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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE<br />
Ministério da Agricultura<br />
Edição de <strong>Outubro</strong> - <strong>Dezembro</strong> de 2012 Nº 24<br />
Nota de abertura<br />
Estimados leitores do Boletim do<br />
<strong>IIAM</strong>,<br />
<strong>IIAM</strong> Avalia a PIAIT e Encerra com um<br />
Workshop Científico<br />
Estamos na edição número 24, a<br />
última de 2012! Destacamos a<br />
reunião anual da Plataforma de<br />
Investigacão Agrária e Inovacão<br />
Tecnológica (PIAIT), que culminou<br />
com um seminário científico. Que,<br />
<strong>IIAM</strong> aposta num projecto de<br />
pesquisa em mudanças climáticas.<br />
Que, foram lançadas bolsas para<br />
pesquisa sobre o coqueiro. E que, a<br />
batata doce de polpa alaranjada está<br />
a ser distribuida massivamente.<br />
Sendo o que somos, partilhamos para<br />
a investigação o artigo “A indústria<br />
madeireira e biomassa disponível na<br />
província de Sofala” do Eng Alberto<br />
Manhiça.<br />
Na reportagem abordamos, que<br />
peritos de comunicação do WEMA<br />
esboçaram estratégias para a<br />
segunda fase do projecto, a arrancar<br />
em Março de 2013.<br />
Divulgamos a mensagem do<br />
Director Geral endereçada aos<br />
funcionários do <strong>IIAM</strong>, na reunião<br />
geral de 26 de Novembro por se ter<br />
chegado ao final de mais um ano<br />
laboral.<br />
Fechamos em últimas apresentando<br />
o curso de análise de eficiência de<br />
mercados organizado pelo CESE.<br />
Assim encerramos a presente<br />
edição! Votos de Festas Felizes e um<br />
Próspero 2013!<br />
Até breve.<br />
Feliciano Mazuze /DFDTT<br />
SP do MINAG e DG do <strong>IIAM</strong> posando com os participantes<br />
Realizou-se entre os dias 8 e 9 de<br />
Novembro de 2012 na Sala Zambeze<br />
do <strong>IIAM</strong>, em Maputo, a Reunião Anual<br />
da Plataforma para Investigação e<br />
I n o v a ç ã o T e c n o l ó g i c a e m<br />
Moçambique (PIAIT), com objectivo<br />
de avaliar os resultados das actividades<br />
planificadas no ano findo, rever o plano<br />
de trabalho para o ano 2012-2013 bem<br />
como divulgar através do seminário<br />
científico os mais recentes resultados<br />
de investigação.<br />
O evento contou com a presença de<br />
cerca de 95 participantes, provenientes<br />
do <strong>IIAM</strong> Sede, Centros Zonais, e de<br />
outras instituições do MINAG (DNSA,<br />
DNEA, SETSAN e INCAJU), centros<br />
internacionais de investigação (CIP,<br />
CIAT, CYMMIT, ICRISAT, IRRI,<br />
ILRI, IFPRI, IFDC, MSU), instituições<br />
de ensino superior e investigação<br />
(Faculdade Veterinária e Universidade<br />
Tenesee), produtores e empresas<br />
privadas (Lozan Farms, Federação dos<br />
a g r i c u l t o r e s , F r u t i m e l L d a ) ,<br />
provedores de insumos, ONG´s, e<br />
parceiros de cooperação (AGRA,<br />
USAID, ABC, JICA e União<br />
Europeia).<br />
O primeiro dia compreendeu sessões<br />
de apresentação, em plenária, sobre o<br />
trabalho realizado e as perspectivas da<br />
PIAIT (<strong>IIAM</strong> e Centros Internacionais<br />
de Investigação). Igualmente, mereceu<br />
atenção o debate sobre o caminho a ser<br />
seguido pela PIAIT. No segundo dia<br />
foi realizado um seminário científico<br />
que tinha por objectivo partilhar e<br />
divulgar as investigações realizadas<br />
pelo <strong>IIAM</strong> e seus parceiros.
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
DESTAQUES<br />
O evento foi formalmente aberto pelo<br />
Secretário Permanente do Ministério<br />
da Agricultura (MINAG) António<br />
Clemente, e encerrado pelo Director<br />
Geral do Instituto de Investigação<br />
Agrária de Moçambique (<strong>IIAM</strong>)<br />
Inácio Maposse.<br />
Da esquerda à direita o S.P. do MINAG e o<br />
D.G. do <strong>IIAM</strong><br />
O Secretário Permanente do MINAG,<br />
realçou a necessidade da investigação<br />
agrária estar alinhada com os esforços<br />
do Governo na produção de alimentos,<br />
segurança alimentar e mitigação dos<br />
efeitos das mudanças climáticas. Fez<br />
igualmente elogios a PIAIT na<br />
promoção da pesquisa e da adopção de<br />
tecnologias.<br />
O Director Geral do <strong>IIAM</strong> reiterou o<br />
p a p e l d a i n s t i t u i ç ã o e d o s<br />
investigadores do <strong>IIAM</strong> na geração do<br />
conhecimento agrário e na divulgação<br />
dos resultados de investigação e que<br />
estes se reflictam na melhoria da vida<br />
dos produtores. Há uma necessidade<br />
acrescida de melhorar o actual índice<br />
de publicações dos investigadores no<br />
país. Pois Moçambique se situa na<br />
p o s i ç ã o 1 2 6 n o r a n k i n g d a<br />
investigação a nível mundial e cerca<br />
de 0.21% do PIB é aplicado na<br />
investigação.<br />
A Plataforma de Investigação Agrária<br />
e Inovação Tecnológica (PIAIT) ainda<br />
está na sua infância. Constata-se que é<br />
necessário muito trabalho para que o<br />
PIAIT seja efectivamente uma<br />
plataforma e cumpra com o objectivo<br />
defortalecimento institucional do<br />
<strong>IIAM</strong>.<br />
Sobre o melhoramento da acção da<br />
plataforma houve um debate em<br />
plenária. Uma opinião dominante para<br />
a operacionalização da Plataforma é<br />
que deveriam ser preparadas propostas<br />
de trabalho (pesquisas) conjuntas entre<br />
os diversos intervenientes a serem<br />
apresentadas aos doadores para<br />
potencial financiamento. Esta posição<br />
fora manifestada no Encontro Anual da<br />
PIAIT em 2011. Por outro lado foi<br />
apontada a necessida de realizar<br />
a c t i v i d a d e s q u e d e m o n s t r e m<br />
visibilidade da PIAIT.<br />
Tendo em conta que as recomendações<br />
saídas de 2011 não tinham sido<br />
implementadas e continuando<br />
r e l e v a n t e s , a r e u n i ã o a n u a l<br />
recomendou: (1) que a Unidade de<br />
Gestão da Plataforma (UGP) deveria<br />
preparar uma matriz de Plano de Acção<br />
