seus vizinhos séquitos compostos<br />

<strong>de</strong> valorosos guerreiros. Estrabão, na sua<br />

geografia <strong>da</strong> Ibéria, <strong>de</strong>screve um clima <strong>de</strong><br />

instabili<strong>da</strong><strong>de</strong>: “a maior parte <strong>de</strong>les,<br />

renunciando a viver <strong>da</strong> terra, passam a vi<strong>da</strong><br />

no banditismo e numa guerra contínua <strong>de</strong> uns<br />

com os outros. (…) Assim acontece que a terra<br />

abandona<strong>da</strong> per<strong>de</strong>u frutos que cresciam<br />

espontâneos, e ficou povoa<strong>da</strong> <strong>de</strong> malfeitores”<br />

(Estrabão, Geographia).<br />

O registo arqueológico, contudo, <strong>de</strong>monstrou<br />

o exagero <strong>de</strong>stas hostili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tendo-se<br />

i<strong>de</strong>ntificado numerosos indicadores <strong>de</strong> uma<br />

forte dinâmica económica. Tal é o caso <strong>da</strong><br />

Citânia <strong>de</strong> Briteiros.<br />

Ritual Fúnebre<br />

Os ritos <strong>de</strong> encomen<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> alma são uma<br />

componente cultural fun<strong>da</strong>mental em<br />

qualquer período histórico. Surgem no registo<br />

arqueológico diferentes formas <strong>de</strong><br />

sepultamento. Na I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro, a<br />

incineração era prática corrente, e tudo indica<br />

que ca<strong>da</strong> família conservava as cinzas dos<br />

seus antepassados, <strong>de</strong>ntro do espaço<br />

doméstico, guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s em urnas cinerárias<br />

coloca<strong>da</strong>s sob os pavimentos. Quanto aos<br />

rituais, dispomos <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong><br />

autores latinos relativas às exéquias <strong>de</strong><br />

Viriato, caudilho dos Lusitani, cuja relação<br />

cultural com os Callaeci (povos a Norte do


Douro) está ain<strong>da</strong> em parte por estabelecer,<br />

mas que aparenta diversas semelhanças.<br />

Citando as fontes clássicas, no funeral do<br />

guerreiro “O cadáver (…), magnificamente<br />

vestido, foi queimado numa pira altíssima,<br />

enquanto os sol<strong>da</strong>dos, tanto os <strong>de</strong> infantaria<br />

como os <strong>de</strong> cavalaria, corriam em formação em<br />

torno <strong>da</strong> pira, com as suas armas e entoando as<br />

suas glórias ao modo bárbaro. Não se retiraram<br />

<strong>da</strong>li até que o fogo <strong>da</strong> fogueira se extinguiu<br />

completamente.<br />

Terminado o funeral, celebraram combates<br />

singulares sobre o seu túmulo” (Apiano,<br />

Bellum Ibericum).<br />

Noutro texto fala-se que “O cadáver (…) foi<br />

magnificamente honrado e teve maravilhosos<br />

funerais. Fizeram duzentos pares <strong>de</strong> gladiadores<br />

combaterem perante o seu túmulo, honrando<br />

assim a sua extraordinária coragem” (Diodoro<br />

Sículo, Bibliotheca).<br />

O que não se i<strong>de</strong>ntificou ain<strong>da</strong> foi um local<br />

específico para a realização <strong>de</strong>stes rituais:<br />

em espaço público ou privado Dentro ou<br />

fora dos povoados Na Citânia Viva, o local<br />

foi escolhido aleatoriamente.<br />

Reconstituição <strong>de</strong> materiais<br />

A concepção dos a<strong>de</strong>reços usados na Citânia<br />

Viva teve por base as peças recolhi<strong>da</strong>s no<br />

âmbito <strong>da</strong>s investigações arqueológicas. As<br />

cerâmicas respeitaram as tipologias e as<br />

<strong>de</strong>corações, não se tendo conseguido<br />

reconstituir as pastas, originalmente<br />

bastante escuras e micáceas e com variados<br />

tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sengordurantes visíveis a olho nu.<br />

Os alimentos foram confeccionados com<br />

produtos simples, como carne, cereais, frutos<br />

secos e leguminosas, cuja utilização está<br />

documenta<strong>da</strong> pela investigação arqueológica.<br />

A música tinha um papel importante nos rituais castrejos<br />

As roupas, bastante simples, basearam-se<br />

na indumentária dos guerreiros, <strong>de</strong>scrita<br />

pelos autores latinos, e coinci<strong>de</strong>nte com as<br />

estátuas <strong>de</strong> guerreiros galaicos recolhi<strong>da</strong>s no<br />

Norte <strong>de</strong> Portugal, assim como com as<br />

gravuras rupestres do vale do Douro. Os<br />

adornos, como braceletes e fitas foram<br />

elaborados com couro.<br />

Dos adornos metálicos, apenas se<br />

reconstituíram algumas ourivesarias com<br />

materiais simples, como massas. Usaramse<br />

também mós em pedra, circulares ou <strong>de</strong><br />

vaivém, para exemplificar uma tarefa<br />

bastante comum em to<strong>da</strong>s as famílias.<br />

A reconstituição <strong>da</strong>s armas baseou-se<br />

também nas <strong>de</strong>scrições clássicas, e no espólio<br />

arqueológico conhecido. Os escudos (caetrae)<br />

estão representados nas estátuas, <strong>de</strong> forma<br />

circular, <strong>de</strong> pequenas dimensões, geralmente<br />

<strong>de</strong>corados, e ligeiramente convexos no<br />

centro; as falcatas ou espa<strong>da</strong>s (gladium),<br />

curtas e <strong>de</strong> maior ou menor curvatura <strong>da</strong><br />

lâmina, apresentam-se pouco visíveis e<br />

embainha<strong>da</strong>s nas estátuas, mas conhecemse<br />

contudo exemplares exumados em<br />

escavações (para a Citânia Viva, usou-se<br />

como mo<strong>de</strong>lo a falcata recolhi<strong>da</strong> na Citânia<br />

<strong>de</strong> S. Julião); as lanças (pillum) são armas<br />

simples, <strong>da</strong>s quais se recolheram algumas<br />

pontas metálicas, não reconstituí<strong>da</strong>s neste<br />

evento.<br />

Também não se restituíram os capacetes.<br />

Segundo Estrabão, estes povos “usam um<br />

pequeno escudo <strong>de</strong> dois pés <strong>de</strong> diâmetro,<br />

côncavo para diante, suspenso com talabartes<br />

<strong>de</strong> couro (…). Além disso, usam ain<strong>da</strong> punhal ou<br />

gládio. A maior parte usa couraças <strong>de</strong> linho;<br />

poucos, cotas <strong>de</strong> malha e um capacete <strong>de</strong> tríplice<br />

cimeira, ao passo que os <strong>de</strong>mais têm elmos <strong>de</strong><br />

nervos. Os peões usam também polainas <strong>de</strong><br />

couro, e ca<strong>da</strong> um traz diversos <strong>da</strong>rdos; e alguns,<br />

lanças com ponta <strong>de</strong> cobre”. (Estrabão,<br />

Geographia).<br />

Os instrumentos musicais são uma <strong>da</strong>s áreas<br />

mais nebulosas <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ferro. Tendo<br />

como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> um estrato do texto<br />

<strong>de</strong> Estrabão, em que diz “Enquanto bebem,<br />

bailam e fazem coros ao som <strong>da</strong> flauta e <strong>da</strong><br />

trombeta, <strong>da</strong>ndo saltos no ar e caindo <strong>de</strong> joelhos”<br />

(Estrabão, Geographia), apenas se usaram<br />

flautas, trombetas em chifre e instrumentos<br />

<strong>de</strong> percussão simples.


Antecedi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> uma conferência <strong>de</strong> imprensa<br />

em que foi apresenta<strong>da</strong> a nova i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

gráfica <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, e <strong>de</strong><br />

uma Assembleia Geral <strong>de</strong> sócios para<br />

aprovação do Relatório <strong>de</strong> Gerência 2005, as<br />

comemorações do 9 <strong>de</strong> Março, em honra do<br />

patrono <strong>da</strong> instituição, Francisco <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>, juntaram centenas <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> Guimarães, para a tradicional cerimónia<br />

do “Prémio”, em que foram galardoados os<br />

melhores alunos <strong>de</strong> vários graus <strong>de</strong> ensino<br />

do concelho <strong>de</strong> Guimarães.<br />

Da<strong>da</strong> a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alunos inscritos pelas<br />

escolas, a entrega dos prémios <strong>de</strong>senrolouse<br />

em três sessões: <strong>de</strong> manhã (1º ciclo), <strong>de</strong><br />

tar<strong>de</strong> (1º ciclo e prémios com patrocínio ao<br />

2º e 3º ciclos) e à noite (ensino complementar<br />

e superior).<br />

Pela primeira vez, também, foi atribuído o<br />

prémio “Emídio Guerreiro”, entregue<br />

durante a sessão solene <strong>da</strong> noite ao melhor<br />

aluno recém-licenciado do curso <strong>de</strong><br />

Matemática <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho.<br />

Além <strong>de</strong>ste, foram ain<strong>da</strong> atribuídos os<br />

prémios: “Governo Civil” e “Câmara<br />

Municipal <strong>de</strong> Guimarães”, ao aluno melhor<br />

classificado no final <strong>da</strong> licenciatura em<br />

Engenharia <strong>de</strong> Sistemas e Informática <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho; “Engº Duarte do<br />

