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ANGOLA - Interfurniture

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Portugal abraça<br />

<strong>ANGOLA</strong><br />

Linha de apoio: +244 926 272 358


3 – Editorial<br />

4 – Especial Angola<br />

- “Estão lançados os dados para<br />

o sucesso da feira”<br />

6 – Especial Angola<br />

- Fenabel – um século de qualidade<br />

e inovação<br />

- “A Export Home Angola é a melhor<br />

feira dos últimos anos”<br />

8 – Especial Angola<br />

- “A crise levou as empresas a procurar<br />

mercados alternativos”<br />

12 – Especial Angola<br />

- A comunicação mediática na internacionalização<br />

das empresas - o caso Angola<br />

14 – Associativismo<br />

- APCM com delegação em Angola<br />

- Comércio, indústria e serviços unidos<br />

em Paredes<br />

- Crise traz oportunidades ao setor<br />

mobiliário<br />

CAPA<br />

ColonialCasa<br />

www.colonialdocas.com<br />

Nota:<br />

O Mobiliário em Notícia está a aplicar o novo<br />

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.<br />

Trata-se de uma aplicação complexa, pelo<br />

que durante algum tempo utilizaremos nas<br />

nossas páginas a ortografia nova e a antiga.<br />

Para o facto, pedimos a compreensão dos<br />

leitores.<br />

Ficha técnica<br />

A indústria portuguesa de mobiliário e decoração vira-se para<br />

Angola como se estivesse aí a salvação para as dificuldades<br />

que enfrenta: quase uma centena de empresas portuguesas<br />

está na ExportHome Angola, que ocorre apenas poucos dias<br />

após o encerramento da FILDA, onde também estiveram firmas<br />

lusas.<br />

Não tenho dúvidas – nunca tive e tenho cada vez menos – de<br />

que há em Portugal uma mão cheia de empresas deste sector<br />

com capacidade para responder de forma cabal às necessidades<br />

e expectativas do mercado angolano. O móvel português<br />

ganhou, ao longo dos últimos anos, muito daquilo que lhe faltava<br />

para se impor a nível internacional: design. Agora só faltará<br />

adquirir notoriedade para rivalizar, em pé de igualdade, com os<br />

grandes gigantes mundiais, como Itália.<br />

Editorial<br />

A organização da primeira edição da ExportHome Angola acontece<br />

no entanto no momento em que se vive uma profunda crise<br />

económica global. Serão certamente muitas as dificuldades com que se vão deparar as empresas<br />

portuguesas. Aquelas que estão em Angola há anos, e há algumas nessas condições, partem com largo<br />

avanço face a quem dá agora os primeiros passos. E é bom não esquecer que o investimento feito numa<br />

feira – mesmo com financiamento, o investimento é sempre elevado – normalmente só começa a ter<br />

retorno passados dois ou mesmo três anos. Entretanto, é necessário multiplicar contactos, deslocar-se<br />

ao terreno, obter o apoio dos parceiros mais indicados e, sobretudo, não defraudar as expectativas de<br />

eventuais clientes.<br />

Isso pode acontecer? Pode! Mas nem todos o conseguirão…<br />

Não posso encerrar este assunto sem uma palavra final sobre o trabalho das associações. A APIMA, que<br />

tem largo historial no campo da internacionalização, tem agora a concorrência da AIMMP que procura<br />

ganhar estatuto nesta área. Definitivamente, não há forma de se entenderem?<br />

A situação atinge níveis ainda mais surpreendentes quando se sabe que ambas as associações fazem<br />

parte do Cluster do Mobiliário – que elas próprias criaram, com outras associações. Entre todas, terá<br />

ficado definido que cabia à APIMA o dossiê da internacionalização. Qual é a dificuldade? A falta de entendimento<br />

entre AIMMP e APIMA não favorece ninguém e enfraquece o setor no seu todo. E se ambas as<br />

associações não se entendem sobre este assunto, serão elas capazes de se entenderem sobre outros?<br />

O que me leva a perguntar: que futuro para o Cluster do Mobiliário.<br />

Faço estas perguntas – e deixo-as publicamente sem resposta – porque entendo que o tempo é de reflexão.<br />

Por mim, assisto ao espectáculo com a convicção de que as pessoas e as instituições – empresas e<br />

poder político – saberão destrinçar quem serve o Setor e quem apenas se serve dele.<br />

A terminar, quero sublinhar a importância desta edição do Mobiliário em Notícia, a primeira a ser distribuída<br />

em Angola. Acima de tudo, pretendemos ser uma ferramenta para que angolanos e portugueses que<br />

trabalham no sector do mobiliário e da decoração possam conhecer melhor os recursos de cada um. Se<br />

este jornal poder contribuir para uma maior aproximação entre Angola e Portugal teremos então, uma vez<br />

mais, cumprido o nosso papel.<br />

Director_Júlio Pinto da Costa | Director Adjunto_Mário A. Costa | Conselho Editorial_Célia Dias (design), Francisco Samuel (têxteis), Isabel Costa Pereira (economia), Ivo Vaqueiro<br />

(economia), Jorge Brito (associativismo), José Ferraz (acabamento), Manuel Gonçalves (comércio), Navazali Nurali (feiras), Pedro Araújo (advocacia), Pedro Castro Silva (Arquitectura),<br />

