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“Reorganização das empresas cria mais ... - Vida Económica

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Nº 1246 / 24 Abril de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€<br />

DIRECTOR<br />

João Peixoto de Sousa<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

“Investimento da Sonangol em Portugal<br />

não deve meter medo a ninguém”<br />

“Da mesma forma que o mercado angolano está aberto para as <strong>empresas</strong> portuguesas, Portugal também tem<br />

que estar disponível para receber Angola. A Sonangol escolheu o mercado português para investir e tal não<br />

deve meter medo a ninguém”, afirma Fernando Heitor, presidente da Assembleia Nacional de Angola.<br />

Pág. 6<br />

suplemento metal<br />

Presidente da AIMMAP<br />

garante<br />

Sector<br />

metalúrgico<br />

e metalomecânico<br />

está “limpo”<br />

de recibos verdes<br />

AUTOMÓVEL<br />

Baixa nos custos<br />

não eleva número<br />

de expositores no<br />

Salão de Lisboa<br />

Pág. 36<br />

MERCADOS<br />

A nossa análise<br />

Conta ordenado<br />

“Mais em Conta”<br />

aplica 300 euros/mês<br />

à taxa de 10%<br />

Pág. 42<br />

VIDA ECONÓMICA<br />

ANTECIPA FECHO<br />

Devido ao feriado de 25 de<br />

Abril, a <strong>Vida</strong> Económica antecipa<br />

a sua data de publicação,<br />

sendo distribuída na quinta-<br />

-feira, 24 de Abril.<br />

Henrique Carvalho e Silva, director-geral de Empresas do Santander Totta, afirma<br />

“Reorganização<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

<strong>cria</strong> <strong>mais</strong><br />

oportunidades”<br />

O Santander Totta pretende aumentar a sua quota nas<br />

<strong>empresas</strong>. A capacidade de penetração neste segmento<br />

é actualmente facilitada “pelas dificuldades de liquidez<br />

existentes no sistema bancário” – afirma Henrique<br />

Carvalho e Silva.<br />

Oni vai chegar aos resultados<br />

positivos antes do previsto<br />

O momento é de grande confiança<br />

para a Oni. “Espero que,<br />

já no próximo mês de Julho, sejamos<br />

capazes de dar provas muito<br />

concretas em relação à nossa capacidade<br />

de gerar resultados positivos”<br />

- afirma à “<strong>Vida</strong> Económica”<br />

Xavier Rodriguez-Martin,<br />

presidente da Oni. Assumindo o<br />

modelo de integrador, a Oni aposta<br />

na venda de soluções e serviços.<br />

Pág. 25<br />

Pág. 41<br />

Gasóleo <strong>mais</strong> caro<br />

que a gasolina em Espanha<br />

O aumento dos preços do petróleo<br />

faz com que o gasóleo já<br />

seja <strong>mais</strong> caro que a gasolina no<br />

mercado espanhol. Actualmente,<br />

o litro do gasóleo é vendido a um<br />

preço médio de J1,17 enquanto<br />

a gasolina SC 95 custa J1,15. Em<br />

relação a Portugal, a gasolina SC<br />

95 apresenta uma diferença de<br />

21,7%, enquanto o gasóleo custa<br />

menos 9,4%.<br />

(Continua na pág. 11)<br />

PUB<br />

0 1 2 4 6<br />

9 720972 000037


2<br />

ACTUALIDADE<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Abertura<br />

Governo quer <strong>cria</strong>r contratos de trabalho<br />

sem termo intermitentes<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

O Governo quer limitar a três<br />

anos a duração dos contratos a termo<br />

certo e alterar a presunção legal<br />

de existência dos contratos de trabalho,<br />

de modo a permitir o “combate<br />

eficaz” da Autoridade para<br />

as Condições de Trabalho e dos<br />

tribunais aos falsos recibos verdes.<br />

Na mesma linha, apresentou aos<br />

parceiros sociais uma proposta inovadora<br />

– a <strong>cria</strong>ção de contratos de<br />

trabalho sem termo intermitentes,<br />

que implicam “a prestação do trabalho<br />

apenas durante uma parte do<br />

ano mas mantêm o vínculo laboral<br />

de contrato sem termo durante o<br />

resto do ano”.<br />

É duro o diagnóstico traçado às<br />

relações laborais em Portugal, que<br />

padece de “cinco problemas principais”.<br />

Desde logo de uma “reduzida<br />

adaptabilidade <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

e trabalhadores”, de “debilidade e<br />

escasso dinamismo da contratação<br />

colectiva”, de “rigidez formal do<br />

enquadramento legal”, de “escassa<br />

efectividade da lei e normas contratuais”<br />

e de “elevada precariedade<br />

e segmentação do emprego”. É,<br />

pois, “indispensável que a reforma<br />

a realizar seja complementada”<br />

por medi<strong>das</strong> de protecção social e<br />

de política de emprego “coerentes<br />

com as alterações propostas para o<br />

sistema de relações laborais”, lê-se<br />

na proposta de alteração ao Código<br />

do Trabalho (CT), onde também é<br />

proposta a “interditação” dos estágios<br />

profissionais extracurriculares<br />

não remunerados.<br />

Como incentivo à redução da<br />

precariedade e à segmentação, o<br />

ministro do Trabalho propõe-se<br />

reduzir em um por cento a taxa<br />

contributiva <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> sobre<br />

todos os contratos sem termo e,<br />

simultaneamente, aumentar em<br />

3% as contribuições <strong>das</strong> entidades<br />

empregadoras sobre os contratos a<br />

termo.<br />

O ministro Vieira da Silva quer<br />

ainda “cometer” às <strong>empresas</strong> utilizadoras<br />

dos serviços de trabalhadores<br />

abrangidos pelo regime de trabalho<br />

independente uma parcela de 5%<br />

da taxa contributiva, “calculada sobre<br />

a presunção de rendimento decorrente<br />

do regime a vigorar, que<br />

hoje é totalmente suportada por<br />

aqueles trabalhadores”. Para além<br />

da redução de 5% acima referida,<br />

propõe-se ainda uma “redução adicional<br />

em 2,4% em resultado da<br />

análise do actual custo <strong>das</strong> eventualidades<br />

protegi<strong>das</strong>, sendo a nova<br />

taxa aplicável aos trabalhadores<br />

independentes reduzida em 7,4%<br />

e fixada em 24,6%”.<br />

Em matéria de despedimentos,<br />

O Governo quer “manter as normas<br />

em vigor quanto à justa causa<br />

de despedimento e a inderrogabilidade<br />

por contratação colectiva <strong>das</strong><br />

soluções consagra<strong>das</strong> no Código”.<br />

Propõe, no entanto, alterações ao<br />

Código do Processo de Trabalho,<br />

de modo a que a prova da licitude<br />

do despedimento.<br />

ACTUALIDADE<br />

ACTUALIDADE<br />

FISCALIDADE<br />

Pág. 5 Pág. 6<br />

Pág. 29<br />

“NÃO EXISTE UM MERCADO ÚNICO DA ENERGIA”<br />

O ex-ministro Mira Amaral considera que o mercado único só será<br />

possível quando houver convergência nos preços e na regulação. Avisa<br />

para o facto que quando se fala em liberalização do sector energético<br />

há que ter em conta as falhas de mercado. E que vai continuar a haver<br />

intervenção do Estado.<br />

“INVESTIMENTO DA SONANGOL EM PORTUGAL<br />

NÃO DEVE METER MEDO”<br />

Angola posiciona-se como uma <strong>das</strong> economias <strong>mais</strong> dinâmicas do<br />

mundo e tem uma lei de investimento privado atractiva. Os Portugueses<br />

podem tirar proveito de vários factores de proximidade ao país, de<br />

acordo com Fernando Heitor, presidente da Assembleia Nacional de<br />

Angola. E garante que as relações económicas entre as duas nações<br />

nunca estiveram tão bem.<br />

FISCO ACTUALIZA LISTA DE DEVEDORES<br />

E ALTERA CRITÉRIOS DE SELECÇÃO<br />

A administração fiscal decidiu prorrogar a lista de credores do Estado.<br />

Mas o mesmo não se passa com os incumpridores ao fisco. Continuam<br />

a ser acrescentados nomes à lista e os critérios de selecção foram alterados.<br />

De modo a que a referida lista se possa estender a um universo<br />

<strong>mais</strong> amplo de contribuintes em falta.<br />

BPI com quebra de 22% nos lucros<br />

O lucro líquido do BPI registou<br />

uma quebra de 22%, no primeiro<br />

trimestre, para 75,3 milhões de<br />

euros, face a igual período do ano<br />

passado. O resultado operacional<br />

baixou 4,1% e a rendibilidade<br />

dos capitais próprios cifrou-se em<br />

18,8%.<br />

Os recursos de clientes cresceram<br />

19% e os recursos totais de clientes<br />

aumentaram 9%, enquanto<br />

o crédito a clientes foi reforçado<br />

em 13%. Por sua vez, o produto<br />

bancário cresceu 4,5%, comparativamente<br />

a período homólogo do<br />

exercício anterior.<br />

HUMOR ECONÓMICO<br />

BREVE<br />

CONTRIBUINTES ADEREM<br />

À ENTREGA DE DECLARAÇÕES VIA INTERNET<br />

Terminado o prazo de entrega <strong>das</strong> declarações de IRS, via internet, relativo<br />

à primeira fase, verificou-se um aumento de 24%, relativamente ao ano<br />

anterior, para um total de 1,9 milhões. De notar que nesta primeira fase<br />

não existe a obrigatoriedade de entrega <strong>das</strong> declarações por via electrónica,<br />

pelo que os serviços se manifestam satisfeitos pela adesão registada.<br />

Entretanto, decorre até 25 de Maio o prazo para a entrega, também por<br />

internet, <strong>das</strong> declarações de IRS relativas a contribuintes que tenham auferido<br />

rendimentos de outra natureza que não apenas trabalho dependente<br />

ou pensões. Considera a Direcção-Geral dos Impostos que está em condições<br />

de implementar um total de 31 campos em to<strong>das</strong> as declarações submeti<strong>das</strong><br />

pela internet, “o que representa uma significativa simplificação e<br />

diminuição dos custos para os contribuintes”.<br />

EMPRESAS CITADAS<br />

Sonangol .............................. 06 Kaspersky ............................. 24<br />

Realizar ................................ 12 BCP ..................................... 27<br />

Betafence ............................. 14 Soares da Costa ..................... 27<br />

Nokia ................................... 19 Monte Adriano ....................... 27<br />

Santander ............................. 19 Galp Energia ......................... 27<br />

Citigroup ............................... 19 Corticeira Amorim .................. 27<br />

BREVE<br />

ECONOMIA<br />

ASSINA<br />

19 PROJECTOS<br />

NO ÂMBITO<br />

DO QREN<br />

EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-<br />

DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de<br />

Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima<br />

Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão;<br />

E-mail redaccao@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e<br />

Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto<br />

- Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: comercial@vidaeconomica.pt; PUBLICIDADE<br />

LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815<br />

415 E-mail publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail assinaturas@vidaeconomica.pt;<br />

IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém<br />

E-mail geral@vasp.pt • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009<br />

EMPRESA<br />

CERTIFICADA<br />

MEMBRO DA EUROPEAN<br />

BUSINESS PRESS<br />

TIRAGEM CONTROLADA<br />

PELA:<br />

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 22.400<br />

4000 Município (Porto) TAXA PAGA<br />

Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477<br />

Merril Lynch .......................... 19<br />

HSBC Holdings ..................... 19<br />

Bouygues .............................. 20<br />

IRG ...................................... 20<br />

CB Richard Ellis .................... 20<br />

MSF ..................................... 20<br />

Garvetur................................ 20<br />

Sonae ................................... 20<br />

Arsys .................................... 23<br />

EMC ..................................... 23<br />

CSC...................................... 23<br />

Oracle .................................. 23<br />

Eticadata .............................. 23<br />

Iomega ................................. 23<br />

ABBC ................................... 28<br />

Airfree .................................. 32<br />

5àSec ................................... 32<br />

Financière de l´Ille ................. 32<br />

Schindler .............................. 32<br />

Companhia da Quinta ............. 33<br />

Torrié .................................... 33<br />

Coca-Cola ............................. 33<br />

Jwalter Thompson .................. 33<br />

Renault ................................ 34<br />

Hyundai ................................ 35<br />

Wingroup .............................. 46<br />

Microsoft .............................. 46<br />

Veigas Imobiliária .................. 46<br />

O Ministério da Economia assinou<br />

contratos de incentivos relativos a<br />

19 projectos, com apoios no valor<br />

de 4,2 milhões de euros e investimentos<br />

de cerca de 11,7 milhões.<br />

Consiste na <strong>cria</strong>ção de núcleos<br />

de investigação e desenvolvimento<br />

em PME, no âmbito do Quadro<br />

de Referência Estratégico Nacional<br />

(QREN).<br />

Os contratos respeitam a áreas<br />

como novos materiais, tecnologias<br />

de informação e indústria<br />

de saúde. Dos 19 projectos agora<br />

assinados, seis são do âmbito do<br />

Programa Operacional (PO) Factores<br />

Competitivos, dez integram<br />

o PO Norte e três o PO Centro.<br />

A cerimónia teve lugar na Associação<br />

Industrial do Minho (AI-<br />

Minho).


quinta-feira, 24 Abril de 2008 actualidade 3<br />

60<br />

milhões de euros<br />

Apoios a fundo<br />

perdido ao<br />

investimento agrícola<br />

1529<br />

bombas<br />

de gasolina<br />

da Galp em<br />

Portugal e<br />

Espanha<br />

ECONÓMETRO<br />

Vieira da Silva<br />

O ministro do trabalho tem em mãos um dos assuntos <strong>mais</strong><br />

sensíveis desta legislatura, o Novo Código Laboral. Mas tem<br />

sabido conduzir as matérias, ainda que envoltas em forte contestação.<br />

Nestes assuntos os sindicatos continuam a reagir<br />

como há três déca<strong>das</strong>. Mas o mundo do trabalho mudou, pelo<br />

que há mesmo que evoluir. Vieira da Silva tem sabido ouvir as<br />

partes envolvi<strong>das</strong>, o que é sempre um sinal positivo de abertura<br />

e compreensão pelos problemas dos trabalhadores.<br />

Zenal Bava<br />

Ao contrário do que se esperava, o novo presidente da PT optou<br />

por não alterar os gestores de topo. É verdade que garante<br />

uma maior fatia do poder, mas parece que o seu interesse<br />

<strong>mais</strong> imediato passa por avançar com uma série de projectos.<br />

Em termos de negócio, trata-se de definir prioridades e tal estratégia<br />

é bastante <strong>mais</strong> interessante do que o envolvimento<br />

em eventuais quezílias internas. Os objectivos definidos fazem<br />

sentido.<br />

Teixeira dos Santos<br />

O ministro <strong>das</strong> Finanças continua a recusar admitir que a taxa<br />

de crescimento será inferior àquela que o próprio previu. Contra<br />

as previsões da maior parte <strong>das</strong> instituições nacionais e<br />

internacionais. Ainda que o seu discurso esteja agora <strong>mais</strong> cuidadoso,<br />

nem por isso deveria deixar de informar correctamente<br />

o país. Também a justificação dada pelo seu ministério sobre a<br />

colocação de activos financeiros em territórios “offshore” não<br />

será a <strong>mais</strong> adequada. É verdade que não foram cometi<strong>das</strong><br />

ilegalidades, mas a moralidade também conta.<br />

Fernando Ulrich<br />

O BPI foi o primeiro banco a apresentar as contas trimestrais. E os<br />

resultados foram piores do que se esperava. O lucro registou uma<br />

quebra superior a 21%. Ainda que o sector financeiro atravesse dificuldades,<br />

a descida prende-se sempre com a gestão do banco. O<br />

negócio em Angola está a ser afectado pela desvalorização do dólar,<br />

enquanto por cá se verificou um decréscimo nas comissões. Na<br />

banca, quebras excessivamente acentua<strong>das</strong> levantam sempre muitas<br />

dúvi<strong>das</strong> entre os investidores e clientes. Mesmo assim, esperase<br />

que o BPI tenha capacidade para recuperar as suas margens.<br />

FACTOS RELEVANTES<br />

Défice do subsector Estado baixou<br />

O défice do subsector Estado registou uma<br />

quebra de 32% até Março. O saldo entre as receitas<br />

e as despesas desceu para menos 866<br />

milhões de euros. Este valor representou uma<br />

melhoria de 398 milhões de euros, relativamente<br />

ao mesmo período do ano passado, em<br />

resultado do crescimento <strong>das</strong> receitas.<br />

De facto, a receita fiscal aumentou um<br />

ponto percentual, face ao primeiro trimestre<br />

do exercício anterior. Verificou-se um ligeiro<br />

abrandamento do aumento da receita de IRS<br />

ficou a dever-se à aplicação da retenção na<br />

fonte. Quanto aos pagamentos de IRC, estes<br />

cresceram 6%; no entanto, refere a Direcção-Geral<br />

do Orçamento, não representou o<br />

aumento previsto da receita em sede deste<br />

imposto.<br />

No IVA, o valor foi semelhante. O Imposto<br />

sobre Veículos baixou 12%, tendo em conta a<br />

entrada em vigor <strong>das</strong> novas regras que prevêem<br />

o desagravamento fiscal dos veículos com<br />

menores emissões. As receitas do tabaco registaram<br />

um decréscimo de quase 42% até<br />

ao mês de Março. As despesas com pessoal<br />

apresentaram um aumento, para 3071 milhões<br />

de euros.<br />

Finanças justificam existência<br />

de activos financeiros em territórios<br />

“offshore”<br />

O Ministério <strong>das</strong> Finanças veio a público<br />

justificar a existência de activos financeiros<br />

nacionais em territórios “offshore”. Garante<br />

que, actualmente, não existem aplicações de<br />

organismos da administração directa do Estado<br />

naqueles territórios. No entanto, admite<br />

que “algumas entidades da administração<br />

indirecta do Estado efectuam, pontualmente,<br />

com base em critérios orientados para a maximização<br />

do retorno dos fundos públicos sob<br />

sua gestão e no respeito pela lei, aplicações<br />

em valores emitidos por entidades financeiras<br />

nacionais e internacionais através desses<br />

territórios”. Foram identifica<strong>das</strong> aplicações<br />

desta natureza, deti<strong>das</strong> pelo Fundo de Estabilização<br />

Financeira da Segurança Social, no<br />

valor de 42 milhões de euros ou 0,6% do valor<br />

global do fundo. Adianta ainda o ministério a<br />

este propósito: “As aplicações em territórios<br />

offshore visam apenas a maximização do retorno<br />

que resulta da diversificação geográfica<br />

e do aproveitamento <strong>das</strong> capacidades de gestão<br />

de reputa<strong>das</strong> casas de investimento internacionais,<br />

não se verificando pois qualquer irregularidade<br />

ou ilicitude, designadamente em<br />

matéria fiscal.”


4<br />

actualidade<br />

Guias Práticos<br />

Códigos do IRS e do IRC<br />

Código do Imposto<br />

do Selo<br />

Edições 2008<br />

CAP quer devolução de taxas<br />

indevidamente cobra<strong>das</strong><br />

A<br />

Confederação dos Agricultores de Portugal<br />

(CAP) denunciou esta semana a ausência de<br />

restituição, por parte do Estado, dos valores<br />

<strong>das</strong> taxas que alegadamente fora<br />

cobra<strong>das</strong> de forma indevida aos<br />

agricultores pelo Estado português<br />

relaciona<strong>das</strong> com vários projectos<br />

comunitários apresentados entre<br />

1993 e 2004.<br />

“Independentemente dos motivos<br />

e <strong>das</strong> justificações que o Ministério<br />

da Agricultura Desenvolvimento<br />

Regional e Pescas avança, os<br />

agriculturas portugueses ainda não<br />

receberam os valores da taxa indevidamente<br />

cobrada pelo Estado<br />

português sobre projectos comunitários apresentados<br />

entre 1993 e 2004, apesar de o prazo estabelecido<br />

pelo Tribunal Europeu já ter sido largamente<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

“Complexos<br />

e burocráticos<br />

processos<br />

administrativos<br />

atrasam todo<br />

o processo<br />

de devolução”<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

excedido”, explicou a CAP em comunicado.<br />

A CAP lamenta que “complexos e burocráticos<br />

processos administrativos” estejam a atrasar todo<br />

o processo de devolução destas importâncias<br />

aos agricultores, que é<br />

“dinheiro que lhes é devido”. E aproveita<br />

a ocasião para criticar “a forma<br />

discriminatória como o MADRP<br />

trata os agricultores, pois se alguém<br />

é obrigado a devolver verbas comunitárias<br />

ao IFAP tem de o fazer, pagando<br />

juros”, embora o mesmo “não<br />

vá acontecer agora com a devolução<br />

destas taxas, algumas delas indevidamente<br />

cobra<strong>das</strong> há <strong>mais</strong> de 10 anos”,<br />

explica a Confederação.<br />

Inconformada com a situação, a CAP afirma que<br />

“não baixará os braços até que todos os lesados sejam<br />

ressarcidos”.<br />

QREN reúne empresários<br />

em Santarém<br />

A Risa promoveu um seminário, na Nersant, sobre<br />

os incentivos QREN e o financiamento <strong>das</strong> PME.<br />

O evento reuniu cerca de 200 empresários, o que é<br />

revelador do interesse. O seminário foi dividido em<br />

três grandes temas, o quadro comunitário de apoio<br />

vigente, o financiamento <strong>das</strong> PME através do capital<br />

de risco e o empreendededorismo.<br />

Javier Galiana é novo<br />

director-geral da FIL<br />

A Feira Internacional de Lisboa conta com um<br />

novo director-geral. Javier Galiana passa a ser o responsável<br />

da estrutura da Associação Industrial Portuguesa<br />

que tem como função a organização. Desde<br />

2005 que é presidente da Associação de Feiras Espanholas<br />

e era, até ao momento, director-geral da Feira<br />

de Valladolid.<br />

VANTAGEM ASSINANTE = PREÇO ESPECIAL<br />

TÍTULO P.V.P. PREÇO ASSINANTE<br />

Guia Prático do IRS - 2008 A 7 A 4<br />

Guia Prático do IRC - 2008 A 7 A 4<br />

Código do IRC * - 2008 A 4 A 3<br />

Código do IRS * - 2008 A 4 A 3<br />

Código do Imposto do Selo - 2008 A 4 A 3<br />

* Oferta para assinantes do Boletim do Contribuinte.<br />

Portugal perde 36,5 milhões do POADR<br />

COTEC satisfeita com adesão<br />

ao Prémio Empreendedorismo<br />

A COTEC faz um balanço<br />

positivo <strong>das</strong> candidaturas apresenta<strong>das</strong><br />

ao Prémio Empreendedorismo<br />

Inovador na Diáspora<br />

Portuguesa. Cerca de 170 cidadãos<br />

de várias regiões do mundo<br />

entrarem em contacto para obterem<br />

<strong>mais</strong> informações e apoio na<br />

submissão <strong>das</strong> suas candidaturas.<br />

Concorreram ao galardão 65<br />

candidatos. “A adesão ao prémio,<br />

num espaço de tempo tão curto,<br />

mostra que as comunidades estão<br />

atentas a Portugal e que os laços<br />

existem”, afirma Filipe de Button,<br />

presidente do júri.<br />

A<br />

Confederação dos Agricultores<br />

de Portugal (CAP) revelou esta<br />

semana que a Comissão de<br />

Acompanhamento do Programa Operacional<br />

Agricultura e Desenvolvimento<br />

Rural (POADR) chegou à<br />

conclusão que “Portugal perdeu<br />

36,5 milhões de euros europeus<br />

nos anos de 2005, 2006 e 2007,<br />

a que corresponde um valor total<br />

de investimento da ordem dos<br />

103,5 milhões de euros, montante<br />

este que inclui a comparticipação do Estado português<br />

e os investimentos privados”.<br />

Em comunicado, a CAP explicou que “a maioria<br />

da não execução verificou-se no nível do Eixo I do<br />

Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola,<br />

secção de Orientação (FEOGA), que apoia projectos<br />

de reconversão e adaptação de estruturas agrícolas<br />

e de desenvolvimento rural”, fazendo<br />

notar que a “execução financeira<br />

deste eixo acabou por ficar 33,64<br />

milhões de euros aquém do montante<br />

atribuído a Portugal”.<br />

Na mesma nota a CAP refere<br />

que o Eixo II do FEOGA perdeu<br />

dois milhões de euros e que<br />

o Fundo Europeu de Desenvolvimento<br />

Regional (FEDER) perdeu<br />

919 mil euros.<br />

Uma situação “inaceitável” para a CAP, para quem<br />

a perda destas verbas “evidencia <strong>mais</strong> uma vez a importância<br />

que o actual Governo dá aos agricultores e<br />

à agricultura nacional”.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

Município<br />

de Gaia financia<br />

trabalhadores<br />

da Yazaki Saltano<br />

Edições práticas<br />

Também à venda<br />

nas melhores livrarias e nas bancas.<br />

Rua Gonçalo Cristóvão, 111 - 6º esq. - 4049-037 - Porto<br />

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Fax.: 222 058 098 • E-mail: assinaturas@vidaeconomica.pt<br />

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Publicidade online supera TV em 2009<br />

O meio online vai conseguir<br />

canalizar <strong>mais</strong> publicidade do<br />

que a televisão já em 2009, segundo<br />

uma previsão do Internet<br />

Advertising Bureau (IAB). Pelo<br />

menos no Reino Unido.<br />

Segundo um estudo desenvolvido<br />

em parceria pela PricewaterhouseCoopers<br />

e pela World<br />

Advertising Research Center<br />

(Warc), o crescimento da publicidade<br />

online em 2007 em terras<br />

de Sua Majestade excedeu to<strong>das</strong><br />

as expectativas, superando actualmente<br />

o sector dos classificados<br />

de imprensa e a imprensa regional.<br />

Segundo as previsões do IAB<br />

divulga<strong>das</strong> recentemente pela<br />

Warc, a publicidade na internet<br />

superará os valores da televisão já<br />

no próximo ano.<br />

Os resultados da UK Advertising<br />

Association também sugerem<br />

que o crescimento da publicidade<br />

online vá colocar o meio<br />

no primeiro lugar do ranking no<br />

próximo ano.<br />

A Câmara de Gaia, através da<br />

AMIgaia – Agência Municipal<br />

de Investimento, com o apoio<br />

do IAPMEI, vai apresentar aos<br />

trabalhadores da Yazaki Saltano o<br />

programa Gaiafinicia, para desenvolvimento<br />

de projectos empresariais.<br />

Permite financiar a <strong>cria</strong>ção<br />

de <strong>empresas</strong>, num montante máximo<br />

de 45 mil euros.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 actualidade 5<br />

Mira Amaral faz balanço sombrio do Mibel<br />

“Não existe um mercado único da energia”<br />

Mira Amaral considera que o mercado único da energia só será possível quando houver convergência<br />

nos preços e na regulação. O Mibel é um mercado eléctrico à escala regional.<br />

Palmira Simões<br />

redaccao@vidaeconomica.pt<br />

O<br />

antigo ministro da Indústria<br />

e da Energia<br />

deixou bem claro que<br />

quando se fala em liberalização<br />

do sector energético há que ter<br />

em conta as falhas de mercado e,<br />

que por isso mesmo, vai continuar<br />

a haver intervenção do Estado,<br />

contrariando aqueles que afirmam<br />

o contrário.<br />

“Há de factos duas razões para<br />

essa intervenção existir: quando<br />

o mercado falha na afectação eficiente<br />

dos recursos e por questões<br />

de equidade, pelo facto do “output”<br />

do jogo de mercado levar a<br />

desigualdades e distorções sociais<br />

inaceitáveis”, explicou durante o<br />

seminário “O Sector Energético<br />

no Panorama Nacional – Investimentos<br />

e Tecnologias”, organizado<br />

pela Apemeta – Associação<br />

Portuguesa de Empresas de Tecnologias<br />

Ambientais. São vários<br />

os tipos de falhas de mercado,<br />

entre elas os monopólios naturais<br />

(transporte e distribuição de<br />

energia eléctrica). “É aqui que o<br />

Estado entra, enquanto regulador<br />

económico, para impedir abusos<br />

de poder dominante por parte<br />

do monopolista. Isto porque uma<br />

empresa pública pode ser sensível<br />

aos consumidores, enquanto uma<br />

privada, por razões de rentabilidade<br />

de investimento, pode não ter<br />

essa preocupação”. Entende-se por<br />

regulação estabelecer regras para<br />

os casos em que as condições de<br />

eficiência económica não são atingi<strong>das</strong><br />

pela livre operação <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

priva<strong>das</strong> (falha de mercado)<br />

e por isso há uma intervenção<br />

pública. A regulação implica pois<br />

uma intervenção em sectores com<br />

a consequente regulação <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

nesses sectores. No caso de<br />

Portugal, o organismo <strong>cria</strong>do para<br />

este efeito foi a ERSE – Entidade<br />

Reguladora do Sector Eléctrico,<br />

antes de o Grupo Electricidade de<br />

Portugal ter sido privatizado, que<br />

chamou a si três papéis principais:<br />

evitar o abuso do poder dominante<br />

<strong>das</strong> operadoras <strong>das</strong> redes de distribuição<br />

(monopólios naturais)<br />

sobre os clientes; fixar os preços<br />

da electricidade, precavendo a<br />

tentação do poder político em os<br />

utilizar de acordo com a gestão do<br />

ciclo político-eleitoral, o que era<br />

muito importante para dar confiança<br />

aos investidores numa fase<br />

de privatização da EDP; garantir<br />

o acesso por terceiros à rede de<br />

transporte, fixando os valores <strong>das</strong><br />

portagens a cobrar pela rede de<br />

transporte (rede regulada) por esse<br />

serviço de transportar a energia,<br />

garantindo assim a não discriminação<br />

de terceiros, em relação à<br />

EDP. “Devo no entanto confessar<br />

que a independência da ERSE em<br />

relação ao Governo, nomeadamente<br />

na fixação dos preços, talvez<br />

tenha sido excessiva (embora<br />

teoricamente correcta), contrasta<br />

com a situação espanhola em que<br />

não há esse poder de fixação dos<br />

preços pela CNE.”, desenvolveu<br />

Mira Amaral.<br />

A questão do défice<br />

energético<br />

Um aspecto curioso que acontece<br />

em Portugal e Espanha, e ao<br />

mesmo tempo um entrave a uma<br />

possível entrada num mercado<br />

único, são os défices tarifários. A<br />

EDP está ser obrigada pelo Governo<br />

e pela ERSE a fixar um preço<br />

de venda da energia eléctrica <strong>mais</strong><br />

baixo do que aquele que gostaria<br />

de aplicar, com o objectivo aparente<br />

de proteger o consumidor.<br />

Esta medida <strong>cria</strong>, contudo, um<br />

défice tarifário, que é “colmatado”<br />

com o recuso à banca. A dívida<br />

terá de ser, contudo, amortizada<br />

nos próximos anos com<br />

um aumento <strong>das</strong> tarifas. “Nós,<br />

consumidores, vamos pagar no<br />

futuro aquilo que aparentemente<br />

poupámos, adicionado de juros”,<br />

refere Mira Amaral, que acrescenta:<br />

“Com esta compressão de margens<br />

as <strong>empresas</strong> espanholas têm<br />

dificuldade em entrar em Portugal<br />

e as portuguesas em Espanha, isto<br />

apesar de teoricamente o mercado<br />

estar liberalizado”.<br />

O ex-ministro e actual professor<br />

do Instituto Superior Técnico<br />

e administrador da Sociedade<br />

Portuguesa de Inovação rematou,<br />

dizendo que Portugal ainda está<br />

numa época de expansão de grandes<br />

centrais de gás natural, o que,<br />

“tendo eu lançado o gás natural no<br />

nosso país, sinto-me com alguma<br />

autoridade moral para dizer que<br />

isto começa a ser extremamente<br />

perigoso. Porquê Porque o gás<br />

natural é um produto petrolífero,<br />

que vai defrontar-se no futuro com<br />

os mesmos problemas que se colocam<br />

actualmente com o petróleo,<br />

como a escassez e o impacte ambiental.<br />

Seria do <strong>mais</strong> elementar<br />

bom senso começar a reservar o gás<br />

natural para as chama<strong>das</strong> centrais<br />

de co--geração junto <strong>das</strong> grandes<br />

fontes consumidoras e industriais,<br />

e de a co-geração produzir electricidade<br />

e calor ao mesmo tempo. O<br />

gás natural teria assim uma utilização<br />

<strong>mais</strong> nobre, sem os problemas<br />

de per<strong>das</strong> de transporte. É, pois,<br />

conveniente pensar em outras<br />

fontes de produção de energia”.<br />

Indústria do calçado<br />

tem de investir na diversificação<br />

Empresas devem apostar no desenvolvimento<br />

de novos conceitos, tais como biodegradáveis,<br />

eco- -eficientes e de conforto total<br />

Zona Franca de Vigo sem capacidade<br />

para responder à procura<br />

Apesar de Vigo estar a apenas 30 km da fronteira portuguesa, as <strong>empresas</strong><br />

nacionais quase não operam na Zona Franca de Vigo.<br />

Investir na diferenciação pela<br />

utilização de novos materiais<br />

tem de ser um dos pressupostos<br />

da indústria portuguesa do calçado.<br />

Alfredo Jorge Moreira, directorexecutivo<br />

da APICCAPS, Associação<br />

Portuguesa dos Industriais de<br />

Calçado, Componentes, Artigos de<br />

Pele e seus Sucedâneos, num evento<br />

realizado no Porto pelas câmaras<br />

Luso-Alemã e Luso-Francesa sobre<br />

a Fileira Moda assumiu a urgência<br />

na migração para uma oferta de<br />

maior valor acrescentado e de gama<br />

superior. São quatro os eixos prioritários<br />

desta indústria. Qualificação,<br />

inovação, internacionalização e cooperação<br />

e redes, nomeadamente<br />

cooperação intersectorial, intrasectorial<br />

e interinstituconal.<br />

Na vertente da qualificação,<br />

Alfredo Jorge Moreira salientou<br />

obviamente a qualificação dos recursos<br />

humanos, <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> mas<br />

também do produto. Nas <strong>empresas</strong>,<br />

toma agora maior relevância a certificação<br />

energética, ambiental e a<br />

coesão social. Aspectos que o director-executivo<br />

admitiu muitas vezes<br />

serem negligenciados mas de muita<br />

importância para o sector. “Por<br />

exemplo, a certificação ambiental<br />

pode inclusivamente ser utilizada<br />

na vertente de marketing. As <strong>empresas</strong><br />

têm de mostrar o que estão a<br />

fazer nesta área”.<br />

Na inovação, Alfredo Jorge Moreira<br />

salientou a inovação nos produtos,<br />

nos processos e no próprio<br />

modelo de negócio. No produto,<br />

o director-executivo enfatizou que<br />

a inovação deve feita “através do<br />

desenvolvimento de novos conceitos,<br />

tais como biodegradáveis, eco<br />

eficientes e de conforto total”, enquanto<br />

nos processos essa inovação<br />

deverá passar pela introdução de<br />

novas tecnologias, visando o aumento<br />

da produtividade e uma gestão<br />

<strong>mais</strong> flexível. Por último, e no<br />

modelo de negócio, apostar numa<br />

marca própria versus “private label”<br />

sempre com progressão na gama e<br />

na cadeia de valor.<br />

Relativamente aos dois mercados<br />

em debate neste seminário, francês e<br />

alemão, o director-executivo admite<br />

que a Alemanha deverá aumentar<br />

<strong>mais</strong> do que a França. Do lado alemão,<br />

Alfredo Jorge Moreira assume<br />

haver condições para crescimento<br />

em quantidade em taxas <strong>mais</strong> eleva<strong>das</strong><br />

do que as que registarão em<br />

França, igualmente acompanhado<br />

de um aumento <strong>mais</strong> do que proporcional<br />

em valor. Relativamente<br />

ao plano estratégico apresentado por<br />

esta associação ao primeiro-ministro<br />

José Sócrates e a Manuel Pinho,<br />

ministro da Economia, Alfredo Jorge<br />

Moreira salientou que vai agora<br />

dar lugar a um programa de acção<br />

com medi<strong>das</strong> e acções concretas. “É<br />

nisso precisamente que estamos a<br />

trabalhar. E que vamos com certeza<br />

divulgar antes de Maio”.<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

O<br />

consórcio da Zona Franca<br />

de Vigo não consegue dar<br />

resposta a toda o procura<br />

que tem. Blanca Gafaell, assessora<br />

da zona franca, explica que as vantagens<br />

fiscais são para todos, mas<br />

beneficiam sobretudo as <strong>empresas</strong><br />

com grandes volumes de exportação.<br />

As <strong>empresas</strong> espanholas estão<br />

em maioria, mas não são as <strong>mais</strong><br />

fortes. Os portugueses ainda não<br />

aderiram.<br />

O consórcio da Zona Franca<br />

de Vigo é uma instituição pública<br />

<strong>cria</strong>da em 1973, para a exploração<br />

e administração da Zona Franca<br />

de Vigo. Nos <strong>mais</strong> de 50 anos de<br />

existência, o consórcio, além de<br />

administrar e gerir a zona franca,<br />

“trabalha sobretudo como agência<br />

de desenvolvimento”.<br />

É nessa função que promove 10<br />

milhões de m2 de solo industrial<br />

em parques empresariais equipados<br />

e estrategicamente situados na área<br />

metropolitana de Vigo<br />

Como agente do desenvolvimento<br />

socioeconómico de Vigo e da<br />

sua área metropolitana, o consórcio<br />

leva a cabo uma série de projectos e<br />

intervenções urbanas. Museus, centros<br />

comerciais, redes rodoviárias,<br />

ou a reabilitação da zona marítima<br />

da cidade são alguns exemplos de<br />

projectos da responsabilidade do<br />

consórcio.<br />

“As <strong>empresas</strong> depositam o seu<br />

material na zona franca, têm-na lá<br />

sem pagar impostos até terem que<br />

a distribuir aos clientes: esta é claramente<br />

uma vantagem financeira”.<br />

As vantagens são iguais para todos,<br />

mas “compensam sobretudo<br />

as grandes <strong>empresas</strong>, que têm volumes<br />

de mercadoria muito grandes”,<br />

esclarece Blanca Gafaell. A zona<br />

franca é um exemplo de uma instituição<br />

pública de sucesso. A “secção<br />

industrial, por exemplo, tem muito<br />

<strong>mais</strong> procura do que aquela a que<br />

podemos dar resposta: esta empresa<br />

morrerá de êxito”.<br />

Empresas portuguesas<br />

sem expressão na Zona<br />

Franca de Vigo<br />

Uma zona franca é um território<br />

com um regime aduaneiro especial,<br />

com uma série de vantagens fiscais,<br />

que têm como objectivo primeiro<br />

potenciar o comércio internacional.<br />

A zona franca de Vigo é a única de<br />

todo o noroeste da Península Ibérica<br />

e, como tal, perfeita para os mercados<br />

portugueses e espanhóis.<br />

Apesar de Vigo estar a apenas 30<br />

km da fronteira portuguesa, as <strong>empresas</strong><br />

nacionais “quase não operam<br />

na zona franca de Vigo”. Blanca<br />

Gefaell, do gabinete de informação,<br />

acredita que “cada empresa actua<br />

no seu mercado, quer estar o <strong>mais</strong><br />

próximo possível do seu mercado”,<br />

e que talvez seja essa a explicação<br />

<strong>mais</strong> credível para explicar a não<br />

aposta dos portugueses em Vigo:<br />

“as <strong>empresas</strong> portuguesas são maioritariamente<br />

volta<strong>das</strong> para o mercado<br />

português”.<br />

Urbanização de Nígran<br />

“Porto do Molle”<br />

é o próximo projecto<br />

O próximo grande projecto da<br />

instituição é “a urbanização da baía<br />

de Nígran”. A oferta pública de parcelas<br />

deve ser feita durante o Verão<br />

de 2008, estando a entrega prevista<br />

para um ano depois.<br />

Nígran vai disponibilizar três zonas<br />

de instalação diferentes: “industrial,<br />

comercial e terciário” (cerca de<br />

300 000 m2), serviços e lazer” (55<br />

000 m2) e “escritórios, pequena indústria<br />

e serviços a <strong>empresas</strong>” (174<br />

000 m2).<br />

No máximo, “este espaço poderá<br />

receber 200 <strong>empresas</strong>, mas há<br />

procura, neste momento, para três<br />

vezes esta capacidade”.<br />

A Zona Franca de Vigo é uma <strong>das</strong><br />

quatro que existem em Espanha,<br />

juntamente com a de Barcelona,<br />

Grande Canária e Cádiz, e a única<br />

do Atlântico Norte.<br />

MARIANA PINTO


6<br />

ACTUALIDADE<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Fernando Heitor, presidente da Assembleia Nacional de Angola, alerta<br />

“Investimento da Sonangol em Portugal<br />

não deve meter medo a ninguém”<br />

“Angola é a economia <strong>mais</strong> dinâmica do mundo e tem uma lei de investimento privado bastante atractiva, que atribui incentivos fiscais e aduaneiros muito<br />

bons e isto faz com que muitos investidores vejam o país como um bom mercado para investir. Os portugueses, como estão muito <strong>mais</strong> próximos de nós<br />

em termos afectivos, tiram vantagem disso”, afirma Fernando Heitor, presidente da Assembleia Nacional de Angola. “Da mesma forma que o mercado<br />

angolano está aberto para as <strong>empresas</strong> portuguesas, Portugal também tem que estar disponível para receber Angola. A Sonangol escolheu o mercado<br />

português para investir e tal não deve meter medo a ninguém”, acrescenta. A luta contra a corrupção está na agenda política de Angola.<br />

<strong>Vida</strong> Económica - Como estão<br />

as relações económicas entre<br />

Portugal e Angola<br />

Fernando Heitor - As relações<br />

entre Portugal e Angola nunca<br />

estiveram tão bem. O historial<br />

revela que, nos últimos cinco ou<br />

seis anos, as relações melhoraram<br />

significativamente. E isso não deve<br />

trazer ciúmes a outros países.<br />

Angola foi colonizada por Portugal<br />

e, ao longo de cinco séculos,<br />

estabeleceram-se laços de afectividade<br />

muito fortes, que não podem<br />

existir com outro país.<br />

Temos uma língua comum, um<br />

conjunto de valores culturais que<br />

são comuns, mas também as grandes<br />

relações de afectividade que<br />

fazem a diferença. As relações económicas<br />

estão muito boas.<br />

VE - Como é possível captar<br />

<strong>mais</strong> investimento <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

portuguesas para Angola<br />

FH - Portugal já está muito bem<br />

implantado. Lidera os sectores da<br />

banca, da construção civil, da hotelaria<br />

e da restauração, <strong>das</strong> telecomunicações<br />

e do comércio grossista.<br />

Na construção civil foi ultrapassado<br />

apenas pela China. Portanto, tem<br />

uma presença muito forte em Angola<br />

e deve manter-se assim, no que<br />

depender de Angola.<br />

Neste momento Angola é a economia<br />

<strong>mais</strong> dinâmica do mundo<br />

e tem uma lei de investimento<br />

privado bastante atractiva, que<br />

atribui incentivos fiscais e aduaneiros<br />

muito bons e isto faz com que<br />

VE - Como comenta o facto de Angola ser acusada<br />

de ter níveis de corrupção dos <strong>mais</strong> altos do mundo<br />

FH - Quando se fala em corrupção, geralmente só<br />

se fala em corrupto, nunca se fala em corruptor e<br />

essa é uma visão distorcida. Quando se fala em<br />

corrupção, devemos ver o fenómeno no sentido pleno<br />

do termo. Só há corrupção porque há pessoas<br />

que aceitam ser corrompi<strong>das</strong> e, muitas vezes, mesmo<br />

antes de o corrupto se manifestar essas pessoas<br />

“seduzem” a corrupção. Mas é um facto, tem sido<br />

apontado pelos organismos internacionais: Angola<br />

está numa lista internacional não desejável de países<br />

que não primam pela boa governação e pela<br />

transparência.<br />

Lamentavelmente, Angola continua nessa lista e<br />

esse é um desafio para as entidades angolanas, que<br />

devem encarar a situação com seriedade, para que,<br />

no <strong>mais</strong> curto espaço de tempo, se reduzam esses<br />

indicadores negativos que mancham a credibilidade<br />

que os governantes de qualquer país merecem.<br />

Mas não estou aqui para tapar o sol com a peneira, é<br />

um facto que também entra na agenda política para<br />

que possa ser resolvido o <strong>mais</strong> rapidamente possível.<br />

É óbvio que este problema nunca será resolvido<br />

na totalidade, corrupção há em todos os países<br />

– Portugal incluído –, mas torna-se <strong>mais</strong> gritante<br />

num país como Angola, que tem uma grande percentagem<br />

da sua população a debater-se com situações<br />

de pobreza revoltantes e os senhores que estão<br />

nos altos cargos da hierarquia do Estado (e não só)<br />

se pavoneiam em luxo, conseguindo por meios não<br />

transparentes e ilícitos os seus objectivos.<br />

VE - Mas se o Governo e os poderosos se confundem,<br />

não será fácil uma solução para essa situação...<br />

corrupção é factor preocupante<br />

muitos investidores vejam o país<br />

como um bom mercado para investir.<br />

Os portugueses, como estão<br />

muito <strong>mais</strong> próximos de nós, em<br />

termos afectivos tiram vantagem<br />

disso. Nós temos uma economia<br />

que é dinâmica, um quadro jurídico<br />

e fiscal muito atractivo e temos<br />

recursos naturais: o petróleo, que é<br />

um recurso estratégico, os diamantes,<br />

que estão espalhados por quase<br />

todo o território angolano, granito,<br />

urânio, ferro, entre outros.<br />

É um mercado muito apetecível<br />

e as regras do jogo abrem as portas<br />

a qualquer mercado que queira investir.<br />

A China, por exemplo, tem<br />

muito dinheiro, é muito dinâmica<br />

em termos de crescimento, tem<br />

preocupações geo-estratégicas e,<br />

desta forma, junta o útil ao agradável.<br />

Quando Angola necessitava<br />

de dinheiro para reconstruir o país,<br />

depois de uma guerra civil de 27<br />

FH - Ainda que o Governo mostre que não está suficientemente<br />

empenhado em resolver a situação, é<br />

preciso que as forças envolventes obriguem a que<br />

se empenhe <strong>mais</strong>: a sociedade civil, os partidos da<br />

oposição, a Igreja, as instituições internacionais.<br />

É preciso que haja pressão para que sejam encontra<strong>das</strong><br />

soluções para o problema. Ressalvo que se<br />

estão a fazer esforços para que os actos de corrupção<br />

<strong>mais</strong> significativos sejam dissuadidos através de<br />

uma maior inspecção e fiscalização, por via legislativa.<br />

Os investidores qualificados acabam por se afastar<br />

de Angola, mas, na verdade, o país já esteve pior.<br />

anos, a China foi um importante<br />

financiador.<br />

VE - Começamos também a<br />

assistir ao fenómeno contrário:<br />

as <strong>empresas</strong> angolanas a chegarem<br />

a Portugal. O que é que<br />

está a ser feito para apoiar essas<br />

<strong>empresas</strong><br />

FH - Não há muitas <strong>empresas</strong><br />

angolanas em Portugal. A Sonangol,<br />

devido ao preço do petróleo<br />

e ao aumento da produção, está a<br />

registar receitas extraordinárias e o<br />

dinheiro não pode ficar parado, é<br />

preciso rentabilizá-lo. E da mesma<br />

forma que o mercado angolano<br />

está aberto para as <strong>empresas</strong> portuguesas,<br />

Portugal também tem que<br />

estar disponível para receber Angola.<br />

A Sonangol escolheu o mercado<br />

português para investir e tal não<br />

deve meter medo a ninguém.<br />

Fosso entre ricos e pobres<br />

é acentuado<br />

VE - Com a situação de alguma<br />

instabilidade social que ainda<br />

se vive em Angola, é seguro<br />

viver no país<br />

FH - Angola está em paz há seis<br />

anos e não há qualquer instabilidade<br />

que possa perigar o desenvolvimento<br />

dos negócios. A estabilidade<br />

que existe é semelhante à que<br />

se verifica noutros países, embora<br />

em Angola tenda a ser <strong>mais</strong> preocupante<br />

no que toca a instabilidade<br />

social: o desemprego, a grande<br />

diferença entre os poucos que<br />

têm muito dinheiro e a maioria<br />

da população que não tem boas<br />

condições de vida. São realidades<br />

sociais preocupantes. Mas, em<br />

termos de estabilidade para fazer<br />

negócios, basta ir a Angola e ver a<br />

forma frenética como o país está a<br />

desenvolver-se. Os refugiados que<br />

foram para outros países durante<br />

a guerra já voltaram quase todos<br />

para Angola. Há aqueles que são<br />

emigrantes um pouco <strong>mais</strong> qualificados,<br />

os que foram para a Europa<br />

ou América do Norte já têm a sua<br />

vida <strong>mais</strong> estabilizada e não aceitam<br />

voltar para Angola sem certas<br />

garantias que ainda não podem ser<br />

proporciona<strong>das</strong>. Por exemplo, garantia<br />

de emprego, de casa.<br />

Exportação<br />

portuguesa<br />

para Angola<br />

continua aumentar<br />

Em 2007, a exportação portuguesa<br />

para Angola teve um<br />

aumento de 38,8%. O mercado<br />

angolano representa uma<br />

vantagem comparativa para as<br />

<strong>empresas</strong> portuguesas não só<br />

pelas afinidades culturais como<br />

pelos laços históricos. “O governo<br />

português considera Angola<br />

como parceiro económico<br />

estratégico”, refere Basílio Horta,<br />

presidente do Conselho de<br />

Administração da Aicep Portugal<br />

Global, na “newsletter” da<br />

empresa. Acrescentando que a<br />

ambição da agência é “a ambição<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong> que queiram<br />

ganhar e consolidar presença<br />

nos mercados internacionais,<br />

mas é também a ambição de<br />

nos superarmos como prestadores<br />

de serviços à comunidade<br />

empresarial”.<br />

Segundo a “newsletter”, o nível<br />

geral de preços no consumidor<br />

em Luanda registou uma variação<br />

de 0,86 % entre Dezembro<br />

e Fevereiro de 2008. A classe<br />

Alimentação e Bebi<strong>das</strong> Não-Alcoólicas<br />

foi a que verificou um<br />

maior aumento, de 1,83%. De<br />

referir também o aumento nas<br />

classes de Saúde, com 0,99%<br />

e Bens e Serviços Diversos, com<br />

0,39%.<br />

Barbot inicia produção<br />

A Barbot é uma <strong>das</strong> muitas<br />

<strong>empresas</strong> portuguesas a investir<br />

em Angola. A fábrica de<br />

tintas construída recentemente<br />

inicia a sua produção este<br />

mês. Segundo um comunicado<br />

de imprensa, a unidade fabril<br />

produzirá 20 mil litros por dia,<br />

com os padrões de qualidade<br />

europeus.<br />

De forma a agilizar a comercialização<br />

dos seus produtos<br />

no mercado angolano, a Barbot<br />

possui uma loja no centro<br />

de Luanda. A empresa tem<br />

também vindo a estabelecer<br />

contactos com diversas construtoras<br />

angolanas e de países<br />

estrangeiros, sobretudo com<br />

<strong>empresas</strong> portuguesas já estabeleci<strong>das</strong><br />

em Angola. A Barbot<br />

pretende ainda expandir a sua<br />

produção para Benguela.<br />

PATRÍCIA FLORES<br />

VE - Consegue prever daqui<br />

a quanto tempo é que Angola<br />

pode ser um país suficientemente<br />

estável para que todos<br />

possam voltar<br />

FH - Esse é o grande dilema de<br />

Angola. Estamos com um crescimento<br />

de dois dígitos há quatro ou<br />

cinco anos, mas esse crescimento<br />

não se está a traduzir em benefícios<br />

para a maioria da população. Portanto,<br />

este é o grande desafio que<br />

se põe aos governantes de Angola:<br />

encontrar uma forma para minorar<br />

o sofrimento da população. Reduzir<br />

os índices de pobreza e acudir<br />

às necessidades da grande maioria<br />

da população naquilo que é fundamental<br />

e básico: água potável,<br />

habitação condigna, saúde, energia<br />

eléctrica.<br />

VE - E o Governo angolano<br />

está realmente empenhado nisso<br />

FH - O Governo não está de<br />

braços cruzados. No entanto, talvez<br />

não esteja a fazer suficiente, é<br />

preciso chamar a atenção para que<br />

se aplique <strong>mais</strong>. É preciso satisfazer<br />

as necessidades <strong>mais</strong> gritantes naquilo<br />

que é fundamental e básico.<br />

Mariana Pinto


quinta-feira, 24 Abril de 2008 Actualidade 7<br />

Programa “Economia do Mês”, de Jorge Vasconcellos e Sá, defende<br />

Atitude governativa deve ser<br />

<strong>mais</strong> agressiva e audaciosa<br />

Dois países distintos e distantes entre si que apresentam valores de crescimento<br />

económico aproximados e, sensivelmente, duas vezes superiores aos portugueses.<br />

Na sua edição de Abril, o programa “Economia do Mês” abordou a evolução<br />

da economia da Eslováquia, desde que emergiu da ditadura socialista.<br />

A vontade, a noção de sacrifício temporário e a coragem dos governantes em<br />

avançar, e a definição de metas claras e transparentes para a política económica<br />

governativa, respectivamente, poderão ser lições importantes para Portugal.<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

países do alargamento ultrapassam portugal<br />

Estimativa comparativa para 2009 do PIB per capita (UE-15 = 100%)<br />

37.8 37.9<br />

Bulgária<br />

Roménia<br />

52.7<br />

Polónia<br />

59.8 59.9 60.5<br />

Hungria<br />

Letónia<br />

Lituânia<br />

64.9 65.5<br />

Fonte: Statistical Annex of the European Union, Outono 2007, Comissão Europeia<br />

Eslováquia<br />

Portugal<br />

68.1<br />

Malta<br />

69.7<br />

Estónia<br />

76.7<br />

República Checa<br />

82.8<br />

Chipre<br />

85.2<br />

Eslovénia<br />

100<br />

EU-15<br />

O<br />

programa “Economia do Mês” relativo a Abril,<br />

analisou, ao longo de cinco secções (“O Importante”,<br />

“O Bom”, “O Mau”, “O Ponto de<br />

Interrogação” e “O Herói do Mês”), alguns temas nacionais<br />

e internacionais, caracterizados sobretudo pela<br />

sua relevância e menor cobertura por outros órgãos de<br />

comunicação social.<br />

Editado mensalmente, no terceiro domingo de cada<br />

mês na RTP2, às 12h30, esta será, contudo, a última<br />

edição desta sua primeira série. Após a reposição desta<br />

edição no dia 25, às 20h30, na RTPN, Jorge Vasconcellos<br />

e Sá regressará, para uma segunda série, apenas em<br />

Setembro.<br />

De acordo com as <strong>mais</strong> recentes estimativas de Bruxelas,<br />

a Eslováquia terá, já em 2009, um<br />

Produto Interno Bruto (PIB) per capita<br />

semelhante ao de Portugal, juntando-se<br />

a outros cinco novos membros da União<br />

Europeia (Malta, Estónia, República<br />

Checa, Chipre e Eslovénia) com PIB já<br />

superiores ao nacional.<br />

Abordado na secção “O Importante”<br />

deste mês, o crescimento económico eslovaco,<br />

desde que emergiu da ditadura<br />

socialista, tem registado valores duas<br />

vezes superiores aos portugueses. Na realidade,<br />

se em 1993 o PIB eslovaco era<br />

cerca de metade do português, actualmente, assume já<br />

valores idênticos.<br />

Convidado por Vasconcellos e Sá para, em estúdio,<br />

procurar decifrar as raízes deste sucesso, Radomir Bohac,<br />

embaixador da Eslováquia em Portugal, apontou “a forte<br />

tradição industrial, o bom sistema educativo, a localização<br />

estratégica do país, a estabilidade microeconómica e<br />

a elevação dos ratings atribuídos ao país”.<br />

“Há, também, outro motivo: a vontade e a <strong>cria</strong>tividade<br />

dos eslovacos, assim como a sua noção de sacrifício temporário<br />

e a coragem dos governantes em avançar”, referiu<br />

ainda este embaixador.<br />

A taxa de<br />

desemprego<br />

da Nova Zelândia<br />

é cerca de metade<br />

da nacional<br />

Criticando a atitude cautelosa de Portugal e sugerindo<br />

“uma atitude <strong>mais</strong> agressiva e audaciosa para mudar já o<br />

sistema”, Radomir Bohac deixou como sugestão a Portugal<br />

a introdução, a exemplo do que a própria Eslováquia<br />

fez em 2004, do sistema de “Flat-Rate”, um sistema equitativo<br />

de tributação sobre os rendimentos, sem deduções<br />

ou excepções. “Penso que o crescimento da Eslováquia<br />

fala por si. Apenas no ano passado, em 2007, a economia<br />

cresceu 10,4%”, concluiu.<br />

Políticas económicas claras e transparentes<br />

Ao contrário do habitual, Jorge Vasconcellos e Sá não<br />

escolheu uma personalidade para “O Herói do Mês”,<br />

mas sim um país, <strong>mais</strong> precisamente a<br />

Nova Zelândia. Devido à sua pequena<br />

dimensão e ao seu isolamento poderíamos<br />

esperar uma economia frágil, no<br />

entanto e em consonância com a economia<br />

eslovaca, a realidade é bem diferente.<br />

Comparativamente a Portugal, a economia<br />

neozelandesa e o seu principal<br />

indicador, o PIB per capita, são cerca<br />

de 25% superior em valor global e 90%<br />

superior relativamente à sua taxa de crescimento<br />

anual.<br />

Adicionalmente, a taxa de desemprego da Nova Zelândia<br />

é cerca de metade da nacional, a sua dívida pública<br />

em percentagem do PIB é 72% inferior e a taxa de inflação<br />

é uma <strong>das</strong> <strong>mais</strong> baixas da OCDE (Organização para<br />

a Cooperação e Desenvolvimento Económico).<br />

Para Eduardo Stock da Cunha, cônsul honorário da<br />

Nova Zelândia, a explicação deste sucesso reside no<br />

“grande pragmatismo do conjunto de medi<strong>das</strong> adoptado<br />

nos anos 80” que procuraram combater os efeitos<br />

devastadores do choque petrolífero e da forte quebra de<br />

receitas <strong>das</strong> exportações de produtos agro-alimentares.<br />

Neste período, a Nova Zelândia “aboliu a fixação cambial,<br />

desregulamentou os mercados financeiros e de capitais,<br />

diminuiu os subsídios atribuídos e procurou uma<br />

atitude menos proteccionista face às <strong>empresas</strong> nacionais”,<br />

enumerou.<br />

“A Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo a conferir<br />

ao Banco Central um mandato claro”, no sentido de<br />

deixar de ter uma série de objectivos difusos, definindo<br />

o controlo da taxa de inflação como objectivo principal,<br />

mas sobretudo “obrigando o governo nacional a ter de<br />

assumir uma meta clara e transparente” para a sua política<br />

económica.<br />

“Economia nacional regrediu 20 anos”<br />

O <strong>mais</strong> recente indicador do INE (Instituto Nacional<br />

de Estatística) aponta que o Índice de Confiança <strong>das</strong> Famílias<br />

Portuguesas atingiu o seu valor <strong>mais</strong> baixo desde<br />

Junho de 2003, sendo designado como “O Mau” deste<br />

mês. Paralelamente, um estudo internacional mostra que<br />

os portugueses são o povo europeu <strong>mais</strong> pessimista, sendo<br />

que apenas 26% dos inquiridos acredita que a sua<br />

situação económica pessoal melhorará nos próximos 12<br />

meses.<br />

Para o analista político Joaquim Aguiar, “o pessimismo<br />

português é um pessimismo acumulado”, desde a “oportunidade<br />

falhada” da entrada na União Europeia, em<br />

1985, e da integração da moeda única europeia.<br />

Ao longo desta edição de Abril foi ainda abordado, nas<br />

secções “O Ponto de Interrogação” e “O Bom”, respectivamente,<br />

a possível chegada da Crise do Subprime a<br />

Portugal e o sucesso do futebol nacional. Um sector de<br />

actividade onde Portugal tem sido extremamente competitivo,<br />

ocupando a oitava posição a nível mundial e<br />

onde a boa gestão, do ponto de vista da prospecção e da<br />

formação, é a razão para os valores gerados pela venda de<br />

jogadores <strong>das</strong> equipas nacionais terem já ultrapassado o<br />

montante <strong>das</strong> exportações do sector têxtil.<br />

Fernanda Silva Teixeira<br />

Sector do vestuário<br />

sonda mercado<br />

russo e europeu<br />

Como tirar partido <strong>das</strong> estratégias<br />

de internacionalização <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong> Foi para estudar as especificidades<br />

dos mercados e dar<br />

resposta a esta pergunta que a<br />

ANIVEC/ APIV organizou recentemente<br />

um seminário/workshop<br />

com o tema “Como fazer negócios<br />

em Espanha, na Federação Russa e<br />

na Itália”.<br />

Um dos temas fortes do seminário<br />

foi a implementação da marca<br />

nos países em questão. Discutiu-se<br />

a sua importância, a forma como<br />

deve ser tratada, registada e mantida.<br />

Tentou-se chegar a uma resposta<br />

para a pergunta: “como fazer<br />

subir o valor acrescentado”.<br />

O evento foi desenvolvido no<br />

ambito do projecto “Formação de<br />

Apoio à Estratégia para o Mercado<br />

global”, em parceria com o GPF<br />

– Gabinete de Coordenação de<br />

Parcerias e Formação Profissional<br />

do GGPRIME e constituiu “uma<br />

oportunidade única para troca de<br />

experiências e internacionalização”.<br />

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INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES<br />

Ana Maria Vieira – <strong>Vida</strong> Económica Editorial, SA • Rua Gonçalo Cristóvão nº111, 6ºEsq., 4049-037 Porto<br />