Amaral”, à aluna melhor classifica<strong>da</strong> na<br />

licenciatura <strong>de</strong> História - ramo científico;<br />

“Alberto Vieira Braga”, ao aluno melhor<br />

classificado no final do 12º ano <strong>da</strong> Secundária<br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>; “Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>”, ao aluno melhor classificado no<br />

12º ano dos cursos tecnológicos <strong>da</strong> E.<br />

Francisco <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong>; e “António <strong>de</strong><br />

Azevedo”, ao aluno melhor classificado no<br />

final do 12º ano no Curso Geral <strong>de</strong> Artes <strong>da</strong><br />

E. S. Francisco <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong>.<br />

Os alunos premiados e respectivos familiares<br />

foram ain<strong>da</strong> agraciados com um lanche e<br />

uma sessão <strong>de</strong> cinema, no Centro Cultural<br />

<strong>de</strong> Vila Flor, com a exibição do filme<br />

Wallace and Gromit: a maldição do Coelhomem,<br />

<strong>de</strong> Nick Park e Steve Box.<br />

Colaboraram nesta sessão o Cineclube e a<br />

Câmara Municipal <strong>de</strong> Guimarães.<br />

Aos alunos distinguidos na Festa escolar<br />

<strong>2006</strong> foi entregue o livro Len<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Mouras<br />

Encanta<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> Maria José Meireles, com<br />

ilustração <strong>de</strong> Alexandra Jordão Pires. Os<br />

livros foram oferecidos pelo sócio Abel<br />

Pinheiro Ribeiro <strong>da</strong> Silva, como homenagem<br />

à memória do seu pai, Lourenço Ribeiro <strong>da</strong><br />

Silva.<br />

A Sessão Solene do 9 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong>ste ano,<br />

como sempre realiza<strong>da</strong> no Salão Nobre <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, contou com a<br />

intervenção do arqueólogo Francisco San<strong>de</strong><br />

Lemos, que falou sobre o tema Citânia <strong>de</strong><br />

Briteiros: novas <strong>de</strong>scobertas, fazendo uma<br />

primeira apresentação pública dos resultados<br />

<strong>da</strong>s últimas prospecções arqueológicas na<br />

Citânia <strong>de</strong> Briteiros. O orador foi apresentado<br />

por Henrique Barreto Nunes, Director <strong>da</strong><br />

Biblioteca Pública <strong>de</strong> Braga e sócio <strong>da</strong> SMS.<br />

Durante esta sessão, proce<strong>de</strong>u-se à<br />

assinatura <strong>de</strong> um protocolo <strong>de</strong> cooperação<br />

entre a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e a<br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Musical <strong>de</strong> Guimarães.<br />

Assinalando a entra<strong>da</strong> em vigor do protocolo<br />

assinado durante a sessão entre a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Musical <strong>de</strong><br />

Guimarães, houve intervenções do Quarteto<br />

<strong>de</strong> Clarinetes <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música<br />

Valentim Moreira <strong>de</strong> Sá, <strong>da</strong> SMG, que<br />

interpretou algumas árias <strong>da</strong>s óperas O Rapto<br />

do Serralho e Bo<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Fígaro, <strong>de</strong> Wolfgang<br />

Ama<strong>de</strong>us Mozart.


Hoje cumprimos um ritual que se repete<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>, nos longínquos inícios <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> 1880. Por essa altura, os homens que<br />

preten<strong>de</strong>ram homenagear Francisco <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong> em vi<strong>da</strong>, falavam assim:<br />

“Po<strong>de</strong>ria erigir-se um monumento em granito ou<br />

mármore, abrindo-lhe na base inscrições<br />

comemorativas; mas não será um anacronismo<br />

que neste século <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual<br />

prefiramos a inscrição à associação, o mármore<br />

a um pensamento em activi<strong>da</strong><strong>de</strong> constante, a<br />

inércia <strong>de</strong> uma coluna ao vivido movimento <strong>de</strong><br />

uma instituição, que <strong>de</strong>ve prosperar se nunca lhe<br />

falecer a vossa protecção e a dos nossos<br />

conterrâneos<br />

O monumento po<strong>de</strong> esboroar-se e <strong>de</strong>saparecer<br />

no fragor <strong>da</strong>s tempesta<strong>de</strong>s, ou no van<strong>da</strong>lismo<br />

<strong>da</strong>s guerras; a instituição, se cria raízes, se<br />

preenche uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> real, se representa um<br />

progresso na educação social, vive além <strong>da</strong>s<br />

convulsões, adquire condições <strong>de</strong> perpetui<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

permanece enquanto não está satisfeito o seu fim,<br />

enquanto se não torna inútil por novos progressos,<br />

vivendo ain<strong>da</strong> assim na memória dos que lerem<br />

as páginas <strong>da</strong> sua história”.<br />

Em vez do monumento, Francisco <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong> foi homenageado com uma<br />

instituição que perpetuou o seu nome e a sua<br />

obra, mas que representou um inegável<br />

“progresso na educação social” para to<strong>da</strong> esta<br />

região. A SMS nasceu como “Promotora <strong>da</strong><br />

Instrução Popular” e cumpriu o seu <strong>de</strong>sígnio:<br />

foi aqui que, em Guimarães, nasceu a<br />

formação profissional, incluindo a dirigi<strong>da</strong><br />

para o sexo feminino, o ensino artístico, a<br />

educação <strong>de</strong> adultos. A Escola Industrial<br />

Francisco <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong> e o Liceu <strong>de</strong> Guimarães<br />

têm a sua origem estreitamente vincula<strong>da</strong> a<br />

esta <strong>Casa</strong>. Daqui partiram acções <strong>de</strong><br />

alfabetização, nomea<strong>da</strong>mente no meio rural,<br />

por obra <strong>da</strong>s Escolas Móveis promovi<strong>da</strong>s pela<br />

acção dos homens <strong>da</strong> SMS.<br />

Mas a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pioneiros <strong>da</strong> SMS foi<br />

para além <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> instrução popular<br />

através <strong>da</strong> aprendizagem <strong>da</strong>s primeiras letras<br />

ou dos rudimentos técnicos <strong>de</strong> uma profissão.<br />

Des<strong>de</strong> cedo se <strong>de</strong>senvolveram nesta<br />

Instituição outras dimensões <strong>da</strong> produção e<br />

difusão <strong>da</strong> cultura. Criou-se um Museu<br />

Arqueológico, que logo se tornou num<br />

mo<strong>de</strong>lo, abriram-se as portas <strong>da</strong> Biblioteca<br />

Pública, lançou-se uma revista científica, a<br />

revista <strong>de</strong> Guimarães. To<strong>da</strong>s estas obras ain<strong>da</strong><br />

hoje persistem, a<strong>da</strong>ptando-se aos novos<br />

tempos. Por outro lado, não esquecemos que<br />

a história do Arquivo Municipal Alfredo<br />

Pimenta, <strong>da</strong> Biblioteca Raul Brandão ou do<br />

Museu Alberto Sampaio também passa por<br />

aqui. À medi<strong>da</strong> em que o Estado passou a<br />

Na sessão do “9 <strong>de</strong> Março” o Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Direcção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, Dr. António Amaro <strong>da</strong>s Neves, refere-se<br />

aos novos <strong>de</strong>safios que a instituição vai ter que enfrentar e vencer, nos próximos anos, para po<strong>de</strong>r continuar a cumprir,<br />

eficazmente, a sua missão.<br />

assumir o papel que lhe cumpria na<br />

educação, a SMS foi aprofun<strong>da</strong>ndo o seu<br />

perfil <strong>de</strong> instituição eminentemente<br />

científica, mas nunca esqueceu a sua vocação<br />

inicial <strong>de</strong> “Promotora <strong>da</strong> Instrução Popular”.<br />

Eis a razão porque ain<strong>da</strong> hoje a SMS celebra<br />

o seu aniversário com uma “Festa Escolar”.<br />

A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> está, nos dias<br />

que correm, numa encruzilha<strong>da</strong>. Mas, entre<br />

nós, ninguém tem dúvi<strong>da</strong>s em relação ao<br />

caminho a seguir. Os meios próprios <strong>de</strong><br />

financiamento <strong>de</strong> que dispôs até aqui,<br />

acabaram por se esgotar com o esforço para<br />

a dotação <strong>da</strong> Citânia <strong>de</strong> Briteiros com meios<br />

<strong>de</strong> acolhimento condignos e com a criação<br />

do Museu <strong>da</strong> Cultura Castreja.<br />

A actual Direcção tem feito um gran<strong>de</strong><br />

esforço para assegurar o equilíbrio financeiro<br />

<strong>da</strong> Instituição, ain<strong>da</strong> ontem reconhecido pela<br />