Pedro Jorge Santos (comercialização) | Redacção_Gabinete de Textos e Imagens, Patrícia Pinho | Marketing_Emibra | Design _Marlene Pereira | Fotografia_Américo Gomes, José Manuel<br />

| Secretariado e assinaturas_Américo Frazão, Isabel Tavares | Produção_Emibra | Direcção Postal_Apart. 2153, 4451-901 Matosinhos | E-mail_mobiliarioemnoticia@mail.telepac.<br />

pt | Telefone_(+351) 229 999 314 | Fax_(+351) 229 999 319 |Registo_DGCS 120103 | Depósito Legal_116819/97 | Propriedade e Impressão_Emibra, Lda, matriculada na Conservatória<br />

do Registo Civil do Porto, número 505 | Capital Social_6.100 Euros | Contribuinte_502 505 117 | Periodicidade_Bimestral | Tiragem_5.000 exemplares<br />

Mobiliário em Notícia está registado na Associação da Imprensa Não-Diária e é membro da Union de la Presse Professionelle de l’Ameublement


Hugo Vieira<br />

“Estão laNçados os dados Para o sucEsso da FEira”<br />

“Estamos a falar da primeira edição de<br />

uma feira em Angola que já existe em<br />

Portugal, a Export Home. Trata-se do seu<br />

projeto de internacionalização. A APIMA,<br />

como parceira da Exponor tomou conheci-<br />

O final de um período de 27 anos de guerra civil trouxe a Angola a estabilidade para se focar em questões vitais para o seu futuro. Assistiu-se<br />

nos últimos anos a altas taxas de crescimento, sobretudo no setor da construção. O país é o principal destino das exportações<br />

extra-comunitárias de Portugal. Em termos da indústria do mobiliário, é o nosso terceiro principal cliente, devido ao crescimento exponencial<br />

do setor da construção civil. Angola tem um imenso potencial de crescimento e constitui uma verdadeira oportunidade para o tecido<br />

empresarial português, favorecida pelo elo cultural que existe entre os dois países.<br />

A Associação Portuguesa de Indústrias de Mobiliário e Afins – APIMA – é a parceira natural da internacionalização da principal feira da<br />

indústria em Portugal, e está a cumprir o seu papel na luta em prol das necessidades e expectativas do setor do mobiliário. Hugo Vieira,<br />

diretor executivo da APIMA, mostra uma atitude bastante positiva em relação à primeira edição da Export Home Angola. No entanto,<br />

considera imperativo para Portugal a criação de uma marca nacional de mobiliário, bem como uma comunicação intensiva junto dos<br />

mercados chave para o setor.<br />

Em entrevista ao Mobiliário em Notícia, Hugo Vieira fala no trabalho de preparação efetuado pela APIMA em conjunto com a Exponor, nos<br />

apoios prestados às empresas e nas expetativas em relação a este projeto de internacionalização da Export Home.<br />

