nº 1026 - Folha Patense

Página 24 Folha Patense 22/12/2012
Com aditivo tributário
No embalo do uso estratégico dos impostos, 2012 fecha
em alta no mercado nacional e cheio de lançamentos
Rodrigo Machado
Auto Press
O mercado brasileiro de automóveis
tem o que comemorar
em 2012. De acordo com expectativas
da Anfavea, o crescimento
nos licenciamentos deve ficar
na ordem de 4,5 a 5% e atingir
3,81 milhões de automóveis. Um
alento em um meio a um tenebroso
cenário internacional. Em termos
de produtos, a análise também é
positiva. Foram mais de 60 lançamentos
durante o ano no país, uma
marca importante. Além do grande
aporte de novos modelos, 2012 foi
marcante pela entrada de novas
marcas em segmentos que ainda
não atuavam. Para finalizar, no
último trimestre o Governo Federal
ainda apresentou o InovarAuto,
novo regime automotivo que dita
as regras para a instalação de
novas fábricas no Brasil e benefícios
tributários para quem investir
no país. Elementos essenciais
para um mercado que progressivamente
se firma entre os mais
importantes do mundo.
O crescimento, no entanto,
mascara a ajuda do Governo com
a redução do IPI. “Sem dúvida
crescer quase 5% é fantástico.
Mas precisamos fazer uma ressalva,
já que só atingimos esse
desempenho graças ao auxílio
do Governo. Sem ele, estaríamos
falando de um crescimento entre
1 e 2%”, contextualiza Marcos Munhoz,
vice-presidente da General
Motors do Brasil.
O que mostra que nada foi
fácil no ano de 2012. No primeiro
semestre, os bancos restringiram
o crédito. A reação do mercado foi
imediata. Com mais de 60% das
vendas financiadas, o setor registrou
queda de 4,4% no acumulado
até maio. Ao ver uma possibilidade
de estagnação, o Governo agiu.
Assim como em 2008, no auge da
crise internacional, o Ministério da
Fazenda reduziu o IPI para carros
até 2.0 e incentivou a indústria. Já
no meio do ano, os números eram
Luiza Dantas-Carta Z Notícias
quase iguais aos de 2011. Em
agosto, veio o recorde de vendas
mensais do Brasil, com 405.480
unidades emplacadas.
A ideia inicial era manter a
redução do IPI só até o final de
agosto. Mas o medo da retração
fez com que o incentivo fosse
extendido até o final do ano. “Só
precisamos ter cuidado com o PIB.
Neste ano o seu avanço deve ser
baixo. Esse descolamento do crescimento
não é bom. É preciso uma
engrenagem sustentável, onde um
carregue o outro”, alerta Paulo
Roberto Garbossa, consultor da
ADK Automotive.
Dentre todas as marcas, a
Chevrolet foi uma das que mais
se movimentou neste ano. Lançou
sete veículos totalmente novos em
segmentos variados. A ação da
marca norte-americana exemplificou
bem o mercado em 2012, por
sinal. A busca pela competitividade
em praticamente qualquer setor
ficou de fato muito maior, com
mais “players”, e todos brigando
com força. A disputa entre os
compactos mostra bem isso. Além
de substituições de modelos já
tradicionais do segmento – caso
da própria Chevrolet com o Onix
e da Citroën com o C3 –, outras
empresas resolveram se aventurar
no maior nicho do mercado. A
Hyundai fez muito barulho com o
jeitoso HB20, enquanto a Toyota
entrou com o controverso Etios.
Em poucos meses de venda, por
VEÍCULOS
sinal, os dois tiveram respostas
distintas do mercado. Enquanto o
HB conquistou pelo design e conteúdo,
o Etios decepcionou com
um visual conservador e pouco
apelo – exatamente os mesmos
problemas enfrentados pela Toyota
em 1998 com o primeiro Corolla
brasileiro.
O ano também foi recheado
de renovações de modelos importantes
para o mercado. Já em
janeiro a Honda iniciou as vendas
do novo Civic, que se mostrou bem
sucedido. Já a Ford passou o ano
todo fazendo pré-lançamentos do
EcoSport. A apresntação oficial
veio no segundo semestre e já
antecipou uma forte briga com o
Renault Duster entre os utilitários
compactos. Alguns outros carros
com menos tradição introduziram
uma maior dose de tecnologia no
mercado. Caso de Renault Fluen-
ce GT e Peugeot 408 THP, que
chegaram com modernos motores
turbinados.