TELEFONE: 223399457/0 FAX: 222058098 • Mail: formacao@vidaeconomica.pt<br />

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8<br />

OPINIÃO<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Se…<br />

“São cruciais, para os interesses<br />

do país, as próximas eleições<br />

no Partido Social-Democrata”<br />

A. magalhães<br />

pinto<br />

Economista<br />

magpinto@netcabo.pt<br />

http://poliscopio.blogspot.com<br />

A<br />

imagem de que hoje praticamente<br />

todos os políticos desfrutam é muito<br />

má. Muito por culpa própria,<br />

mas também devido a este estilo maldizente<br />

que é atávico em nós. Político é associado a<br />

mentiroso, corrupto, preguiçoso, gastador,<br />

mau pagador, hipócrita. É claro que isto é<br />

um exagero. Político é funcionário público.<br />

E, no conjunto dos políticos, não encontraremos<br />

nem melhor nem pior do que<br />

há no conjunto de todos os funcionários<br />

públicos. Uns melhores, outros piores. Uns<br />

verdadeiros, outros mentirosos. Uns sérios,<br />

outros corruptos. Uns trabalhadores, outros<br />

preguiçosos. Uns avaros, outros mãos<br />

largas. Quanto ao pagar, são quase todos<br />

caloteiros. Uns seguem os ditames da alma,<br />

outros disfarçam-nos quanto podem. Vou<br />

<strong>mais</strong> longe e afirmo que poderíamos mesmo<br />

dizer que, no seu conjunto, os políticos<br />

tenderão a reflectir as virtudes e os defeitos<br />

que, enquanto povo, todos temos. Melhor,<br />

sempre temos tido. E, não obstante esse<br />

facto, os cidadãos estão permanentemente<br />

à espera de que chegue ao Poder o homem<br />

perfeito e honesto, uma espécie de santo disposto<br />

a servir e a não servir-se. O fenómeno<br />

do sebastianismo não é senão o eterno desejo<br />

que o povo sente de encontrar aquilo<br />

que ele próprio não é. Só que não surgem<br />

sebastiões se eles estão mortos, melhor, se<br />

nunca nasceram.<br />

Estas ideias vieram-me à mente a propósito<br />

do que se passa actualmente no PSD.<br />

Agora sem líder efectivo e com duas mãos<br />

cheias de potenciais líderes. Não há fome<br />

que não dê em fartura, diz o nosso povo e<br />

com razão. Mas não é de estranhar. Há alguns<br />

meses atrás, quando começou a guerrilha<br />

interna no Partido, ainda larvar então,<br />

tive a oportunidade de escrever publicamente<br />

a convicção de que maior seria a oposição<br />

interna a Luís Filipe Meneses quando a<br />

popularidade de Sócrates fosse diminuindo.<br />

Conheço pessoalmente a maioria daqueles<br />

que gravitam na esfera do poder social-democrata,<br />

conheço as suas virtudes e os seus<br />

defeitos e estava seguro que Meneses tinha<br />

sido eleito para fazer a travessia do deserto<br />

e não para poder ser, na opinião dos seus<br />

correligionários, Primeiro-Ministro algum<br />

dia. Meu dito, meu feito. Aí estão eles. Agora<br />

que, segundo as sondagens, a maioria<br />

absoluta de Sócrates se foi e o Partido Socialista<br />

andaria, se as eleições fossem hoje, pelos<br />

37/38 por cento, não faltam candidatos<br />

ao lugar cimeiro dos social-democratas. Só<br />

que, infelizmente, e excluindo<br />

dois ou três dos<br />

nomes que têm sido falados,<br />

o resto empata na<br />

mediocridade. Alguns<br />

deles assemelham-se demasiado<br />

a José Sócrates.<br />

Não têm experiência<br />

nenhuma da vida real<br />

ou são tão demagogos<br />

como ele. A maioria, se<br />

fosse eleita, seria uma<br />

tragédia para o país<br />

maior do que termos<br />

Luís Filipe Meneses a<br />

conduzi-lo. Uma situação lamentável. Mas<br />

um fenómeno <strong>mais</strong> frequente do que imaginamos<br />

num primeiro pensamento. Já<br />

assisti a isto noutras instituições. Quando<br />

uma instituição recebe, por particular circunstâncias<br />

momentâneas, um líder de baixa<br />

qualidade, a partir daí todo o bicho careta<br />

se julga com direito a ocupar-lhe o lugar. O<br />

direito da democracia substitui o direito da<br />

competência. O que é dramático para qualquer<br />

instituição. Assumindo o dramatismo<br />

proporções gigantescas quando estamos a<br />

falar do país, de um país em dificuldades,<br />

por acréscimo. Uma situação lamentável,<br />

“O fenómeno<br />

do sebastianismo<br />

não é senão o eterno<br />

desejo que o povo<br />

sente de encontrar<br />

aquilo que ele próprio<br />

não é”<br />

esta desenhada no PSD. Porque o PSD tem<br />

agora a oportunidade de renascer <strong>das</strong> quase<br />

cinzas. Algo que é tão necessário como<br />

o pão para a boca. Porque o renascimento<br />

do PSD só pode beneficiar o país. Dandonos<br />

alternativa para um Governo que é <strong>mais</strong><br />

fachada do que mobiliário. Colocando um<br />

travão num jeito de governar arrogante e<br />

todo-poderoso, que não raro faz tábua rasa<br />

dos direitos dos cidadãos. Basta atentar nos<br />

processos judiciais que o Estado tem perdido<br />

nos tribunais. E aqueles que não sabem<br />

ou não podem recorrer aos tribunais<br />

É esta, pois, uma encruzilhada vital para o<br />

Partido que Sá Carneiro<br />

fundou. Ou escolhe<br />

bem o seu líder ou pode<br />

ir cavando a tumba<br />

onde jazerá. Vigorosamente,<br />

os militantes do<br />

PSD têm que dizer não<br />

ao populismo e mobilizar-se<br />

em redor de gente<br />

competente. Sei que<br />

não é fácil. Foi muito<br />

bonito colocar na mão<br />

de todos os militantes<br />

a decisão de quem são<br />

os candidatos. Muito<br />

democrático. Mas é necessário ter andado,<br />

como eu andei, a gerir as bases para saber<br />

quanto a sua escolha momentânea depende<br />

de outros juízos que não a avaliação da competência.<br />

Agora, a beleza do gesto colhe as<br />

consequências perversas. Por isso é que julgo<br />

que os Portugueses – todos e não só os social-democratas<br />

– devem fazer um apelo aos<br />

militantes laranja: escolham bem, por favor,<br />

precisamos de uma boa decisão vossa.<br />

Eu tenho a minha opinião sobre isso,<br />

naturalmente. Como toda a gente, penso.<br />

Creio que se perguntássemos a todos os<br />

Portugueses quem eles queriam para líder<br />

social-democrata, a resposta seria maioritariamente<br />

uma só: Miguel Cadilhe. Um dos<br />

<strong>mais</strong> competentes, senão o <strong>mais</strong> competente,<br />

dos Ministros <strong>das</strong> Finanças que Portugal<br />

teve depois da “Revolução dos Cravos”.<br />

Sério. Experiente, tanto profissional como<br />

politicamente. Sem sombra de demagogia<br />

nas suas intervenções. Disciplinador, sem<br />

ser ditador. Homem de cumprimento estrito<br />

de calendários. Que nunca promete o<br />

que não pode dar. Sei que ele afirmou que o<br />

Partido não precisa dos seus serviços. Não<br />

sei se o Partido precisa ou não. Mas sei que<br />

o País precisa dele. Será que ele não precisará<br />

de fazer a rodagem de qualquer carro novo,<br />

dentro de um mês ou algo assim Não sendo<br />

ele, honestamente só vislumbro a doutora<br />

Manuela Ferreira Leite como candidato<br />

potencial capaz de estar à altura <strong>das</strong> necessidades.<br />

Inteligente. Também carregada de<br />

experiência e saber. A mulher que não tem<br />

hesitado dar razão a José Sócrates quando<br />

lha reconhece e independentemente dos<br />

interesses partidários. Infelizmente, poucas<br />

vezes. Mas isso não é culpa dela. O resto que<br />

por aí se anuncia como candidato não passa<br />

de vacuidade política, cujo único objectivo<br />

é ter Poder.<br />

Vemos, assim, que o futuro próximo do<br />

PSD condicionará, em muito, o futuro<br />

<strong>mais</strong> longínquo de Portugal. São cruciais,<br />

para os interesses do país, as próximas<br />

eleições no Partido Social-Democrata. O<br />

destino do País está nas mãos dos seus militantes.<br />

Se os militantes social-democratas<br />

forem inteligentes, podemos ter esperança.<br />

Se o não forem, as nuvens do futuro<br />

tornar-se-ão <strong>mais</strong> negras. Se escolherem<br />

uma nulidade, então o melhor é começar<br />

a pensar na fundação de um novo Partido.<br />

Quem sabe, arregimentando o que de bom<br />

anda por aí desiludido com o caminho que<br />

as coisas tomaram.<br />

AZUIL BARROS<br />

Especialista no crescimento<br />

de negócios<br />

Director Regional<br />

Quantum organization<br />

Portugal<br />

A qualidade <strong>mais</strong> importante<br />

no empresário…<br />

É<br />

frequente perguntarem-me qual é<br />

a qualidade <strong>mais</strong> importante que<br />

o empresário e a sua equipa devem<br />

ter para serem bem sucedidos. Sem querer<br />

entrar em questões filosóficas, dir-lhe-ei o<br />

que penso…<br />

Primeiro, há que analisar o que é que<br />

historicamente se mantém estável e quais<br />

são os padrões previsíveis de mudança. Se<br />

observarmos os seis mil anos em que existem<br />

registos sobre a história da humanidade<br />

verifica-se que, geração após geração,<br />

civilização após civilização, há um facto<br />

que permanece constante na roda da vida:<br />

a atitude face à vida. Enquanto empresário,<br />

o seu maior desafio passa por aprender<br />

a lidar com a mudança dos ciclos de vida<br />

sem se deixar submeter a eles. Isto é, seja<br />

perseverante e faça um esforço consciente<br />

para melhorar continuamente, perante as<br />

alterações <strong>das</strong> circunstâncias empresariais.<br />

Pessoalmente, acredito no poder e no valor<br />

da atitude. À medida que conheço <strong>mais</strong><br />

empresários e denoto as suas vontades e<br />

desejos, <strong>mais</strong> convencido fico de que, o seu<br />

natural destino é nascer, ser bem sucedido<br />

e prosperar! Contudo, esta postura requer<br />

ao empresário um esforço contínuo para<br />

Enquanto empresário,<br />

o seu maior desafio<br />

passa por aprender a lidar<br />

com a mudança dos ciclos<br />

de vida sem se deixar<br />

submeter a eles<br />

enfrentar resultados adversos e, simultaneamente,<br />

ouvir de familiares e amigos que o<br />

rodeiam incitações para parar de tentar.<br />

Como sabe, para falhar não é requerido<br />

esforço e dedicação, basta-lhe que a sua<br />

atitude face ao presente e ao futuro se deteriore.<br />

Quem não está preparado para falhar<br />

não conseguirá ser empresário.<br />

Admiravelmente, por ironia do destino,<br />

uma <strong>das</strong> poucas coisas que enquanto empresário<br />

tem é o poder total para controlar<br />

a sua atitude.<br />

É através da sua atitude que decide fazer<br />

ou não fazer, decide tentar ou desistir. É<br />

através da atitude que se culpa a si próprio<br />

pelos fracassos ou culpa os outros. É a sua<br />

atitude que determina se diz a verdade ou<br />

se mente, se age ou fica parado, se avança<br />

ou retroceda e, por conseguinte, é através<br />

da sua atitude que na realidade decide se<br />

A atitude determina<br />

as escolhas que faz<br />

e as escolhas que faz<br />

determinam os resultados<br />

vai ser bem sucedido ou fracassar.<br />

A atitude determina as escolhas que faz<br />

e as escolhas que faz determinam os resultados.<br />

Aconselho-o a instigar em si próprio uma<br />

atitude positiva, construtiva, entusiasta e firme.<br />

Verá que essa forma de estar nos negócios<br />

irá ser magnética e contagiar toda a sua<br />

equipa, incluindo fornecedores e clientes.<br />

Comece já e faça com que o ano de 2008<br />

seja o MELHOR de sempre para Si.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 opinião 9<br />

Os vígaros na recessão<br />

M. J. Carvalho<br />

Economista (OE 1613)<br />

lx1942@gmail.com<br />

Na minha idade já tenho direito<br />

a ter algumas ideias definitivas<br />

e uma delas é a de que, quanto<br />

<strong>mais</strong> desafogados os macroeconomistas<br />

são, pior conseguem ver as realidades sobre<br />

as quais se presume que têm opinião<br />

abalizada. De facto, o macroeconomista<br />

de Cascais, do Restelo ou da Foz não vai<br />

nem frequenta, em definitivo, os sítios<br />

onde todos nós vamos. Daqui que precise<br />

de muitas horas de meditação em inglês de<br />

Yale, Harvard ou Stanford, muitas séries<br />

e métodos quantitativos digeridos, muito<br />

beber do fino dos boletins da Primavera,<br />

Verão, Outono e Inverno dos bancos<br />

centrais para abrirem um contraditório<br />

sobre aquilo que o<br />

“Zé-ninguém” não<br />

tem dúvi<strong>das</strong> – que a<br />

vida está <strong>mais</strong> cara,<br />

que a economia está<br />

estagnada desde há<br />

alguns anos ou que a<br />

intervenção asfixiante<br />

da administração<br />

pública em to<strong>das</strong> as<br />

área da actividade só<br />

prejudica gravemente<br />

qualquer processo<br />

de recuperação.<br />

O Zé desde sempre<br />

bateu aos pontos os<br />

auto-suficientes macroeconomistas, mesmo<br />

a prever as desgraças que lhe caem sistematicamente<br />

em cima – no fundo, antecipar<br />

expectativas é a forma como todos<br />

nós nos vingamos deles, porque vivem<br />

num mundo que lhes é só presumido e<br />

diagnosticado. A partir do momento em<br />

que o macroeconomista, pelo seu estatuto<br />

de excepção ou classe, se desapega <strong>das</strong><br />

realidades, começa a ver tudo de perfil,<br />

Quanto <strong>mais</strong><br />

doutorados produzimos<br />

pior macroeconomistas<br />

temos, pela simples<br />

razão de a investigação<br />

se transformar no<br />

subproduto de uma<br />

marca a preservar e gerir<br />

com a triagem que a ânsia ou a vaidade<br />

da publicação do “paper” lhe exige. Em<br />

definitivo, quanto <strong>mais</strong> doutorados produzimos<br />

pior macroeconomistas temos,<br />

pela simples razão de a investigação se<br />

transformar no subproduto de uma marca<br />

a preservar e gerir.<br />

Vamos, nos fins-de-semana, aos centros<br />

comerciais de subúrbio e a rasquice<br />

da uniformidade no vestuário ou no palavreado<br />

aos berros dá-nos o indicador<br />

da penúria; aceitamos o convite para a<br />

inauguração de uma qualquer chafarica<br />

comercial ou copofónica e a hoje obrigatória<br />

presença de uma rameira transformada<br />

em figura pública dá-nos a ideia da<br />

falta de nível; fazemos<br />

quilómetros por<br />

esse país fora a falar<br />

com velhos e menos<br />

velhos, trabalhadores<br />

ou empresários,<br />

e temos a imagem<br />

real da inviabilidade<br />

estrutural nacional;<br />

ouvimos agentes de<br />

viagem ou vendedores<br />

de automóveis,<br />

alta gama, bancários,<br />

penhoristas ou agiotas,<br />

e conseguimos<br />

apercebermo-nos do<br />

poder da economia paralela e do desenrasca<br />

típicos de um sistema agonizante;<br />

assistimos a qualquer programa televisivo<br />

ao vivo e ficamos com a certeza da exigência<br />

do puxar para baixo, para a imbecilidade<br />

do exemplo ou o cheiro a lixo<br />

que se procura vender e impor. Enfim,<br />

nós temos acesso directo e grátis a todos<br />

os indicadores que o macroeconomista<br />

não usa, frequenta ou testemunha, a<br />

partir da sua Quinta da Beloura ou dos<br />

Pinhais da Foz.<br />

A recessão chama à primeira página e<br />

por tradição os arrivistas, os oportunistas<br />

e os vígaros, num processo de abutragem<br />

a abater-se sobre as vítimas indefesas,<br />

sem saí<strong>das</strong> nem oportunidade e que se<br />

agarram muito <strong>mais</strong> à esperança do que<br />

à solução prometida, que<br />

sabem duvidosa e difícil<br />

de concretizar. De facto,<br />

há um paradigma subliminar<br />

na recessão que o<br />

vulgar macroeconomista<br />

desconhece: a necessidade<br />

imediata e obsessiva da<br />

sobrevivência perverte todos<br />

os subsistemas sociais<br />

de suporte da sociedade<br />

civil. A justiça, a educação<br />

ou a saúde passam a ser efectivos campos<br />

minados da recessão, impondo o desleixo,<br />

a desqualificação e a mediocridade de<br />

desempenho.<br />

Qualquer processo de recuperação económica<br />

é independente da excelência<br />

porque é um mero fruto da conjuntura.<br />

Dito de outro modo, a excelência existe<br />

ou não, independentemente do estádio<br />

do ciclo económico – se estruturalmente<br />

existe, o processo de recuperação é <strong>mais</strong><br />

fácil. O que se passa neste já quase desgraçado<br />

país é que nada disto acontece<br />

– o gosto pela excelência, como característica<br />

estruturante da nossa sociedade,<br />

não existe e, por isso, qualquer política<br />

conjuntural de reversão é sempre tão frágil.<br />

A recessão é o ambiente natural de todos<br />

os vigaristas, que passam por investidores<br />

ou “business angels” da desgraça<br />

alheia e autoproclamados salvadores de<br />

O gosto pela<br />

excelência, como<br />

característica<br />

estruturante da<br />

nossa sociedade,<br />

não existe<br />

projectos e <strong>empresas</strong>. Só que o vigarista<br />

nunca sairia da sua toca se não tivesse,<br />

também, uma comunicação social imbecil,<br />

prenha da vulgaridade e em busca<br />

também de um ricaço qualquer que ela<br />

consiga embeiçar por tiragens ou audiências<br />

de duvidoso cálculo. O vígaro é <strong>mais</strong><br />

um filão para a comunicação social, não<br />

para o denunciar instantaneamente<br />

mas para o<br />

promover em lume brando,<br />

enquanto isso der algum<br />

retorno.<br />

O cheiro a sangue une<br />

a podridão dos diversos<br />

agentes activos da recessão,<br />

potenciando o descalabro,<br />

a indiferença e a<br />

incapacidade absoluta de<br />

ler os verdadeiros indicadores<br />

do descalabro económico.<br />

Numa esquina qualquer de uma rua<br />

movimentada é fácil fazer o diagnóstico<br />

– bastará, para isso, ter olhos, ouvidos<br />

e boca, os eternos e <strong>mais</strong> fiáveis indicadores<br />

de diagnóstico e avaliação do ciclo<br />

económico. Mas como pode o macroeconomista<br />

fazê-lo se corre o risco de passar<br />

o tempo todo a cumprimentar todos os<br />

famosos amigos que por lá passarem<br />

É verdade, de facto. Todo o vigarista<br />

– o de alto coturno financeiro ou o rasca<br />

<strong>das</strong> companhias de aviação ou clubes de<br />

futebol falidos - conta com a nossa indiferença,<br />

em suma, com o nosso desleixo<br />

em relação à defesa dos valores maiores<br />

de uma sociedade que está longe da excelência.<br />

O vígaro é, no fundo, uma personalidade<br />

do sistema. E essas são variáveis<br />

nitidamente exógenas aos modelos econométricos<br />

dos senhores macroeconomistas.<br />

Crescimento económico<br />

Ao longo dos últimos anos,<br />

as variáveis do emprego<br />

(ou, <strong>mais</strong> precisamente, do<br />

desemprego) e do défice <strong>das</strong> contas<br />

públicas têm vindo a concentrar a<br />

atenção <strong>das</strong> discussões em torno<br />

de aspectos macroeconómicos no<br />

nosso País.<br />

Neste período, as taxas de inflação<br />

mantiveram-se controla<strong>das</strong><br />

pela política monetária do Banco<br />

Central Europeu e as taxas de juro<br />

acabaram por repercutir a nível<br />

europeu as dificuldades que atravessaram<br />

os mercados de crédito<br />

internacionais (ainda sem retorno<br />

à vista).<br />

E, se é certo que os custos de<br />

várias matérias-primas atingiram<br />

crescimentos exponenciais, que<br />

o câmbio do euro face ao dólar<br />

foi também atingindo sucessivos<br />

máximos, ninguém compreende a<br />

pouca atenção que o “crescimento<br />

económico” tem merecido na<br />

definição <strong>das</strong> diversas políticas<br />

nacionais.<br />

Desde logo porque, se voltarmos<br />

às tais duas preocupações<br />

dominantes da agenda política e<br />

mediática – o emprego e a consolidação<br />

orçamental -, o crescimento<br />

económico perspectiva-se<br />

como a <strong>mais</strong> segura e sustentável<br />

solução para a ultrapassagem destes<br />

problemas estruturais da nossa<br />

economia.<br />

Ricardo Rio<br />

rrio_dmecon@yahoo.com<br />

http://econominho.blogspot.com<br />

A economia<br />

portuguesa não<br />

crescerá este ano <strong>mais</strong><br />

que 1,3 por cento<br />

Afinal, para <strong>cria</strong>r verdadeiros<br />

estímulos à <strong>cria</strong>ção de emprego<br />

e ao combate à precariedade dos<br />

vínculos laborais, é necessário<br />

que a economia demonstre um<br />

dinamismo sólido, reforçando a<br />

confiança de investidores, consumidores<br />

e agentes económicos<br />

em geral.<br />

Por sua vez, a ocorrência de um<br />

crescimento económico sustentado<br />

não só potencia um aumento<br />

significativa <strong>das</strong> receitas fiscais<br />

(através de toda a tributação directa<br />

e indirecta), como reduz a<br />

obrigação do Estado em assumir<br />

diversas responsabilidades de natureza<br />

social (reduzindo a despesa)<br />

como, do ponto de vista algébrico,<br />

eleva o denominador no cálculo<br />

do défice <strong>das</strong> contas públicas (face<br />

ao PIB), elevando a probabilidade<br />

de cumprimento <strong>das</strong> metas orçamentais<br />

assumi<strong>das</strong> e/ou impostas<br />

pela União Europeia.<br />

Por todos estes motivos, poderse-á<br />

perguntar-se: será que a maior<br />

discrição que tem merecido a evolução<br />

desta variável se deve a um<br />

bom desempenho do nosso País<br />

neste domínio A resposta é infelizmente<br />

negativa.<br />

Em verdade, ao longo dos últimos<br />

anos, Portugal tem registado<br />

sucessivos crescimentos diminutos<br />

do seu Produto Interno (e quebras<br />

recentes do seu saldo de Rendimentos<br />

face ao exterior), em divergência<br />

com a média da União<br />

Europeia, o que nos tem levado a<br />

cair diversas posições no ranking<br />

do PIB per Capita europeu.<br />

Neste contexto, chega a ser ridícula<br />

a discussão de algumas décimas<br />

de variação do Produto de<br />

ano para ano, esquecendo a gravidade<br />

deste problema estrutural<br />

com que não temos sabido lidar<br />

de forma determinada e racional.<br />

Por acréscimo, os Governos<br />

tendem a assumir atitudes de verdadeira<br />

“negação”, escusando-se a<br />

assumir atempadamente o fracasso<br />

<strong>das</strong> suas previsões optimistas para<br />

os anos subsequentes e insistindo<br />

em transmitir mensagens equívocas<br />

para os agentes económicos,<br />

como se as crises se resolvessem<br />

“por decreto oficial”…<br />

Se atentarmos aos dados estatísticos<br />

sobre a evolução da<br />

economia portuguesa ao longo<br />

dos últimos anos, confirma-se a<br />

ausência de um padrão de crescimento<br />

sustentável de qualquer<br />

<strong>das</strong> rubricas que compõem o<br />

produto: quisemos ser uma economia<br />

assente na competitividade<br />

externa e na aposta nos bens<br />

e serviços transaccionáveis internacionalmente<br />

mas a procura<br />

externa líquida só assumiu um<br />

contributo positivo relevante em<br />

2003 e 2006; apelamos a um reforço<br />

dos níveis de investimento<br />

privado mas a formação bruta de<br />

capital fixo só cresceu significativamente<br />

em 2004 e 2007; o consumo<br />

privado é o maior alicerce<br />

do crescimento mas encontra-se<br />

condicionado pelas dificuldades<br />

sócio-económicas crescentes e<br />

pela evidência de sobreendividamento<br />

dos particulares; a despesa<br />

pública (nomeadamente de investimento)<br />

mantém um peso deliberadamente<br />

residual (ao ponto<br />

de se atrasarem projectos estruturantes<br />

e o arranque efectivo do<br />

QREN - Quadro de Referência<br />

Estratégico Nacional).<br />

Na pretérita semana, o Fundo<br />

Monetário Internacional (FMI)<br />

voltou a rever as suas previsões<br />

para os próximos anos para o nosso<br />

País, apresentando um cenário<br />

pessimista que o próprio Banco de<br />

Portugal tendeu a confirmar, embora<br />

não plenamente.<br />

De acordo com as previsões<br />

do FMI, a economia portuguesa<br />

não crescerá este ano <strong>mais</strong> que<br />

1,3 por cento, face aos 1,9% de<br />

2007. Ainda segundo o FMI, em<br />

2009, o crescimento do PIB ficarse-á<br />

também pelos 1,4 por cento,<br />

quando o Governo estimava taxas<br />

de crescimento de 2,2 por cento<br />

este ano e de 2,8 por cento em<br />

2009.<br />

Tudo isto, num ano em que começará<br />

a ser investida a primeira<br />

“tranche” dos fundos comunitários<br />

do presente período de programação<br />

e em que um número<br />

esmagador de autarquias locais vai<br />

duplicar o seu nível de investimento<br />

tomando os parceiros privados<br />

como “barrigas de aluguer”.<br />

Estarão os vários organismos a<br />

esquecer estes factores ou teríamos<br />

uma verdadeira catástrofe económica<br />

se eles não existissem


Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal<br />

24 de Abril de 2008 | Suplemento Nº132<br />

KIDDO na lista<br />

dos produtos <strong>mais</strong><br />

inovadores do<br />

mundo<br />

BARÓMETRO PME*<br />

To<strong>das</strong> as semanas, exprima a sua opinião no Portal <strong>das</strong> PME<br />

Resultados da Semana de 16 a 22 de Abril de 2008:<br />

Embora as previsões do FMI apontem para um abrandamento<br />

económico português em 2008 (com a economia<br />

a crescer apenas 1,3%, abaixo dos 1,9% de 2007), o<br />

Governo português não vê razões para rever as suas<br />

previsões para o crescimento da economia nacional.<br />

Concorda com esta opção do Governo<br />

Sim – 7%<br />

Não – 93%<br />

Sem Opinião – 0%<br />

Tema em auscultação até 30 de Abril de 2008:<br />

O novo Código do Trabalho começou a ser discutido<br />

em sede de concertação social. Processos de despedimentos<br />

simplificados, adaptabilidade dos horários<br />

de trabalho e combate ao trabalho precário são os<br />

principais indicadores da proposta da Comissão do<br />

Livro Branco, que serve de base ao novo Código do<br />

Trabalho. Concorda com esta nova revisão<br />

Participe. Dê o seu contributo em:<br />

www.pmeportugal.pt<br />

*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal <strong>das</strong> PME, relativamente a temas da actualidade económica.<br />

Uma prestigiada revista dos EUA (www.<br />

jumpintotomorrow.com) está a eleger<br />

alguns dos produtos <strong>mais</strong> inovadores de<br />

todo o mundo – o “Technology Award”.<br />

O produto português Kiddo Kidkeeper<br />

encontra-se entre os eleitos, na categoria<br />

Segurança.<br />

O Kiddo é um alarme de proximidade<br />

inovador que permite prevenir per<strong>das</strong><br />

e acidentes infantis. É composto por<br />

duas unidades: um emissor (que é fixo<br />

à <strong>cria</strong>nça) e um receptor (que é transportado<br />

pelo adulto).<br />

O adulto pode definir a distância de afastamento<br />

máxima pretendida. Sempre<br />

que a(s) <strong>cria</strong>nça(s) se afastar(em) <strong>mais</strong><br />

que essa distância pré-seleccionada, o<br />

Kiddo gerará um alarme sonoro, possibilitando,<br />

assim, e em poucos segundos,<br />

recuperar a <strong>cria</strong>nça para junto de si<br />

novamente.<br />

Desenvolvido pela empresa portuguesa<br />

de investigação e desenvolvimento<br />

Smart Target, os seus promotores<br />

apontam como sua missão “conceber soluções<br />

que possam garantir o bem-estar<br />

e a tranquilidade de toda a família”. Daí<br />

que o Kiddo Kidkeeper surja como “um<br />

projecto pioneiro, um conceito arrojado<br />

e inovador a nível mundial”.<br />

Para conhecer <strong>mais</strong> acerca deste produto<br />

português inovador aceda ao site<br />

www.kiddo-kidkeeper.com


quinta-feira, 24 Abril de 2008 PME 11<br />

Grandes marcas<br />

de calçado interessa<strong>das</strong><br />

no mercado nacional<br />

As grandes marcas nacionais de calçado<br />

estão a revelar um interesse<br />

crescente pelo mercado doméstico.<br />

Isto numa altura em que as exportações<br />

estão num dos seus melhores momentos<br />

de sempre e representem já cerca de<br />

90% da produção global. Ainda que as<br />

importações estejam a crescer, o mercado<br />

nacional atrai as principais marcas do<br />

sector. As próprias marcas internacionais<br />

também registam um interesse<br />

crescente pelo mercado<br />

português.<br />

É um facto que algumas<br />

<strong>das</strong> grandes marcas portuguesas<br />

tiveram na sua<br />

origem a vertente exportadora,<br />

como a Aerosoles, a<br />

Fly London ou a Eject, no<br />

entanto, estão a dar <strong>mais</strong><br />

atenção ao mercado interno.<br />

De tal modo que até já<br />

há quem coloque a possibilidade<br />

de realizar investimentos em canais<br />

de distribuição próprios. As marcas estão<br />

conscientes que operar em Portugal representa<br />

a abordagem de <strong>mais</strong> um mercado,<br />

ainda que de pequenas dimensões, como<br />

dá conta um estudo da APICCAPS.<br />

Mas uma coisa é certa, trata-se de um<br />

mercado com algum poder de compra,<br />

em que o produto pode variar entre os 75<br />

e 200 euros. Sendo que várias <strong>empresas</strong><br />

Pharmacon chega ao Porto<br />

A Pharmacon abriu a sua primeira delegação no Porto,<br />

passando a contar com 15 lojas em todo o país. O<br />

grupo nacional de parafarmácias tem o objectivo de<br />

chegar a uma centena de lojas no final da década. O<br />

outro grande objectivo passa pela <strong>cria</strong>ção de uma marca<br />

própria de produtos.<br />

estão a enveredar pelas marcas e colecções<br />

próprias, o mercado nacional ganha um<br />

interesse acrescido. Ou seja, existe clientela<br />

para um tipo de calçado de gama <strong>mais</strong><br />

elevada. Outras marcas há que já operam<br />

internamente há bastante tempo e que<br />

encaram este como um mercado maduro.<br />

O consumidor é exigente e até já criou<br />

alguns hábitos de fidelização.<br />

Também as <strong>empresas</strong> estrangeiras estão<br />

interessa<strong>das</strong> em Portugal,<br />

como são os casos da<br />

Geox, da Ecco ou da Camel,<br />

entre várias outras.<br />

No ano passado, as importações<br />

de calçado cifraram-se<br />

em 52 milhões<br />

de pares, a um preço médio<br />

de sete euros (menos<br />

de metade do valor médio<br />

do par exportado), num<br />

valor de cerca de 368 milhões<br />

de euros. Ora, este<br />

valor pode, de algum modo, ser “comido”<br />

por parte <strong>das</strong> marcas nacionais. A maior<br />

parte <strong>das</strong> importações tem origem em Espanha,<br />

seguindo-se a China e a Holanda.<br />

O factor preço não parece ser restritivo<br />

a um maior consumo do calçado nacional.<br />

É verdade que um parte do calçado<br />

importado é depois exportado, mas nem<br />

por isso Portugal deixa de ser um mercado<br />

interessante.<br />

Diferença de preço para Portugal atinge 22%<br />

Gasóleo <strong>mais</strong> caro<br />

que a gasolina em Espanha<br />

(Continuação da primeira página)<br />

Os preços médios praticados em Portugal<br />

são de J1,40 para a gasolina SC95 e de<br />

J1,28 para o gasóleo.<br />

Num depósito de 70 litros a diferença entre<br />

abastecer em Portugal ou Espanha representa<br />

J17,5 no caso da gasolina e de J7,7<br />

no caso do gasóleo, dando origem a uma<br />

enorme afluência de automóveis e camiões<br />

portugueses nos postos de abastecimento espanhóis<br />

situados próximo <strong>das</strong> fronteiras.<br />

O preço do gasóleo acima da gasolina é<br />

um facto inédito que se deve à opção crescente<br />

por motores diesel. Em Portugal também<br />

é provável que num prazo não muito<br />

distante a gasolina venha a ter um preço de<br />

venda inferior ao do gasóleo. No mercado<br />

Maior parte<br />

<strong>das</strong> importações<br />

tem origem<br />

em Espanha<br />

português os automóveis a gasóleo já representam<br />

cerca de 70% <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> totais, o<br />

que determina o aumento do consumo do<br />

gasóleo e a quebra nas ven<strong>das</strong> de gasolina.<br />

Como a proporção de gasolina e gasóleo<br />

possível de extrair do petróleo é fixa, sobe<br />

a cotação internacional do gasóleo e baixa<br />

a da gasolina.<br />

Por outro lado, e na medida em que as<br />

receitas de ISP dependem cada vez <strong>mais</strong> do<br />

gasóleo, é provável que o Governo opte por<br />

tributar <strong>mais</strong> o gasóleo.<br />

A actual preferência pelos motores diesel<br />

deverá atenuar-se face à convergência de<br />

preços e o aumento da eficiência dos motores<br />

a gasolina com consumos em litros cada<br />

vez menos distantes dos motores a gasóleo.<br />

IBM ajuda PME a protegerem-se<br />

A IBM apresentou novos serviços que<br />

pretendem ajudar as pequenas e médias<br />

<strong>empresas</strong> (PME) a melhor gerirem os riscos<br />

associados cibercrime e à violação de<br />

dados, assim como a melhorarem a segurança<br />

dos seus sistemas de tecnologias de<br />

informação.<br />

A “big blue” garante que estas novas<br />

ofertas proporcionam soluções de gestão,<br />

eficientes em termos de custos, que são altamente<br />

preventivas, evitando as ameaças<br />

internas e externas.<br />

Um destes novos serviços é o IBM Express<br />

PCI Assessments, que vem proporcionar<br />

às <strong>empresas</strong> o cumprimento dos padrões de<br />

segurança da Indústria de Cartões de Pagamento<br />

(PCI) — uma preocupação crescente<br />

de <strong>empresas</strong> que diariamente lidam com<br />

informações provenientes de cartões de<br />

crédito.


12<br />

pme<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Manuel Vaz, CEO da Realizar, afirma<br />

“Acreditamos no risco<br />

de inovar”<br />

Responsável por eventos como a “Declaração <strong>das</strong> Novas Sete Maravilhas<br />

do Mundo” ou o “Maior Logótipo Humano”, para o Euro 2004, a Realizar<br />

tem marcado a diferença pela organização de eventos de grande impacto,<br />

que “ poderiam ser arriscados, mas que se revelaram de sucesso”. Com um<br />

crescimento de “300% nos últimos três anos”, a estratégia de inovação é<br />

claramente para manter, diz o Manuel Vaz, CEO da Realizar.<br />

<strong>Vida</strong> Económica - A Realizar<br />

tem crescido de forma significativa<br />

nos últimos tempos.<br />

Que balanço faz dos eventos<br />

de 2007<br />

Manuel Vaz - Um ano memorável<br />

na performance de todos os<br />

indicadores. A produção global da<br />

Declaração <strong>das</strong> Novas Sete Maravilhas<br />

do Mundo no Estádio da<br />

Luz foi sem dúvida um dos maiores<br />

projectos da Realizar a todos os<br />

níveis. No entanto, projectos como<br />

o Festival dos Oceanos em Lisboa,<br />

Modalfa Fashion Dream, Guincho<br />

Wave masters, Optimus Sky Open<br />

ou Europeu de Futsal impactaram<br />

também de forma muito positiva a<br />

performance da organização.<br />

VE - Que volume de negócios<br />

obtiveram<br />

MV - De uma forma consolidada,<br />

o Grupo Realizar atingiu os<br />

14 milhões de euros, tendo crescido<br />

cerca de 300% nos últimos<br />

três anos, uma média alucinante<br />

de 100% ao ano.<br />

“Em 2008, a ‘Travessia de Portugal em Balão de Ar Quente’ e a ‘Pista de Neve no Rock in<br />

Rio’ prometem manter a Realizar entre as <strong>empresas</strong> de maior sucesso na área”, afirma Manuel<br />

Vaz.<br />

VE - A Realizar tem estado à<br />

frente da organização de eventos<br />

de grande impacto. O que é<br />

que diferencia a vossa estratégia<br />

de marketing<br />

MV - Acreditamos no risco de<br />

inovar, e não no seguidismo. Temos<br />

marcado desde 1996 a formatação<br />

<strong>das</strong> tendências e do mercado,<br />

o que tem também os seus<br />

custos, uma vez que a reacção de<br />

cópia da concorrência é cada vez<br />

<strong>mais</strong> rápida.<br />

Mas, basicamente, é uma cultura<br />

de risco em imaginar novas<br />

áreas de negócio e de soluções<br />

de comunicar através de eventos<br />

de impacto, que constrói o pilar<br />

base da nossa estratégia. O risco<br />

no nosso caso tem compensado!<br />

PUB<br />

VE - A estratégia para 2008<br />

vai manter-se<br />

MV - Vamos manter os mesmos<br />

rumos pelos quais nos seguimos<br />

até aqui, porque nos renderam<br />

óptimos resultados.<br />

VE - Quais são as previsões<br />

de ven<strong>das</strong> e crescimento<br />

MV - Pretendemos continuar<br />

a crescer de forma sólida e sustentável,<br />

em terreno firme. Deveremos<br />

manter os níveis da nossa<br />

performance.<br />

VE - Que eventos têm agendados<br />

para este ano Quais os<br />

que consideram que vão “fazer<br />

a diferença”<br />

MV - Como sempre, muito diversificados<br />

e inovadores. Apostamos<br />

tanto na área cultural como<br />

no desporto como no entretenimento.<br />

Voltamos, depois de dois anos<br />

de interregno, a levantar voo com<br />

a Travessia de Portugal em Balão<br />

de Ar Quente, que tem início a<br />

29 de Março, celebrando assim o<br />

seu 10º aniversário.<br />

A aposta em conteúdos culturais<br />

reforça-se ainda <strong>mais</strong> este<br />

ano, e isto traduz-se na realização<br />

do Lisbon Village Festival e da<br />

Bienal de arte LUZBOA.<br />

A presença com a Pista de<br />

NEVE no Rock in Rio fará também<br />

a diferença, visto ser o maior<br />

festival de música organizado em<br />

Portugal.<br />

VE - A empresa está a crescer<br />

em Espanha. Que <strong>mais</strong>-valias é<br />

que acha que podem encontrar<br />

no mercado esaido e em plena<br />

expansão. Uma aposta clara do<br />

Grupo Realizar e um investimento<br />

que começa a dar dividendos.<br />

VE - Têm alguma estratégia<br />

de diferenciação face à concorrência<br />

MV - Seguramente, a relevância<br />

dos <strong>mais</strong> de 1000 projectos<br />

realizados nos últimos 12 anos<br />

falam por si! Apostámos sempre<br />

em eventos que poderiam ser arriscados,<br />

mas que se revelaram de<br />

sucesso. Apostamos numa equipa<br />

coesa, motivada e ambiciosa. E<br />

nunca paramos de sonhar.


ARESP volta a queixar-se<br />

à Autoridade da Concorrência<br />

Pagamentos com cartão podem gerar prejuízo de 150 milhões<br />

Os operadores do sector da restauração<br />

e bebi<strong>das</strong> voltam a ameaçar suspender a<br />

aceitação de<br />

meios de pagamento<br />

electrónico<br />

nos seus<br />

estabelecimentos.<br />

Em causa<br />

estão as alega<strong>das</strong><br />

taxas eleva<strong>das</strong><br />

cobra<strong>das</strong><br />

pela Unicre e<br />

pela SIBS nas<br />

transacções pagas com cartão de débito<br />

ou crédito. A Associação da Restauração<br />

e Similares de Portugal (ARESP) já havia<br />

apresentado queixa em Julho do ano<br />

passado à Autoridade da Concorrência<br />

e insiste agora junto da mesma entidade<br />

para a obtenção de uma resposta. Reitera<br />

a ARESP que as taxas pratica<strong>das</strong> pela<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008 pme 13<br />

Unicre e pela SIBS, que são maioritárias<br />

ao nível nacional, são muito <strong>mais</strong> eleva<strong>das</strong><br />

do que as taxas pratica<strong>das</strong> em Espanha.<br />

Em comunicado, a ARESP exemplifica<br />

que “as taxas pagas pelas transacções a crédito,<br />

para pequenas <strong>empresas</strong> em Portugal,<br />

em 2007, foi de 2,5%, e em Espanha<br />

foi de 1,3%”.<br />

A ARESP lembra também que o volume<br />

de transacções efectua<strong>das</strong> por turistas<br />

estrangeiros em Portugal foi de 2,3 mil<br />

milhões de euros no ano passado, o que<br />

representa um eventual prejuízo de <strong>mais</strong><br />

de 27 milhões de euros referente aos pagamentos<br />

dos turistas. “Sabendo que este<br />

valor corresponde a 6,7% do total do<br />

volume de transacções com cartões de<br />

crédito, o prejuízo total causado aos agentes<br />

económicos durante 2007 poderá ser<br />

muito superior a <strong>mais</strong> de 150 milhões de<br />

euros”, sublinha a associação.<br />

EGP faz parceria<br />

com a Fundação Dom Cabral<br />

do Brasil<br />

A Escola de Gestão do Porto (EGP) da<br />

Universidade do Porto, liderada por Daniel<br />

Bessa, anunciou esta semana a formalização<br />

de uma parceria<br />

intercontinental com a<br />

Fundação Dom Cabral,<br />

do Brasil, uma instituição<br />

autónoma, <strong>cria</strong>da<br />

em 1976 na sequência<br />

do desdobramento do<br />

Centro de Extensão da<br />

Universidade Católica de<br />

Minas Gerais, sem fins<br />

Escola portuguesa entre os finalistas<br />

de concurso da Caixanova<br />

A parceria entre<br />

a EGP e a FDC<br />

desenvolver-se-á<br />

no domínio da<br />

formação para<br />

executivos e<br />

<strong>empresas</strong><br />

lucrativos, considerada<br />

como de utilidade pública<br />

nos <strong>mais</strong> de 30 anos de<br />

actividade que já detém.<br />

A parceria entre a EGP e a FDC desenvolver-se-á<br />

no domínio da formação para<br />

executivos e <strong>empresas</strong>, revelou a EGP.<br />

De acordo com a informação recolhida<br />

no site da instituição brasileira, a Fundação<br />

Dom Cabral formou já “milhares de executivos”,<br />

estando “em constante<br />

integração com<br />

as <strong>empresas</strong>” e constituindo<br />

uma “referência<br />

nacional no seu sector,<br />

participando da melhoria<br />

do nível gerencial e<br />

do desenvolvimento empresarial<br />

brasileiro”. Os<br />

programas abertos e fechados<br />

da FDC recebem<br />

anualmente a participação<br />

de cerca de 20 mil<br />

executivos, provenientes<br />

de médias e grandes <strong>empresas</strong>.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

Está concluída a segunda edição de Play – Desafio para<br />

novos empreendedores, organizado pela Escola de Negócios<br />

Caixanova, em colaboração com o Instituto de Desenvolvimento<br />

Caixanova e Praxis Espanha. Trata-se de uma iniciativa<br />

que pretende aproximar dos alunos do secundário da<br />

Galiza e do Norte de Portugal da tarefa de direcção e gestão<br />

de <strong>empresas</strong> de uma forma prática. A escola Aurélia de Sousa<br />

está entre os cinco finalistas. O desafio passa pelas equipas<br />

assumirem decisões de produção, de marketing, de estratégias<br />

para venda e outras relaciona<strong>das</strong> com a gestão empresarial.<br />

Cada equipa é uma empresa que luta por ser líder do<br />

mercado nacional e do estrangeiro, sendo que to<strong>das</strong> partem<br />

da mesma situação. Nesta edição participaram 466 equipas,<br />

<strong>mais</strong> 180 do que na primeira. Num total de 106 e <strong>mais</strong> de<br />

2300 alunos. Pela primeira vez, o concurso estendeu-se ao<br />

Norte de Portugal, com a incorporação de 96 equipas. Os<br />

prémios incluem bolsas de estudo para as equipas vencedoras,<br />

na Escola de Negócios Caixanova.


14<br />

pme<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

João Leitão, director-geral da Betafence, considera<br />

Procura de segurança e protecção<br />

aumenta em todos os mercados<br />

“A sociedade em geral tem uma percepção de insegurança, e daí procurar <strong>mais</strong><br />

protecção”, afirma João Leitão, “country manager” da Betafence.<br />

Líder mundial em vedações de perímetros e em sistemas de controlo de acesso e detecção,<br />

a Betafence opera em Portugal há 17 anos. A empresa está presente em vários países,<br />

contudo, segundo João Leitão, o mercado <strong>mais</strong> importante continua a ser o europeu.<br />

Recentemente, entrou no mercado turco, onde “a segurança é um factor fundamental”.<br />

O metro do Porto ou o perímetro do Estádio do Dragão são dos projectos <strong>mais</strong><br />

emblemáticos que têm no Porto.<br />

<strong>Vida</strong> Económica – Assinaram recentemente<br />

um contrato com a Densa, empresa<br />

de Istambul na área dos sistemas de<br />

vedações. Como vê este mercado<br />

João Leitão – A Turquia é um mercado<br />

com um crescimento económico acentuado,<br />

e, por essa razão, constitui uma boa<br />

oportunidade, tendo ainda em conta que<br />

os produtos utilizados têm um nível de robustez<br />

elevado devido ao tipo de segurança<br />

exigido.<br />

A compra da Densa permite à Betafence<br />

aumentar a sua capacidade de resposta.<br />

VE – Dos mercados onde estão presentes,<br />

qual o <strong>mais</strong> representativo<br />

JL – O nosso mercado <strong>mais</strong> importante<br />

ainda é o europeu, mas existe uma forte aposta<br />

na globalização da Betafence. Em 2007 abrimos<br />

unidades de produção na China e no<br />

Irão e este ano na Turquia.<br />

VE – Como caracteriza o mercado <strong>das</strong><br />

vedações em Portugal<br />

JL – É um mercado “difícil” no qual o factor<br />

qualidade começa a ser cada vez <strong>mais</strong> tido<br />

em conta. O facto de estarmos encostados ao<br />

mar obriga a que os produtos utilizados tenham<br />

que incorporar uma alta resistência aos<br />

efeitos da corrosão. E é essa a promessa da<br />

Betafence: 10 anos de garantia<br />

contra a corrosão, sempre que a<br />

vedação seja instalada 100% com<br />

componentes originais e por um<br />

instalador certificado. O mercado<br />

tem também evoluído no<br />

sentido de se utilizarem vedações<br />

<strong>mais</strong> resistentes e robustas, sem<br />

descurar o design e o enquadramento<br />

com o meio envolvente.<br />

VE – Que balanço faz da actividade em<br />

2007<br />

Betafence<br />

aposta no<br />

Médio<br />

Oriente<br />

PUB<br />

JL – O ano de 2007 representou um período<br />

de recuperação para a Betafence. O volume<br />

de negócios cresceu cerca de 10%, fruto de<br />

uma maior agressividade comercial no seguimento<br />

de projectos, nomeadamente no sector<br />

privado. O lançamento de novos produtos,<br />

dos quais destaco o Nylofor 3D Pro, com um<br />

revestimento em PVC, conferindo uma maior<br />

resistência à corrosão em ambientes<br />

agressivos (como o <strong>das</strong> zonas próximas<br />

da orla marítima) foi também<br />

muito importante para os resultados<br />

alcançados.<br />

VE – Quanto representa para<br />

a Betafence um projecto como<br />

o metro do Porto<br />

JL – É um projecto muito importante até<br />

pelo impacto estruturante que o projecto do<br />

metro tem na cidade do Porto. Ser fornecedor<br />

deste projecto é não só motivo de orgulho mas<br />

também uma referência importante. No Porto<br />

temos várias obras emblemáticas. O fornecimento<br />

da protecção do perímetro do estádio<br />

do Dragão, que também foi obra da engenheria<br />

da Betafence, é uma delas.<br />

VE – Que novos projectos têm previstos<br />

JL – Há vários projectos em carteira. Estamos<br />

atentos a projectos no sector do turismo,<br />

como o empreendimento na Comporta, do<br />

qual ganhámos a protecção do perímetro exterior,<br />

com uma vedação tipo rural. Outro dos<br />

sectores que acompanhamos é o dos centros<br />

logísticos, onde já ganhámos vários, tais como<br />

o do Passil e o da Guarda, estando desde já<br />

previstos <strong>mais</strong> alguns. Em termos de médio/<br />

Paulo Vaz, director-geral da ATP, afirma<br />

“A Turquia é um mercado com um crescimento económico acentuado”, afirma<br />

João Leitão.<br />

longo prazo, estamos também atentos ao investimento<br />

público que se vai realizar no novo<br />

aeroporto de Lisboa e nas linhas-férreas de alta<br />

velocidade.<br />

VE – Que projectos existem para Espanha<br />

JL – No início do ano foi constituída, em<br />

Espanha, uma nova entidade, a Sofence S.L.,<br />

com capital maioritariamente da Betafence,<br />

tendo começado a operar em Madrid. Se<br />

tudo correr bem, vamos expandir para as<br />

comunidades de Valência e Andaluzia.<br />

Queremos utilizar a nossa unidade de<br />

produção em Burgos para desenvolver e<br />

produzir soluções <strong>mais</strong> adapta<strong>das</strong> ao mercado<br />

peninsular. Vamos lançar brevemente<br />

uma nova família de painéis rígidos, especialmente<br />

concebidos para o mercado de Madrid.<br />

Quanto a extensões de produto, dentro<br />

desta nova gama, só para o próximo ano estão<br />

previstas novidades.<br />

VE – A necessidade de segurança e protecção<br />

está em crescimento<br />

JL – O aumento da procura de segurança e<br />

protecção é uma realidade em todos os mercados.<br />

A sociedade em geral tem uma percepção<br />

de insegurança, e daí procurar <strong>mais</strong><br />

protecção. É por essa razão que o lema de<br />

Betafence é: “Securing what matter”, que em<br />

português poderá ser traduzido literalmente<br />

como: “protegendo o que é importante”. No<br />

fim de contas existimos para ajudar a proteger<br />

pessoas e bens e a segurança é a palavrachave<br />

da nossa actividade.<br />

Patrícia Flores<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Fileira têxtil tem de “ganhar mundo”<br />

A internacionalização do negócio<br />

tem de ser encarada pela<br />

fileira têxtil como uma séria<br />

meta a atingir. É mesmo uma<br />

imposição, garante Paulo Vaz,<br />

director-geral da Associação<br />

Têxtil e de Vestuário de Portugal<br />

(ATP), num evento realizado no Porto<br />

pelas câmaras Luso-Alemã e Luso-Francesa<br />

precisamente sobre a Fileira Moda.<br />

A indústria têxtil e de vestuário (ITV) em<br />

Portugal não pode ser negligenciada. É composta<br />

por cinco mil <strong>empresas</strong>, 95% delas pequenas<br />

e médias estruturas, sendo que 80%<br />

estão situa<strong>das</strong> na região Norte e são responsáveis<br />

por 6200 milhões de euros de facturação.<br />

Na sua apresentação, Paulo Vaz enfatizou que<br />

a abertura externa e a vocação exportadora da<br />

ITV nacional é uma matriz incontornável,<br />

Mercados<br />

externos são<br />

condição de<br />

sobrevivência<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

falando mesmo “num traço<br />

constitutivo do seu ADN e<br />

uma vantagem competitiva”. E<br />

se no início da década cerca de<br />

59% do volume de negócios do<br />

sector era realizado nas trocas<br />

externas, o responsável adianta<br />

que, passados sete anos, essa percentagem subiu<br />

para <strong>mais</strong> de 66%. Contudo, continuou<br />

Paulo Vaz, “exportar não tem sempre o mesmo<br />

significado e internacionalizar os negócios<br />

não se reduz à simples actividade de vender em<br />

mercados externos”. O sector está numa profunda<br />

mutação, diz o director-geral da ATP,<br />

apontando as principais causas com a liberalização<br />

do comércio têxtil e vestuário mundial<br />

em 1 de Janeiro de 2005, aumentando exponencialmente<br />

a concorrência internacional.<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt


quinta-feira, 24 Abril de 2008 pme 15<br />

José Lema, director da Páginas Amarelas, considera<br />

“Vão existir sempre utilizadores<br />

para as listas em papel”<br />

A internet já representa quase metade do tráfego total gerado pela Páginas<br />

Amarelas entre utilizadores e <strong>empresas</strong>, mas as tradicionais listas em papel<br />

continuam a ter muitos adeptos e todos os anos são objecto de alguma<br />

inovação. Cupões de desconto para anunciantes e a possibilidade de estabelecer<br />

uma ligação telefónica com o utilizador são algumas <strong>das</strong> <strong>mais</strong> recentes<br />

novidades, revela José Lema, director da Páginas Amarelas.<br />

“A maior parte dos clientes não são sofisticados ao ponto de ter uma estratégia de comunicação<br />

que inclua a plataforma online”, lamenta José Lema.<br />

<strong>Vida</strong> Económica – Com 50<br />

anos de vida em Portugal, as<br />

Páginas Amarelas têm convivido<br />

bem com a evolução dos<br />

tempos<br />

José Lema – Creio que é uma<br />

<strong>das</strong> poucas indústrias que sobreviveu<br />

<strong>mais</strong> de cem anos, apesar do<br />

aparecimento de muitas tecnologias<br />

que vieram pôr em risco a<br />

continuidade <strong>das</strong> páginas amarelas.<br />

O conceito dos páginas amarelas<br />

é um dos poucos conceitos<br />

de sucesso universal. O conceito<br />

e o modelo de comercialização<br />

também é exactamente igual em<br />

todos os países do mundo e com<br />

o mesmo nível de sucesso.<br />

VE – Em que consiste esse<br />

modelo de negócio<br />

JL – Consiste na identificação<br />

de necessidades de clientes, sejam<br />

utilizadores ou anunciantes, e no<br />

desenvolvimento de programas<br />

publicitários, que consigam o<br />

maior retorno para o investimento<br />

dos clientes. O desafio que se<br />

coloca ao negócio <strong>das</strong> páginas<br />

amarelas nos dias de hoje é o crescimento<br />

de outras plataformas de<br />

distribuição, de forma a que o<br />

conteúdo <strong>das</strong> páginas amarelas<br />

continue a ser tão valioso como<br />

no passado.<br />

Portugal é, possivelmente, o<br />

melhor exemplo na adopção de<br />

novas plataformas de distribuição.<br />

Lamentavelmente, algumas<br />

pessoas continuam a ter a percepção<br />

de que o produto impresso é<br />

o único veículo de distribuição<br />

daquela informação. Mas a Páginas<br />

Amarelas é líder de mercado<br />

na internet. Nós <strong>cria</strong>mos a informação<br />

e colocamo-la disponível<br />

através de múltiplas plataformas<br />

de distribuição.<br />

VE – Qual é, actualmente,<br />

a dimensão da vossa base de<br />

dados<br />

JL – To<strong>das</strong> as <strong>empresas</strong> em<br />

Portugal já estão na base de dados,<br />

assim como to<strong>das</strong> as pessoas<br />

que têm um número de telefone,<br />

sobretudo se for da Portugal Telecom.<br />

E todos estão disponíveis<br />

gratuitamente nas várias plataformas,<br />

inclusive para utilização<br />

de outros motores de busca. A<br />

maior dificuldade está nos clientes<br />

de telemóveis, que preferem<br />

não ver publicitada a sua informação,<br />

além de que a maior parte<br />

dos telemóveis estão em serviço<br />

pré-pago, logo não se sabe quem<br />

é verdadeiramente o cliente. Mas<br />

nós damos a oportunidade a qualquer<br />

empresa que<br />

tenha um número<br />

de telemóvel de<br />

publicá-lo nas listas.<br />

Isso acontece<br />

cada vez <strong>mais</strong> nos<br />

serviços, como<br />

os electricistas ou<br />

canalizadores, que<br />

andam sempre na<br />

rua e preferem ter<br />

um número móvel<br />

do que um número fixo.<br />

VE – Como decorreu o processo<br />

de adaptação deste conceito<br />

de negócio à internet<br />

JL – A Páginas Amarelas foi<br />

uma <strong>das</strong> primeiras <strong>empresas</strong> a<br />

adoptar a internet como plataforma<br />

de distribuição. E com isso a<br />

Páginas Amarelas deu a to<strong>das</strong> as<br />

<strong>empresas</strong> a possibilidade de estarem<br />

presentes na internet desde<br />

o início. Em 2008, 30% da nossa<br />

receita de publicidade virá da<br />

internet e não dos produtos impressos.<br />

E a taxa de crescimento<br />

é extraordinária porque o tráfego<br />

na internet está a crescer todos os<br />

anos <strong>mais</strong> de 30%.<br />

30% da receita<br />

de publicidade<br />

da Páginas<br />

Amarelas virá<br />

da internet em<br />

2008<br />

VE – E qual é o peso da internet<br />

no tráfego total<br />

JL – A internet está quase a representar<br />

50% do tráfego total.<br />

Só que antes não era preciso fazer<br />

medições de tráfego.<br />

A todos os nossos clientes damos<br />

informação sobre o tráfego<br />

e provamos o retorno do investimento.<br />

Há também 1500 <strong>empresas</strong><br />

que já estão a utilizar o serviço<br />

de “call-track”, que permite ao<br />

cliente utilizar um número exclusivo<br />

para medir qual o tráfego<br />

que está a receber desse meio publicitário.<br />

VE – É possível melhorar<br />

<strong>mais</strong> o produto disponível na<br />

internet<br />

JL – Sim, sobretudo em termos<br />

de conteúdo, o que requer um<br />

processo de educação do mercado,<br />

pois a maior parte dos clientes<br />

não são sofisticados ao ponto<br />

de ter uma estratégia de comunicação<br />

que inclua a plataforma<br />

online. E grande parte dos nossos<br />

clientes são pequenas e médias<br />

<strong>empresas</strong>, que somente utilizam<br />

o conceito <strong>das</strong> páginas amarelas<br />

como publicidade e não recorrem<br />

a qualquer outra publicidade.<br />

Para as <strong>empresas</strong> <strong>mais</strong> sofistica<strong>das</strong>,<br />

com agências de publicidade<br />

e especialistas em marketing, é<br />

possível tem uma estratégia <strong>mais</strong><br />

agressiva, identificando os elementos<br />

de informação que deve<br />

disponibilizar ao mercado. Mas é<br />

por isso que nós temos consultores<br />

de publicidade. Cada um dos<br />

nossos 270 vendedores só se dedicam<br />

a visitar os clientes e a prestarlhes<br />

assistência no<br />

desenvolvimento<br />

da sua campanha<br />

publicitária, independentemente<br />

do meio que venham<br />

a utilizar<br />

para distribuir a<br />

informação.<br />

VE – Nunca<br />

sentiram que<br />

as listas em papel estivessem<br />

condena<strong>das</strong><br />

JL – Não. Vão existir sempre<br />

utilizadores para as listas em papel,<br />

assim como vão existir utilizadores<br />

para as páginas amarelas<br />

na internet, no telemóvel e eventualmente,<br />

no futuro, no GPS.<br />

VE – Que novidades está a<br />

Páginas Amarelas a introduzir<br />

no mercado<br />

JL – Estamos a desenvolver<br />

o serviço “click-to-call”, temos<br />

também os cupões de desconto,<br />

vamos começar a desenvolver a<br />

funcionalidade para GPS. E na<br />

internet lançámos já um canal de<br />

mapas. Para o futuro queremos<br />

apostar na verticalidade.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

iniciativa empresarial<br />

Geração e maturação de ideias<br />

Ter um filho e educá-lo<br />

para uma fase adulta<br />

ou como gerar e maturar<br />

ideias<br />

A importância de uma boa educação<br />

Cruzamo-nos todos os dias com pessoas que alegam ter<br />

ideias fantásticas para negócios fabulosos e com a certeza de<br />

sucesso. Mas ideias fantásticas são coisas que nascem com<br />

frequência e abundância!...<br />

Se ter uma boa ideia fosse tudo para a <strong>cria</strong>ção de uma empresa<br />

com sucesso, provavelmente seríamos todos grandes<br />

empresários. Desde <strong>cria</strong>nças a velhos, todos produzimos boas<br />

ideias.<br />

Entenda-se que ter uma boa ideia é uma condição necessária,<br />

mas não suficiente. É preciso o espírito empreendedor para<br />

lhe dar forma, e a vontade de traçar uma estratégia que possa<br />

lançar os alicerces e delinear o futuro da empresa.<br />

Amadurecer uma ideia assume-se, pois, como passo fundamental.<br />

Uma ideia é como um filho: geramo-la, cuidamos dela, conduzimo-la<br />

à sua maturidade, para que depois tenha as bases<br />

necessárias para ter sucesso: sabendo, contudo, que nós, enquanto<br />

progenitores, teremos sempre que a acompanhar. O<br />

passo de maturação de uma ideia pode permitir convertê-la<br />

numa ideia empresarial. Permite também que se possa usufruir<br />

<strong>das</strong> ferramentas que existem para a elaboração do Plano<br />

de Negócios e beneficiar da assessoria técnica externa.<br />

A geração, maturação e avaliação de ideias surge, aqui, como<br />

a fase inicial de <strong>cria</strong>ção de uma empresa.<br />

Desde o parto à adolescência<br />

NET - Novas Empresas e<br />

Tecnologias, S.A.<br />

(Business and Innovation<br />

Center do Porto)<br />

net@net-sa.pt<br />

www.net-sa.pt<br />

Todo o processo, desde o embrião à fase adulta, inicia-se<br />

com uma ou várias pessoas que pretendem fazer “algo” - em<br />

comum têm a ideia de <strong>cria</strong>r uma empresa. São os empreendedores<br />

ou os promotores do futuro projecto.<br />

Deve então surgir a ideia. Não uma ideia qualquer, mas sim<br />

uma ideia com potencial. Se assim não for, tem-se uma de<br />

duas hipóteses: ou a ideia é reformulada ou é abandonada.<br />

Caso a ideia tenha potencial, deve ser analisada de forma<br />

<strong>mais</strong> aprofundada e adaptada para uma ideia empresarial (de<br />

negócio). Elabora-se um Plano de Negócios, cujas conclusões<br />

permitem decidir o que fazer com o projecto. Se se decidir<br />

avançar, definem-se os recursos necessários para colocar o projecto<br />

em andamento. Se, por outro lado, o projecto não cumpre<br />

os objectivos definidos, uma vez <strong>mais</strong>, existem duas hipóteses:<br />

ou o projecto é alterado, ou é abandonado. E o abandono só é<br />

justificado nestas circunstâncias e não noutras.<br />

É sempre importante, quando se pretende levar a bom termo<br />

uma ideia lembrarmo-nos que: o empreendedor é a pedra basilar<br />

sem a qual o projecto não existe e que condiciona o sucesso<br />

do mesmo; o processo de <strong>cria</strong>ção de uma empresa não se reduz<br />

à concretização dos procedimentos administrativos para legalizar<br />

uma empresa - estes não passam de um ponto no meio de<br />

todo o processo; antes da definição e da obtenção de recursos,<br />

é necessário determinar o interesse de uma ideia de negócio; é<br />

necessário ter uma ideia e to<strong>das</strong> as ideias devem ser valida<strong>das</strong><br />

- um projecto deve sempre ter implícita a análise contida num<br />

Plano de Negócio.<br />

E quem pode ser pai (empreendedor)<br />

Qualquer pessoa que tenha espírito de iniciativa e boas<br />

ideias. Estas são condições essenciais para se partir. O resto<br />

são os procedimentos, basilares e estruturantes, é certo, mas<br />

não o impedimento: é sempre possível aprender como gerar e<br />

amadurecer uma ideia. É preciso, tal como para uma <strong>cria</strong>nça,<br />

preserverança, teimosia: porque muitas alturas surgirão em<br />

que tudo poderá ser posto sem causa – quando surgem as dúvi<strong>das</strong><br />

sobre os projectos, ou sobre as ideias - quando se parece<br />

chegar a becos sem saída. Aqui, a solução é parar, respirar fundo,<br />

e rodear-se de quem sabe, e de quem possa dar o suporte<br />

(emocional/estrutural) para que as coisas continuem.