mento deste processo durante o primeiro<br />

trimestre deste ano. Mal as negociações<br />

com os responsáveis angolanos estiveram<br />

concluídas e a APIMA teve conhecimento<br />

de que este projeto ia avante, fez todos os<br />

esforços para incluir a feira no seu projeto<br />

de internacionalização. Todos os anos, ao<br />

abrigo dos Fundos Comunitários de Apoio<br />

à Internacionalização, a APIMA apresenta<br />

um plano de ações nos mercados que considera<br />

prioritários. Quando a candidatura<br />

foi apresentada, em Novembro do ano passado,<br />

a Export Home Angola ainda estava<br />

numa fase embrionária. Num curto espaço<br />

de tempo, a associação encetou negociações<br />

junto das instituições governamentais<br />

para que, como medida excecional, esta<br />

feira fosse incluída no seu projeto de internacionalização<br />

e as empresas pudessem<br />

beneficiar de subsídios em certo tipo de<br />

despesas.”<br />

“São cerca de 100 empresas que vão estar<br />

presentes na feira. Em termos de investimento,<br />

as nossas projeções iniciais apontavam<br />

para um milhão de euros em investimento<br />

direto. Criamos, em conjunto com a<br />

Exponor, um projeto de chave na mão, para<br />

facilitar todo o processo. O cliente compra<br />

um pacote de serviços que inclui viajem,<br />

alojamento, deslocação entre o hotel e o<br />

recinto da feira, a contrução do stand e o<br />

transporte do mostruário. Consideramos<br />

que desta forma o sucesso da feira será<br />

maior, porque é mais difícil organizar este<br />

tipo de evento em Angola do que no próprio<br />

país.”<br />

“A APIMA, para além da organização da<br />

participação coletiva portuguesa, tem um<br />

papel de apoio institucional. A Exponor, à<br />

semelhança do que já nos habituou em<br />

Portugal, idealizou uma campanha de comunicação<br />

para a Export Home Angola,<br />

para o mercado e para os meios de comunicação<br />

angolanos. É um trabalho que<br />

eu considero bem elaborado de raiz. Os<br />

dados estão lançados no que diz respeito<br />

aos prescritores, compradores e outros<br />

profissionais que nos interessa ter presentes.<br />

O plano de comunicação geral e, mais<br />

concretamente, o que foi idealizado para<br />

as pessoas – chave estão a construir o<br />

sucesso da feira.”<br />

“As nossas expetativa em relação ao mercado<br />

angolano nos próximos anos, mais<br />

concretamente em relação ao setor do<br />

mobiliário, são elevadas. O executivo angolano<br />

pretende passar de país importador<br />

a país exportador, criando condições para<br />

as empresas, neste caso as portuguesas,<br />

se instalarem e começarem a produzir a<br />

partir de Angola. Para isso, vai ter de haver,<br />

efetivamente, investimento direto e a<br />

cooperação oficiosa entre elas vai ser preponderante.<br />

O modelo de exportação vaise<br />

esgotar a curto prazo. Creio que a maior<br />

parte das empresas que vai participar na<br />

feira ainda vai com base no modelo antigo<br />

de abordagem ao mercado angolano,<br />

através de um agente local. Mas espero<br />

que esta feira, no prolongamento do que a<br />

APIMA já desenvolveu a uma escala menor,<br />

abra a visão dos empresários. A curto<br />

prazo este modelo ainda vai funcionar, por<br />

necessidade do próprio mercado angolano.<br />

Mas temos aqui uma premissa que terá de<br />

ser considerada. Luanda, que até há bem<br />

pouco tempo ainda era uma imagem da<br />

antiga colónia portuguesa, é uma cidade<br />

efervescente, em plena reconstrução, que<br />

avança a um ritmo alucinante. Angola recebe-nos<br />

de braços abertos e tem um carinho<br />

especial pelo que é português.”<br />

“Acreditamos que a Export Home Angola<br />

seja para continuar, embora, naturalmente,<br />

tenhamos de esperar pelo balanço desta<br />

primeira edição. Um projeto desta dimensão<br />

tem de ter uma duração a longo prazo.<br />

Já temos uma edição prevista para 2010,<br />

embora sem data marcada, e esperamos<br />

que seja ainda melhor do que a deste ano,<br />

em termos da contrução de uma plataforma<br />

de negócios e contactos. É óbvio que<br />

as feiras evoluem. Não se pode esperar um<br />

retorno imediato.<br />

Mas existem também outros mercados<br />

relevantes que estão a ser observados e<br />

esperamos no futuro termos também uma<br />

Export Home Moçambique, e porque não<br />

uma Export Home Cabo Verde, embora<br />

seja um país de menor dimensão. O que<br />

importa é começar pelos países de língua<br />

oficial portuguesa.”