Assembleia Geral, mas tem consciência <strong>de</strong><br />

que não terá possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso, se não<br />

se encontrar uma solução <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que passe pela assunção pelo Estado <strong>da</strong> sua<br />

quota parte nos encargos com a acção <strong>de</strong><br />

protecção, estudo e disponibilização pública<br />

<strong>de</strong> um património que a todos pertence.<br />

A Direcção tem consciência <strong>de</strong> que a situação<br />

é complexa e <strong>de</strong> que a solução terá <strong>de</strong> ser<br />

arroja<strong>da</strong>. To<strong>da</strong>via, o historial <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e o peso do seu património são a garantia <strong>de</strong><br />

que, também ao nível do financiamento, a<br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> saberá encontrar um mo<strong>de</strong>lo que<br />

vá <strong>de</strong> encontro aos novos tempos. A profun<strong>da</strong><br />

reflexão que vem sendo feita sobre esta<br />

matéria e os contactos mantidos com o<br />

Ministério <strong>da</strong> Cultura e com a Câmara<br />

Municipal, concorrem para a convicção <strong>de</strong><br />

que, será encontra<strong>da</strong> uma solução que<br />

assegure a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a esta casa <strong>de</strong><br />

Cultura. O nosso problema é que a solução<br />

po<strong>de</strong> tar<strong>da</strong>r mais do que aquilo que o nosso<br />

calendário po<strong>de</strong>rá suportar.<br />

To<strong>da</strong>via, para lá dos problemas que a afligem,<br />

e que a ca<strong>da</strong> dia que passa se tornam mais<br />

agudos, esta velha Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> não se tem<br />

<strong>de</strong>ixado paralisar. A SMS continua viva e em<br />

plena activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, enfrentando novos <strong>de</strong>safios<br />

com imaginação e criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ao longo <strong>de</strong>ste ano, foi possível reduzir o<br />

nível <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento para cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong>,<br />

graças a receitas extraordinárias<br />

(e certamente irrepetíveis). Abriu-se a nova<br />

Galeria <strong>de</strong> Arte, <strong>da</strong>ndo-se início a um ciclo<br />

<strong>de</strong> exposições <strong>de</strong> Arte Contemporânea aberto<br />

a novas vozes emergentes na cena artística<br />

portuguesa.<br />

Deu-se um novo impulso ao Serviço<br />

Educativo, em que se <strong>de</strong>senvolveram diversas<br />

acções que têm permitido trazer as escolas<br />

ao Museu e levar o Museu às Escolas. Com<br />

recurso ao programa <strong>de</strong> estágios do Instituto<br />

<strong>de</strong> Emprego, foi possível inventariar e tratar<br />

as nossas colecções <strong>de</strong> etnografia e <strong>de</strong><br />

numismática.<br />

Continuámos a colaborar com a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do Minho, em diferentes níveis. A <strong>Casa</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Sarmento</strong> prosseguiu com um trabalho que<br />

tem permitido <strong>da</strong>r visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos acervos<br />

<strong>de</strong>sta Instituição. Por outro lado, estreitouse<br />

a colaboração com os Serviços <strong>de</strong><br />

Documentação, nomea<strong>da</strong>mente através <strong>de</strong><br />

um conjunto <strong>de</strong> exposições nas Bibliotecas<br />

<strong>da</strong> UM com materiais <strong>da</strong> SMS. O Dr. Santos<br />

Simões sempre acreditou que o futuro <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> passava pela<br />

abertura <strong>da</strong>s nossas portas à Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do Minho, <strong>de</strong> modo a assegurar a sua<br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> científica. Hoje ninguém<br />

terá dúvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> que estava certo. E não<br />

esquecemos quão importante tem sido<br />

po<strong>de</strong>rmos contar com o cui<strong>da</strong>do e o apoio <strong>de</strong><br />

dois amigos <strong>de</strong>sta <strong>Casa</strong> que hoje se encontram


entre nós: o senhor Reitor, Prof. António<br />

Guimarães Rodrigues, e o senhor Presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong> Comissão Instaladora <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>, Prof. Carlos Bernardo.<br />

A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> está<br />

inteiramente disponível para colaborar com<br />

a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho nas acções que<br />

contribuam para a afirmação do nosso<br />

território enquanto região <strong>de</strong> conhecimento<br />

e <strong>de</strong> cultura. Foi com esse espírito que a<br />

Direcção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong><br />

<strong>de</strong>liberou a<strong>de</strong>rir, sem reservas mentais, à<br />

proposta do Conselho Cultural para a<br />

candi<strong>da</strong>tura do Minho a região europeia <strong>da</strong><br />

cultura para o ano <strong>de</strong> 2012. Po<strong>de</strong>m contar<br />

connosco para aju<strong>da</strong>r a construir um projecto<br />

ganhador.<br />

A cooperação com a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho<br />

permitiu que esta Instituição voltasse à<br />

investigação e à produção <strong>de</strong> conhecimento<br />

na área <strong>da</strong> arqueologia, como fez nos tempos<br />

<strong>de</strong> Francisco <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e <strong>de</strong> Mário<br />

Cardozo. Este retorno às origens é <strong>de</strong>vido ao<br />

Prof. Francisco San<strong>de</strong> Lemos. Profundo<br />

conhecedor do acervo arqueológico e<br />

científico <strong>da</strong> Instituição e <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Francisco<br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, é o principal responsável<br />

pelas campanhas <strong>de</strong> levantamento e<br />

escavação que se têm realizado na Citânia <strong>de</strong><br />

Briteiros, que têm revelado importantes<br />

contribuições para o aprofun<strong>da</strong>mento do<br />

conhecimento <strong>da</strong> ocupação humana do<br />

espaço on<strong>de</strong> está implantado aquele sítio<br />

arqueológico.<br />

Em reconhecimento <strong>da</strong> sua acção em prol<br />

<strong>da</strong> SMS, ain<strong>da</strong> ontem a Assembleia Geral<br />

<strong>de</strong>sta Instituição <strong>de</strong>liberou, por aclamação,<br />

elevar Francisco San<strong>de</strong> Lemos à condição <strong>de</strong><br />

sócio honorário, aten<strong>de</strong>ndo às suas<br />

dimensões científica, cultural e humana e aos<br />

excepcionais e relevantes serviços que tem<br />

prestado à Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>.<br />

Honra-nos, hoje, com uma palestra sobre as<br />

recentes <strong>de</strong>scobertas na Citânia <strong>de</strong> Briteiros.<br />

Muitas vezes ouvimos dizer, no passado, que<br />

a Citânia <strong>de</strong> Briteiros já na<strong>da</strong> <strong>de</strong> novo tinha<br />

para <strong>da</strong>r. Veremos <strong>da</strong>qui a pouco que tal i<strong>de</strong>ia<br />

an<strong>da</strong> muito longe <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. Será hoje<br />

assinado um protocolo <strong>de</strong> cooperação entre<br />

a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Musical <strong>de</strong> Guimarães, que permitirá,<br />

nomea<strong>da</strong>mente, organizar um fundo<br />

arquivístico constituído por partituras,<br />

iconografia, sons gravados ou outros<br />

documentos <strong>de</strong> cunho musical com vista à<br />

sua divulgação através <strong>de</strong> diferentes meios,<br />

nomea<strong>da</strong>mente através <strong>da</strong> Internet. A<br />

participação do quarteto <strong>de</strong> clarinetes nesta<br />

Sessão Solene integra-se já na cooperação<br />

entre as duas instituições, que preten<strong>de</strong>mos<br />

estreitar e alargar a novos níveis <strong>de</strong><br />

interacção.<br />

Por último, uma palavra para os estu<strong>da</strong>ntes<br />

que hoje vão receber o prémio. Vir “ao<br />

prémio” é algo que acontece no dia 9 <strong>de</strong> Março<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1883. Neste dia, reconhece-se o<br />

trabalho dos que mais se revelaram pela sua<br />

<strong>de</strong>dicação ao estudo. Dos prémios que hoje<br />

iremos entregar, permitam-me que <strong>de</strong>staque<br />

o que vai ser outorgado pela primeira vez, o<br />

prémio “Professor Emídio Guerreiro”. Por<br />

vonta<strong>de</strong> expressa <strong>de</strong> Emídio Guerreiro,<br />

quando lhe anunciámos a intenção <strong>de</strong><br />

instituir um prémio com o seu nome, este<br />

<strong>de</strong>stina-se ao melhor aluno <strong>da</strong> licenciatura<br />

<strong>de</strong> Matemática, Ramo <strong>de</strong> Especialização em<br />

Ensino, porque ele to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> foi professor<br />

<strong>de</strong> matemática, disciplina pela qual tinha<br />

uma profun<strong>da</strong> paixão. Será difícil esquecer o<br />

encantamento jovial com que aquele homem,<br />

então a abeirar os 100 anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, acolheu<br />

a notícia <strong>da</strong> <strong>de</strong>cifração do “Teorema <strong>de</strong><br />