16<br />

PME<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Florestas avalia<strong>das</strong><br />

em três mil milhões de euros<br />

Nem todos diferentes…<br />

nem todos iguais!<br />

Não sei qual é a chave do sucesso,<br />

mas a chave do fracasso é<br />

tentar agradar a toda a gente.<br />

BILL COSBY<br />

Um violento incêndio<br />

atinge, actualmente,<br />

várias <strong>empresas</strong> no nosso<br />

país. No combate às chamas<br />

estão dezenas de corporações de<br />

bombeiros, mas a grande preocupação<br />

dos empresários é a<br />

enorme escassez de água. Desconhece-se<br />

a causa do incêndio,<br />

mas a polícia não tem quaisquer<br />

indícios de origem criminosa…<br />

Com o passar do tempo, os<br />

empresários começam a perceber<br />

que, face ao surgimento de<br />

novos e <strong>mais</strong> agressivos ataques<br />

da concorrência, se torna difícil<br />

reduzir o impacto <strong>das</strong> chamas<br />

com produtos e serviços<br />

comuns, pois estes já não são<br />

capazes de satisfazer as necessidades<br />

e os desejos da maioria<br />

dos consumidores.<br />

Na verdade, o fumo sai agora<br />

de várias instituições em catadupas.<br />

Chegou o momento de<br />

as <strong>empresas</strong> seleccionarem determina<strong>das</strong><br />

áreas onde agir, pois<br />

to<strong>das</strong> começam a estar conscientes<br />

que, perante o cenário<br />

actual, não irão ser capazes de<br />

recuperar todos os segmentos<br />

por onde o incêndio se propaga.<br />

Se, por um lado, o marketing<br />

permite às <strong>empresas</strong> conhecer<br />

os seus públicos para agir sobre<br />

eles de forma eficaz, verifica-se<br />

que, face à enorme diversidade<br />

de consumidores, as <strong>empresas</strong><br />

têm agora de identificar partes<br />

do mercado nucleares que consigam<br />

servir melhor.<br />

Este processo denomina-se<br />

segmentação e consiste em dividir<br />

o mercado, grande e heterogéneo,<br />

num certo número de<br />

subconjuntos, tão homogéneos<br />

quanto possível, para permitir<br />

que a empresa adopte estratégias<br />

de marketing diferentes<br />

para cada um desses subconjuntos.<br />

Como se pode perceber,<br />

a segmentação é a base de toda<br />

a estratégia de marketing. Cada<br />

segmento deverá ser constituído<br />

por grupos de consumidores<br />

que apresentem o mínimo<br />

de diferenças entre si e o máximo<br />

de diferenças em relação<br />

aos de<strong>mais</strong> segmentos. Assim,<br />

nem se deverão tratar todos os<br />

consumidores da mesma forma,<br />

nem se deverão tratar todos de<br />

forma diferente.<br />

Apesar da anunciada baixa da<br />

temperatura, se as <strong>empresas</strong> não<br />

seguirem este plano de acção,<br />

o incêndio continuará a propagar-se.<br />

Para deixar de ver as<br />

chamas aumentarem, as <strong>empresas</strong><br />

deverão especializar-se em<br />

segmentos e passar a conhecer,<br />

ao pormenor, as suas necessidades<br />

e seus receios.<br />

Infelizmente, se as <strong>empresas</strong><br />

não tomarem consciência deste<br />

facto, o incêndio tenderá a<br />

ficar cada vez <strong>mais</strong> ameaçador,<br />

pelo que as estratégias deverão<br />

mudar o <strong>mais</strong> rápido possível.<br />

Assim, em vez de continuarem<br />

a cavar 20 poços de um metro<br />

– cada um para encontrar água<br />

–, as <strong>empresas</strong> devem estudar<br />

bem a sua situação e apostar<br />

apenas numa zona com um<br />

grande poço de 20 metros, de<br />

forma a garantir a quantidade<br />

de água necessária a próximos<br />

incêndios que a concorrência e<br />

a economia deixam adivinhar...<br />

CRISTELA BAIRRADA<br />

sugestão.fordoc@gmail.com<br />

Associação Nacional de Jovens Formadores<br />

e Docentes (FORDOC)<br />

O desafio da inovação ao nível<br />

<strong>das</strong> organizações e dos processos<br />

de comercialização na produção e<br />

a importância da certificação da<br />

gestão florestal sustentável foram<br />

as principais conclusões do Seminário<br />

Internacional “Floresta,<br />

Economia e Desenvolvimento<br />

Regional”, recentemente organizado<br />

na Fundação Cupertino de<br />

Miranda, no Porto, pela Forestis<br />

– Associação Florestal de Portugal.<br />

A floresta nacional ocupa 3,3<br />

milhões de hectares, ou seja, um<br />

terço do território, sendo 97%<br />

detidos por privados, proprietários<br />

ou comunidades locais. Em<br />

termos económicos, a actividade<br />

florestal gera 170 mil postos de<br />

trabalho directos, representando<br />

quase 10% <strong>das</strong> exportações portuguesas,<br />

11% do PIB (Produto<br />

Interno Bruto) industrial e cerca<br />

de 3% do PIB nacional. Na sua<br />

globalidade, o valor da produção<br />

económica da floresta está avaliado<br />

em três mil milhões de euros.<br />

Para Francisco Carvalho Guerra,<br />

presidente da Forestis, entidade<br />

promotora do evento, existe<br />

uma necessidade de alertar o país<br />

sobre o contributo da floresta<br />

para o desenvolvimento da economia<br />

e <strong>das</strong> regiões. “Refira-se<br />

que existem muitos concelhos<br />

neste país onde a floresta pode e<br />

deveria ser a principal actividade<br />

económica”, referiu.<br />

A urgência de recolocar o discurso<br />

nos proprietários florestais<br />

e na gestão florestal foi outra medida<br />

defendida pelo presidente<br />

da Forestis, assim como a necessidade<br />

de da participação activa e<br />

responsabilização destes na gestão<br />

<strong>das</strong> Zonas de Intervenção Florestal<br />

(ZIF). Relativamente às ZIF,<br />

Carvalho Guerra referiu ainda o<br />

apelo feito pela sua organização<br />

ao ministro da Agricultura, para<br />

tornar as ZIF livres de impostos<br />

durante um período de 10 a 15<br />

anos, equivalente ao número de<br />

anos que uma árvore demora a<br />

crescer e, logo, a gerar rendimento.<br />

O presidente desta associação,<br />

que integra 30 associações florestais<br />

e cerca de 12 mil proprietários,<br />

apelou ainda à adopção<br />

de modelos de gestão florestal e<br />

económicos que tornem a floresta<br />

economicamente <strong>mais</strong> viável,<br />

quer se trate do pinheiro bravo,<br />

eucalipto, sobreiro, outras espécies<br />

de madeira de qualidade,<br />

caça, pesca, produções silvestres,<br />

serviços ambientais e de recreio.<br />

Já António Rego, director-geral<br />

dos Recursos Florestais, informou<br />

que o regime florestal que<br />

se aplica aos terrenos do Estado,<br />

datado de 1901, vai ser revisto.<br />

“É necessário adaptar a legislação<br />

à nova realidade do país”, não especificando<br />

porém que alterações<br />

serão introduzi<strong>das</strong>.<br />

O anúncio, feito em Março, de<br />

que as matas públicas produtivas<br />

(regime florestal total) e os perímetros<br />

florestais (regime florestal<br />

parcial) poderão ser incluídos nas<br />

ZIF – destina<strong>das</strong> a garantir uma<br />

gestão conjunta em zonas de pequena<br />

propriedade – pode explicar<br />

esta necessidade. No entanto,<br />

os produtores florestais presentes<br />

no seminário consideraram que a<br />

legislação de 1901 não inviabiliza<br />

essa inclusão.<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

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Comércio internacional<br />

e participações<br />

A PORTIANGA é uma trading, do GRUPO SALVADOR<br />

CAETANO (SGPS), S.A., que<br />

trabalha exclusivamente com os PALOP.<br />

Detém Associa<strong>das</strong> na República de Cabo Verde<br />

e na República de Angola.<br />

Sector de exportação principal:<br />

- Automóveis Ligeiros e Pesados.<br />

- Peças, Acessórios e Componentes.<br />

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QUALIDADE E SIGILO…


quinta-feira, 24 Abril de 2008 negócios e <strong>empresas</strong> 17<br />

Empresários russos<br />

de visita ao Norte<br />

do país<br />

A<br />

Associação Empresarial<br />

de Portugal<br />

(AEP) tem vindo a<br />

desenvolver um conjunto<br />

de acções junto do mercado<br />

russo e é caso para<br />

dizer que este esforço está<br />

a dar resultados. Afinal, ao<br />

longo da última semana, a<br />

Federação de Câmaras de<br />

Comércio da Rússia esteve<br />

de visita ao Norte do<br />

país, claro está, com a AEP<br />

a servir de anfitriã. Uma<br />

instituição que trouxe ao<br />

nosso país, podemos dizêlo,<br />

uma comitiva diversificada.<br />

Ou não estivéssemos<br />

perante um grupo institucional<br />

composto por<br />

pessoas da câmara e pelo<br />

conselheiro comercial da<br />

embaixada da Rússia, e um<br />

outro empresarial.<br />

Este representado por<br />

empresários do sector da<br />

produção de equipamentos técnicos,<br />

nomeadamente <strong>das</strong> áreas<br />

da construção e tecnologias da<br />

inovação.<br />

Empresas e instituições<br />

na mira dos empresários<br />

russos<br />

Todos eles tiveram a oportunidade<br />

de visitar algumas <strong>das</strong><br />

instituições e <strong>empresas</strong> <strong>mais</strong><br />

representativas do Norte. Aqui,<br />

estamos a falar da Associação<br />

Industrial do Minho, da Universidade<br />

do Minho, mas também<br />

do grupo Kyaia ligado ao<br />

calçado. A que se somaram a<br />

Amorim Isolamentos ou a Clínica<br />

3A. Este evento incluiu<br />

ainda uma visita ao Europarque,<br />

à Exponor, bem como, um<br />

dos pontos alto da visita, a assinatura<br />

de um protocolo entre a<br />

AEP e a Federação <strong>das</strong> Câmaras<br />

de Comércio da Rússia.<br />

Homens de negócios da ACEGE defendem ainda desci<strong>das</strong> de<br />

impostos ao nível do IVA e IRC<br />

Empresários e gestores cristãos<br />

consideram que problema<br />

orçamental ainda não foi vencido<br />

O<br />

problema<br />

orçamental<br />

português ainda não foi<br />

ultrapassado. Quem o<br />

diz é a Associação Cristã de Empresários<br />

e Gestores (ACEGE)<br />

num estudo mensal de opinião<br />

que realizou junto dos seus associados.<br />

Os números são esmagadores:<br />

95% dos inquiridos partilham<br />

desta ideia, sendo que <strong>mais</strong> de<br />

metade dos mesmos, agora 66%,<br />

concordam, no entanto, com<br />

a decisão do Governo quando<br />

se analisa a descida do IVA dos<br />

21% para os 20%. E é caso para<br />

dizer que os gestores e empresários<br />

cristãos ficariam satisfeitos<br />

se este movimento continuasse.<br />

Afinal, este estudo revela que<br />

84% dos inquiridos consideram<br />

que o Orçamento de Estado para<br />

2009 “deve incluir novas desci<strong>das</strong><br />

de impostos, principalmente<br />

ao nível do IRC e do IVA”. Uma<br />

expectativa positiva que não se<br />

estende à política económica<br />

propriamente dita com 87% dos<br />

respondentes deste inquérito da<br />

ACEGE a afirmarem que as “previsões<br />

do Governo, em termos de<br />

crescimento do PIB, são demasiado<br />

optimistas”.<br />

O mesmo se pode dizer <strong>das</strong><br />

propostas da oposição ainda que<br />

lidera<strong>das</strong> por Luís Filipe Menezes,<br />

altura em que se realizou este<br />

inquérito. É que os empresários<br />

da ACEGE qualificam de mau ou<br />

de muito mau o programa económico<br />

dos sociais-democratas.<br />

Empresários pouco<br />

confiantes na situação<br />

do país<br />

Uma informação que não gera<br />

grandes surpresas. É isto que<br />

podemos dizer da opinião dos<br />

inquiridos deste estudo sobre a<br />

situação geral do país. Estes estão<br />

pouco confiantes ainda que o<br />

pessimismo, diz a ACEGE, tenha<br />

aumentado de forma comedida.<br />

A associação de empresários cristãos<br />

revela que os “participantes<br />

moderadamente pessimistas aumentaram,<br />

em Fevereiro, de 36%<br />

para 42%”. No entanto, acrescentam<br />

ainda, os “fracamente<br />

pessimistas diminuíram de 15%<br />

para 13%”, sendo que, apenas,<br />

1% se mostram “francamente optimistas”.<br />

Quando se fala dos seus negócios,<br />

em particular, podemos dizer<br />

que o optimismo é um pouco<br />

maior. Afinal, 32,6% dos empresários<br />

questionados consideram<br />

que estes se vão pautar pela continuidade<br />

com 42,6% a admitirem,<br />

mesmo, um crescimento em<br />

relação ao ano de 2007.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt<br />

Mercado Ferreira Borges acolhe primeira edição de salão internacional dedicado ao sector<br />

Porto concentra atenções nas artes <strong>cria</strong>tivas<br />

As artes <strong>cria</strong>tivas começam<br />

a afirmar-se, a ganhar um<br />

espaço próprio na cidade<br />

do Porto. O último exemplo disto<br />

que estamos a afirmar é a realização<br />

recente – um evento que<br />

teve lugar, no mercado Ferreira<br />

Borges, de 18 a 20 deste mês – do<br />

primeiro Salão Internacional de<br />

Artes Criativas (SIARC).<br />

Este, como diz a TSUMENS,<br />

a empresa responsável por esta<br />

‘empreitada’, concebido para proporcionar<br />

aos “profissionais, aos<br />

<strong>cria</strong>dores, aos interessados nestas<br />

matérias e ao público, em geral,<br />

um espaço em que, muito para<br />

além da merca comercialização<br />

de artefactos, se possa também<br />

trocar ideias e experiências, divulgar<br />

matérias-primas”.<br />

Mas estamos a falar de objectivos<br />

imediatos e é caso para dizer<br />

que o SIARC quer ser algo <strong>mais</strong><br />

e afirmar-se no mercado como<br />

um ponto de viragem, de ruptura<br />

para aqueles que se dedicam à<br />

arte de <strong>cria</strong>r. Isto mesmo nos diz,<br />

de novo, a organização ao afirmar<br />

que, com este projecto, pretendem<br />

“acabar com os grandes desníveis<br />

entre expositores e que, nos<br />

certames existentes, são responsáveis<br />

por frequentes queixas por<br />

parte do pequenos produtores de<br />

qualidade”.<br />

A TSUMENS aproveita ainda<br />

esta ocasião para chamar a atenção<br />

para um outro problema vivido<br />

pelos artistas, ou seja, os custos<br />

de participação em eventos de<br />

divulgação <strong>das</strong> suas obras. Aquilo<br />

que podemos ler, em comunicado,<br />

é revelador: “O custo <strong>das</strong> participações<br />

é, genericamente, um<br />

esforço demasiado grande para os<br />

participantes individuais que se<br />

sentem muitas vezes defraudados<br />

com a pouca divulgação dos eventos,<br />

o que, por sua vez, se traduz<br />

numa fraca afluência do público<br />

realmente interessado”.<br />

Um risco que este evento não<br />

correu com a TSUMENS a dar<br />

conta que o “contexto geral de<br />

escassez de oportunidades de divulgação<br />

e comercialização dos<br />

trabalhos e a falta de uma oferta<br />

integrada e consistente, reflectiuse<br />

no entusiasmo com que a ideia<br />

da realização do SIARC foi recebida<br />

pelos artistas sondados pela<br />

organização”.<br />

Um evento com espaço<br />

para as diferentes artes<br />

Nos dias que correm, a arte, a<br />

<strong>cria</strong>tividade abrangem um número<br />

crescente de expressões. Ora, é<br />

caso para dizer que o SIARC não<br />

quis ficar de fora desta tendência<br />

e, por isso, decidiu <strong>cria</strong>r espaços<br />

diferenciados, onde todos pudessem<br />

mostrar ao público o que de<br />

melhor fazem. Desde logo, temos<br />

o denominado “Espaço do Papel”.<br />

Como o próprio nome indica,<br />

estamos perante um mote que<br />

congrega artes e artistas ligados à<br />

ilustração digital, design gráfico,<br />

‘scrapbooking’, pintura, encadernamento<br />

ou colagens. O “Espaço<br />

Artes de Viver”, este foi a mostra<br />

dos <strong>cria</strong>tivos da arquitectura paisagística,<br />

da cerâmica, da gastronomia,<br />

da bijuteria ou da música.<br />

A estes dois espaços temos ainda<br />

que somar o “Espaço Criação de<br />

Moda” e o “Espaço Casa”. Enquanto<br />

que o primeiro serviu<br />

para divulgar novos talentos e<br />

tendências, já o segundo surgiu<br />

para ser a montra daqueles que<br />

se dedicam ao pequeno mundo<br />

da decoração ou à recuperação e<br />

reciclagem de peças.<br />

E como qualquer exposição<br />

que se preze também o SIARC<br />

contou com uma série de eventos,<br />

para além, da parte expositiva<br />

propriamente dita. Aqui, estamos<br />

a falar de workshops, de demonstrações,<br />

mas também de concursos<br />

e de ateliês.<br />

SIARC acolhe artistas<br />

nacionais e internacionais<br />

A dar corpo a tudo isto estiveram<br />

nomes bem conhecidos <strong>das</strong><br />

nossas artes, bem como representantes<br />

de outros países e outras<br />

realidades. Alguns exemplos<br />

Temos o caso de Maria Gambina<br />

e de outros, talvez, menos<br />

sonantes como é o caso de Sofia<br />

Dias, designer gráfica, ilustradora<br />

digital e de moda, de Vanda<br />

Palma, ceramista, ou de Daniela<br />

Saraiva ligada ao design de interiores<br />

e artesanato urbano. Lá de<br />

fora, vieram artistas como Susan<br />

Mitchell, ilustradora infantil, escocesa,<br />

mas a viver, no Canadá,<br />

Garcy, Julieta e Valeria, considera<strong>das</strong><br />

promessas do design de<br />

moda espanhol. Também relacionada<br />

com esta área esteve Ivana<br />

Helsinki, uma finlandesa que vai<br />

buscar às paisagens do seu país,<br />

com uma particular preocupação<br />

pelo ambiente, a inspiração para<br />

as suas <strong>cria</strong>ções.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt


18<br />

Negócios e <strong>empresas</strong><br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

O “open source” nos nossos dias<br />

Uma ferramenta para a inovação<br />

JOSÉ CARLOS DUARTE<br />

Consultor Sénior<br />

Infrastructure Management<br />

da NOESIS<br />

jose.duarte@noesis.com.pt<br />

Ultimamente, muitos especialistas<br />

modelam alguns dos seus discursos<br />

em torno do papel da inovação<br />

e de um conjunto de ideias capaz de alterar<br />

a forma como as <strong>empresas</strong> se posicionam<br />

no actual mercado. Cada vez <strong>mais</strong> <strong>empresas</strong><br />

desafiam internamente os seus departamentos<br />

a propor ideias de mudança e<br />

inovação, oferecendo ao cliente a possibilidade<br />

de o ajudar também a inovar.<br />

O Free/Libre/Open Source Software<br />

(FLOSS) é frequentemente associado a este<br />

processo de inovação, e esta associação, que<br />

não é nova, é mencionada, desde há alguns<br />

anos, em estudos de teor <strong>mais</strong> ou menos<br />

académico. As posições fundamentalistas<br />

e os tabus em relação ao assunto FLOSS<br />

ficaram já para trás na maior parte <strong>das</strong> <strong>empresas</strong>;<br />

no entanto, ainda verificamos a sua<br />

existência em alguns meios menos ligados<br />

às Tecnologias de Informação (TI).<br />

FLOSS significa: liberdade para executar<br />

um programa; liberdade para estudar,<br />

analisar e adaptar um programa às nossas<br />

necessidades específicas (através do acesso<br />

ao código fonte do programa); liberdade<br />

para redistribuir o programa, para usufruto<br />

de outros; liberdade para introduzir novas<br />

funcionalidades, melhorias ou correcções<br />

e de as tornar públicas, em benefício<br />

de todos.<br />

Todo o software que seja emitido com<br />

uma licença que garanta estes princípios -<br />

General Public License (GPL) – e não imponha<br />

restrições de teor proprietário, cai<br />

na categoria do FLOSS. O projecto GNU<br />

(que criou a licença GPL) assim como a<br />

Free Software Foundation surgiram com o<br />

propósito de promover alternativas abertas<br />

e de livre circulação do software.<br />

São exactamente estes princípios que<br />

possibilitam que hoje em dia tenhamos<br />

uma tão grande variedade de software e em<br />

tantas áreas de aplicação. É possível encontrar<br />

desde sistemas operativos completos a<br />

bases de dados robustas, passando por frameworks<br />

de desenvolvimento de páginas<br />

HTML, ou ainda aplicações complexas de<br />

conteúdos ricos (Web 2.0).<br />

Alguns dos <strong>mais</strong> importantes e conhecidos<br />

projectos de FLOSS são: Linux Kernel,<br />

Apache, Jboss, Tomcat, MySQL, PostgreS-<br />

QL, PHP, Perl, Xfree86, bind, Sendmail,<br />

Mozilla Firefox, OpenOffice.org.<br />

A globalização do FLOSS<br />

A Europa é neste momento a detentora da<br />

maior cota de utilização de FLOSS, seguida<br />

dos EUA e da Ásia. É particularmente interessante<br />

o investimento nos últimos anos<br />

feito por diversas entidades governamentais<br />

da União Europeia (UE) – incluindo a<br />

própria Comissão Europeia – no sentido de<br />

encorajar soluções FLOSS, propor novos<br />

modelos de gestão pública e rentabilizar e<br />

dinamizar recursos nos organismos públicos<br />

em torno destas tecnologias.<br />

Nos sites do Open Source Observatory,<br />

da Free Software Foundation Europe e da<br />

Open TTT é possível acompanhar um<br />

vasto conjunto de iniciativas e programas<br />

no âmbito do uso de FLOSS na UE. O<br />

programa QualiPSo pretende ir ainda <strong>mais</strong><br />

longe, através da <strong>cria</strong>ção de uma aliança<br />

entre a Europa, a China e o Brasil que<br />

tem como objectivo fomentar a inovação e<br />

competitividade nas PME, nos governos e<br />

nas instituições académicas através do uso<br />

de FLOSS.<br />

Em Portugal, entidades priva<strong>das</strong> e governamentais<br />

aderiram a várias iniciativas<br />

deste tipo à escala nacional. O site do “Software<br />

Livre na Administração Pública”, o<br />

“LISA (Laboratório para a Iniciativa de<br />

Software Aberto), a ANSOL (Associação<br />

Nacional para o Software Livre) e a Associação<br />

Ensino Livre são bons exemplos<br />

disso.<br />

Um dos projectos FLOSS de Course<br />

Management System (CMS) <strong>mais</strong> usados<br />

no mundo, a plataforma Moodle, teve,<br />

nos últimos anos, uma aceitação bastante<br />

favorável pelo corpo docente e pelos alunos<br />

de muitas escolas portuguesas.<br />

Onde está então a <strong>mais</strong>-valia em apostar<br />

em software em que toda a gente pode<br />

mexer e que toda a gente pode vasculhar<br />

Poderão alguma vez as soluções que usam<br />

esse software ser seguras e servir de base a<br />

serviços de confiança E em que medida é<br />

que isso permite inovar<br />

Quando comparado com software proprietário,<br />

o FLOSS propõe maior qualidade,<br />

maior rendimento e fiabilidade e<br />

A Europa é neste<br />

momento a detentora<br />

da maior cota de<br />

utilização de FLOSS,<br />

seguida dos EUA<br />

e da Ásia<br />

maior flexibilidade. Também os custos do<br />

FLOSS são de ordem muito menor face<br />

a produto proprietário e as potencialidades<br />

de evolução são virtualmente maiores.<br />

Outra questão pertinente prende-se com<br />

a segurança. Existem vários estudos que<br />

apontam o FLOSS como sendo <strong>mais</strong> seguro,<br />

apesar de <strong>mais</strong> “exposto”, por ser de<br />

código aberto.<br />

No entanto, para que se verifiquem os<br />

benefícios acima referidos na utilização do<br />

FLOSS, existem factores determinantes.<br />

Começam geralmente na lista de requisitos<br />

de um projecto e na escolha criteriosa<br />

do software a usar, do tipo de suporte que<br />

poderemos encontrar e da sua manutenção.<br />

Perceber os benefícios e os riscos do recurso<br />

ao FLOSS é, pois, uma necessidade<br />

fundamental para aceitarmos o desafio da<br />

inovação e trazer novas ideias para dentro<br />

dos nossos negócios.<br />

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quinta-feira, 24 Abril de 2008 internacional 19<br />

Mercado dos<br />

telemóveis entra em<br />

terreno negativo<br />

Os tempos adivinham-se difíceis<br />

para o sector <strong>das</strong> telecomunicações.<br />

Nokia, o maior fabricante de telemóveis<br />

do mundo, avisa que as<br />

<strong>empresas</strong> desta indústria vão baixar<br />

os resultados ao longo do ano. Perspectivam-se<br />

per<strong>das</strong> para alguns dos<br />

principais operadores de telecomunicações.<br />

As alterações nas estimativas de<br />

crescimento do valor do mercado<br />

ficam a dever-se, sobretudo, ao impacto<br />

negativo da desvalorização do<br />

dólar, à desaceleração da economia<br />

norte-americana e a um potencial<br />

abrandamento na Europa. As<br />

acções <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> de telecomunicações<br />

já começaram a reflectir<br />

esta situação no mercado. Os países<br />

emergentes são os únicos que ainda<br />

revelam uma tendência de crescimento<br />

nas ven<strong>das</strong> de telemóveis,<br />

mas, em contrapartida, o valor médio<br />

por aparelho está a descer.<br />

Santander entre<br />

os cinco maiores<br />

bancos ocidentais<br />

O banco Santander, com forte<br />

presença no mercado nacional,<br />

está cada vez <strong>mais</strong> perto dos lugares<br />

de topo dos bancos ocidentais<br />

(incluindo no grupo os bancos<br />

norte-americanos e europeus) por<br />

capitalização bolsista. Já está entre<br />

os cinco maiores bancos ocidentais,<br />

com um valor em, bolsa de<br />

81,2 mil milhões de euros, a cerca<br />

de 9,4 mil milhões do JP Morgan,<br />

que ocupa a terceira posição do<br />

ranking.<br />

Em termos mundiais, o banco<br />

espanhol ocupa o sétimo lugar. A<br />

crise financeira fez-se sentir entre<br />

os gigantes do sector, de tal forma<br />

que já não é um banco norte-americano<br />

que lidera, mas um<br />

britânico, o HSBC Holdings,<br />

com uma capitalização bolsista<br />

na ordem dos 124,3 milhões de<br />

euros. Face à desconfiança que se<br />

gerou relativamente às entidades<br />

americanas, os bancos europeus<br />

estão a escalar posições. De notar<br />

que os bancos espanhóis têm<br />

resistido muito positivamente à<br />

crise. Aliás, o BBVA também está<br />

a “trepar” nesta lista e está agora<br />

na 12ª posição. É possível que<br />

em breve o banco basco entre no<br />

ranking dos dez grandes.<br />

Banca norteamericana<br />

despede<br />

em massa<br />

As dificuldades agravam-se rapidamente<br />

no sector bancário norteamericano.<br />

Esperam-se agora despedimentos<br />

em massa. O Citigroup<br />

anunciou que pretende reduzir os<br />

custos em cerca de 20%, o que aumentou<br />

os receios de despedimentos<br />

em massa em Wall Street.<br />

Os analistas acham que a instituição<br />

bancária poderá eliminar cerca<br />

de 25 mil postos de trabalho, de<br />

um total de 370 mil, nos próximos<br />

meses. Desde o início da crise, calcula-se<br />

que as <strong>empresas</strong> a operarem<br />

em Wall Street já terão despedido<br />

perto de 40 mil trabalhadores. E<br />

este valor poderá crescer ainda bastante,<br />

já que os bancos se defrontam<br />

com a pior crise da última década.<br />

O Merril Lynch anunciou também<br />

a intenção de eliminar quatro mil<br />

postos de trabalho, a nível global.<br />

Comércio mundial<br />

com forte abrandamento<br />

O<br />

comércio mundial registou um forte recuo<br />

no ano passado e deverá manter essa<br />

tendência ao longo do presente exercício.<br />

O aviso é feito pela Organização Mundial do Comércio<br />

(OMC), face ao aumento dos preços <strong>das</strong><br />

matérias-primas e ao abrandamento da actividade<br />

económica global.<br />

O volume comercial cresceu<br />

5,5%, em 2007, contra uns sólidos<br />

8,5% no ano anterior. No presente<br />

exercício, a OMC aponta para<br />

um crescimento de apenas 4,5%,<br />

o <strong>mais</strong> lento em cerca de seis anos.<br />

Mesmo assim, os seus economistas<br />

avisam que esta perspectiva pode<br />

ser optimista, dependendo muito<br />

da extensão da turbulência financeira<br />

e da capacidade dos governos<br />

para inverterem a curva ascendente<br />

nos preços dos alimentos e dos<br />

combustíveis. Se não houve essa<br />

capacidade, naturalmente que a procura mundial<br />

vai abrandar ainda <strong>mais</strong> ao longo dos próximos<br />

meses.<br />

Aquela organização chama a atenção para o facto<br />

de a crise financeira ainda não se ter reflectido em<br />

pleno na economia real. Ou seja, até ao momento<br />

o seu impacto terá sido limitado, mas as coisas podem<br />

mudar rapidamente. Aliás, de tal forma que<br />

as três principais potências comerciais – Estados<br />

Unidos, Alemanha e China – tiveram uma actividade<br />

dinâmica nas suas trocas durante o primeiro<br />

trimestre. Mas colocam-se problemas<br />

graves.<br />

É verdade que os países emergentes<br />

reduziram a sua dependência<br />

relativamente às nações ricas,<br />

em termos de exportações. O que<br />

é um bom indicador. Para além<br />

de permitirem um melhor desempenho<br />

global, é um bom avanço<br />

no combate à pobreza mundial.<br />

Todavia, a OMC avisa que o forte<br />

agravamento nos preços <strong>das</strong><br />

matérias-primas e a instabilidade<br />

social podem mudar o cenário<br />

optimista que se tem vivido nos anos <strong>mais</strong> recentes.<br />

Mesmo para aqueles países que são exportadores<br />

líquidos de produtos alimentares e os principais<br />

beneficiários dos preços elevados.<br />

“Biofuel” começa a suscitar polémica<br />

na Europa<br />

A<br />

Comissão<br />

Europeia possui um plano que<br />

prevê um aumento considerável do uso de<br />

“biofuel”. A ideia é que cerca de 10% do<br />

combustível utilizado nos transportes provenha<br />

de produtos agrícolas, no final da segunda década.<br />

As críticas a este projecto começam a fazer-se<br />

sentir por parte dos <strong>mais</strong> variados sectores, considerando-se<br />

que é necessária <strong>mais</strong> informação sobre<br />

o impacto <strong>das</strong> propostas.<br />

Os críticos avisam que que o “biofuel” vai fazer<br />

aumentar ainda <strong>mais</strong> os preços dos alimentos para<br />

o menos favorecidos, desviando a produção da<br />

alimentação humana e animal. Por outro lado, os<br />

ambientalistas garantem que haverá um impacto<br />

significato em termos ecológicos. Os países emergentes,<br />

em particular, estão a produzir para transformação<br />

em “biofuel”. As consequências podem<br />

mesmo tomar proporções catastróficas aos <strong>mais</strong><br />

variados níveis.<br />

Em 2008 o volume<br />

comercial apenas<br />

crescerá 4,5%,<br />

contra os 8,5%<br />

de 2006<br />

De salientar que já estão a surgir divergência<br />

sobre o plano no seio da própria Comissão Europeia.<br />

Há quem pense que a taxa de 10% vai privar<br />

milhões de pessoas dos necessários alimentos e ter<br />

fortes impactos em termos ambientais. Tratandose<br />

de uma experiência, os seus efeitos são difíceis<br />

de prever e haverá dificuldades acresci<strong>das</strong> no seu<br />

controlo, consideram especialistas. Os critérios de<br />

sustentabilidade podem mesmo ser colocados em<br />

causa.<br />

Os legisladores, por seu lado, querem saber<br />

qual a produção de “biofuel” que será necessária<br />

para atingir os 10% propostos, no âmbito da<br />

União Europeia, qual a área de terra agrícola que<br />

será precisa e o nível de importações de biofuel<br />

necessário a partir de países terceiros. Estas dúvi<strong>das</strong><br />

ainda não foram esclareci<strong>das</strong>, sendo um facto<br />

considerado essencial para que o plano faça<br />

sentido.<br />

Empresários<br />

espanhóis avisam<br />

para estagnação<br />

da economia<br />

Os principais grupos empresariais<br />

espanhóis avisam que a<br />

economia do país está a entrar<br />

rapidamente em estagnação. Por<br />

outro lado, são levanta<strong>das</strong> dúvi<strong>das</strong><br />

quanto à eficácia do plano<br />

fiscal de 10 mil milhões de euros,<br />

anunciado pelo Governo,<br />

para estimular a economia.<br />

A economia espanhola, de<br />

facto, está a sofrer um impacto<br />

duplo, a crise financeira mundial<br />

e o fim do boom no mercado<br />

imobiliário interno. A<br />

desaceleração está a ser brusca e<br />

bastante intensa, na óptica dos<br />

empresários. A Espanha corre<br />

agora o risco de se defrontar<br />

com um longo período de fraco<br />

ou mesmo nenhum crescimento,<br />

com elevada inflação. Quanto<br />

às medi<strong>das</strong> anuncia<strong>das</strong> pelo<br />

Governo, são encara<strong>das</strong> como<br />

dúbias e insuficientes para fazerem<br />

face à crise.<br />

Economia alemã<br />

perde algum<br />

ímpeto<br />

A maior economia europeia<br />

vai perder algum do seu dinamismo<br />

com o decorrer do ano.<br />

Os elevados preços do petróleo<br />

e dos alimentos, o euro forte e<br />

os problemas nos mercados financeiros<br />

são asrazões aponta<strong>das</strong><br />

pelos economistas. O crescimento<br />

deverá ficar-se por 1,8%,<br />

contra os 2,5% do ano passado.<br />

Vários choques negativos<br />

têm-se registado nos últimos<br />

meses. Ou seja, o contexto<br />

internacional começa agora a<br />

fazer-se sentir na Alemanha.<br />

Mesmo assim, este país tem revelado<br />

consistência para fazer<br />

face à crise nos mercados financeiro<br />

e ao abrandamento da<br />

economia dos Estados Unidos.<br />

A economia alemã tornou-se<br />

<strong>mais</strong> sólida nos últimos anos,<br />

sobretudo devido às reformas<br />

introduzi<strong>das</strong>. Uma outra boa<br />

notícia é que o desemprego deverá<br />

continuar a descer, ainda<br />

que se preveja um abrandamento<br />

nas exportações.<br />

Gestores<br />

de fundos menos<br />

resistentes ao risco<br />

Os gestores de fundos de investimento<br />

estão cada vez <strong>mais</strong><br />

certos que está próxima uma<br />

recessão global. Não colocam<br />

de parte uma estagnação da economia<br />

com a inflação em alta.<br />

No entanto, estes profissionais<br />

reduziram a aversão ao risco, nas<br />

últimas semanas, de acordo com<br />

um estudo do Merrill Lynch.<br />

Os activos <strong>mais</strong> convincentes<br />

para os gestores, neste momento,<br />

são a liquidez, os investimentos<br />

alternativos (como<br />

hedge fund e capital de risco) e<br />

as matérias-primas. Em termos<br />

geográficos, o Brasil e a Rússia<br />

continuam a ser os mercados<br />

preferidos por estes gestores,<br />

seguindo-se as bolsas europeia<br />

e norte-americana. Enfim, há<br />

uma certa recuperação da confiança,<br />

mas nem por isso deixam<br />

de existir preocupações.


JAN<br />

2 05<br />

MAR<br />

2 05<br />

Índice Confidencial Imobiliário (2005=1 0)<br />

Taxa de variação média dos últimos 12 meses<br />

MAI<br />

2 05<br />

JUL<br />

2 05<br />

SET<br />

2005<br />

NOV<br />

2005<br />

JAN<br />

2 06<br />

MAR<br />

2006<br />

MAI<br />

2 06<br />

JUL<br />

2 06<br />

20<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Novos projectos<br />

deverão ser anunciados<br />

em breve<br />

Imobiliário<br />

Negócio<br />

com a Pramerica<br />

rendeu 70 milhões<br />

Com conclusão prevista até 2010<br />

Projectos em carteira da Bouygues<br />

atingem os 500 milhões de euros<br />

Uma <strong>das</strong> principais <strong>empresas</strong> de promoção imobiliária a actuar no nosso país,<br />

a Bouygues Imobiliária conta actualmente com uma carteira de projectos em<br />

desenvolvimento e construção em Portugal avaliada em cerca de 500 milhões<br />

de euros. A informação foi revelada à VI News por Aniceto Viegas, director<br />

geral da empresa, que explicou que este valor corresponde aos projectos em<br />

curso até 2010.<br />

“Os projectos que temos identificados<br />

e os que estão já a decorrer<br />

asseguram-nos actividade<br />

até 2010. Em 2008 estamos já a<br />

identificar novas oportunidades,<br />

e a trabalhar para a actividade de<br />

2011, pelo que em breve poderão<br />

haver novidades”, disse.<br />

O responsável da Bouygues<br />

afirma que “2007 foi um ano<br />

muito positivo para a empresa,<br />

com a conclusão de projectos<br />

muito importantes, como o<br />

Mar Mediterrâneo ou o Braga<br />

Retail Center, mas também a<br />

montagem de outros negócios e<br />

projectos que asseguram a nossa<br />

actividade nos próximos dois<br />

anos”. A venda de um portfólio<br />

de três activos, constituído pelos<br />

edifícios de Espace e Explorer e o<br />

Portimão Retail Center, era um<br />

dos principais objectivos para<br />

este ano, tendo sido recentemente<br />

concretizado num negócio<br />

com a Pramerica, avaliado em 70<br />

milhões de euros.<br />

Nos próximos meses, a empresa<br />

prevê arrancar com a construção<br />

do Espaço Braga, no segmento<br />

de centros comerciais, e dos<br />

Edifícios Espace de Explorer. As<br />

obras do retail park de Portimão<br />

e do Espaço Guimarães também<br />

arrancaram recentemente.<br />

Retalho e escritórios<br />

concentram oferta<br />

Presente em Portugal desde<br />

o início da década, a Bouygues<br />

Imobiliária tem centrado a sua<br />

actividade no desenvolvimento<br />

de espaços comerciais e de escritórios.<br />

Na área dos serviços,<br />

tem concentrado a sua actuação<br />

no Parque <strong>das</strong> Nações, onde já<br />

promoveu alguns dos <strong>mais</strong> emblemáticos<br />

edifícios de escritórios<br />

ali erguidos, como a Torre<br />

Fernão de Magalhães, o Edifício<br />

Mar Mediterrâneo ou o edifício<br />

Mar Vermelho. Actualmente,<br />

está ali a promover um complexo<br />

desta natureza, no local do antigo<br />

bowling de Lisboa, e que é<br />

constituído pelos edifícios Espace<br />

e Explorer.<br />

O portefólio de da Bouygues<br />

Imobiliária na área do retalho<br />

inclui alguns dos <strong>mais</strong> emblemáticos<br />

projectos construídos nos<br />

últimos anos, como o Albufeira<br />

Retail Park, do Viana Retail<br />

Center e o do Braga Retail Center.<br />

Além destes projectos, já em<br />

funcionamento, a empresa está a<br />

construir o Portimão Retail Center,<br />

e tem em desenvolvimento<br />

o Espaço Guimarães, o Espaço<br />

Braga e o Lisboa Retail Center.<br />

Com abertura prevista para<br />

2010, o Espaço Braga terá uma<br />

ABL total de 48 700 m² e 2400<br />

lugares de estacionamento. Ficará<br />

localizado junto a uma <strong>das</strong><br />

principais entra<strong>das</strong> na cidade,<br />

perto do Estádio Municipal. Em<br />

parceria com a Multi Development,<br />

está também a desenvolver<br />

o Espaço Guimarães, que<br />

terá uma ABL total de 47 000<br />

m². O complexo em abertura<br />

prevista para 2009, e comporta<br />

um centro comercial com 24<br />

000 m² e um retail center com<br />

6800 m², além de estacionamento<br />

para 1960 automóveis. Outro<br />

dos projectos com abertura prevista<br />

para 2009 é o Lisboa Retail<br />

Center, um retail park localizado<br />

na capital portuguesa, com<br />

24 unidades comerciais e um a<br />

ABL de 23 872 m² e 1190 lugares<br />

de estacionamento.<br />

De origem francesa, o Grupo<br />

Bouygues foi <strong>cria</strong>do em 1952,<br />

e desenvolve a sua actividade<br />

sobretudo nos sectores da construção<br />

e promoção imobiliária,<br />

media e telecomunicações. Com<br />

uma presença multinacional, o<br />

grupo desenvolve actividade em<br />

80 países e conta com 115 400<br />

colaboradores.<br />

Lisbon Prime index<br />

Parque <strong>das</strong> Nações concentra movimento em edifícios novos<br />

As transacções em edifícios novos, regista<strong>das</strong> pelo Lisbon<br />

Prime Index nos dois primeiros meses do ano e em Lisboa,<br />

concentraram-se no Parque <strong>das</strong> Nações, reforçando a importância<br />

desta zona na expansão do mercado de escritórios,<br />

localizados no perímetro da cidade.<br />

Os dois mil m2 já contratados, neste período e segmento,<br />

representam um valor superior ao apurado nesta zona durante<br />

o quarto trimestre de 2007 e cerca de metade da área<br />

de toda a cidade de Lisboa também no mesmo período.<br />

O resultado desta comparação é extremamente importante<br />

porque os últimos três meses do ano transacto contribuíram<br />

decisivamente para um máximo histórico anual, atingido<br />

no mercado de escritórios monitorizado pelo índice.<br />

Por ser uma área recente a oferta existente nesta zona<br />

é qualificada e com disponibilidade de grandes áreas, em<br />

edifícios como o Mar Oriente, recentemente colocado em<br />

comercialização e o Art’s Business Center que nos últimos<br />

meses tem revelado uma boa performance.<br />

O Parque <strong>das</strong> Nações torna-se assim um motor do crescimento<br />

no segmento novo, primeiro porque o pipeline<br />

desta zona conta com um total de oitenta mil m2, a entrar<br />

no mercado até 2009, o que significa 60 por cento de<br />

todo o desenvolvimento que hoje existe dentro da cidade<br />

e depois porque é, com uma margem muito grande, o<br />

eixo com maior disponibilidade de escritórios novos na<br />

capital.<br />

Proibida<br />

a reprodução<br />

do<br />

LISBON<br />

PRIME INDEX<br />

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Confidencial Imobiliário<br />

Peça um exemplar gratuito em:<br />

gestao@confidencialimobiliario.com<br />

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quinta-feira, 24 Abril de 2008 imobiliário 21<br />

Habitação turística<br />

de luxo continua<br />

a valorizar em Portugal<br />

O imobiliário de luxo continua<br />

a valorizar em Portugal, com os<br />

preços do mercado nacional a registarem<br />

fortes crescimentos em<br />

2007. Esta é uma <strong>das</strong> principais<br />

conclusões divulga<strong>das</strong> pelo estudo<br />

“Portugal-The Luxury Residential<br />

Tourism Market 2008”,<br />

realizado pela Prime Yield em<br />

parceria com a IRG. A região do<br />

Algarve continua a ser a <strong>mais</strong> a<br />

cara do país.<br />

De acordo com Maurice Elst,<br />

Managing Director da IRG – International<br />

Realty Group, “os<br />

preços têm aumentado em to<strong>das</strong><br />

as zonas do país neste segmento<br />

de mercado de venda de propriedades,<br />

tendo estas sido consideravelmente<br />

importantes ao longo<br />

do ano de 2007 e mantendo-se a<br />

procura forte durante o primeiro<br />

trimestre de 2008”.<br />

No segmento do turismo residencial<br />

de luxo, verificou-se um<br />

crescimento médio dos preços de<br />

cerca de 18% nos apartamentos<br />

e de cerca de 19% nas moradias.<br />

SIL apresenta <strong>empresas</strong> nacionais<br />

em Londres<br />

Ao abrigo do Projecto Selection<br />

2008, que surge com o intuito<br />

de promover e internacionalizar<br />

as <strong>empresas</strong> e os produtos<br />

nacionais nos principais mercados<br />

estrangeiros, o SIL – Salão<br />

Imobiliário de Lisboa, que decorrerá<br />

de 22 a 26 de Outubro<br />

na FIL, representará Portugal no<br />

seu melhor, levando até Londres<br />

seis <strong>empresas</strong> nacionais de referência.<br />

Estas irão participar na<br />

Em relação aos condomínios de<br />

luxo os preços médios em Portugal<br />

registaram uma subida de<br />

21% nos apartamentos e cerca de<br />

12,5% nas moradias.<br />

Uma <strong>das</strong> principais conclusões<br />

deste documento aponta para que<br />

feira A Place in the Sun, que se<br />

realiza de 25 a 27 de Abril.<br />

A Caixa Geral de Depósitos,<br />

Garvetur, Grupo Lar, MSF<br />

SGPS SA, Tricos Imobiliário,<br />

SA e o complexo Tróia Resort da<br />

Sonae são as <strong>empresas</strong> que participam<br />

nesta iniciativa liderada<br />

pela organização do SIL.<br />

To<strong>das</strong> elas viajam com um<br />

objectivo comum: dar a conhecer<br />

ao mercado britânico os seus<br />

“o mercado do turismo residencial<br />

de luxo continuará a ter um<br />

sólido desempenho, porque Portugal<br />

está muito bem posicionado<br />

neste segmento de mercado”, dizem<br />

Mauric Elst e Nelson Rego,<br />

director-geral da Prime Yield.<br />

<strong>mais</strong> recentes projectos, que estarão<br />

expostos num stand de 80<br />

m², nesta feira na capital inglesa.<br />

A Place in the Sun é uma feira<br />

direccionada para o segmento do<br />

Turismo Residencial, onde os expositores<br />

nacionais poderão encontrar<br />

potenciais compradores,<br />

num mercado com uma grande<br />

apetência por destinos pacíficos<br />

e solarengos, como Portugal.<br />

Mercado de retalho<br />

indiano é dos <strong>mais</strong><br />

activos do sector<br />

De acordo com o estudo<br />

Global Emerging<br />

Market Survey, da CB<br />

Richard Ellis, a Índia<br />

ocupa a primeira posição<br />

do ranking entre os mercados<br />

emergentes <strong>mais</strong><br />

activos do sector de retalho.<br />

A consultora aponta<br />

como principais factores<br />

de sucesso o tamanho do<br />

mercado indiano, bem<br />

como a fraca representação<br />

de operadores internacionais<br />

no país. A Ucrânia classificou-se<br />

no segundo lugar, beneficiando<br />

da proximidade geográfica ao<br />

mercado de retalho russo, que<br />

se classificou na terceira posição.<br />

Uma <strong>das</strong> principais conclusões<br />

deste relatório aponta que os<br />

mercados emergentes estão a ser<br />

vistos pelos operadores de retalho<br />

como principal motor de expansão<br />

e sucesso dos seus negócios<br />

nos próximos tempos.<br />

O documento revela ainda que<br />

40% dos retalhistas inquiridos<br />

esperam que os mercados emergentes<br />

sejam a principal fonte de<br />

crescimento <strong>das</strong> suas <strong>empresas</strong><br />

nos próximos cinco anos enquanto<br />

apenas um quarto dos mesmos<br />

prevêem que esse crescimento seja<br />

proveniente dos seus mercados de<br />

origem.<br />

Projecto revoluciona<br />

centro de Portimão<br />

O centro de Portimão será alvo<br />

de um arrojado projecto urbanístico<br />

, que promete alterar de forma<br />

significativa, o ordenamento<br />

desta cidade algarvia. Numa primeira<br />

abordagem, será edificada<br />

uma torre, que será o ex-líbris do<br />

projecto, que irá concentrar grande<br />

parte dos serviços da administração<br />

pública. Com uma altura<br />

de 14 pisos, este edifício será o<br />

principal marco arquitectónico,<br />

mas também o centro nevrálgico<br />

da dinâmica que se pretende para<br />

o espaço. Este projecto deverá<br />

custar cerca de 125 milhões de<br />

euros, num investimento liderado<br />

por uma empresa local.<br />

Devido à sua proximidade do<br />

edifício da Câmara, será <strong>cria</strong>do<br />

um acesso pedonal directo entre<br />

ambos. Além disso, entre a torre e<br />

o edifício existente, será construído<br />

um restaurante, que garante<br />

a ligação arquitectónica entre as<br />

duas realidades.<br />

Faz também parte deste projecto,<br />

a ampliação do edifício da Câmara,<br />

que vai continuar a permanecer<br />

no Palácio Bívar, mas todos<br />

os anexos e armazéns darão lugar<br />

a um único espaço contíguo ao<br />

Palácio. Contará com 6000 m² e<br />

vai permitir concentrar todos os<br />

serviços da Câmara, incluindo o<br />

Departamento Técnico de Planeamento<br />

e Urbanismo, que actualmente<br />

está localizado na Quinta<br />

<strong>das</strong> Parreiras. Serão também <strong>cria</strong>dos<br />

vários acessos pedonais e amplas<br />

zonas verdes, além de novos<br />

espaços de estacionamento.<br />

Novo regime do arrendamento urbano<br />

É verdade que antes de o NRAU<br />

(Novo Regime do Arrendamento<br />

Urbano) ter entrado em vigor, em<br />

27.06.2006, se contabilizava, muitas<br />

vezes, em elevados valores, o facto de<br />

a renda ser barata pois, tratando-se<br />

de efectivo trespasse, o senhorio não<br />

tinha possibilidade de alterar a renda<br />

praticada, por <strong>mais</strong> antiga que esta<br />

fosse, par além da actualização anual<br />

efectuada em função de índice fixado<br />

para o efeito.<br />

Acontece que, independentemente<br />

da existência de trespasse,<br />

no que concerne aos arrendamentos<br />

não habitacionais cujos<br />

contratos tenham sido celebrados<br />

antes da entrada em vigor do DL<br />

257/95, de 30 de Setembro, o<br />

NRAU veio permitir a actualização<br />

de renda, que poderá ser feita<br />

até ao limite máximo do valor<br />

anual correspondente a 4% do<br />

valor do locado.<br />

Em princípio, a actualização é<br />

feita de forma faseada ao longo<br />

de cinco ou dez anos conforme<br />

as circunstâncias, mas, se ocorrer<br />

trespasse após a entrada em vigor<br />

do NRAU, a actualização poderá<br />

ser imediata.<br />

Pelo exposto se constata que não<br />

adiantará muito ao leitor adquirir,<br />

através de trespasse, um estabelecimento<br />

pagando muito para auferir<br />

de uma renda baixa, sabendo<br />

de antemão que, a qualquer momento<br />

o senhorio poderá actualizar<br />

essa renda, até porque, no que<br />

concerne aos arrendamentos não<br />

habitacionais, a actualização da<br />

renda pode ser feita, independentemente<br />

do estado de conservação<br />

do imóvel, ou seja, ainda que o estado<br />

de conservação seja considerado<br />

pela Comissão Arbitral Municipal<br />

como mau ou péssimo.<br />

Acresce que, se ocorrer trespasse<br />

após a entrada em vigor do NRAU,<br />

Legal & Imobiliário<br />

Trespasse de estabelecimento arrendado<br />

antes do Decreto-Lei 257/95, de 30 de Setembro<br />

“Como estou interessado em encontrar um estabelecimento numa<br />

boa zona comercial, tenho andado a ver vários estabelecimentos<br />

que se ‘passam’.<br />

Alguns pedem valores um pouco elevados pelo negócio mas nesses<br />

as ren<strong>das</strong> são <strong>mais</strong> baixas. Será que compensa Se optar por<br />

um desses <strong>mais</strong> antigos, de renda baixa, não terei nenhuma surpresa<br />

com a nova lei do arrendamento”<br />

MARIA DOS ANJOS<br />

GUERRA<br />

Advogada<br />

marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />

cessa a limitação, imposta nas normas<br />

transitórias deste diploma,<br />

no que respeita à possibilidade<br />

de o senhorio poder denunciar o<br />

contrato, ainda que este seja de<br />

duração indeterminada, mediante<br />

comunicação ao arrendatário com<br />

antecedência não inferior a cinco<br />

anos sobre a data em que pretenda<br />

a cessação. Quer isto dizer que, independentemente<br />

da actualização<br />

<strong>das</strong> ren<strong>das</strong> que o senhorio sempre<br />

poderá fazer, caso haja trespasse do<br />

estabelecimento instalado no locado<br />

o senhorio poderá pôr termo<br />

ao contrato desde que o denuncie<br />

com uma<br />

antecedência<br />

mínima de<br />

cinco anos.


22<br />

QREN<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Sistema de Incentivos à Investigação<br />

e Desenvolvimento Tecnológico<br />

com candidaturas abertas<br />

Boas notícias para quem tem projectos<br />

na área da investigação e desenvolvimento<br />

tecnológico e precisa<br />

de financiamento. É que acabam<br />

de abrir as candidaturas – estas deverão<br />

ser apresenta<strong>das</strong> até ao dia 16<br />

de Junho, com o dia 11 de Agosto<br />

de 2008 a surgir como a data limite<br />

para o anúncio <strong>das</strong> decisões - para<br />

projectos de financiamento no âmbito<br />

do Sistema<br />

de Incentivos à<br />

Promotores<br />

devem demonstrar<br />

potencial de<br />

disseminação e de<br />

valorização dos<br />

resultados<br />

Investigação e<br />

Desenvolvimento<br />

Tecnológico<br />

(SI I&DT), este,<br />

lembramos, assegurado<br />

pelo<br />

Programa Operacional<br />

Factores<br />

de Competitividade.<br />

Quem é que<br />

as pode apresentar Aqui, o documento<br />

a que tivemos acesso sobre<br />

este assunto fala da pré-qualificação<br />

de projectos de ID&T Colectiva<br />

promovidos por associações empresariais,<br />

desde que estes resultem<br />

da identificação de problemas e necessidades<br />

de investigação e desenvolvimento<br />

tecnológico partilhados<br />

por um conjunto significativo de<br />

<strong>empresas</strong>. Estas, necessariamente,<br />

enquadra<strong>das</strong> num dado sector,<br />

cluster, pólo de competitividade e<br />

tecnologia ou região.<br />

“Este tipo de instrumento pretende<br />

responder de forma eficiente<br />

às necessidades de ID&T <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong>, de forma particular, <strong>das</strong><br />

pequenas <strong>empresas</strong><br />

que não têm capacidade<br />

ou esta é limitada<br />

para desenvolverem<br />

este tipo de<br />

actividades”, esclarece<br />

o referido documento.<br />

Lembramos<br />

que, nesta fase<br />

de pré-qualificação,<br />

os dados recolhidos,<br />

através <strong>das</strong> candidaturas,<br />

destinam-se a<br />

identificar o potencial do pré-projecto<br />

em matéria de questão/problema/oportunidade<br />

a investigar,<br />

bem como a natureza colectiva do<br />

mesmo ou outros dados que contribuam<br />

para a análise da sua qualidade<br />

e relevância. A fase de candidatura<br />

dirigida aos promotores de<br />

projectos pré-seleccionados, essa,<br />

vai decorrer entre os dias 1 de Setembro<br />

e 15 de Outubro deste ano,<br />

claro está.<br />

Em causa vão estar – e voltamos<br />

a falar dos pré-projectos – critérios<br />

como o carácter inovador do projecto,<br />

o perfil curricular da entidade<br />

promotora, o potencial de disseminação<br />

e de valorização dos respectivos<br />

resultados. A isto soma-se o<br />

contributo potencial destas “empreita<strong>das</strong>”<br />

para a competitividade<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong> alvo ou para a política<br />

nacional/regional de ID&T.<br />

As majorações do SI I&DT<br />

Que tipo de projectos poderão<br />

ser alvo de majorações Aqui, a<br />

informação a que tivemos acesso<br />

fala <strong>das</strong> candidaturas que venham a<br />

distinguir-se pelo seguinte: “investigação<br />

industrial” – uma majoração<br />

de 25% –, “tipo de empresa”,<br />

10%, “cooperação entre <strong>empresas</strong>”<br />

e “divulgação ampla de resultados”,<br />

15%.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Patrocínios e apoios:<br />

<br />

<br />

<br />

Observatório do QREN<br />

já tem coordenador<br />

O Observatório do QREN, uma estrutura<br />

recentemente <strong>cria</strong>da, já tem um coordenador.<br />

Paulo Areosa Feio é o titular<br />

do cargo e foi nomeado pela Presidência<br />

do Conselho de Ministros e do Ministério<br />

do Ambiente, através do despacho nº<br />

9896/2008.<br />

A respeito observatório, lembramos<br />

que este foi <strong>cria</strong>do para dar prossecução<br />

Governo procede à definição<br />

<strong>das</strong> NUTS III<br />

O Governo, através do Decreto-Lei nº<br />

68/2008, de 14 de Abril, acaba de definir as<br />

unidades territoriais para efeitos de participação<br />

nas estruturas de governação do QREN.<br />

Estas, como podemos ler em documento<br />

sobre o assunto, têm por base as NUTS III<br />

existentes e ajustam-se às dinâmicas territoriais<br />

já estabiliza<strong>das</strong>. Há, contudo, podemos<br />

dizê-lo, algumas alterações. Temos o<br />

exemplo dos municípios de Cabeceiras de<br />

Basto e Mondim de Basto que da NUTS<br />

III do Tâmega passam para a unidade territorial<br />

do Ave ou dos municípios da Trofa<br />

e Santo Tirso que passam a integrar a unidade<br />

territorial do Grande Porto quando<br />

antes estavam na NUTS III do Ave.<br />

Mas há outras mexi<strong>das</strong>. A Mealhada, até<br />

agora na NUTS III do Baixo Vouga, é, a<br />

partir deste momento, parte integrante da<br />

unidade territorial do Baixo Mondego. Já<br />

Vila Flor passa da NUTS III do Douro<br />

para a unidade territorial do Alto-Trás-os-<br />

Montes. Quem também passa para esta<br />

unidade, agora oriunda da NUTS III do<br />

Tâmega, é Ribeira de Pena.<br />

Mora contesta integração na NUT III<br />

– Norte Alentejano<br />

a um conjunto de actividades. Entre elas,<br />

contam-se a elaboração do plano global<br />

de avaliação do QREN e dos Programas<br />

Operacionais (PO), a preparação de relatórios<br />

anuais sobre a aplicação dos PO<br />

Temáticos. Ou ainda a coordenação e centralização<br />

<strong>das</strong> interacções com os serviços<br />

da Comissão Europeia de âmbito estratégico.<br />

Agora que as NUTS estão defini<strong>das</strong>, começam<br />

a surgir as primeiras contestações.<br />

É o caso do município de Mora que, em<br />

comunicado enviado à imprensa, mostra<br />

a sua insatisfação por estar na NUT III<br />

– Norte Alentejano, distrito de Portalegre,<br />

quando, no seu entender, deveria estar na<br />

NUT III – Alentejo Central, pertencente<br />

ao distrito de Évora.<br />

Ao que parece, algo que não é de agora<br />

e se estende a outras áreas da vida do concelho.<br />

“Se, relativamente a alguns serviços<br />

– IFADAP, Plataforma Social, Serviços<br />

Florestais –, já havíamos sido mal colocados<br />

no distrito de Portalegre, também<br />

agora no mapa judiciário e em relação às<br />

finanças, o concelho aparece ligado a este<br />

distrito”, podemos ainda ler no referido<br />

documento.<br />

No entender da Câmara de Mora, uma<br />

situação que fica a dever-se, como dizem,<br />

“a alguns representantes do Partido Socialista<br />

no Alentejo”, estes responsáveis pela<br />

orquestração de uma “cabala política”. A<br />

luta para reverter esta situação, essa, já começou,<br />

com a Câmara de Mora a dar conta<br />

que já enviou um comunicado aos seus<br />

munícipes, e reunido com entidades como<br />

a governadora civil do distrito de Évora ou<br />

o secretário de Estado Adjunto e da Administração<br />

Local.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 23<br />

Eticadata e Frotcom<br />

Portugal assinam<br />

acordo de parceria<br />

Tecnologias<br />

de Informação<br />

Autodesk<br />

com soluções<br />

em ambiente Citrix<br />

Arsys quer ajudar<br />

PME a terem<br />

presença profissional<br />

na Internet<br />

Adquirida por dois fundos de capital de risco a empresa especialista em<br />

serviços de internet, face aos bons resultados, tornou-se apetecível ao<br />

mercado.<br />

Depois de tanto assédio, a Arsys “cedeu”. Os bons<br />

resultados e a postura no mercado desta empresa<br />

especialista em serviços de internet tornaram-na<br />

apetecível a investidores, inclusivamente da área<br />

da banca, que o ano passado andaram a rondar a<br />

empresa. Depois de tanto “namoro”, a Arsys acabou<br />

por vender 79% da sua participação à Mercantil e<br />

The Carlyle Group, dois fundos<br />

de capital de risco, numa operação<br />

que ascendeu aos 160 milhões de<br />

euros.<br />

Para Ricardo Coelho, director internacional<br />

da Arsys, este negócio<br />

vai aportar, sobretudo, uma gestão<br />

ainda <strong>mais</strong> profissional à empresa<br />

de origem espanhola. “É claro que<br />

o cliente final vai aperceber-se de algumas<br />

mudanças. Nomeadamente,<br />

vai sentir que estamos no mercado<br />

de uma forma ainda <strong>mais</strong> pró-activa.<br />

Ainda <strong>mais</strong> ágil”, disse este<br />

responsável em entrevista à “<strong>Vida</strong> Económica”. Para<br />

além do <strong>mais</strong>, os responsáveis estavam conscientes<br />

de que a actual estrutura estaria perto do limite de<br />

capacidade, pelo que com este capital a empresa vai<br />

pode fazer novas apostas para além de diminuir o<br />

“time-to-market” dos seus produtos.<br />

Em Portugal, a<br />

liberalização do<br />

domínio .pt poderá<br />

constituir uma clara<br />

oportunidade de<br />

negócio para a Arsys<br />

Com uma economia portuguesa perfeitamente<br />

instável e uma economia espanhola a começar a dar<br />

sinais de alguma fragilidade, Ricardo Coelho não<br />

teme as contrariedades do mercado, até porque,<br />

afiança, a Arsys está no mercado há 11 anos, tendo,<br />

por isso, enfrentado ciclos económicos menos favoráveis.<br />

“Sabemos que só os melhores ficam e é precisamente<br />

sob esse mote que trabalhamos.<br />

Primamos pelos serviços<br />

de qualidade que nos permitem<br />

enfrentar estes tempos com alguma<br />

tranquilidade”.<br />

Para potenciar o crescimento da<br />

empresa, Ricardo Coelho acredita<br />

irem existir quatro factores. Nomeadamente<br />

em Portugal, a liberalização<br />

do domínio .pt poderá<br />

constituir uma clara oportunidade<br />

de negócio. Depois, o facto de no<br />

nosso país o número de utilizadores<br />

de internet quer domésticos<br />

quer empresariais estar a aumentar também “joga”<br />

a favor da Arsys. Outro aspecto salientado pelo director<br />

internacional é o facto de também o comércio<br />

electrónico ter projecções de crescimento bastante<br />

simpáticas. A última razão apontada por Ricardo<br />

Coelho é de índole cultural. Para este responsável, o<br />

O facto de no nosso país o número de utilizadores de internet quer domésticos quer empresariais<br />

estar a aumentar também “joga” a favor da Arsys, diz Ricardo Coelho, director internacional desta<br />

empresa.<br />

facto de as <strong>empresas</strong>, nomeadamente as pequenas e médias, estarem a<br />

encarar a internet como uma ferramenta essencial para o crescimento<br />

do negócio pode contribuir claramente para o crescimento deste mercado.<br />

Aliás, Ricardo Coelho diz mesmo que a principal “tarefa” da Arsys é<br />

ajudar as PME a terem uma presença profissional na Internet. “A nossa<br />

aposta é na qualidade dos serviços que prestamos aos nossos clientes.<br />

E, por isso, podermos crescer com eles é ponto fundamental na nossa<br />

presença neste mercado”.<br />

Recentemente, esta empresa lançou o denominado Plano E-commerce,<br />

que permite <strong>cria</strong>r uma loja on-line sem recorrer a terceiros. Através<br />

de vários “templates” de design gratuitos e com um interface simples, o<br />

novo plano permite que qualquer um, mesmo sem ter conhecimentos<br />

informáticos ou de programação, consiga desenvolver uma loja on-line<br />

a partir de sensivelmente 15 euros por mês.<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

EMC<br />

adquire<br />

Iomega<br />

A EMC e a Iomega Corporation,<br />

empresa que actua no mercado<br />

de armazenamento e protecção<br />

de dados para o consumidor final<br />

e pequenas <strong>empresas</strong>, anunciam<br />

o acordo final de aquisição,<br />

por parte da EMC, da empresa<br />

de San Diego por um valor de<br />

3,85 dólares por acção extraordinária,<br />

equivalentes a cerca<br />

de 213 milhões de dólares. “A<br />

inclusão dos produtos, marca e<br />

experiência da Iomega vai aumentar<br />

a presença da EMC em<br />

mercados em rápida expansão,<br />

como são os do consumo e <strong>das</strong><br />

pequenas <strong>empresas</strong>”.<br />

Joe Tucci, Chairman, presidente<br />

e CEO da EMC, referiu em<br />

comunicado que “a Iomega vai<br />

desempenhar um papel chave<br />

na estratégia da EMC de expandir<br />

as nossas capacidades<br />

de armazenamento e gestão da<br />

informação para os crescentes<br />

mercados de consumo e pequenas<br />

<strong>empresas</strong>”.<br />

Soluções integra<strong>das</strong> multi-canal<br />

CSC e Oracle combinam tecnologia<br />

para oferecer soluções à banca<br />

A Computer Sciences Corporation<br />

(CSC) está a trabalhar com a Oracle no<br />

sentido de oferecer soluções integra<strong>das</strong><br />

multicanal que estejam capacita<strong>das</strong> para<br />

auxiliar as instituições financeiras ao nível<br />

do marketing e ven<strong>das</strong>, e ainda no desenvolvimento<br />

de canais de contacto com o<br />

cliente, como a Internet, call centers e balcões,<br />

dizem as <strong>empresas</strong> em comunicado<br />

de imprensa.<br />

A solução vai combinar o Hogan Core<br />

Banking System da CSC e a suite de front<br />

office Siebel da Oracle, no qual se incluem<br />

o Branch Sales and Service, Contact<br />

Center, Branch Teller e Self-Service and<br />

eBilling. A nova plataforma de ven<strong>das</strong> e<br />

serviços pretende conectar os sistemas de<br />

back e front office de bancos de referência,<br />

contribuindo para a sua eficácia nos diferentes<br />

canais onde estão disponíveis.<br />

“As experiências dos consumidores na<br />

área de retalho estão a contribuir para o aumento<br />

<strong>das</strong> expectativas dos fornecedores de<br />

serviços financeiros. A complexa revitalização<br />

dos balcões e os projectos de plataformas<br />

multicanal que unificam o front e back<br />

office, necessitam de ser acelerados de forma<br />

a permitir aos bancos de retalho atingir<br />

a performance esperada”, afirmou no mesmo<br />

documento Jim Eckenrode, consultor<br />

em soluções de banca do TowerGroup.<br />

“A Oracle e CSC partilham um compromisso<br />

de ajudar a banca de retalho a atingir<br />

rapidamente <strong>mais</strong>-valias, com a implementação<br />

de uma solução completa de<br />

front-to-back-office. O nosso acordo com<br />

a CSC segue a estratégia de integração <strong>das</strong><br />

soluções da Oracle, permitindo contribuir<br />

também para aperfeiçoar a partilha de aplicações<br />

com soluções de <strong>empresas</strong> parceiras.<br />

A nossa colaboração deverá facilitar o trabalho<br />

dos bancos, permitindo aos mesmos,<br />

através <strong>das</strong> nossas aplicações, obter uma<br />

visão singular do perfil do cliente e ainda<br />

melhorar a prestação de serviço dos vários<br />

canais”, refere Don Russo, Vice-Presidente<br />

da Unidade Global de Serviços Financeiros<br />

do Grupo Oracle.