Elsa Leite<br />

A Fenabel prepara-se para comemorar, no<br />

próximo ano, um século de actividade. A<br />

empresa, de cariz familiar, começou a laborar<br />

por volta de 1910. Através das décadas,<br />

a produção de cadeiras e mesas tornou-se<br />

numa arte no seio da família. Actualmente,<br />

a quarta geração continua a gerir a empresa<br />

com o mesmo entusiasmo e dinamismo<br />

de sempre.<br />

Este fabricante de cadeiras e mesas em<br />

madeira tem sede em Paredes. No decurso<br />

José Santos é o sócio gerente da Persantos,<br />

no mercado há 20 anos. A empresa<br />

desenha, fabrica e comercializa mobiliário.<br />

O empresário está em Angola no setor dos<br />

móveis há seis anos. Em entrevista, falou<br />

da experiência angolana, da empresa e<br />

das aspirações para o futuro.<br />

É a primeira vez que José Santos participa<br />

numa feira em Angola. No entanto, possui<br />

uma experiência diferenciada da maioria<br />

dos colegas que vão participar na primeira<br />

edição da Export Home Angola. “Há anos<br />

que venho a acompanhar as feiras que<br />

acontecem em Angola, nomeadamente a<br />

FILDA. Se não surgisse a oportunidade de<br />

participar nesta feira, mais cedo ou mais<br />

tarde iríamos participar na Feira de Luanda.<br />

A Export Home Angola é muito importante<br />

para o setor do mobiliário. É a melhor<br />

feira dos últimos seis anos.”<br />

Para o empresário, os objetivos da participação<br />

na feira são claros: “aumentar conhecimentos<br />

e fazer uma promoção maior<br />

do mobiliário português. Também pretendemos<br />

ampliar o negócio porque Angola<br />

é um país que evoluiu consideravelmente<br />

nos últimos anos.”<br />

O início da cruzada da Persantos em Angola<br />

não foi fácil, mas “os conhecimentos<br />

que adquiri das experiências anteriores<br />

no país – começaram no início da década<br />

Fenabel – um século de qualidade e inovação<br />

dos últimos 70 anos desenvolveu a marca<br />

Fenabel, alicerçada numa unidade fabril de<br />

6.000 metros quadrados, num showroom e<br />

numa área administrativa com 250 metros<br />

quadrados cada. A marca cresceu e evoluiu<br />

em termos de volume de produção, em<br />

infra-estruturas e também ao nível da mecanização<br />

e da tecnologia.<br />

Com cerca de 70 trabalhadores, a Fenabel<br />

é líder do mercado dos fabricantes portugueses<br />

de cadeiras em madeira, sendo reconhecida<br />

pela qualidade dos seus produtos,<br />

pela inovação e pelo dinamismo. Com<br />

uma mão-de-obra especializada, direccionada<br />

para a qualidade e design, a marca<br />

garante aos seus clientes segurança,<br />

conforto e inovação. Produz mensalmente<br />

12.000 cadeiras.<br />

Segundo Elsa Leite, administradora da<br />

empresa, “ao longo dos anos, a Fenabel<br />

cimentou uma posição de prestígio no<br />

mercado português e, mais recentemente,<br />

em todo o mundo. Hoje, com a herança<br />

que nos acompanha, respondemos a solicitações<br />

de um mercado em crescimento<br />

e que exige níveis de qualidade cada vez<br />

mais elevados, até para cumprir normas internacionais,<br />

também elas cada vez mais<br />

exigentes. Um aspecto da maior relevância<br />

“a Export Home angola é a melhor feira dos últimos anos”<br />

de 90 no setor das bebidas - facilitaram as<br />

coisas. Os angolanos vieram a Portugal,<br />

viram as minhas instalações e acreditaram<br />

na empresa, na pessoa mais propriamente.<br />

Temos de ser muito sérios, muito objetivos,<br />

muito dignos, e só assim é que poderemos<br />

lá chegar”.<br />

Fruto da experiência de seis anos no setor<br />

do mobiliário e das experiências anteriores<br />

em Angola, José Santos deixa um conselho<br />

aos colegas que vão participar na feira:<br />

“Não pensem que os angolanos compram<br />

qualquer coisa. Sejam muito sérios, muito<br />

profissionais e só assim conseguirão entrar<br />

no mercado angolano”. Mas acrescenta<br />

que Portugal tem tudo para vingar neste<br />

mercado: “as empresas portuguesas têm<br />

uma postura suficientemente séria e profissional<br />

e ao mesmo tempo um produto<br />

apetecível em termos de qualidade e inovação.<br />

Como se diz na gíria, Portugal tem<br />

tudo para ser campeão.”<br />

Questionado sobre a forma como os angolanos<br />

veêm os portugueses e os móveis<br />

nacionais, José Santos confirma que “o<br />

que é nacional é bom. Os móveis portugueses<br />

têm qualidade. Apesar de serem<br />

mais caros, os angolanos não se importam<br />

de compra-los, porque sabem que estão a<br />

comprar bons produtos. Garantidamente,<br />

se o mobiliário português não tivesse quali-<br />

é o facto de estarmos dotados de um sistema<br />

de controlo de qualidade (ISO 9001)<br />

desde 2007, fundamental para atingir os<br />

objectivos de qualidade”.<br />

A empresa procura manter-se actualizada<br />

em termos tecnológicos e atribui recursos<br />

à investigação de forma a atingir produtos<br />

de qualidade. “Escolhemos esse caminho,<br />

usando métodos fiáveis, ao mesmo tempo<br />

que estabelecemos um compromisso de<br />

inovação. Como trabalhamos simultaneamente<br />

com o segmento lar o com o contract,<br />

oferecemos inovação ao nível do design e<br />

também uma vasta gama de estilos e formas,<br />

bem como diferentes acabamentos.<br />