da Plataforma, devendo nela indicar a<br />
responsabilidade e os prazos de<br />
i m p l e m e n t a ç ã o ; ( 2 ) q u e a s<br />
recomendações saídas do encontro<br />
anual de 2011 deviam ser tomadas de<br />
ponto de partida para a preparação do<br />
Plano de Acção da Plataforma; (3)<br />
realizar actividades que possam dar<br />
maior conhecimento e visibilidade da<br />
Plataforma; (4) a UGP deveria<br />
entregar, aos membros da Plataforma,<br />
num prazo de uma semana, uma<br />
proposta de Plano de Acção .<br />
Seminário Científico<br />
O segundo dia foi reservado<br />
exclusivamente para a apresentação<br />
dos resultados de investigação de<br />
trabalhos realizados pelos vários<br />
investigadores do <strong>IIAM</strong> com a<br />
participação e ou colaboração de<br />
diversos parceiros.<br />
As apresentações foram realizadas em<br />
duas sessões paralelas, sendo uma<br />
sobre socio-economia, melhoramento<br />
(animal e vegetal) e fertilidade de solos<br />
e outra sobre sistemas de produção.<br />
No domínio de socio-economia,<br />
melhoramento animal e vegetal e<br />
f e r t i l i d a d e d e s o l o s , f o r a m<br />
apresentados 14 trabalhos ligados à<br />
análise de eficiência das cadeias<br />
produtivas de mandioca e feijão jugo e<br />
um de análise e avaliação de método de<br />
transferência de tecnologia. Houve<br />
intensa participação da plateia,<br />
n o t a d a m e n t e n a q u e s t ã o d a<br />
metodologia empregue, e resultados<br />
obtidos e em aspectos sobre género e<br />
sua inclusão nos estudos realizados.<br />
Foi apresentado ainda um modelo de<br />
verticalização da produção com os<br />
a g r e g a d o s f a m i l i a r e s p e l o<br />
representante da Frutimel. Questões<br />
referentes a sementes e mudas nos<br />
trabalhos apresentados de mandioca e<br />
feijão, foram colocados. Houve<br />
interesse dos participantes em<br />
e n t e n d e r e m , n o â m b i t o d a s<br />
apresentações o papel do <strong>IIAM</strong> na<br />
multiplicação e disponibilização deste<br />
material. Métodos e processos para a<br />
transferência de tecnologia e sua<br />
eficiência ganhou momento quando da<br />
apresentação deste tema, onde foi<br />
abordado a questão da “partilha da<br />
informação” pelos membros das<br />
e s c o l a s n a s m a c h a m b a d o s<br />
camponeses.<br />
Na área de melhoramento vegetal<br />
tiveram destaque as apresentações que<br />
avaliaram e testaram a estabilidade<br />
genótipo x ambiente. Estudos<br />
interessantes mostraram que algumas<br />
variedades de algodão podem ser<br />
inapropriadas. Teste de herdabilidade<br />
de características de interesse<br />
(produtividade), do feijão nhemba foi<br />
bastante interessante e promoveu<br />
debate entre os participantes. Foi ainda<br />
apresentado o projecto de calibração<br />
de modelo de predição de teor de óleo<br />
de macaúba, uma palmácea brasileira<br />
de interesse económico.<br />
As apresentações na área de<br />
melhoramento animal foram centradas<br />
na análise de características de<br />
2
DESTAQUES<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
interesse económico para a selecção Acelerado de Mitigação de Seca e qual a Vitamina A será reforçada no<br />
de raças.<br />
Cheias em sessenta distritos das organismo dos moçambicanos por ser<br />
províncias de Maputo, Gaza, uma cultura de fácil trato podendo ser<br />
Em relação à sessão sobre os sistemas Inhambane, Manica, Sofala, Zambézia cultivada em quase toda extensão do<br />
de Produção, foram apresentados 10 e Nampula.<br />
território nacional.<br />
trabalhos que estão relacionados às<br />
Como forma de assegurar que a batatasub-áreas<br />
(i) Sistemas de cultivo, (ii)<br />
Tradicionalmente, no nosso país, a<br />
doce de polpa alaranjada chegue à<br />
Maneio do cajueiro, (iii) Protecção de<br />
batata-doce são consumidas as suas<br />
maioria dos moçambicanos, o<br />
plantas, (iv) Melhoramento de<br />
raízes e das folhas, que se fazem caril a<br />
programa recorreu ao que chamou de<br />
variedades de alface, (v) Nutrição<br />
óleo e/ou a amendoím. A distribuição<br />
multiplicadores descentralizados<br />
animal e (vi) Sanidade animal (peste<br />
das ramas de batata-doce de polpa<br />
fornecendo-os variedades melhoradas<br />
suína africana e aspectos relacionados<br />
alaranjada às famílias das cinco<br />
para que por sua vez, estes partilhem<br />
com o uso de diferentes drogas, para o<br />
províncias abrangidas pelo programa<br />
com produtores do seu meio, a preços<br />
controle de nematóides intestinais de<br />
a c e l e r a d o , c o n t e m p l a u m a<br />
simbólicos das ramas que irão produzir<br />
caprinos em Angónia). (Antonieta<br />
componente de agro-processamento<br />
e, estes ainda façam o mesmo com mais<br />
Nhamusso <strong>IIAM</strong>/PIAIT).<br />
em que os beneficiários são igualmente<br />
e mais produtores a um extremo em que<br />
sensibilizados a recorrer a várias outras<br />
todos desfrutem da batata de polpa<br />
formas de consumo com destaque para<br />
alaranjada.<br />
alguns treinamentos confecção de<br />
sumos, bolos, tartes, fiosses, etc.<br />
Mais Moçambicanos<br />
Terão Acesso a<br />
Variedades<br />
Melhoradas de<br />
Batata - Doce de<br />
Polpa Alaranjada<br />
As variedades disponibilizadas pelo<br />
Programa Acelerado de Mitigação de<br />
Seca e Cheias são essencialmente<br />
tolerantes à seca, adaptadas às<br />
condições edafo-climaticas de<br />
Moçambique e com um rendimento<br />
que ao considerar-se todo o pacote<br />
Está em curso uma campanha de<br />
distribuição massiva de novas<br />
variedades de batata-doce de polpa<br />
Momento da distribuição das ramas<br />
tecnológico pode atingir 25 a 30<br />
alaranjada melhoradas numa parceria Para além de ser um alimento capaz de toneladas por hectare.<br />
entre o Instituto de Investigação gerar renda, a batata-doce de polpa<br />
Para o efeito, foram preparados cento e<br />