Fermat”.<br />

A todos os premiados, os nossos parabéns.<br />

Músicos <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Valetim Moreira <strong>de</strong> Sá, <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Musical <strong>de</strong> Guimarães, abrilhantaram a cerimónia do 9 <strong>de</strong> Março


Na Sessão Solene do 9 <strong>de</strong> Março foi assinado<br />

um protocolo <strong>de</strong> cooperação entre a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Musical <strong>de</strong><br />

Guimarães com vista à preservação e estudo<br />

dos acervos museológicos <strong>de</strong> Guimarães.<br />

É do seguinte teor o texto protocolar aprovado<br />

pelas duas instituições:<br />

A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, com se<strong>de</strong> na<br />

Rua Paio Galvão, em Guimarães, adiante<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por SMS, representa<strong>da</strong> pelo seu<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Direcção António Amaro <strong>da</strong>s<br />

Neves e a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Musical <strong>de</strong> Guimarães,<br />

com se<strong>de</strong> no Largo <strong>da</strong> Con<strong>de</strong>ssa do Juncal, em<br />

Guimarães, adiante <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por SMG,<br />

representa<strong>da</strong> pelo seu presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Direcção<br />

Armindo <strong>da</strong> Costa <strong>de</strong> Sá Cacha<strong>da</strong>, consi<strong>de</strong>ram<br />

do maior interesse celebrar um protocolo <strong>de</strong><br />

cooperação no âmbito <strong>da</strong>s respectivas<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação pe<strong>da</strong>gógica,<br />

investigação e extensão cultural.<br />

Ouvi<strong>da</strong>s as Direcções <strong>da</strong>s respectivas<br />

instituições, celebra-se o presente protocolo<br />

tendo em vista o estabelecimento <strong>de</strong> bases <strong>de</strong><br />

cooperação entre a SMS e a SMG, bem como<br />

o aproveitamento <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s instituições<br />

na área <strong>da</strong> música.<br />

A SMS e a SMG propõem-se:<br />

1- Colaborar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> índole cultural que sejam <strong>de</strong><br />

interesse comum;<br />

2- Programar iniciativas <strong>de</strong> levantamento;<br />

estudo e edição em papel ou suporte digital<br />

dos acervos musicais <strong>de</strong> ambas as instituições;<br />

3- Fomentar acções <strong>de</strong> investigação do<br />

património musicológico vimaranense que se<br />

encontra disperso por várias instituições<br />

locais;<br />

4- Promover e organizar conjuntamente<br />

exposições, seminários, congressos ou outras<br />

iniciativas <strong>de</strong> carácter musicológico;<br />

5- Cooperar na organização <strong>de</strong> um fundo<br />

arquivístico constituído por partituras,<br />

iconografia, sons gravados ou outros<br />

documentos <strong>de</strong> cunho musical com vista à sua<br />

divulgação através <strong>de</strong> diferentes meios,<br />

nomea<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> Internet;<br />

6- Colaborar nas iniciativas festivas <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s instituições, nomea<strong>da</strong>mente<br />

nas celebrações dos respectivos aniversários;<br />

7- A SMS procurará, sempre que possível,<br />

disponibilizar espaços para abrigar, <strong>de</strong><br />

maneira condigna, o espólio arquivístico e<br />

instrumental <strong>da</strong> SMG;<br />

8- A SMS, no âmbito <strong>da</strong> sua participação na<br />

<strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong>, empenhar-se-á em apoiar<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> cooperação entre a SMG<br />

e a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho;<br />

9- A SMS procurará disponibilizar, sempre<br />

que necessário, o seu salão nobre ou outros<br />

espaços para concertos <strong>da</strong> Orquestra <strong>de</strong> Sopros<br />

e outros grupos musicais <strong>da</strong> SMG, recebendo,<br />

em troca, a colaboração musical <strong>de</strong>sta<br />

instituição nas suas iniciativas culturais e<br />

festivas, em mol<strong>de</strong>s a formalizar. Para além<br />

<strong>da</strong>s acções e iniciativas <strong>de</strong> cooperação<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>s nas cláusulas anteriores, as partes<br />

po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>senvolver outras <strong>de</strong> interesse<br />

comum nas áreas referi<strong>da</strong>s.<br />

Guimarães, 9 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


A Assembleia Geral <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong><br />

<strong>Sarmento</strong>, reuni<strong>da</strong> hoje, dia 8 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong><br />

<strong>2006</strong>, aprovou por aclamação a nomeação<br />

do arqueólogo Francisco San<strong>de</strong> Lemos como<br />

sócio honorário <strong>da</strong> Instituição. Na proposta<br />

submeti<strong>da</strong> aos sócios constava o seguinte:<br />

Francisco Manuel Salgueiro <strong>de</strong> San<strong>de</strong> Lemos<br />

é Licenciado em História pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Letras <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Clássica <strong>de</strong> Lisboa e<br />

Doutor em Pré-História e História <strong>da</strong><br />

Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho,<br />

instituição on<strong>de</strong> ingressou em 1977, vindo a<br />

integrar o quadro <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Arqueologia, <strong>de</strong> que foi presi<strong>de</strong>nte entre 1980<br />

e 1988 e em 1994. Entre 1980 e 1988, exerceu<br />

funções <strong>de</strong> Director do Serviço Regional <strong>de</strong><br />

Arqueologia <strong>da</strong> Zona Norte. De 1981 a 1991<br />

foi vogal <strong>da</strong> Comissão Instaladora do Museu<br />

Regional <strong>de</strong> D. Diogo <strong>de</strong> Sousa. Integra o<br />

Conselho Cultural <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fun<strong>da</strong>ção, sendo actualmente o<br />

seu vicepresi<strong>de</strong>nte. Faz parte <strong>da</strong> Comissão<br />

Instaladora <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong> – Centro<br />

<strong>de</strong> Estudos do Património.<br />

Como arqueólogo, até ao seu ingresso na<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho, centrou o essencial<br />

<strong>da</strong> sua investigação nos domínios do<br />

quaternário, do paleolítico e <strong>da</strong> arte rupestre.<br />

Des<strong>de</strong> 1977, tem sido responsável por<br />

diferentes programas e projectos, <strong>de</strong> entre os<br />

quais se <strong>de</strong>stacam o Estudo do Quaternário<br />

e Paleolítico do vale do rio Minho, o<br />

Salvamento <strong>de</strong> Bracara Augusta e o Estudo <strong>da</strong><br />

Geira Romana.<br />

Actualmente, a sua principal activi<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> na área <strong>da</strong> Arqueologia Urbana.<br />

Ao mesmo tempo, continua a <strong>de</strong>bruçar-se<br />

sobre o estudo <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Viária Antiga, <strong>da</strong><br />

Arqueologia <strong>da</strong> Paisagem na época romana e<br />

<strong>da</strong> História <strong>da</strong> Arqueologia Portuguesa.<br />

Há muito que colabora com a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, <strong>de</strong> que é sócio<br />

correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1991.<br />

Em 1999, participou activamente nas<br />

comemorações do centenário <strong>da</strong> morte <strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, nomea<strong>da</strong>mente na<br />

organização do Congresso <strong>de</strong> Proto-História<br />

Europeia. Contribuiu para o sucesso do<br />

seminário “A re<strong>de</strong> viária do Conventus<br />

Bracaraugustanus”. Foi o responsável<br />

científico pela concepção e instalação do<br />

Museu <strong>da</strong> Cultura Castreja. Nos últimos anos,<br />

tem orientado os trabalhos <strong>de</strong> requalificação<br />

<strong>da</strong> Citânia <strong>de</strong> Briteiros. No âmbito <strong>da</strong> <strong>Casa</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong>, foi o responsável pelo<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> visita virtual à Citânia,<br />

actualmente disponível na Internet. A actual<br />

Direcção convidou-o para o cargo <strong>de</strong> Director<br />

Científico <strong>da</strong>s valências arqueológicas <strong>da</strong><br />

SMS, que exerce com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação,<br />

competência e generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A Francisco San<strong>de</strong> Lemos <strong>de</strong>ve a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

o retorno à sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> científica matricial:<br />

a investigação arqueológica, na esteira <strong>de</strong><br />

Francisco <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> e <strong>de</strong> Mário<br />

Cardozo. Profundo conhecedor do acervo<br />

arqueológico e científico <strong>da</strong> Instituição e <strong>da</strong><br />

obra <strong>de</strong> Francisco <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, é o<br />

principal responsável pelas campanhas <strong>de</strong><br />

levantamento e escavação que se têm<br />

realizado na Citânia <strong>de</strong> Briteiros, que têm<br />

produzido importantes contribuições para o<br />

aprofun<strong>da</strong>mento do conhecimento <strong>da</strong><br />

ocupação humana do espaço on<strong>de</strong> está<br />

implantado aquele sítio arqueológico.<br />

Tendo presentes as suas dimensões científica,<br />

cultural e humana e os excepcionais e<br />

relevantes serviços prestados à Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, a Direcção propõe à<br />

Assembleia Geral, nos termos do n.º 3 do<br />

art.º 3.º dos Estatutos, a elevação do Doutor<br />

Francisco Manuel Salgueiro <strong>de</strong> San<strong>de</strong> Lemos<br />