O resultado são produtos que se adaptam<br />

e integram em todo o tipo de ambientes e<br />

projectos decorativos. Os nossos modelos<br />

de cadeiras e mesas adequam-se a uma<br />

vasta gama de sectores, desde a hotelaria,<br />

até ao equipamento de auditórios, museus,<br />

escritórios, teatros, e muitas outras áreas<br />

de mercado”, afirma Elsa Leite.<br />

O design dos produtos da Fenabel é desenvolvido<br />

por estudantes da Escola Superior<br />

de Artes e Design. Como resultado, a<br />

empresa foi galardoada com o Prémio Nacional<br />

de Design em 2002 e 2008, na Exponor,<br />

e com uma Menção Honrosa na Feira<br />

dade, eles não o comprariam.<br />

O mesmo se passa com o calçado, com as<br />

louças, por exemplo. Apenas pelo preço<br />

não teríamos chance.”<br />

Na feira vão participar cerca de 100 empresas<br />

portuguesas. O empresário avisa<br />

que “naturalmente, algumas vão alcançar<br />

os objetivos a que se propuseram, outras<br />

não. Existem neste momento dificuldades<br />

que podem impedir a entrada no mercado<br />

angolano. A economia do país caiu. O dólar<br />

desvalorizou face ao euro. Há também a<br />

concorrência chinesa no país, que é muito<br />

forte.”<br />

Para além de Angola, a Persantos também<br />

participa no mercado moçambicano. José<br />

Santos nota diferenças grandes entre os<br />

dois países africanos. “São dois países distintos.<br />

Angola é mais rica e mais evoluída<br />

em termos de mercado. Moçambique é um<br />

país calmo e que também tem muito para<br />

dar a empresas que queiram trabalhar com<br />

seriedade”.<br />

Na Europa, a Persantos entrou no mercado<br />

espanhol há quatro anos e o país vizinho é<br />

já o principal mercado da empresa: “Todos<br />

os meses enviamos um camião carregado<br />

de móveis para Espanha. Temos zero<br />

queixas em relação ao material enviado,<br />

porque apostamos na qualidade de todo o<br />

processo, o de transporte inclusivamente,<br />

de S. Paulo em 2002, no Brasil.<br />

Os clientes da empresa vêm da União Europeia<br />

e um pouco de todo o mundo. Destacam-se<br />

o Grupo Accor, e as cadeias de<br />

hotéis Continental e Sheraton. O sucesso<br />

deve-se à triologia, qualidade, preço e design<br />

dos produtos da marca, assim como<br />

aos serviços prestados ao cliente. A Fenabel<br />

participa nas mais importantes feiras de<br />

comércio de mobiliário, como a Fiera Milano<br />

e a Index no Dubai. As exportações<br />

compõem uma parte significativa dos negócios<br />

da empresa – cerca 40%.<br />

Relativamente a Angola, a empresa participou<br />

na FILDA, em 2005, tendo nessa<br />

ocasião estabelecido vários contactos com<br />

diferentes agentes. Segunda Elsa Leite<br />

“optamos por uma estratégia de relacionamento<br />

pessoal/ profissional através uma<br />

ligação de proximidade com os nossos<br />

clientes, razão pela qual nos deslocamos<br />

com regularidade aos seus respectivos<br />

países e convidamos os nossos clientes a<br />

visitarem-nos de forma a tomarem contacto<br />

físico com a realidade da empresa”.<br />

O site www.fenabel.com disponibiliza o catálogo<br />

de produtos e informações sobre a<br />

empresa.<br />

que deve ser bastante resistente para que<br />

os móveis cheguem ao destino sem falhas.<br />

Tenho 16 colaboradores no país que trabalham<br />

diretamente com o nosso representante”.<br />

Em França, as relações comerciais<br />

duram já há um ano e José Santos espera<br />

estar a trabalhar em força no país dentro<br />

de um ano.<br />

A empresa trabalha essencialmente para<br />

dois segmentos distintos. Tem uma gama<br />

de mobiliário contemporâneo e uma gama<br />

de mobiliário infanto-juvenil, a Miki Wiki.<br />

Ambas as coleções são de design próprio e<br />

comercializadas na Europa e em África. O<br />

empresário diz que “os angolanos gostam<br />

bastante dos wenguês, dos lacados e da<br />

inovação em termos de design que está na<br />

base dos contemporâneos. A Persantos,<br />

em termos globais, vende mais mobiliário<br />

inserido na gama contemporânea, mas a<br />

gama infanto-juvenil está em franco crescimento.<br />

A empresa está também a apostar na área<br />

da hotelaria. “Já fiz vários hotéis em Portugal<br />

continental e nas ilhas. Na Europa<br />

também, em especial na Irlanda do Norte<br />

e em Espanha.<br />

Angola e Moçambique serão o próximo<br />

passo neste ramo. E claro, outros países<br />

que apareçam, porque a empresa quer<br />

apostar nesta área.”<br />

De 30 de Julho a 2 de Agosto, visite<br />

a nova decoração da sua casa na Export Home.<br />

Na Export Home a Moviflor vai apresentar-lhe peças de decoração<br />

e design que vão tornar a sua casa mais bonita: sofás, cadeiras,<br />

estantes, mesas, camas e tudo o que sempre sonhou oferecer<br />

à sua casa. Informe-se sobre as opções em escritórios e cozinhas.


“a crisE lEvou as EmPrEsas a Procurar<br />

mErcados altErNativos”<br />

O engenheiro Amaro Martins é o presidente do Conselho de Administração da Marjos. A empresa líder de mercado foi fundada em 1980 e dedica-se<br />

ao comércio e assistência técnica pós-venda de máquinas e ferramentas para a indústria da madeira. O engenheiro gere um volume de negócios na<br />

ordem 16,97 milhões e fala sobre a empresa, o mercado angolano e a atual crise económica.<br />