A Chevrolet também praticamente
“reinventou” um segmento.
Ao tirar de linha ao mesmo tempo
Meriva e Zafira e introduzir a Spin,
a empresa valorizou as minivans,
que careciam de novidades faz
tempo. Já as picapes médias tiveram
um ano que vai ser difícil de
repetir. Quase todas as presentes
no Brasil foram renovadas ou ganharam
alguma novidade. Destaque
para Ford Ranger e Chevrolet
S10, que receberam gerações
novas e mais modernas. Enquanto
isso, Volkswagen Amarok, Nissan
Frontier, Toyota Hilux e Mitsubishi
L200 Triton tiveram de correr atrás
com novidades pontuais.
E a boa quantidade de novos
modelos não é importante apenas
no ponto de vista da modernidade
“Este grande número de lançamentos
impulsiona as vendas. A
sedução de um produto novo pode
provocar que as pessoas troquem
de carro até se estiverem no meio
de um financiamento”, lembra
Marcos Munhoz, da GM.
Enquanto as previsões para o
mercado de maneira geral foram
incertas, muitas das expectativas
sombrias para os importados
foram comprovadas na prática. A
Abeiva, associação que reúne importadoras
sem fábrica no Brasil,
registra queda de mais 30% nas
suas vendas. Fatores como a alta
do dólar e – principalmente – os 30
pontos percentuais extras do IPI
para carros de fora do Mercosul e
México, atingiram em cheio o setor.
“Realmente foi um ano muito difícil
Lançamentos automotivos de 2012 no Brasil
Janeiro: Honda Civic
Fevereiro: Audi Q3, Versão flex
do Kia Sportage, Atualzação
mecânica da Nissan Frontier,
Chevrolet S10, Jeep Compass
Março: BMW Série 1, Versão
XRS do Toyota Corolla, Honda
CR-V, Honda Fit (face-lift), Fiat
Grand Siena, Versão automática
da Volkswagen Amarok, RAM
2500
Abril: Mercedes-Benz SLK 250,
Chevrolet Cruze Sport 6, Porsche
911 Carrera, Honda City
(face-lift), Versão Bluemotion
do Volkswagen Fox
Maio: Audi A4 (face-lift), Kia
Optima, Chrysler 300C, Citroën
DS3, Lexus RX350, Lexus
IS300, Chevrolet Sonic hatch,
Chevrolet Sonic sedã
Chevrolet S10 em destaque. Quase todas as picape
s foram renovadas ou ganharam alguma novidade em 2012.
Junho: Toyota Camry, Peugeot
508, Atualização mecânica e
face-lift da Mitsubishi L200
Triton, Chevrolet Spin
Pedro Paulo Figueiredo-Carta Z Notícias
Honda Civic: bem sucedido em vendas num ano recheado
de renovações de modelos importantes para o mercado
Jorge Rodrigues Jorge-Carta Z Notícias
O Toyota Etios foi um dos modelos lançados em setembro
Julho: BMW Série 3, Ford Ranger,
Mercedes-Benz ML, Volkswagen
Gol (face-lift), Volkswagen
Voyage (face-lift)
Agosto: Ford EcoSport, Citroën
C3, Versão 1.8 do Chevrolet
Cobalt, Versão Sport do Audi
A1, Renault Sandero, Smart
ForTwo (face-lift)
Setembro: Volkswagen Touareg
R-Line, Hyundai HB20, Audi
A1 Sportback, Toyota Etios
hatch, Toyota Etios sedã
Outubro: Mercedes-Benz Classe
B, Versão THP do Peugeot 308
Novembro: Chevrolet Onix, Renault
Clio (face-lift), Chevrolet
Trailblazer, Fiat 500C, Versão
GT do Renault Fluence, Versão
10 Anos da Nissan Frontier,
JAC J2, Volkswagen Fusca
Dezembro: Citroën DS5
para os importadores. Mas, com
ajustes no portfólio conseguimos
uma queda menor do que o esperado.
Não deixamos de lançar
carros pelas vendas ruins. Pelo
contrário. Precisamos antecipar
alguns lançamentos para manter
o interesse”, completa Glauce
Toniato, gerente de marketing de
produto da Mercedes-Benz do
Brasil.
E nem os mexicanos, que andavam
crescendo expressivamente
no mercado brasileiro, ficaram de
fora. Uma medida do Governo no
meio do ano limitou por meio de
cotas as remessas de automóveis
enviados do México para o Brasil.