Agrária de Moçambique (<strong>IIAM</strong>) e o alaranjada pode minorar os problemas<br />
cinquenta mil hectares para a produção<br />
Centro Internacional da Batata (CIP) de malnutrição e cegueira por falta de<br />
de batata doce de polpa alaranjada.<br />
podendo atingir cerca de 65 mil “vitamina A” sobretudo em crianças de<br />
famílias.<br />
zero aos cinco anos de idade.<br />
O <strong>IIAM</strong> em colaboração com o CIP<br />
libertou 15 variedades de batata-doce<br />
tolerantes à seca. Estas variedades já<br />
estão sendo experimentadas em vários<br />
países africanos e com um bom<br />
desempenho.<br />
O estudo foi iniciado em 2005 e só em<br />
finais de 2009 é que foram conhecidos<br />
os primeiros resultados. Para o efeito,<br />
foi usada a técnica de melhoramentos<br />
acelerados.<br />
No nosso país, estas variedades estão a<br />
ser disseminadas através do Programa<br />
Esta cultura, contém índices<br />
consideráveis de concentração de<br />
b e t a c a r o t e n o , c o m p o n e n t e<br />
fundamental para a produção da<br />
“vitamina A”.<br />
Segundo dados avançados pela<br />
UNICEF, a deficiência da “Vitamina<br />
A”, afecta cerca de 69% das crianças<br />
moçambicanas menores de cinco anos<br />
de idade e 11% das mães enfraquece a<br />
imunidade contra as infecções.<br />
A batata-doce de polpa alaranjada é<br />
seleccionada como uma das vias pela<br />
Uma das variedades da batata-doce<br />
de polpa alaranjada: a Var Sumaia<br />
Espera-se que nos próximos dez anos,<br />
cerca de dez milhões de famílias<br />
moçambicanas estejam envolvidas na<br />
produção da batata doce de polpa<br />
alaranja, rica em vitamina A. (Sostino<br />
Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DDIC)<br />
3
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
DESTAQUES<br />
COMPETE Selecciona mais Projectos de Investigação<br />
Foram solicitadas e aprovadas propostas<br />
para projectos de investigação ligados<br />
ao sistema de produção do coqueiro,<br />
entre <strong>Outubro</strong> e Novembro de 2012,<br />
pelo Compete (Unidade de Bolsas<br />
Competitivas para a Investigação<br />
Agrária em Moçambique) do Instituto<br />
de Investigação Agrária de Moçambique<br />
(<strong>IIAM</strong>) em parceria com o Projecto de<br />
Apoio à Renda Familiar (Farmer<br />
Income Support Project/ FISP). São<br />
elegíveis os investigadores agrários a<br />
trabalhar em Moçambique de<br />
preferência associados a organizações<br />
legalmente registadas.<br />
O Compete procurou propostas<br />
inovadoras que pudessem trazer<br />
mudanças tecnológicas práticas para a<br />
agricultura, capazes de contribuir para o<br />
alívio à pobreza rural permitindo um alto<br />
e rápido impacto, ao combinar<br />
melhoramentos das tecnologias agrárias<br />
com os interesses do sector privado, as<br />
redes de extensão já existentes<br />
(governamentais e das ONGs), a<br />
disseminação melhorada e adopção de<br />
novas tecnologias, e o aumento do<br />
investimento nas zonas rurais.<br />
Nesta ronda, o Compete solicitou<br />
propostas de investigação que abordem<br />
temas específicos dentro das prioridades<br />
d o I I A M e d o F I S P ( M C A -<br />
M o ç a m b i q u e ) , f o c a n d o<br />
p r e f e r e n c i a l m e n t e , o u s o e<br />
aproveitamento de produtos do coqueiro<br />
(ex. fibra, madeira, carvão, folhas, etc.),<br />
aspectos de identificação de coqueiros<br />
resistentes ao CLYD (doença do<br />
amarelecimento letal do coqueiro) e sua<br />
manutenção, bem como aspectos<br />
associados ao diagnóstico precoce do<br />
CLYD. Para além disso, as propostas de<br />
investigação deviam ser preparadas de<br />
tal forma que fossem implementados<br />
numa única campanha, devendo todas as<br />
actividades estar terminadas em Julho<br />
de 2013 e não exceder os US$40.000.<br />
De notar que, Compete encoraja a<br />
competição e atribui bolsas com base<br />
num processo competitivo de dois níveis,<br />
de forma a garantir transparência e a<br />
identificar e financiar os melhores<br />
projectos possíveis que atinjam os<br />
objectivos do programa.<br />
O MCA-Moçambique iniciou o seu<br />
apoio ao sistema de bolsas competitivas<br />
para a investigação agrária (Compete)<br />
em Abril de 2009 através do FISP.<br />
O programa está em curso e será<br />
implementado em 4 anos com um<br />
financiamento de base de cerca de<br />
US$200.000. Este vai fortalecer a<br />
capacidade do sistema nacional de<br />
investigação, permitindo que se<br />
conduzam e disseminem tecnologias<br />
agrárias, em prol da revitalização do<br />
sector agrário moçambicano.<br />
Segundo dados avançados pelo<br />
Compete, Moçambique teve uma<br />
recuperação dramática desde que<br />
terminou a guerra civil em 1992. No<br />
entanto, é ainda um dos países mais<br />
pobres do mundo com uma renda<br />
monetária per capita de 240 US$.<br />
Enquanto a taxa de pobreza baixou de<br />
69% em 1996/97 para 54% em 2002/03,<br />
a taxa de malnutrição aumentou no<br />
mesmo período e o país permanece numa<br />
situação de insegurança alimentar. A<br />
m a i o r p a r t e d o s a g r i c u l t o r e s<br />
moçambicanos praticam uma agricultura<br />
em regime de sequeiro e subsistência<br />
para o seu sustento. A produtividade<br />
mantém-se estagnada e quase todos os<br />
aumentos na produção devem-se à<br />
expansão da área cultivada.<br />
Para o caso específico do coqueiro,<br />
cultura que constituía a principal fonte de<br />
renda para os produtores da zona<br />
costeira, principalmente nas províncias<br />
de Zambézia e Nampula, está a<br />
desaparecer devido á doença do<br />
Amarelecimento Letal (CLYD),<br />
prejudicando aproximadamente 250 mil<br />
famílias, cerca de 1.3 milhões de<br />
pessoas.<br />
Associado ao problema de CLYD,<br />
regista-se a praga “escaravelho<br />
rinoceronte” (Oryctes monoceros), nas<br />
zonas endémicas e pós-endémicas, que<br />
encontra terreno favorável para a sua<br />
multiplicação nas palmeiras mortas<br />