Eng. Amaro Martins<br />

“Há cerca de 15 anos tivemos uma presença<br />

muito forte em Angola. Montamos<br />

diversas infraestruturas em parceria com<br />

uma empresa de construção, numa altura<br />

em que decorriam os Jogos Pan-Africanos<br />

e era preciso montar uma “aldeia olímpica”.<br />

Durante alguns anos conseguimos ter<br />

muitos negócios em Angola. Chegamos a<br />

ter perto de 200 pessoas a trabalhar no<br />

país. Estes acontecimentos coincidiram<br />

com uma crise que por esta altura aconteceu<br />

em Portugal e as exportações caíram<br />

a pique. Apesar do mercado nacional ser<br />

bom, foi bloqueado. Por isso, apostamos<br />

forte no mercado angolano, que estava em<br />

crescimento, o que constituiu uma rampa<br />

de lançamento para a Marjos.”<br />

“Ser líder é estar numa posição delicada,<br />

porque quando crescemos no mercado<br />

nacional, e atingimos o topo, pretendemos<br />

continuar a crescer e, para isso, temos de<br />

procurar outros mercados. Foi essa a razão<br />

porque de há uns anos a esta parte fomos<br />

para o Brasil. O país constitui um mercado<br />

bastante competitivo e difícil, porque estamos<br />

a lidar com os nossos fornecedores e<br />

com os concorrentes dos nossos fornecedores<br />

e não temos apoios relativamente à<br />

exportação.”<br />

“A perspetiva do mercado angolano é infinita,<br />

desde que existem condições políticas,<br />

de segurança e de trabalho no país. A única<br />

vantagem que se pode tirar desta crise<br />

que actualmente se vive é que os nossos<br />

clientes do setor do mobiliário tiveram de<br />

ir à procura de novos mercados, por falta<br />

de mercado interno. E algumas empresas<br />

estão a fazer verdadeiros milagres porque<br />

estão a vender muito para França e Espanha,<br />

por exemplo. Nós fomos para o Brasil<br />

porque tínhamos uma estrutura preparada<br />

para atingir um volume de faturação, que<br />

começou a cair. Por isso, tivemos de ‘pegar<br />

nas malas’ e tentar entrar noutro mercado.”<br />

“Relativamente a Angola, estamos a analisar<br />

a evolução do mercado, da política, da<br />

segurança e também muitas empresas que<br />

têm ido para lá. Há já pessoas a ir para Lobito<br />

e Benguela para tentar fugir a essas dificuldades<br />

da capital. Mas vamos entrar no<br />

mercado angolano, isso é uma certeza. Só<br />

estamos à espera do momento certo para<br />

o fazer. Estou a falar em termos de projetos<br />

grandes, porque já temos negócios com o<br />

país, embora a uma escala reduzida.”<br />

“No que diz respeito às empresas portuguesas<br />

que se querem instalar em Angola,<br />

podemos estabelecer parcerias com as<br />

mesmas. Fazemos projetos de chave na<br />

mão, todo o serviço de montagem da unidade<br />

industrial. Ou seja, fazemos o mesmo<br />

que já fazemos em Portugal e no Brasil.<br />

Colocamos à disposição dessas empresas<br />

todo o nosso ‘know-how’, que resulta de<br />

uma experiência de quase 30 anos.”<br />

“Em Portugal, o número de novos projetos<br />

é quase nulo, temos alguns interessantes<br />

que ainda contamos fazer este ano. A grande<br />

dificuldade é o acesso ao financiamento.<br />

O governo deve apoiar as empresas<br />

que têm viabilidade com o acesso ao crédito<br />

e a companhias de leasing. No entanto,<br />

o apoio a novos projetos é demorado.<br />

Existem alguns apoios, nomeadamente às<br />

PME’s, mas o governo também não pode<br />

fazer muito mais. No entanto, se a grande<br />

bandeira do governo é a exportação, devia<br />

apoiar os negócios com linhas de crédito e<br />

seguros de crédito.<br />

A Marjos este ano atingiu um volume de<br />

vendas recorde com as exportações. Pela<br />

primeira vez vendemos mais para fora do<br />

que para o mercado nacional. É uma rela-<br />

ção de 70 por cento ao nível das exportações<br />

para 30 por cento das vendas no mercado<br />

nacional. O nosso grande mercado,<br />

neste momento é o Brasil.”<br />

“Segundo analistas, Portugal vai ser um<br />

dos últimos países a sair da crise. Enquanto<br />

as grandes potencias não recuperarem,<br />

dificilmente as coisas irão melhorar para<br />

Portugal. O grande desafio das empresas<br />

é aguentarem até as melhorias chegarem.<br />

E só as empresas com maior capacidade é<br />

que conseguem isso.<br />

O governo devia apoiá-las. As empresas<br />

que nasceram e cresceram nos anos de<br />

ouro estão menos preparadas para resistirem<br />

à crise. Mas a verdade é que as empresas<br />

que estavam bem, hoje continuam<br />

mais ou menos bem, a maior parte delas<br />

por irem à procura de mercados estrangeiros.<br />

As que estavam mais ou menos estão<br />

a ficar para trás. Umas já faliram e outras<br />

vão falir também.”<br />

“A Marjos preparou-se para enfrentar a crise.<br />

Fomos para o Brasil numa altura em<br />

que a economia atingiu o seu pico – 1999.<br />

Isto aconteceu porque a empresa tinha um<br />

estrutura que eu sabia que não seria suportada<br />

numa situação de crise. Por isso,<br />

tivemos de ir à procura de um mercado alternativo.<br />

Foi um grande passo que demos<br />

e que se reflete positivamente nos dias de<br />

hoje. Apesar de dependermos em grande<br />

parte das exportações, nunca vamos virar<br />

costas ao mercado nacional, que continua<br />

a ser o nosso mercado prioritário. As nossas<br />

raízes estão aqui. No entanto, temos<br />

de ir para fora, porque atualmente, o mercado<br />

nacional não comporta uma empresa<br />

como a Marjos.”<br />

“Às empresas que entram pela primeira vez<br />

no mercado angolano, aconselho que tenham<br />

muito cuidado com os investimentos.<br />

Façam tudo bem pensado, com um grande<br />

apoio jurídico. Não façam nada sem uma<br />

prospeção de mercado bem elaborada.<br />

construam um plano económico-financeiro<br />

e definam uma estratégia. ‘Não se lancem<br />

às escuras’. Não vão lá só porque outros já<br />

foram. Angola é um mercado onde é muito<br />

difícil entrar. Uma incursão não preparada<br />

pode resultar em falência.”<br />

“Portugal tem produto para competir com<br />

outros países. Existem grandes diferenças<br />

entre uma Export Home que era feita há<br />

dez anos atrás e outra que é feita agora.<br />

Os portugueses evoluíram de uma forma<br />

tremenda, sobretudo ao nível do design e<br />

da promoção dos produtos. Temos qualidade.<br />

As grandes empresas não têm problemas<br />

em exportar mobiliário. Mas são precisos<br />

apoios, é necessário que o mercado<br />

abra um pouco.”


