26.01.2015 Views

Desmistificando a Web Semântica para o ... - Fabsoft - Cesupa

Desmistificando a Web Semântica para o ... - Fabsoft - Cesupa

Desmistificando a Web Semântica para o ... - Fabsoft - Cesupa

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Desmistificando</strong> a <strong>Web</strong> <strong>Semântica</strong> <strong>para</strong> o<br />

Cenário da <strong>Web</strong> 3.0<br />

ALINE CHAGAS RODRIGUES MARQUES 1<br />

ANDERSON GREGÓRIO MARQUES SOARES 1<br />

RENATO HIDAKA TORRES 1<br />

MARCO ANTÔNIO FAGUNDES DE MORAES 2<br />

Resumo. O conceito da web semântica vem se difundindo a cada dia dentro do<br />

cenário acadêmico, não obstante iniciativas privadas e governamentais vêm<br />

apoiando a pesquisa <strong>para</strong> o processo evolutivo da web. Baseado neste<br />

contexto, este artigo apresentará uma visão geral da web semântica com o<br />

objetivo de mostrar os conceitos da nova tendência evolutiva da web, bem<br />

como o cenário de desenvolvimento, os mitos e efeitos colaterais.<br />

Palavras-chave: <strong>Web</strong> <strong>Semântica</strong>, Ontologia, Agente de Software.<br />

An overview of the Semantic <strong>Web</strong><br />

to <strong>Web</strong> 3.0 Scenario<br />

Abstract. The concept of the semantic web has been spreading every day<br />

within the academic scenario, despite government and private initiatives are<br />

supporting the search for the evolutionary process of the web. Based in this<br />

context, this article will present an overview of the semantic web in order to<br />

show the concepts of the evolutionary trend of the web, as well as the<br />

development environment, the myths and side effects.<br />

Key-words: Semantic <strong>Web</strong>, Ontology, Software Agent.<br />

1 Bacharelando em Ciência da Computação (BCC) – Centro Universitário do Pará (CESUPA)<br />

e-mails: {line.marquez, anderson.gmarques, renatohidaka}@gmail.com<br />

2 Docente da Área de Ciências Exatas e Tecnológicas (ACET) – Centro Universitário do Pará<br />

(CESUPA) – e-mail: fagundes@cesupa.br


91<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

A <strong>Web</strong> <strong>Semântica</strong> propõem uma reestruturação das informações<br />

disponíveis na web atual, também chamada de web sintática. Segundo<br />

Berners-Lee (2001), a web semântica visa definir contexto às informações,<br />

permitindo que agentes de software otimizem o processo de recuperação da<br />

informação. Essa otimização será alcançada através da organização e<br />

estruturação da informação segundo o conceito de ontologias (RUSSEL, 2004).<br />

Desde sua proposta inicial em 2001, diversos esforços têm sido<br />

envidados na direção de contribuir <strong>para</strong> a consolidação e difusão deste novo<br />

<strong>para</strong>digma da web. Dentre esses esforços, pode-se destacar o trabalho de<br />

Karin (2004) que apresenta os fundamentos da web semântica e reúne<br />

diversos métodos e ferramentas disponíveis <strong>para</strong> construção de aplicações<br />

<strong>para</strong> web semântica.<br />

Seguindo nesta direção, este artigo tem como objetivo apresentar de<br />

forma com<strong>para</strong>tiva métodos e ferramentas como abordado por Brito et.<br />

al.(2007), além de mencionar a necessidade de processos de software<br />

específicos <strong>para</strong> construção de aplicações <strong>para</strong> web semântica, como<br />

apresentado em Farias e Rodrigues (2007).<br />

As demais seções deste artigo estão divididas da seguinte forma: a<br />

Seção 2 apresenta as fases da evolução da web. A Seção 3 apresenta a<br />

proposta da web semântica bem como seus conceitos e arquitetura. A Seção 4<br />

apresenta o cenário de desenvolvimento, que está subdividido em ferramentas<br />

e metodologias. A Seção 5 apresenta os mitos da web semântica. Finalmente,<br />

a Seção 6 apresenta o efeito colateral que a web semântica pode causar no<br />

meio.