24<br />

tecnologias de informação<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Ovanes Mikhailov, responsável da Kaspersky, considera<br />

Internet nos telemóveis<br />

vai fazer crescer mercado<br />

da segurança<br />

O mercado da segurança nos próximos anos vai continuar a crescer, sobretudo devido à<br />

entrada na Internet de todos os telemóveis que se irão tornar autênticos computadores<br />

pessoais em miniatura. Ovanes Mikhailov, “territory development manager” da<br />

Kaspersky, marca em Portugal distribuída pela iPortal<strong>mais</strong>, acredita que pelo menos as<br />

grandes <strong>empresas</strong>, já têm consciência dos riscos que correm se não tiverem a protecção<br />

adequada. Por isso, a grande maioria já tem ferramentas de segurança destina<strong>das</strong> a<br />

protegerem-se nos vários eixos fundamentais. “Todo o negócio da segurança parte do<br />

simples princípio de que os problemas precisam de soluções. As TIC não são muito<br />

diferentes do mundo real. Se não houvesse ladrões, terroristas ou guerras, o mundo não<br />

precisaria de polícias, exércitos, <strong>empresas</strong> de segurança, etc.”<br />

<strong>Vida</strong> Económica – Os departamentos de TI estão<br />

já suficientemente preparados para lidar com as<br />

crescentes ameaças aos seus dados<br />

Ovanes Mikhailov – Nós cremos que pelo menos as<br />

grandes <strong>empresas</strong> já têm consciência dos riscos que correm<br />

se não tiverem a protecção adequada. Por isso, a grande<br />

maioria já tem ferramentas de segurança destina<strong>das</strong> a protegerem-se<br />

nos vários eixos fundamentais: filtragem de<br />

conteúdos (antivírus e anti-spam), estações de trabalho,<br />

servidores, protecção perimetral (servidores de comunicações<br />

e firewalls), road warriors (VPN e firewalls pessoais).<br />

Muitas vezes, o que se passa não é tanto a falta de tecnologia<br />

ou de orçamento para se equiparem, mas a consciência<br />

de que não basta unicamente adquirir tecnologia,<br />

é preciso também que a tecnologia seja acompanhada, e<br />

que o nível de serviço em torno <strong>das</strong> tecnologias de segurança<br />

seja elevado. Uma tecnologia de segurança com<br />

baixo nível de actualizações pode rapidamente deixar de<br />

ter o mesmo nível de segurança que tinha no momento da<br />

aquisição.<br />

VE – Têm sentido que este aumento exponencial<br />

de ataques, assim como a sua sofisticação, tem vindo<br />

a <strong>cria</strong>r novas oportunidades para os fornecedores<br />

OM – Claro que sim. Todo o negócio da segurança parte<br />

do simples princípio de que os problemas precisam de<br />

soluções. As TIC não são muito diferentes do mundo real.<br />

Se não houvesse ladrões, terroristas ou guerras, o mundo<br />

não precisaria de polícias, exércitos, <strong>empresas</strong> de segurança,<br />

etc.<br />

E como já estamos habituados à pergunta se não são as<br />

próprias <strong>empresas</strong> de segurança a <strong>cria</strong>r esses problemas, eu<br />

perguntaria aqui se são as polícias que <strong>cria</strong>m os ladrões<br />

para terem trabalho e justificarem a sua existência Claramente<br />

que não. O aumento exponencial dos ataques e<br />

ameaças na Internet está directamente ligado ao aumento<br />

exponencial do número de pessoas liga<strong>das</strong> à Internet, assim<br />

como do volume de negócios transaccionados sobre<br />

esta plataforma.<br />

VE – Na visão da Kaspersky, como se vai comportar<br />

o mercado nos próximos dois anos<br />

OM – O mercado da segurança nos próximos anos vai<br />

continuar a crescer, sobretudo devido à entrada na Internet<br />

de todos os telemóveis que se irão tornar autênticos<br />

computadores pessoais em miniatura, a partir dos quais se<br />

pode fazer tudo o que se faz hoje a partir de um PC. Mas<br />

com uma agravante: é que o nível de protecção de um dispositivo<br />

móvel será muito inferior ao de um PC dentro de<br />

uma empresa. Sendo o cenário ainda pior para as <strong>empresas</strong>,<br />

se soubermos que serão estas as primeiras a terem este<br />

tipo de terminais ligados às suas infra-estruturas.<br />

VE – Quais os principais desafios que o mercado<br />

português apresenta<br />

OM – O mercado português é um mercado muito parecido<br />

com o restante mercado europeu. Devido à sua<br />

dimensão (física e financeira), está talvez menos exposto<br />

aos ataques dirigidos cirurgicamente e que obrigam a uma<br />

atenção superior dos responsáveis de segurança <strong>das</strong> <strong>empresas</strong>.<br />

O crescimento económico do país irá contribuir para<br />

o aumento dos ataques, recorrendo às ameaças típicas que<br />

se encontram no resto do mercado europeu.<br />

Para a Kaspersky, no mercado português, os desafios são<br />

é eventualmente menores, por via da excelente parceria<br />

que tem com a iPortal<strong>mais</strong>, o que nos permite adaptar as<br />

nossas soluções às especifidades do mercado nacional <strong>mais</strong><br />

depressa que noutros mercados de maior dimensão.<br />

VE – Actualmente, e em Portugal, qual a área de<br />

negócio que <strong>mais</strong> contribui para o volume de negócio<br />

da Kaspersky<br />

OM – Actualmente, a Kaspersky em Portugal trabalha<br />

nos seguintes mercados: retail, PME e corporativo. Em<br />

percentagem sobre estes mercados, e respectivamente, temos<br />

30%, 60% e 10%. Portanto, o mercado <strong>das</strong> grandes<br />

<strong>empresas</strong> é aquele onde temos a menor presença. O que<br />

nos parece normal, porque as grandes <strong>empresas</strong> têm uma<br />

maior inércia à mudança. Mas a enorme presença e reconhecimento<br />

nos mercados do retalho e PME estão-nos a<br />

abrir excelentes portas na grandes <strong>empresas</strong> também, onde<br />

a adopção da nossa tecnologia na Brisa é bem exemplo<br />

disso.<br />

VE – Hoje, a área de serviços representa que percentagem<br />

do negócio E quanto esperam vir a representar<br />

nos próximos dois anos<br />

OM – As soluções de segurança da Kaspersky têm uma<br />

componente considerável de serviços, mas que estão incluídos<br />

no valor do software e <strong>das</strong> suas renovações. Quando<br />

se fala de serviços de apoio e suporte às soluções instala<strong>das</strong>,<br />

esses serviços têm sido superiormente prestados pela<br />

iPortalMais, que tem vários engenheiros certificados nas<br />

nossas tecnologias.<br />

VE – Ainda se verifica alguma apatia no ciclo de<br />

decisão do investimento por parte <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

Ou este ciclo já está <strong>mais</strong> curto<br />

OM – O ciclo de decisão dos investimentos está directamente<br />

ligado à noção de risco, e hoje este é, infelizmente<br />

para a maioria <strong>das</strong> <strong>empresas</strong>, muito alto, pelo que as decisões<br />

são toma<strong>das</strong> rapidamente. Sobretudo no caso da Kaspersky,<br />

que trabalha no nicho <strong>das</strong> soluções de segurança<br />

de alto desempenho. Quando somos chamados, é porque<br />

já há um histórico de problemas sem solução. E, portanto,<br />

para a empresa em risco é fácil decidir o investimento nas<br />

nossas tecnologias. Devo dizer que só recentemente as nossas<br />

tecnologias começam a aparecer como primeira opção,<br />

pois até agora só éramos chamados depois de a empresa já<br />

estar “em chamas”.<br />

VE – Como correu o último ano em termos de<br />

prestação financeira O que esperam para o corrente<br />

ano<br />

OM – O último ano foi fabuloso, pois fomos a empresa<br />

de segurança que <strong>mais</strong> cresceu a nível mundial, crescemos<br />

100%, e em Portugal o resultado ainda foi melhor, pois crescemos<br />

120% devido ao trabalho fantástico da iPortalMais.<br />

Temos como objectivo continuar a crescer com três dígitos,<br />

e pensamos que, a ver pelos resultados actuais, isso<br />

será certamente alcançado.<br />

VE – Quais as principais linhas estratégicas para<br />

2008<br />

OM – As principais linhas estratégicas passam por desenvolver<br />

<strong>mais</strong> ainda o mercado de retalho, que potencia<br />

um crescimento elevado nos mercados <strong>das</strong> PME e corporativo.<br />

E é precisamente no segmento corporativo que queremos<br />

reforçar a nossa presença, porque já merecemos esse<br />

reconhecimento há imenso tempo.<br />

VE – O mercado português tem alguma especificidade<br />

OM – Como disse anteriormente, à excepção do facto<br />

de estar um pouco menos exposto que os países europeus<br />

<strong>mais</strong> ricos, não encontramos aqui em Portugal grandes diferenças.<br />

Aliás, Portugal, não sendo um país ainda com a<br />

pujança económica dos outros países do centro da Europa,<br />

denota uma capacidade e entendimento <strong>das</strong> tecnologias de<br />

segurança superior a outros países europeus. Não é por<br />

acaso que nasce aqui em Portugal um dos produtos que<br />

melhor integra as nossas soluções de segurança, como é o<br />

caso notável da IPBrick.<br />

VE – Qual o cliente tipo da Kaspersky no nosso<br />

país<br />

OM – O cliente tipo da Kaspersky ainda é hoje em<br />

Portugal a PME. Não temos nenhum sector de actividade<br />

particular. Aliás, <strong>mais</strong> do que PME, será preferível falar de<br />

organizações e ou instituições com menos de 200 pessoas.<br />

Mas isso reflecte-se também porque o país é pequeno, portanto<br />

quando falamos de 200 pessoas em Portugal estamos<br />

a falar rapidamente de 2000 na Alemanha ou <strong>mais</strong>.<br />

passos que uma pequena e média empresa<br />

deve dar para se proteger<br />

Para se proteger uma empresa, devem-se considerar<br />

obrigatoriamente os seguintes níveis de protecção:<br />

* antivírus e firewall pessoal nas estações de trabalho<br />

(cada vez <strong>mais</strong> é dificil de dizer onde anda uma<br />

estação de trabalho, se for um portátil tanto pode<br />

estar dentro como fora, portanto a firewall pessoal<br />

tornou-se indispensável dentro da empresa);<br />

* antivírus e anti-spam nos servidores;<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

* protecção perimetral com servidor de comunicações<br />

(essencial para evitar comunicações directas<br />

para a Internet <strong>das</strong> estações de trabalho internas);<br />

* firewalls para impedir acessos indesejados de pessoas<br />

externas à empresa;<br />

* VPN para protecção dos acessos a informação<br />

interna dos funcionários deslocados (road warriors).


quinta-feira, 24 Abril de 2008 telecomunicações 25<br />

Xavier Rodriguez-Martin, presidente do operador, fala de uma quota de 20%<br />

no segmento empresarial<br />

Oni acredita que vai<br />

chegar aos resultados<br />

positivos antes do previsto<br />

O tom é de confiança. Xavier Rodriguez-Martin, presidente da Oni, que tivemos a<br />

oportunidade de entrevistar, recentemente, reafirma que o operador vai conseguir chegar<br />

aos resultados positivos e isto, provavelmente, antes do tempo previsto, ou seja, finais do<br />

primeiro semestre deste ano.<br />

Xavier Rodriguez-Martin fala de um projecto de longo prazo que conseguiu, já no seu<br />

segmento de eleição, as <strong>empresas</strong>, atingir uma quota de 20%. Tal como outros, ainda que<br />

noutras áreas, também a Oni puxa deste valor para se afirmar líder entre os alternativos<br />

no mercado empresarial. Quanto ao país e à sua posição relativa na Europa, o presidente<br />

da Oni defende que temos de ambicionar estar entre os três primeiros.<br />

<strong>Vida</strong> Económica – Atingir resultados líquidos positivos<br />

na segunda metade de 2008 foi apresentado, há<br />

algum tempo atrás, como um dos principais objectivos<br />

da Oni. Um projecto que se mantém<br />

Xavier Rodriguez-Martin – Em relação a esse assunto,<br />

devo dizer que é grande a minha confiança. Acredito que<br />

venhamos ainda este ano a atingir resultados positivos. Na<br />

apresentação do nosso plano estratégico, fizemos algumas<br />

promessas, sendo que uma delas estava, precisamente, relacionada<br />

com os resultados. Espero que, já no próximo mês<br />

de Julho, sejamos capazes de dar provas muito concretas em<br />

relação à nossa capacidade de gerar resultados positivos. E<br />

isto, provavelmente, com algum avanço no tempo em relação<br />

à expectativa que tínhamos <strong>cria</strong>do.<br />

Assim sendo, posso afirmar que esse objectivo não só se<br />

mantém como se reafirma e potencia. É para nós fundamental<br />

a obtenção de resultados positivos. Uma empresa<br />

que atinge este patamar é uma empresa com vontade de<br />

perdurar. E digo isto porque, tipicamente, <strong>empresas</strong> como<br />

a nossa, com investidores financeiros, nunca se preocupam<br />

com resultados positivos, estando <strong>mais</strong> atentas a questões<br />

como o EBITDA. O facto de a obtenção<br />

de resultados positivos ser um objectivo<br />

fundamental e fundacional para nós, Oni<br />

Communications, mostra algo de muito<br />

importante: a vontade que temos de construir<br />

um projecto de longo prazo, de muito<br />

longo prazo.<br />

“O mundo<br />

dos operadores<br />

é um mundo<br />

de discurso<br />

inflacionado”<br />

VE – A concorrência neste sector é<br />

muito forte. Estamos num mercado<br />

cada vez <strong>mais</strong> competitivo que afecta<br />

a condução da Oni ou o seu projecto é<br />

tão diferenciador que passa um pouco<br />

à margem destas questões<br />

XRM – A Oni nunca foi tão amiga dos restantes operadores<br />

como agora e qual a razão O facto de sermos muito<br />

menos concorrentes. Quando a Oni tinha a aspiração de ser<br />

relevante em todos os segmentos de mercado, acabava por se<br />

encontrar com todos os operadores. Ou seja, no residencial<br />

com a Sonaecom e Tele2, no segmento <strong>das</strong> PME com a PT<br />

Prime, no corporate com a PT.<br />

VE – Foi obrigada a mudar de estratégia<br />

XRM – Há uma lei universal do marketing que diz que<br />

mercados maduros tendem a segmentar. Ora, durante muitos<br />

anos, nós pensamos que as telecomunicações eram diferentes.<br />

Uma ideia que acabou por se mostrar errada com o<br />

tempo. Este mercado está, hoje, <strong>mais</strong> amadurecido, tendo a<br />

Oni reconhecido, com humildade, que era melhor no segmento<br />

empresarial do que no residencial. Tivemos a coragem<br />

de reconhecer isto e, por consequência, focarmo-nos<br />

naquilo que, efectivamente, nos pode diferenciar. Como já<br />

referi, o mercado <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> e dos operadores.<br />

Protagonizámos esta mudança há um ano e meio e, no momento,<br />

sentimos que temos, nomeadamente na área <strong>das</strong> grandes<br />

<strong>empresas</strong>, apenas um concorrente: a PT. Em 80% dos projectos,<br />

o nosso grande concorrente é a Portugal Telecom.<br />

Para concluir, gostaria, somente, de reforçar a seguinte<br />

ideia: a de que o nível concorrencial é, hoje, para a Oni muito<br />

menor do que já foi no passado. O mesmo não se pode<br />

dizer de um segmento donde já saímos, o residencial. Aqui,<br />

a concorrência é, particularmente, agressiva, nomeadamente<br />

com a separação da PT Multimédia da PT a que se devem<br />

juntar as ambições da Vodafone de entrar no fixo. Estamos<br />

perante dinâmicas que nunca foram tão intensas.<br />

VE – Há pouco já falou nos clientes da Oni. Eu pergunto:<br />

as grandes <strong>empresas</strong>, a administração pública<br />

não serão um mercado demasiado limitado, restrito<br />

XRM – Se esse mercado for olhado, apenas, sob a perspectiva<br />

dos serviços tradicionais de telecomunicações, a resposta<br />

à sua pergunta terá que ser positiva. Mas a verdade é<br />

que o negócio da Oni não passa, apenas, por vender minutos,<br />

acesso à internet ou serviços de vídeo, não, isso é conectividade.<br />

O modelo da Oni é algo <strong>mais</strong>, é aquilo a que nós<br />

chamamos modelo de operador, integrador. Cada vez <strong>mais</strong><br />

nós vendemos aos nossos clientes soluções.<br />

E soluções que, de uma forma crescente, trazem associa<strong>das</strong><br />

a si determinados serviços. Estou, no nosso caso, a falar da<br />

segurança, da gestão de infra-estruturas ou do outsourcing.<br />

Afinal, estas soluções representam já 20% da nossa receita.<br />

Posto isto, surge a pergunta: como é que conseguimos fazer<br />

esta evolução E de uma forma <strong>mais</strong> rápida do que os outros<br />

operadores Pelo facto de sermos, sobretudo um operador<br />

de dados. Só para ter uma ideia e, voltando<br />

a falar de receitas, lembro que 2/3 estão<br />

relacionados com os dados e os serviços e,<br />

apenas, 1/3 está ligado à voz. Algo que nos<br />

leva a estar, relativamente confortáveis com<br />

esta convergência entre o fixo e o móvel.<br />

Para a Oni, a transformação natural do<br />

negócio de voz fixo em negócio de voz móvel<br />

não tem a importância que lhe é atribuída<br />

por outros operadores. Afinal, estamos<br />

a falar de uma parte relativamente pequena<br />

<strong>das</strong> receitas e, além disto, muito inferior à<br />

de outras <strong>empresas</strong> do mesmo sector.<br />

VE – A Apritel vem, muitas vezes, a público denunciar<br />

o atraso português em termos de banda larga. O<br />

Governo podia fazer <strong>mais</strong><br />

XRM – O Governo pode sempre fazer <strong>mais</strong>. Portugal arrancou<br />

de um lugar, digamos, de desvantagem e não tem<br />

conseguido recuperar.<br />

De qualquer modo, neste tipo de questões, todos têm um<br />

pouco de razão. A verdade é que a indústria, as nossas <strong>empresas</strong>,<br />

o país, no seu conjunto, não podem conformar-se com a<br />

média, gerir-se pela média, até porque nós não estamos neste<br />

patamar. Se Portugal quiser, de facto, atingir aquilo que reclama<br />

para si em termos de PIB, de inovação, de desenvolvimento,<br />

terá que ter a ambição de estar, a um nível europeu, entre os três<br />

primeiros. Portugal não se pode conformar com crescimentos<br />

médios ou, a um nível regulatório, por ter preços de terminação<br />

que são a média da Europa. Só com ambição, será possível<br />

compensar os atrasos históricos nas variáveis que se afiguram<br />

como fundamentais, como é o caso da velocidade de penetração<br />

da banda larga. Portugal não pode conformar-se com<br />

números suficientemente bons, tem que ser, a todos os níveis,<br />

um país ambicioso: em velocidade de mudança, em práticas<br />

regulatórias, em penetração da banda larga. Portugal tem que<br />

ambicionar, como já referi, estar entre os três primeiros.<br />

VE – Como é que vê o Plano Tecnológico Na sua<br />

opinião, este tem algum tipo de influência no sector<br />

<strong>das</strong> telecomunicações<br />

XRM – Não, é muito importante, é muito importante.<br />

De qualquer modo, <strong>mais</strong> importante do que falar é dar o<br />

“Não queremos ser os maiores, queremos ser os melhores”, destaca Xavier Rodriguez-Martin,<br />

presidente da Oni.<br />

exemplo, ilustrar com o exemplo. Há, de facto, vontade de<br />

fazer coisas, existindo depois algumas dificuldades na sua<br />

execução. Ainda se nota por parte <strong>das</strong> estruturas alguma<br />

inércia e falta de agilidade. Não nos podemos esquecer que a<br />

adopção <strong>das</strong> melhores práticas de contratação de telecomunicações<br />

no sector da administração pública poderia poupar<br />

ao país nada <strong>mais</strong> nada menos do que 80 milhões de euros.<br />

Não faz sentido nenhum que a Oni, que é o líder, entre os<br />

novos operadores, no segmento “corporate” – temos 20% de<br />

quota de mercado, aliás, um valor que nenhum outro operador<br />

europeu conseguiu conquistar ao operador histórico -,<br />

tenha, apenas, uma quota de 3% ao nível da administração<br />

pública. Isto quando se sabe que o tipo de necessidades e de<br />

soluções de um ministério são exactamente as mesmas de<br />

um banco, de uma rede hospitalar.<br />

VE – Acaba de falar na quota de mercado da Oni.<br />

Uma questão sempre polémica com a PT a manter uma<br />

posição de predominância. Os novos operadores poderão<br />

algum dia falar de igual para igual com a PT Tem<br />

sido difícil roubar quota ao incumbente<br />

XRM – Sim, sem dúvida, em particular, em Portugal.<br />

VE – Os novos operadores dizem que são líderes em<br />

alguns nichos de mercado<br />

XRM – A liderança é algo de relativo. O mundo dos<br />

operadores é um mundo de discurso inflaccionado. É um<br />

mundo de grandes promessas. Nós queremos gerir a Oni<br />

Communications por objectivos e não por adjectivos.<br />

Mas há muito adjectivo: nós somos os maiores, nós somos<br />

os melhores, mas o que se verifica é que tudo depende do<br />

ângulo com que a realidade é analisada. No caso da Oni, os<br />

números são muito concretos: o mercado <strong>das</strong> telecomunicações<br />

fixas, em Portugal, vale perto de 2,7 mil milhões de euros.<br />

O mercado relevante para a Oni são os dois segmentos<br />

superiores da pirâmide, ou seja, o mercado dos operadores<br />

,que vale perto de 100 milhões, e o mercado <strong>das</strong> <strong>empresas</strong>,<br />

este próximo dos 500 milhões.<br />

Tudo somado, estamos a falar de um mercado de 600<br />

milhões de euros. Ora se o ano passado, a Oni conseguiu<br />

facturar 130 milhões – <strong>mais</strong> cerca de 20 milhões relativos<br />

ao residencial –, de um bolo total que vale os referidos 600<br />

milhões, isto quer dizer que atingimos, de facto, os 20% de<br />

quota. Nós não queremos ser os maiores, queremos ser os<br />

melhores. Não queremos fama, queremos prestígio.<br />

VE – E esses 20% poderão chegar até onde<br />

XRM – Sempre digo que nós temos 80% de quota para<br />

conquistar. E estou convicto que vamos conseguir conquistar<br />

quota de mercado.<br />

Temos um plano de crescimento, o qual inclui 18 iniciativas<br />

que, no entanto, se podem agrupar em duas ou três<br />

grandes linhas de acção. Uma delas passa, necessariamente,<br />

como já ficou demonstrado, pela conquista de quota de<br />

mercado, queremos fazer <strong>mais</strong> e melhor do que fizemos até<br />

ao momento. Mas não só. Além disto, queremos também<br />

chegar aos mercados adjacentes, queremos ser o tal operador/integrador<br />

que já referi, através dos chamados “managed<br />

services”. Aqui, estamos a falar de serviços que poderão,<br />

inclusive, ser prestados por outras <strong>empresas</strong> especializa<strong>das</strong><br />

na área. E, porque, de facto, estamos interessados em fomentar<br />

estas competências, não descartamos a possibilidade<br />

de, no futuro, vir a adquirir alguma destas organizações.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaecnomica.pt


26<br />

EMPRESAS FAMILIARES<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Devemos regular os negócios dos membros<br />

da família paralelos à empresa familiar<br />

Jesus e Francisco Negreira del Rio.<br />

Professores da Escuela de Negocios Caixanova<br />

Com a reflexão, aceitação e assinatura<br />

do Protocolo Familiar os membros de<br />

uma família empresária chegam a um<br />

acordo sobre como pretendem construir o<br />

seu futuro comum. Diferentes personalidades<br />

e sensibilidades unem-se na orientação<br />

dos seus esforços a partir <strong>das</strong> diferentes<br />

posições ocupa<strong>das</strong> por cada um: directores<br />

da empresa familiar, conselheiros,<br />

capital passivo não<br />

envolvido na gestão…<br />

No entanto, o tempo faz<br />

com que esta realidade evolua<br />

rumo a direcções em que<br />

nem sempre todos os membros<br />

do projecto comum se<br />

mantêm igualmente envolvidos.<br />

Vejamos alguns exemplos<br />

da situação referida:<br />

- Um membro da família<br />

administra o negócio com<br />

êxito mas acredita que os<br />

seus outros irmãos ou primos<br />

se estão a aproveitar<br />

dele: confunde os papéis<br />

de proprietário e director e<br />

acaba por pensar que tem<br />

direito a <strong>mais</strong> do que a sua parte do capital<br />

(“…se não fosse eu a empresa não valia<br />

nada, tenho direito a <strong>mais</strong>…”). É evidente<br />

que esta pessoa está errada, como director<br />

tem direito a uma remuneração pelo trabalho<br />

desenvolvido, e no limite poderia reclamar<br />

que essa remuneração não está em<br />

consonância com os resultados obtidos, mas<br />

a participação nos lucros deve estar limitada<br />

ao peso no capital.<br />

- Um membro da família com muita iniciativa<br />

empreendedora sente que está diante de<br />

valiosas oportunidade de crescimento. Todavia<br />

aqueles que ainda têm a capacidade de decidir<br />

não têm uma posição tão agressiva e comportam-se<br />

de forma <strong>mais</strong> conservadora preferindo<br />

não assumir riscos (por exemplo devido<br />

à idade ou a uma diferente aversão ao risco).<br />

O nosso protagonista sente que a oportunidade<br />

é importante e que a empresa precisa de<br />

crescer tal como a família, caso contrário terão<br />

problemas aquando da mudança de gerações<br />

e quando a propriedade se diluir…<br />

Poderíamos descrever uma variedade de<br />

situações nas quais se verificam distanciamentos<br />

<strong>das</strong> posições pessoais relativamente<br />

ao projecto comum. Independentemente da<br />

legitimidade e da “razão” que sustente esse<br />

distanciamento (no primeiro caso, o director<br />

em questão está totalmente errado, enquanto<br />

que a decepção do segundo personagem<br />

é bastante legitima), estamos perante situações<br />

que podem facilmente converter-se em<br />

graves problemas. O que aconteceria se um<br />

ou vários membros da família decidissem<br />

montar uma empresa que concorresse em<br />

termos de mercado com a empresa familiar<br />

Devemos regular este tipo de situações<br />

Acreditamos que sim, sendo importante<br />

anteciparmo-nos a estas situações que<br />

romperiam com a unidade da acção familiar.<br />

Não se deve em caso algum limitar a<br />

iniciativa individual, mas sim definir que<br />

actividades podem ser desenvolvi<strong>das</strong> livremente<br />

e quais estariam sujeitas aos critérios<br />

definidos no nosso Protocolo Familiar.<br />

A regulação habitual costuma contemplar<br />

que quem quiser desenvolver individualmente<br />

uma actividade empresarial paralelamente<br />

à família deva submeter a ideia,<br />

como uma espécie de filtro, ao Conselho de<br />

Administração ou do Conselho de Família,<br />

para avaliar se o novo negócio entra em conflito<br />

de interesses, actual ou potencial, com<br />

a actividade da empresa familiar.<br />

É muito importante que a família se preocupe<br />

com estas questões, tanto para limitar<br />

possíveis actuações negativas como para ter<br />

uma importante receptividade perante as diferentes<br />

abordagens intergeracionais que se<br />

verifiquem e que sem dúvida merecem ser<br />

resolvi<strong>das</strong>.<br />

Conjuntura económica<br />

não é obstáculo para a Logoplaste<br />

AIP apresenta propostas para dinamizar<br />

financiamento <strong>das</strong> pequenas <strong>empresas</strong><br />

“Portugal não é dos piores países, em<br />

termos burocráticos, para se trabalhar”,<br />

referiu Alexandre Relvas, CEO da Logoplaste,<br />

no almoço-debate organizado<br />

pela Associação Cristã de Empresários<br />

e Gestores (ACEGE) e subjugada ao<br />

tema “Responsabilidade Social <strong>das</strong> Empresas:<br />

A empresa e os stakeholders”.<br />

“Pode não ter o melhor, mas também<br />

não tem o pior enquadramento para se<br />

trabalhar, o que acontece é que os empresários<br />

portugueses queixam-se <strong>mais</strong><br />

do que se esforçam”, assevera o responsável<br />

da empresa portuguesa que é um<br />

“case-study”, não só a nível nacional<br />

como internacional, fruto do modelo<br />

de negócio que desenvolveu na área <strong>das</strong><br />

embalagens.<br />

Desde a sua internacionalização em<br />

1992, a Logoplaste cresce anualmente,<br />

em média, 18%. Uma internacionalização<br />

que se deveu não só à necessidade de<br />

expansão para um mercado maior e aumentar<br />

a capacidade competitiva através<br />

da escala mas também às oportunidades<br />

que surgiram com o Tratado de Maastricht<br />

e com a reorganização <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

europeias. “Em 10 anos duplicámos os<br />

valores em termos de crescimento, infra-estruturas<br />

e em número de activos”,<br />

referiu Alexandre Relvas, valores que se<br />

traduzem na duplicação do turnover<br />

e do EBITDA a cada quatro anos, um<br />

funcionário novo a cada cinco dias, uma<br />

nova fábrica a cada cinco meses e a entrada<br />

num novo país de ano a ano.<br />

Na opinião do responsável, “o sucesso<br />

da empresa está no conceito 360º que<br />

a empresa emprega nos<br />

seus procedimentos”, ou<br />

seja, o acompanhamento<br />

do produto ao longo<br />

do seu ciclo de vida, da<br />

sua concepção ao fabrico,<br />

algo que está passoa-passo<br />

com o inovador<br />

modelo de negócio na<br />

casa do cliente, que consiste<br />

na implementação<br />

de uma minifábrica nas<br />

instalações do último, o<br />

Trabalhadores<br />

são<br />

fundamentais<br />

e decisivos<br />

para um bom<br />

desempenho<br />

O financiamento é um dos maiores<br />

constrangimentos à <strong>cria</strong>ção e ao desenvolvimento<br />

de PME. A Associação<br />

Industrial Portuguesa (AIP) apresentou<br />

cinco propostas no sentido de ultrapassar<br />

as dificuldades que se colocam a este<br />

nível.<br />

A primeira proposta passa por desenvolver<br />

esforços junto da banca, para<br />

melhoria no acesso ao financiamento.<br />

O objectivo é garantir que o crédito a<br />

<strong>empresas</strong> chegue a 50% do crédito total,<br />

sendo que o crédito a <strong>empresas</strong> de<br />

pequena dimensão deverá alcançar, no<br />

próximo ano, cerca de 15% do crédito<br />

a <strong>empresas</strong> e abaixo dos seis milhões deverá<br />

representar 65% da totalidade. Outra<br />

proposta tem a ver com a <strong>cria</strong>ção <strong>das</strong><br />

condições necessárias para que os credores<br />

do estado possam realizar os seus<br />

créditos através de mecanismos nor<strong>mais</strong><br />

de mercado. Também pretende aquela<br />

associação proporcionar uma maior<br />

participação <strong>das</strong> PME no mercado de<br />

que lhes permite <strong>cria</strong>r produtos à medida<br />

<strong>das</strong> suas necessidades, reduzindo assim<br />

custos e maximizando a produtividade.<br />

No que se refere às relações com os<br />

“stakeholders”, o CEO da Logoplaste,<br />

aponta a garantia do futuro como objectivo<br />

da empresa. Para tal, aposta no crescimento,<br />

na rentabilidade e equilíbrio<br />

financeiro e na promoção de sinergias.<br />

Sobre as relações entre clientes e fornecedores,<br />

Alexandre Relvas ressalvou o<br />

novo quadro de referências <strong>das</strong> relações<br />

empresariais, referindo que as redes empresariais<br />

potenciam a capacidade de<br />

inovar, a velocidade de resposta, os níveis<br />

de qualidade, a flexibilidade e a redução<br />

de custos. No caso particular<br />

da Logoplaste,<br />

o responsável adiantou<br />

a nova estratégia da<br />

empresa no que se refere<br />

aos fornecedores.<br />

O alargamento dos<br />

prazos contratuais e a<br />

integração dos sistemas<br />

de informação, no<br />

sentido de existir uma<br />

melhor troca de informação<br />

entre a empresa<br />

e os seus fornecedores, foram duas <strong>das</strong><br />

medi<strong>das</strong> anuncia<strong>das</strong>, o que obrigou a<br />

Logoplaste a reduzir a base de fornecedores,<br />

no sentido de optimizar estes novos<br />

processos.<br />

Tiago Rocha<br />

redaccao@vidaeconomica.pt<br />

compras públicas, por via de medi<strong>das</strong><br />

de discriminação positiva positiva deste<br />

tipo de <strong>empresas</strong>. Defende a melhoria e<br />

a dinamização da utilização do capital de<br />

risco nas suas várias vertentes, para aumentar<br />

a capacidade de investimento de<br />

muitas PME e compensar certas “falhas<br />

de mercado”. Para além do reforço e da<br />

dinamização da actividade de garantia<br />

mútua, enquanto forma de ultrapassar a<br />

vulnerabilidade de muitas PME, face à<br />

prestação de garantias colaterais.<br />

Consultório da empresa familiar<br />

Quem deve participar na elaboração de um protocolo<br />

familiar Podemos excluir algumas pessoas da<br />

família (irmãos, cônjuges ou filhos) com os quais o<br />

relacionamento não é muito favorável<br />

Esta questão é muito pertinente e delicada. Para<br />

responder adequadamente, necessitaríamos de<br />

possuir <strong>mais</strong> pormenores sobre que tipo de ligação<br />

familiar existe com essas pessoas e se elas estão a<br />

trabalhar na empresa familiar. No entanto, vamos<br />

tentar responder sobre os aspectos <strong>mais</strong> significativos<br />

ligados à particularidade referida de excluir pessoas<br />

da família.<br />

Tenha-se presente que os principais objectivos de<br />

um protocolo familiar estão ligados à manutenção<br />

da empresa, propriedade e até mesmo a gestão,<br />

em mãos da família, e a estabelecer o modelo de<br />

relacionamento da família com a empresa.<br />

O protocolo não é um documento que se imponha,<br />

mas antes um processo de trabalho que permite a<br />

análise, discussão e elaboração de um documento<br />

que congrega os consensos relativos às posições da<br />

família sobre a trilogia empresa-família-propriedade,<br />

e to<strong>das</strong> as combinações possíveis de sobreposição<br />

destas componentes, com o objectivo último de<br />

manter a família unida.<br />

Na situação que nos apresenta, já se está a partir do<br />

princípio que se pretende excluir algumas pessoas<br />

da família deste processo, o que naturalmente<br />

subverte todo o espírito do mesmo e, contrariamente<br />

ao objectivo, poderá vir a transformar-se num<br />

foco de problemas. Como podemos pretender que<br />

essas pessoas aceitem decisões, toma<strong>das</strong> de forma<br />

unilateral, que as afectam directamente ou aos<br />

seus filhos (exemplo: os cônjuges não podem ter<br />

participação ou trabalhar em qualquer entidade que<br />

seja concorrente dos negócios da família – se não<br />

sabem da sua existência nem foram ouvi<strong>das</strong> sobre<br />

esta matéria, como é que a vão acatar)<br />

Se decidir desencadear o processo de elaboração<br />

do protocolo familiar, deve recorrer a uma empresa<br />

externa especializada nesta matéria e alertar os<br />

consultores para as particularidades que considera<br />

relevantes e que justificam esta sua actual dúvida.<br />

Percebemos que por trás da sua questão estarão<br />

obviamente razões muito próprias e pessoais, mas o<br />

que a experiência nos diz é que é melhor enfrentar<br />

de caras os problemas e encontrar uma solução para<br />

eles, do que ocultá-los e esperar que rebentem numa<br />

qualquer altura muito <strong>mais</strong> inoportuna.<br />

Envie-nos as suas questões para<br />

consultorio@efconsulting.es<br />

Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares<br />

e elaboração de Protocolos Familiares<br />

www.efconsulting.es<br />

Santiago Compostela – Valencia – Porto<br />

efconsulting@efconsulting.es


quinta-feira, 24 Abril de 2008 27<br />

A Sanagol quer afastar<br />

Fernando Gomes da Galp,<br />

mas o socialista conta com o<br />

apoio de Américo Amorim<br />

& Ócio<br />

Negócios<br />

Na família Amorim desponta<br />

um novo talento, André,<br />

que se tornou administrador<br />

da Corticeira<br />

Modelo N<br />

Na linha do serviço público que orienta esta secção e<br />

procurando ajudar os jovens e incautos leitores que sejam<br />

vítimas daquelas ameaças que o Fisco desde há três<br />

anos começou a fazer aos recém-casados, aqui adaptamos<br />

o novo modelo N. É O formulário que o casal<br />

deve preencher e devolver às Finanças. O modelo é<br />

uma adaptação do original, <strong>cria</strong>do por um casal exemplar<br />

do Portugal moderno, Julieta e Manuel Chibo. Eis<br />

a declaração:<br />

No nosso casamento, que se realizou (indicar a data)<br />

estiveram presentes 120 convidados: 89 adultos, 9<br />

<strong>cria</strong>nças e 2 bebés de colo. A festa teve lugar na quinta<br />

(indicar o local) do meu padrinho Luís M. que me<br />

presenteou com a boda – as cópias dos talões do talho,<br />

mercearia, peixaria e confeitaria seguem em anexo.<br />

A tia Alzira, que é costureira, fez o vestido da noiva<br />

e não cobrou nadinha, mas gastámos 60 J em tecidos,<br />

34,5 J nas ren<strong>das</strong> e bordados e 18,75 J em<br />

linhas, botões e alfinetes. As meias e as ligas ficaram<br />

por 35 J, conforme recibos que seguem em anexo.<br />

O noivo usou o fato da comunhão solene, adaptado<br />

com mestria pela tia Alzira, que não cobrou nada.<br />

O irmão do noivo foi o fotógrafo de serviço. To<strong>das</strong> as<br />

fotografias foram envia<strong>das</strong> aos convidados por e-mail,<br />

que imprimirão as que entenderem por sua conta. Não<br />

foi alugada qualquer viatura. O casal usou a charrete do<br />

Sr. José M., que nos conhece desde o berço.<br />

As flores foram to<strong>das</strong> do jardim da avó Margarida e<br />

da prima Mariana F. que fez os arranjos e não cobrou<br />

nada. Segue uma foto do jardim referido.<br />

A animação da festa esteve a cargo de uns primos<br />

afastados, que têm uma banda – os ‘Sempr’Abrir’, que<br />

merecem ter sucesso. Fica desde já a sugestão a Vossas<br />

Excelências para bo<strong>das</strong> ou festas que organizem.<br />

Tementes a Deus e ao Fisco, cumpridores zelosos da<br />

lei, rejeitámos to<strong>das</strong> as pren<strong>das</strong> que nos pretendiam<br />

oferecer – nenhuma delas vinha acompanhada dos recibos.<br />

Homens & mulheres<br />

Estava estabelecido que por detrás de um grande<br />

homem estava sempre uma grande mulher. Mas os<br />

casos recentes forçam a revisão deste aforismo. É que<br />

por detrás de grandes que<strong>das</strong> de políticos ou gestores<br />

está sempre uma mulher.<br />

Bill Clinton, apesar de tudo, escapou quase incólume<br />

ao furacão Lewinsky. Sofreu com o escândalo<br />

mas manteve-se no cargo. O mesmo não se pode<br />

dizer do ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros,<br />

que foi obrigado a demitir-se por ter enviado<br />

mensagens pouco inocentes para o telemóvel de um<br />

“stripper” que actuara na sua festa de anos. A artista<br />

vendeu algumas <strong>das</strong> mensagens a uma revista e foi<br />

tiro e queda. O ministro ainda alegou que as mensagens<br />

eram para adultos, mas nada “hard core”. Não<br />

resistiu ao escândalo. O facto de ser casado, mesmo<br />

numa terra de mentes abertas como a Finlândia, não<br />

ajudou.<br />

Antes dele, o popular governador de Nova Iorque<br />

Eliot Spitzer caiu em desgraça por motivos idênticos.<br />

Ele era o cliente nº 9 de uma rede de prostituição da<br />

alta roda. Foi apanhado numa armadilha, depois de<br />

O QUE SE DIZ<br />

uma escuta telefónica. Mas nem só os políticos sofrem<br />

às mãos <strong>das</strong> mulheres. O caso de Paul Wolfowitz, expesidente<br />

do Banco Mundial (BM) é elucidativo.<br />

Não houve “strippers” nem redes de prostituição.<br />

Quando foi convidado a presidir ao BM, Wolfowitz<br />

revelou ao Conselho do banco que mantinha um caso<br />

amoroso com a responsável de um departamento interno.<br />

Foi então informado que era contra a política<br />

do BM que funcionários supervisionassem esposas ou<br />

namora<strong>das</strong>.<br />

O presidente acatou as regras, mas foi rápido a contorná-las,<br />

comos se fosse português.. A sua namorada<br />

foi promovida e transferida, deixando de estar na sua<br />

dependência directa. Mas o seu salário continuava a<br />

ser pago pelo BM.<br />

Além disso, beneficiou de um aumento anual de 31<br />

mil euros. Passou a ganhar 115 mil euros – nos Estados<br />

Unidos é dinheiro, para os gestores portuguese,s<br />

é que nem por isso. Um ano depois, voltou a ser aumentada,<br />

batendo no plano salarial Condoleezza Rice.<br />

Quando o caso se tornou público, virou escândalo. E<br />

Paul Wolfowitz renunciou.<br />

Dois Alípios<br />

O episódio tem um ano, situa-se na ressaca da compra pela<br />

família Monte da metade que os accionistas da Adriano detinham<br />

na construtora que resultara da fusão.<br />

Na altura, a sua oferta foi muito superior ao do núcleo concorrente,<br />

apesar de o valor se aproximar <strong>das</strong> avaliações que,<br />

aquando da fusão, os bancos de investimento tinham antecipado<br />

para o novo grupo. Mas, a verdade é que a família Monte<br />

ficaria na mesma com a empresa se apresentasse um valor 20<br />

ou 30 por cento inferior aos 80 milhões que pagou pela metade<br />

que não possuía.<br />

Comenta-se no mercado que Manuel Monte, o patriarca da<br />

família, se queixava da imprudência de dois Alípios, a quem<br />

atribuía a culpa pelo valor pago, Um deles era o seu próprio<br />

irmão, que comandou a operação. O outro era o administrador<br />

do BCP, Alípio Dias. É que o “adviser” e financiador fora<br />

precisamente o BCP, que aconselhou a apresentar a tal proposta.<br />

Na mesma altura, um dos quadros da Adriano com uma<br />

pequena participação desabafava a um seu amigo que ficara<br />

desempregado mas… milionário.<br />

Agora que a Soares da Costa cobiça a Monte Adriano, que<br />

valor estará disposta a pagar Para o BCP, é só uma questão de<br />

transferir o financiamento.<br />

O único diário de economia gratuito,<br />

o Oje, suscita cobiça, a avaliar pelos<br />

rumores que circulam no mercado.<br />

Agora, diz-se que a Sonae.com está a<br />

negociar a compra da publicação. Já<br />

Fernando Gomes<br />

Oje Cobiçado<br />

Circula no mercado que os angolanos<br />

querem substituir o socialista Fernando<br />

Gomes na administração da Galp Energia.<br />

Gomes, que detém o pelouro internacional,<br />

entrou na gestão na quota do<br />

Estado, ainda antes da venda da maioria<br />

do capital à dupla Amorim/Sonangol.<br />

Fez uma excelente gestão de imagem e<br />

silêncio, não se envolveu em polémicas e<br />

conseguiu até convencer Américo Amorim<br />

dos seus méritos. A dúvida que fica é<br />

se Amorim vai segurar Gomes e reconduzi-lo<br />

na administração ou ceder aos angolanos.<br />

Amorim nunca foi ingrato para os<br />

amigos, mas, neste caso, fala-se também<br />

da sua vontade de indicar para a petrolífera<br />

um jovem quadro que já trabalha<br />

consigo e que, por sinal, foi secretário de<br />

Estado de um Governo socialista.<br />

se falara no interesse da Cofina, agora<br />

entra em cena a Sonae, que depois<br />

da parceria com “A Bola” no semanário<br />

Sexta, parece seduzida pelo segmento<br />

dos gratuitos.<br />

A nova equipa de gestão da Corticeira<br />

Amorim, liderado por António Rios<br />

Amorim, tem algumas novidades que<br />

devem ser regista<strong>das</strong>.<br />

A maior de to<strong>das</strong> será a entrada de<br />

uma nova estrela da família. André de<br />

Castro Amorim é um dos muitos sobrinhos<br />

de Américo, mas que revela um<br />

talento especial. Já subiu a administrador<br />

da holding corticeira.<br />

Outra novidade é a promoção a vicepresidente<br />

de um executivo com larga<br />

experiência, mas exterior à família<br />

– Jorge Santos. Além de Luísa (filha) e<br />

Têm causado estranheza na AEP as<br />

recentes entrevistas do futuro presidente<br />

da casa, José António Barros. Ainda nem<br />

sequer foi eleito e desdobra-se em declarações<br />

para marcar posição. Nas entrelinhas,<br />

deixa perceber que abrirá guerra a<br />

Couto dos Santos, o actual vice-presidente<br />

executivo. É claro que não será agradável<br />

à direcção da AEP ir negociar com<br />

um ministro um qualquer favor e, dias<br />

Corticeira<br />

Couto na mira<br />

Nuno Barroca (genro), Américo Amorim<br />

surge representado por um seu fiel<br />

de longa data – José da Silva Carvalho<br />

Neto.<br />

depois, ter na televisão Couto dos Santos,<br />

em nome do PSD, a criticar o Governo.<br />

Mas não valerá a pena, antes do tempo,<br />

comprar uma guerra com o braço-direito<br />

do engenheiro Ludgero. Aparentemente,<br />

a primeira surpresa de Barros foi saber que<br />

Couto dos Santos tinha vínculo à AEP<br />

(sem depender do mandato de Ludgero)<br />

e um salário de futebolista. A indemnização,<br />

assim, vai ficar muito cara...


28<br />

ócio e negócios<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Gonçalo Malheiro denuncia fraquezas<br />

da arbitragem judicial<br />

Com a chancela do grupo editorial <strong>Vida</strong><br />

Económica, foi lançado em Lisboa o livro<br />

“Os Poderes Concorrenciais – dos Tribunais<br />

Arbitrais e dos Tribunais Comuns<br />

para o decretamento de providências cautelares”,<br />

da autoria de Gonçalo Malheiro.<br />

A apresentação esteve a cargo de Luís Filipe<br />

Carvalho e encheu o auditório da ABBC<br />

– Azevedo Neves, Benjamin Mendes, Bessa<br />

Monteiro, Cardigos & Associados.<br />

No livro, Gonçalo Malheiro traça a posição<br />

actual da arbitragem em termos internacionais,<br />

reflectindo sobre as vantagens<br />

e desvantagens em recorrer à arbitragem.<br />

Concretizando depois o caso português,<br />

o autor denuncia uma lei omissa, a falta<br />

de jurisprudência de admissibilidade de<br />

providências cautelares e a ausência de<br />

doutrina relevante nesta matéria. “A obra<br />

apresenta a arbitragem como figura ainda<br />

enfraquecida e desprotegida no sistema jurídico<br />

português. Falta eficácia na decisão,<br />

o seu custo é elevado e a probabilidade de<br />

não acordo contribuem para este enfraquecimento”,<br />

acrescenta ainda Luís Filipe<br />

Carvalho. O advogado alega que “é moda<br />

falar de meios alternativos aos tribunais,<br />

até porque vivemos num tempo em que os<br />

tribunais comuns não conseguem responder<br />

à elevada procura, muitas vezes com<br />

Gonçalo Malheiro, autor do livro “Os Poderes Concorrenciais”.<br />

acções de massa”. Para Luís Filipe Carvalho,<br />

as consequências deste fenómeno são<br />

já senti<strong>das</strong> na meio jurídico: “para afastar a<br />

procura a justiça tem-se tornado cada vez<br />

<strong>mais</strong> cara e como há muita procura a justiça<br />

está também muito lenta”.<br />

Gonçalo Malheiro assume na obra a<br />

posição de que “o tribunal arbitral pode<br />

decretar providências cautelares, excepto<br />

quando está implícito o exercício do poder<br />

da autoridade, como acontece no caso<br />

do arresto”. Referindo-se concretamente às<br />

providências cautelares, o autor sublinha<br />

que “já era tempo de os tribunais apreciarem<br />

esta questão” e lança o repto a toda a<br />

classe causídica: “todos temos um trabalho<br />

de incentivo, para fazer com que a arbitragem<br />

seja uma meio cada vez <strong>mais</strong> utilizado”.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

Gonçalo Malheiro na sessão de autógrafos no lançamento do livro “Os Poderes Concorrenciais”.<br />

“A obra apresenta a arbitragem como figura ainda enfraquecida e desprotegida no sistema jurídico português.”<br />

Colegas e amigos de Gonçalo Malheiro assistiram ao lançamento da sua primeira obra.<br />

Luís Filipe Carvalho apresentou a obra no auditório da ABBC.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 29<br />

Perto de 75 milhões foram<br />

cobrados desde o início<br />

do ano<br />

Fiscalidade<br />

Lista dos devedores<br />

regista um total de 9121<br />

contribuintes<br />

Fisco actualiza lista<br />

de devedores e altera<br />

critérios de selecção<br />

A Direcção-Geral dos Impostos<br />

actualizou a lista de devedores e<br />

alterou os critérios de selecção. Foram<br />

adicionados <strong>mais</strong> 1145 contribuintes<br />

em falta, passando para um<br />

total de 9121 devedores. O valor<br />

mínimo dos escalões sofreu alterações<br />

e foi alrado o leque de devedores<br />

em termos temporais. Entretanto,<br />

o Governo decidiu prorrogar o<br />

prazo de apresentação dos requerimentos<br />

para a lista dos credores do<br />

Estado.<br />

Quanto à lista de devedores, a actualização<br />

resulta da conclusão de<br />

procedimentos vadministrativos. Insiste<br />

a DGCI que todos os devedores<br />

são contactados, pelos menos, três<br />

vezes para regularizarem a sua situação<br />

tributária antes da respectiva<br />

publicitação. A decisão de publicitação<br />

é proposta pelos chefes de Finanças<br />

e confirmada pelos directores<br />

regionais. Posteriormente, é validada<br />

pelos serviços centrais da DGCI.<br />

A partir de Abril serão abrangidos,<br />

no procedimento de publicitação,<br />

todos os processos com citação pessoal<br />

instaurados até 30 de Junho de<br />

2007, quando até agora eram apenas<br />

abrangidos aqueles instaurados até<br />

final do ano de 2006.<br />

O valor mínimo dos escalões foi<br />

alterado, passando de dez mil euros<br />

para 7500 para pessoas singulares e<br />

de 20 mil para 10 mil euros para as<br />

colectivas. Cerca de 15 mil devedores<br />

passam a ser abrangidos por esta<br />

via, sendo que os mesmos já estarão a<br />

ser avisados para regularizarem a sua<br />

situação fiscal. De notar que a publicitação<br />

desta lista, segundo o fisco,<br />

já possibilitou que fossem cobrados<br />

aos devedores cerca de 375 milhões<br />

de euros. Perto de 75 milhões foram<br />

cobrados desde o início do ano. O<br />

número de pessoas singulares é perto<br />

do dobro do de pessoas colectivas.<br />

O que também se ficará a dever ao<br />

facto de muitas pessoas singulares<br />

serem administradores e gerentes de<br />

pessoas colectivas, tendo sido responsabilizados<br />

pelo pagamento <strong>das</strong><br />

dívi<strong>das</strong> destas.<br />

Prorrogado prazo de<br />

requerimentos para lista de<br />

credores do Estado<br />

Considera o fisco que a publicitação<br />

da lista de devedores tem sido<br />

um importante instrumento de indução<br />

ao pagamento <strong>das</strong> dívi<strong>das</strong>, de<br />

acordo com o valores apresentados<br />

anteriormente. Mas a situação parece<br />

não ser a mesma quando se trata<br />

do processo inverso, isto é, quando<br />

é o Estado a dever aos seus fornecedores.<br />

A <strong>mais</strong> recente medida, nesta<br />

área, suscitou de imediato críticas<br />

por parte dos agentes económicos.<br />

Não são poucos aqueles que estão<br />

em grandes dificuldades financeiras<br />

pelo facto de o Estado não cumprir<br />

prazos e deveres.<br />

Acontece que o Ministério <strong>das</strong> Finanças<br />

decidiu prorrogar, até dia 30<br />

de Maio o prazo de apresentação dos<br />

requerimentos para inclusão de dívi<strong>das</strong><br />

na lista dos credores do Estado.<br />

O prazo inicialmente fixado para a<br />

dita apresentação era 15 de Abril. A<br />

DGCI emitiu um comunicado com<br />

a justificação para esta decisão.<br />

Assim, o fisco concluiu que o carácter<br />

inovador da iniciativa e as<br />

dúvi<strong>das</strong> surgi<strong>das</strong>, relativamente ao<br />

modo de apresentação dos requerimentos,<br />

obriga a uma prorrogação<br />

do prazo. Com base em questões<br />

sobre esta matéria, que foram sendo<br />

coloca<strong>das</strong> com o decorrer do tempo,<br />

foi actualizada no site www.sgmf.pt<br />

a informação disponível em “questões<br />

<strong>mais</strong> frequentes”, que contém<br />

agora um conjunto <strong>mais</strong> abrangente<br />

de esclarecimentos. No mesmo site<br />

também estão disponíveis o formulário<br />

de preenchimento online, o<br />

requerimento para download e as<br />

respectivas instruções de preenchimento.<br />

PRÁTICA FISCAL<br />

IMT – incidência<br />

Uma sociedade minha<br />

cliente adquiriu à Câmara<br />

Municipal de Castelo<br />

Branco, em 1988, um<br />

lote de terreno na área de<br />

localização empresarial,<br />

tendo pago na altura a<br />

SISA respectiva.<br />

Agora, em 2007, passados<br />

19 anos, para que<br />

o lote de terreno ficasse<br />

totalmente livre de ónus<br />

ou limitações, para o poder<br />

vender, teve de pagar<br />

a taxa prevista no regulamento<br />

camarário, ou<br />

seja, aquilo que os técnicos<br />

da câmara designam<br />

por “rectificação do preço<br />

inicial da escritura”. Para<br />

tanto, sobre o valor apurado,<br />

teve de pagar o IMT<br />

à taxa de 6,5%.<br />

Gostaria de saber se<br />

está correcto o enquadramento.<br />

Na verdade,<br />

trata-se apenas de pagar<br />

uma taxa/emolumento de<br />

20,00 euros por m2 da<br />

área edificável do lote, ou<br />

seja 60% da área total.<br />

Como o lote tem 23.525<br />

m2 × 60% × 20,00 =<br />

282.300,00 euros que<br />

foi o valor pago.<br />

Resposta do Assessor Fiscal<br />

O IMT incide sobre as<br />

transmissões, a título<br />

oneroso, do direito de<br />

propriedade ou de figuras<br />

parcelares desse direito,<br />

sobre bens imóveis situados<br />

no território nacional.<br />

Incide sobre o valor<br />

constante do acto ou do<br />

contrato ou sobre o valor<br />

patrimonial tributário<br />

dos imóveis, consoante<br />

o que for maior. Considera-se,<br />

designadamente,<br />

valor constante do acto<br />

ou do contrato, isolada<br />

ou cumulativamente, a<br />

importância em dinheiro<br />

paga a título de preço<br />

pelo adquirente e em<br />

geral quaisquer encargos<br />

a que o comprador ficar<br />

legal ou contratualmente<br />

obrigado.<br />

Se a importância paga<br />

não o foi a título de preço,<br />

nem representa um encargo<br />

a que deva ter ficado<br />

legal ou contratualmente<br />

obrigado, representando,<br />

isso sim, o quantitativo<br />

de uma «taxa camarária»<br />

sobre ela não incide IMT,<br />

muito embora os técnicos<br />

da Câmara designem esse<br />

pagamento por «rectificação<br />

do preço inicial da<br />

escritura».<br />

Terá, por isso de esclarecer<br />

qual a natureza da<br />

importância que lhe foi<br />

exigida – «taxa» ou «preço».<br />

Se foi «taxa», não é<br />

devido IMT.<br />

Informação elaborada pela APOTEC - Associação<br />

Portuguesa de Técnicos de Contabilidade<br />

geral@apotec.pt<br />

AGENDA FISCAL<br />

ABRIL<br />

Até dia 30<br />

• IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis<br />

− Pagamento da totalidade do Imposto referente<br />

ao ano de 2007, se igual ou inferior a J 250 ou<br />

da 1ª prestação se superior.<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

singulares<br />

− Entrega da declaração modelo 3, em suporte<br />

de papel, com anexos, pelos sujeitos passivos<br />

com rendimentos <strong>das</strong> Categoria A (trabalho<br />

dependente), B (empresariais e profissionais),<br />

E (capitais), F (prediais), G (<strong>mais</strong> valias) e H<br />

(pensões).<br />

• IRC - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

colectivas<br />

- Entrega da declaração de alterações pelos<br />

sujeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente<br />

optado pelo regime geral de determinação<br />

do lucro tributável, queiram renovar a<br />

opção, bem como por todos os que, reunindo<br />

os pressupostos de inclusão no regime simplificado,<br />

estejam em condições de exercer<br />

a opção.<br />

- Entrega da declaração de opção ou da declaração<br />

de alterações relativa ao regime especial de<br />

tributação de grupos de sociedades.<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

– Entrega da Declaração Modelo 1074, em<br />

triplicado donde constarão as aquisições efectua<strong>das</strong><br />

durante o ano anterior pelos retalhistas<br />

sujeitos ao regime de tributação previsto no art.<br />

60º do CIVA.<br />

Até ao dia 31<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

singulares<br />

− Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos<br />

passivos de IRS, que tendo anteriormente<br />

optado por utilizar a contabilidade organizada<br />

como forma de determinação do rendimento,<br />

queiram renovar a opção, bem como todos os<br />

que reunindo os pressupostos de inclusão no<br />

regime simplificado estejam em condições de<br />

exercer a opção.<br />

• IRC - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

colectivas<br />

- Entrega da declaração de alterações pelos sujeitos<br />

passivos de IRC que, tendo anteriormente<br />

optado pelo regime geral de determinação do<br />

lucro tributável, queiram renovar a opção, bem<br />

como por todos os que reunindo os pressupostos<br />

de inclusão no regime simplificado estejam em<br />

condições de exercer a opção.<br />

- Entrega da declaração de opção ou da declaração<br />

de alterações relativa ao regime especial de<br />

tributação de grupos de sociedades.<br />

MAIO<br />

Até ao dia 10<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via<br />

Internet da declaração periódica relativa às<br />

operações realiza<strong>das</strong> no mês de Março. O pagamento<br />

pode ser efectuado através <strong>das</strong> caixas<br />

automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças<br />

informatiza<strong>das</strong> e nos balcões dos CTT. O<br />

pagamento pode ainda ser efectuado via Internet.<br />

Conjuntamente com a declaração periódica<br />

deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente<br />

às transmissões intracomunitárias isentas,<br />

efectua<strong>das</strong> no mês de Março.<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

singulares<br />

Os notários, conservadores, secretários judiciais<br />

e secretários técnicos de justiça devem entregar<br />

à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos<br />

praticados no mês anterior, susceptíveis de<br />

produzir rendimentos sujeitos a IRS.<br />

Até ao dia 15<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

Periodicidade trimestral - Pagamento do Imposto<br />

sobre o Valor Acrescentado referente ao<br />

1.º trimestre de 2008 pelos sujeitos passivos<br />

abrangidos pela periodicidade trimestral do regime<br />

normal.<br />

Até ao dia 20<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

Pequenos Retalhistas - Entrega pelos retalhistas<br />

sujeitos ao regime de tributação previsto no<br />

art.º 60º do CIVA, da guia modelo 1073 ou da<br />

guia modelo 1074, consoante haja ou não imposto<br />

a pagar.<br />

• IRC - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

colectivas<br />

- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong> no mês de<br />

Abril sobre os rendimentos sujeitos a retenção<br />

na fonte de IRC.<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento <strong>das</strong> pessoas<br />

singulares<br />

- Entrega, pelas entidades obriga<strong>das</strong> a efectuar<br />

retenção, do imposto deduzido em Abril pela<br />

aplicação <strong>das</strong> taxas liberatórias previstas no artº<br />

71º do CIRS.<br />

- Entrega, pelas entidades que disponham ou<br />

devam dispor de contabilidade organizada, <strong>das</strong><br />

importâncias deduzi<strong>das</strong> em Abril sobre rendimentos<br />

de capitais e prediais e rendimentos de<br />

propriedade intelectual ou industrial e prestações<br />

de serviços (Categoria B).<br />

- Entrega do imposto deduzido em Abril sobre os<br />

rendimentos do trabalho dependente e de pensões,<br />

com excepção <strong>das</strong> de alimentos .<br />

Novo Sistema de Normalização ContabilÍstica<br />

Encontra-se em fase de audição pública pelo prazo de 60 dias o Novo Sistema de Normalização<br />

Contabílistica que irá proceder à alteração estrutural do ordenamento contabilístico<br />

nacional, adaptando-o às Normas Internacionais de Contabilidade (NIC).<br />

Este novo sistema permite abolir as exigências associa<strong>das</strong> à dupla contabilidade, adaptando<br />

o sistema português aos princípios subjacentes às Normas Internacionais de Contabilidade<br />

(IAS/IFRS). Para efeitos da consulta pública foram <strong>cria</strong>dos uma comissão e um grupo de<br />

trabalho para recolher e analisar to<strong>das</strong> as propostas apresenta<strong>das</strong>.