à categoria <strong>de</strong> sócio honorário <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>.<br />

Guimarães, 8 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Prémios entregues na sessão <strong>da</strong> manhã:<br />

AZURÉM – Pega<strong>da</strong><br />

Mário Ismael Cardoso Fernan<strong>de</strong>s<br />

BALAZAR – Cruzes<br />

João Marcelo Castro Gonçalves<br />

BRITEIROS (SALVADOR) – Igreja<br />

Ana Luísa Gomes Barbosa<br />

BRITEIROS (STª. LEOCÁDIA) – Serrado<br />

Joana Patrícia Oliveira Marques<br />

BRITEIROS (STº. ESTÊVÃO) – Real<br />

Roberto Rafael Ribeiro Costa<br />

BRITO – <strong>Casa</strong>is<br />

Ana Filipa Oliveira Pereira<br />

Patrícia Isabel Ribeiro <strong>Martins</strong><br />

BRITO – Ribeira<br />

Ana Salgado Silva<br />

Tiago António <strong>de</strong> Sousa Teixeira Oliveira<br />

CALDELAS (CALDAS DAS TAIPAS) –<br />

Charneca<br />

Ana Cláudia Marques <strong>de</strong> Oliveira<br />

CALDELAS (CALDAS DAS TAIPAS) –<br />

Pinheiral<br />

Bruno Filipe Lopes Ribeiro<br />

João Pedro Silvério Duarte<br />

Rui Miguel Assis Lobo<br />

COLÉGIO Nª. SRª. DA CONCEIÇÃO<br />

João Francisco Nogueira Oliveira<br />

Manuel Luís Faria Teixeira<br />

CONDE – Aula<br />

Ana João Granja Pinheiro Coelho<br />

Vítor Martinho Silva Fernan<strong>de</strong>s<br />

COSTA – Arcela<br />

Filipa Tâmara Teixeira Borges Araújo<br />

Ruben <strong>Martins</strong> Silva<br />

COSTA - Mosteiro<br />

João Paulo <strong>da</strong> Silva Freitas<br />

COSTA – S. Roque<br />

João André Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Abreu<br />

CREIXOMIL – Alto <strong>da</strong> Ban<strong>de</strong>ira<br />

Ana Paula Reis Marques<br />

Leonardo Chan Barbosa<br />

DONIM – Paço<br />

Tiago André Macedo Cardoso<br />

FERMENTÕES – Caneiros<br />

A<strong>de</strong>lino Miguel Teixeira <strong>de</strong> Freitas<br />

Soraia Patrícia Ribeiro Costa<br />

FERMENTÕES – Penselo<br />

Ana Margari<strong>da</strong> Freitas Matos<br />

GANDARELA – Agras<br />

Marta Filipa Silva Sampaio<br />

GONÇA – Estra<strong>da</strong><br />

Luís Filipe Ribeiro Vieira<br />

GONDAR – Cruzeiro<br />

Joana Marques Machado<br />

GONDOMAR – Sr.ª <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong><br />

Flávio Augusto Rocha Silva<br />

Vera Lúcia Silva Pereira<br />

GUARDIZELA – Monte<br />

Inês Salgado Ferreira <strong>de</strong> Abreu<br />

Jorge Ferreira Salgado<br />

GUIMARÃES – Oliveira do Castelo<br />

Ana Alexandra Branco Faria Leite<br />

Ana Francisca Lopes Ribeiro Oliveira Abreu<br />

André Francisco Soares Carvalho Alves<br />

Teixeira<br />

Carla Daniela Ferreira Novais<br />

Inês Monteiro Alves<br />

Rafaela Leite <strong>da</strong> Silva<br />

INFANTAS – Retorta<br />

Bruno Miguel Pereira Guimarães<br />

INFIAS – Cruzeiro<br />

Filipa Manuela <strong>Martins</strong> Ferreira<br />

LONGOS – (St.ª Cristina)<br />

Ana Carolina Silva Gomes<br />

Joel Gonçalves Gomes Men<strong>de</strong>s<br />

LORDELO – Alto<br />

Catarina Sofia Pimenta Barros<br />

LORDELO – Carreiro<br />

João Pedro Baptista Bezerra <strong>de</strong> Matos<br />

Cátia Patrícia Ferreira<br />

Fábio Manuel Ferreira Oliveira<br />

MASCOTELOS<br />

Luísa Daniela Pereira Alves<br />

MESÃO FRIO – Cruz d’Argola<br />

António Diogo <strong>Martins</strong> <strong>de</strong> Sousa<br />

Inês Margari<strong>da</strong> <strong>da</strong> Silva Dias<br />

MESÃO FRIO – Paço Vieira<br />

Andreia Filipa Costa Oliveira<br />

MESÃO FRIO – S. Romão<br />

Miguel Ângelo <strong>de</strong> Castro Cerqueira<br />

MOREIRA DE CÓNEGOS – Anci<strong>de</strong><br />

Gustavo Filipe Almei<strong>da</strong> Ribeiro<br />

MOREIRA DE CÓNEGOS – Vermis<br />

Fábio Emanuel <strong>da</strong> Silva Cunha<br />

OLEIROS – Bairro<br />

Ana Margari<strong>da</strong> Machado Oliveira<br />

PINHEIRO – Soutelo<br />

Alexandra Daniela <strong>da</strong> Silva Teixeira<br />

POLVOREIRA – Quinta do Vale<br />

Diana Isabel Teixeira Azevedo<br />

Luís Miguel <strong>da</strong> Costa Oliveira<br />

PONTE – Campelos<br />

Marco António Pimenta Marques<br />

RONFE – Ermi<strong>da</strong><br />

Pedro Filipe Machado Lima <strong>de</strong> Carvalho<br />

RONFE – Gemun<strong>de</strong><br />

Ana Margari<strong>da</strong> Barroso Oliveira


Flávia Vitória Marques Barbosa Gonçalves<br />

S. FAUSTINO – Ucha <strong>de</strong> Baixo<br />

Jorge Miguel Vale Faria<br />

S. TORCATO – Corredoura<br />

Aylana Zienbaeva<br />

SANDE (S. CLEMENTE) – Vieite<br />

Maria Helena <strong>da</strong> Silva Alves<br />

SANDE (S. LOURENÇO) – Agrolongo<br />

Cláudia Daniela Ferreira Antunes<br />

Joana Maria Alves <strong>da</strong> Silva<br />

SANDE (S. MARTINHO) – Igreja<br />

Ana Luísa Rodrigues <strong>da</strong> Silva<br />

Cláudia Angélica Ferreira Ribeiro<br />

SELHO (S. JORGE) – Pevidém<br />

Miguel Men<strong>de</strong>s Ferreira<br />

SERZEDELO – Eirinha<br />

Vítor Hugo Men<strong>de</strong>s Lemos Francisco<br />

SERZEDELO – Calvário<br />

Joana Maria Pereira Dias<br />

SERZEDO – Outeiro<br />

Catarina Lopes Cardoso<br />

SILVARES – Casquinho<br />

Tânia Filipa Lima Salgado<br />

SILVARES – Teixugueira<br />

Juliana Carina Sousa do Vale<br />

Henrique Ferreira Fontes<br />

SOUTO (STª. MARIA) – Penela<br />

Vânia Cristina dos Santos Sousa<br />

STA. EULÁLIA BARROSAS – Devesinha<br />

Adriana Raquel Lopes Basílio<br />

Mara Filipa Men<strong>de</strong>s Sousa<br />

Marta Maria Sousa Cardoso<br />

TABUADELO – Lacete<br />

Dora Marlene Oliveira Lopes <strong>de</strong> Araújo<br />

TAGILDE – Torre<br />

Ângelo Miguel Dias Azevedo<br />

Rita Isabel Almei<strong>da</strong> Ferreira<br />

URGEZES – Bairro<br />

Ana Lúcia Teixeira <strong>da</strong> Silva<br />

VERMIL – Monte<br />

Daniel Rodrigues Lopes<br />

VIZELA (S. JOÃO) – Enxertos<br />

Ana Catarina Ferreira Leite<br />

Gustavo Fernando Marques Duarte <strong>de</strong> Faria<br />

VIZELA (S. JOÃO) – Joaquim Pinto<br />

Vasco Diogo Alves Ribeiro<br />

VIZELA (S. MIGUEL) – Teixugueira<br />

Filipe Gonçalo Pereira Ferreira<br />

VIZELA (S. PAIO) – Cruzeiro<br />

Luís Daniel Magalhães Silva Pinto<br />

Prémios entregues na sessão <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>:<br />