92<br />

2 A EVOLUÇÃO DA WEB<br />

Desde sua criação, a web passou por um processo de evolução (ver<br />

Figura 1) conhecida como evolução da web estática <strong>para</strong> web interativa<br />

tendenciando <strong>para</strong> a web semântica.<br />

Figura 1: Evolução da web<br />

Na web estática ou web 1.0 a informação era descentralizada, porém as<br />

informações eram restritas ao âmbito acadêmico. Essas informações eram<br />

construídas e disponibilizadas em formato HyperText Markup Language<br />

(HTML), gerando páginas estáticas, ficando conhecida como a primeira<br />

geração da web.<br />

No início do século XXI a web ganha um novo foco, passando a ser<br />

conhecida como a web interativa ou web 2.0, em que seu objetivo era<br />

disponibilizar aplicações ricas em funcionalidades e usabilidades <strong>para</strong> os<br />

usuários finais. Podendo destacar algumas empresas contribuintes como:<br />

Google 3 , Netscape 4 e Amazon 5 .<br />

Todavia, pesquisadores e cientistas discutem uma nova proposta <strong>para</strong> a<br />

evolução da web, que está sendo conhecida como web semântica ou web 3.0,<br />

em que seu foco está voltado <strong>para</strong> máquinas e não apenas <strong>para</strong> seres<br />

humanos.<br />

3 http://www.google.com.br<br />

4<br />

http://browser.netscape.com/<br />

5 http://www.amazon.com/


93<br />

3 PROPOSTA DA WEB SEMÂNTICA<br />

Agentes de software desenvolvem um papel fundamental dentro do<br />

cenário da web semântica (ver Figura 2), já que estes desempenham a função<br />

de filtrar as informações requeridas pelos usuários finais.<br />

Figura 2: Visão geral da web semântica (SOUZA e ALVARENGA, 2004)<br />

Segundo Tim Berners Lee (2001), o primeiro passo a ser dado é a<br />

redefinição da informação, definindo seu contexto. Para que esta redefinição<br />

ocorra, a web semântica agrega o conceito de metadados (informação sobre a<br />

informação), permitindo dar significado as páginas HTML tanto <strong>para</strong> pessoas,<br />

quanto <strong>para</strong> agentes de software.<br />

Contudo, apenas o uso de metadados não é suficiente, uma vez que são<br />

restritos na definição de regras semânticas. Uma alternativa proposta pela<br />

W3C (ver Figura 3) é o incremento de ontologias aos metadados das<br />

informações, permitindo a classificação dos dados presentes nas páginas<br />

HTML.<br />

Figura 3: Arquitetura proposta pela w3c (BRITO, FARIAS e MASCARENHAS, 2007)


94<br />

As ontologias na web semântica organizam as informações em três<br />

grupos: classes, propriedades e axiomas. Através destes representam a<br />

semântica dos dados, por meio da descrição e do relacionamento existente<br />

entre os termos (ver Tabela 1).<br />

Tabela 1: Classificação de uma ontologia<br />

Propriedade Classe Axioma<br />

É_servida<br />

É_exposta<br />

- Manjar de Coco<br />

Descrição: tipo de pudim.<br />

Restrição: é_servida Temperatura<br />

ambiente<br />

Pudim_tem_sabor_de_leite<br />

- Temperatura ambiente<br />

Descrição: temperatura em que a<br />

sobremesa é servida.<br />

- Balcão Redondo<br />

Descrição: local onde são expostas<br />

sobremesas.<br />

4 CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO<br />

Segundo Berners-Lee, a web semântica proporcionará um formato<br />

comum de dados <strong>para</strong> todos os aplicativos, permitindo que banco de dados e<br />

as páginas da web troquem arquivos. Baseado neste contexto, pesquisadores<br />

e desenvolvedores estão desenvolvendo ferramentas e metodologias, com o<br />

intuito de proporcionar uma maior interoperabilidade entre as aplicações.


95<br />

4.1 FERRAMENTAS<br />

Diversas ferramentas estão disponíveis <strong>para</strong> o desenvolvimento de<br />