30<br />

FISCALIDADE<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Contas & Impostos<br />

Contabilidade organizada deve reflectir todos os custos<br />

e proveitos inerentes à actividade em sede de IRS<br />

Os contribuintes têm que centralizar a contabilidade ou a<br />

escrituração no seu domicílio fiscal ou estabelecimento estável ou<br />

instalação situados em território nacional.<br />

O caso em análise envolve um empresário<br />

em nome individual, com residência<br />

em Portugal, colectado como construtor<br />

civil desde 2004, com contabilidade<br />

organizada (desde 1 de Janeiro de<br />

2007), a prestar serviços de construção<br />

civil unicamente na Bélgica por tempo<br />

ilimitado. Os seus colaboradores estão<br />

registados na Segurança Social nacional,<br />

sendo o único movimento contabilístico<br />

referente a Portugal. No território<br />

belga está registado para efeitos<br />

de IVA, tendo também estabelecimento<br />

estável. A facturação <strong>das</strong> prestações de<br />

serviços está a ser feita de acordo com<br />

o artigo 6.º, n.º 5, sendo entregues os<br />

documentos ao contabilista belga para<br />

poder entregar o imposto ao Estado daquele<br />

país.<br />

As dúvi<strong>das</strong> surgem em termos de enquadramento<br />

<strong>das</strong> obrigações contabilísticas<br />

e declarativas, a efectuar em<br />

território nacional.<br />

Em relação ao seu IRS no final do ano,<br />

como efectuar o cálculo do lucro da actividade<br />

(anexo C) Apenas se declaram<br />

os custos auferidos com os funcionários<br />

e unicamente no anexo J ou é preciso<br />

ter atenção no apuramento dos lucros,<br />

proveitos e custos auferidos na Bélgica,<br />

declarando, da mesma forma, no anexo<br />

J, os rendimentos lá obtidos<br />

Sendo Empresário em Nome Individual<br />

(ENI) abrangido pelas regras da contabilidade<br />

organizada, deverá reflectir todos os<br />

custos e proveitos inerentes à sua própria<br />

actividade, independentemente de estes terem<br />

sido apurados em território nacional<br />

ou fora dele.<br />

Nos termos do artigo 118.º do CIRS,<br />

“os sujeitos passivos são obrigados a centralizar<br />

a contabilidade ou a escrituração<br />

dos livros referidos nos artigos anteriores<br />

no seu domicílio fiscal ou em estabelecimento<br />

estável ou instalação situados em<br />

território português, devendo neste último<br />

caso indicar, na declaração de início ou na<br />

declaração de alterações, a sua localização.<br />

Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar<br />

os livros da sua escrituração e os documentos<br />

com ela relacionados, devendo<br />

conservá-los em boa ordem durante os 10<br />

anos civis subsequentes”.<br />

Quanto às obrigações declarativas, apesar<br />

de nos registos contabilísticos se evidenciarem<br />

todos os movimentos ocorridos<br />

na actividade do ENI, dever-se-á fazer uma<br />

separação dos custos e proveitos obtidos<br />

dentro de fora do território nacional.<br />

Ou seja, o ENI, ao realizar serviços de<br />

construção civil apenas na Bélgica, deverá<br />

declarar tais rendimentos no anexo J, e não<br />

no anexo C à declaração Modelo 3.<br />

O anexo J – rendimentos obtidos no<br />

estrangeiro – permite identificar os rendimentos<br />

de acordo com a sua natureza (no<br />

caso categoria B) mas não permite aplicar<br />

as regras do regime simplificado ou apurar<br />

o imposto com base em contabilidade organizada.<br />

Não sendo possível, de forma automática,<br />

que a liquidação do imposto reflicta esses<br />

regimes, e como a situação se traduz em<br />

prejuízo significativo para o contribuinte,<br />

pensamos que deverá utilizar o mecanismo<br />

da reclamação graciosa para solicitar junto<br />

dos Serviços a revisão da liquidação com a<br />

consequente aplicação <strong>das</strong> regras de tributação<br />

da categoria B.<br />

Relativamente ao enquadramento em<br />

IVA, refere-se que a localização <strong>das</strong> prestações<br />

de serviços de construção civil tem<br />

uma regra específica na alínea a) do n.º 5<br />

do artigo 6.º do Código do IVA. Esta regra<br />

estabelece que as referi<strong>das</strong> prestações de<br />

serviços serão tributa<strong>das</strong> onde se localiza o<br />

imóvel.<br />

Na factura a emitir, por estas prestações<br />

de serviços, deverá fazer referência ao motivo<br />

justificativo da não liquidação de imposto<br />

(alínea e) n.º 5 artigo 35.º, ou seja,<br />

poderá indicar, por exemplo: “artigo 6.º,<br />

n.º 5, alínea a) do CIVA”.<br />

Esta facturação, efectuada nos termos<br />

acima, não ficará portanto sujeita a IVA<br />

em território português, devendo o valor<br />

ser indicado no campo 08 do quadro 06 da<br />

respectiva declaração periódica. Esta não<br />

sujeição não prejudica o direito à dedução<br />

nas operações passivas nos termos do art.<br />

19.º e seguintes.<br />

A prestação de serviços é tributada em<br />

IVA na Bélgica, devendo este imposto ser<br />

liquidado e entregue à Administração Fiscal<br />

desse país pelo prestador do serviço se<br />

este aí estiver registado, ou pelo adquirente.<br />

em substituição do prestador de serviços<br />

caso, seja sujeito passivo de IVA.<br />

No que diz respeito, aos custos apurados<br />

em território nacional – encargos com a Segurança<br />

Social Portuguesa, deverão ser reflectidos<br />

no anexo C da Modelo 03, nomeadamente<br />

no campo 401 do quadro 04.<br />

Para cessar a actividade, o empresário em<br />

nome individual deverá dar cumprimento<br />

ao disposto no artigo 32.º do CIVA (entrega<br />

no Serviço de Finanças competente,<br />

no prazo de 30 dias a contar da cessação,<br />

da declaração de cessação, em triplicado),<br />

devendo igualmente comunicar o facto, o<br />

<strong>mais</strong> tardar, na primeira declaração anual<br />

de rendimentos que fizer, para efeitos de<br />

IRS (n.º 1 do artigo 114.º do CIRS). Os<br />

rendimentos a declarar no competente anexo<br />

à declaração modelo 3 dizem respeito<br />

ao período compreendido entre o início do<br />

respectivo exercício e a data da cessação.<br />

Nessa declaração será mencionada em<br />

campo específico a data da cessação oportunamente<br />

comunicada. Deve igualmente<br />

comunicar a ocorrência, nos termos do<br />

Código do IRS, na primeira declaração<br />

anual de rendimentos que entregar, n.º 1<br />

do artigo 113.º do Código do IRS.<br />

Após o registo na contabilidade da transmissão<br />

da totalidade do património, do<br />

pagamento e recebimentos de débitos e<br />

créditos ou sua imputação à esfera pessoal,<br />

o empresário em nome individual apenas<br />

terá no seu balanço valores nas contas da<br />

classe 5 - Capital, nomeadamente na conta<br />

51.1 - Capital - Inicial, 51.2 Capital - Adquirido<br />

e 51.3 - Capital - Conta particular<br />

e nas contas de disponibilidades.<br />

To<strong>das</strong> as contas da classe 5 devem ser<br />

salda<strong>das</strong> por contrapartida da conta 51.3<br />

- Capital - Conta particular, o que representará<br />

os valores atribuídos ao empresário<br />

aquando do encerramento da actividade<br />

em nome individual.<br />

A conta 24 é também saldada por contrapartida<br />

da conta 51.3 - Capital - Conta<br />

particular, bem como a conta 21 se o empresário<br />

for receber esses valores.<br />

(Informação elaborada pela Câmara dos<br />

Técnicos Oficiais de Contas)<br />

Será desta que vamos ter um novo POC<br />

Paula Franco<br />

consultora da Câmara<br />

dos Técnicos Oficiais de<br />

Contas<br />

O<br />

projecto para o novo Sistema<br />

de Normalização Contabilística<br />

(SNC) foi finalmente apresentado<br />

para audição pública. No passado dia<br />

16, coube a Teixeira dos Santos, ministro<br />

do Estado e <strong>das</strong> Finanças, e Carlos Lobo,<br />

secretário de Estado dos Assuntos Fiscais,<br />

dar a conhecer o documento que surgiu<br />

com o objectivo de vir a substituir o Plano<br />

Oficial de Contabilidade (POC) e as<br />

Directrizes Contabilísticas actualmente<br />

em vigor.<br />

A matriz do actual POC encontra-se<br />

em utilização em Portugal desde a década<br />

de 70, o que leva, obviamente, a que<br />

muitos «profissionais da contabilidade»<br />

conheçam bem as suas regras, <strong>mais</strong> que<br />

não seja pela sua utilização sistemática ao<br />

longo dos anos.<br />

Quando o novo Sistema de Normalização<br />

Contabilística (SNC) entrar em<br />

vigor esperam-se momentos de transição<br />

complexa, onde os profissionais terão que<br />

apreender novos conceitos e formas práticas<br />

da sua utilização.<br />

É importante lembrar que o SNC não<br />

foi <strong>cria</strong>do apenas por impulso de modernização<br />

do ordenamento contabilístico<br />

português. Foi elaborado, sobretudo, devido<br />

a uma necessidade de convergência<br />

de Portugal para as orientações europeias<br />

em matéria contabilística.<br />

Assim, o projecto do SNC não é <strong>mais</strong><br />

do que um modelo desenvolvido pela<br />

Comissão de Normalização Contabilística,<br />

com o objectivo de vir a substituir<br />

as actuais normas contabilísticas (POC e<br />

Directrizes Contabilísticas) e tem como<br />

base as directrizes comunitárias e os normativos<br />

do IASB – Internacional Accounting<br />

Standards Board. Esta proposta<br />

de modelo, aprovado pelo Conselho Geral<br />

da CNC, na sua reunião de 3 de Julho<br />

de 2007, encontra-se no presente momento,<br />

e após apreciação governamental,<br />

em consulta pública por um período de<br />

60 dias.<br />

Quem já conhece algumas regras do<br />

normativo internacional apercebe-se,<br />

logo à partida, que as alterações espera<strong>das</strong><br />

serão substanciais, não só do ponto<br />

de vista operacional como também a nível<br />

dos principais conceitos e definições<br />

em vigor.<br />

Sobre esta questão, importa referir o<br />

que consta <strong>das</strong> páginas 57 e 58 do «Relatório<br />

OE 2008» e, em particular, quando<br />

nesse documento se reconhece que «…a<br />

transição para o SNC constituirá um processo<br />

complexo e exigente, que implicará<br />

um esforço de adaptação <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

e profissionais pelas alterações profun<strong>das</strong><br />

que impõe na organização interna e<br />

nos procedimentos, devendo por isso ser<br />

preparada com a necessária antecedência.<br />

Deste modo, em ordem a proporcionar a<br />

oportunidade de uma ampla divulgação e<br />

de participação de todos os interessados,<br />

o Governo vai colocar o projecto de SNC<br />

em consulta pública, de forma a recolher<br />

sugestões e outros contributos para o respectivo<br />

aperfeiçoamento.»<br />

Segundo refere a CNC, «o Sistema de<br />

Normalização Contabilística (SNC) proposto<br />

prefigura um modelo baseado em<br />

princípios e não em regras, aderente, portanto,<br />

ao modelo do IASB (International<br />

Accounting Standards Board) adoptado<br />

na União Europeia, mas garantindo a<br />

compatibilidade com as Directivas Contabilísticas<br />

Comunitárias. É um modelo<br />

em que se atende às diferentes necessidades<br />

de relato financeiro, dado o tecido<br />

empresarial a que irá ser aplicado, e em<br />

que se permite uma intercomunicabilidade<br />

quer horizontal quer vertical. Por último,<br />

pretende-se que seja suficientemente<br />

flexível para acolher com oportunidade as<br />

alterações às normas do IASB adopta<strong>das</strong><br />

na União Europeia.»<br />

Prevê-se que esta proposta surja no normativo<br />

legal português numa moldura<br />

formada por um Decreto-Lei, Portaria(s)<br />

e Avisos. O Decreto-Lei deverá promover<br />

a <strong>cria</strong>ção do SNC, revogar o POC<br />

e legislação complementar e identificar<br />

quais as entidades a que se aplica. Para<br />

as Portarias reserva-se a apresentação dos<br />

modelos de demonstrações financeiras e<br />

do código de contas. Como avisos serão<br />

publica<strong>das</strong> a Estrutura Conceptual, as<br />

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro<br />

(NCRF), a Norma Contabilística<br />

e de Relato Financeiro para Pequenas<br />

Entidades (NCRF-PE) e as Normas Interpretativas<br />

(NI).<br />

Foi também com agradável surpresa<br />

que verificamos, segundo as palavras do<br />

secretário de Estado dos Assuntos Fiscais,<br />

que apenas se prevê o acolhimento deste<br />

novo modelo em 2010. A agradável surpresa<br />

deve-se ao facto de entender essencial<br />

a existência de um período de tempo<br />

alargado para o ajustamento <strong>das</strong> necessidades<br />

dos profissionais que lidam com<br />

estas matérias, bem como permitir uma<br />

reorganização logística de procedimentos<br />

e investimentos em novos equipamentos,<br />

nomeadamente software de contabilidade<br />

que já preveja as novas regras.<br />

Espero, assim, ter alertado para as mudanças<br />

que brevemente surgirão relativamente<br />

à Contabilidade. Para quem deseje<br />

conhecer em profundidade o assunto,<br />

sugere-se a consulta do projecto integral<br />

no site da Comissão de Normalização<br />

Contabilística, (www.cnc.min-financas.<br />

pt).


quinta-feira, 24 Abril de 2008 <strong>empresas</strong> 31<br />

Rui Pena, “senior parter” da Rui<br />

Pena, Arnaut & Associados – Sociedade<br />

de Advogados, RL (RPA)<br />

tomou posse como presidente do<br />

Instituto <strong>das</strong> Sociedades de Advogados<br />

(ISA), cargo que ocupa desde<br />

2006.<br />

A Amb3E recebeu o Prémio “Os<br />

Melhores de 2008” na categoria de<br />

Responsabilidade Ambiental”, atribuído<br />

pela “Exame Informática”.<br />

Para Fernando Lamy da Fontoura,<br />

director-geral da Amb3E, o prémio<br />

“é um importante estímulo”.<br />

Lycée Français investe em “networking” social<br />

O projecto, intitulado de WebANEL, teve como objectivo de <strong>cria</strong>r uma<br />

comunidade virtual que ligasse os antigos alunos do liceu. O projecto foi<br />

patrocinado em exclusivo pelos Conseillers du Commerce Extérieur de<br />

la France, num investimento de 40 mil euros. O número de utilizadores<br />

ronda os 18 mil alunos.<br />

Ao registar-se, o aluno fornecerá um conjunto de dados básicos, que servirão<br />

de autentificação junto do Lycée Français Charles Lepierre. Ao entrar<br />

no sistema, o ex-aluno automaticamente terá acesso a uma lista de colegas<br />

com os quais se cruzou no seu percurso académico.<br />

PI Media lança guia gastronómico<br />

A empresa alemã PI Media acaba de inaugurar o Portugal Portal – www.<br />

portugal-portal.com – que pretende ser, em primeiro lugar, um guia trilingue<br />

(português, inglês e alemão) de restaurantes.<br />

Nesta primeira fase, a base de dados conta com mil entra<strong>das</strong>, desenvolvi<strong>das</strong><br />

em parceria com as Portugal Entdecken Sie Algarve e Algarve 123.<br />

As duas publicações foram recentemente adquiri<strong>das</strong> pela PI Portugal Immobilien<br />

AG, holding a que pertence a PI Media, pelo que o investimento<br />

no desenvolvimento do portal foi todo interno. O objectivo do portal,<br />

segundo Alexander Coenen, CEO da PI Portugal Immobilien AG, é o de<br />

aumentar a base de dados de restaurantes para as cinco mil entra<strong>das</strong>, até ao<br />

final de 2008, e de acrescentar conteúdos de lifestyle e bem-estar, agenda<br />

cultural, dicas para o tempo livre e um guia de hotéis. Hoje o portal tem<br />

cerca de 120 mil visitantes/dia. O objectivo é atingir os 300 mil.<br />

Alexandra Costa<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

Alunos da FEG vencem final europeia<br />

do Investment Research Challenge<br />

A equipa de Marta Calvário, João Almeida e Hugo<br />

Fontinha venceu a final europeia da 3ª Edição do Investment<br />

Research Challenge, recentemente realizada<br />

em Londres.<br />

Estes ex-alunos da Faculdade de Economia e Gestão<br />

(FEG) da Universidade Católica, actualmente na Universidade<br />

Carlos III, em Madrid, rumam agora para a<br />

grande final internacional que se realiza em Nova York,<br />

no próximo dia 1 de Maio. A equipa inclui ainda um<br />

canadiano.<br />

O Global Investment Research Challenge junta todos<br />

os anos analistas de topo, as <strong>empresas</strong> <strong>mais</strong> importantes<br />

e estudantes <strong>das</strong> melhores universidades a nível<br />

mundial. Este é o maior prémio internacional para os<br />

analistas financeiros de todo o mundo.<br />

Através de um programa de mobilidade internacional,<br />

Marta, João e Hugo, que estão a completar a sua<br />

formação em Espanha, saíram duplamente vencedores,<br />

ao arrecadar o primeiro prémio em Espanha, onde actualmente<br />

estudam, e ao vencer a final europeia frente<br />

às <strong>mais</strong> importantes universidades da Europa.<br />

Estes jovens, com idades compreendi<strong>das</strong> ente os 21 e<br />

os 25 anos, frequentam o Master in Financial Analysis<br />

naquela universidade espanhola e complementam esta<br />

valorização académica com o prosseguir da experiência<br />

profissional em <strong>empresas</strong> portuguesas, nomeadamente<br />

BPI e Sonae. O facto de estudarem na Universidade<br />

Carlos III permitiu-lhes o acesso a uma competição<br />

para a qual apenas as melhores universidades e escolas<br />

de negócios são convida<strong>das</strong>. Trata-se de um concurso<br />

que é, anualmente, organizado em todo o mundo pelo<br />

Equipa vencedora disputa, em 1 de Maio, a final internacional<br />

em Nova Iorque.<br />

CFA – Chartered Financial Analyst, a <strong>mais</strong> importante<br />

marca no mundo da análise bolsista.<br />

Esta iniciativa contou com a participação de 300 estudantes<br />

e 80 entidades de todo o mundo.<br />

PUB


32<br />

Empresas<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Airfree ganha contrato<br />

no Dubai<br />

A empresa Airfree fechou um contrato nos Emiratos<br />

Árabes Unidos. Trata-se do fornecimento dos seus purificadores<br />

de ar para as habitações e hotéis que estão a ser<br />

construídos no Dubai. Esta cidade está a tornar-se um<br />

mercado de eleição dos grandes construtores mundiais. A<br />

solução proposta pela Airfree permite a redução drástica<br />

de microrganismos em ambientes fechados. A escolha da<br />

marca ter-sse-á ficado a dever, em grande parte, ao sucesso<br />

obtido na redução drástica da contaminação<br />

biológica nas torres Petronas, em<br />

Kuala Lumpur, tendo a empresa portuguesa<br />

sido seleccionada para o fornecimento.<br />

De notar que a Airfree fabrica<br />

esterilizadores de ar domésticos, comerciais,<br />

industriais e agrícolas, sendo que<br />

já exporta para quase quatro dezenas<br />

de países. Na sequência desta entrada<br />

no Médio Oriente, a empresa<br />

estará presente numa feira mundial<br />

de hotéis, a qual tem lugar<br />

no Dubai, em Junho. Entretanto,<br />

também vai exportar<br />

para aquela região o modelo<br />

especialmente concebido<br />

para as cavalariças de cavalos<br />

de corri<strong>das</strong>.<br />

Carlos Matias, gerente da Airfree.<br />

5àSec adquire 64 lojas<br />

do grupo Financière de l’Ille<br />

A 5àSec, empresa francesa especializada na manutenção<br />

e tratamento de têxteis, adquiriu as 64 lojas do grupo Financière<br />

de l’Ille, seu principal concorrente em França e<br />

uma <strong>das</strong> <strong>mais</strong> importantes redes francesas de lavandarias,<br />

actualmente sob a marca Bel & Blanc. Com esta aquisição,<br />

a 5àSec reforça a sua posição no mercado francês, onde<br />

passa a deter <strong>mais</strong> de 130 lojas próprias e 230 pertencentes<br />

a franchisados.<br />

A operação integrou-se no âmbito da estratégia de desenvolvimento<br />

da 5àSec através de uma rede mista de sucursais<br />

e franchisa<strong>das</strong>, quer pela expansão orgânica dos seus<br />

mercados, quer por intermédio de aquisições específicas.<br />

O grupo 5àSec detém <strong>mais</strong> de 1800 lojas em 25 países.<br />

Em 2008 inaugurará <strong>mais</strong> de 100 pontos de venda<br />

em todo o mundo. Em 2007, os rendimentos globais da<br />

marca ultrapassaram os 250 milhões de euros. O grupo,<br />

com direcção-geral em Genebra, tem como accionista<br />

principal o fundo de investimentos ING Parcom, sediado<br />

em Paris.<br />

“Estamos extremamente satisfeitos com esta aquisição, a<br />

primeira desde a entrada da ING Parcom Private Equity no<br />

nosso capital. O nosso grupo fica reforçado com a aquisição<br />

desta rede de lojas, cuja implantação geográfica na zona<br />

Oeste de França complementa a nossa. Por outro lado, parece<br />

um regresso ao passado, uma vez que um grande número<br />

destas lojas já foram franchisa<strong>das</strong> da nossa marca”, declarou<br />

Olivier Bédat, presidente do grupo 5àSec.<br />

A sociedade Financière de l’Ille foi <strong>cria</strong>da em Rennes em<br />

2002 por Francois Flaud, por ocasião da compra de várias<br />

sociedades que exploravam lavandarias na zona Oeste de<br />

França, com um investimento em partes iguais dos grupos<br />

Credit Agricole (Uni Expansion Ouest e UI Gestion) e Siparex<br />

(Siparex Croissance & Siparex Développement). Em<br />

2007, a sociedade registou um volume de negócios de 16,5<br />

milhões de euros.<br />

Festa do Alvarinho<br />

e em Melgaço<br />

Melgaço será, <strong>mais</strong> uma vez, o palco da Festa do Alvarinho<br />

e Fumeiro, que terá lugar entre 27 e 29 de Abril. Neste<br />

certame será feita a exposição e venda dos produtos <strong>mais</strong><br />

representativos do concelho, os quais estarão expostos em<br />

pavilhões individualizados. Os produtores de fumeiro e vinho<br />

Alvarinho irão promover provas dos seus produtos.<br />

Estarão a funcionar as tradicionais tasquinhas, no recinto<br />

da feira, que apresentarão ementas especiais, privilegiando<br />

alguns pratos <strong>mais</strong> típicos e característicos. O fumeiro, o<br />

cabrito e a lampreia tornaram-se familiares e, praticamente,<br />

obrigatórios nas refeições de quem visita Melgaço, mas<br />

nas ementas propostas para as tasquinhas abundam outras<br />

receitas tradicionais.<br />

Terão ainda lugar as Jorna<strong>das</strong> Gastronómicas, nas quais<br />

os restaurantes do concelho participam apresentando os<br />

pratos típicos locais. A gastronomia, fazendo parte da<br />

herança cultural da população, representa também uma<br />

componente do produto turístico do concelho e, como tal,<br />

já desde alguns anos que a Autarquia tem vindo a fazer um<br />

esforço para a sua promoção, nomeadamente, através da<br />

realização anual da Festa do Alvarinho e do Fumeiro.<br />

CASE STUDY<br />

Aéroports de Paris: A Prmeira Implementação<br />

Informática de um Sistema de Gestão da Manutenção<br />

de Equipamentos com SAP – WAS (Web Application<br />

Serve), a nível mundial e Infra-estruturas<br />

Aéroports de Paris investe num sistema informático<br />

de gestão da manutenção, combinando eficiência<br />

e usabilidade<br />

O Contexto<br />

Com um resultado anual de 1.8 biliões de euros,<br />

75.3 milhões de passageiros, 1.99 milhões de tonela<strong>das</strong><br />

de carga e 750.000 voos, a Aéroports de Paris<br />

é um dos maiores grupos de aeroportos do Mundo.<br />

Este grupo gere a maior plataforma de tráfego aéreo<br />

da Europa: 14 aeroportos e aeródromos que incluem<br />

Paris – Orly, Charles de Gaulle e Le Bourget. São<br />

8.200 as pessoas que todos os dias trabalham nas<br />

várias actividades dos aeroportos, correspondendo a<br />

150 profissões diferentes. A Aéroports de Paris é uma<br />

empresa pública com financiamento autónomo.<br />

No actual contexto de competitividade feroz entre<br />

os aeroportos, a performance e a gestão eficaz<br />

de custos são os principais indicadores críticos de<br />

gestão. Por essa razão, a Aéroports de Paris decidiu<br />

– assim como já tinha feito para as implementações<br />

SAP de Contabilidade, Compras<br />

e Ven<strong>das</strong> – confiar na Capgemini para a implementação<br />

de um novo sistema, destinado<br />

à gestão e manutenção dos seus equipamentos<br />

e infra-estruturas.<br />

A Solução<br />

A fim de poder cumprir os exigentes<br />

requisitos do negócio, e ao mesmo tempo<br />

assegurar a facilidade de utilização aos<br />

seus 1.700 utilizadores, a Aéroports de Paris e a<br />

Capgemini decidiram pela integração do módulo PM<br />

(Plant Management) com o actual sistema SAP de<br />

back office, o desenho de intranet screens via WAS<br />

(Web Application Server), a integração da gestão de<br />

operações e de registo de tempos, e ainda a integração<br />

multi-sistema do novo módulo PM com outras<br />

aplicações internas - ca<strong>das</strong>tro de equipamentos e infra-estruturas<br />

através de EAI (Enterprise Application<br />

Interchange).<br />

O Resultado<br />

Com esta implementação, pioneira a nível<br />

mundial, a Aéroports de Paris viu melhora<strong>das</strong> a<br />

sua performance e a sua eficácia na gestão de<br />

custos. O novo sistema não só facilita a eficiência<br />

global <strong>das</strong> intervenções, ao reduzir custos<br />

e permitir um melhor follow up, como também<br />

providencia uma visão geral <strong>mais</strong> precisa dos<br />

equipamentos e infra-estruturas e <strong>das</strong> respectivas<br />

(in)conformidades.<br />

Para além do referido, foi incrementada a facilidade<br />

de utilização da aplicação através da combinação<br />

bem sucedida dos requisitos de negócio e da ergonomia<br />

do ecrã.<br />

Após este sucesso, a Capgemini foi escolhida pela<br />

Schindler cresce 24,6%<br />

Em 2007, a Schindler obteve proveitos<br />

operacionais de 13 835<br />

milhões, o que representou um<br />

aumento de 24,6% face ao ano anterior.<br />

O negócio de ascensores e<br />

esca<strong>das</strong> rolantes contribui com um<br />

terço para este crescimento, ficando<br />

o restante a dever-se à empresa<br />

ALSO, incluindo a GNT. A empresa<br />

procurou aumentar a qualidade<br />

e adaptar a capacidade de resposta<br />

à crescente solicitação do mercado<br />

europeu. O volume de encomen<strong>das</strong><br />

aumentou 7,2%, para 9023 milhões<br />

de francos suíços crescimento sustentado<br />

por to<strong>das</strong> as regiões. Durante<br />

2008, a indústria de construção deve<br />

sofrer um abrandamento. É previsivel<br />

um enfraquecimento económico sobretudo<br />

na América do Norte e em<br />

Aéroports de Paris para implementar a solução SAP<br />

e-Procurement.<br />

Como os Aeroportos de Paris e a Capgemini<br />

trabalharam juntos<br />

A Aéroports de Paris escolheu a Capgemini pela sua<br />

solução inovadora, assim como pela sua abordagem.<br />

Ao utilizar tecnologia WAS e XML, a Capgemini desenvolveu<br />

um conjunto de interfaces intranet para substituir<br />

os interface SAP cliente/servidor, dando simultaneamente<br />

resposta a requisitos específicos do sistema.<br />

“O objectivo, partilhado pelo departamento de Sistemas<br />

de Informação da Aéroports de Paris e pela<br />

Capgemini, é o de ir ao encontro da satisfação dos<br />

clientes e continuamente melhorar a qualidade da<br />

entrega. Por esse motivo, a Aéroports de Paris optou<br />

pela <strong>cria</strong>ção de equipas mistas (Aéroports de Paris/<br />

integrador) para to<strong>das</strong> as implementações SAP. Esta<br />

abordagem contribui para a melhoria da eficiência,<br />

através da comunicação entre equipas que partilham<br />

objectivos comuns”, explica Véronique Mahé, Gestora<br />

de Projecto da Aéroports de Paris.<br />

A Capgemini implementou todo o projecto como<br />

prime contractor, contando com a ajuda da Integris<br />

Consulting como subcontratada.<br />

O projecto desenvolveu-se em duas fases:<br />

• Implementação de SAP PM (Plant Maintenance)<br />

e integração de intranet screens via WAS<br />

– Web Application Server – para funcionalidades<br />

liga<strong>das</strong> à manutenção de equipamentos e infraestruturas;<br />

• Integração dos sistemas de gestão de operações<br />

de manutenção e de registo de tempos através<br />

da utilização de WAS, e integração do SAP PM<br />

com os restantes sistemas da Aéroports de Paris.<br />

Embora a implementação de uma solução pioneira<br />

nesta tecnologia fosse um desafio, o projecto foi um<br />

sucesso.<br />

A nota de 9.1, em 10, atribuída à Capgemini pela<br />

Aéroports de Paris, foi um claro indicador da satisfação<br />

do cliente, medido através do sistema de avaliação<br />

OTACE (On Time and Above Client Expectations).<br />

A AFAQ, a principal organização Francesa de auditoria<br />

e certificação de qualidade, auditou o projecto<br />

e certificou a Capgemini pela<br />

norma ISO 9001:2000, baseando-se<br />

na qualidade do<br />

trabalho realizado, especialmente<br />

por focar permanentemente<br />

na optimização dos<br />

processos associados com o<br />

projecto.<br />

alguns países da Europa. A ALSO prevê<br />

um aumento de rentabilidade, com<br />

as ven<strong>das</strong> do grupo a exceder os cinco<br />

mil milhões de francos suíços e o resultado<br />

líquido consolidado a chegar aos<br />

30 milhões. A Schindler poderá apresentar<br />

um resultado líquido acima dos<br />

630 milhões de francos suíços e uma<br />

margem operacional de 10%, no seu<br />

principal negócio, no ano de 2008.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 33<br />

Sagres Mini com um<br />

investimento de seis<br />

milhões de euros<br />

& Marcas<br />

Marketing<br />

Publicidade<br />

Evelyn e Lúcia Coelho<br />

publicitam Formas Luso<br />

Companhia<br />

da Quinta investe<br />

900 mil euros<br />

em comunicação<br />

A empresa pretende publicitar<br />

dois dos seus vinhos, Quinta de<br />

Pancas Tinto e Herdade da Farizoa.<br />

Para o primeiro estão previstas<br />

duas vagas de publicidade (Abril e<br />

Setembro), com um investimento<br />

de 500 mil euros. A aposta incide<br />

apenas em outdoors, nomeadamente<br />

nos da Cemusa Master e da<br />

Media Capital Outdoors (MCO).<br />

O objectivo é divulgar a marca, da<br />

sub-região de Alenquer, que está<br />

vocacionada para os pratos de carne<br />

e massas.<br />

Quanto ao Herdade da Farizoa,<br />

a campanha, desenvolvida pela<br />

Coca-Cola Zero<br />

volta a apostar<br />

na irreverência<br />

A fazer um ano de existência,<br />

a bebida do universo Coca-<br />

Cola apostou na irreverência<br />

para a sua campanha deste ano.<br />

“Junta-te” à Sumol<br />

Casa <strong>das</strong> Ideias, está igualmente<br />

dividida em duas vagas, a primeira<br />

entre 15 a 28 de Abril e 30 de<br />

Abril a 6 de Maio na APSmedia. Já<br />

a segunda vaga irá decorrer entre<br />

30 de Setembro e 10 de Outubro<br />

na MCO e entre 1 e 7 de Outubro<br />

na APSmedia. O investimento<br />

para a Herdade da Farizoa situa-se<br />

nos 400 mil euros.<br />

Logo com nova<br />

campanha de 2,5<br />

milhões de euros<br />

A segunda fase da campanha publicitária,<br />

desenvolvida pela Brandia<br />

Central, arrancou na semana<br />

passada. O objectivo é o de reforçar<br />

a notoriedade alcançada com a<br />

primeira vaga de publicidade, que<br />

conseguiu atingir os 11,9% de recordação<br />

espontânea.<br />

O plano multimeios (televisão,<br />

rádio, exterior, ...) volta a apostar<br />

nos termos simplicidade, facilidade<br />

e rapidez. Por outras palavras,<br />

o conceito é o mesma da primeira<br />

vaga, mas, como refere a seguradora,<br />

com um tom <strong>mais</strong> humorístico.<br />

Desta vez, a Logo usou dados reais<br />

dos seus clientes para elaborar<br />

os filmes. Um dos spots (“Pelúcia”)<br />

foca-se na poupança que se consegue<br />

em mudar para a Logo (em<br />

média os clientes pouparam <strong>mais</strong><br />

de 100 euros com a mudança). O<br />

outro (“Cão”) é centrado na simplicidade<br />

e facilidade que é mudar<br />

para a seguradora (7 em cada 10<br />

dos clientes nunca tinham mudado<br />

de seguradora, e fizeram-no<br />

com a maior simplicidade).<br />

Surfer com heavy metal, punk com beto, ... O que se pretende é transmitir a ideia<br />

de que é possível “através do sabor unir tudo e todos”<br />

A marca decidiu dar uma reviravolta e fazer um<br />

ponto de viragem na sua comunicação. Sob o lema<br />

“através do sabor unir tudo e todos”, a JWalter<br />

Thompson desenvolveu uma campanha<br />

que irá para o ar no dia 26 do corrente<br />

mês. Os vários spots e imagens<br />

procuram mostrar que é possível juntar<br />

elementos <strong>das</strong> diversas tribos existentes<br />

no país. Por isso vamos ver uma punk a<br />

beijar um beto ou um surfer aos beijos<br />

a uma hevy metal entre outros exemplos.<br />

Como explica Vanessa Baptista,<br />

gestora de produto sénior da Sumol,<br />

com esta campanha pretende-se captar<br />

quase todos os estilos existentes na sociedade.<br />

A campanha, transversal, multimeios, irá estar no<br />

ar até meados de Julho, seguindo-se uma segunda<br />

Os<br />

patrocínios<br />

da Torrié<br />

Pelo segundo ano consecutivo, a marca de<br />

cafés apoia este evento desportivo, sendo o<br />

Café Oficial do Estoril Open. Segundo Pedro<br />

Guerreiro, director de marketing da JMV,<br />

empresa detentora da marca, o objectivo do<br />

patrocínio é o de trabalhar o posicionamento<br />

e aumentar a notoriedade da Torrié. Pelo que<br />

foi desenvolvida uma campanha televisiva<br />

alusiva a evento, sob o lema “Inspira a tua<br />

vida”. Tal como no ano passado, foi <strong>cria</strong>da<br />

uma chávena exclusiva, que pode ser adquirida,<br />

como merchandising. E que é muito<br />

apetecida pelos coleccionadores. Até agora as<br />

reacções têm sido positivas. A Torrié “é vista<br />

como uma marca <strong>mais</strong> moderna e competitiva”,<br />

constata Pedro Guerreiro.<br />

Simultaneamente, a marca aposta em acções<br />

“above” e “bellow the line”, como forma de divulgar<br />

o nome Torrié. Trata-se de um investimento<br />

global que ronda os dois milhões de euros, valor que,<br />

Três milhões<br />

de euros para<br />

o Junta da<br />

Sumol<br />

vaga em Setembro. O investimento ronda os três<br />

milhões de euros, e não inclui a Sumol Z, que também<br />

terá direito à sua própria campanha.<br />

A “<strong>Vida</strong> Económica” teve acesso ao<br />

“making off” da campanha e ver, em<br />

primeira mão, as várias personagens<br />

que farão parte da campanha. Curiosamente,<br />

a marca optou por ir directamente<br />

à fonte. Ou seja, apesar de todos<br />

serem modelos agenciados, quem desempenha<br />

o papel de “surfer”, é mesmo<br />

um “surfer”. E por aí adiante. Porque,<br />

como explica Vanessa Baptista, os<br />

membros da tribo estão <strong>mais</strong> dentro do<br />

papel do que alguém que esteja simplesmente<br />

a actuar.<br />

Alexandra Costa<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

segundo o director de marketing da JMV, já inclui o<br />

patrocínio ao Estoril Open e ao Rally Torrié.<br />

Vai daí, resolveu mostrar um<br />

diálogo entre duas línguas (que<br />

provam mas não vêem) e um<br />

olho (que vê mas não pode provar).<br />

A campanha, no ar desde<br />

o início de Abril, foi desenvolvida<br />

pela Wieden+Kennedy e<br />

prolongar-se-á até ao final de<br />

Junho.<br />

As vozes <strong>das</strong> três personagens<br />

estão a cargo dos actores Paulo<br />

Oom, Luís Mascarenhas e António<br />

Feio, nos diálogos que<br />

foram adaptados à realidade<br />

nacional. Adicionalmente, a<br />

marca está a desenvolver acções<br />

locais, que terão de suplantar a<br />

<strong>cria</strong>tividade da do ano passado.<br />

O objectivo é simples: aumentar<br />

as ven<strong>das</strong>, de forma a inserir<br />

a Coca-Cola Zero no “top<br />

ten” <strong>das</strong> bebi<strong>das</strong> <strong>mais</strong> vendi<strong>das</strong><br />

em Portugal.<br />

AGAP e FMH<br />

lançam manual<br />

de marketing<br />

aplicado<br />

ao fitness<br />

A AGAP e a FMH lançam<br />

o primeiro manual de marketing<br />

aplicado ao mundo do<br />

desporto e do fitness. Com o<br />

título “Manual de Fitness &<br />

Marketing, Perspectiva para a<br />

competitividade dos Ginásios<br />

e Health Clubs”, o livro está<br />

disponível nas livrarias com<br />

um PVP de 22,5 euros.<br />

O objectivo é partilhar conhecimentos<br />

que permitam valorizar<br />

um mercado com 1300<br />

clubes espalhados pelo país,<br />

que representam entre seis a<br />

nove mil postos de trabalho e<br />

que facturam cerca de 310 milhões<br />

de euros anuais.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 33<br />

Sagres Mini com um<br />

investimento de seis<br />

milhões de euros<br />

& Marcas<br />

Marketing<br />

Publicidade<br />

Evelyn e Lúcia Coelho<br />

publicitam Formas Luso<br />

Companhia<br />

da Quinta investe<br />

900 mil euros<br />

em comunicação<br />

A empresa pretende publicitar<br />

dois dos seus vinhos, Quinta de<br />

Pancas Tinto e Herdade da Farizoa.<br />

Para o primeiro estão previstas<br />

duas vagas de publicidade (Abril e<br />

Setembro), com um investimento<br />

de 500 mil euros. A aposta incide<br />

apenas em outdoors, nomeadamente<br />

nos da Cemusa Master e da<br />

Media Capital Outdoors (MCO).<br />

O objectivo é divulgar a marca, da<br />

sub-região de Alenquer, que está<br />

vocacionada para os pratos de carne<br />

e massas.<br />

Quanto ao Herdade da Farizoa,<br />

a campanha, desenvolvida pela<br />

Coca-Cola Zero<br />

volta a apostar<br />

na irreverência<br />

A fazer um ano de existência,<br />

a bebida do universo Coca-<br />

Cola apostou na irreverência<br />

para a sua campanha deste ano.<br />

“Junta-te” à Sumol<br />

Casa <strong>das</strong> Ideias, está igualmente<br />

dividida em duas vagas, a primeira<br />

entre 15 a 28 de Abril e 30 de<br />

Abril a 6 de Maio na APSmedia. Já<br />

a segunda vaga irá decorrer entre<br />

30 de Setembro e 10 de Outubro<br />

na MCO e entre 1 e 7 de Outubro<br />

na APSmedia. O investimento<br />

para a Herdade da Farizoa situa-se<br />

nos 400 mil euros.<br />

Logo com nova<br />

campanha de 2,5<br />

milhões de euros<br />

A segunda fase da campanha publicitária,<br />

desenvolvida pela Brandia<br />

Central, arrancou na semana<br />

passada. O objectivo é o de reforçar<br />

a notoriedade alcançada com a<br />

primeira vaga de publicidade, que<br />

conseguiu atingir os 11,9% de recordação<br />

espontânea.<br />

O plano multimeios (televisão,<br />

rádio, exterior, ...) volta a apostar<br />

nos termos simplicidade, facilidade<br />

e rapidez. Por outras palavras,<br />

o conceito é o mesma da primeira<br />

vaga, mas, como refere a seguradora,<br />

com um tom <strong>mais</strong> humorístico.<br />

Desta vez, a Logo usou dados reais<br />

dos seus clientes para elaborar<br />

os filmes. Um dos spots (“Pelúcia”)<br />

foca-se na poupança que se consegue<br />

em mudar para a Logo (em<br />

média os clientes pouparam <strong>mais</strong><br />

de 100 euros com a mudança). O<br />

outro (“Cão”) é centrado na simplicidade<br />

e facilidade que é mudar<br />

para a seguradora (7 em cada 10<br />

dos clientes nunca tinham mudado<br />

de seguradora, e fizeram-no<br />

com a maior simplicidade).<br />

Surfer com heavy metal, punk com beto, ... O que se pretende é transmitir a ideia<br />

de que é possível “através do sabor unir tudo e todos”<br />

A marca decidiu dar uma reviravolta e fazer um<br />

ponto de viragem na sua comunicação. Sob o lema<br />

“através do sabor unir tudo e todos”, a JWalter<br />

Thompson desenvolveu uma campanha<br />

que irá para o ar no dia 26 do corrente<br />

mês. Os vários spots e imagens<br />

procuram mostrar que é possível juntar<br />

elementos <strong>das</strong> diversas tribos existentes<br />

no país. Por isso vamos ver uma punk a<br />

beijar um beto ou um surfer aos beijos<br />

a uma hevy metal entre outros exemplos.<br />

Como explica Vanessa Baptista,<br />

gestora de produto sénior da Sumol,<br />

com esta campanha pretende-se captar<br />

quase todos os estilos existentes na sociedade.<br />

A campanha, transversal, multimeios, irá estar no<br />

ar até meados de Julho, seguindo-se uma segunda<br />

Os<br />

patrocínios<br />

da Torrié<br />

Pelo segundo ano consecutivo, a marca de<br />

cafés apoia este evento desportivo, sendo o<br />

Café Oficial do Estoril Open. Segundo Pedro<br />

Guerreiro, director de marketing da JMV,<br />

empresa detentora da marca, o objectivo do<br />

patrocínio é o de trabalhar o posicionamento<br />

e aumentar a notoriedade da Torrié. Pelo que<br />

foi desenvolvida uma campanha televisiva<br />

alusiva a evento, sob o lema “Inspira a tua<br />

vida”. Tal como no ano passado, foi <strong>cria</strong>da<br />

uma chávena exclusiva, que pode ser adquirida,<br />

como merchandising. E que é muito<br />

apetecida pelos coleccionadores. Até agora as<br />

reacções têm sido positivas. A Torrié “é vista<br />

como uma marca <strong>mais</strong> moderna e competitiva”,<br />

constata Pedro Guerreiro.<br />

Simultaneamente, a marca aposta em acções<br />

“above” e “bellow the line”, como forma de divulgar<br />

o nome Torrié. Trata-se de um investimento<br />

global que ronda os dois milhões de euros, valor que,<br />

Três milhões<br />

de euros para<br />

o Junta da<br />

Sumol<br />

vaga em Setembro. O investimento ronda os três<br />

milhões de euros, e não inclui a Sumol Z, que também<br />

terá direito à sua própria campanha.<br />

A “<strong>Vida</strong> Económica” teve acesso ao<br />

“making off” da campanha e ver, em<br />

primeira mão, as várias personagens<br />

que farão parte da campanha. Curiosamente,<br />

a marca optou por ir directamente<br />

à fonte. Ou seja, apesar de todos<br />

serem modelos agenciados, quem desempenha<br />

o papel de “surfer”, é mesmo<br />

um “surfer”. E por aí adiante. Porque,<br />

como explica Vanessa Baptista, os<br />

membros da tribo estão <strong>mais</strong> dentro do<br />

papel do que alguém que esteja simplesmente<br />

a actuar.<br />

Alexandra Costa<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

segundo o director de marketing da JMV, já inclui o<br />

patrocínio ao Estoril Open e ao Rally Torrié.<br />

Vai daí, resolveu mostrar um<br />

diálogo entre duas línguas (que<br />

provam mas não vêem) e um<br />

olho (que vê mas não pode provar).<br />

A campanha, no ar desde<br />

o início de Abril, foi desenvolvida<br />

pela Wieden+Kennedy e<br />

prolongar-se-á até ao final de<br />

Junho.<br />

As vozes <strong>das</strong> três personagens<br />

estão a cargo dos actores Paulo<br />

Oom, Luís Mascarenhas e António<br />

Feio, nos diálogos que<br />

foram adaptados à realidade<br />

nacional. Adicionalmente, a<br />

marca está a desenvolver acções<br />

locais, que terão de suplantar a<br />

<strong>cria</strong>tividade da do ano passado.<br />

O objectivo é simples: aumentar<br />

as ven<strong>das</strong>, de forma a inserir<br />

a Coca-Cola Zero no “top<br />

ten” <strong>das</strong> bebi<strong>das</strong> <strong>mais</strong> vendi<strong>das</strong><br />

em Portugal.<br />

AGAP e FMH<br />

lançam manual<br />

de marketing<br />

aplicado<br />

ao fitness<br />

A AGAP e a FMH lançam<br />

o primeiro manual de marketing<br />

aplicado ao mundo do<br />

desporto e do fitness. Com o<br />

título “Manual de Fitness &<br />

Marketing, Perspectiva para a<br />

competitividade dos Ginásios<br />

e Health Clubs”, o livro está<br />

disponível nas livrarias com<br />

um PVP de 22,5 euros.<br />

O objectivo é partilhar conhecimentos<br />

que permitam valorizar<br />

um mercado com 1300<br />

clubes espalhados pelo país,<br />

que representam entre seis a<br />

nove mil postos de trabalho e<br />

que facturam cerca de 310 milhões<br />

de euros anuais.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 automóvel 35<br />

Apesar do preço crescente, gasóleo continua a dominar mercado<br />

Carrinha do Hyundai i30<br />

apenas com motor diesel<br />

A variante carrinha do Hyundai i30,<br />

que vai ser posta à venda no mercado nacional<br />

nas próximas semanas, vai oferecer<br />

apenas a motorização diesel 1.6 CRDi,<br />

nas variantes com 90 e 115 cv, não disponibilizando<br />

o motor 1.4 a gasolina com<br />

109 cv, que também está presente no leque<br />

de propulsores da berlina. A opção é<br />

justificada pela marca no facto dos clientes<br />

do segmento médio-baixo continuarem a<br />

preferir o diesel, tendo este combustível<br />

sido responsável por 96% <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> em<br />

Portugal no ano passado. Uma vez que o<br />

preço da gasolina e do gasóleo estão cada<br />

vez <strong>mais</strong> próximos, a “<strong>Vida</strong> Económica”<br />

perguntou, na conferência de imprensa<br />

de apresentação do modelo, ao director<br />

comercial do Entreposto VH se essa posição<br />

poderá ser reconsiderada. “Vamos<br />

estar atentos, até porque é verdade que<br />

os preços estão cada vez <strong>mais</strong> próximos”,<br />

começou por reconhecer Jorge Caetano,<br />

para logo defender que, neste momento,<br />

essa opção satisfaria as necessidades de<br />

apenas 4% do mercado. “Aliás, o diesel<br />

continua a crescer em termos de procura<br />

em Portugal”, avisa Caetano.<br />

Em termos estéticos, a Hyundai i30<br />

CW é praticamente igual à berlina até ao<br />

pilar C. Em relação ao modelo de cinco<br />

portas, a carrinha tem <strong>mais</strong> 230 mm de<br />

comprimento (com um total de 4475<br />

mm) e 40 mm de altura (para 1520 mm),<br />

mantendo a mesma largura (1775 mm) e<br />

distância entre eixos (2700 mm). Este redimensionamento<br />

tem o principal ganho<br />

na bagageira, que cresce 75 litros na capacidade,<br />

para 415 litros. De referir que<br />

o consumo médio e as emissões, iguais<br />

nos dois níveis de potência, são, respectivamente,<br />

de 4,9 litros aos 100 km e de<br />

128 g/km.<br />

900 unidades<br />

até ao fim do ano<br />

Nos níveis de equipamento, a CW repete<br />

a oferta do i30 berlina, oferecendo<br />

três patamares: Classic (apenas com o<br />

motor de 90 cv), Comfort (com os níveis<br />

de potência 90 e 115 cv) e Style (só com<br />

115 cv).<br />

No plano dos preços, a Hyundai i30<br />

CW é <strong>mais</strong> cara 800 euros do que a berlina,<br />

à excepção da versão de entrada, em<br />

que o diferencial atinge os 1090 euros. Assim,<br />

a versão Classic é proposta por 19 980<br />

euros, a Comfort com 90 cv por 21 290<br />

euros, a Comfort com 115 cv por 22 940<br />

euros e a Style é vendida por 24 940 euros.<br />

Os objectivos de ven<strong>das</strong> do importador da<br />

marca para Portugal passam por vender<br />

800 a 900 unidades da carrinha este ano,<br />

um valor que sobre para 1500 no primeiro<br />

ano completo de comercialização.<br />

O patamar base Classic tem, entre outros<br />

elementos, rádio com CD/MP3 e<br />

ar condicionado. O patamar Comfort<br />

acrescenta vidros eléctricos traseiros,<br />

espelhos retrovisores de comando eléctrico,<br />

aquecidos e rebatíveis electricamente,<br />

computador de bordo, faróis de<br />

nevoeiro e sistema automático de accionamento<br />

<strong>das</strong> luzes. A variante de 115 cv<br />

da versão Comfort acrescenta ainda ar<br />

condicionado automático, jantes de liga<br />

leve, consola central com acabamento<br />

metalizado e sensor de chuva. A variante<br />

<strong>mais</strong> equipada Style está disponível com<br />

sistema de monitorização da pressão dos<br />

pneus, bancos em pele e tecido, espelho<br />

retrovisor interior electrocromático, sensores<br />

de estacionamento traseiros e ESP<br />

(controlo de estabilidade).<br />

Aquiles Pinto<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

Citadino i10<br />

chega em Maio<br />

O citadino Hyundai<br />

i10 vai ser posto à<br />

venda em Portugal<br />

no fim<br />

do próximo<br />

mês.<br />

A q u e l e<br />

que é o<br />

segundo<br />

m o d e l o<br />

da marca<br />

coreana com designação alfanumérica oferece<br />

dois motores, um 1.1 a gasolina com<br />

66 cv e um 1.1 diesel com 75 cv. O motor<br />

diesel apresenta um consumo combinado de<br />

4,3 litros aos 100 km e emite 114 g de CO2<br />

por km, enquanto o motor a gasolina tem um<br />

consumo de 5 litros e emissões de 119 g/km.<br />

Os dois motores montam de série com caixa<br />

de cinco velocidades manual, sendo que o<br />

motor a gasolina vai poder montar, em opção,<br />

transmissão automática.<br />

Em termos de preços, o Hyundai i10 a gasolina<br />

varia entre os 9900 e os 11 750 euros (12<br />

990 com caixa automática) e o diesel situa-se<br />

entre 12 850 e os 13 850 euros. O Entreposto<br />

VH tem como meta para o modelo vender 350<br />

unidades até ao fim do ano e 500 no primeiro<br />

exercício completo de comercialização.<br />

Os níveis de equipamento deste pequeno<br />

modelo com cinco portas são o Comfort e o<br />

Style. O primeiro oferece de série direcção<br />

assistida, fecho central, vidros eléctricos à frente,<br />

rádio com CD, quatro airbags e ABS. O<br />

Style junta a estes itens os vidros eléctricos<br />

atrás, o ar condicionado, as jantes de liga leve<br />

e os faróis de nevoeiro. No capítulo dos opcionais,<br />

destaque para o facto <strong>das</strong> versões com<br />

motor diesel poderem, por 500 euros, montar<br />

ESP (controlo de estabilidade).<br />

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36<br />

automóvel<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

“Festa” do automóvel arranca hoje na FIL<br />

Baixa nos custos não eleva número<br />

de expositores no Salão de Lisboa<br />

O Salão Internacional do Automóvel de Portugal de 2008 vai<br />

decorrer na FIL, em Lisboa, entre hoje e 4 de Maio. Apesar de a<br />

organização, a cargo da Associação Automóvel de Portugal, estar a<br />

fazer um esforço para baixar os custos de participação, o número<br />

de marcas presentes é o mesmo da edição anterior. Ainda assim,<br />

há unanimidade e mesmo os construtores que não vão expor vêem<br />

no certame a grande festa do automóvel no nosso país.<br />

A baixa de custos com a participação dos<br />

expositores que a Associação Automóvel de<br />

Portugal (ACAP) tem implementado no Salão<br />

Internacional do Automóvel, cuja edição<br />

deste ano abre hoje portas na FIL, em Lisboa,<br />

não foi suficiente para aumentar o número<br />

de marcas participantes, sendo de destacar<br />

a ausência da Opel, a segunda marca <strong>mais</strong><br />

vendida no nosso país. O secretário-geral<br />

da referida associação, Hélder Pedro, disse à<br />

“<strong>Vida</strong> Económica” que “para ACAP, sendo<br />

Novidades nacionais<br />

em evidência<br />

Não é tão rico em estreias internacionais<br />

como chegou a ser, mas, ainda<br />

assim, o Salão de Lisboa vai ser palco<br />

para inúmeras apresentações nacionais.<br />

Destaque, entre várias outras, para a<br />

Audi A4 Avant, o Citroën C5, os Ford<br />

Fiesta e Kuga, o Dacia Logan, o Honda<br />

Accord, os Hyundai i10 e i30 CW (ver<br />

destaques), o Mercedes CLC, o Peugeot<br />

308 SW, os Renault Koleos e Laguna<br />

GT (ver destaque deste último), o Seat<br />

Leon #18 (dedicado ao piloto nacional<br />

Tiago Monteiro), o Skoda Superb, o<br />

Toyota iQ (o “anti-Smart”) e o “português”<br />

Volkswagen Scirocco, produzido<br />

na fábrica de Palmela.<br />

Além destes modelos, os visitantes<br />

que passarem pela FIL até dia 4 de<br />

Maio vão poder observar de perto verdadeiras<br />

obras de arte com ro<strong>das</strong> de<br />

marcas como a Aston Martin, a Bentley,<br />

a Ferrari, a Lamborghini, a Lotus. Realce<br />

ainda para a presença, também em<br />

estreia nacional, dos desportivos Lexus<br />

IS-F e do Mercedes SLR 722 GT.<br />

representante dos construtores, to<strong>das</strong> as marcas<br />

são importantes”.<br />

Face a 2006, o número de construtores presentes<br />

mantém-se, sendo as faltas da Opel, da<br />

Chevrolet, da Cadillac, da Saab e da Tata colmata<strong>das</strong><br />

pela presença da Ssangyong, da Subaru,<br />

da Aston Martin, da Lotus e da Dacia,<br />

a marca romena pertença da Renault que faz<br />

a estreia em Portugal no Salão de Lisboa. Por<br />

outro lado, a BMW, a Mini, a Jaguar, a Land<br />

Rover, a Porsche e a Suzuki já não estiveram<br />

na edição anterior. “Há políticas conjunturais<br />

<strong>das</strong> marcas e cada empresa é, obviamente,<br />

livre de decidir a se está presente”, refere<br />

Hélder Pedro, que destaca que os expositores<br />

vão ocupar este ano <strong>mais</strong> área da FIL.<br />

De uma coisa a nossa fonte tem a certeza,<br />

o investimento com a participação não é demasiado<br />

elevado. “Já não há <strong>empresas</strong> a achar<br />

que o salão é caro. Aliás, dado o esforço que a<br />

direcção da ACAP fez para baixar os preços,<br />

já tem custos muito próximos dos praticados<br />

por salões regionais e muito <strong>mais</strong> baixo de<br />

que outras exposições feitas na FIL. Portanto,<br />

esse já não é um problema para uma marca<br />

estar ou não estar no salão. Os obstáculos podem<br />

ser outros, mas não o custo por m2”,<br />

afirma o secretário-geral da ACAP. “Isso em<br />

2000 era, realmente, um problema, mas em<br />

2008 já não é”, remata.<br />

Organização com boas expectativas<br />

As expectativas de Hélder Pedro para o<br />

Salão Internacional do Automóvel 2008 “são<br />

muito boas, atendendo ao que se perspectiva<br />

de novidades <strong>das</strong> próprias marcas, até porque<br />

a festa é dos expositores, quer a toda a envolvente<br />

do certame, como o seminário e campanha<br />

da Eco-Condução” (ver destaque).<br />

“Portanto, achamos que vai ser <strong>mais</strong> um<br />

grande Salão Internacional do Automóvel de<br />

Portugal”, afirma o entrevistado.<br />

Quanto ao número de visitantes, este responsável<br />

pela ACAP refere que “o objectivo é<br />

manter o número elevado <strong>das</strong> anteriores edições”.<br />

Assim, até ao dia 4 de Maio, o último<br />

do certame, devem passar pela FIL cerca de<br />

250 pessoas.<br />

O dirigente associativo revela-se confiante<br />

de que o Salão de Lisboa é um projecto com<br />

“pernas” para continuar. “É obvio que este é<br />

um projecto com futuro, até porque é assim<br />

em todos os países onde há mercado automóvel.<br />

Por exemplo, nas reuniões da OICA<br />

[Organização Internacional dos Construtores<br />

Automóveis] verificamos que todos os países<br />

do Leste da Europa, que entraram <strong>mais</strong><br />

tarde na União, estão a realizar os seus salões<br />

internacionais. Portanto, se os certames do<br />

Ocidente, como o nosso, o de Bruxelas ou o<br />

de Amesterdão, estão consolidados, é agora a<br />

vez dos países emergentes”, advoga.<br />

Hélder Pedro sublinha, aliás, que o futuro<br />

do certame foi acautelado com a decisão de<br />

realizá-lo a cada dois anos. “Não são salões<br />

anuais, nem exclusivos para comerciais ou<br />

passageiros, como nós na ACAP percebemos,<br />

já que eram investimentos desajustados<br />

à nossa realidade. Agora, um salão com<br />

periodicidade bienal com modelos de passageiros<br />

e comerciais é uma oferta adequada”,<br />

explica.<br />

Alguns analistas afirmam que seria <strong>mais</strong><br />

adequado à realidade do mercado português<br />

que a realização do Salão de Lisboa fosse<br />

substituída por alguns salões de carácter regional.<br />

Hélder Pedro responde que a ACAP<br />

está onde os associados querem estar. “Por<br />

isso é que já apoiámos vários salões regionais.<br />

Por exemplo, ainda no ano passado estivemos<br />

no Salão de Braga e temos estado no<br />

Auto Ocasião, o salão de usados. Portanto,<br />

não é por fazermos o Salão Internacional do<br />

Automóvel que descuramos o aspecto regional”,<br />

afirma.<br />

Projecto Eco-condução em destaque<br />

No âmbito do Conduz ao Futuro, o tema do Salão Internacional do Automóvel 2008,<br />

a ACAP vai, em parceria com a BP Portugal, a Brisa e a Michelin, apresentar o Ecocondução<br />

Portugal. Este projecto tem como principal objectivo promover a adopção de<br />

medi<strong>das</strong> que promovam a melhoria dos hábitos de condução, com vista à redução dos<br />

consumos de combustível e consequente emissão de poluentes e gases com efeito de estufa,<br />

promovendo também uma maior segurança rodoviária. O projecto conta ainda com a<br />

parceria do Instituto Superior Técnico, nomeadamente através da equipa de investigação<br />

em Transportes, Energia e Ambiente coordenada por Tiago Farias.<br />

No decorrer do certame vai realizar-se também a primeira actividade de divulgação e<br />

sensibilização do projecto, que irá envolver o público presente, nomeadamente, através<br />

de acções de sensibilização em eco-condução, que visam reconhecer as melhores prestações<br />

dos condutores.<br />

Mesmo as marcas que não vão participar no evento afirmam que “o<br />

mercado português tem alguma dimensão” pelo que a realização do<br />

Salão de Lisboa tem justificação, até porque se realiza de dois em dois<br />

anos.<br />

Marcas referem que custos são<br />

elevados, mas salão é importante<br />

O director de comunicação da General<br />

Motors (GM) Portugal, Miguel Tomé, afirmou<br />

à “<strong>Vida</strong> Económica” que a decisão da<br />

ausência no evento da Opel e da Chevrolet<br />

“é meramente conjuntural e é pontual”, tendo<br />

a ver “com uma série de opções” que a<br />

empresa teve que fazer este ano face a vários<br />

investimentos planeados. “Nesse sentido, estabelecemos<br />

prioridades e aí cabe a decisão<br />

neste ano não participarmos no Salão Internacional<br />

do Automóvel de 2008”, disse.<br />

A mesma fonte sublinha que os custos não<br />

são o principal motivo da ausência. Ainda assim,<br />

reconhece que o investimento necessário<br />

à participação <strong>das</strong> marcas poderia ser <strong>mais</strong><br />

baixo. “Na base da nossa decisão esteve a explicação<br />

que lhe dei. Agora, é evidente que<br />

o custo de participação num salão é elevado<br />

e obviamente que tivemos isso em mente.<br />

Quando há, de facto, várias prioridades e várias<br />

iniciativas que planeámos para este ano,<br />

é claro que tivemos de olhar também para<br />

os montantes de investimento e respectivo<br />

retorno e concluir pelo melhor”, explica o<br />

porta-voz da GM Portugal.<br />

De uma coisa Tomé não tem dúvi<strong>das</strong>, “o<br />

mercado português tem alguma dimensão”,<br />

pelo que a realização do Salão de Lisboa tem<br />

justificação, até porque se realiza de dois em<br />

dois anos. “O que me parece francamente<br />

razoável”, remata. Aliás, o único reparo que<br />

Miguel Tomé faz à organização do certame<br />

é pelo número de visitantes, que poderia ser<br />

maior. “Admito que poderíamos ir <strong>mais</strong> longe<br />

em termos de visitantes, já que o mercado<br />

português tem potencial para isso”.<br />

A directora de relações externas da Jaguar<br />

Espanha e Portugal, Belén de Lacalle Rubio,<br />

referiu-nos, por seu turno, que a marca britânica,<br />

assim como a “irmã” Land Rover, não<br />

vai estar presente no salão “por decisão da<br />

sede da marca”, que é quem determina em<br />

que certames se está presente. “Se esta não nos<br />

apoia, nós, ao não termos a sua ajuda, não<br />

podemos suportar sozinhos o elevado investimento<br />

que isto representa”, acrescentou a<br />

porta-voz da marca.<br />

Já em Fevereiro, na apresentação internacional<br />

do Suzuki Splash, a directora de<br />

marketing e comunicação da Cimpomóvel<br />

Veículos Ligeiros, importador da Saab e da<br />

Suzuki, anunciou a ausência <strong>das</strong> marcas do<br />

certame. “É importante em termos de reconhecimento,<br />

mas é dos <strong>mais</strong> caros, pelo que<br />

decidimos canalizar os nossos investimentos<br />

para outras formas de comunicação”, informou,<br />

na altura, Ana Guerreiro.<br />

Também as marcas que decidiram participar<br />

no Salão Internacional do Automóvel<br />

consideram os custos elevados. Em declarações<br />

à “<strong>Vida</strong> Económica”, a directora da comunicação<br />

da Ford Lusitana, Anabela Correia,<br />

concordou que a participação no salão<br />

“trata-se de um investimento considerável,<br />

sobretudo num momento menos favorável”<br />

do mercado automóvel nacional. “O certame<br />

realiza-se actualmente de dois em dois<br />

anos, exactamente porque um salão anual<br />

não seria de todo comportável no nosso<br />

mercado. Alguns custos foram revistos desde<br />

que a ACAP tem a organização a seu cargo,<br />

mas ainda estamos longe da situação ideal e<br />

adequada à dimensão do nosso mercado automóvel,<br />

quando comparamos com outros<br />

salões de outros mercados europeus, explica<br />

a mesma fonte.<br />

Sobre o retorno do investimento, Anabela<br />

Correia refere que é difícil de medir, uma vez<br />

que o Salão Internacional do Automóvel, ao<br />

contrário do que sucede noutros exemplos,<br />

é, sobretudo, um evento de promoção. “Em<br />

termos de ven<strong>das</strong>, não compensa, pois ao<br />

contrário doutros países onde salões automóveis<br />

são também ocasiões para fechar<br />

negócios, em Portugal é somente a nível de<br />

imagem e exposição ao público que se pode<br />

medir o retorno”, afirma a nossa fonte, acrescentando,<br />

por outro lado, que “o número<br />

de visitantes de um salão automóvel com a<br />

dimensão do nosso é relevante e justificará<br />

certamente uma parte desse investimento”.<br />

A porta-voz da filial lusa do construtor<br />

americano defende, talvez por isso, que o<br />

evento se justifica, apesar de tudo. “Para<br />

a Ford, um salão automóvel representa uma<br />

oportunidade única de contacto com o<br />

grande público, exibindo num só local toda<br />

a gama de veículos actualmente no mercado<br />

e, como acontecerá este ano, as novidades<br />

que estarão prestes a chegar. Este ano é<br />

particularmente importante, da<strong>das</strong> as várias<br />

novidades que ali estarão patentes”, afirma.<br />

Também o director de comunicação da<br />

Renault Portugal defende que é positivo para<br />

as marcas estarem presentes no evento. “Para<br />

a marca – e não para a filial – é importante<br />

estar presente no Salão, para poder mostrar<br />

a tecnologia e os produtos que tem aos<br />

clientes, que, na maioria dos casos, não têm<br />

acesso a estes”, avançou à “<strong>Vida</strong> Económica”<br />

Ricardo Oliveira. Com efeito, o porta-voz<br />

da marca francesa no nosso país admite que<br />

o retorno da participação no certame, “que é<br />

caro se for tido em conta que este não é um<br />

salão em que há ven<strong>das</strong>”, é difícil de medir.<br />

“Ainda assim, é importante para a marca estar<br />

presente”, reitera.<br />

Informações úteis<br />

Horário de funcionamento<br />

24 de Abril- 17:00-24:00<br />

25 de Abril a 3 de Maio – dias úteis:<br />

17:00-24:00<br />

sábados, domingos e feriados: 14:00-<br />

24:00<br />

4 de Maio – 14:00-20:00<br />

Bilhetes<br />

Preço- 9 J (grátis para <strong>cria</strong>nças com<br />

menos de 11 anos)<br />

Locais de venda – nas bilheteiras da<br />

FIL, na zona Norte e entre o Pavilhão 1 e<br />

2, nos dias de funcionamento do salão.<br />

Internet<br />

http://www.salaoautomovel.sapo.pt/


quinta-feira, 24 Abril de 2008 37<br />

altri:<br />

-13%<br />

desde<br />

o início do ano<br />

bpi:<br />

-30%<br />

desde<br />

o início do ano<br />

Mercados<br />

Banca nacional deve<br />

melhorar eficiência<br />

nos sistemas<br />

de pagamentos<br />

Teodora Cardoso afirma na acic<br />

Portugal não se preparou bem<br />

para a globalização<br />

No decorrer de uma conferência, na Associação<br />

Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC), integrada<br />

na comemoração dos 145 anos desta Instituição, a<br />

economista e consultora do BPI Teodora Cardoso<br />

equacionou a questão: “De que depende o futuro da<br />

economia portuguesa” A grande conclusão aponta<br />

para a necessidade imperiosa de “reinventar” o modelo<br />

sócio-económico português, tornando-o continuamente<br />

melhor enquadrado numa economia global exigente.<br />

Precisamente o que tardou a ser feito, já que só<br />

recentemente se deram alguns passos consistentes.<br />

Citando Georges de Ménil,<br />

conceituado professor de Economia,<br />

Teodora Cardoso assumiu<br />

como um dado incontornável<br />

que a cada país cabe inventar<br />

ou reinventar o seu modelo. E<br />

referindo-se aos macrofactores<br />

que condicionarão o futuro da<br />

economia portuguesa, enfatizou<br />

a existência dum sector empresarial<br />

independente e com capacidade<br />

estratégica e de inovação, a<br />

par dum Estado forte e competente<br />

que assegure a prazo a estabilidade<br />

económica, financeira<br />

e social. E preconizou um Estado<br />

menos interventor - que em<br />

regra asfixia com a burocracia a<br />

capacidade <strong>das</strong> <strong>empresas</strong>, como<br />

o tem sido tradicionalmente -,<br />

em detrimento dum Estado <strong>mais</strong><br />

regulador, que crie condições de<br />

estimulo à confiança dos agentes<br />

económicos.<br />

Consolidar vantagens<br />

obti<strong>das</strong> recentemente<br />

Em termos do enquadramento<br />

internacional, Teodora Cardoso<br />

salienta que 2008 será um ano<br />

difícil, fundamentando a avaliação<br />

em vários factores: crise<br />

financeira, questões da energia e<br />

do ambiente, preço <strong>das</strong> matérias-<br />

-primas alimentares, redução do<br />

crescimento mundial e aumento<br />

da inflação. Mas simultaneamente<br />

refere que estas condicionantes<br />

são os factores que a prazo determinarão<br />

mudanças profun<strong>das</strong> na<br />

economia mundial. E porquê<br />

interroga-se. Simplesmente porque<br />

vai haver uma melhor regulação<br />

financeira e vai ser prestada<br />

uma maior atenção às desigualdades<br />

sociais provoca<strong>das</strong> pela<br />

globalização (provocando um<br />

ordenamento desta) bem como<br />

às questões energéticas e ambientais.<br />

Em particular para o caso<br />

português, admite algumas vantagens<br />

obti<strong>das</strong> ao longo dos últimos<br />

tempos recentes de reajustamento<br />

estrutural da economia,<br />

nomeadamente no que concerne<br />

aos sectores <strong>mais</strong> trabalho intensivos<br />

e ao sector exportador, que<br />

revelou efectiva capacidade de<br />

adaptação aos factores externos.<br />

Neste sentido, a economista<br />

referiu que deve ser prosseguida<br />

a simplificação administrativa<br />

(com incidência no sistema de<br />

justiça, no estabelecimento de<br />

condições concorrências e num<br />

melhor clima para o investimento),<br />

bem como a reforma da<br />

Administração<br />

Pública, com<br />

especial enfoque<br />

na gestão dos<br />

seus recursos humanos.<br />

Uma outra<br />

aposta referida<br />

não podia deixar<br />

de ser o progresso<br />

tecnológico,<br />

como factorchave<br />

para o reforço<br />

da competitividade<br />

do país num contexto<br />

de globalização acelerada. No<br />

capítulo da política de emprego,<br />

Teodora Cardoso enfatizou a necessidade<br />

de protecção dos trabalhadores,<br />

que não a protecção de<br />

postos de trabalho sem futuro, o<br />

que passa pelo fomento da mobilidade<br />

e formação profissionais,<br />

pela adaptação do sistema de segurança<br />

social, entre outros.<br />

Aprofundar<br />

o reajustamento<br />

da política orçamental<br />

Num tom mitigadamente optimista<br />

mas prudente, diz que é<br />

necessário continuar a readaptar<br />

de uma forma sustentada o nosso<br />

modelo económico, tendo em<br />

Vai haver uma<br />

melhor regulação<br />

financeira e vai<br />

ser prestada uma<br />

maior atenção<br />

às desigualdades<br />

sociais<br />

A economista Teodora Cardoso e o presidente da ACIC, Paulo Mendes.<br />

conta não só as ainda existentes<br />

debilidades estruturais liga<strong>das</strong> ao<br />

aparelho produtivo e ao financiamento<br />

global da economia, mas<br />

também as actuais componentes<br />

ligada à crise financeira internacional<br />

que dificultarão o acesso<br />

ao credito.<br />

E esta necessidade de readaptação<br />

interage muito de parte com<br />

a resolução de questões relevantes<br />

ainda pendentes na política orçamental.<br />

Quer do lado <strong>das</strong> despesas<br />

(redução da dependência do<br />

ciclo político, descentralização<br />

na gestão e inerente responsabilização,<br />

escrutínio dos grandes<br />

projectos com<br />

despesas, preservando<br />

um<br />

clima atractivo<br />

para o investimento.<br />

impacto a longo<br />

prazo, etc)<br />

e quer do lado<br />

<strong>das</strong> receitas, em<br />

cujo âmbito se<br />

deve assumir<br />

uma interligação<br />

lógica com<br />

o volume de<br />

Perceber o esgotamento<br />

do modelo 1975- 2001<br />

A exposição centrou-se, como<br />

já se referiu, na necessidade de<br />

reajustamento dos modelos económicos.<br />

E a propósito foi esclarecedora<br />

a análise retrospectiva.<br />

Para esta economista o modelo<br />

vigente entre 1975 e 2001 alcançou<br />

mesmo alguns assinaláveis<br />

êxitos. Com efeito a taxa média<br />

anual de crescimento do PIB foi<br />

de 3,2% enquanto no mesmo<br />

período a Espanha apresentou<br />

o valor de 2,7%; aliás a economia<br />

portuguesa foi neste período<br />

aquela que <strong>mais</strong> rapidamente<br />

convergiu para a média europeia.<br />

Mas não há bela sem senão,<br />

acrescentamos.<br />

É que, segundo expressou Teodora<br />

Cardoso, o modelo adoptado<br />

fruto <strong>das</strong> rupturas do pós-25<br />

Abril de natureza política (geradoras<br />

de rigidez e de quebra de<br />

competitividade) e de natureza<br />

económica), (geradoras de instabilidades<br />

até à integração europeia)<br />

identificou-se com uma<br />

intervenção de curto prazo por<br />

parte do Estado sujeita à instrumentalização<br />

política ao sabor<br />

dos ciclos eleitorais. E assim foi<br />

contribuindo para o esgotamento<br />

<strong>das</strong> reservas cambiais, para o<br />

“soltar” do endividamento externo,<br />

para o crescimento acelerado<br />

<strong>das</strong> despesas públicas e da dívida<br />

pública que exigiram acréscimo<br />

asfixiador da carga fiscal. E isto<br />

ao lado dum crescimento muito<br />

dependente do “boom” da construção.<br />

E, assim, o modelo esgotou-se.<br />

Mudar de rumo<br />

A terminar a sua intervenção,<br />

referiu que contudo há uma outra<br />

causa <strong>mais</strong> profunda para o<br />

esgotamento do modelo económico.<br />

E ela foi a entrada em concorrência<br />

internacional de centenas<br />

de milhares de trabalhadores<br />

do Leste Europeu e da Ásia com<br />

salários incomparávelmente <strong>mais</strong><br />

baixos e com taxas de cambio dos<br />

seus países claramente subavalia<strong>das</strong>.<br />

Neste cenário — já previsível há<br />

uns tempos, acrescentamos — é<br />

peremptória em afirmar que Portugal<br />

não se preparou bem para a<br />

moeda única e muito menos para<br />

a globalização. E agora tem que<br />

mudar de rumo depressa e bem,<br />

ou seja, tem que saber “reinventar”<br />

o seu modelo.<br />

A.M.<br />

11,200<br />

11,100<br />

11,000<br />

Índices<br />

psi20<br />

16-04 17-04 18-04 21-04 22-04<br />

PSI 20 (Fecho) (22/04) 11128,6<br />

Var. Semana 0,83%<br />

Var. 2008 -14,52%<br />

Dow Jones (Fecho) (22/04) 12708,59<br />

Var. Semana 2,80%<br />

Var. 2008 -4,19%<br />

Nasdaq (Fecho) (22/04) 1883,35<br />

Var. Semana 4,94%<br />

Var. 2008 -9,67%<br />

Ibex (Fecho) (22/04) 13593,4<br />

Var. Semana 1,38%<br />

Var. 2008 -10,47%<br />

Dax (Fecho) (22/04) 6728,30<br />

Var. Semana 2,18%<br />

Var. 2008 -16,60%<br />

CAC 40 (Fecho) (22/04) 4872,64<br />

Var. Semana 1,92%<br />

Var. 2008 -13,41%<br />

1.6100<br />

1.5900<br />

1.5700<br />

cAmbial<br />

eurodólar<br />

16-04 17-04 18-04 21-04 22-04<br />

Eurodólar (Fecho) (22/04) 1,6000<br />

Var. Semana 0,66%<br />

Var. 2008 8,69%<br />

Euro Libra (Fecho) (22/04) 0,8009<br />

Var. Semana 0,30%<br />

Var. 2008 9,221%<br />

Euro Iene (Fecho) (22/04) 164,48<br />

Var. Semana 0,93%<br />

Var. 2008 -0,27%<br />

4.85<br />

4.80<br />

4.75<br />

monetário<br />

euribor 6m<br />

16-04 17-04 18-04 21-04 22-04<br />

Euribor 6m (Fecho) (22/04) 4,8360<br />

Var. Abs. Semana 0,0690%<br />

Var. Abs. 2008 0,1270%<br />

Euribor 3m (Fecho) (22/04) 4,8200<br />

Var. Abs. Semana 0,0560%<br />

Var. Abs. 2008 0,1300%<br />

Euribor 1Y (Fecho) (22/04) 4,8530<br />

Var. Abs. Semana 0,0810%<br />

Var. Abs. 2008 0,0990%<br />

mercadorias<br />

114.00<br />

111.00<br />

108.00<br />

petróleo<br />

16-04 17-04 18-04 21-04 22-04<br />

Petróleo (Brent) (22/04) 112,98<br />

Var. Semana 2,45%<br />

Var.2008 19,77%<br />

Ouro (Fecho) (22/04) 921,30<br />

Var. Semana -1,87%<br />

Var. 2008 10,57%<br />

Prata (Fecho) (22/04) 17,68<br />

Var. Semana -3,34%<br />

Var. 2008 19,70%


38<br />

mercados<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Quase aleatório<br />

