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AGROMINERAIS PARA O BRASIL - Cetem

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altamente desejável o fortalecimento da pesquisa e desenvolvimento tecnológico das diferentes fontes<br />

alternativas de fertilizantes fosfatados, para atender às demandas crescentes, com o aproveitamento de<br />

quantidades enormes de minérios marginais inacessíveis pela tecnologia atual, mas que são: de interesse<br />

industrial, de conservação de recursos minerais e de minimização do impacto ambiental.<br />

Dois capítulos são dedicados às Fontes Alternativas de Nutrientes (FAN). O primeiro "Rochas, minerais e<br />

rotas tecnológicas para a produção de fertilizantes alternativos" aprofunda a rochagem, ou seja, as técnicas<br />

de aplicação direta na agricultura de rochas moídas ou contendo finos naturais, como material fertilizante.<br />

Os autores realizaram uma detalhada busca, em todo o extenso território brasileiro, identificando e<br />

localizando as rochas e materiais fertilizantes alternativos, nos colocando ainda a par do estado da arte<br />

dos estudos tecnológicos visando o seu aproveitamento. No final sugerem uma agenda de prioridades<br />

para futuras pesquisas de desenvolvimento científico e tecnológico. Na continuação do tema, um novo<br />

capítulo, "Materiais silicáticos como fontes regionais de nutrientes e condicionadores de solos", destacando<br />

um novo paradigma, com a mudança de uso de matérias primas convencionais globalizadas para matérias<br />

primas alternativas regionais. Localiza também estes materiais (primários e secundários) abundantes<br />

no Brasil, justapõe as suas ocorrências com a localização das produções de cana‐de‐açúcar e soja, que são<br />

as duas principais fontes dos biocombustíveis, mostrando a ampla viabilidade do seu aproveitamento regional<br />

e finaliza elencando ainda um conjunto de vantagens decorrentes da sua utilização.<br />

Dois capítulos são totalmente dedicados ao meio ambiente, que apresentam, no seu final, um elenco de<br />

sugestões, uma agenda de prioridades para implementação. O primeiro "O meio ambiente na produção<br />

de fertilizantes fosfatados no Brasil" dá‐nos uma aprofundada e ilustrativa panorâmica dos diferentes e<br />

múltiplos impactos negativos no meio ambiente associados à cadeia produtiva dos fertilizantes fosfatados,<br />

que obrigatoriamente devem ser levados em consideração, no planejamento da ampliação da produção<br />

de agrominerais. A esperada ocorrência de tais impactos nos futuros empreendimentos torna necessário<br />

identificar as ações e medidas que, se implementadas, poderão atenuar este efeito, seja na lavra ou<br />

no beneficiamento dos minerais fosfáticos. Estes processos produtivos encontram‐se todos no campo dos<br />

conflitos, seja pelo uso da terra ou da água e integrados no desenvolvimento sustentável no binômio:<br />

conservação e desenvolvimento econômico. Já na etapa de industrialização, o fosfogesso destaca‐se como<br />

um importante problema, pois: "constitui significativo passivo ambiental que, mantidas as atuais circunstâncias,<br />

deve continuar a crescer na razão direta da expansão da produção, em virtude da rota tecnológica<br />

adotada". Os autores concluem que: "o papel do desenvolvimento científico e tecnológico pode ser<br />

muito mais decisivo na solução dos problemas (...) deve ser tratado de modo amplo e transparente, envolvendo<br />

todos os atores interessados – empresas, instituições de ciência e tecnologia, organismos de governo,<br />

entidades não governamentais, sociedade civil – e incorporar como pressupostos os princípios de prevenção<br />

e precaução".<br />

O segundo capítulo: "Fosfogesso: geração, destino, desafios", centra e desenvolve o tema do rejeito complexo<br />

gerado na produção de ácido fosfórico, produto essencial na cadeia NPK dos fertilizantes, mas contendo,<br />

entre outros, metais pesados e minerais radiativos. A sua produção no Brasil iniciou‐se em 1950 e<br />

para cada tonelada de ácido fosfórico geram‐se seis toneladas de rejeito, o fosfogesso, gerando atualmente<br />

uma produção anual de 5 milhões de toneladas a sua produção anual. Os autores mostram que já atinge<br />

50% a parcela do fosfogesso gerado no Brasil que é descartada no ambiente empurrado pelas empresas<br />

produtoras de ácido fosfórico, utilizado principalmente com finalidade agrícola. Neste particular, sem<br />

que haja uma avaliação do potencial impacto radiológico na população consumidora dos produtos agrícolas<br />

e sem provas da sua eficácia como fertilizante. Mostram ainda que existem pressões redobradas para<br />

a ampliação do seu descarte, como material de construção (por exemplo, para a população de baixa renda,<br />

ao abrigo do PAC do governo federal), sem que se aplique, nem o princípio da precaução, com seu<br />

consequente banimento, nem a proposição, pelos órgãos brasileiros competentes, de padrões e limites<br />

quantitativos das mensurações de risco principalmente quanto às emissões radiativas. Em contraste, no<br />

resto do mundo desenvolvido, nos Estados Unidos, União Europeia e Japão, os autores referem‐se à rejeição<br />

deste material, para estradas junto de centros urbanos e habitados devido ao teor de radionuclídeos.<br />

Destaca‐se nos EUA o banimento do uso do fosfogesso, feito pela United States Environmental Protection

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