documentos semânticos, podendo ser avaliadas segundo critérios básicos<br />

como: definição, a linguagem de ontologia, a flexibilidade e a regra de<br />

inferência (ver Tabela 2), conforme proposto em (BRITO, 2007).<br />

Tabela 2: Com<strong>para</strong>tivo entre ferramentas<br />

Ferramenta Definição Formalismo<br />

(linguagem de<br />

representação)<br />

RDFedt<br />

Cenários e<br />

Léxicos (C&L)<br />

Protege 2000<br />

OntoEdit<br />

Editor de código<br />

RDF e<br />

semelhantes<br />

Ambiente<br />

colaborativo<br />

cenários<br />

léxicos<br />

de<br />

e<br />

Editor de base<br />

de<br />

conhecimento<br />

Ambiente<br />

colaborativo<br />

engenharia<br />

ontologia<br />

de<br />

de<br />

OilEd Ambiente <strong>para</strong><br />

construção de<br />

ontologia<br />

Flexibilidade<br />

(importação e<br />

exportação)<br />

RDF RDFS, DAML,<br />

OIL, Shoe<br />

DAML+OIL, DAML -<br />

Extensão OKBC<br />

F-Logic<br />

DAML+OIL<br />

RDF, XML, OIL,<br />

OWL e<br />

DAML+OIL<br />

DAML+OIL,<br />

Frame Logic,<br />

RDF, Estrutura<br />

de diretório<br />

Excel, XML<br />

OIL, OIL-RDFS,<br />

DAML+OIL,<br />

OWL e HTML<br />

Tratamento de<br />

regras<br />

(inferência)<br />

Escreve apenas<br />

erros<br />

PAL (Protégé<br />

Axiom<br />

Language)<br />

Ontobroker<br />

FaCT<br />

As ferramentas apresentadas na Tabela 2, ainda possuem limitações,<br />

como o tratamento de regras de inferência e a incompatibilidade entre a<br />

comunicação dos dados. Este último é uma das principais características<br />

destacadas por Berners-Lee <strong>para</strong> o sucesso da web semântica.<br />

Adicionalmente, a importância das regras de inferência reside na<br />

representação das associações no contexto das informações, as quais são<br />

classificadas dentro da hierarquia de classes da ontologia.


96<br />

4.2. METODOLOGIAS<br />

Disciplinas como engenharia de software, contabilidade, pesquisa<br />

científica, entre outras, abordam o uso de metodologias com o objetivo de<br />

validar pesquisas fundamentadas em métodos pré-definidos (CARVALHO,<br />

2000). Adicionalmente, a web semântica dispõe de metodologias objetivando<br />

padronizar a construção de ontologias, proporcionando a interoperabilidade<br />

entre as aplicações.<br />

A Tabela 3 apresentada por Brito et. al. (2007) fornece uma análise<br />

com<strong>para</strong>tiva de metodologias que auxiliam a construção de ontologias. Na<br />

análise foi observada a compatibilidade da versão em português, ferramenta<br />

específica e interoperabilidade entre ontologias.<br />

Metodologia<br />

CYC<br />

Tabela 3: Com<strong>para</strong>tivo entre metodologias de desenvolvimento de ontologias<br />

Projeto<br />

desenvolvedor<br />

High<br />

Performance<br />

Knowled Bases<br />

Versão<br />

em<br />

português<br />

Ferramenta<br />

específica<br />

Não Cyc Tools Não<br />

KACTUS Kactus Não Não Sim<br />

Uschold & King<br />

Enterprise<br />

Project<br />

Não Não Sim<br />

Grüninger & Fox Tove Não Não Sim<br />

LAL<br />

Engenharia de<br />

Requisitos da<br />

PUC-RJ<br />

Sim Cenários & Léxicos Sim<br />

Interoperabilidade<br />

entre ontologias<br />

Tendo como base o cenário de desenvolvimento, pode-se destacar que<br />

alguns fatores ainda dificultam o crescimento da web semântica, como a falta<br />

de ferramentas mais robustas, a ausência de documentos que permitam ao<br />

desenvolvedor a definir diretrizes como: definição de papéis, detalhamento das<br />

atividades e construção de fluxos que auxiliem nas metodologias já existentes.


97<br />

4.3 PROCESSOS DE SOFTWARE<br />

Métodos são partes do processo de desenvolvimento, não definindo as<br />

responsabilidades e comportamento dos envolvidos (FARIAS, 2007). Desta<br />

forma, torna-se necessária a definição de um processo de desenvolvimento<br />

que englobe métodos específicos <strong>para</strong> construção de ontologias.<br />

Algumas abordagens têm sido propostas neste sentido, como por<br />

exemplo, a KUP (Knowledge Unified Process) (ORLEAN, 2003) que é baseada<br />

no RUP (Rational Unified Process) e a extensão do OpenUP/Basic proposta<br />

por (FARIAS, 2007), que introduz os elementos do método LAL (Léxico<br />

Ampliado da Linguagem) na disciplinas de Requisitos do OpenUP/Basic.<br />

5 MITOS<br />

Por ser uma proposta recente, os conceitos referentes à web semântica<br />

ainda vem sendo bastante questionados, proporcionando o levantamento de<br />

hipóteses como:<br />

<br />

A web semântica é uma web se<strong>para</strong>da<br />

Segundo Tim Berners Lee a web semântica é uma extensão da web<br />

atual, que permitirá aos computadores e humanos trabalharem em<br />

cooperação. Desta forma a hipótese de que a web semântica seja uma<br />

web se<strong>para</strong>da da atual torna-se questionável, uma vez que a web passa<br />