devido ao ataque do CLYD, dizimando<br />
também plantas tolerantes à doença e que<br />
poderiam servir de banco de<br />
germoplasma. Além de atacar estas<br />
plantas, mina os esforços empreendidos<br />
no sentido de estabelecer novas<br />
plantações, pois já se começaram a<br />
registar ataques severos da praga nestes<br />
locais.<br />
Uma das principais actividades de<br />
maneio e controlo destes dois problemas,<br />
consiste no abate de palmeiras doentes<br />
ou mortas que tem sido realizado de<br />
forma algo sistemática, tanto pelo<br />
projecto FISP, como pelas populações<br />
embora em menor escala. Actualmente, a<br />
forma mais comum de eliminação destas<br />
árvores é a sua queima, que leva à<br />
destruição dum recurso potencialmente<br />
valioso para as famílias.<br />
É neste contexto que o MCA-<br />
Moçambique, ao abrigo do acordo de<br />
cooperação financeira “Compacto”,<br />
aprovou um programa designado FISP<br />
que visa controlar a CLYD e medidas<br />
combinadas para a reposição desta<br />
cultura em todos os distritos costeiros da<br />
Zambézia e distritos de Moma e<br />
Angoche para o caso da província de<br />
Nampula.<br />
Os objectivos do FISP são: (i) parar o<br />
alastramento da CLYD e (ii) melhorar a<br />
produtividade do coqueiro encorajando a<br />
diversificação, através da eliminação de<br />
barreiras biológicas (incluindo Oryctes)<br />
e técnicas que constituem os principais<br />
4
DESTAQUES<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
nós de estrangulamento para o<br />
crescimento da renda das famílias.<br />
Muitos estudos demonstraram a ligação<br />
forte e o efeito multiplicador da<br />
investigação agrária no crescimento<br />
económico. Não obstante, o facto da<br />
melhoria do desempenho na agricultura<br />
africana requer uma abordagem<br />
integrada envolvendo ligações de<br />
mercado, uma política e ambiente de<br />
apoio e outros factores, está claro que a<br />
aplicação da ciência e tecnologia é a<br />
chave para a transformação dinâmica das<br />
práticas agrícolas de subsistência de<br />
baixos insumos – baixo rendimento.<br />
Alguns países africanos desenvolveram<br />
fortes parcerias entre a investigação e a<br />
extensão, ONG's, agricultores, institutos<br />
internacionais e parceiros do sector<br />
privado para promover a adopção de<br />
tecnologias produtivas.<br />
O sistema nacional de investigação<br />
agrária moçambicana foi recentemente<br />
reestruturado no Instituto Investigação<br />
Agrária de Moçambique (<strong>IIAM</strong>). A<br />
liderança do <strong>IIAM</strong> está envolvida num<br />
novo paradigma para melhorar a<br />
responsabilidade, impacto e gestão dos<br />
seus programas através de sistemas de<br />
g e s t ã o q u e m e l h o r e m a<br />
responsabilização, priorizem as<br />
actividades de investigação e apoiem a<br />
competição por financiamentos para a<br />
i n v e s t i g a ç ã o ( M a r c o s<br />
Freire/FISP/<strong>IIAM</strong>).<br />
Por: Marcos Vieira Niuaia<br />
5
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
INVESTIGAÇÃO<br />
A Indústria madeireira e biomassa disponível na província de Sofala<br />
a<br />
Eng. Alberto Manhiça<br />
a<br />
Direcção de Agronomia e Recursos Naturais - Instituto de Investigação Agrária de Moçambique<br />
Foi realizado um estudo sobre a<br />
indústria e disponiblidade de<br />
biomassa nos distritos de<br />
Nhamatanda, Dondo e Muanza na<br />
província de Sofala. O estudo<br />
consitiu num levantamento de<br />
resíduos florestais tendo sido<br />
realizado em nove serrações, seis<br />
carpintarias e duas associações de<br />
artesanato, distribuídas pelos<br />
distritos de Nhamatanda, Dondo e<br />
B e i r a . A s s i m s e n d o , e m<br />
Nhamatanda foram visitadas uma<br />
serração e uma carpintaria; em<br />
Dondo, duas serrações e duas<br />
associações de artesanato, e as<br />
restantes seis serrações e cinco<br />
carpintarias na cidade da Beira. A<br />
maioria das serrações encontra-se<br />
localizada ao longo do corredor da<br />
Beira. No distrito de Muanza, na<br />
localidade de Galinha, havia<br />
registo de existência de uma<br />
serração pertencente à empresa<br />
MOFLOR, mas esta não foi<br />
incluída na pesquisa.<br />
Serrações<br />
Todas as serrações visitadas na<br />
área de abrangência da pesquisa<br />
são consideradas pequenas por<br />
estarem a produzir menos do que<br />
3<br />
50 m de madeira serrada por dia.<br />
Em muitas serrações na província<br />
de Sofala, o equipamento<br />
comummente utilizado no corte<br />
principal é constituído por uma<br />
serra fita simples acoplada ao carro<br />
porta-toro. Todas as serrações<br />
visitadas apresentam no seu layout<br />
apenas a máquina principal<br />
para o corte primário da madeira,<br />
não dispondo de máquinas<br />
secundárias para operações de<br />
resserragem e topejamento da<br />
madeira serrada.<br />
Apenas a MOFLOR, que para além<br />
de espécies nativas também<br />
trabalha com espécies exóticas do<br />
género Eucalyptus, tem um<br />
p r o g r a m a p r ó p r i o d e<br />
estabelecimento de plantações<br />
florestais com o objectivo de<br />
produzir postes. As restantes<br />
empresas madeireiras da região de<br />
estudo trabalham com espécies<br />
nativas principalmente com a<br />
Chanfuta, Umbila, Jambire,<br />
Mondzo, Chanate, Chacate preto, e<br />
Messassa. As espécies nativas são<br />
transformadas em madeira serrada<br />
para exportação principalmente<br />
para a China. Em geral, as serrações<br />
que operam na região do estudo são<br />
geridas por indivíduos de<br />
nacionalidade estrangeira, sendo a<br />
maioria de origem chinesa.<br />
Das nove serrações inquiridas, três<br />
operam sob licença simples, duas<br />
sob concessão florestal e quatro não<br />
dispondo de licença de exploração<br />
florestal adquirem a matéria-prima<br />
a partir de terceiros. As empresas<br />
chinesas é que se encontram na<br />