ricardo Arroja<br />

Pedro Arroja<br />

Gestão de Patrimónios S.A.<br />

www.pedroarroja.com<br />

O<br />

fenómeno aleatório é um dos <strong>mais</strong> debatidos<br />

nos mercados financeiros. O sector está cheio<br />

de actores – particulares e institucionais – que,<br />

todos os dias, procuram antecipar o valor de diferentes<br />

títulos cotados e não cotados. Em Wall Street, na City<br />

de Londres ou em qualquer outra praça financeira de<br />

relevo, encontramos bancos, sociedades gestoras de fundos,<br />

corretoras, entre outras, cuja função é, em cada momento,<br />

analisar e detectar as melhores oportunidades de<br />

investimento. Existem muralhas da China entre aqueles<br />

que analisam e os que vendem. E cada um sabe muito<br />

bem qual a sua função. Contudo, existem diversos estudos<br />

que parecem indicar que são poucos os gestores<br />

que conseguem, ano após ano, bater o próprio mercado.<br />

Por outras palavras, a rendibilidade associada a uma<br />

carteira gerida de forma passiva – com a inclusão de um<br />

pouco de acções, de imobiliário, de depósitos e outros<br />

activos menos convencionais – é superior àquela produzida<br />

numa carteira gerida de forma activa. O sucesso do<br />

gestor é, por isso, aleatório e momentâneo.<br />

A conclusão anterior é um rude golpe para quem,<br />

como eu, se dedica profissionalmente a esta actividade.<br />

<br />

<br />

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<br />

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<br />

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<br />

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✃<br />

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°<br />

®<br />

® ®<br />

<br />

<br />

®°<br />

<br />

°<br />

<br />

<br />

®<br />

<br />

<br />

Quanto às minhas próprias convicções acerca do assunto,<br />

há aspectos com os quais concordo e outros com os<br />

quais não concordo. Em relação ao ponto de discórdia:<br />

não aceito que não existam gestores <strong>mais</strong> eficazes que<br />

uma abordagem passiva aos mercados financeiros. Caso<br />

contrário, não encontraríamos nomes como Warren Buffett<br />

e George Soros, que, de modo consistente, têm produzido<br />

performances superiores à da generalidade dos<br />

índices bolsistas. Agora, concordo que é difícil conseguir<br />

esta proeza, tal como é difícil chegar a Presidente da República.<br />

O sucesso dos bons gestores não é momentâneo.<br />

Poderá brilhar com maior ou menor intensidade<br />

em função de certas circunstâncias de mercado, mas não<br />

é efémero. Quanto ao seu carácter aleatório, neste campo,<br />

já partilho de algumas <strong>das</strong> preocupações. Contudo,<br />

existem formas de atenuar o fenómeno aleatório.<br />

Na literatura financeira, há quem aprecie um senhor<br />

chamado Burton Malkiel, autor de “A Random Walk<br />

Down Wall Street”. Confesso que a minha química com<br />

os seus escritos nunca foi perfeita. Prefiro um outro<br />

autor, <strong>mais</strong> recente, chamado Nassim Taleb, autor de<br />

“Fooled by Randomness” e de “The Black Swan”. Este<br />

<br />

<br />

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·<br />

·<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

autor defende, essencialmente, três ideias chave. Primeiro,<br />

que a generalidade <strong>das</strong> pessoas tem uma concepção<br />

demasiado positiva de si próprias. Segundo, que subestimam<br />

a probabilidade de ocorrência de eventos raros<br />

tidos, incorrectamente, como impossíveis – os tais cisnes<br />

pretos (“black swans”). E, terceiro, que a probabilidade<br />

associada ao fenómeno aleatório aumenta à medida<br />

que a unidade temporal diminui. Ou seja, que o gestor<br />

que investe a um ano, provavelmente, terá maior sucesso<br />

do que aquele que especula a um dia. É, precisamente,<br />

esta última ideia de Taleb que julgo <strong>mais</strong> poderosa. E é<br />

aquela que, porventura, ajuda a explicar a menor taxa<br />

de mortalidade entre investidores estilo Buffett comparada<br />

com aquela que se regista entre especuladores estilo<br />

Soros.<br />

As conclusões de Taleb – ele próprio um investidor<br />

e especulador de grande sucesso – são extraordinárias<br />

porque na arena financeira todos os dias somos confrontados<br />

com o oposto, isto é, com opiniões, aparentemente,<br />

muito sóli<strong>das</strong> dos <strong>mais</strong> variados gurus da bolsa. Há<br />

muito que nos habituámos a ouvir dizer que nos mercados<br />

existe sempre alguma oportunidade de negócio, nem<br />

que seja comprar ou vender um título durante uns meros<br />

minutos. A razão que, na minha opinião, justifica esta<br />

esquizofrenia bolsista é que poucas pessoas entendem a<br />

relação que Taleb estabelece entre a unidade temporal<br />

e o sucesso do gestor. A tendência é assumir que, se o<br />

gestor atinge bons resultados com dez investimentos ao<br />

longo do ano, então, fará incrivelmente bem se aumentar<br />

o número de transacções para cem. A pressão surge<br />

tanto do lado do cliente como do próprio gestor, que<br />

se convence a si próprio de que é imune ao insucesso,<br />

mesmo que adopte práticas contrárias àquelas que resultaram<br />

na sua fama. Conclusão: aprender a gerir a relação<br />

com o factor tempo e o equilíbrio entre agir ou ficar<br />

quieto é, provavelmente, o ingrediente <strong>mais</strong> importante<br />

rumo ao sucesso final.<br />

net.investidor<br />

http://clientebancario.<br />

bportugal.pt<br />

O portal do “Cliente Bancário” é um canal privilegiado<br />

de comunicação do Banco de Portugal com<br />

os clientes bancários. O seu lançamento surge no<br />

contexto do reforço de competências de supervisão<br />

comportamental do Banco de Portugal com a revisão<br />

do Regime Geral <strong>das</strong> Instituições de Crédito e<br />

Sociedades Financeiras, aprovada pelo Decreto-Lei<br />

n.º 1/2008, de 3 de Janeiro.<br />

O site apresenta diversas áreas temáticas com<br />

informação relevante e útil para as operações<br />

financeiras do cliente bancário, disponibilizando<br />

ainda a principal legislação que enquadra a oferta<br />

de produtos e serviços bancários, um glossário de<br />

termos financeiros e um conjunto de respostas a<br />

perguntas frequentes. Disponibiliza também simuladores<br />

de operações financeiras e formulários para<br />

reclamações e para obtenção de informação sobre<br />

saldos de contas bancárias e de outras aplicações<br />

financeiras em nome de titulares falecidos.<br />

O portal do “Cliente Bancário” tem como missão<br />

informar o cliente bancário aquando da contratação<br />

de produtos ou da aquisição de serviços junto <strong>das</strong><br />

instituições de crédito e sociedades financeiras.<br />

Assume, por isso, como principal objectivo a promoção<br />

da transparência e rigor no funcionamento<br />

dos mercados de serviços financeiros de retalho,<br />

dos mercados do crédito à habitação e consumo ao<br />

mercado da poupança, sem esquecer a prestação<br />

de serviços financeiros essenciais aos clientes e à<br />

economia em geral.<br />

O Banco de Portugal, como entidade reguladora,<br />

assume, deste modo, como missão não só garantir<br />

a estabilidade e a solidez do sistema financeiro<br />

– através da supervisão prudencial <strong>das</strong> instituições<br />

financeiras – mas também a supervisão da actuação<br />

<strong>das</strong> instituições na relação com os seus clientes.<br />

No exercício de funções no âmbito da supervisão<br />

comportamental, o Banco de Portugal actua sobre a<br />

oferta de produtos e serviços financeiros e também<br />

sobre a procura de produtos e serviços, estimulando<br />

e difundindo informação junto dos clientes bancários<br />

promovendo uma avaliação cuidada, rigorosa e<br />

prospectiva dos compromissos que assumem e dos<br />

riscos que tomam.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 mercados 39<br />

A insustentável leveza dos mercados…<br />

PEDRO AZEVEDO<br />

Administrador do grupo<br />

Golden Assets<br />

Quando, em 1996, Alan Greenspan<br />

enquanto presidente da Reserva<br />

Federal Americana, usou o<br />

termo exuberância irracional para caracterizar<br />

o comportamento dos investidores<br />

no mercado accionista, estava, consciente<br />

ou inconscientemente a <strong>cria</strong>r um<br />

novo conceito do domínio da psicologia<br />

aplicada aos mercados financeiros. De<br />

facto, a exuberância irracional é o suporte<br />

psicológico por detrás de uma bolha<br />

especulativa.<br />

Nesta, a subida contínua do preço de determinados<br />

activos (ou grupo de activos)<br />

motiva o entusiasmo dos investidores, os<br />

quais se vão contagiando mutuamente,<br />

amplificando rumores e histórias que justifiquem<br />

a subida dos preços até ao ponto<br />

em que o preço se afaste claramente<br />

dos seus fundamentais. Neste processo, o<br />

“word-of-mouth” assume um papel bastante<br />

relevante, propagando informação a<br />

cada vez <strong>mais</strong> investidores até que o sistema<br />

fique todo “infectado”. É uma epidemia! E<br />

como numa epidemia, só deixa de haver<br />

contágio quando alguns<br />

desses agentes de contágio<br />

recuperam. O problema<br />

é que entretanto muitos<br />

“morreram”.<br />

Nem sempre a pronta<br />

percepção do aparecimento<br />

dessa bolha é uma<br />

garantia de salvaguarda<br />

para o investidor. Após o<br />

supracitado discurso de<br />

Greenspan – apesar de<br />

uma queda dos mercados<br />

accionistas nos dias que<br />

se seguiram – os principais índices de<br />

acções americanos continuaram a subir<br />

desenfreadamente até 2000, triplicando<br />

Gerar proveitos<br />

(quando se acerta)<br />

superiores às per<strong>das</strong><br />

(quando se erra)<br />

é o “nome” do jogo<br />

de valor em apenas seis anos!<br />

Muitas vezes e apesar de a valorização<br />

que o mercado dá a determinados activos<br />

– como em 1999 e 2000 – parecer<br />

absurda para muitos observadores, a sua<br />

influência na correcção desses excessos<br />

não parece suficiente. Existe sempre a<br />

possibilidade de os activos continuarem<br />

a subir absurdamente, impulsionados<br />

por investidores eufóricos. E as valorizações<br />

absur<strong>das</strong> podem perdurar durante<br />

bastante tempo, às vezes anos!<br />

Isto contraria um pouco a tese ou “Teoria<br />

dos Mercados Eficientes”. Esta assenta<br />

no pressuposto de que o mercado<br />

possui inteligência no seu todo que permite<br />

atribuir sempre o valor correcto aos<br />

activos, a todo o momento.<br />

No entanto, a componente emotiva<br />

muitas vezes sobrepõe-se à razão e a pressão<br />

para obter retorno leva os investidores<br />

a tomar decisões menos avisa<strong>das</strong>.<br />

Alguns períodos largos de anomalia<br />

nos preços e de dificuldade de correcção<br />

<strong>das</strong> bolhas podem ser explicados por ausência<br />

de instrumentos<br />

que permitam contrariar<br />

essa tendência e por<br />

alguns “mitos urbanos”<br />

que se vão enraizando<br />

na população de investidores.<br />

No primeiro<br />

caso, temos o exemplo<br />

de obstáculos à venda<br />

a descoberto de determinados<br />

activos. No<br />

segundo caso, podemos<br />

falar da “intoxicação”<br />

causada por alguns analistas.<br />

Neste último caso, e como exemplo,<br />

podemos focar o mito <strong>cria</strong>do no<br />

mercado de que em períodos de 10, 20,<br />

30 anos (antigamente até se falava em 3<br />

anos, mas pós 2000-2003 deixou de ser<br />

conveniente) as acções sempre dão melhor<br />

retorno que as obrigações. Ora, por<br />

exemplo entre as déca<strong>das</strong> de 30 e de 60,<br />

aconteceu precisamente o contrário!<br />

Assim, assumindo que mesmo percepcionando<br />

o fim de ciclo, o investidor terá<br />

dificuldade em acertar no timing correcto<br />

pelo exposto anteriormente,<br />

a sua escolha não deverá<br />

recaír na direcção do mercado,<br />

mas sim na percepção<br />

de quais são as boas acções<br />

e quais são as más.<br />

A maior parte dos investidores<br />

de sucesso produzem<br />

riqueza dando maior enfoque<br />

a não perder dinheiro<br />

do que a criá-lo.<br />

Tomar grandes riscos é<br />

o melhor caminho para obter enormes<br />

prejuízos. O risco implica conhecimento,<br />

experiência, competência… Um piloto<br />

de F1 atinge uma destreza de movimentos<br />

e uma competência inconsciente<br />

que lhe permite automaticamente tomar<br />

decisões como acelerar, travar, mudar de<br />

direcção ou aproximar do carro da frente<br />

que não estão ao alcance de um automobilista<br />

normal. Ele fá-lo porque atingiu<br />

um grau de controlo sobre a máquina<br />

que lhe permite tomar essas decisões de<br />

uma forma quase robotizada. Como um<br />

toureiro, que devido à sua experiência<br />

vai ganhando conhecimento sobre o touro<br />

mal ele entra na arena e durante os<br />

20 minutos da lide, vai, com competência,<br />

gerindo as suas reacções. Os riscos<br />

que eles correm serão sempre menores<br />

do que aqueles que eu correrei se tentar<br />

fazer o mesmo. Assim, o que para uns é<br />

O risco implica<br />

conhecimento,<br />

experiência e<br />

competência<br />

uma oportunidade para outros pode ser<br />

uma ameaça. Apesar de o mercado bolsista<br />

americano ter caído cerca de 50%<br />

entre 2000 e 2003, a distribuição dessas<br />

per<strong>das</strong> não foi igual para todos os investidores.<br />

Enquanto um investidor que<br />

tenha entrado em 94 ainda acumulou<br />

cerca de 150% de retorno, um investidor<br />

que tenha começado em 2000 realmente<br />

perdeu 50% do seu património.<br />

O que é importante não é<br />

acertar ou errar sobre a direcção<br />

do mercado. O que<br />

é importante é o dinheiro<br />

que se produz quando se<br />

está certo e o dinheiro que<br />

se perde quando se está errado.<br />

Gerar proveitos (quando<br />

se acerta) superiores às per<strong>das</strong><br />

(quando se está errado) é o “nome<br />

do jogo”. Por isso os investidores devem<br />

investir em eventos de alta probabilidade,<br />

reduzindo assim o risco dos seus investimentos.<br />

Em resumo, as bolhas vão continuar<br />

a produzir-se (vide crise de “subprime”<br />

de 2007-2008), os mercados não são tão<br />

eficientes como se diz (timing <strong>das</strong> correcções<br />

muito incerto) e a melhor maneira<br />

de fazer dinheiro nos mercados pressupõe<br />

disciplina e preocupação com o risco.<br />

E o leitor, o que pensa de da espectacular<br />

valorização <strong>das</strong> “commodities” desde<br />

1998<br />

Exuberância irracional ou fundamentais<br />

Pelo enunciado atrás, interessante será<br />

separar o trigo do joio. Enfim, algum<br />

“food for thought”. Passe o duplo trocadilho…<br />

Soluções de investimento<br />

baixo risco<br />

“Renda Mix” da CGD – Até 12% no 1º ano<br />

e Euribor + 0,3% no 2º ano<br />

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a promover as<br />

obrigações Caixa Renda Mix, uma aplicação por um<br />

prazo de dois anos cuja rentabilidade está indexada à<br />

evolução do índice EuroStoxx 50 no primeiro ano e à<br />

Euribor a 3 meses no segundo ano. Esta aplicação tem<br />

capital garantido e poderá ser subscrita por um mínimo<br />

de 500 euros (correspondentes a 10 obrigações) até 2<br />

de Maio de 2008. A rentabilidade no primeiro ano poderá<br />

atingir no máximo 12% (no mínimo será nula) e<br />

está dependente <strong>das</strong> variações mensais do índice EuroStoxx<br />

50 ao longo do primeiro ano de investimento. A<br />

rentabilidade no segundo ano será de Euribor a 3 meses,<br />

acrescida de um prémio de 0,3%.<br />

Existe uma rentabilidade mínima garantida para este<br />

investimento, que corresponde à remuneração que é<br />

oferecida no segundo ano. No entanto, o que torna este<br />

investimento atractivo é a possibilidade de obter até<br />

12% no 1º ano, com a restrição de que este rendimento<br />

é apenas potencial e está sujeito ao comportamento e<br />

evolução dos mercados accionistas europeus.<br />

baixo/médio risco<br />

“Europa 2008-2011” do BPI<br />

– Rentabilidade indexada ao EuroStoxx 50<br />

O BPI Europa 2008-2011 é uma emissão de obrigações, com<br />

uma maturidade de 3 anos, que está indexada ao índice Dow<br />

Jones EuroStoxx 50 Price Índex (Índice accionista ponderado<br />

pela capitalização bolsista de 50 <strong>empresas</strong> de países da Zona<br />

Euro).<br />

Esta aplicação poderá ser subscrita até 9 de Maio de 2008,<br />

por um mínimo de 1000 euros, e terá liquidação a 15 de Maio<br />

de 2008.<br />

Este produto oferece capital garantido no vencimento e reembolsa<br />

o capital inicialmente investido somado de 65% da performance<br />

do indexante.<br />

O valor inicial é dado pelo valor oficial de fecho do indexante<br />

na data de emissão e o valor final pelo valor oficial de fecho do<br />

indexante em 2 de Maio de 2011.<br />

Estamos perante uma aplicação cujo principal risco é fornecer<br />

uma rentabilidade nula ao fim de três anos.<br />

O investidor poderá contudo usufruir de uma parcela importante<br />

da variação dos mercados accionistas europeus, sem qualquer<br />

risco de perda de capital (excluindo, obviamente, o valor<br />

temporal).<br />

médio risco<br />

“Depósito db Mega Trends” – Até 35% em<br />

dois anos e meio, com risco de perda de<br />

capital<br />

O Deutsche Bank propõe o Depósito db Mega Trends, um<br />

produto inovador que tem como principal característica a<br />

exposição a cinco acções. Este investimento permite obter<br />

elevados ganhos num cenário de valorização, e, em caso de<br />

desvalorização, fixar um mínimo de risco. A aplicação dálhe<br />

a possibilidade de ganhar 35% em dois anos e meio, o<br />

que corresponde a uma taxa anual nominal bruta de 14%,<br />

investindo num cabaz de cinco acções liga<strong>das</strong> a <strong>empresas</strong><br />

representativas de tendências identifica<strong>das</strong> pelo Deutsche<br />

Bank no mercado, como os sectores de agricultura, infraestrutura<br />

e novos recursos: Tokyo Gás; Monsante; Archer<br />

Daniels Midland e Syngenta. Todavia, 8% do capital investido<br />

ficará directamente dependente de uma eventual<br />

desvalorização dos activos subjacentes. O “Mega Trends”<br />

poderá ser subscrito até 26 de Maio por um mínimo de<br />

2.500 euros.<br />

O investidor fica com uma exposição limitada, mas considerável<br />

(poderá perder o correspondente a 3,2% por ano),<br />

enquanto o ganho anual está limitado a 14%.


40<br />

mercados<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

seguros<br />

Seguros da Victoria<br />

revertem a favor da APSI<br />

Reduzir a taxa de acidentes que<br />

envolvem <strong>cria</strong>nças e jovens é o<br />

objectivo que move a Victoria Seguros<br />

na promoção do seu projecto de<br />

responsabilidade social “Causas Seguras”.<br />

Constatando que 80% dos acidentes com<br />

<strong>cria</strong>nças e jovens poderiam ser evitados, a<br />

Victoria Seguros estabeleceu uma parceria<br />

com a Associação para a Promoção de Segurança<br />

Infantil (APSI) e irá participar ao<br />

longo de todo o ano em várias iniciativas<br />

promovi<strong>das</strong> em conjunto pelas duas entidades.<br />

A primeira está já em curso e foi<br />

denominada de “A vitória <strong>das</strong> <strong>cria</strong>nças”.<br />

No âmbito desta iniciativa, a Victoria<br />

atribui à APSI 5% da receita dos prémios<br />

A<br />

Europ Assistance celebrou parcerias<br />

com a Fiat Portugal e com a<br />

Ford Lusitana para a prestação<br />

de serviços de assistência em viagem<br />

personalizados para proprietários de automóveis<br />

<strong>das</strong> duas marcas.<br />

No caso da Fiat Portugal, o acordo prevê<br />

a <strong>cria</strong>ção do serviço exclusivo “VIP Service”<br />

para os proprietários de automóveis<br />

Lancia e do serviço “500 Free” para proprietários<br />

do Fiat 500, desde que financiados<br />

pela Fiat Group Automobiles Financial<br />

Services. Em qualquer um destes serviços,<br />

o cliente poderá solicitar a recolha da sua<br />

viatura para efeitos de manutenção periódica.<br />

A Europ Assistance procede à recolha<br />

do veículo, em casa ou no escritório,<br />

assegurando também a respectiva entrega<br />

de seguros novos contratados entre 1 de<br />

Abril e 30 de Junho.<br />

Ao longo deste ano, é intenção da seguradora<br />

promover outras iniciativas integra<strong>das</strong><br />

neste projecto de responsabilidade<br />

social.<br />

Entre elas estará a promoção do Dia de<br />

Segurança Victoria. Serão ainda distribuídos<br />

gratuitamente coletes reflectores<br />

para <strong>cria</strong>nças, tendo em conta o elevado<br />

risco que estas correm enquanto peões e<br />

condutores de bicicleta, devido à sua baixa<br />

estatura e consequente dificuldade de<br />

visibilidade para condutores.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

Europ Assistance presta assistência<br />

personalizada à Fiat e Ford<br />

Pinhão Rodrigues na SGF<br />

no concessionário. Qualquer um dos dois<br />

serviços inclui a recolha da viatura para<br />

efeitos de desempanagem, seja por falta de<br />

combustível, pneu furado ou troca e perda<br />

de chaves.<br />

Já a parceria com a Ford está inserida<br />

num contrato pan-europeu para a <strong>cria</strong>ção<br />

de Programa de Garantia de Usados. Esta<br />

parceria prevê duas modalidades distintas<br />

de garantia: para viaturas até cinco<br />

anos está disponível o “FordProtect VU<br />

Ouro”, com um ou dois anos de garantia,<br />

e para automóveis entre cinco a dez<br />

anos, a Europ Assistance disponibiliza o<br />

“FordProtect VU Prata”, com um ano<br />

adicional de garantia.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

José Manuel Pinhão<br />

Rodrigues é o novo<br />

administrador executivo<br />

da SGF – Sociedade<br />

Gestora de Fundos de<br />

Pensões, SA. Aos 59 anos,<br />

Pinhão Rodrigues deixa o<br />

grupo segurador Groupama,<br />

onde havia entrado<br />

há 24 anos e onde exerceu<br />

o cargo de director financeiro,<br />

conduzindo as áreas<br />

de Gestão de Activos Financeiros,<br />

Contabilidade,<br />

Cobranças, Tesouraria<br />

e Planeamento e Controlo<br />

de Gestão. Pinhão<br />

Rodrigues é licenciado<br />

em Gestão pelo ISCTE<br />

e mantém a sua ligação<br />

ao meio académico. É<br />

docente universitário<br />

do ISCTE desde 1990,<br />

tem ligações ao INDEG/<br />

ISCTE, ao CEMAF e à<br />

OVERGEST.<br />

Seguro Directo<br />

já está a promover Rock in Rio<br />

Decreto-lei entra em vigor a 1 de Janeiro de 2009<br />

A partir de 2009, as seguradoras terão<br />

de cumprir novas regras para a formalização<br />

dos seus contratos de seguro. O<br />

Decreto-Lei n.º 72/2008, publicado em<br />

Diário da República a 16 de Abril, vem<br />

estabelecer o novo regime jurídico do<br />

contrato de seguro, introduzindo novas<br />

obrigatoriedades para as companhias de<br />

seguro, sobretudo em matéria de informação<br />

prestada ao tomador aquando da<br />

celebração do contrato. “Há menções que<br />

devem obrigatoriamente constar da apólice<br />

e certas cláusulas, designadamente as<br />

que excluem ou limitam a cobertura, têm<br />

de ser incluí<strong>das</strong> em destaque, de molde a<br />

serem facilmente detecta<strong>das</strong>”,<br />

explicita o legislador<br />

no preâmbulo do<br />

diploma.<br />

Ainda em matéria de<br />

dever de informação,<br />

introduzi<strong>das</strong> exigências<br />

para a companhia de<br />

seguros sobre o regime<br />

relativo ao incumprimento<br />

da declaração de<br />

risco, distinguindo-se<br />

entre comportamento<br />

negligente e doloso do<br />

tomador do seguro ou segurado, com<br />

consequências diversas quanto à validade<br />

do contrato.<br />

Considerando que o tomador constitui<br />

a parte <strong>mais</strong> débil na celebração de um<br />

contrato de seguro, o novo regime jurídico<br />

procura introduzir regras que protejam<br />

a sua parte perante a companhia seguradora.<br />

Por isso mesmo, o diploma estabelece a<br />

regra da imperatividade mínima, segundo<br />

a qual algumas disposições legais, identifica<strong>das</strong><br />

no decreto, apenas são susceptíveis<br />

de alteração por contrato em sentido <strong>mais</strong><br />

Para promover o Rock in Rio, a Seguro<br />

Directo instalou um roda gigante<br />

em pleno Parque <strong>das</strong> Missas, junto ao<br />

Museu da Electricidade, em Lisboa. To<strong>das</strong><br />

as viagens na roda serão gratuitas<br />

e estarão disponíveis até<br />

4 de Maio. A seguradora<br />

quer manter bem visível<br />

a sua associação ao<br />

evento musical, que<br />

patrocina este ano<br />

pela primeira vez,<br />

e por isso propõese<br />

a proporcionar<br />

“uma experiência<br />

única e divertida<br />

à capital portuguesa”,<br />

explica fonte<br />

da seguradora.<br />

Com o Tejo como<br />

pano de fundo, a<br />

roda gigante rompe a<br />

paisagem com os seus<br />

37 metros de altura,<br />

constituindo a<br />

maior roda alguma<br />

vez instalada em<br />

Lisboa. O equipamento<br />

pesa 58 tonela<strong>das</strong>, integra 40 cabinas e<br />

transporta até 160 pessoas em viagens de<br />

oito minutos.<br />

Para promover o Rock in Rio, a Seguro<br />

Directo criou o conceito “Segura-te ao<br />

Rock”, que está a ser promovido<br />

não só com a roda gigante, mas<br />

também com a circulação de<br />

50 smarts por toda a região<br />

de Lisboa até ao último dia<br />

do evento musical, a 6 de<br />

Junho. “Os smarts são um<br />

veículo de comunicação<br />

móvel que colhe a simpatia<br />

do target jovem e urbano<br />

da Seguro Directo e<br />

do Rock in Rio”, explica<br />

a seguradora em comunicado,<br />

onde se pode ler<br />

também que “o objectivo da<br />

iniciativa é comunicar a associação<br />

da Seguro Directo ao<br />

Rock in Rio e expor a<br />

marca, potenciando<br />

a sua visibilidade e<br />

notoriedade”.<br />

Novo contrato de seguro<br />

protege consumidores<br />

Exclusões e<br />

limitações da<br />

cobertura deverão<br />

estar claramente<br />

expressas no<br />

contrato de seguro<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

favorável ao segurado. Passam também a<br />

estar proibi<strong>das</strong> práticas discriminatórias<br />

contra pessoas portadoras de deficiência<br />

ou com risco agravado de saúde. Para este<br />

efeito, são considera<strong>das</strong> práticas discriminatórias,<br />

“em razão da deficiência ou<br />

em risco agravado de saúde, as acções ou<br />

omissões, dolosas ou negligentes, que violem<br />

o princípio da igualdade, implicando<br />

para as pessoas naquela situação um tratamento<br />

menos favorável do que aquele<br />

que seja dado a outra pessoa em situação<br />

comparável”, pode ler-se no artigo 15.º.<br />

Também para proteger o consumidor, o<br />

novo regime jurídico do contrato de seguro<br />

declara a nulidade<br />

dos pretensos contratos<br />

de seguro feitos por entidades<br />

não autoriza<strong>das</strong><br />

legalmente a celebrá-los.<br />

No entanto, o pretenso<br />

segurador continua<br />

obrigado a to<strong>das</strong> as obrigações<br />

e deveres que lhe<br />

decorreriam do contrato,<br />

se este fosse válido, para<br />

que a protecção do consumidor<br />

esteja assegurada.<br />

O contrato de seguro passa a ser considerado<br />

válido a partir do<br />

momento em que houver consenso na<br />

sua celebração, mesmo que a apólice ainda<br />

não tenha sido emitida. Bastará, assim,<br />

que esse consenso seja manifestado verbalmente<br />

ou por troca de correspondência<br />

para considerar válido o contrato.<br />

Sem alteração mantém-se a duração<br />

anual dos contratos e o regime de pagamento<br />

que só permite a cobertura do<br />

seguro após o pagamento do respectivo<br />

prémio.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt


quinta-feira, 24 Abril de 2008 mercados 41<br />

Henrique Carvalho e Silva, director-geral de Empresas do Santander Totta, afirma<br />

“Reorganização <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

<strong>cria</strong> <strong>mais</strong> oportunidades”<br />

“O Santander Totta não tem exposição ao mercado de crédito ‘subprime’<br />

ou instrumentos relacionados”, diz Henrique Carvalho e Silva.<br />

“A capacidade de penetração do Santander Totta no segmento <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> é actualmente<br />

facilitada pelas dificuldades de liquidez existentes no sistema bancário” – afirma<br />

Henrique Carvalho e Silva, director-geral de Empresas. O Santander Totta pretende<br />

elevar a sua quota nas <strong>empresas</strong>, dos actuais 6% para um nível <strong>mais</strong> próximo com<br />

a posição do banco em outros segmentos. Henrique Carvalho e Silva garante que o<br />

Santander Totta apresenta o melhor “rating” da banca do país e um dos melhores do<br />

mundo e tem uma posição de solvabilidade invejável.<br />

O segmento <strong>das</strong> médias <strong>empresas</strong> é considerado prioritário pelo Santander Totta. “É<br />

nele que residem a força e o dinamismo do tecido empresarial português e onde se regista<br />

a maior parte do emprego e do investimento” – destaca Henrique Carvalho e Silva.<br />

<strong>Vida</strong> Económica (VE) - A área de Empresas-PME do<br />

Santander Totta revela um sustentado esforço de penetração.<br />

Constitui uma nova opção estratégica <br />

Henrique Carvalho e Silva (HCS)- O Santander Totta<br />

apresenta hoje em dia uma presença significativa nos segmentos<br />

de mercado de particulares, com quotas de <strong>mais</strong> de 12%.<br />

Já no segmento <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> a nossa quota de mercado é na<br />

ordem dos 6%. Esta disparidade de quotas de mercado reflecte<br />

escolhas estratégicas do Banco e condicionantes externos de<br />

mercado. O segmento de particulares foi seleccionado como<br />

aquele onde, numa fase inicial, iriam concentrar-se os nossos<br />

esforços de crescimento, considerando o potencial de crescimento<br />

que na altura se perspectivava para o segmento, bem<br />

como as características do Banco, que é fundamentalmente<br />

um grande Banco de retalho.<br />

Paralelamente o Banco procurou crescer no segmento <strong>das</strong><br />

grandes <strong>empresas</strong>, dado que a dimensão como Grupo internacional<br />

permitia oferecer aos nossos clientes condições que não<br />

estavam facilmente disponíveis nos nossos concorrentes locais<br />

(<strong>mais</strong> pequenos e logo com menor capacidade de sozinhos tomarem<br />

operações muito grandes) ou nos nossos concorrentes<br />

internacionais (<strong>mais</strong> distantes e logo menos propensos a assumir<br />

risco de crédito).<br />

VE- Mas a área <strong>das</strong> PME tem vindo a ser alvo de especial<br />

atenção<br />

HCS - Desde há algum tempo que temos vindo a investir<br />

de forma clara no aumento da nossa penetração no segmento<br />

<strong>das</strong> médias <strong>empresas</strong>, quer porque a reorganização empresarial<br />

que o país tem vindo a registar está já a dar frutos<br />

visíveis quer porque a nossa reorganização interna<br />

nos permite agora trabalhar este segmento de<br />

forma <strong>mais</strong> qualitativa e sustentada.<br />

VE- Como avalia pois o potencial deste segmento<br />

HCS - O segmento apresenta um enorme potencial.<br />

É nele que residem a força e o dinamismo<br />

do tecido empresarial português e onde se regista<br />

a maior parte do emprego e do investimento.<br />

Existem ainda claras necessidades de serviços financeiros<br />

<strong>mais</strong> sofisticados, no âmbito da reorganização empresarial<br />

em curso e da globalização, que o Santander Totta,<br />

integrado num dos maiores grupos financeiros mundiais, está<br />

particularmente bem posicionado para servir.<br />

A nossa capacidade de penetração neste segmento é actualmente<br />

facilitada pelas dificuldades de liquidez existentes no<br />

sistema. O Santander Totta apresenta o melhor “rating” da<br />

banca do país e um dos melhores do mundo e tem uma posição<br />

de solvabilidade invejável, o que lhe permite ter a capacidade<br />

de responder às necessidades financeiras, principalmente<br />

de crédito, dos nossos clientes de uma forma que os nossos<br />

concorrentes poderão não ter condições para fazer.<br />

NetBanco<br />

é utilizado por<br />

<strong>mais</strong> de 80%<br />

dos clientes<br />

<strong>empresas</strong><br />

VE - A reestruturação em curso do tecido empresarial<br />

português evidenciando situações dolorosas para muitas<br />

<strong>empresas</strong> vai globalmente traduzir-se em efectivas oportunidades<br />

para o negócio bancário<br />

HCS - Os processos de reorganização empresarial resultantes<br />

da globalização em curso traduzem-se sempre em oportunidades,<br />

não só para o sector bancário mas para as próprias<br />

<strong>empresas</strong> que enfrentam esses desafios.<br />

As <strong>empresas</strong> que forem capazes de encontrar caminhos<br />

competitivos alternativos vão necessitar de investir, seja em<br />

melhorias da sua capacidade produtiva, seja na internacionalização,<br />

seja na aquisição do outras <strong>empresas</strong> para suportar o seu<br />

crescimento. O sistema financeiro tem pois uma clara oportunidade<br />

no suprir destas necessidades de investimento e no<br />

acompanhar as <strong>empresas</strong> no seu percurso.<br />

As que não forem capazes de encontrar esses caminhos alternativos<br />

irão debater-se com per<strong>das</strong> de eficiência e de rentabilidade,<br />

e os seus accionistas irão necessitar de serviços de<br />

assessoria ou de apoio na venda <strong>das</strong> suas <strong>empresas</strong>, de modo a<br />

que integra<strong>das</strong> noutros grupos consigam aumentar a sua rentabilidade.<br />

Também nesta vertente existem oportunidades de<br />

negócio para os bancos.<br />

Assim, sentimos que os próximos anos irão registar muitas<br />

oportunidades para o sistema financeiro e estamos a posicionarmo-nos<br />

para as aproveitar, de forma selectiva.<br />

VE - Quais as iniciativas <strong>mais</strong> relevantes- comerciais e<br />

promocionais - já toma<strong>das</strong> ou a implementar no Santander<br />

Totta com vista a captar e fidelizar as <strong>empresas</strong> deste<br />

segmento especifico<br />

HCS- Ao longo dos últimos anos fizemos um investimento<br />

forte na nossa rede comercial, que neste momento está presente<br />

nos principais centros empresariais do país.<br />

Definimos uma abordagem sectorial que nos foca naqueles<br />

sectores nos quais reconhecemos maiores oportunidades de<br />

crescimento, como sejam o Turismo, a Distribuição, a Saúde,<br />

etc. Adicionalmente, e de forma integrada com estas análises<br />

sectoriais, temos vindo a realizar uma série de eventos temáticos<br />

com <strong>empresas</strong> e empresários, contando sempre com a<br />

participação de oradores de referência que apresentam a sua<br />

perspectiva sobre temas relevantes.<br />

Julgamos que com estes três pilares — rede de distribuição,<br />

abordagem sectorial com oferta de valor clara e iniciativas comerciais<br />

e promocionais — estão reuni<strong>das</strong> as condições para<br />

servir adequadamente este segmento de mercado.<br />

VE - Numa lógica de dinamização <strong>das</strong><br />

relações económicas empresariais Portugal-<br />

Espanha-Resto do Mundo, tem o SantanderTotta<br />

assumido um papel específico, designadamente<br />

enquanto integrado no Grupo<br />

Santander<br />

HCS - O Grupo Santander é o maior banco<br />

em Espanha, pelo que é apenas natural que tenhamos<br />

desenvolvido uma área específica para<br />

servir as <strong>empresas</strong> com necessidades financeiras<br />

em ambos os países ibéricos. Esta direcção (Direcção<br />

de Empresas Ibéricas) tem pessoas em Lisboa, no Porto<br />

e em Madrid e trabalha de forma coordenada com uma área<br />

similar do Banco em Espanha, o que nos permite oferecer soluções<br />

específicas para esse segmento de clientes. Registamos<br />

com satisfação que este conjunto de clientes tem registado<br />

ao longo dos últimos anos um crescimento de negócio <strong>mais</strong><br />

expressivo que o resto <strong>das</strong> <strong>empresas</strong> em Portugal, o que acreditamos<br />

reflecte o reconhecimento por parte do mercado <strong>das</strong><br />

nossas competências nesta área.<br />

Também os clientes que tenham necessidades financeiras na<br />

América Latina podem beneficiar do facto de o Grupo Santander<br />

ser o maior grupo financeiro na região. Para tal existe<br />

uma unidade central no Banco que integra as ofertas que os<br />

nossos bancos na América Latina possuem e faculta o acesso às<br />

mesmas aos nossos clientes em Portugal.<br />

VE - Como está operacionalizada a estratégia de distribuição<br />

física da oferta para o segmento <strong>das</strong> PME Que<br />

tipo de centros de atendimento<br />

Qual a intensidade do recurso pelas <strong>empresas</strong> dos chamados<br />

canais directos e automáticos<br />

HCS - A abordagem do Santander Totta aos clientes empresariais<br />

segmenta as <strong>empresas</strong> em três grupos principais: <strong>empresas</strong><br />

globais — são as 15 ou 20 maiores <strong>empresas</strong> do país, que<br />

têm necessidades financeiras globais, e que são trabalha<strong>das</strong> pela<br />

área da banca de investimento, centralmente a partir de Lisboa;<br />

as <strong>empresas</strong> e médias <strong>empresas</strong> — to<strong>das</strong> as <strong>empresas</strong> com facturação<br />

superior a quatro milhões de euros, que são trabalha<strong>das</strong><br />

pela área de <strong>empresas</strong>, que contam com 18 Direcções Comerciais<br />

nos principais centros económicos do país e da qual eu<br />

sou responsável, bem como a área de negócios; ou pequenas<br />

<strong>empresas</strong> — to<strong>das</strong> as <strong>empresas</strong> com facturação inferior a quatro<br />

milhões, que estão integra<strong>das</strong> na rede de particulares e negócios,<br />

que contam com <strong>mais</strong> de 700 balcões espalhados pelos<br />

país Além da nossa extensa rede de distribuição, contamos ainda<br />

com uma banca electrónica moderna e extremamente “user<br />

friendly”. A banca electrónica está, cada vez <strong>mais</strong>, a permitir<br />

uma maior rapidez na execução de operações de transaccionalidade,<br />

como sejam transferências, pagamento de salários, etc.,<br />

além naturalmente de todo o tipo de consultas.<br />

O nosso NetBanco já é utilizado regularmente por <strong>mais</strong> de<br />

80% dos nossos clientes <strong>empresas</strong> e tem vindo a registar cada<br />

vez <strong>mais</strong> aderentes. Trata-se de uma ferramenta que facilita de<br />

forma muito significativa a utilização dos nossos serviços por<br />

parte dos nossos clientes, que passam a ter a capacidade de, em<br />

tempo real ou quase real, executar directamente muitas <strong>das</strong><br />

operações correntes que necessitam, de forma perfeitamente<br />

integrada com os seus sistemas informáticos e contabilísticos,<br />

evitando trabalho operativo do lado do cliente e reduzindo erros<br />

e custos.<br />

VE - Como avalia o futuro da intervenção da banca de<br />

investimentos no apoio ao segmento específico <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

não muito dimensiona<strong>das</strong><br />

HCS - Tal como já referimos atrás, o processo de reestruturação<br />

do tecido empresarial em Portugal que está em curso<br />

impõe fortes necessidades financeiras, quer em termos de crédito<br />

quer em termos de serviços financeiros de estruturação e<br />

de aconselhamento.<br />

Para enfrentar com sucesso o processo da globalização em<br />

curso as <strong>empresas</strong> têm que se reinventar permanentemente,<br />

ganhar dimensão, competir nos mercados internacionais e<br />

encontrar novas vantagens competitivas. O apoio da banca<br />

de investimento nestes processos revela-se, de um modo geral,<br />

de valor inestimável. O Santander Totta possui uma forte equipas<br />

de banca de investimento, integrada numa área de negócio<br />

global com <strong>mais</strong> de 200 profissionais em “corporate finance” e<br />

outros tantos em financiamentos estruturados, organizados sectorialmente.<br />

Esta equipa está ao dispor dos nossos clientes em<br />

Portugal para os aconselhar nas suas operações e necessidades.<br />

De facto, existe frequentemente a percepção de que os produtos<br />

de banca de investimento apresentam preços elevados que<br />

os tornam incorportáveis aos clientes que não sejam as maiores<br />

<strong>empresas</strong> nacionais. É óbvio que a variável dimensão do cliente é<br />

algo a ter em conta no acesso a estes produtos, mas não é de forma<br />

algum impeditiva. Muitos dos nossos clientes PME utilizam<br />

já os nossos serviços, desde o aconselhamento em processos de<br />

fusões e aquisições a soluções de financiamentos estruturados,<br />

com grande sucesso e de forma muito económica, e cremos<br />

que a tendência será de um forte aumento nesta área.<br />

VE - No actual contexto de instabilidade dos mercados<br />

de crédito e financeiros internacionais, a dificuldade<br />

sentida pelos bancos no seu próprio mercado de financiamento<br />

vai a curto prazo, no caso também do Santander<br />

Totta, traduzir-se no aperto <strong>das</strong> condições de credito<br />

HCS -O Banco Santander Totta não tem exposição ao mercado<br />

de crédito “subprime” ou intrumentos relacionados com<br />

o mesmo, pelo que não teve que registar per<strong>das</strong>. Assim, temos<br />

muita satisfação em poder dizer que o Santander Totta apresenta<br />

condições ímpares para a actual conjuntura de mercado.<br />

Estamos integrados no 7º maior grupo financeiro mundial,<br />

com um balanço extremamente capitalizado, com <strong>mais</strong> de 66<br />

milhões de clientes, com uma capacidade de captação de recursos<br />

de clientes particulares sem par, já que somos a maior<br />

rede de banca de retalho do mundo. Todos estes factores permitem-nos<br />

enfrentar esta crise financeira sem temor e com a<br />

capacidade de apoiar os nossos clientes nas suas necessidades.<br />

A. M.


42<br />

mercados<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

A nossa análise<br />

Conta ordenado “Mais em Conta”<br />

aplica 300 euros/mês à taxa de 10%<br />

martim porto<br />

redaccao@vidaeconomica.pt<br />

A conta ordenado “Mais em Conta” do Santander<br />

permite, mediante a domiciliação do ordenado,<br />

o acesso imediato a uma conta poupança que<br />

remunera as aplicações mensais até 300 euros,<br />

com uma taxa de 10% durante 12 meses. Acresce<br />

ainda uma taxa devedora de 0% sobre a utilização<br />

do “plafond” de descoberto durante o primeiro<br />

ano e isenção de custos nos principais serviços do<br />

dia-a-dia. Contudo, apesar da taxa de 10%, dada a<br />

limitação de reforço mensal de 300 euros, o valor<br />

de juros brutos é no máximo de 195 euros e não<br />

360 euros, caso pudesse fazer uma entrega inicial<br />

de 3600 euros.<br />

10% garante 195 euros/ano<br />

O principal “leitmotiv” da conta ordenado<br />

“Mais em Conta” do Santander é o acesso que<br />

permite a uma conta poupança, que remunera as<br />

poupanças mensais até 300 euros com uma taxa<br />

de 10% durante 12 meses. No entanto, apesar<br />

da taxa divulgada pelo banco ser 10%, dada a<br />

limitação de reforço mensal de 300 euros, o valor<br />

de juros brutos que o aforrador vai receber é no<br />

máximo de 195 euros e não de 360 euros caso<br />

pudesse fazer uma entrega inicial de 3600 euros<br />

(isto é, 300 euros por 12 meses).<br />

O pagamento de juros ocorre ao fim de 365 dias,<br />

sendo os juros capitalizados, excepto se o cliente<br />

optar pelo seu crédito na conta de depósitos à<br />

ordem. A mobilização antecipada total ou parcial<br />

do saldo é permitida com penalização total de<br />

juros.<br />

Note-se, finalmente, que estas condições são<br />

váli<strong>das</strong> apenas para novas domiciliações e<br />

constituição de poupança ordenado “Mais em<br />

Conta” até 31 de Julho de 2008, devendo a<br />

primeira domiciliação de ordenado/reforma<br />

ocorrer até essa data.<br />

conselho<br />

Não conte que a taxa de 10% se aplica à poupança<br />

que lhe aprouver. A taxa de 10% apenas se aplica a<br />

uma poupança mensal de 300 euros, o que implica<br />

que ao fim dos 12 meses da campanha o máximo<br />

que poderá receber de juros será 195 euros. O<br />

pecúlio não é grande, mas para o montante aplicado<br />

trata-se de facto de uma taxa excelente.<br />

A conta “Mais em Conta” oferece também<br />

uma taxa devedora de 0% sobre a utilização de<br />

descoberto no primeiro ano, sendo o “plafond”<br />

de descoberto calculado em função do ordenado<br />

domiciliado e do saldo de recursos, com limite<br />

máximo definido de acordo com as condições<br />

do produto em vigor, estando sempre sujeito à<br />

aprovação do Banco. Para os anos subsequentes<br />

ao período desta campanha do Santander ou<br />

no caso do montante de descoberto utilizado<br />

cumulativo por domiciliação de ordenado e<br />

por saldo de recursos ultrapassar os limites<br />

definidos, aplicam-se as taxas de juro para a<br />

globalidade do crédito utilizado, em vigor na<br />

altura. Presentemente, as taxas para a “Super<br />

Conta Ordenado” são as seguintes: 12% ao<br />

ano se o saldo pontual de recursos for igual ou<br />

superior a cinco mil euros, a que corresponde<br />

uma TAEG máxima de 13,22%; 17,50% ao ano<br />

se o saldo pontual de recursos for inferior a cinco<br />

mil euros, a que corresponde uma TAEG máxima<br />

de 19,80%.<br />

Comissões de 0 euros nos principais<br />

serviços do dia-a-dia<br />

A conta ordenado “Mais em Conta” do<br />

Santander oferece ainda isenção <strong>das</strong> despesas<br />

de manutenção e portes, com oferta de um livro<br />

de dez cheques cruzados por mês requisitados<br />

através do NetBanco, Superlinha, equipamentos<br />

Selfbanking/ATM ou Mobile Banking. To<strong>das</strong> as<br />

transferências nacionais dentro do Santander<br />

ou para outra instituição financeira passam a<br />

ser gratuitas, desde que realiza<strong>das</strong> através do<br />

NetB@nco, Mobile Banking, Superlinha ou<br />

equipamentos Selfbanking/ATM. Finalmente,<br />

o cliente passa a ter o serviço de NetAlertas<br />

gratuito, o que implica a oferta de dez<br />

mensagens por mês relativas à sua conta à ordem<br />

e cotações de bolsa no e-mail ou telemóvel, com<br />

toda a segurança, bastando para tal aderir ao<br />

Netbanco.<br />

O Santander oferece ainda, o que não é especial<br />

para esta campanha, um cartão de débito. Caso<br />

o cliente pretenda o “Cartão Light” ou o “Cartão<br />

Novo Classic” as anuidades são gratuitas, desde<br />

que sejam efectua<strong>das</strong> compras a crédito com<br />

o cartão, no ano que antecede a cobrança da<br />

anuidade, num montante igual ou superior<br />

a 750 euros e 120 euros (dez euros/mês),<br />

respectivamente.<br />

Como não podia deixar de ser o tratamento<br />

de todo o processo relativo à domiciliação do<br />

ordenado e dos pagamentos domésticos não tem<br />

qualquer custo.<br />

conselho<br />

Não se esqueça que as “ofertas” desta campanha<br />

do Santander esgotam-se ao fim de um ano. No<br />

caso da utilização do descoberto calculado em<br />

função do ordenado domiciliado esse esquecimento<br />

pode ser bem desagradável, pois ao fim de um<br />

ano a taxa devedora passa de 0% para 12% ou<br />

17,5% (consoante o saldo pontual de recursos seja<br />

superior ou inferior a cinco mil euros).<br />

Estudo da AT Kearney antecipa obrigações perante a SEPA<br />

Banca portuguesa deve melhorar eficiência<br />

Os bancos portugueses devem estar<br />

preparados para a expansão da<br />

concorrência estrangeira à medida<br />

que forem entrando em vigor as diferentes<br />

fases da Área Única de Pagamento<br />

em Euros (SEPA). E essa preparação tem<br />

de ser feita melhorando a eficiência dos<br />

bancos portugueses, conclui a AT Kearney<br />

no último estudo que produziu precisamente<br />

sobre os novos desafios para a<br />

banca resultantes da SEPA, com especial<br />

enfoque no negócio de cartões e pagamentos.<br />

E nesta matéria, Portugal não<br />

tem tido o melhor exemplo. Conclui a<br />

AT Kearney que “Portugal não está entre<br />

os piores, mas também não está entre os<br />

<strong>mais</strong> eficientes”, revela João Pena, responsável<br />

pela AT Kearney em Portugal. Mas<br />

os custos de cada banco por transacção<br />

variam significativamente de instituição<br />

para instituição, com os países do Norte<br />

da Europa a posicionarem-se genericamente<br />

melhor do que os países do Sul da<br />

Europa, onde a banca apresenta um grau<br />

menor de eficiência no processamento de<br />

pagamentos, nomeadamente em Portugal,<br />

em Espanha e na Itália. E, segundo<br />

a AT Kearney, os bancos <strong>mais</strong> eficientes<br />

não tardarão a expandir-se por toda a Europa,<br />

beneficiando da harmonização de<br />

regras de pagamentos bancários no seio<br />

da União Europeia.<br />

“Serão os bancos <strong>mais</strong> eficientes e <strong>mais</strong><br />

orientados para os serviço os <strong>mais</strong> beneficiados.<br />

Será, portanto, crucial para to<strong>das</strong><br />

as entidades bancárias contar com custos<br />

muito competitivos”, sugere Juan Lafont,<br />

responsável pela área de Serviços Financeiros<br />

na AT Kearney. E dá um exemplo.<br />

Enquanto os bancos dos países <strong>mais</strong> eficientes<br />

cobram, em média, 1 cêntimo por<br />

transacção num processamento de um pagamento<br />

electrónico doméstico, nos países<br />

menos eficientes este valor chega aos 3<br />

cêntimos. Espera-se, por isso, um reajuste<br />

dos preços em toda a Europa.<br />

Ameaça e oportunidade<br />

A AT Kearney não hesita em afirmar<br />

que as instituições financeiras em Portugal<br />

enfrentam o desafio de crescente<br />

concorrência de outros bancos europeus,<br />

constituindo os pagamentos directos, os<br />

cartões e as transferências monetárias a<br />

porta de entrada para a captura de clientes<br />

aos bancos portugueses. No entanto,<br />

a consultora ressalva desde já que “este<br />

desafio é também em si uma oportunidade<br />

para competir e capturar negócio em<br />

novos mercados geográficos, por exemplo<br />

em mercados adjacentes como Espanha”.<br />

Mas para competir neste novo cenário, refere<br />

o estudo da AT Kearney, “as instituições<br />

financeiras portuguesas deverão ser<br />

capazes de desenvolver propostas de valor<br />

enfoca<strong>das</strong> em segmentos de cliente concretos,<br />

que compreendam as necessidades<br />

dos clientes e que ofereçam um serviço<br />

atractivo”, conclui a consultora.<br />

Mas nem só da concorrência estrangeira<br />

chegam as principais ameaças à banca<br />

portuguesa. Revela também o estudo da<br />

AT Kearney que a SEPA está a abrir várias<br />

oportunidades de negócios em sectores<br />

não financeiros, que estão a melhorar a<br />

sua área de pagamentos. Assim acontece,<br />

por exemplo, com <strong>empresas</strong> do sector<br />

<strong>das</strong> telecomunicações, que começam já a<br />

proporcionar sistemas de pagamento ao<br />

utilizador através do telemóvel, ou ainda<br />

com os pagamentos disponíveis em sites<br />

da internet, como o eBay ou o Google.<br />

Recorde-se que a primeira fase da SEPA,<br />

referente às transferências a crédito, já entrou<br />

em vigor a 28 de Janeiro deste ano e<br />

prevê-se para Novembro de 2009 a extensão<br />

da Área Única de Pagamentos em Euros<br />

ao sistema de deditos directos. Para o<br />

consumidor, as vantagens são muitas, garante<br />

a AT Kearney. Os pagamentos irão<br />

tornar-se <strong>mais</strong> simples, rápidos e seguros.<br />

Os países <strong>mais</strong> desenvolvidos contarão<br />

com uma oferta de serviços <strong>mais</strong> alargada.<br />

E a corrida à redução de custos por parte<br />

da banca irá obrigar cada instituição a<br />

apostar na diferenciação da sua oferta e a<br />

disponibilizar pagamentos <strong>mais</strong> baratos.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt


quinta-feira, 24 Abril de 2008 mercados 43<br />

Mercado Monetário Interbancário<br />

Descida na taxa de juro do euro impensável para o corrente ano<br />

A<br />

situação no<br />

m e r c a d o<br />

monetário<br />

vai piorando de dia<br />

para dia.<br />

As Euribor continuam<br />

a subir,<br />

sendo que as referências<br />

acima de<br />

Filipe garcia 2 meses já passaram<br />

claramente<br />

filipegarcia@imf.pt<br />

os 4,80%. Os comentários<br />

esta semana proferidos por dois<br />

membros do BCE vieram pressionar ainda<br />

<strong>mais</strong> as taxas.<br />

Yves Mersch, numa entrevista a um jornal,<br />

afirmou que o Banco Central terá que<br />

todos os meses colocar em cima da mesa a<br />

hipótese de uma subida de taxas, mostrando-se<br />

surpreendido pelo facto de alguns<br />

analistas de mercado encararem sequer<br />

a hipótese de corte de taxas este ano. Na<br />

sua opinião, a actual projecção de inflação<br />

terá que ser revista em alta em Junho, bem<br />

como a projecção de crescimento terá que<br />

ser revista em baixa, se bem que não ao nível<br />

projectado pelo FMI.<br />

Também Christian Noyer, governador<br />

do Banco de França e membro do BCE,<br />

afirmou que é necessário fazer tudo para<br />

trazer a inflação de volta aos 2%. De momento<br />

o nível de taxas praticado parece-lhe<br />

apropriado, mas não excluindo a hipótese<br />

de subida caso sinta necessidade.<br />

Estes comentários não deixam qualquer<br />

dúvida quanto ao enviesamento <strong>das</strong> autoridades<br />

europeias no que respeita à política<br />

monetária.<br />

Olhando para as taxas forward, percebese<br />

que o mercado já deixou de acreditar na<br />

hipótese de um corte de taxas em 2008, havendo<br />

uma ligeira incorporação de expectativas<br />

de subida de 0,25% para o fim do<br />

ano.<br />

As taxas fixas andam nos prazos <strong>mais</strong> curtos<br />

ao sabor <strong>das</strong> expectativas de evolução<br />

<strong>das</strong> taxas do monetário, e nos prazos longos<br />

a flutuar consoante as notícias relaciona<strong>das</strong><br />

com a crise <strong>das</strong> instituições financeiras. O<br />

resultado foi uma súbita contracção da curva<br />

de rendimentos entre os 2 e os 10 anos,<br />

que hoje pela primeira vez na história registou<br />

um diferencial inferior a zero.<br />

Também nos EUA a inflação está a levar<br />

a que apenas se considere a hipótese de<br />

um corte de 0,25% na próxima reunião da<br />

Fed.<br />

Apesar de não excluirmos a hipótese de<br />

subida de taxas pelo BCE, acreditamos que<br />

o difícil momento económico e o enorme<br />

diferencial <strong>das</strong> Euribor levarão as autoridades<br />

a adiar o <strong>mais</strong> possível uma decisão<br />

nesse sentido.<br />

Análise produzida a 22 de Abril de 2008<br />

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark<br />

5.00<br />

4.50<br />

EUR<br />

4.940<br />

4.4<br />

4.3<br />

4.00<br />

3.50<br />

3.00<br />

2.50<br />

2.00<br />

USD<br />

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y<br />

4.840<br />

4.740<br />

4.640<br />

4.540<br />

17-Jan 16-Feb 17-Mar 16-Apr<br />

4.2<br />

4.1<br />

4.0<br />

3.9<br />

3.8<br />

3.7<br />

Sep Oct Nov Dec Jan Feb Mar Apr<br />

Taxas MMI<br />

T/N 3,92<br />

1 W 4,16<br />

2 W 4,25<br />

1 M 4,28<br />

2 M 4,51<br />

3 M 4,75<br />

6 M 4,76<br />

9 M 4,80<br />

1 Y 4,81<br />

condições dos bancos centrais Data<br />

Euro Refinancing Rate 4,00% 26/06/07<br />

BCE Euro Marginal Lending 5,00% 26/06/07<br />

Euro Deposit Facility 3,00% 26/06/07<br />

EUA FED Funds 2,25% 18/03/08<br />

R.Unido GB Prime Rate 5,00% 10/03/08<br />

Suíça Target Libor 3M 2,75% 13/09/07<br />

Japão Repo BoJ 0,50% 21/02/07<br />

Euro fra’s<br />

Forward Rate Agreements<br />

Tipo* Bid Ask<br />

1X4 4,836 4,856<br />

3X6 4,832 4,842<br />

1X7 4,956 4,976<br />

3X9 4,851 4,871<br />

6X12 4,652 4,672<br />

12x24 4,371 4,391<br />

*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M<br />

Euro irs<br />

Interest Swaps vs Euribor 6M<br />

Prazo Bid Ask<br />

2Y 4,606 4,636<br />

3Y 4,493 4,523<br />

5Y 4,418 4,448<br />

8Y 4,503 4,518<br />

10Y 4,600 4,615<br />

20Y 4,853 4,868<br />

30Y 4,819 4,834<br />

Evolução euribor (em basis points)<br />

N/A 14.Abr.08 20.Mar.08<br />

1M 4.388% 4.409% -0.021 4.180% 0.208<br />

3M 4.823% 4.726% 0.097 4.646% 0.178<br />

1Y 4.881% 4.709% 0.172 4.659% 0.222<br />

leilões bce<br />

Last Tender<br />

22.Abr.08<br />

Minium Bid 4,00%<br />

Marginal Rate 4,21%<br />

Mercado Cambial<br />

EUR/USD continua rumo a Norte<br />

FIXING Variação Variação Variação<br />

22.Abr.08 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)<br />

EUR/USD<br />

Euro de novo perto de máximos<br />

de sempre e a ameaçar quebrar<br />

1,60, para voos <strong>mais</strong> altos<br />

perto de 1,63, na proximidade da<br />

reunião da FED, na próxima terça-feira.<br />

Tecnicamente, o suporte<br />

<strong>mais</strong> relevante deste par de moe<strong>das</strong><br />

localiza-se a 1,5710, e apenas<br />

na quebra deste suporte se pode<br />

EUR/dólar<br />

“confiar” na sorte de vender dólares<br />

a melhor preço, talvez na zona<br />

de 1,54-1,55.<br />

A reunião da Fed, como já escrito,<br />

ditará o rumo de curto<br />

prazo da divisa americana, pois,<br />

como é comum nos mercados,<br />

o “driver” principal dos câmbios<br />

hoje centra-se nas expectativas de<br />

evolução <strong>das</strong> taxas de juro.<br />

EUR/JPY<br />

Na última semana o Eur-JPY<br />

quebrou a barreira psicológica<br />

dos 160 e posicionou-se rapidamente<br />

para a quebra <strong>das</strong> resistências<br />

seguintes nos 162,50 e<br />

164. O regresso do carry-trade e<br />

o novo ano fiscal japonês suportam<br />

a visão de uma moeda fragilizada<br />

a curto prazo. Salvo fortes<br />

correcções em baixa do petróleo<br />

e outras matérias-primas ou uma<br />

queda acentuada dos mercados de<br />

capitais que obrigue à liquidação<br />

de posições de carry trade, é expectável<br />

que o Eur-Jpy continue<br />

razoavelmente suportado acima<br />

de 161 ienes.<br />

EUR/USD 1.5931 0.65% 0.75% 8.22%<br />

EUR/JPY 164.43 2.85% 4.49% -0.30%<br />

EUR/GBP 0.7998 -0.63% 0.50% 9.06%<br />

EUR/CHF 1.6065 1.57% 2.08% -2.91%<br />

EUR/NOK 7.9230 0.16% -1.59% -0.44%<br />

EUR/SEK 9.3605 -0.62% -0.39% -0.86%<br />

EUR/DKK 7.4619 0.03% 0.07% 0.05%<br />

EUR/PLN 3.4148 0.13% -3.04% -4.97%<br />

EUR/AUD 1.6851 -1.58% -2.79% 0.56%<br />

EUR/NZD 1.9987 -0.98% -0.46% 5.06%<br />

EUR/CAD 1.6039 -0.80% -1.15% 11.00%<br />

EUR/ZAR 12.2010 -2.69% -4.77% 21.65%<br />

EUR/BRL 2.6469 -0.62% -3.94% 1.95%<br />

tinuar, sobretudo quando olhamos<br />

para a figura técnica e temos<br />

em conideração declarações de<br />

governantes que assumem a necessidade<br />

de correcção de desequilíbrios<br />

na balança comercial.<br />

Desta forma, ainda não vemos<br />

qualquer luz ao fundo do túnel<br />

para os exportadores. Apenas nos<br />

“distantes” 0,77 quebrados se poderia<br />

prever que o trend de alta<br />

do Eur-Gbp está “arrumado”....<br />

EUR/GBP<br />

Apesar de uma taxa de juro<br />

razoavelemte alta, na verdade, a<br />

libra não consegue impor-se no<br />

mercado de divisas! A queda da<br />

moeda inglesa, que perde desde<br />

Set-07 <strong>mais</strong> de 20%, é para conanálise<br />

técnica - psi-20 - xetra dax<br />

psi-20<br />

Média Móvel<br />

PSI-20 - O aspecto técnico do principal<br />

índice da bolsa nacional não aponta uma direcção<br />

explícita! O intervalo dos 10 800 a 11<br />

500 promete <strong>mais</strong> alguma consolidação antes<br />

de se definir. Existe um túnel ascendente<br />

do índice, mas relativamente pouco confortável<br />

por não assentar em pontos técnicos muito<br />

relevantes. O tecto está bem identificado<br />

nos máximos do ano e que o gráfico identifica<br />

nos 11 500 pontos. A média móvel dos 14<br />

períodos (dias), não sendo um indicador de<br />

suporte é um indicador de tendência com alguma<br />

expressão em determinados momentos<br />

do mercado. Actualmente, tal média aponta<br />

para uma correcção ligeira do índice, mas<br />

nada <strong>mais</strong> que isso!<br />

XETRA DAX - Também no DAX alemão há bastante<br />

indefinição da tendência. O aspecto gráfico não<br />

se coaduna com nenhum padrão muito característico,<br />

daí que privilegiamos o túnel ascendente como<br />

melhor orientação da tendência.<br />

A zona de preços, balizada por 6400 a 7100, promete<br />

perdurar por <strong>mais</strong> algumas semanas ou mesmo<br />

meses. Stop-loss nos 6500 pontos é arriscado.<br />

Para as próximas sessões o índice denota uma certa<br />

positividade, podendo vir a testar os 7000 pontos<br />

como já o fez por diversas vezes este ano sem grande<br />

sucesso... Também graficamente, depois que a<br />

barreira dos 7000 pontos esteja quebrada e solidificada<br />

com um fecho semanal, é possível que os<br />

maus ventos tenham passado e o rumo a Norte seja<br />

<strong>mais</strong> consistente...<br />

xetra dax<br />

Média Móvel


44<br />

mercados<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

consultório financeiro<br />

Altri ganha com “spin-off”<br />

da F. Ramada<br />

O mercado reagiu positivamente ao anúncio do<br />

“spin-off” da unidade de aços F. Ramada, onde<br />

por cada quatro acções da Altri os investidores<br />

receberão uma da nova empresa. A conclusão<br />

Como reagiram as acções da Altri ao anúncio<br />

do “spin-off” da F. Ramada<br />

As acções da Altri reagiram com uma forte<br />

valorização ao anúncio de que a empresa<br />

de pasta e papel vai avançar com a separação<br />

do negócio do aço, a F. Ramada,<br />

colocando esta unidade de negócios novamente<br />

em Bolsa.<br />

O mercado reagiu assim positivamente a<br />

esta notícia, levando as acções da Altri a<br />

valorizarem-se após o anúncio do “spinoff”<br />

cerca de seis pontos percentuais.<br />

Deste modo, os títulos da empresa liderada<br />

por Paulo Fernandes passaram a cotarse<br />

acima dos 4,75 euros, um patamar que<br />

atenua as per<strong>das</strong> da cotada em 2008 para<br />

menos de 10%.<br />

No que se consubstancia o “spin-off” da<br />

F. Ramada da Altri<br />

A operação que deverá estar concluída<br />

em Julho, isto se for aprovada na assembleia<br />

geral de accionistas a realizar no<br />

final de Maio, é justificada pela necessidade<br />

de maior transparência nos seus<br />

negócios, permitindo assim uma maior<br />

visibilidade à pasta e papel. Ou seja,<br />

como se encontra no comunicado da Altri<br />

ao mercado: “a significativa dimensão<br />

atingida pela unidade de negócio de<br />

pasta e papel da Altri veio intensificar e<br />

tornar <strong>mais</strong> complexa a gestão e a implementação<br />

de estratégias específicas<br />

para este ramo de actividade. Numa lógica<br />

de focalização e transparência dos<br />

negócios, torna-se imprescindível a separação<br />

<strong>das</strong> duas unidades sob gestão<br />

da Altri”.<br />

Com a separação dos negócios, os accionistas<br />

da Altri vão receber uma acção da<br />

nova empresa, que passará a chamar-se<br />

Ramada Investimentos, por cada quatro<br />

títulos detidos da empresa de pasta e<br />

papel. Até à entrada em bolsa da nova<br />

cotada, prevista para Julho, terá lugar<br />

ainda um período de negociação de direitos.<br />

A nova sociedade terá um capital<br />

social de 25.641.459 euros, representado<br />

por 25.641.459 acções com o valor<br />

nominal unitário de um euro.<br />

Fonte: Altri<br />

Altri fica concentrada no negócio da pasta de papel.<br />

4.9<br />

4.7<br />

4.5<br />

4.3<br />

4.1<br />

3.9<br />

da operação está agendada para Julho. Os analistas<br />

acreditam que este “spin-off” poderá ser<br />

um dos catalisadores da Altri, que reagiu com<br />

uma forte valorização após o anúncio de 6%.<br />

Altri pós-“spin-off” pode chegar aos 7,25 euros<br />

de acordo com o BCP<br />

3.7<br />

21/1/08 22/4/08<br />

Esta era uma decisão já há algum tempo<br />

esperada pelos analistas<br />

Mais do que esperado, esta era uma solução<br />

que já há algum tempo tem vindo a<br />

ser defendido pelos analistas. Isto porque<br />

a Altri tem beneficiado essencialmente do<br />

forte momento verificado nos preços da<br />

pasta de papel, a que se junta a arte de<br />

ter efectuado aquisições valiosas. Deste<br />

modo, a revisão em alta por parte da maior<br />

parte <strong>das</strong> casas de investimento surge<br />

para incorporar a performance do negócio<br />

da pasta de papel, bem como acrescente<br />

a visibilidade do negócio da biomassa e a<br />

possível alienação (agora anunciada) da F.<br />

Ramada a bons preços, que deverá ajudar<br />

a reduzir o nível da sua dívida.<br />

Já no início do ano havíamos dado conta<br />

que os analistas do BPI consideravam<br />

que as acções da Altri iam beneficiar da<br />

subida dos preços de pasta de papel, da<br />

execução do projecto de biomassa, da<br />

atribuição de novas licenças de biomassa<br />

e da venda de activos, para além de acreditarem<br />

que a Altri estava a trabalhar no<br />

“spin-off” da F. Ramada, “uma operação<br />

que contribuirá para animar os títulos da<br />

empresa este ano”.<br />

Já existem novos preços para a Altri pós-<br />

“spin-off”<br />

O Millennium Investment Banking, que<br />

manteve inalterado o preço-alvo de 7,25<br />

euros para a Altri após o anúncio de separação<br />

do negócio do aço, avalia a empresa<br />

de pasta e papel em 6,74 euros após a<br />

conclusão da cisão.<br />

Ou seja, os analistas do BCP estimam que<br />

a nova Altri fique a valer 6,74 euros por<br />

acção e a nova F Ramada 2,02 por acção,<br />

isto se “se considerar a distribuição de<br />

dívida como estimada actualmente para<br />

as duas divisões”, lê-se no “research” do<br />

Millennium Investment Banking. Por outro<br />

lado, o Millennium Investment Banking<br />

considera que se se considerar que a F<br />

Ramada fica sem dívida líquida, estimam<br />

um valor por acção para a nova Altri de<br />

6,31 euros e para a nova F Ramada de<br />

3,76 euros.<br />

Com esta avaliação de 7,25 euros por acção,<br />

para o final de 2008, com uma recomendação<br />

de “comprar”, a Altri fica com um potencial<br />

de valorização de 50% face à cotação<br />

actual pouco acima dos 4,75 euros.<br />

Martim Porto<br />

Barclays lança família<br />

de índices no mercado<br />

de negociação<br />

de dividendos<br />

O Barclays Capital lançou uma família de<br />

índices que segue as áreas de maior liquidez<br />

do mercado na negociação de dividendos.<br />

Trata-se do Barclays Capital Dividend Swap<br />

que garante elevados níveis de transparência<br />

e de acesso a um mercado com forte potencial<br />

de crescimento.<br />

Nos últimos anos assistiu-se a um rápido<br />

crescimento de um mercado com base na<br />

extracção do retorno dos dividendos pagos e<br />

transaccionados com níveis de rentabilidade<br />

superior, através de “dividend swaps”, um<br />

mercado que tem estado apenas ao alcance<br />

dos investidores <strong>mais</strong> sofisticados. Ora, o retorno<br />

diário deste mercado ascende a perto<br />

de mil milhões de dólares.<br />

Esta família de índices abre agora este mercado<br />

a um leque <strong>mais</strong> amplo de investidores.<br />

Proporciona estratégias sofistica<strong>das</strong> que<br />

eram maioritariamente utliza<strong>das</strong> pelos “hedge<br />

funds”. A <strong>cria</strong>ção desta família promove<br />

também a transparência sobre o acompanhamento<br />

do desempenho numa base diária.<br />

O banco espera captar tanto investidores<br />

institucionais como a banca de investimento,<br />

em termos internacionais. O Barclays<br />

Capital já cobre este mercado e espera quea<br />

família de índices analíticos funcione como<br />

complemento à oferta já existente.<br />

Banco Best facilita<br />

transacções<br />

de warrants<br />

O banco Best, em parceria com o Citigroup,<br />

tem em curso uma campanha de “free<br />

trading” para warrants. Permite ao investidor<br />

transaccionar, a custo zero, <strong>mais</strong> de 250<br />

warrants OTC. A campanha, que decorre<br />

até ao final de Maio, implica um montante<br />

mínimo de 500 euros de investimento.<br />

Os warrants OTC (fora de bolsa) são transaccionados<br />

através da pltaforma electrónica<br />

CATS-OS, que possibilita negociações<br />

num horário alargado de 14 horas (<strong>das</strong> 7h<br />

às 21h), facto que possibilita ao investidor<br />

nacional negociar warrants antes da abertura<br />

e após o encerramento da bolsa. Os clientes<br />

que efectuam transacções através desta plataforma<br />

estão isentos de comissões de bolsa.<br />

Com efeito, tal é possível na medida em que<br />

a negociação se realiza fora do mercado da<br />

Euronext.<br />

Por sua vez, os investidores podem ainda<br />

realizar operações cruza<strong>das</strong>, isto é, comprar<br />

na Euronext e vender em OTC e vice-verse.<br />

Garante o banco que as operações decorrem<br />

de forma simples e flexível, sendo possível<br />

adquirir títulos durante o período de negociação<br />

e aceder ao “Quick Trade” via “streamer”.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 mercados 45<br />

Petróleo, inflação e juros<br />

pressionam mercados<br />

VÍTOR NORINHA<br />

vnorinha@netcabo.pt<br />

As notícias nos mercados financeiros<br />

dificilmente poderiam ser piores: o<br />

petróleo está ao nível <strong>mais</strong> elevado de<br />

sempre, “arrastando” a inflação média<br />

europeia para níveis de quase 4% e responsáveis<br />

do Banco Central Europeu<br />

enviaram mensagens preocupantes. As<br />

taxas de juros não irão descer este ano e<br />

o próprio Barclays Cap veio esta semana,<br />

em nota, retirar um comentário anterior<br />

que falava em possíveis desci<strong>das</strong>.<br />

Alguns analistas já falam em monitorizar<br />

os mercados para saber até onde poderá<br />

a economia acomodar um aumento dos<br />

juros. O BCE é inquebrável no objectivo<br />

de fazer baixar a taxa de inflação e<br />

fará tudo para o conseguir.<br />

Os mercados financeiros continuam<br />

preocupados com a valorização do euro<br />

que, por sua vez, sustenta a valorização<br />

do preço do crude. O efeito imediato<br />

nas companhias europeias tem sido a<br />

valorização de petrolíferas e de gasistas.<br />

No mercado nacional a Galp Energia<br />

tem sustentado o índice nacional em<br />

alta, à semelhança do que acontece às<br />

congéneres europeias.<br />

A semana no mercado nacional foi<br />

dominada, como tínhamos antecipado,<br />

pelo sector bancário. O BPI anunciou<br />

não acompanhar o aumento de capital<br />

do Millennium bcp, tendo realizado um<br />

encaixe com a venda de direitos e diluirá<br />

a sua posição para 5,5% do capital<br />

do maior banco privado nacional. Pelo<br />

contrário, a Sonangol reforçou para 7%<br />

e está entre os três maiores accionistas<br />

do banco de Carlos Santos Ferreira. O<br />

BPI, por seu lado, disse em conferência<br />

de imprensa, pretender ter fechado o<br />

aumento de capital este semestre. Caso<br />

a operação se concretize como o previsto<br />

o Banco BPI passará a trabalhar com<br />

um tier I de 7% e o core tier I de 5,8%.<br />

O período de subscrição deverá ocorrer<br />

na segunda metade de Maio. O banco<br />

anunciou uma quebra nos resultados do<br />

1º trimestre de 22%.<br />

O JP Morgan antecipou para o BES<br />

uma quebra nos resultados de 13,4%,<br />

sobretudo devido ao custo do funding,<br />

que poderá pressionar a performance no<br />

top-line, a par da concorrência doméstica<br />

e da natureza <strong>mais</strong> volátil de alguns<br />

negócios, afirma. Antecipa uma subida<br />

da margem financeira de 10,3% e uma<br />

quebra do net operating income de<br />

6,1%. O JP Morgan conclui que, mesmo<br />

assim, o banco é o “<strong>mais</strong> estável e<br />

melhor capitalisado em Portugal actualmente”,<br />

referem. O BES apresenta resultados<br />

a 29 de Abril.<br />

As acções do Millennium bcp voltaram<br />

a subir depois do fim do período<br />

de transacção de direitos, uma situação<br />

que resultou do facto de se desenvolver<br />

a intenção de alguns grandes accionistas,<br />

nacionais e externos, com o objectivo de<br />

reforçarem posições, alterando o ranking<br />

entre os cinco primeiros.<br />

No retalho, regista-se a não oposição<br />

da Autoridade da Concorrência à aquisição<br />

<strong>das</strong> lojas Plus pela Jerónimo Martins,<br />

algo que já era expectável. A PT e<br />

a Zon têm registado altos e baixos, mas<br />

é possível que se assista a desenvolvimentos<br />

nestas duas <strong>empresas</strong>. A recente<br />

decisão de Zeinal Bava, o CEO da PT,<br />

em chamar os grandes accionistas é um<br />

sinal claro de que a política comercial<br />

tenderá a ser <strong>mais</strong> agressiva, contando<br />

a administração com os grandes accionistas<br />

para suportarem novas opções de<br />

mercado, comentaram analistas.<br />

TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act<br />

ALTRI SGPS 4.77 4.61% 7.41 3.45 0.28 0.39 16.86 12.33 1.05% 1.47% 22-04-2008 16:35:00<br />

B. COM. PORT. 1.87 -4.59% 3.87 1.51 0.17 0.18 11.27 10.16 4.09% 4.14% 22-04-2008 16:35:33<br />

B.ESP. SANTO 12.11 5.49% 17.98 10.62 1.22 1.37 9.95 8.82 3.97% 4.52% 22-04-2008 16:35:01<br />

BANIF-SGPS 3.12 1.30% 6.75 2.62 0.45 0.53 6.92 5.84 4.81% 5.78% 22-04-2008 16:35:00<br />

B. POP. ESP. 11.28 2.55% 15.80 6.72 1.13 1.20 9.96 9.39 4.19% 4.81% 22-04-2008 15:02:58<br />

BANCO BPI 3.59 -3.76% 6.96 3.00 0.46 0.53 7.85 6.80 5.22% 5.43% 22-04-2008 16:35:01<br />

BRISA 9.65 1.15% 10.46 8.91 0.33 0.37 29.07 26.01 3.21% 3.23% 22-04-2008 16:35:00<br />

COFINA,SGPS 1.55 -1.27% 2.07 1.20 0.10 0.11 16.15 14.62 2.26% 2.42% 22-04-2008 16:22:44<br />

CORT. AMORIM 1.64 6.49% 2.18 1.28 0.17 0.20 9.65 8.20 3.66% 3.66% 22-04-2008 16:35:00<br />

CIMPOR,SGPS 6.02 3.00% 7.72 4.75 0.47 0.51 12.88 11.70 3.82% 3.77% 22-04-2008 16:36:59<br />

EDP 4.13 1.48% 5.00 3.54 0.26 0.29 15.93 14.37 2.67% 3.23% 22-04-2008 16:35:00<br />

MOTA ENGIL 5.71 4.39% 8.35 3.53 0.23 0.22 24.51 26.56 1.93% 2.01% 22-04-2008 16:35:05<br />

FINIBANCO 4.04 -0.74% 5.10 2.74 -- -- -- -- 2.10% -- 22-04-2008 16:35:00<br />

GALP ENERGIA 16.65 0.36% 19.50 7.77 0.63 0.68 26.51 24.45 0.91% 2.00% 22-04-2008 16:37:50<br />

IMPRESA,SGPS 1.58 4.64% 3.23 1.29 0.14 0.18 11.45 8.93 0.00% 0.45% 22-04-2008 16:35:00<br />

J. MARTINS 4.95 1.54% 5.73 3.71 0.22 0.28 22.60 17.94 1.94% 2.10% 22-04-2008 16:35:31<br />

MARTIFER 8.83 0.34% 12.00 5.40 0.19 0.18 47.47 47.99 0.00% 0.00% 22-04-2008 16:35:00<br />

NOVABASE 4.50 3.45% 5.28 2.01 0.25 0.27 18.29 16.42 0.00% 0.00% 22-04-2008 16:35:00<br />

PARAREDE 0.20 5.26% 0.24 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 22-04-2008 16:25:56<br />

P. TELECOM 7.63 -1.55% 9.67 6.90 0.65 0.72 11.76 10.61 7.54% 7.57% 22-04-2008 16:36:31<br />

PORTUCEL 2.40 3.45% 3.18 1.63 0.20 0.18 11.94 13.56 1.46% 4.10% 22-04-2008 16:36:28<br />

REDES E. NAC. 3.50 0.58% 4.08 2.75 0.23 0.21 15.22 16.43 0.00% 3.89% 22-04-2008 16:35:00<br />

S. COSTA 1.60 3.90% 2.89 1.08 0.14 0.16 11.43 10.32 0.00% -- 22-04-2008 16:35:00<br />

SEMAPA 8.85 1.14% 13.70 7.31 1.05 1.17 8.43 7.60 2.88% 2.83% 22-04-2008 16:35:00<br />

SONAECOM 2.47 4.66% 5.24 2.07 0.05 0.09 48.43 27.75 0.00% 0.42% 22-04-2008 16:35:00<br />

SONAE,SGPS 1.16 0.00% 1.98 1.05 0.08 0.11 14.32 10.55 2.59% 3.07% 22-04-2008 16:35:08<br />

SONAE IND. 4.73 4.88% 11.04 4.14 0.58 0.69 8.10 6.90 0.00% 3.50% 22-04-2008 16:39:49<br />

SAG GEST 2.41 4.33% 3.10 1.73 0.16 0.19 15.55 12.68 6.84% 4.36% 22-04-2008 16:35:00<br />

TEIX. DUARTE 1.57 1.95% 4.23 1.10 0.37 0.40 4.24 3.98 1.08% 2.19% 22-04-2008 16:35:00<br />

Z. MULTIMEDIA 8.38 8.83% 12.74 6.76 0.32 0.39 26.52 21.54 2.39% 3.07% 22-04-2008 16:35:01<br />

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act<br />

B.POPULAR 11.25 1.44% 15.87 8.51 1.13 1.20 9.93 9.37 4.20% 4.82% 22-04-2008 16:36:08<br />

INDITEX 35.82 0.14% 53.90 31.00 2.25 2.57 15.92 13.93 2.93% 3.35% 22-04-2008 16:36:08<br />

REPSOL YPF 25.86 0.70% 30.59 18.27 2.46 2.48 10.51 10.45 3.87% 4.16% 22-04-2008 16:36:08<br />

TELEFONICA 18.64 0.22% 23.48 16.04 1.63 1.85 11.46 10.06 4.02% 5.37% 22-04-2008 16:36:08<br />

FRA. TELECOM 19.84 -10.61% 27.33 19.22 2.01 2.15 9.85 9.22 6.55% 6.91% 22-04-2008 16:38:38<br />

LVMH 69.53 4.32% 89.36 61.95 4.66 5.16 14.94 13.47 2.30% 2.54% 22-04-2008 16:38:24<br />

BAYER AG O.N. 51.5 1.04% 66.45 45.60 3.87 4.36 13.34 11.84 2.62% 2.72% 22-04-2008 16:35:24<br />

DEUTSCHE BK 75.45 4.13% 118.51 64.62 8.33 10.20 9.06 7.41 5.98% 5.72% 22-04-2008 16:35:14<br />

DT. TELEKOM 11.04 -1.34% 15.87 9.92 0.76 0.85 14.53 13.00 7.07% 7.21% 22-04-2008 16:35:12<br />

VOLKSWAGEN 191.25 6.07% 199.70 104.24 12.04 13.46 15.87 14.19 0.94% 1.10% 22-04-2008 16:35:18<br />

ING GROEP 24.715 2.40% 34.74 18.77 3.47 3.68 7.13 6.71 5.99% 6.22% 22-04-2008 16:38:54<br />

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida.<br />

Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.<br />

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46<br />

em foco<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Lisboa recebe conferência sobre<br />

artes decorativas na expansão<br />

A Escola Superior de Artes<br />

Decorativas realiza o colóquio<br />

internacional sob o tema “As artes<br />

decorativas e a expansão portuguesa:<br />

Imaginário e viagem”,<br />

contando com alguns dos <strong>mais</strong><br />

importantes especialistas da matéria<br />

na actualidade.<br />

Os trabalhos decorrem, de 15<br />

a 17 de Maio, no salão nobre do<br />

Museu de Artes Decorativas Portuguesas<br />

da Fundação Ricardo do<br />

Espírito Santo Silva,<br />

em Lisboa. Pretende-se<br />

dar a conhecer<br />

o vasto património<br />

cultural e artístico do<br />

período da expansão,<br />

altura em que a Europa<br />

descobriu novos<br />

mundos de engenho<br />

e arte. O colóquio<br />

obedece a três painéis<br />

temáticos, “Viagem,<br />

relatos e ideias<br />

– a metamorfose <strong>das</strong> formas”, “O<br />

espaço privado – gosto e curiosidade”<br />

e “O espírito e as formas<br />

– vivências religiosas”.<br />

Paula Serra lidera plano<br />

de expansão da rede All Credit<br />

Paula Serra foi nomeada para<br />

a direcção da All Credit, a nova<br />

marca para o sector de crédito da<br />

Wingroup SGPS, que integra a<br />

empresa Veigas Imobiliária. Paula<br />

Serra irá liderar o plano de crescimento<br />

da All Credit no mercado<br />

nacional e de expansão da rede, o<br />

qual prevê a abertura de 10 agências<br />

até ao final do ano.<br />

Antes de ingressar na All Credit,<br />

Paula Serra desempenhava as<br />

funções de Assistente de Marketing<br />

e Produtos na companhia de<br />

seguros Açoreana integrando o<br />

Núcleo de Produtos e Research<br />

da Direcção de Marketing. Paula<br />

Serra integrou vários projectos<br />

no Núcleo de Comunicação e no<br />

Núcleo de Dinamização Operacional<br />

da Rede de Ven<strong>das</strong>, e ainda<br />

no Núcleo de Dinamização Operacional<br />

da Direcção Comercial<br />

de Cross Selling da Açoreana.<br />

Redução de preço projecta<br />

ven<strong>das</strong> da Xbox 360<br />

As ven<strong>das</strong> da Xbox 360 na Europa<br />

duplicaram desde o reajustamento<br />

do preço de venda ao<br />

público, anunciou a Microsoft.<br />

A empresa de Bill Gates reclama<br />

que esta consola tem 42% de<br />

quota de mercado ao nível <strong>das</strong> receitas<br />

e que continua a ter a maior<br />

taxa de aquisição de software que<br />

qualquer outro equipamento na<br />

Europa, com <strong>mais</strong> de sete jogos<br />

vendidos por consola após 27<br />

meses no mercado.<br />

A 14 de Março último, a Microsoft<br />

baixou preço da família<br />

Xbox 360 na Europa, tendo agora<br />

uma entrada de gama a custar<br />

209 euros. Alguns dos próximos<br />

lançamentos são “Grand Theft<br />

Auto IV”, “Rock Band”, “Lego<br />

Indiana Jones” e “Ninja Gaiden<br />

2”.<br />

O processo de revisão do contrato<br />

colectivo para as indústrias<br />

gráficas, de comunicação visual<br />

e transformadoras do papel entrou<br />

em fase de conciliação no<br />

Ministério do Trabalho, após a<br />

impossibilidade de obtenção de<br />

um acordo entre o patronato e<br />

os sindicatos. José Eduardo Carragosela,<br />

secretário-geral da Apigraf,<br />

explicou que a contratação<br />

colectiva no sector gráfico está<br />

estagnada há quase uma década.<br />

“A Apigraf é o representante<br />

patronal nos dois contrtaos colectivos<br />

do sector, assinados com os<br />

sindicatos de tendência CGTP e<br />

UGT. Celebrados nas déca<strong>das</strong> de<br />

setenta e oitenta, não são revistos<br />

desde 1981 e 1999, respectivamente,<br />

embora a associação tenha<br />

apresentado duas propostas<br />

de revisão global completas nos<br />

últimos anos e as partes tenham<br />

No Ministério do Trabalho<br />

Contratação<br />

colectiva<br />

do sector gráfico<br />

entrou em fase<br />

de conciliação<br />

atravessado diversos períodos de<br />

negociação directa, de conciliação<br />

e mesmo mediação, envolvendo<br />

estruturas de resolução de conflitos<br />

do Ministério do Trabalho”,<br />

de acordo com aquele responsável<br />

associativo.<br />

Ora, há muitos anos que a<br />

Apigraf defende a celebração<br />

de um contrato colectivo global<br />

para o sector, num modelo<br />

cuja utilidade éreconhecida pelas<br />

partes envolvi<strong>das</strong>. “Por outro<br />

lado, a evolução social e tecnológica<br />

verificada, bem como as<br />

alterações da legislação laboral<br />

nacional acentuam os efeitos da<br />

inexistência de revisão do texto<br />

dos referidos contratos.” Perante<br />

este cenário, a associação considera<br />

essencial para o sector a<br />

revisão da contratação colectiva,<br />

sob pena desta indústria perder<br />

competitividade.<br />

Hotel Mercure Porto altera<br />

designação<br />

O hotel Mercure Porto Batalha<br />

vai alterar a sua denominação<br />

para Mercure Porto Centro, já a<br />

partir de Maio. Com esta alteração,<br />

a cadeia Mercure procura<br />

optimizar a real localização do<br />

hotel, associando directamente o<br />

seu nome a uma zona turisticamente<br />

relevante, como é o centro<br />

da cidade do Porto. A mudança<br />

de nome servirá também para<br />

simplificar a identificação desta<br />

unidade em mapas ou na Internet<br />

entre os potenciais visitantes que<br />

pretendam alojamento central. O<br />

Mercure Porto-Centro, integrado<br />

no grupo Accor, está tematizado<br />

sob a égide do teatro pela proximidade<br />

ao Teatro S. João em pleno<br />

centro da cidade do Porto.<br />

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As <strong>empresas</strong> industriais gráficas,<br />

de comunicação visual e transformadoras<br />

do papel são esencialmente<br />

PME, “trabalhando num<br />

sector maduro e competitivo, que<br />

utiliza intensamente a tecnologia<br />

de ponta. A situação de cristalização<br />

da situação contratual colectiva<br />

no sector não tem impedido<br />

as <strong>empresas</strong> de introduzirem<br />

adaptações e actualizações de<br />

diverso tipo, tanto ao nível <strong>das</strong><br />

condições de trabalho como em<br />

termos salariais, o que contribui<br />

para explicar a falta de conflitualidade<br />

no sector”, conclui José<br />

Eduardo Carragosela. Uma coisa<br />

é certa, está convicto que é preciso<br />

mudar a actual situação, tendo<br />

em conta que o mercado tem hoje<br />

uma realidade muito diferente de<br />

há dez anos. Empresas e colaboradores<br />

têm que estar conscientes<br />

do novo estado de coisas.<br />

Clube dos<br />

Pensadores<br />

na Universidade<br />

de Coimbra<br />

O Clube dos Pensadores e Joaquim<br />

Jorge foram os convidados<br />

de uma conferência/debate<br />

na Universidade de Coimbra. A<br />

metodologia e o conceito (dar<br />

voz às pessoas) foram os mesmos<br />

que são aplicados nos debates do<br />

clube.<br />

O fundador do clube, Joaquim<br />

Jorge, esteve presente com Gomes<br />

Canotilho, constitucionalista<br />

e candidato a ocupar o lugar<br />

de Jorge Coelho na Conselho de<br />

Estado. Já anteriormente tinham<br />

estado presentes com Vital Moreira<br />

na Universidade de Coimbra,<br />

então para um debate sobre<br />

cidadania e civismo.<br />

Fado de Coimbra<br />

esgota Braga<br />

O Theatro Circo de Braga<br />

foi o palco da Serenata de Fado,<br />

que contou com a participação<br />

do Grupo de Fados e Serenatas<br />

da Universidade do Minho. Na<br />

sua actuação, este agrupamento<br />

homenageou duas pessoas fundamentais<br />

para a essência actual<br />

do GFSUM: Jaime Leite e Vítor<br />

Barreto, os quais foram granjeados<br />

com o título de membros<br />

do GFSUM. Com lotação esgotada,<br />

várias centenas de pessoas<br />

não puderam assisitir à Serenata<br />

ao Fado devido à limitação<br />

de lugares do Theatro Circo,<br />

pelo que novo espectáculo deverá<br />

ser agendado para breve.


quinta-feira, 24 Abril de 2008 em foco 47<br />

O arrendamento<br />

e as obras exigi<strong>das</strong><br />

“Tem razão Ronald Coase quando<br />

diz que o mercado pode substituir<br />

a Administração Pública<br />

em muitas tarefas espinhosas…e<br />

fica muito <strong>mais</strong> barato!”<br />

Manuel J.<br />

monteiro<br />

de barros<br />

Consultor imobiliário<br />

Ouvimos há poucos dias na ALP<br />

uma interessante conferência na<br />

qual o seu autor, o Professor Menezes<br />

Leitão, autorizadamente analisava a<br />

presente estrutura jurídico-legal portuguesa,<br />

(nalguns aspectos colidindo até constitucionalmente<br />

com o Direito de Propriedade),<br />

destinada a garantir a execução<br />

<strong>das</strong> obras eventualmente necessárias à boa<br />

conservação e reabilitação do património<br />

imobiliário, nomeadamente daquele que é<br />

votado ao arrendamento.<br />

Ela constitui uma complexa e estendida<br />

rede de meios, <strong>mais</strong> ou menos coercivos,<br />

destinados a levar os proprietários a realizar<br />

essas obras, envolvendo,<br />

nessa acção a nível na-<br />

“A duração<br />

<strong>das</strong> vacaturas<br />

<strong>das</strong> habitações<br />

(França) varia<br />

entre 1,9<br />

e 1,6 meses…”<br />

cional, departamentos<br />

do governo, municípios,<br />

tribunais, etc. os quais<br />

deverão assim proceder<br />

a um sem-número de<br />

práticas e diligências,<br />

envolvendo, para lhes<br />

dar cumprimento, uma<br />

grande burocracia, inúmeros<br />

recursos materiais<br />

e muito pessoal…<br />

numa altura em que há<br />

que reduzir as despesas públicas, para não<br />

aumentar (ainda <strong>mais</strong>...) a tributação.<br />

Tendo em conta o estado de degradação<br />

em que realmente se encontra o nosso<br />

património imobiliário (inclusivamente o<br />

de natureza estatal…quem diria), quem<br />

percorrer, por exemplo, o centro “haussemaniano”<br />

de Paris, vendo os estado interior<br />

e exterior irrepreensível dos imóveis,<br />

ficará certamente maravilhado, quanto à<br />

organização e funcionamento dos departamentos,<br />

naquele país equivalentes aos<br />

nossos, no desenvolvimento da gigantesca<br />

acção de vigilância e coacção assim realizada<br />

à escala correspondente, bem como<br />

ao encargo adicional que o tal burocracia<br />

representará.<br />

Afinal nada disso se passa assim. Cito o<br />

que paralelamente se verifica nos mercados<br />

imobiliários realmente livres e concorrenciais<br />

como, por exemplo, os da França<br />

ou dos EUA.<br />

O arrendamento dos imóveis é obrigatoriamente<br />

promovido por agências imobiliárias<br />

oficialmente reconheci<strong>das</strong> como<br />

intermediário imparcial entre proprietário<br />

e inquilino, sendo por isso mensalmente<br />

pagas por ambos. Tal arrendamento faz-se<br />

normalmente por três anos, naturalmente<br />

renovável por acordo mútuo e mediante<br />

duas garantias e uma verificação oficial.<br />

Uma garantia bancária “first demand”,<br />

para cobrir o pagamento <strong>das</strong> ren<strong>das</strong> (utilizada<br />

imediatamente em caso de incumprimento)<br />

e um depósito equivalente a dois<br />

meses de renda para cobrir estragos que o<br />

inquilino deixe de reparar quando terminar<br />

o contrato.<br />

A verificação oficial é feita por um “huissier<br />

de justice” que, imediatamente antes<br />

da ocupação do locado pelo locatário, verifica<br />

e relata por escrito o estado em que ele<br />

é entregue e, imediatamente antes da sua<br />

desocupação, repete a sua actuação, anotando<br />

“o que falta”, que a agência manda<br />

repor e paga, retirando o valor equivalente<br />

ao tal depósito de garantia, devolvendo ao<br />

inquilino cessante o saldo remanescente.<br />

A renda é actualizada todos os anos<br />

quanto à desvalorização<br />

da moeda automáticamente<br />

(como função<br />

da agência) a partir<br />

do índice do custo da<br />

construção, deduzido<br />

pelo INSEE (instituto<br />

nacional de estatística),<br />

sem intervenção do governo.<br />

Durante o período do<br />

contrato pode também<br />

ser adicionalmente actualizada<br />

em qualquer<br />

altura e mediante aviso do proprietário<br />

com antecedência de seis meses relativamente<br />

à data em que devam verificar-se as<br />

alterações de renda, por valorização local,<br />

aumento da procura, ou seja porque razão<br />

for.<br />

A decisão é tomada por arbítrio do tribunal<br />

local (mediante peritagem de um<br />

perito seu, e um de cada uma <strong>das</strong> partes)<br />

com base na referenciação de, pelo menos,<br />

três casos, locais e semelhantes, com ren<strong>das</strong><br />

superiores. O processo resolve-se durante<br />

esses seis meses, por forma a que a<br />

nova renda entre em vigor na data prevista<br />

(ao fim desse período).<br />

No caso de avaria do imóvel ou necessidades<br />

de conservação, a agência actua<br />

imediatamente, avisando e ouvindo naturalmente<br />

o proprietário, mas tendo que<br />

actuar em função da regulamentação vigente.<br />

Quanto à economia da exploração do<br />

imóvel de que a agencia é responsável perante<br />

o proprietário, as coisas passam-se da<br />

seguinte maneira.<br />

Se as ren<strong>das</strong> brutas, estabeleci<strong>das</strong> ou estima<strong>das</strong><br />

com base na concorrência, servem<br />

de base, ter-se-á em conta as quebras de receita<br />

por vacaturas que se computam pelo<br />

menos em 5%. O rendimento líquido daí<br />

resultante sobre o valor do imóvel (por<br />

exemplo de 5% ou 6% ) que o proprietário<br />

irá inevitavelmente comparar com o<br />

que resultaria de qualquer outra aplicação<br />

do mesmo valor poderá baixar se também<br />

se reduzir o número de locais arrendados.<br />

Nos EUA uma taxa de vacatura de 10% já<br />

se torna naturalmente preocupante.<br />

A agencia que terá obrigação de estar informada<br />

não só da conjuntura económica<br />

global e imobiliária mas também da evolução<br />

da concorrência local em “novo” e em<br />

“usado” alertará o proprietário com antecedência<br />

quanto a esses aspectos, e quanto à<br />

sua incidência no prédio em causa: a fachada<br />

deste não é pintada há <strong>mais</strong> de cinco<br />

anos; os 5% de redução que se aplicam<br />

prudentemente às ren<strong>das</strong> brutas significam<br />

que há no mercado permanentemente cerca<br />

de 5% de áreas disponíveis sem que por<br />

isso o proprietário tenha de se preocupar<br />

ainda; mas durante o curso do ano, que<br />

então começa, caducarão três contratos de<br />

arrendamento; e na “zona de mercado” do<br />

imóvel há dois ou três casos que com ele<br />

concorrem, em qualidade e valor de renda.<br />

Se a fachada não for pintada, os possíveis<br />

candidatos a novos inquilinos nem sequer<br />

entrarão a porta para informar-se…<br />

Por outro lado há que “segurar” os inquilinos<br />

existentes, dos quais não há razão<br />

de queixa; a agência aconselha a que, com<br />

antecedência relativamente ao termo dos<br />

seus contratos, se vá junto deles, afirmando<br />

a intenção de continuar a tê-los como<br />

inquilinos, pelo bom conceito que deles<br />

se tem, etc.., mas propondo-lhe um certo<br />

número de benesses (substituição dos<br />

velhos móveis de cozinha por “cozinhas<br />

modula<strong>das</strong>”, ou alcatifas nos quartos e<br />

corredores ou, no caso de serem vários os<br />

que estão nessas condições, melhorias nos<br />

elevadores e “hall” de entrada) que acima<br />

de tudo contam com a sua inércia natural<br />

e o incómodo que representa uma mudança…Mas,<br />

em princípio, não se pensa em<br />

alterar o valor <strong>das</strong> ren<strong>das</strong>, até porque isso<br />

desvalorizaria o prédio.<br />

Embora seja lógico tudo o que refiro,<br />

poderá haver dúvi<strong>das</strong> se tal corresponde<br />

ou não à realidade.<br />

Ora, segundo as estatísticas anuais da<br />

UNPI (federação nacional francesa <strong>das</strong> associações<br />

de proprietários) que traduzem a<br />

realidade, a duração <strong>das</strong> vacaturas <strong>das</strong> habitações<br />

a nível nacional varia entre 1,9 e<br />

1,6 meses… porque entre 82% e 86% dos<br />

casos são precedi<strong>das</strong> por obras, casos em<br />

que entre 19% e 37% incluem uma completa<br />

actualização em relação à regulamentação<br />

em vigor, sem as contra-ordenações,<br />

as intimações, as sentenças de tribunais e<br />

todo o arsenal de medi<strong>das</strong> coercivas que se<br />

adoptam e se praticam entre nós!<br />

Afinal, tem razão Ronald Coase quando<br />

diz que o mercado pode substituir a Administração<br />

Pública em muitas tarefas espinhosas<br />

…e fica muito <strong>mais</strong> barato!<br />

Só tem o inconveniente (e este, pelos<br />

vistos, é grave…) de roubar a alguns um<br />

certo protagonismo político, intervencionista<br />

e “populista”.<br />

PUB<br />

Onara abre loja em Espanha<br />

A Onara continua a reforçar a sua estratégia<br />

de internacionalização. O seu grande<br />

objectivo passa agora por “conquistar” uma<br />

<strong>das</strong> principais capitais da moda, Barcelona,<br />

com a abertura da primeira loja própria<br />

em Espanha. Um investimento considerado<br />

essencial, já que o mercado espanhol é<br />

muito apetecido pela empresa de vestuário<br />

portuguesa.<br />

“Barcelona é <strong>mais</strong> um passo na nossa<br />

consolidação enquanto empresa e oportunidade<br />

de negócio. A aposta é no sentido<br />

de uma expansão cada vez <strong>mais</strong> alargada,<br />

em mercados cada vez <strong>mais</strong> diversificados.<br />

Queremos ser uma marca global e oferecer<br />

diferenciação”, de acordo com José Miguel<br />

de Barros, administrador da Onara. A empresa,<br />

em poucos anos, conseguiu a penetração<br />

em mercados muito diferentes, alguns<br />

dos quais extremamente exigentes. A<br />

marca começa a ser reconhecida um pouco<br />

em todo o mundo.<br />

Quanto à loja de Barcelona, inicia um<br />

novo conceito quanto à imagem, o design<br />

é <strong>mais</strong> intimista, mas personalizado e exclusivo.<br />

O espaço apresenta uma maior<br />

utilização de espelhos e gráficos. “é um<br />

conceito que surge na sequência <strong>das</strong> já<br />

inaugura<strong>das</strong> lojas da Bélgica, do Centro<br />

Colombo e Chaves, no ano passado. Em<br />

Antuérpia foi este conceito que permitiu a<br />

parceria com a Suzuki.


Nº 1246 / 24 Abril 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />

A tendênciA()<br />

PORtugaL E 12 PaísEs DO aLaRgaMEntO - PIB per capita PPC (uE - 15 = 100) – 2009<br />

100<br />

eslováquia praticamente igual a Portugal<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

37,8 37,9<br />

Bulgária<br />

Roménia<br />

52,7<br />

Polónia<br />

Jorge A.<br />

VAsconcellos e sá<br />

Mestre Drucker School<br />

PhD Columbia University<br />

Professor Catedrático<br />

Autores: Álvaro Gómez Vieites e Manuel Veloso<br />

Espiñeira<br />

Págs: 242 (15 x 23 cm) P.V.P: A 17<br />

59,8 59,9 60,5<br />

Hungria<br />

Em 2009 segundo Bruxelas a Eslováquia terá um PIB<br />

per capita semelhante ao de Portugal. Juntando-se<br />

a outros cinco países: Eslovénia, Chipre, República<br />

Checa, Estónia e Malta que já ultrapassaram Portugal.<br />

Os países que se seguem a ultrapassar (em 2011) são a<br />

Lituânia e a Letónia.<br />

Pelo que a curto prazo apenas a Hungria, Polónia,<br />

Roménia e Bulgária estarão pior que Portugal.<br />

De notar que há pouco <strong>mais</strong> de uma década (1993)<br />

o PIB per capita da Eslováquia era metade (!) do<br />

português. Comentário<br />

MARKETING<br />

NA INTERNET<br />

E NOS MEIOS DIGITAIS<br />

INTERACTIVOS<br />

Nesta nova etapa económica dominada pela<br />

Internet, os mercados adquirem uma dimensão<br />

global, e as organizações têm de trabalhar<br />

em tempo real, ultrapassando as barreiras<br />

geográficas e temporais. Intensificou-se a<br />

concorrência em todos os sectores produtivos,<br />

e estão a aparecer <strong>empresas</strong> virtuais que lançam<br />

produtos e serviços inovadores que colocam<br />

em perigo os modelos de negócio tradicionais.<br />

Este livro apresenta uma visão da Internet<br />

como um novo canal de comunicação para a<br />

empresa. Nos diferentes capítulos estudam-se<br />

as possibilidades que a Internet oferece enquanto<br />

ferramenta de marketing, como novo<br />

canal de comunicação com os clientes, em<br />

que a interacção permite desenvolver novas<br />

estratégias e oferecer serviços totalmente personalizados.<br />

A obra aborda os seguintes temas: Características da Internet como novo meio de comunicação;<br />

Impacto da Internet no marketing-mix; Definição de uma estratégia corporativa na<br />

Internet; Websites corporativos; A importância dos nomes de domínio; Os catálogos electrónicos<br />

de produtos; Promoção off-line do website; Promoção on-line; Publicidade na Internet;<br />

Utilização do correio electrónico; Controlo dos resultados; Programas de fidelização<br />

de clientes na Internet; Relações públicas na Internet; Identificação dos visitantes; Marketing<br />

one-to-one.<br />

Pedidos para:<br />

<strong>Vida</strong> Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. 4049-037 • PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098<br />

E-mail encomen<strong>das</strong>: encomen<strong>das</strong>@vidaeconomica.pt<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

Dinâmica Comercial na<br />

Actividade Seguradora<br />

Autor: Luís Daniel<br />

Formato: 17 x 23,5 cm<br />

Págs.: 169<br />

Preço: A 15<br />

Letónia<br />

Lituânia<br />

Eslováquia<br />

OUTRAS NOVIDADES:<br />

64,9 65,5<br />

Portugal<br />

68,1 69,7<br />

Malta<br />

Estónia<br />

Política Orçamental<br />

na Área do Euro<br />

Autor: João Loureiro<br />

Formato: 17 x 23,5 cm<br />

Págs.: 256<br />

P.V.P.: A 22<br />

76,7<br />

Rep. Checa<br />

82,8<br />

Chipre<br />

85,2<br />

Eslovénia<br />

100<br />

uE-15<br />

Fontes:<br />

Statistical Annex of the European<br />

Union, Outono 2007,<br />

Comissão Europeia<br />

Vasconcellos e Sá<br />

Associados, S.A.<br />

nop4867@mail.telepac.pt<br />

Crédito malparado<br />

dispara no consumo<br />

O crédito malparado no<br />

consumo aumentou <strong>mais</strong> de<br />

39%, em Fevereiro. A concessão<br />

de crédito foi de apenas<br />

20,1% em igual período.<br />

O que é revelador <strong>das</strong> dificuldades<br />

dos consumidores<br />

para cumprirem os seus créditos<br />

mensais. O valor atingido<br />

ascendia a 569 milhões<br />

de euros.<br />

Relativamente ao mês anterior,<br />

o crescimento foi de<br />

8,6%. A concessão de crédito<br />

foi de 13,9 mil milhões de<br />

euros, <strong>mais</strong> um ponto percentual<br />

do que em Janeiro. O<br />

aumento do incumprimento<br />

também estará relacionado<br />

com o agravamento continuado<br />

<strong>das</strong> taxas de juro.<br />

Produção automóvel<br />

baixa em Março<br />

A produção automóvel nacional<br />

registou uma quebra<br />

de 6,1%, em Março, o que<br />

se traduziu em 16 070 veículos<br />

fabricados. Desde o início<br />

do ano foram produzidos 47<br />

725 veículos, <strong>mais</strong> 1,2% do<br />

que em igual período do ano<br />

passado.<br />

No mês transacto, a produção<br />

de ligeiros de passageiros<br />

decresceu 5,4%,<br />

enquanto a quebra foi de<br />

14,3% nos comerciais ligeiros.<br />

Nos pesados verificou-se<br />

um acréscimo de 32,3%. já<br />

no acumulado, os ligeiros de<br />

passageiros e os pesados cresceram<br />

0,5% e 30,6%, respectivamente,<br />

contra uma<br />

descida de 0,6% nos comerciais<br />

ligeiros, de acordo com<br />

dados da ACAP.<br />

NOTA DE FECHO<br />

Um Código inadaptado<br />

João Luís de Sousa<br />

Director Adjunto<br />

Os parceiros sociais receberam<br />

esta semana a proposta de revisão<br />

do Código do Trabalho. A proposta<br />

do Governo segue a maioria<br />

<strong>das</strong> recomendações do Livro<br />

Branco <strong>das</strong> Relações Laborais e<br />

pretende atenuar a rigidez <strong>das</strong><br />

normas que regulam os direitos e<br />

obrigações de empregados e empregadores.<br />

Nas comparações com outros<br />

países, as normas que vigoram<br />

em Portugal estão entre as <strong>mais</strong><br />

inflexíveis e distantes da liberdade<br />

contratual, tornando complexas e<br />

difíceis to<strong>das</strong> as decisões com incidência sobre as pessoas.<br />

A complexidade existe quer ao nível da contratação colectiva<br />

quer ao nível da contratação individual. Há sectores<br />

de actividade abrangidos não por uma, mas sim por várias<br />

convenções colectivas de trabalho que se mantêm em vigor<br />

há <strong>mais</strong> de 20 anos.<br />

No contrato individual de trabalho as normas são rígi<strong>das</strong><br />

e de grande abrangência. O acordo obtido na Autoeuropa<br />

sobre o banco de horas contraria as normas do Código do<br />

Trabalho e pode ser inviabilizado por qualquer empregado<br />

da empresa que conteste a sua legalidade no Tribunal de<br />

Trabalho.<br />

A lei também não permite em nenhuma hipótese a redução<br />

do salário, qualquer que seja o montante, mesmo com<br />

o acordo expresso do empregado.<br />

O quadro legal existente peca por falta de racionalidade,<br />

mantendo normas confusas e sem sentido apenas porque<br />

asseguram um tratamento <strong>mais</strong> favorável do trabalhador.<br />

Na contagem <strong>das</strong> férias o Código do Trabalho garante 45<br />

dias úteis de férias a quem trabalhe 12 meses e rescinda ou<br />

veja rescindido o respectivo contrato.<br />

Enquanto o Código de Trabalho optou por não tocar<br />

nas normas sobre o despedimento individual, a proposta<br />

Os países com as taxas <strong>mais</strong> baixas<br />

de desemprego são aqueles que<br />

têm normas menos rígi<strong>das</strong> e <strong>mais</strong><br />

próximas da liberdade contratual<br />

de revisão prevê reduzir algumas de exigências burocráticas<br />

relativas ao despedimento com justa causa. Não se<br />

alarga nem se altera o conceito de justa causa, mas eliminam-se<br />

alguns obstáculos processuais que dificultavam ou<br />

impediam a apresentação de provas e a sua apreciação pelo<br />

tribunal.<br />

A única excepção é a possibilidade de despedimento por<br />

inadaptação do trabalhador. Mas, de certa forma, essa hipótese<br />

já se poderia considerar coberta pela baixa produtividade<br />

como motivo de justa causa.<br />

Ainda assim, as alterações em perspectiva suscitam reacções<br />

contrárias de todos os quadrantes. À esquerda, Jerónimo<br />

de Sousa lamenta que o Governo vá aprofundar<br />

o Código do Trabalho que a direita aprovou. À direita,<br />

Bagão Félix, o ex-ministro do CDS-PP responsável pela<br />

elaboração do Código, considera “altamente perigoso” o<br />

despedimento por inadaptação e garante que não é difícil<br />

despedir em Portugal e a prova disso é o actual número de<br />

desempregados.<br />

Mas, ao contrário do que Bagão Félix afirma, um quadro<br />

legal restritivo com obstáculos fortes ao despedimento<br />

não diminui o desemprego. Os países com as taxas <strong>mais</strong><br />

baixas de desemprego são aqueles que têm normas menos<br />

rígi<strong>das</strong> e <strong>mais</strong> próximas da liberdade contratual. É o caso<br />

da Irlanda, que desregulamentou o mercado de trabalho<br />

no início dos anos 90, e é também o caso da Suíça onde<br />

o despedimento é livre e sem indemnização, com um préaviso<br />

de 60 dias. Com este sistema, a Suíça, tem uma taxa<br />

de desemprego inferior a 2% e os salários <strong>mais</strong> altos da<br />

Europa. E os quase 100 mil portugueses residentes na Suíça<br />

estão perfeitamente adaptados a este regime que para os<br />

nossos conceitos seria de total precariedade.<br />

Tal como aconteceu com o Código do Trabalho, a actual<br />

revisão será minimalista em termos de alterações. Vamos<br />

continuar a ter um quadro legal pesado, complexo, incoerente<br />

e inadaptado.<br />

As mudanças que se avizinham não valem tanto pelo<br />

conteúdo, mas sim pela direcção para onde apontam e<br />

para onde devíamos caminhar a um passo <strong>mais</strong> rápido.


Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica<br />

Nº 04 / Abril 2008 / Suplemento do Jornal <strong>Vida</strong> Económica<br />

EDITORIAL<br />

Salários no sector metalúrgico e metalomecânico<br />

ACORDO ENTRE A AIMMAP<br />

E A FIEQUIMETAL<br />

António Saraiva<br />

Presidente da Direcção da AIMMAP<br />

Os falsos recibos verdes<br />

É totalmente intolerável<br />

que venha agora inventar-se<br />

um novo tipo de crime<br />

para uma vez <strong>mais</strong> se perseguir<br />

as <strong>empresas</strong>.<br />

Foi recentemente divulgada a notícia de que existirão em<br />

Portugal cerca de 500.000 trabalhadores com “falsos recibos<br />

verdes”.<br />

Nesse mesmo contexto, o Inspector-geral do Trabalho propôs<br />

publicamente, com o apoio de determinados grupos parlamentares<br />

e de alguma comunicação social, a aplicação de<br />

penas de prisão para os representantes dos empregadores<br />

que recorram a esse expediente dos falsos recibos verdes.<br />

Enquanto Presidente da Direcção da AIMMAP, tenho a<br />

honra de representar um dos <strong>mais</strong> importantes sectores da<br />

economia portuguesa.<br />

Estou pois habilitado para sublinhar que nas <strong>empresas</strong><br />

do sector metalúrgico e metalomecânico este problema não<br />

existe de todo.<br />

Com efeito, sem prejuízo de poder dar-se o caso de eventualmente<br />

haver a excepção que sempre confirma a regra, é<br />

público e notório que nas nossas <strong>empresas</strong> não existem falsos<br />

recibos verdes.<br />

Ora, tal asserção não só é paradigmática do elevado sentido<br />

de responsabilidade do nosso sector como nos confere o<br />

necessário distanciamento para que possamos reflectir sobre<br />

esta matéria com a lucidez indispensável.<br />

Assim sendo, gostaria de sublinhar que não nos parece<br />

que esta proposta vá no bom caminho.<br />

É fundamental que sejam toma<strong>das</strong> medi<strong>das</strong> que contribuam<br />

para um maior cumprimento da lei – neste âmbito como<br />

em qualquer outro. Pelo que, naturalmente, nada teremos<br />

contra a que as <strong>empresas</strong> que contratam trabalhadores de<br />

forma ilegal sejam inspecciona<strong>das</strong> e sanciona<strong>das</strong> pelas autoridades<br />

administrativas ou pelos tribunais.<br />

Mas já é absurdo que se criminalizem condutas em tal domínio.<br />

Isso seria como tentar matar moscas a tiro de espingarda,<br />

o que nunca foi nem é um bom remédio.<br />

Será, pois, <strong>mais</strong> sensato que tenhamos presente o sentido<br />

<strong>das</strong> proporções, não nos deixando inebriar por medi<strong>das</strong><br />

eventualmente <strong>mais</strong> sugestivas mas seguramente contra-producentes.<br />

Estou inteiramente de acordo em que se procure sensibilizar<br />

as <strong>empresas</strong> que não cumprem a acatar as suas obrigações.<br />

Concordo também em que sejam concedidos à Autoridade<br />

para as Condições de Trabalho os meios que mesma reclama<br />

para poder executar com eficiência o seu trabalho.<br />

E também não discordarei de eventuais medi<strong>das</strong>, ao nível<br />

fiscal ou de segurança social, que desincentivem as <strong>empresas</strong><br />

a recorrer a esta figura dos falsos recibos verdes.<br />

Mas é totalmente intolerável que venha agora inventar-se<br />

um novo tipo de crime para uma vez <strong>mais</strong> se perseguir as<br />

<strong>empresas</strong>.<br />

Haja bom senso. Para prejuízo da nossa economia já temos<br />

crispações desnecessárias que cheguem. Será que em<br />

Portugal só há problemas com as <strong>empresas</strong> n<br />

AIMMAP decide <strong>cria</strong>r fundo de apoio<br />

à certificação<br />

DESTAQUE<br />

Sá Couto & Monteiro, S.A.:<br />

excelência e versatilidade<br />

Governador do Mato Grosso do Sul visitará Vigo<br />

em Maio, em iniciativa apoiada pela FELUGA<br />

António Saraiva<br />

mantém-se na<br />

presidência da<br />

Administração<br />

da CERTIF<br />

Pág. II<br />

Pág. VII<br />

A AIMMAP visitou<br />

o seu associado Sá<br />

Couto & Monteiro,<br />

S.A., uma empresa de<br />

enorme competência<br />

e valor acrescentado,<br />

que exerce a<br />

sua actividade<br />

no domínio da<br />

maquinagem e<br />

tornearia em série.<br />

Comissária europeia<br />

Magdalena Kuneva<br />

reuniu com<br />

representantes<br />

patronais no Porto<br />

Pág. III<br />

Pág. II<br />

Pág. IV<br />

Pág. II


II<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Associados<br />

Sá Couto & Monteiro, S.A.:<br />

excelência e versatilidade<br />

É igualmente<br />

de destacar a excelente<br />

organização que está<br />

subjacente à actividade<br />

da Sá Couto & Monteiro,<br />

sendo suficiente uma<br />

visita às suas instalações<br />

fabris para se concluir<br />

sem reservas que todo<br />

o processo produtivo<br />

está estruturado com<br />

preocupação de<br />

excelência.<br />

Representada pelos seus Directores-Gerais,<br />

Rafael Campos<br />

Pereira e Mafalda Gramaxo, a<br />

AIMMAP visitou o seu associado Sá<br />

Couto & Monteiro, S.A., no passado<br />

dia 19 de Março, onde foi recebida<br />

por José Couto, Administrador, e<br />

Joaquim Campos, Director Comercial.<br />

Criada em 1986, a Sá Couto &<br />

Monteiro é hoje uma empresa de<br />

enorme competência e valor acrescentado,<br />

que exerce a sua actividade<br />

no domínio da maquinagem e tornearia<br />

em série.<br />

A empresa, localizada na Zona Industrial<br />

da Maia, dispõe actualmente<br />

de excelentes recursos técnicos<br />

onde se destaca uma notável gama<br />

de equipamentos de última geração.<br />

A esmagadora maioria dos produtos<br />

fabricados pela empresa destina-se<br />

directa ou indirectamente aos<br />

<strong>mais</strong> exigentes mercados estrangeiros,<br />

a começar pelos principais países<br />

da Europa ocidental.<br />

Aliás, em virtude da sua especial<br />

apetência para trilhar o caminho da<br />

internacionalização, a empresa criou<br />

uma marca própria – a SISMA -,<br />

com o objectivo de consolidar a sua<br />

presença nos mercados externos.<br />

Esta avisada aposta na propriedade<br />

industrial é acompanhada por<br />

um investimento muito bem estruturado<br />

em outros factores susceptíveis<br />

de distinguir a empresa nos<br />

mercados globais.<br />

A esse respeito, sublinha-se a aposta<br />

efectuada na certificação, sendo<br />

aliás certo que a Sá Couto & Monteiro<br />

está certificada segundo a norma<br />

ISO 9001:2000.<br />

É igualmente de destacar a excelente<br />

organização que está subjacente<br />

à actividade da Sá Couto & Monteiro,<br />

sendo suficiente uma visita às<br />

suas instalações fabris para se concluir<br />

sem reservas que todo o processo<br />

produtivo está estruturado com<br />

preocupações de excelência.<br />

Essa é seguramente uma <strong>das</strong> razões<br />

que leva um número crescente<br />

de <strong>empresas</strong> de elevadíssima qualidade<br />

a fazer engrossar o leque de<br />

clientes da Sá Couto & Monteiro.<br />

Sucede que a empresa associa essa<br />

superior eficiência a uma muito grande<br />

versatilidade, a qual lhe permite<br />

ter, como clientes, <strong>empresas</strong> dos <strong>mais</strong><br />

diversos sectores de actividade, entre<br />

os quais se salientam a indústria automóvel,<br />

máquinas e equipamentos<br />

eléctricos, gás e alimentar.<br />

Na deslocação da AIMMAP a que<br />

atrás se faz referência, os seus responsáveis<br />

tiveram oportunidade de<br />

trocar impressões com os representantes<br />

da Sá Couto & Monteiro,<br />

tendo sido aborda<strong>das</strong> muito particularmente<br />

questões relaciona<strong>das</strong> com<br />

a internacionalização do sector.<br />

A AIMMAP não pode deixar aqui<br />

de sublinhar de forma muito carregada<br />

a circunstância de esta empresa<br />

sua associada ser um inequívoco<br />

bom exemplo do que se pode e deve<br />

fazer no sentido de se ser competitivo<br />

em tempos que são seguramente<br />

difíceis para países com a dimensão<br />

de Portugal.<br />

Naturalmente, esse é um motivo<br />

de grande orgulho para a AIM-<br />

MAP.n<br />

efapel reforça dinâmica<br />

exportadora e de investimento<br />

A<br />

EFAPEL – Empresa Fabril<br />

de Produtos Eléctricos, SA,<br />

a maior empresa de capitais<br />

portugueses do seu sector, continua<br />

a distinguir-se pela sua capacidade<br />

de exportação, estando em vias de<br />

entrar em <strong>mais</strong> quatro novos países:<br />

Dinamarca, Noruega, Macedónia e<br />

Líbia. A Índia e os Estados Unidos<br />

da América são também dois mercados<br />

em estudo, onde a empresa poderá<br />

vir a distribuir os seus produtos.<br />

A concretizarem-se estes planos,<br />

a EFAPEL passará a comercializar os<br />

seus produtos para <strong>mais</strong> de 50 países.<br />

A entrada nestes novos mercados<br />

fará aumentar a fatia da exportação<br />

para 35% <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> globais da<br />