por um processo de evolução mantendo características em comuns,<br />

como a descentralização da informação.<br />

<br />

A web semântica é inteligência artificial (IA)<br />

Segundo Antoniou e Harmelen, “Se o objetivo da IA é construir um<br />

agente de software que mostre inteligência no nível humano (e superior),<br />

o objetivo da web semântica é auxiliar humanos a realizarem suas<br />

tarefas diárias na rede”. Portanto fica claro que a web semântica não se<br />

trata de um ramo da IA, uma vez que possui diferentes objetivos.


98<br />

6 EFEITO COLATERAL<br />

A web semântica quando consolidada poderá causar impactos em<br />

diversas áreas, como o comércio eletrônico, buscadores, educação, saúde,<br />

entre outras. É possível perceber que as diversas áreas do conhecimento<br />

poderão sofrer mudanças significativas devido à nova filosofia proporcionada<br />

pela web semântica, que segundo Berners-Lee está mudança é lenta e requer<br />

muita comunicação (BREITMAN, 2005).<br />

Berners-Lee, Herndler e Lassila citam em seu artigo The Semantic <strong>Web</strong>:<br />

a new form of <strong>Web</strong> content that is meaningful to computers will unleash a<br />

revolution of a new possibilities publicado na revista Scientific American em<br />

2001, um exemplo do que a <strong>Web</strong> <strong>Semântica</strong> será capaz de fazer: Um usuário<br />

pede ao computador que ele encontre um médico de uma determinada área da<br />

medicina e dá à máquina algumas restrições, como por exemplo: este médico<br />

deve ter seu consultório no mesmo bairro que o usuário e deve estar ligado a<br />

comunidade acadêmica. O computador navega pela rede e encontra algumas<br />

opções. De uma maneira inteligente e automática, ele deve com<strong>para</strong>r a agenda<br />

do usuário com a agenda do médico e oferecer opções de horários <strong>para</strong><br />

consulta. O usuário apenas terá o trabalho de escolher o horário mais<br />

adequado.<br />

7 CONCLUSÕES<br />

A evolução da web 3.0 está centrada no acesso à informação por meio de<br />

agentes de software que possam filtrar os dados classificados semanticamente,<br />

permitindo um avanço significativo na vida de todos os usuários da rede<br />

mundial de computadores. Este artigo apresentou uma visão geral da web<br />

semântica, com o objetivo de mostrar a nova tendência evolutiva da web, bem<br />

como o cenário de desenvolvimento, os mitos e efeitos colaterais.


99<br />

REFERÊNCIAS<br />

BERNERS-LEE, T.; Lassila, O. Herndler, J. The semantic web. Scientific<br />

American, 2001. Disponível em<br />

http:// www.scientificamerican.com/2001/0501issue/0501berners-lee.html<br />

ORLEAN, D.; LUCENA, C.: Um Processo Unificado <strong>para</strong> Engenharia de<br />

Ontologias. Rio de Janeiro, 2003. Dissertação de Mestrado. Pontifícia<br />

Universidade Católica do Rio de Janeiro.<br />

BREITMAN, Karin. <strong>Web</strong> <strong>Semântica</strong> a internet do future, Rio de Janeiro: LCT,<br />

2005.<br />

BRITO, Francisco; FARIAS; Leandro, MASCARENHAS, Thiago. <strong>Web</strong> <strong>Semântica</strong>:<br />

Um Cenário de Aplicação Baseado em Ontologia. Trabalho de Conclusão de<br />

Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação. Centro Universitário do Pará-<br />

CESUPA. 2007.<br />

CARVALHO, A. Aprendendo metodologia científica. São Paulo: O Nome da<br />

Rosa, 2000.<br />

FARIAS, Fabrízio.; RODRIGUES, Renan. Uma Extensão da Disciplina de<br />

Requisitos do OpenUP/Basic <strong>para</strong> a Construção de Ontologias <strong>para</strong> a <strong>Web</strong><br />

<strong>Semântica</strong>. Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharelado em Ciência da<br />

Computação. Centro Universitário do Pará - CESUPA. 2007.<br />

RUSSEL, Stuart. Inteligência Artificial, Rio de Janeiro: CAMPUS, 2004<br />

WILSON, Edward. From so simple a beginning, W.W.Norton, 2005

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!