condição de não possuírem a<br />
licença de exploração florestal, e<br />
por isso dependem exclusivamente<br />
dos operadores titulares de licença<br />
simples para o suprimento da<br />
matéria-prima.<br />
Todas as serrações visitadas não<br />
forneceram informações sobre o<br />
volume de toros processado por<br />
mês, e nem sequer é conhecido o<br />
volume de madeira serrada<br />
produzido por mês. No processo<br />
produtivo da serração, os toros ao<br />
serem submetidos ao corte<br />
inevitavelmente geram resíduos,<br />
principalmente a serradura,<br />
costaneiras e ripas. A casca é<br />
gerada em pequenas quantidades,<br />
uma vez que os toros são<br />
processados com casca. No<br />
entanto, em geral as serrações da<br />
área de abrangência do projecto<br />
t ê m u m r e n d i m e n t o d e<br />
aproveitamento do toro entre 30% a<br />
35%. Assim, cerca de 65% a 70%<br />
da biomassa lenhosa resulta em<br />
resíduos.<br />
As serrações visitadas não têm<br />
n e n h u m p r o g r a m a d e<br />
aproveitamento de qualquer tipo de<br />
resíduo gerado no processo de<br />
produção, o que faz com que o<br />
mesmo seja amontoado no pátio de<br />
toros. A serradura retirada na<br />
máquina principal é recolhida na<br />
área de trabalho através de<br />
carrinhas de mão ou sacos de 100<br />
kg, sendo depositados no pátio da<br />
serração. Para as serrações, a<br />
serradura é vista como um<br />
subproduto a ser descartado e as<br />
comunidades locais, as maiores<br />
consumidoras da serradura, é que<br />
se beneficiam para seu uso próprio.<br />
A serradura armazenada nestas<br />
condições é também vendida a<br />
qualquer interessado na maioria<br />
das serrações visitadas.<br />
As costaneiras juntamente com as<br />
ripas são vendidas a qualquer<br />
interessado e as comunidades<br />
locais é que mais procuram estes<br />
6
INVESTIGAÇÃO<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
subprodutos para o uso próprio. As<br />
costaneiras são muito usadas na<br />
região para a vedação e construção<br />
de barracas para comercialização<br />
de produtos diversos. Geralmente,<br />
usa-se uma carrinha de mão para<br />
determinar a quantidade para<br />
venda: por exemplo, uma carrinha<br />
de mão completamente cheia de<br />
costaneiras pode custar 100,00 Mt.<br />
É importante referenciar que as<br />
costaneiras geradas apresentam<br />
casca, uma vez que os toros são<br />
processados com casca.<br />
Carpintarias<br />
A maioria das carpintarias<br />
visitadas trabalha com madeira de<br />
espécies nativas, principalmente a<br />
Chanfuta, Umbila e Jambire. A<br />
madeira serrada é adquirida nas<br />
serrações locais.<br />
Todas as carpintarias visitadas<br />
apresentam um equipamento<br />
simples para trabalhar a madeira.<br />
O equipamento inclui basicamente<br />
uma máquina universal de<br />
carpintaria composta por uma<br />
plaina, furador, serra circular<br />
simples e tupia. Esta máquina é<br />
alimentada por madeira serrada<br />
proveniente de serrações para<br />
obter produtos acabados a serem<br />
usados na construção civil e<br />
mobiliário.<br />
Todas as carpintarias visitadas<br />
geram principalmente a serradura,<br />
lascas e ripas no seu processo<br />
produtivo. A serradura e as lascas<br />
são os subprodutos produzidos em<br />
maior quantidade nestas unidades<br />
de produção, contudo não se tem<br />
n e n h u m p r o g r a m a d e<br />
aproveitamento desses resíduos,<br />
favorecendo ao descarte dos<br />
mesmos. São recolhidas na área de<br />
trabalho através de sacos de 100 kg<br />
e amontoadas num determinado<br />
lugar no pátio da carpintaria.<br />
A comunidade local é a que mais<br />
procura esses subprodutos para o<br />
consumo doméstico. Assim,<br />
algumas carpintarias vendem às<br />
comunidades locais, e outras<br />
unidades permitem que pessoas<br />
singulares possam recolher esse<br />
material para o uso próprio.<br />
Unidades de produção de<br />
artesanato<br />
As associações e ou unidades de<br />
artesanato em madeira têm um<br />
p a p e l p r e p o n d e r a n t e n o<br />
fornecimento de biomassa vegetal<br />
devido ao resíduo gerado, tanto na<br />
extracção da madeira na floresta,<br />
assim como no seu processo de<br />
produção. No ramo de artesanato<br />
em madeira está a funcionar no<br />
distrito de Dondo a associação<br />
Cutoma Kraft e a empresa Sofala<br />
Investimentos, Ltda. As duas<br />
organizações são titulares de<br />
licença simples, o que lhes permite<br />
explorar a madeira na floresta<br />
nativa. As espécies preferidas para<br />
a actividade de artesanato incluem<br />
o Pau-rosa, Pau-ferro, Jambire,<br />
Sândalo, Metacha e Pau-preto.<br />
A associação Cutoma Kraft tem a<br />
sua área de corte na localidade de<br />
Savane, na zona de Milha 26. Esta<br />
Associação tem também um<br />
programa de estabelecimento de<br />
plantações florestais nas suas<br />
actividades, tendo já plantados pelo<br />
menos 2 hectares de Eucalyptus sp.<br />
na zona de Milha 26. As plantas<br />
desta espécie foram adquiridas<br />
através dos SDAE de Dondo.<br />
A empresa Sofala Investimentos<br />
Ltda. tem a sua área de corte na<br />
localidade de Savane. Esta empresa<br />
t e m u m p r o g r a m a d e<br />
reflorestamento com base em<br />
espécies nativas e desenvolve<br />
actividades de plantio de árvores<br />
em diferentes zonas da localidade<br />
de Savane. A empresa possui um<br />
viveiro florestal onde são<br />
produzidas cerca de 500 plantas por<br />
mês de diferentes espécies, tais<br />
como Moringa, Mpakasso,<br />
Umbawa, Chanfuta, Metondo,<br />
Pau-preto, Panga-panga, Kigelia<br />
africana, etc.<br />
Na actividade de exploração<br />
florestal, as árvores são abatidas e<br />
seccionadas em pequenos toros<br />
usando instrumentos manuais<br />
(catanas, serrotes manuais, etc.).<br />
Esses troncos, seccionados<br />
geralmente com 1 a 2 m de<br />
comprimento, são transportados<br />
até à unidade de produção própria.<br />