EFAPEL, contra os actuais 30%. “O<br />

crescimento sustentado da vertente<br />

da exportação tem garantido à EFA-<br />

PEL um bom desempenho <strong>das</strong> suas<br />

ven<strong>das</strong> globais, tendo em conta o clima<br />

de forte concorrência que o sector<br />

vive em Portugal”, como refere Américo<br />

Duarte, presidente do grupo.<br />

A empresa espera manter este ano<br />

o forte crescimento <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> verificado<br />

no ano passado, prevendo uma<br />

subida da facturação de 24 por cento<br />

face a 2007. A EFAPEL terminou<br />

o exercício de 2007 com uma facturação<br />

de 18,4 milhões de euros, o<br />

que representou um crescimento de<br />

cerca de 23 por cento em relação a<br />

2006, em termos globais, e <strong>mais</strong> de<br />

30% ao nível da exportação. Nos últimos<br />

três anos, a empresa registou,<br />

assim, um crescimento, em termos<br />

acumulados, de 75 por cento.<br />

Investimento reforçado<br />

Além da internacionalização, que<br />

é suportada por um forte investimento<br />

na participação em feiras internacionais<br />

e outras actividades de<br />

promoção, a empresa aplicou uma<br />

parte importante <strong>das</strong> suas receitas –<br />

cerca de 11,5 por cento, em 2007<br />

– em investimentos em activos fixos.<br />

A maioria dos 2,1 milhões de euros<br />

investidos pela empresa em 2007 em<br />

activos fixos destinaram-se à modernização<br />

de equipamentos industriais<br />

com vista a garantir importantes ganhos<br />

de produtividade e a aumentar<br />

a capacidade instalada, e ainda ao<br />

lançamento de novos produtos.<br />

Este ano, destacam-se também<br />

os investimentos previstos nas áreas<br />

da formação e da investigação e desenvolvimento,<br />

de respectivamente,<br />

156 mil e 800 mil euros.<br />

A empresa de Serpins (distrito de<br />

Coimbra), associada da AIMMAP, é<br />

especializada no desenvolvimento e<br />

fabrico de produtos para instalações<br />

eléctricas de baixa tensão, telecomunicações,<br />

som ambiente e calhas técnicas.<br />

O fabricante continua a registar<br />

um bom desempenho num dos<br />

sectores <strong>mais</strong> competitivos da economia<br />

nacional, onde operam diversas<br />

grandes multinacionais, graças a<br />

uma aposta contínua na implementação<br />

de tecnologias de ponta, no<br />

desenvolvimento de processos produtivos<br />

adequados e num rigoroso<br />

controlo de qualidade dos seus produtos.n<br />

Breves<br />

António Saraiva mantém-se<br />

na Presidência do Conselho<br />

de Administração da CERTIF<br />

Em resultado <strong>das</strong> eleições<br />

que tiveram lugar<br />

na reunião da Assembleia<br />

Geral da<br />

CERTIF realizada<br />

no passado dia 28<br />

de Março, foram<br />

eleitos os membros<br />

dos órgãos<br />

sociais da referida<br />

associação para o<br />

triénio de 2008 a<br />

2010.<br />

Neste novo<br />

mandato, a AIM-<br />

MAP continuará<br />

a ocupar a Presidência<br />

do Conselho de Administração<br />

da CERTIF, uma<br />

vez <strong>mais</strong> representada pelo<br />

seu Presidente da Direcção,<br />

António Saraiva.<br />

Na mesma data foi ainda<br />

aprovada a alteração da<br />

denominação da associação<br />

APCER elege<br />

novos órgãos sociais<br />

Teve lugar no passado dia<br />

18 de Março uma assembleia<br />

geral eleitoral da AP-<br />

CER, através da qual foram<br />

eleitos os órgãos sociais da<br />

referida associação para o<br />

triénio 2008-2010.<br />

Conforme é habitual a Presidência<br />

do Conselho de Administração<br />

continuará a ser<br />

exercida rotativamente pela<br />

AIP e a AEP, por períodos de<br />

Magdalena Kuneva, comissária<br />

da União Europeia<br />

com o pelouro da Protecção<br />

do Consumidor, esteve<br />

no Porto, no passado dia 12<br />

de Abril, onde levou a efeito<br />

a realização de uma reunião<br />

com representantes de<br />

confederações e associações<br />

patronais portuguesas, a propósito<br />

de algumas iniciativas<br />

que projecta implementar no<br />

âmbito de matérias relaciona<strong>das</strong><br />

com a protecção dos<br />

consumidores no mercado<br />

interno europeu.<br />

Rafael Campos Pereira,<br />

em causa, de CERTIF – Associação<br />

para a Certificação<br />

de Produtos, para CER-<br />

TIF – Associação para a<br />

Certificação, ajustando-se<br />

assim a referida denominação<br />

ao facto de a CERTIF ter<br />

passado a abranger igualmente<br />

a área da certificação<br />

de sistemas. n<br />

um ano. Neste primeiro ano,<br />

o lugar em causa será ocupado<br />

por José Miranda Coelho,<br />

em representação da AEP.<br />

A AIMMAP continuará neste<br />

mandato a exercer o cargo<br />

de Presidente da Mesa da<br />

Assembleia Geral, novamente<br />

representada, a exemplo<br />

do sucedido no mandato anterior,<br />

pelo seu Vice-Presidente<br />

Augusto Maia. n<br />

Comissária europeia<br />

Magdalena Kuneva reuniu<br />

com representantes patronais<br />

no Porto<br />

Eleições no INEGI<br />

Realizou-se no dia 26 de<br />

Março uma assembleia<br />

geral do INEGI para eleição<br />

dos respectivos órgãos sociais<br />

relativamente ao biénio<br />

2008-2009.<br />

Na sequência deste acto<br />

eleitoral, a Direcção do INE-<br />

GI continuará a ser presidida<br />

por Augusto Barata da Rocha.<br />

Director-Geral da AIMMAP,<br />

esteve presente na referida<br />

reunião em representação<br />

da CIP – Confederação da<br />

Indústria Portuguesa. n<br />

Como tem vindo a suceder<br />

desde a fundação do<br />

INEGI, a AIMMAP continuará<br />

a integrar activamente<br />

os respectivos órgãos<br />

sociais, sendo que, neste<br />

novo mandato, estará representada<br />

uma vez <strong>mais</strong><br />

na Direcção através do seu<br />

Vice-Presidente Rui Ferreira<br />

Marques. n


quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

III<br />

AIMMAP<br />

Missão a Marrocos<br />

Grande adesão<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

Relativamente à Missão Empresarial<br />

a Marrocos que a AIM-<br />

MAP irá levar a efeito entre os dias<br />

15 e 21 de Junho próximo, registou-se<br />

um grande número de inscrições<br />

de <strong>empresas</strong> interessa<strong>das</strong><br />

em participar na iniciativa.<br />

Nesse sentido, está já confirmada<br />

a participação <strong>das</strong> seguintes<br />

<strong>empresas</strong>: SILAMPOS – Sociedade<br />

Industrial de Louça Metálica<br />

Campos, S.A.; ADIRA, S.A., IVO<br />

CUTELARIAS, Lda; Elísio Paulo &<br />

Azevedo, Lda; Simões & Gil, Lda;<br />

J. Silva Moreira, Lda; PRODUTI-<br />

VA – Fábrica de Redes, Lda; AGM<br />

– Augusto Gonçalves Moreira & Irmão,<br />

Lda; CONSTÁLICA – Elementos<br />

de Construção Metálicos, Lda;<br />

AMBITERMO – Engenharia e Equipamentos<br />

Térmicos, Lda; TEGOPI-<br />

-Indústria Metalomecânica, S.A. e<br />

JMS – Indústria de Mobiliário Hospitalar;<br />

Lda.<br />

Para preparação da missão, deslocaram-se<br />

a Portugal no início do<br />

presente mês de Abril dois consultores<br />

de uma empresa marroquina<br />

que está a colaborar com a empresa<br />

consultora portuguesa que apoia<br />

a AIMMAP na organização da acção.<br />

Na sua visita a Portugal os referidos<br />

consultores tiveram oportunidade<br />

de visitar algumas <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

que irão integrar a missão.n<br />

AIMMAP aprova contas<br />

de 2007<br />

No passado dia 18 de Abril, realizou-se<br />

uma reunião da Assembleia<br />

Geral da AIMMAP, nos<br />

termos da qual foram aprovados o<br />

relatório de actividades e as contas<br />

da AIMMAP relativos ao exercício<br />

de 2007.<br />

A sessão foi presidida pelo Presidente<br />

da Mesa da Assembleia Geral,<br />

Henrique Ramos, e secretariada<br />

por Mafalda Gramaxo.<br />

Iniciados os trabalhos, entrando-se<br />

no primeiro ponto da ordem<br />

de trabalhos, o Director Geral da<br />

AIMMAP efectuou uma síntese<br />

<strong>das</strong> actividades desenvolvi<strong>das</strong> pela<br />

AIMMAP no exercício de 2007,<br />

sublinhando o excelente trabalho<br />

pela mesma efectuado em muitos<br />

e diversificados níveis.<br />

Seguidamente foram da<strong>das</strong> algumas<br />

explicações sobre as contas<br />

do exercício, tendo sido também<br />

enfatizada a circunstância de esta<br />

associação ter actualmente a sua<br />

situação económica e financeira<br />

totalmente estabilizada.<br />

Efectua<strong>das</strong> as explicações e os<br />

esclarecimentos necessários, o<br />

Presidente da Mesa submeteu então<br />

o Relatório de Actividades e as<br />

Contas à votação da assembleia,<br />

tendo os mesmos sido aprovados<br />

por unanimidade. n<br />

AIMMAP decide <strong>cria</strong>r<br />

fundo de apoio<br />

à certificação<br />

Por decisão da assembleia geral<br />

da APCER, realizada no passado<br />

mês de Março, vai ser <strong>cria</strong>da<br />

uma sociedade comercial que passará<br />

a assumir uma parte da actividade<br />

até ao momento desenvolvida<br />

pela APCER.<br />

Neste modelo agora aprovado, a<br />

associação APCER manterá competências<br />

como entidade certificadora<br />

e a nova sociedade APCER venderá<br />

serviços de certificação.<br />

A AIMMAP – que é sócia fundadora<br />

da APCER -, votou contra esta<br />

decisão por entender que a APCER,<br />

tendo sido <strong>cria</strong>da por iniciativa do<br />

movimento associativo, não deve<br />

deixar condicionar-se pelos proveitos,<br />

nem muito menos pelo objectivo<br />

ou necessidade de distribuir<br />

dividendos aos detentores do respectivo<br />

capital.<br />

No entendimento da AIMMAP, a<br />

APCER deveria continuar a ser, apenas,<br />

uma associação sem fins lucrativos,<br />

centrada num verdadeiro espírito<br />

de serviço às <strong>empresas</strong> e na promoção<br />

de uma cultura de certificação na<br />

sociedade portuguesa.<br />

Tendo votado contra a deliberação<br />

tomada, a AIMMAP será agora<br />

coerente com os seus princípios e<br />

irá bater-se para que não haja distribuição<br />

de dividendos aos accionistas<br />

da sociedade APCER.<br />

Pelo contrário, tal como anunciou<br />

de imediato na reunião da<br />

assembleia geral aqui em causa e<br />

reiterou ulteriormente em artigo de<br />

opinião publicado no jornal Diário<br />

Económico, a Direcção da AIMMAP<br />

irá envidar esforços no sentido de<br />

que todos os eventuais dividendos<br />

da sociedade APCER sejam canalizados<br />

para um fundo de apoio à<br />

certificação, com benefício directo<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong> interessa<strong>das</strong> em<br />

apostar na implementação de processos<br />

de certificação de sistemas<br />

e/ou de produtos.<br />

Acresce que mesmo que essa sua<br />

posição não venha a ser acolhida pelos<br />

restantes accionistas da APCER,<br />

ainda assim a AIMMAP irá proceder<br />

à <strong>cria</strong>ção de tal fundo, esperando<br />

ser acompanhada nesse exemplo<br />

por outro accionistas e muito particularmente<br />

pelo IAPMEI.<br />

Aliás, no que concerne a essa<br />

instituição pública, que tem como<br />

missão e vocação o apoio às pequenas<br />

e médias <strong>empresas</strong>, seria muito<br />

estranho que a mesma se sentisse<br />

confortável como accionista de<br />

uma sociedade comercial que distribui<br />

os respectivos dividendos em<br />

vez de os canalizar para apoio <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong> que visa apoiar, ainda por<br />

cima numa área como a certificação<br />

que, como é sabido, pode consubstanciar<br />

um verdadeiro factor de diferenciação<br />

de tais <strong>empresas</strong>. n<br />

mercados<br />

AIMMAP apresentou mercado<br />

chinês<br />

As acções de<br />

internacionalização<br />

promovi<strong>das</strong> pela<br />

AIMMAP têm<br />

proporcionado<br />

excelentes resultados<br />

a muitas <strong>empresas</strong><br />

que nas mesmas<br />

participam.<br />

Conforme já foi aqui divulgado, a AIMMAP<br />

irá organizar uma missão empresarial à China,<br />

nos dias 24 a 31 de Maio.<br />

No âmbito dos trabalhos preparatórios da missão,<br />

a AIMMAP realizou no dia 3 de Abril, na sua<br />

sede, uma sessão de esclarecimento subordinada<br />

ao tema “Mercado Chinês: Oportunidades para<br />

Portugal e casos de sucesso de <strong>empresas</strong> portuguesas”.<br />

A sessão foi iniciada por Mafalda Gramaxo,<br />

da AIMMAP, e conduzida por Pedro Vieira, da<br />

empresa “Market Acess Consultores”, à qual foram<br />

aliás adjudicados os trabalho de apoio à concretização<br />

da missão e de acompanhamento do<br />

desenvolvimento da acção em causa, no que se refere<br />

às perspectivas de negócios que se apresentem<br />

às <strong>empresas</strong> participantes.<br />

Sublinha-se que se encontram já inscritas nesta<br />

missão, dirigida a toda a Fileira dos Materiais de<br />

Construção, as seguintes <strong>empresas</strong>: MLI – Metalúrgica<br />

Luso Italiana, S.A.; POMBO – Indústria<br />

Metalúrgica, Lda; SENDA – Sanitários em Aço<br />

Inoxidável, Lda; Irmãos Tavares 2, Lda; PLIMAT<br />

– Plásticos Industriais Matos, S.A.; e J. Coelho da<br />

Silva, S.A. n<br />

Experiências<br />

de internacionalização no Dubai<br />

Conforme já aqui foi sublinhado em edições<br />

anteriores de Metal, as acções de internacionalização<br />

promovi<strong>das</strong> pela AIMMAP têm<br />

proporcionado excelentes resultados a muitas <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong> que nas mesmas participam.<br />

Entende a AIMMAP que é da maior conveniência<br />

que se proceda à divulgação<br />

ao sector de boas experiências de<br />

algumas <strong>empresas</strong> em determinados<br />

mercados.<br />

Dessa forma, não só se sublinha<br />

o bom trabalho que o sector em<br />

geral está a realizar para efeitos de<br />

crescimento <strong>das</strong> exportações portuguesas,<br />

como se propicia à generalidade<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong> informações<br />

importantes a propósito de experiências<br />

de sucesso.<br />

Nesse contexto, a AIMMAP organizou<br />

em parceria com a AIDUST, no passado<br />

dia 28 de Março, em Aveiro, uma Sessão de Informação<br />

sobre Experiências de Internacionalização<br />

no Mercado dos Emirados Árabes Unidos.<br />

Esta iniciativa foi concretizada na sequência <strong>das</strong><br />

acções promovi<strong>das</strong> pela AIMMAP no Dubai ao<br />

longo dos últimos anos – com particular destaque<br />

para a organização de dois stands colectivos<br />

na feira “Big 5 Show”.<br />

A sessão contou com a participação de representantes<br />

de duas <strong>empresas</strong> que estiveram presentes<br />

nas duas edições do “Big 5 Show” em que<br />

a representação portuguesa foi organizada pela<br />

AIMMAP (2006 e 2007).<br />

Concretamente, foram apresenta<strong>das</strong><br />

as experiências de internacionalização<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

“FAPRICELA – Indústria de Trefilaria,<br />

S.A.” e “SENDA – Equipamentos<br />

em Aço Inoxidável, Lda”,<br />

representa<strong>das</strong> respectivamente por<br />

Jorge Borja e Nuno Morais.<br />

As intervenções revestiram-se de<br />

um grande interesse prático, tendo<br />

despertado a maior atenção a<br />

todos os presentes.<br />

A AIMMAP terá todo o gosto em disponibilizar<br />

aos seus associados que o solicitem, informações<br />

extremamente úteis a propósito do mercado<br />

do Dubai.<br />

Os interessados na matéria deverão para o efeito<br />

contactar directamente a AIMMAP (pedro.<br />

carvalho@aimmap.pt). n


IV<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

FELUGA<br />

A ideia<br />

subjacente a<br />

esta iniciativa é a de<br />

fazer reflectir em<br />

conjunto as <strong>empresas</strong><br />

portuguesas e<br />

galegas sobre uma<br />

matéria de tão<br />

grande importância<br />

na vida actual <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong> como é<br />

inequivocamente o<br />

absentismo.<br />

A<br />

FELUGA está a levar a efeito<br />

<strong>mais</strong> uma interessante<br />

iniciativa de informação às<br />

<strong>empresas</strong> associa<strong>das</strong> na AIMMAP<br />

e na ASIME, encontrando-se a<br />

organizar um ciclo de dois seminários<br />

sobre o tema do “Absentismo<br />

laboral”.<br />

A ideia subjacente a esta iniciativa<br />

é a de fazer reflectir em conjunto<br />

as <strong>empresas</strong> portuguesas e<br />

galegas sobre uma matéria de tão<br />

grande importância na vida actual<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong> como é inequivocamente<br />

o absentismo.<br />

Aliás, tendo em conta a grande<br />

afinidade cultural existente entre<br />

as <strong>empresas</strong> e os trabalhadores da<br />

Galiza e de Portugal, são cada vez<br />

<strong>mais</strong> semelhantes os problemas<br />

que se colocam com maior acuidade<br />

neste âmbito às <strong>empresas</strong> situa<strong>das</strong><br />

nos dois lados da fronteira.<br />

Pelo que, no entendimento da<br />

Junta Directiva da FELUGA, este<br />

é um daqueles casos que devem<br />

Absentismo laboral em discussão<br />

Mais uma iniciativa<br />

da FELUGA<br />

ser estudados e atacados em conjunto<br />

por portugueses e galegos,<br />

justificando desse modo a implementação<br />

da iniciativa de que<br />

aqui se dá conta.<br />

O primeiro seminário neste<br />

contexto foi realizado em Vigo,<br />

no passado dia 15 de Abril, na<br />

sede da ASIME, e contou com<br />

as intervenções institucionais de<br />

António Saraiva e José Maria Hidalgo,<br />

Presidente e Vice-Presidente<br />

da FELUGA, na sessão de<br />

abertura, e de Pilar Cancela Rodríguez,<br />

Directora Geral de Relações<br />

Laborais da Junta da Galiza,<br />

na sessão de encerramento.<br />

No que concerne à discussão<br />

dos temas em análise intervieram<br />

em primeiro lugar, genericamente<br />

sobre o absentismo laboral, Miguel<br />

Ángel Puyme Rey, Director<br />

de Recuros Humanos do Grupo<br />

PSA Peugeot-Citroën em Vigo e<br />

Gregório da Rocha Novo, Director<br />

da CIP – Confederação da Indústria<br />

Portuguesa.<br />

Seguidamente, foram apresenta<strong>das</strong><br />

pelo Director Geral Adjunto<br />

da FELUGA, Enrique Mallón<br />

Otero, estatísticas sobre o absentismo<br />

em Portugal e na Galiza.<br />

Ulteriormente, foram apresenta<strong>das</strong><br />

duas experiências de <strong>empresas</strong><br />

no combate ao absentismo,<br />

respectivamente por Joaquim<br />

Mateus, Director de Recursos<br />

Humanos da MAHLE – Componentes<br />

de Motores, S.A., e Sandra<br />

Prieto López, Directora de Recursos<br />

Humanos do Grupo Antolín<br />

Vigo, S.A.<br />

To<strong>das</strong> as intervenções se caracterizaram<br />

por uma muito elevada<br />

qualidade, tendo despertado o<br />

maior interesse às cerca de 50 <strong>empresas</strong><br />

presentes no seminário.<br />

O segundo evento, a realizar na<br />

sede da AIMMAP, no Porto, está<br />

agendado para o próximo mês de<br />

Maio e obedecerá a um modelo<br />

semelhante ao do anterior, estando<br />

aliás prevista a participação<br />

dos mesmos palestrantes.n<br />

Reunião da Assembleia Geral<br />

da FELUGA<br />

No passado dia 15 de Abril,<br />

teve lugar em Vigo, na sede<br />

da ASIME, uma reunião<br />

da Assembleia Geral da FELUGA<br />

– Federação Luso Galaica de Industriais<br />

Metalúrgicos.<br />

A reunião, conduzida pelo Presidente<br />

da Junta Directiva da FE-<br />

LUGaA, António Saraiva, teve a<br />

seguinte ordem de trabalhos: 1.<br />

Leitura e aprovação da acta da assembleia<br />

geral anterior; 2. Informação<br />

do Presidente; 3. Exame<br />

e aprovação <strong>das</strong> Contas Anuais<br />

do Exercício de 2007; 4. Exame<br />

e aprovação do Orçamento para<br />

o Exercício de 2008; 5. Assuntos<br />

diversos e 6. Pedidos e perguntas<br />

Estiveram presentes representantes<br />

dos dois associados – AIM-<br />

MAP e ASIME -, destacando-se<br />

particularmente os Presidentes<br />

<strong>das</strong> Direcções da AIMMAP e da<br />

ASIME, respectivamente António<br />

Saraiva e Jose Maria Hidalgo.<br />

Sublinha-se que tanto as contas<br />

de 2007 como o orçamento para<br />

2008 foram aprovados por unanimidade.<br />

No decurso da reunião foi<br />

igualmente dissecada a actividade<br />

desenvolvida pela FELUGA,<br />

tendo sido sublinhado de forma<br />

especial o trabalho realizado nas<br />

áreas da internacionalização, da<br />

cooperação entre <strong>empresas</strong> e da<br />

gestão de recursos humanos.<br />

No mesmo dia, imediatamente<br />

antes da reunião da Assembleia<br />

Geral, teve lugar igualmente, no<br />

mesmo local, uma reunião da<br />

Junta Directiva da FELUGA. n<br />

Breves Feluga<br />

Administrador da ANIP visita<br />

Portugal e Galiza<br />

Tal como foi oportunamente<br />

divulgado, a FELUGA irá<br />

organizar no início do mês<br />

de Junho duas sessões de informação<br />

sobre o mercado angolano<br />

e o investimento em Angola, as<br />

quais contarão com a presença<br />

destacada de Custódio Armando,<br />

Administrador da ANIP – Agência<br />

Nacional para o Investimento<br />

Privado de Angola. As sessões<br />

terão lugar respectivamente na<br />

sede da AIMMAP, no Porto, e na<br />

sede da ASIME, em Vigo. A sessão<br />

do Porto está prevista para o<br />

dia 3 de Junho.n<br />

FELUGA presente em <strong>mais</strong> uma<br />

edição da NAVALIA<br />

Presença ibérica<br />

em Buenos Aires<br />

Enquadrada no esforço desenvolvido<br />

pela FELUGA<br />

no sentido de potenciar acções<br />

de internacionalização conjuntas<br />

luso-galaicas, aquela federação<br />

participou numa Missão<br />

Empresarial à Argentina realizada<br />

pela ASIME, nos dias 25 a 28 de<br />

Março.<br />

No próximo dia 16 de Maio,<br />

o Governador do estado<br />

brasileiro do Mato Grosso<br />

do Sul, André Puccinelli, estará<br />

presente em Vigo, na sede<br />

da ASIME, no âmbito de uma<br />

iniciativa promovida com o apoio<br />

da FELUGA – Federação Luso<br />

Galaica de Industriais Metalúrgicos.<br />

O Governador André Puccinelli<br />

será acompanhado nesta visita<br />

por vários membros do seu governo<br />

– Secretários de Estado - e por<br />

diversos empresários do referido<br />

estado do Mato Grosso do Sul.<br />

No contexto da visita a comitiva<br />

brasileira terá oportunidade de<br />

encontrar-se com autoridades galegas,<br />

empresários da Galiza e do<br />

norte de Portugal e membros da<br />

Junta Directiva da FELUGA, aos<br />

quais procurará divulgar o enorme<br />

leque de oportunidades que<br />

aquele estado oferece actualmente.<br />

O estado do Mato Grosso do<br />

Sul é na actualidade um dos <strong>mais</strong><br />

dinâmicos e ricos do Brasil, país<br />

que, como é sabido, para além da<br />

vantagem de ter enormes laços de<br />

proximidade com Portugal, ocupa<br />

hoje em dia uma cada vez maior<br />

importância política, económica<br />

e comercial à escala planetária.<br />

Esta visita poderá assim abrir<br />

interessantes perspectivas de negócios<br />

a empresários do sector<br />

metalúrgico e metalomecânico,<br />

tanto em Portugal, como na Galiza.<br />

Com efeito, não só é certo<br />

A<br />

NAVALIA – Feria Internacional<br />

de la Industria Naval,<br />

abrirá as suas portas<br />

pela segunda vez em Vigo,<br />

nos próximos dias 20 a 22 de<br />

Maio.<br />

Este certame adquiriu já uma<br />

importância indesmentível no<br />

contexto da indústria naval,<br />

perspectivando-se que esta edição<br />

seja novamente um importante<br />

sucesso. Os expositores e<br />

visitantes terão a possibilidade<br />

de mostrar e conhecer to<strong>das</strong> as<br />

<strong>mais</strong> recentes inovações no sector,<br />

bem como estabelecer futuras<br />

colaborações com outros<br />

profissionais.<br />

A exemplo do sucedido na<br />

edição anterior, a FELUGA estará<br />

representada neste certame<br />

com um stand próprio.n<br />

No decurso da missão, a FELU-<br />

GA teve oportunidade de contactar<br />

com diversas <strong>empresas</strong> e instituições<br />

argentinas no âmbito do<br />

sector metalúrgico e metalomecânico,<br />

perspectivando a concretização<br />

de negócios bem como a<br />

realização de uma acção concreta<br />

da FELUGA naquele mercado.n<br />

Governador do Mato Grosso<br />

do Sul visita a FELUGA em Vigo<br />

que o mercado do Mato Grosso do<br />

Sul se revela bastante atractivo<br />

para alguns produtos portugueses<br />

e galegos, como é ainda verdade<br />

que tem possibilidades de atrair<br />

investimento em condições interessantes,<br />

as quais poderão ser<br />

discuti<strong>das</strong> em concreto, directamente<br />

entre os empresários interessados<br />

e os responsáveis brasileiros,<br />

nos encontros a realizar no<br />

dia 16 de Maio.<br />

A FELUGA tem pois o maior<br />

gosto em apoiar a realização desta<br />

visita dos responsáveis máximos<br />

daquele estado brasileiro à<br />

Galiza, certa de que contribuirá,<br />

deste modo, não só para a abertura<br />

de oportunidades às <strong>empresas</strong><br />

que a integram como também<br />

para que seja dado <strong>mais</strong> um passo<br />

no reforço da coesão entre as<br />

economias e as populações dos<br />

dois lados do rio Minho.<br />

Sublinha-se que esta visita aqui<br />

noticiada se enquadra no âmbito<br />

de uma iniciativa <strong>mais</strong> ampla<br />

promovida pela ADVP e que integra<br />

igualmente vários encontros<br />

do Governador e respectiva comitiva<br />

com responsáveis políticos e<br />

empresários portugueses em Lisboa<br />

e no Porto.<br />

Um dos momentos altos desse<br />

programa <strong>mais</strong> vasto será a realização<br />

de um almoço-debate em<br />

Lisboa, que contará com a presença<br />

de diversas individualidades,<br />

entre as quais a do antigo<br />

Ministro do Brasil, Luís Fernando<br />

Furlan e Ozires Silva. n


quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

V<br />

Assuntos Fiscais<br />

A<br />

Portaria supra citada veio<br />

alterar alguns aspectos da<br />

Portaria n.º 499/2007, de<br />

30 de Abril, procurando clarificála.<br />

Foram modificados os artigos<br />

2.º, alínea b), e 5.º, tendo também<br />

sido aditado o Artigo 5.º-A.<br />

Um dos aspectos alterados foi o<br />

da entrega <strong>das</strong> contas consolida<strong>das</strong><br />

prevenindo que para o exercício<br />

de 2007 deve ser feita a digitalização<br />

de todos os documentos<br />

A<br />

Lei n.º 67-A/2007, de 31<br />

de Dezembro, que aprovou<br />

o Orçamento do Estado<br />

para 2008, no seu Artigo<br />

121º, estabelece que para o ano<br />

de 2008 ficam isentos de fiscalização<br />

prévia pelo Tribunal de<br />

Contas os actos e contratos cujo<br />

montante não exceda 1000 vezes<br />

A<br />

acima referida Portaria veio<br />

regulamentar a Lei n.º 67-<br />

B/2007, de 31 de Dezembro,<br />

que consagra a obrigatoriedade<br />

de publicação anual de uma<br />

lista de credores da administração<br />

central. A citada Portaria tem por<br />

objectivo operacionalizar esta nova<br />

IES – Informação Empresarial<br />

Simplificada<br />

(Portaria n.º 245/2008, de 27 de Março)<br />

referidos no nº 2 de artigo 42.º<br />

do Código do Registo Comercial<br />

(Acta de deliberação de aprovação<br />

<strong>das</strong> contas consolida<strong>das</strong>; Balanço<br />

consolidado, Demonstração de<br />

resultados e anexo; Certificação<br />

Legal de contas, parecer do órgão<br />

de fiscalização) e a sua submissão<br />

através de um ficheiro único.<br />

O segundo aspecto é o de que<br />

passa a prever-se que as entidades<br />

que, nos termos de n.º2 do artigo<br />

Dispensa do visto<br />

do Tribunal de Contas<br />

12.º do Decreto-Lei n.º 35/2005,<br />

de 17 de Fevereiro, tenham optado<br />

por elaborar as suas contas<br />

individuais em conformidade<br />

com as Normas Internacionais de<br />

Contabilidade, possam enviar essas<br />

contas mediante a respectiva<br />

digitalização e submissão conjunta<br />

com a declaração IES.<br />

Esta Portaria encontra-se disponível<br />

no site da AIMMAP:<br />

www.aimmap.pt n<br />

o valor correspondente ao índice<br />

100 da escala indiciária do regime<br />

geral da função pública.<br />

Por sua vez, a Portaria n.º 30-<br />

A/2008, de 10 de Janeiro, fixou,<br />

para 2008, o referido índice em<br />

333,61J.<br />

Sendo assim, fica estabelecido<br />

que para o ano em curso<br />

o montante supracitado é de<br />

333.610,00J.<br />

A referida dispensa está consagrada<br />

no Artigo 48.º da Lei de<br />

Organização do Tribunal de Contas<br />

aprovada pela Lei n.º 98/97,<br />

de 26 de Agosto, na redacção que<br />

lhe foi dada pela Lei nº 48/2006,<br />

de 29 de Agosto. n<br />

Lista de credores do Estado<br />

(Portaria n.º 238-A/2008, de 14 de Março)<br />

obrigação do Estado, através de:<br />

• Esclarecer quais os montantes<br />

e natureza <strong>das</strong> dívi<strong>das</strong> susceptíveis<br />

de inserção na lista;<br />

• As formalidades associa<strong>das</strong><br />

à apresentação do requerimento<br />

prévio pelo credor;<br />

• Os procedimentos a adoptar<br />

pela Secretaria-Geral do Ministério<br />

<strong>das</strong> Finanças e da Administração<br />

Pública;<br />

• Aspectos atinentes à salvaguarda<br />

de direitos conexos com<br />

tais procedimentos, como seja o<br />

direito à reclamação, de acesso e<br />

de rectificação de dados.n<br />

Tabela prática do irs para 2007<br />

(Circular n.º 6/08, de 14 de Março)<br />

Através desta circular foram<br />

divulga<strong>das</strong> as tabelas práticas<br />

do IRS, a aplicar aos rendimentos<br />

de 2007, auferidos por sujeitos<br />

passivos residentes no Continente<br />

e nas Regiões Autónomas da<br />

Madeira e dos Açores. Esta Circular<br />

encontra-se disponível no site<br />

da AIMMAP: www.aimmap.pt n<br />

Breves<br />

Alteração ao regulamento<br />

do registo comercial<br />

(Portaria n.º 234/2008, de 12 de Março)<br />

O<br />

Decreto-Lei n.º 76-A/2006,<br />

de 29 de Março, alterou<br />

profundamente o Código<br />

do Registo Comercial.<br />

Entretanto esta portaria veio<br />

agora permitir a condensação da<br />

informação <strong>mais</strong> relevante <strong>das</strong><br />

entidades sujeitas a registo comercial<br />

na sua matrícula.<br />

Na prática, a matrícula, que<br />

O<br />

Decreto-Lei acima citado<br />

procedeu à regulamentação<br />

<strong>das</strong> normas necessárias<br />

à boa execução do Artigo<br />

39.º-B do Estatuto dos Benefícios<br />

Fiscais. Assim, são disciplina<strong>das</strong><br />

pelo Decreto-Lei:<br />

• As condições de acesso;<br />

• As entidades responsáveis<br />

pela concessão dos incentivos;<br />

surge na primeira página da certidão<br />

do registo comercial, vai<br />

passar a conter toda a informação<br />

que <strong>mais</strong> frequentemente é<br />

necessário consultar pelos cidadãos<br />

e pelas <strong>empresas</strong>, como a<br />

identificação dos representantes<br />

da entidade e a duração dos<br />

seus mandatos ou a forma pela<br />

qual a mesma se vincula.n<br />

Estatuto dos Benefícios Fiscais<br />

(Decreto-Lei n.º 55/2008, de 26 de Março)<br />

Este Diploma estabeleceu<br />

as normas de execução do<br />

Orçamento de Estado para<br />

2008. Assim, foi estabelecido<br />

que o regime de dação de bens<br />

em pagamento é aplicável a to<strong>das</strong><br />

as dívi<strong>das</strong> ao Estado, ainda<br />

que não se encontrem abrangi<strong>das</strong><br />

• As obrigações a que ficam<br />

sujeitas as entidades beneficiárias;<br />

• As consequências em caso<br />

de incumprimento.<br />

Este Decreto-Lei, bem como<br />

a Portaria n.º1467-A/2001, de<br />

31 de Dezembro encontram-se<br />

disponíveis no site da AIMMAP:<br />

www.aimmap.pt n<br />

Dação de bens em pagamento<br />

no cumprimento de dívi<strong>das</strong><br />

ao Estado e à Segurança Social<br />

(Decreto-Lei n.º 41/2008, de 10 de Março)<br />

O<br />

presente Ofício apresenta<br />

a lista de Municípios,<br />

com indicação dos códigos<br />

de Distritos/Concelho e <strong>das</strong><br />

taxas de derrama lança<strong>das</strong> para<br />

cobrança em 2008, necessárias<br />

para o preenchimento do anexo<br />

A da Declaração de Rendimentos<br />

Modelo 22.<br />

por processo de execução fiscal.<br />

No caso da Segurança Social, em<br />

2008, foi também determinado<br />

que as dívi<strong>das</strong> de contribuições a<br />

instituições de segurança social<br />

podem ser satisfeitas mediante<br />

dação em pagamento de bens<br />

móveis ou imóveis.n<br />

IRC – Taxa de derrama lançada<br />

para cobrança em 2008<br />

— Exercício de 2007<br />

(Ofício Circulado nº 20 130, de 27 de Março)<br />

Informa também que nos termos<br />

da nova Lei <strong>das</strong> Finanças<br />

Locais (Lei n.º 2/2007, de 15 de<br />

Janeiro) estas taxas incidem sobre<br />

o Lucro tributável do IRC relativo<br />

ao exercício de 2007<br />

Este Ofício encontra-se disponível<br />

no site da AIMMAP: www.<br />

aimmap.pt n<br />

Colaboradores AIMMAP<br />

SUSANA DA PALMA PEREIRA<br />

Susana da Palma Pereira encontra-se ao<br />

serviço da AIMMAP desde 1999, sendo<br />

actualmente a Responsável pelo respectivo<br />

Departamento Jurídico da AIMMAP.<br />

Tem 37 anos e é licenciada em Direito<br />

pela Universidade Católica Portuguesa<br />

(Porto).<br />

Na AIMMAP tem como principais funções,<br />

entre outras, as seguintes:<br />

- Consultas jurídicas aos associados;<br />

- Elaboração de pareceres jurídicos;<br />

- Apoio a associados na elaboração de<br />

processos disciplinares;<br />

- Apoio aos associados na elaboração de<br />

oposições em processos contra-ordenacionais;<br />

- Assessoria à Direcção;<br />

- Participação na negociação dos Contratos<br />

Colectivos de Trabalho do sector;<br />

- Representação da AIMMAP em processos<br />

judiciais<br />

- Instrução de processos de alvarás<br />

Para além do exposto, é, em representação<br />

da AIMMAP, Secretária da Mesa da Assembleia<br />

Geral da AIDUST – Consultadoria<br />

e Apoio à Indústria, S.A, à qual dá igualmente<br />

apoio jurídico em diversas áreas.<br />

E-mail: susana.palma.pereira@aimmap.pt<br />

MARGARIDA SAMPAIO<br />

Margarida Sampaio trabalha no Departamento<br />

Jurídico da AIMMAP desde Outubro<br />

de 2007.<br />

Tem 24 anos e é licenciada em Direito<br />

pela Faculdade de Direito da Universidade<br />

do Porto.<br />

Sendo a <strong>mais</strong> recente contratação da<br />

AIMMAP, exerce, entre outras, as seguintes<br />

funções:<br />

- Consultas jurídicas aos associados;<br />

- Elaboração de pareceres jurídicos;<br />

- Coordenação da informação jurídica do<br />

sítio da AIMMAP.<br />

E-mail: margarida.sampaio@aimmap.pt


VI<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Indústria<br />

Projecto de um novo<br />

regime de licenciamento<br />

industrial<br />

Está a ser actualmente discutido<br />

um projecto de diploma do governo<br />

português que visa aprovar<br />

um novo Regime de Exercício da Actividade<br />

Industrial (licenciamento dos<br />

estabelecimentos industriais).<br />

Segundo foi anunciado, em comparação<br />

com o regime que está ainda<br />

em vigor, procurar-se-á agilizar os procedimentos<br />

necessários<br />

para obtenção<br />

do licenciamento por<br />

parte <strong>das</strong> <strong>empresas</strong><br />

industriais.<br />

É verdade que,<br />

efectivamente, algumas<br />

<strong>das</strong> novas soluções<br />

preconiza<strong>das</strong> no<br />

eventual futuro diploma<br />

serão aparentemente<br />

susceptíveis<br />

de desburocratizar os<br />

processos e de impor<br />

uma maior responsabilização<br />

às autoridades<br />

que tutelam esta matéria no que<br />

concerne à emissão dos licenciamentos.<br />

Muito particularmente no que se<br />

refere ao cumprimento dos prazos.<br />

Sucede, porém, que, segundo resulta<br />

da versão do projecto que foi divulgada,<br />

os critérios subjacentes à classificação<br />

<strong>das</strong> <strong>empresas</strong> nas diferentes tipologias<br />

neste âmbito serão alterados de<br />

uma forma que à AIMMAP parece<br />

gravosa para as <strong>empresas</strong>.<br />

Consequentemente, no entendimento<br />

da AIMMAP, em muitos casos<br />

concretos, o processo de obtenção do<br />

Os critérios<br />

subjacentes à<br />

classificação <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong> nas<br />

diferentes tipologias<br />

neste âmbito serão<br />

alterados de uma<br />

forma que à AIMMAP<br />

parece gravosa para<br />

as <strong>empresas</strong>.<br />

licenciamento poderá ser substancialmente<br />

dificultado.<br />

Altamente preocupada com as consequências<br />

que daí poderão emergir para<br />

o tecido empresarial que representa, a<br />

AIMMAP pronunciou-se de imediato<br />

sobre a matéria, através de parecer<br />

que enviou à CIP e no qual manifestou<br />

as suas dúvi<strong>das</strong> e reservas face às intenções<br />

aparentes do legislador<br />

português.<br />

A AIMMAP divulgou<br />

entretanto o seu<br />

parecer na sua página<br />

web, estando ao dispor<br />

dos seus associados<br />

para a prestação<br />

de todos os esclarecimentos<br />

nesse âmbito.<br />

Independentemente<br />

do exposto, a AIM-<br />

MAP considera importante<br />

que seja<br />

desde já efectuado<br />

este alerta às <strong>empresas</strong><br />

do sector quanto aos eventuais perigos<br />

que o projecto encerra.<br />

Seria ainda assim lamentável que,<br />

neste caso, uma vez <strong>mais</strong>, quando era<br />

certo que as <strong>empresas</strong> portuguesas alimentavam<br />

a expectativa de que a lei<br />

fosse <strong>mais</strong> razoável e de cumprimento<br />

<strong>mais</strong> exequível, acabassem as mesmas<br />

por ver-se confronta<strong>das</strong> com um<br />

diploma ainda <strong>mais</strong> restritivo do que<br />

o anterior.<br />

Por muito habitua<strong>das</strong> que estejam<br />

as <strong>empresas</strong> a esse fado, ainda assim o<br />

desgaste é grande. n<br />

Gestão<br />

CATIM promove<br />

benchmarking<br />

Na sequência do seu excelente trabalho<br />

em tal âmbito, o CATIM irá levar a<br />

efeito <strong>mais</strong> uma iniciativa de promoção<br />

de benchmarking.<br />

Esta acção, subordinada ao tema “Partilhar<br />

para competir”, terá lugar no próximo dia 8<br />

de Maio, durante todo o dia, nas instalações<br />

do Hotel Solverde, em Espinho.<br />

Destinada a dirigentes e quadros superiores<br />

de pequenas e médias <strong>empresas</strong>, a sessão contará<br />

com as intervenções de inúmeros representantes<br />

de <strong>empresas</strong> do sector metalúrgico e<br />

metalomecânico, as quais serão concretamente<br />

as seguintes: “BODUM PORTUGUE-<br />

SA – Produção de Artigos Metálicos, S.A.;<br />

Manuel Guerra ICC, Lda; MÁRIO & DO-<br />

MINGUEZ, Lda; A ELÉCTRICA, Lda;<br />

HENRIQUES & HENRIQUES, S.A.; TEC-<br />

NOGIAL, Lda; AFONSO O. COSTA – Fábrica<br />

de Máquinas Agrícolas e Florestais, Lda;<br />

IBEROELEVA, S.A.; SIRL – Simões & Rodrigues;<br />

AFER – FUTE – Fábrica de Utilidades<br />

de Tubo, Lda; VICTOR MONTEIRO;<br />

EFACEC – Sistemas de Gestão, S.A.; ADI-<br />

RA, S.A.; CLIMAR – Indústria de Iluminação,<br />

S.A.; PALBIT, S.A..<br />

Serão abordados nos sucessivos painéis que<br />

integrarão a sessão os seguintes temas concretos:<br />

Boas Práticas no sector produtivo; Boas<br />

Práticas na Gestão <strong>das</strong> PME’s; Gestão da Inovação<br />

– Boas práticas numa grande empresa;<br />

e Inovação Empresarial nas PME’s.<br />

No final dos trabalhos, será ainda efectuado<br />

um balanço do projecto “FORBEN” por Francisco<br />

Alba, Director do CATIM e responsável<br />

pelo programa “ForbenCatim”, e Gonçalo Xavier,<br />

Director Executivo da RECET – Associação<br />

dos Centros Tecnológicos de Portugal.<br />

Sublinha-se aliás que esta sessão será a quinta<br />

a realizar no contexto do FORBEN, um<br />

projecto de parceria entre o GPF – Gabinete<br />

de Parceria e Formação Profissional do PRI-<br />

ME, a RECET, o CATIM e outros centros<br />

tecnológicos, com o apoio institucional do<br />

IAPMEI. n<br />

Calendário Fiscal<br />

Abril 2008<br />

IRC – Imposto Sobre o Rendimento <strong>das</strong><br />

Pessoas Colectivas<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 Abril de 2008, <strong>das</strong> importâncias<br />

reti<strong>das</strong> no mês de Março de 2008 a título<br />

de Imposto.<br />

IRS – Imposto Sobre o Rendimento <strong>das</strong><br />

Pessoas Singulares<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 Abril 2008, <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong><br />

no mês de Março de 2008 a título de<br />

Imposto.<br />

- Entrega via Internet do Modelo 11 pelos<br />

Notários, Conservadores, Secretários<br />

Judiciais, e Secretários de Justiça, até ao<br />

dia 10 de Abril de 2008, <strong>das</strong> Relações<br />

dos actos praticados, no mês anterior,<br />

susceptíveis de produzir rendimentos.<br />

- Entrega da declaração de rendimentos<br />

Modelo 3, por transmissão electrónica de<br />

dados, pelos sujeitos passivos com rendimentos<br />

<strong>das</strong> Categorias A (trabalho dependente)<br />

e H (pensões), até 15 de Abril de<br />

2008.<br />

- Entrega da declaração de rendimentos<br />

Modelo 3, em suporte papel, pelos sujeitos<br />

passivos com rendimentos <strong>das</strong> Categorias<br />

A (trabalho dependente), B (empresariais<br />

e profissionais), E (capitais), F (prediais),<br />

G (<strong>mais</strong>-valias), ou H (pensões), até 30 de<br />

Abril de 2008.<br />

IVA – Imposto Sobre o Valor<br />

Acrescentado<br />

- Contribuintes do Regime Normal de Obrigação<br />

Periódica mensal – Envio até ao dia<br />

10 de Abril de 2008, da declaração periódica<br />

com referência ao mês de Fevereiro de<br />

2008, bem como dos anexos nela referidos.<br />

Segurança Social<br />

- Pagamento, até 15 de Abril de 2008,<br />

<strong>das</strong> contribuições relativas às remunerações<br />

referentes ao mês de Março de 2008.<br />

Imposto do Selo<br />

- Entrega, até ao dia 20 de Abril de<br />

2008, <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong> no mês<br />

de Março de 2008.<br />

Maio 2008<br />

IRC – Imposto Sobre o Rendimento <strong>das</strong><br />

Pessoas Colectivas<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 de Maio de 2008, <strong>das</strong> importâncias<br />

reti<strong>das</strong> no mês de Abril de 2008 a<br />

título de Imposto.<br />

- Entrega por transmissão electrónica de<br />

dados, até ao dia 30 de Maio de 2008, da<br />

declaração periódica de rendimentos Modelo<br />

22, pelas entidades sujeitas a IRC,<br />

cujo período de tributação seja coincidente<br />

com o ano civil.<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 30 de Maio de 2008, do pagamento<br />

final do imposto devido pelas entidades sujeitas<br />

a imposto, com periodicidade coincidente<br />

com o ano civil. (Modelo 22).<br />

IRS – Imposto Sobre o Rendimento <strong>das</strong><br />

Pessoas Singulares<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 de Maio 2008, <strong>das</strong> importâncias<br />

reti<strong>das</strong> no mês de Abril de 2008 a título<br />

de Imposto.<br />

- Entrega via Internet da Modelo 11 pelos<br />

Notários, Conservadores, Secretários<br />

Judiciais, e Secretários de Justiça, até ao<br />

dia 10 de Maio de 2008, <strong>das</strong> Relações<br />

dos actos praticados, no mês anterior,<br />

susceptíveis de produzir rendimentos.<br />

- Entrega da declaração de rendimentos<br />

Modelo 3, por transmissão electrónica<br />

de dados, pelos sujeitos passivos com<br />

rendimentos <strong>das</strong> Categorias A (trabalho<br />

dependente), B (empresariais e profissionais),<br />

E (capitais), F (prediais), G (<strong>mais</strong>valias),<br />

ou H (pensões), até 25 de Maio<br />

2008.<br />

IVA – Imposto Sobre o Valor<br />

Acrescentado<br />

Sujeitos passivos do Regime Especial<br />

dos Pequenos Retalhistas – Entrega até<br />

dia 20 de Maio 2008, da declaração ou<br />

guia com referência ao 1º trimestre de<br />

2007. Pagamento até à referida data do<br />

imposto apurado.<br />

- Sujeitos passivos do Regime Normal<br />

de Obrigação Periódica Trimestral – Envio<br />

até ao dia 15 de Maio 2008, da declaração<br />

periódica com referência ao 1º trimestre<br />

de 2008, bem como dos anexos nela<br />

referidos. Pagamento até à referida data<br />

do imposto apurado.<br />

-- Sujeitos passivos do Regime Normal<br />

de Obrigação Periódica Mensal – Envio<br />

até ao dia 10 de Maio de 2008, da declaração<br />

periódica com referência ao mês<br />

de Março de 2008, bem como dos anexos<br />

nela referidos. Pagamento até à referida<br />

data do imposto apurado.<br />

Segurança Social<br />

- Pagamento, até 15 de Maio de<br />

2008, <strong>das</strong> contribuições relativas às<br />

remunerações referentes ao mês de<br />

Abril de 2008.<br />

Imposto do Selo<br />

- Entrega, até ao dia 20 de Maio de<br />

2008, <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong> no mês<br />

de Abril de 2008.<br />

Imposto Único de Circulação<br />

- Liquidação, por transmissão electrónica<br />

de dados, e pagamento do Imposto<br />

Único de Circulação –IUC, relativo aos veículos<br />

cujo aniversário da matrícula ocorra<br />

no presente mês. (As pessoas singulares<br />

poderão solicitar a liquidação em qualquer<br />

Serviço de Finanças).


quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

VII<br />

Jurisprudência<br />

Os acórdãos referidos nesta secção resolveram, apenas, os casos concretos a que se reportam, não tendo força de Lei.<br />

NOMEAÇÃO PARA<br />

ADMINISTRADOR<br />

Contrato de trabalho – Suspensão –<br />

Cessação<br />

Sumário:<br />

1. A trabalhadora que tenha sido nomeada<br />

administradora da entidade empregadora,<br />

por deliberação desta, fica<br />

com o seu contrato de trabalho suspenso,<br />

nos termos do nº 2, do artigo 398º,<br />

do Código <strong>das</strong> Sociedades Comerciais,<br />

ainda que mantenha as funções que<br />

anteriormente desempenhava.<br />

2. Sobre a entidade empregadora impende<br />

a prova dos requisitos for<strong>mais</strong><br />

e substanciais da cessação do contrato<br />

por extinção do posto de trabalho,<br />

bem como do cumprimento de todos os<br />

trâmites legais que, com fundamento<br />

nele, determinaram a cessação do contrato<br />

de trabalho.<br />

3. Não se mostra efectuada tal prova<br />

se, desde logo, não se prova que fosse<br />

praticamente impossível a subsistência<br />

da relação de trabalho entre a trabalhadora<br />

e aquela mesma entidade empregadora.<br />

4.Daí que, ex vi do nº 1, do artigo 32º,<br />

do Regime Jurídico da Cessação do<br />

Contrato de Trabalho e Contrato a Prazo<br />

aprovado pelo Decreto-Lei nº 64-A/89,<br />

de 27 de Fevereiro, se tenha por nula a<br />

cessação do contrato de trabalho operada<br />

pela entidade empregadora, o que<br />

confere à trabalhadora o direito a uma<br />

indemnização por antiguidade – visto<br />

que por esta optou -, devendo para o<br />

respectivo cômputo atender-se ao tempo<br />

decorrido desde o início do contrato<br />

de trabalho, sem dele se exceptuar o<br />

lapso de tempo durante o qual tal contrato<br />

se encontrou suspenso.<br />

Acórdão do STJ, de 17/10/2007<br />

Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVII, nº 554<br />

TRABALHO TEMPORÁRIO<br />

Contrato de utilização – Contrato de<br />

trabalho temporário – Cessação do<br />

contrato de trabalho<br />

Sumário:<br />

1. A cessação antecipada do contrato<br />

de utilização de trabalho temporário<br />

não pode subsumir-se na impossibilidade<br />

superveniente absoluta e definitiva<br />

do empregador receber a prestação de<br />

trabalho, determinante da caducidade<br />

do contrato de trabalho, uma vez que<br />

a subordinação do contrato de trabalho<br />

temporário à vigência do contrato<br />

de utilização equivaleria à aposição de<br />

condição resolutiva ao vínculo laboral.<br />

2. No caso específico da contratação de<br />

um trabalhador temporário para substituição<br />

de trabalhador ausente ou impedido<br />

de prestar serviço, o termo resolutivo<br />

incerto verifica-se com o regresso<br />

do trabalhador substituído ou com a<br />

certeza de que ele já não irá regressar.<br />

3. Provando-se que no contrato de trabalho<br />

temporário em causa as partes<br />

estabeleceram um termo resolutivo incerto<br />

e não qualquer espécie de condição,<br />

não é aplicável a norma do nº<br />

1, do artigo 275º, do Código Civil, pelo<br />

que aquele contrato cessou validamente<br />

quando se verificou a certeza quanto<br />

ao não regresso definitivo do trabalhador<br />

substituído.<br />

Acórdão do STJ, de 12/09/2007<br />

Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVII, nº 554<br />

PRESCRIÇÃO DE CRÉDITOS<br />

Interrupção da prescrição – Citação<br />

– Apartado<br />

Sumário:<br />

1. O prazo prescricional previsto no artigo<br />

38º, da L.C.T., é um prazo substantivo<br />

cuja contagem está subordinada às<br />

regras conti<strong>das</strong> no artigo 279º, do C.C.<br />

2. O efeito interruptivo da prescrição,<br />

estabelecendo no nº 2, do artigo 323º,<br />

do C.C., pressupõe a concorrência de<br />

três requisitos: I) que o prazo prescricional<br />

ainda esteja a decorrer e assim<br />

se mantenha nos cinco dias posteriores<br />

à propositura da acção; II) que a citação<br />

não tenha sido realizada nesse prazo<br />

de cinco dias; III) que o retardamento<br />

na efectivação desse acto não seja<br />

imputável ao autor.<br />

3. Este último requisito deve ser interpretado<br />

em termos de causalidade objectiva,<br />

ou seja, a conduta do requerente<br />

só exclui a interrupção da prescrição<br />

quando tenha infringido objectivamente<br />

a lei, em qualquer termo processual,<br />

até à verificação da citação.<br />

4. A ressalva contida no artigo 234º,<br />

nº 5, do C.P.C. (de que não cabe recurso<br />

do despacho que mande citar os<br />

réus ou requeridos, não se considerando<br />

precludi<strong>das</strong> as questões que podiam<br />

ter sido motivo de indeferimento liminar)<br />

restringe-se às questões que poderiam<br />

ter sido objecto de indeferimento<br />

liminar da petição inicial, não abrangendo<br />

aquelas que pudessem conduzir<br />

ao indeferimento do pedido de citação<br />

prévia do demandado.<br />

5. Por isso, sendo irrecorrível o despacho<br />

que ordenou a citação da réu, e não<br />

salvaguardando a lei a possibilidade de<br />

reanálise ulterior da sua bondade, a<br />

questão ficou definitivamente resolvida,<br />

não podendo ser repristinada pelas<br />

partes ou pelas instâncias.<br />

6. O apartado postal funciona como se<br />

fosse a sede ou domicílio do destinatário,<br />

sendo a correspondência para ele<br />

dirigida «apartada» por forma a que lhe<br />

seja entregue num determinado estabelecimento<br />

postal, em local aí reservado<br />

e concessionado ao destinatário.<br />

7. Considera-se tempestivamente intentada,<br />

por beneficiar do efeito interruptivo<br />

da prescrição decorrente<br />

do artigo 323º, nº 2, do C.C., a acção<br />

em que o autor, tendo rescindido<br />

o contrato de trabalho em 03-07-01,<br />

intenta a referida acção em 04-06-25<br />

(sexta-feira), requerendo a citação urgente<br />

da ré com indicação do apartado<br />

desta, a qual foi ordenada em<br />

04-06-28, vindo a ré a ser citada em<br />

04-12-07.<br />

Acórdão do STJ, de 03/10/2007<br />

Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVII, nº 554<br />

USOS DA EMPRESA<br />

Remuneração – Actualização<br />

Sumário:<br />

1. Numa acção em que está em causa<br />

um pedido de diferenças salariais, devem<br />

observar-se as disposições do regime<br />

jurídico da L.C.T. aprovada pelo<br />

Decreto-Lei nº 49.408, de 69-11-24<br />

no que diz respeito às retribuições que<br />

deveriam ser pagas até 03-12-01 e,<br />

quanto às retribuições venci<strong>das</strong> após<br />

03-12-01 há que atender à disciplina<br />

do Código do Trabalho (art. 8º, nº 1, da<br />

Lei nº 99/2003, de 27-08).<br />

2. Não consubstancia uma prática uniforme<br />

e constante, constitutiva de um<br />

uso laboral relevante para efeitos do<br />

disposto nos artigos 82º, nº 1, da L.C.T.<br />

e artigo 12º, nº 2, da L.C.T., o facto de<br />

a ré ter procurado equiparar durante<br />

cerca de 20 anos os salários dos seus<br />

trabalhadores às remunerações dos<br />

funcionários da Função Pública, estando<br />

a concretização desse seu propósito<br />

dependente da previsão em deliberações<br />

anuais da ré e condicionada por<br />

factores externos (atribuição de subsídios),<br />

o que era do conhecimento dos<br />

trabalhadores.<br />

Acórdão do STJ, de 10/10/2007<br />

Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVII, nº 554<br />

Recursos Humanos<br />

Salários no sector metalúrgico e metalomecânico em 2008<br />

Acordo entre AIMMAP e FIEQUIMETAL<br />

Certa de que as <strong>empresas</strong> do sector ficam<br />

seguramente <strong>mais</strong> confortáveis<br />

com a divulgação de uma referência<br />

credível para realização dos aumentos anuais<br />

dos salários dos respectivos trabalhadores,<br />

a AIMMAP celebrou um acordo informal<br />

com a FIEQUIMETAL nesse preciso<br />

âmbito.<br />

Assim, a exemplo do sucedido em anos<br />

anteriores, a AIMMAP celebrou um Protocolo<br />

com a FIEQUIMETAL (estrutura sindical<br />

afecta à CGTP), nos termos do qual<br />

foi acordada uma tabela salarial – com aumentos<br />

entre 2,5% e 2,7% relativamente à<br />

última tabela informal - e um subsídio de<br />

refeição de J 3,60 por cada dia de trabalho,<br />

a aplicar com efeitos a partir de 1 de Abril<br />

de 2008.Esta informação foi já transmitida<br />

por diversas formas aos sócios da AIMMAP.<br />

Recorda-se que a AIMMAP sugeriu aos seus<br />

associados a observância do acordo aqui em<br />

causa, não obstante haja alertado desde logo<br />

para o facto de o mesmo não ser objecto de<br />

publicação no Boletim do Trabalho e Emprego<br />

e não ter assim, em consequência, um<br />

carácter obrigatório.<br />

Sublinha-se por outro lado que a celebração<br />

deste acordo informal não contende<br />

com o processo de caducidade dos<br />

contratos colectivos de trabalho que a<br />

AIMMAP tinha em vigor com as diversas<br />

estruturas representativas de trabalhadores<br />

ao serviço de <strong>empresas</strong> do sector – entre<br />

as quais a FIEQUIMETAL -, os quais<br />

foram por esta associação denunciados na<br />

sequência da publicação do Código do<br />

Trabalho.<br />

Apesar de essa matéria ser inequivocamente<br />

controversa – a ponto de estar<br />

actualmente a ser objecto de discussão<br />

judicial -, entende a AIMMAP que<br />

os contratos colectivos em causa já caducaram.<br />

Concomitantemente, defende ainda a<br />

AIMMAP que deve ser promovido um<br />

novo processo negocial entre as associações<br />

e os sindicatos com relevância no<br />

sector metalúrgico e metalomecânico, de<br />

forma a que o futuro CCT seja um verdadeiro<br />

instrumento de gestão de recursos<br />

humanos e de mobilização dos trabalhadores.<br />

n<br />

ficha técnica<br />

A actualidade do sector metalúrgico e metalomecânico<br />

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de Portugal, em colaboração com o<br />

Jornal <strong>Vida</strong> Económica<br />

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da Economia<br />

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Fundo Europeu<br />

de Desenvolviment<br />

Regional


VIII<br />

quinta-feira, 24 Abril de 2008<br />

Assuntos Actuais<br />

Problemas no Aeroporto Francisco de Sá Carneiro<br />

Preocupação da Junta Directiva<br />

da FELUGA<br />

Conforme é sabido, a FELUGA foi<br />

constituída em conjunto pela AIM-<br />

MAP e a ASIME com o propósito<br />

claro de contribuir para o reforço da coesão<br />

da indústria metalúrgica e metalomecânica<br />

em Portugal e na Galiza.<br />

Não obstante, apesar de a sua vocação<br />

natural ser essa, é certo contudo que a FE-<br />

LUGA tem subjacente um objectivo ainda<br />

<strong>mais</strong> amplo, o qual é o de aproximar as populações<br />

dos dois lados da fronteira lusogalega<br />

aos <strong>mais</strong> variados níveis.<br />

Nesse sentido, a Junta Directiva da FE-<br />

LUGA – constituída por representantes<br />

de <strong>empresas</strong> portuguesas e galegas –, não<br />

pode deixar de exprimir a sua enorme preocupação<br />

face às notícias divulga<strong>das</strong> na comunicação<br />

social espanhola relativamente<br />

a eventuais incidentes registados com cidadãos<br />

da Galiza na alfândega do Aeroporto<br />

de Sá Carneiro, no Porto.<br />

Nomeadamente, foi noticiado por jornais<br />

espanhóis que um empresário de Vigo<br />

- curiosamente ligado a uma empresa integrada<br />

na FELUGA através da ASIME -,<br />

sofreu maus tratos psicológicos e ameaças<br />

por parte de dois funcionários da alfândega<br />

no aeroporto portuense, no regresso de<br />

uma viagem feita a Nova Iorque com passagem<br />

por Frankfurt.<br />

Foi ainda anunciado que o referido empresário<br />

teria sido obrigado a entregar aos<br />

ditos funcionários uma importância superior<br />

a J 1000,00 alegadamente a título de<br />

multa e que não lhe havia sido emitido e<br />

entregue qualquer recibo. Acresce que, na<br />

sequência de tal denúncia, surgiram imediatamente<br />

ecos de situações semelhantes,<br />

alegadamente ocorri<strong>das</strong> no mesmo Aeroporto<br />

com outros cidadãos galegos.<br />

Quer estas alegações sejam<br />

confirma<strong>das</strong>, quer não, as<br />

autoridades portuguesas<br />

e os responsáveis pela<br />

administração do Aeroporto Sá<br />

Carneiro têm um importante<br />

trabalho a efectuar no sentido<br />

de impedir que este assunto<br />

venha a beliscar minimamente<br />

o percurso comum que os<br />

agentes económicos galegos e<br />

portugueses querem assumir.<br />

Toda esta situação tem sido muito debatida<br />

em Espanha, de uma forma que em<br />

nada contribui para o reforço da coesão<br />

luso-galega. A serem verdadeiros os factos<br />

relatados em tais notícias, no entendimento<br />

da Junta Directiva da FELUGA a situação<br />

será verdadeiramente lamentável a todos<br />

os títulos.<br />

Em primeiro lugar, porque é inaceitável<br />

que qualquer cidadão seja alvo de maus<br />

tratos, ameaças ou chantagens por parte de<br />

representantes de autoridades e/ou forças<br />

da ordem.<br />

Em segundo lugar, porque é intolerável<br />

que a circunstância de se ser cidadão não<br />

português tenha como consequência um<br />

tratamento menos correcto.<br />

Em terceiro lugar, porque é verdadeiramente<br />

e incompreensível que um cidadão<br />

galego possa ser objecto de tratamento<br />

diferente do que é conferido a um português.<br />

Mas acresce ainda que toda esta situação<br />

causa sérios prejuízos a vários níveis.<br />

Desde logo ao Aeroporto Francisco de<br />

Sá Carneiro, que poderá correr o risco de<br />

perder uma clientela importante que o frequenta<br />

assiduamente.<br />

Mas <strong>mais</strong> importante ainda, compromete<br />

a coesão luso-galega. Não só porque<br />

tem que ver com um dos instrumentos que<br />

<strong>mais</strong> tem contribuído para a aproximação<br />

económica dos dois povos, como também<br />

porque gera crispações totalmente desnecessárias.<br />

Assim sendo, no entendimento unânime<br />

da Junta Directiva da FELUGA, as autoridades<br />

portuguesas deverão investigar até às<br />

últimas consequências os factos denunciados<br />

aqui em causa. E no caso de se confirmar<br />

que os mesmos são verdadeiros, todos<br />

os funcionários aduaneiros que neles tenham<br />

estado envolvidos deverão ser exemplarmente<br />

sancionados.<br />

Em todo o caso, quer esta alegações sejam<br />

confirma<strong>das</strong> quer não, as autoridades<br />

portuguesas e os responsáveis pela administração<br />

do Aeroporto Sá Carneiro têm<br />

um importante trabalho a efectuar no sentido<br />

de impedir que este assunto não venha<br />

a beliscar minimamente o percurso comum<br />

que os agentes económicos galegos e<br />

portugueses querem assumir.<br />

Pelo que, naturalmente, a Junta Directiva<br />

da FELUGA continuará a acompanhar<br />

muito atentamente este assunto, tendo aliás<br />

solicitado entretanto esclarecimentos<br />

completos sobre este assunto às <strong>mais</strong> diversas<br />

autoridades portuguesas que tutelam a<br />

matéria.n<br />

Custos de Contexto<br />

Os Tribunais do Comércio<br />

A<br />

Juíza Presidente do Tribunal do Comércio<br />

de Lisboa afirmou recentemente<br />

que aquele tribunal se encontra<br />

numa situação de completa ruptura.<br />

Segundo foi noticiado pela comunicação<br />

social, a responsável pelo tribunal concretizou<br />

a sua denúncia referindo que a situação<br />

tem vindo a piorar ao longo dos últimos<br />

anos e que actualmente não é possível atender<br />

senão a providências cautelares, recursos<br />

de contra-ordenação e processos de insolvência.<br />

E acrescentou ainda que há processos<br />

que estão rigorosamente parados.<br />

À boa maneira portuguesa, que é quase<br />

sempre reactiva e raramente preventiva, o<br />

Ministro da Justiça já veio recomendar um<br />

acompanhamento especial e permanente da<br />

situação do Tribunal do Comércio de Lisboa,<br />

de modo a, conforme foi divulgado,<br />

tornar possível o diagnóstico dos problemas<br />

e tomar medi<strong>das</strong> para resolver a morosidade<br />

do desfecho dos processos.<br />

Perspectiva-se pois a constituição de um<br />

grupo de trabalho que, como sempre nestes<br />

casos, nada irá fazer de concreto no sentido<br />

de resolver os problemas estruturais.<br />

É em todo o caso lamentável que só depois<br />

de ser evidente que a casa está a arder é<br />

que o Ministro da Justiça entende ser necessário<br />

efectuar um diagnóstico dos problemas.<br />

E chega a ser caricato que a intenção<br />

de se tomar medi<strong>das</strong> para resolver a morosidade<br />

processual tenha de ser precedida por<br />

uma denúncia verdadeiramente dramática.<br />

Aliás, é verdadeiramente espantoso que só<br />

agora o Governo português se mostre sensibilizado<br />

para o caos em que o Tribunal do<br />

Comércio de Lisboa vive.<br />

E é impressionante que, ainda assim, nem<br />

uma palavra tenha sido dada relativamente<br />

a um outro problema absolutamente idêntico,<br />

que se passa concretamente com o Tribunal<br />

do Comércio de Vila Nova de Gaia.<br />

Ora, a verdade é que, como o de Lisboa,<br />

também o Tribunal do Comércio de Vila<br />

Nova de Gaia estará num situação bastante<br />

próxima da ruptura. Também aí são inúmeros<br />

os processos que se encontram parados e<br />

também aí a situação tem vindo a piorar de<br />

ano para ano.<br />

Como não houve um apelo tão dramático<br />

como o feito pela Juíza Presidente do Tribunal<br />

de Lisboa, o Governo não se sentiu obrigado<br />

ainda a pronunciar-se sobre este outro<br />

caso. Pelo contrário, assobia manifestamente<br />

para o lado.<br />

Mas não será por isso que a situação é menos<br />

grave. Tal como sabem perfeitamente as<br />

<strong>empresas</strong> e respectivos advogados que recorrem<br />

ao Tribunal em causa. E tal como não<br />

Se nada for feito, os<br />

Tribunais do Comércio<br />

continuarão a ser um<br />

verdadeiro atoleiro em<br />

que os processos se<br />

acumulam e as únicas<br />

decisões que acabam por<br />

ser toma<strong>das</strong> são aquelas<br />

que o próprio decurso<br />

do tempo acaba por<br />

consumar.<br />

ignoram os respectivos juízes e funcionários<br />

que continuam a trabalhar sem as condições<br />

exigíveis.<br />

Independentemente do carácter errático e<br />

casuístico que subjaz às intervenções do Governo<br />

nesta matéria, esta denúncia efectuada<br />

em Lisboa e que aqui alargamos ao caso<br />

de Vila Nova de Gaia obriga a uma profunda<br />

reflexão.<br />

Os Tribunais do Comércio actuam em<br />

matérias que se reportam à vida interna <strong>das</strong><br />

<strong>empresas</strong>. E não funcionando com um mínimo<br />

de celeridade chegam a provocar nalguns<br />

casos a paralisação de algumas delas.<br />

É pois urgente que sejam toma<strong>das</strong> medi<strong>das</strong><br />

sérias e verdadeiramente responsáveis,<br />

susceptíveis de contribuir para um funcionamento<br />

eficaz e diligente destes tribunais.<br />

Impõe-se todavia que tais medi<strong>das</strong> sejam<br />

estruturantes e não casuísticas. Que sejam<br />

reflecti<strong>das</strong> previamente em termos conceptuais.<br />

E que não sejam implementa<strong>das</strong> a reboque<br />

do próprio rumo dos acontecimentos.<br />

É preciso dignificar estes tribunais, <strong>cria</strong>ndo<br />

melhores condições de trabalho e aumentando<br />

os respectivos quadros de juízes e<br />

funcionários. E é igualmente indispensável<br />

que os procedimentos sejam eles próprios<br />

agilizados.<br />

A situação chegou a um tal ponto que<br />

agora acaba por ser necessário dar sentido<br />

à própria existência destes tribunais especializados.<br />

Caso contrário, os Tribunais do Comércio<br />

continuarão a ser um verdadeiro atoleiro<br />

em que os processos se acumulam e as únicas<br />

decisões que acabam por ser toma<strong>das</strong> são<br />

aquelas que o próprio decurso do tempo se<br />

encarrega de consumar. E para isso não é<br />

preciso haver tribunais.n

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