AIRÃO (S. JOÃO) – Roupeire<br />

Tatiana Marília <strong>da</strong> Costa Ferreira<br />

Eva Sofia <strong>da</strong> Silva Oliveira Ribeiro<br />

AIRÃO (STª. MARIA) – Poças<br />

Ana Isabel Marques Gue<strong>de</strong>s Ferreira<br />

ALDÃO – Pulo<br />

Maria Catarina Castro Ribeiro<br />

AZURÉM – Pega<strong>da</strong><br />

Pedro Manuel <strong>da</strong> Silva Aarão Leitão<br />

AZURÉM – Santa Luzia<br />

Abílio Paulo Pinto Torres <strong>da</strong> Cunha<br />

Barbara Elisabete Xavier <strong>da</strong> Silva<br />

João Paulo Alves Teixeira<br />

Luísa Lopes Cal<strong>da</strong>s<br />

Rute Catarina Silva Ferreira<br />

Vítor Manuel Ribeiro <strong>da</strong> Silva<br />

BALAZAR – Cruzes<br />

Filipe Rafael Ferreira Marques<br />

BRITEIROS (SALVADOR) – Igreja<br />

Pedro Manuel Barbosa Almei<strong>da</strong><br />

Pedro Manuel Macedo Ribeiro<br />

BRITEIROS (STº. ESTÊVÃO) – Real<br />

Ana Rita Oliveira Men<strong>de</strong>s<br />

BRITO – <strong>Casa</strong>is<br />

Helena Isabel Machado Sousa<br />

Hugo Marino Lima Pereira<br />

José Miguel Abreu Neves<br />

BRITO – Ribeira<br />

Rita Margari<strong>da</strong> <strong>da</strong> Silva Araújo<br />

CALDELAS (CALDAS DAS TAIPAS) –<br />

Pinheiral<br />

Ana Sofia Saraiva Martinho<br />

Flávio Daniel <strong>da</strong> Silva Baptista<br />

Inês Miguel Freitas Marques Oliveira<br />

Vanessa Sofia Oliveira Sampaio<br />

COLÉGIO Nª. SRª. DA CONCEIÇÃO<br />

Maria Ana Gama Lobo Paula <strong>Martins</strong><br />

Marta Raquel <strong>de</strong> Abreu Dias<br />

Miguel Pedro Araújo <strong>Martins</strong><br />

CONDE – Aula<br />

Ana Margari<strong>da</strong> Caetano <strong>da</strong> Silva<br />

Paulo Daniel Ferreira Faria<br />

COSTA – Arcela<br />

Sofia Manuela Magalhães Esteves<br />

COSTA – S. Roque<br />

Bruno Miguel Castro Ribeiro<br />

CREIXOMIL – Alto <strong>da</strong> Ban<strong>de</strong>ira<br />

Bárbara Cristina Ribeiro Henriques<br />

Diogo Sousa Ribeiro<br />

Rita Miran<strong>da</strong> Pereira<br />

DONIM – Paço<br />

Elisete Manuela Oliveira<br />

FERMENTÕES – Caneiros<br />

Ana Cláudia Vieira Morais<br />

Rui Pedro Freitas Pereira<br />

FERMENTÕES – Motelo<br />

Bruno Manuel Novais Lopes<br />

Hugo Leandro Oliveira Castro<br />

João Vítor Oliveira Freitas<br />

FERMENTÕES – Penselo<br />

Ricardo Daniel Fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Silva<br />

GANDARELA – Agras<br />

Sara Cristina Araújo Gonçalves<br />

GONÇA – Estra<strong>da</strong><br />

Mário Rafael Men<strong>de</strong>s <strong>Martins</strong><br />

GONDAR – Cruzeiro<br />

Ana Rita Alves Andra<strong>de</strong><br />

GONDOMAR – Sr.ª <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong><br />

Marcos Alexandre Baptista Antunes<br />

GUARDIZELA – Monte<br />

Nuno Filipe Araújo Gonçalves<br />

Ricardo Carvalho Machado<br />

GUIMARÃES – Oliveira do Castelo<br />

Ana Filipa Lopes Marinho<br />

Emanuel Fernan<strong>de</strong>s Nogueira<br />

INFANTAS – Retorta<br />

Ana Filipa Baptista Fernan<strong>de</strong>s<br />

INFIAS – Cruzeiro<br />

Vânia Patrícia Lopes Silva<br />

LEITÕES – Barreiro<br />

Andreia Filipa Rocha <strong>da</strong> Costa<br />

João Filipe Gomes Ribeiro<br />

LONGOS – (St.ª Cristina)<br />

Joana Sofia Vieira <strong>de</strong> Freitas<br />

LORDELO – Alto<br />

Cristina Isabel Lopes Freitas<br />

LORDELO – Carreiro<br />

Mariana Filipa Silva Machado<br />

Márcia Gabriela Oliveira Alves<br />

MASCOTELOS<br />

Catarina Isabel Cunha Alves<br />

João Paulo Silva Abreu<br />

MESÃO FRIO – Cruz d’Argola<br />

Ana Inês Fernan<strong>de</strong>s Gonçalves<br />

João Fernando Ribeiro <strong>da</strong> Silva<br />

Cláudia Maria Rebelo Teixeira<br />

MESÃO FRIO – S. Romão<br />

Ana Isabel Pissarro Gonçalves<br />

Ana Paula Rodrigues Salgado<br />

Marta Sofia Marques <strong>da</strong> Silva<br />

MOREIRA DE CÓNEGOS – Anci<strong>de</strong><br />

Carlos André Cunha Soares<br />

MOREIRA DE CÓNEGOS – Igreja<br />

Joana Patrícia Cal<strong>da</strong>s Guimarães<br />

MOREIRA DE CÓNEGOS – Outeirinho<br />

Catarina Fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Silva Ferreira<br />

MOREIRA DE CÓNEGOS – Vermis<br />

Gabriela Almei<strong>da</strong> Vaz<br />

OLEIROS – Bairro<br />

Marta Sofia Faria Machado Oliveira<br />

PEVIDÉM – Barreiro<br />

João Pedro Monteiro Machado<br />

Mafal<strong>da</strong> Cardoso Oliveira<br />

PINHEIRO – Soutelo<br />

Maria Isabel Men<strong>de</strong>s Oliveira<br />

POLVOREIRA – Quinta do Vale<br />

Alexandrine Ribeiro<br />

Luís Ismael Salgado Queirós<br />

POLVOREIRA – Valinha<br />

André Filipe Alves Coelho<br />

Marta Catarina Ferreira Almei<strong>da</strong><br />

PONTE – Campelos<br />

José Rui Baptista Sousa<br />

RONFE – Ermi<strong>da</strong><br />

Fátima Angélica Salgado Dias<br />

RONFE – Gemun<strong>de</strong><br />

Ana Luísa Faria Oliveira<br />

Pedro Miguel <strong>da</strong> Silva Oliveira<br />

RONFE – Lourinha<br />

Vasco Sá Sousa Men<strong>de</strong>s<br />

S. FAUSTINO – Ucha <strong>de</strong> Baixo<br />

Bruno Rafael Ferreira Azevedo<br />

S. TORCATO – Corredoura<br />

Ana Carolina Ribeiro Oliveira<br />

S. TORCATO – Mosteiro<br />

Sara Patrícia Oliveira <strong>Martins</strong><br />

Ana Elisa Fernan<strong>de</strong>s Oliveira<br />

SANDE (S. CLEMENTE) – Vieite<br />

Celso José Queirós Castro<br />

SANDE (S. LOURENÇO) – Agrolongo<br />

Ana Catarina <strong>da</strong> Maia Ferreira<br />

SANDE (S. MARTINHO) – Igreja<br />

Carlos Filipe <strong>da</strong> Silva Freitas<br />

Filipe José Alves Gomes<br />

SELHO (S. JORGE) – Pevidém


Ana Cristina Ferreira Pereira<br />

João Carlos Men<strong>de</strong>s Pereira<br />

SERZEDELO – Eirinha<br />

Nuno Miguel Caetano Alves<br />

SERZEDELO – Calvário<br />

Francisca Manuela Sampaio Barroso<br />

SERZEDO – Outeiro<br />

Diana Patrícia Freitas Baptista<br />

SILVARES – Casquinho<br />

Ana Patrícia Machado Teixeira<br />

SILVARES – Teixugueira<br />

Ricardina Men<strong>de</strong>s Veiga<br />

SOUTO (STª. MARIA) – Penela<br />

Filipa Alexandra Costa Ribeiro<br />

STA. EULÁLIA BARROSAS – Devesinha<br />

Ana Luísa Veiga <strong>de</strong> Oliveira Alves <strong>de</strong> Sousa<br />

Ana Rita Leite Gomes<br />

Paulo César Ribeiro Salgado<br />

TABUADELO – Lacete<br />

Miguel Ângelo Faria Lopes<br />

TAGILDE – Torre<br />

Ana Carina Machado <strong>da</strong> Costa<br />

João Manuel Freitas Monteiro<br />

URGESES – Bairro<br />

Miguel Ângelo Silva Rodrigues<br />

Cláudia Rafaela Lemos Ferreira<br />

VERMIL – Monte<br />

Ana Luísa Mesquita Fernan<strong>de</strong>s<br />

VIZELA (S. JOÃO) – Enxertos<br />

Jorge Miguel Lopes Almei<strong>da</strong><br />

Sílvia Maria Ferreira <strong>de</strong> Oliveira<br />

VIZELA (S. JOÃO) – Joaquim Pinto<br />

Catarina Peixoto Marques<br />

VIZELA (S. MIGUEL) – Teixugueira<br />

Nelson Miguel Ferreira Poleri<br />

VIZELA (S. PAIO) – Cruzeiro<br />

Ana Beatriz Pinto Ferreira<br />

LORDELO - Samar<br />

Flávio Jacinto Ferreira <strong>da</strong> Cunha<br />

Prémios com patrocínio entregues durante<br />

a sessão <strong>da</strong> manhã:<br />

· Prémio “ANTÓNIO MARIA DE SOUSA<br />

VAZ VIEIRA” à aluna <strong>da</strong> Escola EB 1 <strong>de</strong><br />

Barroco, Gémeos.<br />

Fernan<strong>da</strong> Isabel <strong>da</strong> Costa Salgado<br />

· Prémio “BERNARDINO JORDÃO” à aluna<br />

do Lar <strong>de</strong> Santa Estefânia.<br />

Fernan<strong>da</strong> Eduar<strong>da</strong> Men<strong>de</strong>s Marques<br />