A s s i m , n a f l o r e s t a s ã o<br />
abandonados vários restos da<br />
árvore como ramos e ramadas. Esse<br />
material deixado na floresta por<br />
este grupo de operadores, tem um<br />
grande potencial para ser<br />
aproveitado na indústria de pellets<br />
de madeira.<br />
Na unidade de produção também<br />
são gerados pedaços de madeira<br />
c o m v á r i a s d i m e n s õ e s<br />
considerados desperdícios.<br />
Geralmente, essas unidades<br />
acumulam tais resíduos sem<br />
nenhum plano de aproveitamento,<br />
sendo que os mesmos têm um<br />
grande potencial para serem usados<br />
na fábrica de pellets de madeira<br />
como matéria prima.<br />
7
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
REPORTAGEM<br />
Incluindo o <strong>IIAM</strong><br />
Peritos de Comunicação Estratégica do WEMA preparados para Fase II<br />
do Projecto<br />
Plano da sala onde decorria o workshop regional de comunicação do WEMA<br />
Com a participação do <strong>IIAM</strong>,<br />
decorreu de 3 a 7 de <strong>Dezembro</strong> de<br />
2012, em Nairobi, República do<br />
Quénia, um workshop de revisão e<br />
planificação anual do Projecto<br />
WEMA, ao nível dos cinco países que<br />
p a r t i c i p a m n a i n i c i a t i v a ,<br />
designadamente: Uganda, Tanzânia,<br />
Quénia, Moçambique e África do Sul.<br />
Para além de passar em revista as<br />
actividades da Componente de<br />
Comunicação referentes a 2012, e<br />
refinar os aspectos a serem<br />
considerados no plano de 2013, o<br />
evento visava ainda desenvolver uma<br />
estratégia de comunicação e expansão<br />
para a segunda fase do Projecto<br />
WEMA, à semelhança do exercício de<br />
planificação estratégica desenvolvido<br />
em Julho de 2008 pela mesma Equipa<br />
de peritos de comunicação, aquando do<br />
início da primeira fase do projecto. Da<br />
parte do <strong>IIAM</strong>, participou no evento o<br />
técnico Roseiro Mário Moreira, afecto<br />
à área de Comunicação e Informação,<br />
n a D i r e c ç ã o d e F o r m a ç ã o ,<br />
Documentação e Transferência de<br />
Tecnologias (DFDTT), que coordena<br />
as acções de comunicação do projecto<br />
WEMA em Moçambique.<br />
O evento foi oficialmente aberto pelo<br />
Gestor Regional do Projecto, Dr.<br />
Sylvester Oikeh, que igualmente fez<br />
uma apresentação sobre as linhas<br />
mestras da segunda fase do projecto<br />
Water Efficient Maize for Africa, cujo<br />
arranque está projetado para Março de<br />
2013. Falando com propriedade,<br />
apurada categoria e confiança no<br />
sucesso do projecto, Oikeh referiu que:<br />
“por volta de 2017 esperamos que mais<br />
de 500 mil famílias camponesas<br />
estejam a cultivar híbridos do WEMA,<br />
com um valor estimado de aumento de<br />
rendimento acima de 80 milhões de<br />
8
REPORTAGEM<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
dólares americanos”, cifra que se<br />
t r a d u z i r i a e m c e r c a d e<br />
2,400,000,000,00 Mt (dois biliões e<br />
q u a t r o c e n t o s m i l M e t i c a i s ) ,<br />
mantendo-se os níveis actuais de<br />
inflação e a paridade cambial entre o<br />
dólar americano e a nossa moeda<br />
nacional, o Metical. Na mesma<br />
dissertação, o Gestor Regional do<br />
WEMA, fez saber que os fundos para a<br />
Fase II do projecto já foram<br />
assegurados, esperando-se que a partir<br />
de 2013 a 2014 os híbridos<br />
convencionais do WEMA comecem a<br />
ser disponibilizados ao nível regional,<br />
culminado com híbridos transgénicos<br />
por volta de 2017. Assim, poderão<br />
primeiro ser disponibilizados pela<br />
pesquisa do WEMA, híbridos<br />
convencionais tolerantes à seca<br />
(2013/2014), seguidos de híbridos<br />
tolerantes à seca e resistentes a<br />
insectos (2016) para no final do<br />
processo (2017) chegar-se a<br />
d i s p o n i b i l i z a r o s h í b r i d o s<br />
transgénicos tolerantes à seca e<br />
resistentes a insectos. Cada um desses<br />
produtos constituir-se-á em sementes<br />
m e l h o r a d a s o f e r e c e n d o a o s<br />
camponeses mais alternativas no que<br />
tange à qualidade da semente<br />
relativamente às condições agroecológicas<br />
e agro-climáticas<br />
específicas dos respectivos sistemas<br />
de produção.<br />
comunicação do Projecto WEMA,<br />
interagiram com a Tecagro General<br />
Store Ltd, e a Delegação Provincial do<br />
Instituto de Investigação Agrária do<br />
Quénia (KARI). Na primeira<br />
instituição, uma empresa de<br />
armazenamento e comercialização de<br />
insumos agrários aos camponeses,<br />
particularmente sementes certificadas,<br />
a equipa foi recebida pelo seu gestor e<br />
proprietário. Na Delegação do KARI,<br />
os peritos do WEMA foram recebidos<br />
por dois cientistas da Unidade<br />
Provincial de Sementes, que funciona<br />
naquele que é um dos 22 Centros de<br />
Pesquisa do Instituto de Investigação<br />
Agrária do Quénia. Esteve presente no<br />
encontro havido no KARI, a convite<br />
dos organizadores, um produtor<br />
familiar, que falou da sua experiência<br />
na compra e utilização de sementes<br />
certificadas, através dos armazenistas<br />
sob o aconselhamento dos agentes de<br />
extensão do sector público.<br />
Mais do que o plano de actividades<br />
para 2013, a ser submetido à Reunião<br />
Geral Anual do WEMA marcada para<br />
Fevereiro próximo, o workshop<br />
produziu as bases de orientação da<br />
Estratégia de Comunicação e<br />
Expansão, com o respectivo Plano de<br />
Implementação. De acordo com o<br />
documento estratégico da componente<br />
de comunicação do WEMA, as<br />
abordagens da equipa de comunicação<br />
na Fase II do projecto, visam “dar<br />
suporte às acções de testagem,<br />
disseminação, comercialização,<br />
adopção e “stewardship” de híbridos<br />
convencionais e transgénicos<br />
tolerantes à seca e resistentes a insectos<br />
nos cinco países considerados”. Entre<br />
outros aspectos, o documento inclui<br />