0<br />

cimaco apresenta soluções<br />

Decorrente da estratégia de internacionalização do Grupo<br />

Sardinha & Leite, a CIMACO com sede em Luanda, surge<br />

como empresa de direito angolano com início de actividade<br />

em 2004.<br />

Presentemente afirma-se como líder no fornecimento de<br />

produtos e soluções para os sectores da construção civil,<br />

carpintaria e mobiliário.<br />

Dirige-se, nestes segmentos de mercado, preferencialmente<br />

aos clientes profissionais, contando com uma vasta<br />

gama de produtos e soluções adequadas às necessidades<br />

de mercado. O seu catálogo técnico constitui uma<br />

excelente ferramenta de trabalho, estando estruturado<br />

de uma forma simples, clara e de fácil manuseio.<br />

Assente na excelência dos seus profissionais e na oferta<br />

disponível, a CIMACO é hoje um reputado player no<br />

mercado angolano, estando também presente em várias<br />

províncias de Angola, no âmbito da estratégia de<br />

expansão naquele território.<br />

Moviflor em Luanda há dois anos<br />

Instalada em Angola há dois anos, a Moviflor comporta<br />

uma história de quase quatro décadas de dedicação à venda<br />

de mobiliário, iluminação, decoração e de têxteis para o<br />

lar. Hoje, a empresa encontra-se entre as grandes do setor<br />

a nível nacional.<br />

Em 1995, a Moviflor sai de Lisboa e inicia uma expansão<br />

de norte a sul do país, tornando o acesso a soluções de decoração<br />

para o lar mais fáceis e económicas. Atualmente,<br />

as lojas são já 27, incluindo uma on-line, disponível através<br />

do site da marca. Em 2008, a empresa instalou a sua primeira<br />

loja fora do país. A cidade escolhida foi Luanda.<br />

Garantir uma vasta gama de produtos que primam pela excelente<br />

relação qualidade/preço é a missão da marca. O<br />

investimento intensivo na comunicação e a qualidade dos<br />

produtos e serviços faz com que a Moviflor seja reconhecida<br />

pela grande maioria dos portugueses.<br />

memórias<br />

Navais, a 9 de Fevereiro de 2006, visitei-te em Lisboa.<br />

Os bons conselhos dos amigos nem sempre se ouvem.