· Prémio “LIVRARIA ORPHEU” à aluna do<br />

Lar <strong>de</strong> Santa Estefânia.<br />

Márcia <strong>de</strong> Jesus Oliveira Vieira<br />

Prémios com patrocínio entregues durante<br />

a sessão <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>:<br />

· Prémio “ANTÓNIO MARIA DE SOUSA<br />

VAZ VIEIRA” ao aluno <strong>da</strong> Escola EB 1 <strong>de</strong><br />

Barroco, Gémeos.<br />

Rui Fábio <strong>da</strong> Costa Sampaio<br />

· Prémio “BERNARDINO JORDÃO” à aluna<br />

do Lar <strong>de</strong> Santa Estefânia.<br />

Ana Catarina Vaz Men<strong>de</strong>s<br />

· Prémio “LIVRARIA ORPHEU” à aluna do<br />

Lar <strong>de</strong> Santa Estefânia.<br />

Branca Sofia <strong>da</strong> Silva Mota<br />

· Prémio “ZEFERINO CARDOSO” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 1 <strong>de</strong> Soutelo, Pinheiro.<br />

Sílvia Andreia Pereira Salgado<br />

· Prémio “FORTUNATO OLIVEIRA<br />

FREDERICO” ao aluno <strong>da</strong> Escola EB 1 <strong>de</strong><br />

Paço, Donim.<br />

Pedro Miguel Ferreira Machado<br />

· Prémio “LIVRARIA ORPHEU” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 D. Afonso Henriques<br />

Ana Sofia Nunes Alves Pinto<br />

· Prémio “ROTARY CLUB DE GUIMARÃES”<br />

ao aluno <strong>da</strong> Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> S. Torcato.<br />

Rui Pedro Oliveira Machado<br />

· Prémio “FRANCISCO RIBEIRO DE<br />

CASTRO” à aluna <strong>da</strong> Escola EB 2, 3 João <strong>de</strong><br />

Meira.<br />

Ana Pereira Lemos<br />

· Prémio “LIVRARIA IDEAL” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Taipas.<br />

Ana Filipa Men<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Silva<br />

· Prémio “LIVRARIA IDEAL” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola Secundária <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Vizela.<br />

Débora Isabel Marques Duarte Faria<br />

· Prémio “LIVRARIA IDEAL” ao aluno <strong>da</strong><br />

Escola Secundária <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Vizela.<br />

Luís Manuel Pedrosa do Vale<br />

· Prémio “LIVRARIA IDEAL” ao aluno <strong>da</strong><br />

Escola Secundária <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Vizela.<br />

Pedro Miguel <strong>da</strong> Costa Pereira<br />

· Prémio “FRANCISCO JÁCOME” ao aluno<br />

do Centro Juvenil <strong>de</strong> S. José.<br />

Armindo Duarte <strong>da</strong> Cunha Oliveira<br />

· Prémio “ALBERTO SAMPAIO” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 Egas Moniz.<br />

Ana Manuela Men<strong>de</strong>s Pereira <strong>da</strong> Silva<br />

· Prémio “ALBERTO SAMPAIO” ao aluno <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 Egas Moniz.<br />

José Pedro Namora Leitão Machado<br />

· Prémio “ALBERTO SAMPAIO” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 Egas Moniz.<br />

Rosa Manuela Cunha Men<strong>de</strong>s<br />

· Prémio “JOSÉ SAMPAIO” à aluna <strong>da</strong> Escola<br />

EB 2, 3 <strong>de</strong> Briteiros.<br />

Cláudia Patrícia Alves <strong>de</strong> Macedo<br />

· Prémio “ABADE DE TAGILDE” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> Urgezes.<br />

Lígia Raquel <strong>da</strong> Costa Rocha<br />

· Prémio “MÁRIO CARDOZO” ao aluno <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> Fermentões.<br />

Afonso Manuel Ferreira Gonçalves<br />

· Prémio “MÁRIO CARDOZO” à aluna <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> Fermentões.<br />

Ana Isabel Ribeiro Silva<br />

· Prémio “JOSÉ JOAQUIM PEREIRA<br />

CALDAS” à aluna <strong>da</strong> Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> S. Paio<br />

<strong>de</strong> Moreira <strong>da</strong> Cónegos.<br />

Anita Daniela Sousa Miran<strong>da</strong><br />

· Prémio “EDUARDO DE ALMEIDA” à aluna<br />

<strong>da</strong> Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> S. João <strong>de</strong> Ponte.<br />

Adriana Isabel Machado Freitas<br />

· Prémio “A. L. DE CARVALHO” ao aluno <strong>da</strong><br />

Escola EB 2, 3 <strong>de</strong> Pevidém.<br />

Pedro Miguel Silva Rodrigues<br />

· Prémio “ABEL SALAZAR” à aluna <strong>da</strong> Escola<br />

EB 2, 3 Abel Salazar, Ronfe.<br />

Maria João Coelho <strong>da</strong> Silva<br />

Prémios com patrocínio entregues na sessão<br />

solene:<br />

· Prémio “GOVERNO CIVIL DE BRAGA”<br />

e “CÂMARA MUNICIPAL DE GUIMARÃES”<br />

ao aluno melhor classificado no final <strong>da</strong><br />

Licenciatura <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Sistemas e<br />

Informática <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho.<br />

Ricardo Manuel Pereira Vilaça<br />

· Prémio “ENGº DUARTE DO AMARAL” à<br />

aluna melhor classifica<strong>da</strong> no final <strong>da</strong><br />

licenciatura <strong>de</strong> História – Ramo Científico<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Minho.<br />

Sara Pereira Monteiro Pimenta Claro<br />

· Prémio “PROFESSOR EMÍDIO<br />

GUERREIRO” à aluna melhor classifica<strong>da</strong><br />

no final <strong>da</strong> licenciatura <strong>de</strong> Matemática – Área<br />

<strong>de</strong> Especialização em Ensino <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do Minho.<br />

Cristina Ferreira Teixeira<br />

· Prémio “ALBERTO VIEIRA BRAGA” ao<br />

aluno melhor classificado no final do 12º ano<br />

<strong>da</strong> Escola Secundária <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>.<br />

Carlos Eduardo Bastos e Marques <strong>da</strong> Silva<br />

· Prémio “SOCIEDADE MARTINS<br />

SARMENTO” ao aluno melhor classificado<br />

no final do 12º ano nos Cursos Tecnológicos<br />

<strong>da</strong> Escola Secundária Francisco <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong>.<br />

Rui Filipe Pedro Quelhas<br />

· Prémio “ANTÓNIO DE AZEVEDO” à<br />

aluna melhor classifica<strong>da</strong> no final do 12º ano<br />

no Curso Geral <strong>de</strong> Artes <strong>da</strong> Escola<br />

Secundária Francisco <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong>.<br />

Ema Castro Alves<br />

· Prémio “LIVRARIA ORPHEU” à aluna<br />

melhor classifica<strong>da</strong> no final do 12º ano no<br />

Curso Científico Natural <strong>da</strong> Escola<br />

Secundária <strong>da</strong> Veiga.<br />

Carla Sofia Veiga Rodrigues<br />

· Prémio “DR. ALFREDO FERNANDES” à<br />

aluna melhor classifica<strong>da</strong> no final do 12º<br />

ano no Escola Secundária <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s<br />

Taipas - apadrinhado por Seguros Carlos<br />

Marques.<br />

Ana Paula Leite Rodrigues


Durante o mês <strong>de</strong> Julho, no Salão Nobre <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, foi feito o<br />

lançamento <strong>de</strong> dois novos livros <strong>de</strong> autoria do jornalista e membro <strong>da</strong> Direcção <strong>da</strong> SMS,<br />

Armindo Cacha<strong>da</strong>, intitulados: “Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Taipas: <strong>da</strong>s origens ao final do século XIX - Monografia<br />

e Roteiro Turístico” e “Guimarães -Cem anos <strong>da</strong> Marcha Gualteriana nas Festas <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>”.<br />

Trata-se <strong>de</strong> dois trabalhos <strong>de</strong> investigação, <strong>de</strong> contexto monográfico, importantes para o<br />

conhecimento <strong>de</strong> diferentes reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do concelho vimaranense. Para o levantamento<br />

documental necessário à elaboração <strong>de</strong>stes dois estudos, o autor socorreu-se,<br />

abun<strong>da</strong>mentemente, <strong>da</strong> preciosa documentação existente na Biblioteca e Arquivos <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>.<br />