uma relação compreensiva dos<br />
assuntos críticos, das mensagens<br />
chave, das áreas de enfoque<br />
prioritárias e as propostas de<br />
mecanismos de tratamento destas<br />
q u e s t õ e s e m c a d a f a s e d e<br />
implementação; uma listagem<br />
actualizada dos grupos alvo e parceiros<br />
de comunicação. O evento culminou<br />
com a definição de uma rede efectiva<br />
para a implementação, incluindo<br />
papéis e responsabilidades, um<br />
exercício conseguido a partir do<br />
diagnóstico das forças e fraquezas<br />
constatadas na Fase I, e das<br />
oportunidades e ameaças que surjam<br />
para o futuro.<br />
(Roseiro Moreira <strong>IIAM</strong>/DFDTT/<br />
DDIC )<br />
Como parte do exercício de colecta de<br />
d ados p ara a Estratégia d e<br />
Comunicação do WEMA Fase II, os<br />
participantes deslocaram-se, a 4 de<br />
<strong>Dezembro</strong> de 2012, à Cidade de<br />
Embu, capital da segunda maior<br />
província do Quénia (Easten<br />
Province), localizada a cerca de 200<br />
km de Nairobi. Naquela cidade,<br />
situada na região dos montes Kenya<br />
com frequentes bolsas de seca nas suas<br />
cercanias, mas onde o milho é a maior<br />
cultura cerealífera, os peritos de<br />
A lider da equipa regional de comunicação do WEMA, Nancy Muchiri (de pé), apresentando<br />
cenários estratégicos.<br />
9
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
DIVULGAÇÃO<br />
Director Geral dialoga com funcionários e agentes do Estado<br />
À 26 de Novembro de 2012, o Director Geral do <strong>IIAM</strong>, Dr. Inácio Calvino Maposse, realizou uma reunião geral<br />
com os funcionários e agentes do Estado ao serviço do <strong>IIAM</strong>. Durante o ano, terá o Director Geral, realizou<br />
vários outros encontros nas diferentes unidades de nível central e local, quer para se inserir na dinâmica<br />
organizacional, quer para colher o pulsar real da instituição que recebera em Fevereiro para dirigí-la. Foi<br />
continuando com o princípio de gestão participativa da casa de investigação agrária, o <strong>IIAM</strong>, que o Director<br />
Geral se fez presente junto dos seus quadros a diferentes níveis e se pronunciou como reproduzimos aqui na<br />
íntegra. (Roseiro Moreira, <strong>IIAM</strong>/DFDTT/DDIC)<br />
Intervenção do Director Geral do <strong>IIAM</strong> por ocasião da abertura da Reunião Anual com os<br />
Funcionários e Agentes do Estado<br />
Caros Funcionários e Agentes do Estado afectos ao <strong>IIAM</strong>;<br />
Meus caros colegas, colaboradores e amigos;<br />
Minhas senhoras e meus senhores,<br />
Permitam-me, começar por cumprimentar a todos e saudá-los pela energia que colocaram neste ano de<br />
2012 ao serviço do <strong>IIAM</strong>: Muito boa Tarde a todos!<br />
Durante este ano, alguns colegas perderam a vida e gostaria de convidá-los para um minuto de silêncio<br />
em sua homenagem;<br />
Permitam-me em segundo lugar, referir que, esta reunião, é convocada como um momento de diálogo e<br />
reflexão, entre funcionários e agentes do Estado de uma mesma instituição, o nosso Instituto de<br />
Investigação Agrária de Moçambique;<br />
Esta reunião, é convocada como um momento em que todos os funcionários e agentes do Estado afectos<br />
ao <strong>IIAM</strong> são chamados a dizer algo, contando as suas grandes realizações do ano prestes a terminar, os<br />
seus grandes anseios, as suas inquietações, o seu sonho de ver a família do <strong>IIAM</strong> sempre a subir e a fazer<br />
subir o país inteiro;<br />
Esta reunião é convocada, para a nossa família sentar-se e falar, ouvirmo-nos uns aos outros, assumir os<br />
compromissos da conversa, e olharmos para o futuro com a coragem de podermos ser sempre<br />
vencedores;<br />
Esta reunião é de todos nós, é nossa. Vamos falar, ouvir e tomar notas à vontade;<br />
Neste momento, cabe-me realizar, um simples acto, para que a reunião tenha início;<br />
Mas dá-me orgulho antes fazer uma mensagem de saudação aos nossos colegas, colaboradores e amigos<br />
que no ano de 2012, viram cumprir-se uma brilhante etapa das suas carreiras como servidores públicos.<br />
Referimo-nos, aqui, e com muito sentido de louvor, aos companheiros que passaram à aposentação no<br />
decurso deste ano, como por exemplo:<br />
•O Senhor Rafael Jeque, Técnico Profissional de Administração Pública; (Peço uma salva de<br />
palmas)<br />
•A Senhora Florinda Alfredo Tembe, Técnica Profissional de Agro-pecuária;<br />
•A Senhora Gawana Luís Mabunda Mbazina, Técnica Superior de N2; e<br />
•Alberto Machatine Covane, Auxiliar Administrativo.<br />
10
DIVULGAÇÃO<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
Dá-me igualmente ilimitado orgulho, saudar aos funcionários e agentes do Estado afectos ao <strong>IIAM</strong>, que<br />
no ano de 2012, conseguiram concluir os seus estudos a diferentes níveis (do básico ao médio, e do<br />
médio ao superior, incluindo o raro mérito daqueles que completaram ou completam os seus mestrados<br />
e doutorados);<br />
Acreditamos que o fizeram na perspectiva de melhorar cada vez mais o seu desempenho pessoal, e a<br />
contribuição final da nossa família de investigação agrária pública, aos objectivos nacionais de aumento<br />
da produção de alimentos, no quadro geral da luta que todo o moçambicano tem estado a travar contra a<br />
fome, a insegurança alimentar, a desnutrição, as doenças e a pobreza que afecta a todos e a cada um de<br />
nós;<br />
Ao longo deste ano de 2012, meu primeiro ano de convívio laboral convosco, nossos caros colegas,<br />
colaboradores e amigos, tivemos a sorte de receber informações segundo as quais ainda persistem<br />
problemas no <strong>IIAM</strong>, relativamente aos seguintes aspectos importantes da nossa vida, como<br />
funcionários e agentes do Estado que somos:<br />
•Ajustamento do quadro do pessoal;<br />
•Mudanças de carreira, promoções e progressões;<br />
•Nomeação de chefias intermédias;<br />
•Insuficiência de pessoal qualificado para diferentes áreas no <strong>IIAM</strong>;<br />
