Astrea 26.pdf - Supremo Conselho do Grau 33
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26<br />
Há muito trabalho que qualquer<br />
homem pode fazer, se ele nunca<br />
entregar-se ao ócio.<br />
se não houvesse existi<strong>do</strong>. Não<br />
resolve nem assume qualquer<br />
problema: tu<strong>do</strong> que faz é inútil ou<br />
prejudicial.<br />
Há um ca-minho muito longo a<br />
ser trilha<strong>do</strong> em direção à virtude, se<br />
ele nunca se deixar afastar desse<br />
caminho pelo vício ou pelo crime.<br />
E aquele que dedicar-se a ler<br />
continuamente bons livros, que o<br />
auxiliem a encontrar respostas,<br />
acumulará vasto conhecimento.<br />
Santo Ambrósio, e pelo seu exemplo,<br />
Santo Agostinho, dividiram os<br />
dias em terças para tarefas específicas.<br />
Oito horas dedicavam às necessidades<br />
da natureza e à recreação:<br />
oito horas dedicavam à<br />
caridade, a prestar assistência a<br />
seus semelhantes, resolven<strong>do</strong> seus<br />
problemas, reconcilian<strong>do</strong> suas<br />
inimizades, reprovan<strong>do</strong> seus<br />
vícios, corrigin<strong>do</strong> seus erros,<br />
instruin<strong>do</strong> sua ignorância; e na<br />
atenção aos assuntos de suas<br />
dioceses. As outras oito horas<br />
dedicavam ao estu<strong>do</strong> e à prece.<br />
Aos vinte anos, achamos que a vida<br />
é muito longa em para o que temos<br />
que aprender e fazer, e que existe<br />
uma distância enorme entre a<br />
nossa idade e a de nossos avós.<br />
Mas aos sessenta anos, quan<strong>do</strong><br />
temos a felicidade – ou a infelicidade,<br />
conforme o caso – de atingi-los,<br />
caso tenhamos investi<strong>do</strong> proveitosamente<br />
ou simplesmente perdi<strong>do</strong><br />
o nosso tempo, paramos e<br />
olhamos para trás, para o caminho<br />
por onde viemos, e fazemos um<br />
balanço das nossas realizações em<br />
comparação com o tempo e as<br />
oportunidades que tivemos, achamos<br />
que a vida foi curta demais e<br />
que desperdiçamos uma quantidade<br />
considerável de tempo.<br />
Concluímos então que, deduzidas<br />
da soma total <strong>do</strong>s nossos anos de<br />
vida, as horas que desnecessariamente<br />
passamos <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>; as<br />
horas de trabalho de cada dia<br />
durante as quais a superfície da<br />
nossa mente não foi agitada ou<br />
perturbada por um único pensamento<br />
sequer; os dias <strong>do</strong>s quais<br />
alegremente nos livramos, para<br />
alcançar algum objeto real ou<br />
imaginário distante, deixan<strong>do</strong> de<br />
la<strong>do</strong> o que se interpunha de forma<br />
cansativa no nosso caminho; as<br />
horas gastas de forma ainda pior,<br />
em esbanjamento e extravagâncias,<br />
ou desperdiçadas em estu<strong>do</strong>s<br />
inúteis; então percebemos, num<br />
relance, que poderíamos ter<br />
aprendi<strong>do</strong> e realiza<strong>do</strong>, na metade<br />
<strong>do</strong> tempo, se bem aproveita<strong>do</strong>,<br />
mais <strong>do</strong> que fizemos em to<strong>do</strong>s os<br />
quarenta anos da vida adulta.<br />
Aprender e realizar!<br />
Este é o trabalho da alma aqui<br />
embaixo. A alma cresce de forma<br />
tão real quanto cresce o carvalho.<br />
Da mesma forma que a árvore<br />
absorve o carbono <strong>do</strong> ar, o orvalho,<br />
a chuva, a luz, e o alimento que a<br />
terra oferece às suas raízes e, por<br />
meio de reações químicas misteriosas,<br />
transmuta-os em seiva e fibras,<br />
lenho e folhas, flor e fruto, cor e<br />
perfume, assim também a alma<br />
absorve conhecimento e, por uma<br />
alquimia divina, transforma o que<br />
aprende em sua própria substância,