A freguesia <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Taipas foi eleva<strong>da</strong><br />

a vila em 1940, mas ain<strong>da</strong> não dispunha <strong>de</strong> uma<br />

publicação monográfica que documentasse a<br />

sua importância histórica, patrimonial, cultural<br />

e turística, no contexto concelhio e regional. Esta<br />

publicação, que abarca o período histórico <strong>da</strong>s<br />

origens ao final do século XIX foi, por isso<br />

mesmo, muito bem recebi<strong>da</strong> nos meios culturais<br />

taipenses, que aguar<strong>da</strong>m agora o segundo<br />

volume <strong>da</strong> obra, cuja temática abor<strong>da</strong>rá o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> locali<strong>da</strong><strong>de</strong> ao longo do<br />

século XX.<br />

Na investigação do seu trabalho, o autor partiu<br />

<strong>da</strong> situação estratégica <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Taipas na<br />

Bacia do Ave para compreen<strong>de</strong>r o<br />

posicionamento <strong>de</strong>ste território em relação aos<br />

aglomerados populacionais <strong>da</strong> pré e<br />

protohistória. Com efeito, o vale do Ave, por<br />

on<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong> o território <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Tapas<br />

e <strong>da</strong>s freguesias circunvizinhas, está cercado<br />

por colinas montanhosas on<strong>de</strong>, outrora, havia<br />

inúmeros povoados castrejos: a Citânia <strong>de</strong><br />

Briteiros, o Castro <strong>de</strong> Sabroso, e os povoados<br />

fortificados <strong>de</strong> Santa Marta <strong>da</strong>s Cortiças<br />

(Falperra), Outinho, São Bartolomeu, São<br />

Miguel-o-Anjo, Senhoras do Monte, Santa<br />

Eulália <strong>de</strong> Fermentões, Santiago <strong>de</strong> Pencelo,<br />

Prazins Santo Tirso e Prazins Santa Eufémia.<br />

Mais a nor<strong>de</strong>ste, havia povoações fortifica<strong>da</strong>s<br />

nos montes que envolviam a locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> S.<br />

Torcato. As povoações que aqui viviam, na pré<br />

ou na proto-história, encontravam os seus<br />

recursos <strong>de</strong> subsistência nas encostas e no vale<br />

do Ave: caça, pesca, pastoreio, florestas, frutas,<br />

água, agricultura e outros recursos.<br />

As <strong>de</strong>scobertas arqueológicas e os escritos <strong>de</strong><br />

Francisco <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong>, Mário Cardoso,<br />

Luís <strong>de</strong> Pina e outros arqueólogos mais recentes,<br />

constituíram um gran<strong>de</strong> manancial informativo<br />

para a estruturação do conteúdo histórico e<br />

cultural referente às origens dos povos que<br />

habitaram primitivamente as Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Taipas.<br />

De uma forma sucinta, o livro faz referência aos<br />

testemunhos físicos <strong>da</strong> presença dos primitivos<br />

povos em Cal<strong>de</strong>las e na região que é ain<strong>da</strong><br />

possível i<strong>de</strong>ntificar : Na préhistória<br />

– as inúmeras gravuras rupestres que é possível<br />

encontrar na Citânia ou em rochas dispersas<br />

pela zona envolvente a Cal<strong>de</strong>las; na protohistória<br />

- as velhas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s fortifica<strong>da</strong>s no alto<br />

dos montes, conheci<strong>da</strong>s por castros, com o seu<br />

tipo característico <strong>de</strong> habitação redon<strong>da</strong>; no<br />

início <strong>da</strong> era cristã - a presença romana na<br />

locali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com os vestígios que ali ficaram: a<br />

Ara <strong>de</strong> Nerva, o complexo termal; o Penedo <strong>de</strong><br />

Trajano, o miliário <strong>de</strong> San<strong>de</strong> que i<strong>de</strong>ntificava<br />

passagem por esta locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> romana<br />

que ligava a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Bracara Augusta a Emerita<br />

Augusta; a ponte <strong>de</strong> S. João (Campelos); na I<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Média: - a passagem dos povos suevos,<br />

visigóticos e árabes.<br />

Aparecem, <strong>de</strong>pois, no século X e XI, as primeiras<br />

referências escritas à paróquia e locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

S. Tomé <strong>de</strong> Cal<strong>de</strong>las. A obramonográfica bebe,<br />

<strong>de</strong>pois, na informação recolhi<strong>da</strong> pelas<br />

Inquirições realiza<strong>da</strong>s ao longo do século XIII e<br />

início do século XIV, nos documentos <strong>de</strong><br />

emprazamento <strong>de</strong> quintas pertencentes à<br />

Colegia<strong>da</strong> <strong>da</strong> Oliveira, nas Memórias Paroquiais<br />

<strong>de</strong> 1758, no Inquérito Paroquial <strong>de</strong> 1842 e em<br />

muitos outros documentos. Reconstitui,<br />

também, o historial <strong>da</strong> Igreja e paróquia <strong>de</strong><br />

Cal<strong>de</strong>las e refaz o quadro dos párocos que<br />

assistiram religiosamente a locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

séc. XIII à actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A Capela <strong>de</strong> Santo António e a sua <strong>de</strong>struição; o<br />

Pontilhão <strong>da</strong>s Taipas e eventual época <strong>da</strong> sua<br />

construção; a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> termal e a indústria <strong>da</strong><br />

cutelaria, são outros temas abor<strong>da</strong>dos nesta<br />

monografia, que o autor complementa com um<br />

elaborado guia turístico, on<strong>de</strong> se procura<br />

i<strong>de</strong>ntificar os elementos históricos e<br />

patrimoniais que constituem, ain<strong>da</strong> hoje, os<br />

principais motivos <strong>de</strong> atracção turística na<br />

locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Taipas.<br />

Guimarães comemorou, em Agosto <strong>de</strong> <strong>2006</strong>,<br />

o centenário <strong>da</strong> criação <strong>da</strong>s Festas <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

Gualterianas, com um programa que procurou<br />

reconstituir os números festivos tradicionais<br />

<strong>de</strong> maior êxito popular ao longo <strong>de</strong> todo este<br />

período. Destes, a Marcha Gualteriana é, sem<br />

dúvi<strong>da</strong>, o mais empolgante e o mais<br />

significativo, sem o qual as festas gualteriannas<br />

não teriam alcançado nem a longevi<strong>da</strong><strong>de</strong>, nem<br />

a projecção que hoje <strong>de</strong>têm no panorama<br />

festivo nacional. Entre as iniciativas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s<br />

a evocar a efeméri<strong>de</strong>, a Comissão Artística <strong>da</strong><br />

Marcha Gualteriana promoveu uma publicação<br />

monográfica sobre o centenário <strong>da</strong>s festas <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, cuja investigação foi entregue ao<br />

jornalista Armindo Cacha<strong>da</strong>, autor <strong>de</strong> outros<br />

estudos sobre a mesma temática.<br />

Com a elaboração <strong>de</strong>ste trabalho, o autor<br />

preten<strong>de</strong>u efectuar um levantamento<br />

documental, o mais alargado mas também o<br />

mais sintético possível, sobre o que foram os<br />

cem anos <strong>de</strong> Gualterianas, comemora<strong>da</strong>s na<br />

edição festiva <strong>de</strong>ste ano. Para tanto,<br />

pesquisou, ano por ano, os aspectos mais<br />

salientes <strong>da</strong>s festas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os seus cartazes e<br />

folhetos <strong>de</strong> propagan<strong>da</strong>, ornamentações<br />

citadinas, programas festivos ou comissões<br />

organizadoras, às figuras que o tempo ligou<br />

<strong>de</strong>finitivamente ao evento e a outros aspectos<br />

que, ao longo <strong>de</strong> déca<strong>da</strong>s, foram cristalizando<br />

em tradições que hoje constituem um<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro património cultural para<br />

Guimarães, património esse que se torna<br />

necessário continuar a investigar e conhecer,<br />

para melhor se po<strong>de</strong>r valorizar e salvaguar<strong>da</strong>r.


No átrio <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Martins</strong> <strong>Sarmento</strong> esteve patente ao público, durante o mês<br />

<strong>de</strong> Agosto, uma exposição comemorativa do centenário <strong>da</strong> Marcha Gualteriana,<br />

número festivo à volta do qual se estruturam, anualmente, as Festas <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Guimarães.<br />

A exposição, organiza<strong>da</strong> pela Associação Muralha, apresenta, com abundância <strong>de</strong><br />

fotografias, o trabalho <strong>de</strong> produção dos carros alegóricos, pelos obreiros <strong>da</strong><br />

Associação Recreativa <strong>da</strong> Marcha Gualteriana. Mostra, igualmente, alguns dos<br />

bonecos animados e a<strong>de</strong>reços que costumam acompanhar e <strong>da</strong>r cor ao corso<br />

gualteriano.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!