•Insuficiência de recursos materiais e financeiros para as actividades de investigação e de apoio<br />
aos trabalhos de investigação.<br />
Apesar destes e de tantos outros constrangimentos administrativos, técnicos e de gestão em geral, não<br />
sentimos que a nossa instituição tenha em algum momento vacilado. Quero saudar-vos por isso;<br />
Os funcionários e agentes do Estado que temos, permitem que continuemos a desafiar o futuro;<br />
Por isso, como Direcção do <strong>IIAM</strong> pedimos a todos que aceitem que reconheçamos neste evento o nosso<br />
mérito inconfundível;<br />
E na perspectiva de melhorarmos as nossas marcas, de batermos os nossos próprios recordes,<br />
precisamos de treinar e treinar sempre, sendo esta reunião um desses momentos de treino, em que:<br />
“Auscultamo-nos mutuamente para cumprirmos a nossa missão estratégica de “gerar<br />
conhecimento e soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e a<br />
segurança alimentar e nutricional” e caminharmos todos juntos rumo ao alcance da nossa visão de<br />
“ser uma organização de investigação e inovação de EXCELÊNCIA, DINÂMICA E MOTIVADA<br />
(...)”, como inserimos no nosso Plano Estratégico.<br />
Com estas palavras, e convidando a todos a se pronunciarem, declaro aberta a Reunião Anual dos<br />
Funcionários e Agentes do Estado afectos ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique,<br />
Muito Obrigado!<br />
Maputo, aos 26 de Novembro de 2012<br />
Inácio Calvino Maposse<br />
Director Geral do <strong>IIAM</strong><br />
11
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
ÚLTIMAS<br />
Curso sobre Análise da Eficiência de Mercados<br />
O Instituto de Investigação Agrária<br />
de Moçambique, através do Centro<br />
de Estudos Sócio- Económicos<br />
(CESE) em colaboração com a<br />
Universidade Estadual de<br />
Michigan (MSU), realizou um<br />
curso sobre “Análise da Eficiência<br />
de Mercados”. Este curso foi<br />
realizado no recinto do <strong>IIAM</strong>-sede<br />
(sala Limpopo) entre os dias 10-13<br />
de <strong>Dezembro</strong> de 2012.<br />
O curso foi ministrado pela Dra.<br />
Cynthia Donovan (MSU) e contou<br />
com a participação de 9 pessoas,<br />
das quais 5 estão baseadas em<br />
Maputo e 3 representavam os<br />
centros zonais, Centro e Nordeste,<br />
nomeadamente:<br />
Ana Lídia Gungulo (CESE-Centro<br />
Zonal Centro), Anacleta Mugabe<br />
(CESE-Centro Zonal Centro),<br />
Bordalo Mouzinho (MSU),<br />
Fernando Camisa (Direcção de<br />
Economia), Graça Manjate<br />
( C E S E - s e d e ) , J a q u e l i n o<br />
Massingue (MSU), João Mudema<br />
(CESE-sede), Rogério Sitole<br />
(CESE-sede) e, Venâncio Salégua<br />
(CESE-Centro Zonal Nordeste).<br />
Num espaço temporal de três dias,<br />
sete objectivos nortearam o curso<br />
de análise de eficiência de<br />
mercados.<br />
O primeiro objectivo foi o de dotar<br />
os participantes de conhecimentos<br />
para poderem trabalhar em análises<br />
em STATA usando dados de preços,<br />
sobretudo os dados do Sistema de<br />
Informação de Mercados Agrícolas<br />
(SIMA).<br />
O segundo foi habilitar os<br />
participantes em técnicas de<br />
análises descritivas duma série de<br />
dados de preços.<br />
O terceiro, treinar os participantes<br />
em matérias de cálculo de Margens<br />
Brutas de Comercialização e<br />
Margens Brutas dos vários agentes<br />
do mercado.<br />
O quarto foi o de explicar a<br />
diferença entre Margem Bruta e<br />
M a r g e m L í q u i d a d e<br />
Comercialização.<br />
O quinto, entender os componentes<br />
de uma Margem líquida e dados<br />
precisos.<br />
O sexto, compreender a relação<br />
entre eficiência e margens.<br />
Por último, o setimo visava,<br />
analisar a sazonalidade e<br />
movimentos em margens.<br />
As sessões estiveram organizadas<br />
da seguinte forma: (1) Introdução,<br />
(2) Eficiência: Definição,<br />
Desafios, (3) Identificação de<br />
Canais de Comercialização, (4)<br />
Custos e margens, (5) Margens de<br />
C o m e r c i a l i z a ç ã o : D a d o s ,<br />
Estimação, (6) Uso de Dados do<br />
SIMA para as análises de Margens<br />
brutas, com prática, e (7) Outros<br />
aspectos dos preços e análise que<br />
incluíram a Sazonalidade e<br />
Integração de mercados<br />
As sessões foram todas elas<br />
práticas com recurso ao STATA e<br />
EXCEL, o que exigia que cada<br />
p a r t i c i p a n t e t i v e s s e u m<br />
computador com estes pacotes.<br />
No fim do curso foi realizado um<br />
teste sobre os diversos conteúdos<br />
abordados no curso e onde os<br />
participantes mostraram o seu nível<br />
de assimilação dos conteúdos<br />
abordados.<br />
Foi igualmente realizada uma<br />
avaliação geral do curso. Em geral,<br />
dos pontos apontados pelos<br />
p a r t i c i p a n t e s c o m o s e n d o<br />
importantes e que necessitavam de<br />
maior aprofundamento e tempo<br />
destacam-se os seguintes:<br />
integração de mercados, margens<br />
brutas líquidas e análises<br />
descritivas de uma série de preços.<br />
Bordalo Mouzinho (<strong>IIAM</strong>/MSU)<br />
Director: Doutor Inácio Maposse. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coordenação de Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira.<br />
Redacção: Sostino Mocumbe e Roseiro Moreira . Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze, Américo Humulane, Marta Francisco, Antonieta Nhamusso,<br />
Marcos Frei, Alberto Manhiça, Sostino Mocumbi, Bordalo Mouzinho e Roseiro Moreira.<br />
Maquetização e Arte Final: Alberto Zandamela e Marcos Vieira Niuaia. Fotografia: Jonas Malapende, Wandera Ojanj i(WEMA - Kenya) e Arquivo do DDIC.<br />
Impressão: Gráfica Rápida/Reprografia do <strong>IIAM</strong>, Tiragem: 500 exemplares.<br />
<strong>IIAM</strong>-Sede: Av. das FPLM, 2698.<br />
Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: info@iiam.gov.mz. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220.<br />
Propriedade: Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006<br />
12