A Nissan sofreu com a ação, chegou
a estourar o limite e ficou sem
March e Versa nas concessionárias.
A saída da marca japonesa é
apressar a inauguração de sua unidade
industrial no Rio de Janeiro,
prevista para 2014. Até a sede da
fabricante no Brasil foi transferida
do Paraná para a renovada Zona
Portuária carioca.
Com um mercado internacional
incerto, o Brasil recebeu olhares
distintos das matrizes das principais
empresas do setor. Enquanto
algumas viam o Brasil como um
ótimo mercado, com grande potencial,
as ações protecionistas
do Governo deixaram muita gente
com o pé atrás. “A importância do
Brasil é muito alta. Embora, no
nosso caso, o volume seja muito
inferior ao vendido nos Estados
Unidos, o potencial é grande e
interessa”, pontualiza Luiz Tambor,
diretor de vendas e marketing da
Chrysler do Brasil. A marca norte-
-americana, por sinal, teve em
Classificados
Fiorino
Modelo
Freemont Precision
Idea ELX
Linea Absol Dual
Palio Adv
Palio ED
Palio ELX
Palio ELX
Palio WK ADV
Palio WK ELX
Punto Attrac
Punto ELX
Siena EL 1.0
Siena Essence 1.6
Strada Adventure CD
Strada Adventure CD
Strada Fire CE
Strada Fire CE
Strada Trek CE
Strada Trek CE
Mille Fire
Mille Fire
Veículos Usados: Vendem-se
Ano
10/11
11/12
05/06
09/10
08/09
97/97
08/08
07/08
05/05
07/08
12/13
08/08
09/10
11/12
09/10
11/12
10/11
04/05
08/08
08/08
03/04
07/08
Cor
BRANCA
BRANCA
BEGE
PRATA
CINZA
CINZA
PRETA
CINZA
PRETA
PRATA
PRETA
LARANJA
BEGE
PRATA
PRATA
PRATA
CINZA
BRANCA
BRANCA
BRANCA
VERMELHA
VERDE
C
F
G
F
F
F
G
F
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F
F
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F
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G
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F
G
F
2012 a sua retomada no mercado
nacional, com lançamentos de
veículos e abertura de lojas.
O final do ano ainda reservou
novidades importantes. O Governo
finalmente divulgou um plano de
ações para os próximos anos. O
novo regime automotivo foi chamado
de InovarAuto e estabeleceu
regras importantes que começam
a valer a partir do próximo ano.
Itens como incentivos tributários
para quem está erguendo fábricas
no Brasil, cotas anuais para
importadores e etiquetagem de
consumo são alguns dos aspectos
abordados. “É um ponto de partida
muito importante. Antes dele, não
tinhamos nada. As regras eram
mudadas no meio do jogo. Agora,
temos um plano. É algo essencial
para o mercado brasileiro”, comemora
Paulo Garbossa, da ADK Automotive.
No rastro do InovarAuto,
importadoras como JAC Motors e
BMW também confirmaram suas
unidades industriais no país – ambas
para o final de 2014.
Mille Fire
Mille Fire
Mille Fire
Modelo
Mille Fire Way
Mille Way Economy
Mille Way Economy
Mille Way Economy
Mille Way Economy
Mille Way Economy
Uno Way 1.4
Gol 1.0
Gol 1.0
Gol G4
Space Fox
Fiesta
Fiesta 1.0
Fusion 2.5 SEL
Celta Life
Celta Life
Montana Conquest
Cherry QQ 1.1
Peugeot
Vendas do mercado
brasileiro
2012 - 3,81 milhões*
2011 - 3,63 milhões
2010 - 3,51 milhões
2009 - 3,14 milhões
2008 - 2,67 milhões
2007 - 2,46 milhões
2006 - 1,93 milhão
2005 - 1,71 milhão
*Estimativa
Tratar: 3818-3000
ou 9995-5895
Ano
04/05
05/06
02/03
07/08
09/10
11/12
11/12
10/11
09/10
10/11
08/09
08/09
07/08
10/11
98/99
04/04
09/10
10/11
06/07
10/10
11/11
03/04
Cor
PRATA
PRATA
CINZA
PRATA
VERMELHA
PRATA
PRATA
PRATA
VERDE
PRETA
PRATA
PRATA
PRETA
PRATA
VERMELHA
PRATA
PRATA
PRATA
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PRATA
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