a comuNicação mEdiÁtica<br />

Na iNtErNacioNaliZação das EmPrEsas<br />

– o caso dE aNGola<br />

Por Amadeu Pinto da Silva<br />

Se no contexto nacional a comunicação<br />

mediática é um dado adquirido, porque não<br />

pensar em ser notícia quando se prepara a<br />

internacionalização da empresa, da marca,<br />

do serviço ou do produto? Quando se merece<br />

ser notícia, deve sempre procurar-se<br />

ser notícia.<br />

A conquista de qualquer mercado pressupõe<br />

sempre uma ambição que assenta necessariamente<br />

numa estratégia, ainda que<br />

pouco definida. Ninguém atua por nós nem<br />

por acaso, sobretudo nos dias de hoje. Por<br />

esta razão, deve traçar-se uma metodologia<br />

mínima de trabalho que permita, a toda<br />

a hora, saber que caminho trilhamos: para<br />

onde vamos, como vamos, com quem vamos.<br />

E o que levamos na bagagem: a marca,<br />

o produto, o serviço, o nome. E como<br />

preparamos a viagem: com que antecedência,<br />

que meios utilizamos, quanto tempo<br />

ficamos.<br />

Pense-se num mercado na moda: Angola.<br />

Pensar Angola constitui atualmente<br />

uma obrigação para qualquer empresa<br />

portuguesa. É um país pacificado, com legislação<br />

actualizada, com um crescimento<br />

sólido (apesar do revés da crise mundial),<br />

com uma população extremamente jovem,<br />

com enorme apetência por um sem-número<br />

de produtos e bens. Pense-se também os<br />

laços que nos unem. Angola é ainda uma<br />

potência regional em crescente afirmação<br />

internacional…<br />

Assim sendo, tal como no mercado interno,<br />

as empresas devem pensar a sua internacionalização<br />

apoiada nas formas de comunicação<br />

que melhor contribuam para que<br />

a sua presença seja bem sucedida. Nesta<br />

perspetiva, a comunicação mediática, nas<br />

vertentes de assessoria de imprensa e re-<br />

lações públicas, pode ser determinante.<br />

Trata-se exatamente de atuar com vista a<br />

ser notícia nos meios de informação em<br />

geral (imprensa, rádio, televisão e digitais)<br />

e de desenvolver atividades que criem laços<br />

sãos e produtivos com os diferentes<br />

públicos. Conjugadas, ambas as disciplinas<br />

contribuírem para uma rápida e maior adaptação<br />

ao meio ambiente, justificando, por<br />

exemplo, a presença da empresa (marca,<br />

produto, serviço) nesse mercado.<br />

Pergunte-se, então: para onde vamos?<br />

Parece, pois, evidente, que Angola deve ser<br />

privilegiada por qualquer empresa nacional.<br />

Quaisquer notícias menos positivas que<br />

surjam (e elas surgem a cada passo relativamente<br />

a qualquer país) não nos devem<br />

intimidar face ao potencial que o país representa.<br />

É sabido que quem chega primeiro<br />

ocupa o lugar vago. E os primeiros a chegar<br />

acabam por repartir entre si o mercado,<br />

de acordo com as particularidades de cada<br />

um.<br />

Pergunte-se: como vamos?<br />

Mas, convenhamos, ir para um terreno desconhecido<br />

não é fácil nem as potenciais dificuldades<br />

devem ser subestimadas. Há hoje<br />

em Angola mecanismos e parceiros certos<br />

e sérios que facilitam a entrada a todos os<br />

níveis. Qualquer associação empresarial<br />

sabe dizê-lo e também não é desmérito<br />

para ninguém perguntar a quem quer que<br />

seja, de preferência a quem já esteja no<br />

mercado.<br />

Pergunte-se: com quem vamos?<br />

Dependendo da iniciativa de cada um, da<br />

sua capacidade financeira e dos recursos<br />

humanos de que dispõe, ir para Angola parece-nos<br />

que exige parceria. Uma parceria<br />

sobretudo com quem já esteja no terreno e<br />

que assuma o papel de consultor em aspectos<br />

que são verdadeiramente determinantes<br />

como, por exemplo, faça connosco uma visita<br />

guiada ao mercado que estimamos seja<br />

o nosso – mas que pode não ser, nem sabermos<br />

onde está. E que medeie encontros<br />

com potenciais clientes, com parceiros de<br />

confiança. E que nos ensine a falar a mesma<br />

linguagem e a lidar com a necessária<br />

burocracia. Se este passo for dado em primeiro<br />

lugar, provavelmente ajudará a definir<br />

o seguinte com muito mais segurança.<br />

Pergunte-se: O que levamos na bagagem:<br />

a marca, o produto, o serviço,<br />

o nome?<br />

Será que em Angola a nossa marca tem<br />

um nome aceitável ou pode ser um caso<br />

sério de insucesso logo à partida? O nosso<br />

produto adequa-se mesmo ao consumidor<br />

médio angolano? Qual deles: masculino ou<br />

feminino, jovem ou idoso, etc, etc. E o serviço,<br />

é mesmo necessário tal como o produzimos<br />

ou exige uma adaptação para a realidade<br />

do país? E o nome da empresa: não<br />

será que já existe alguma local com nome<br />

semelhante?<br />

Para responder a todas estas (e muitas<br />

mais) perguntas, não nos parece viável fazer<br />

uma viagem de prospeção como quem<br />

faz turismo. Provavelmente o tempo para<br />

obtenção de um visto deitará por terra muitos<br />

anseios. Angola, por muito familiar que<br />

nos seja, é-nos completamente desconhecida.<br />

E pisar terreno desconhecido pode ser<br />

perigoso.<br />

Pergunte-se: como preparamos a<br />

viagem?<br />

Está visto que a viagem pode ser só ou<br />

acompanhada. Defendemos que seja<br />

acompanhada. Pode ser planeada mais ou<br />

menos. Defendemos que seja preparada o<br />

mais possível. Se se tiver também um plano<br />

de comunicação, tanto melhor. Um plano de<br />

comunicação feito à imagem e semelhança<br />

de um plano interno, mas devidamente<br />

adaptado à realidade angolana. Esta preparação<br />

pode ser a diferença entre um sucesso<br />

maior ou menor, a curto ou a longo<br />

prazo.<br />

Pergunte-se: com que antecedência?<br />

Resolvidas as questões anteriores, a empresa<br />

pode e deve recorrer aos meios de<br />

informação adequados para dizer que vai<br />

estar naquele mercado com determinado<br />

posicionamento. Isto é, põe-se em prática<br />

a comunicação mediática. Com um calendário<br />

definido, é possível criar as condições<br />

necessárias para que a chegada seja espe-<br />

rada e a presença tranquila.<br />

O timing de atuação através da comunicação<br />

terá a ver com o calendário de implantação<br />

no terreno. Nem demasiado antes de<br />

se chegar nem só depois de se estar. Mas<br />

seguramente durante a estada no mercado,<br />

mantendo uma presença regular nos meios<br />

de informação em geral, adequando a informação<br />

de acordo com o conteúdo implícito<br />

na mesma: economia, sociedade, etc. Registe-se<br />

que Angola não tem ainda desenvolvida<br />

a sua oferta editorial, por exemplo<br />

com publicações especializadas por sector<br />

e segmento de actividade, perfil sócio-económico,<br />

etário, etc.<br />

Pergunte-se: que meios utilizamos?<br />

A comunicação mediática pode ser assegurada<br />

internamente ou executada por uma<br />

agência de comunicação. Neste caso, perante<br />

a idiossincrasia do mercado angolano,<br />

uma situação mista também é admissível.<br />

Pergunte-se: quanto tempo ficamos?<br />

Convenhamos que esta componente respeita<br />

inteiramente à visão estratégica da<br />

empresa. A solidez do negócio, o ciclo de<br />

vida do(s) produto(s), a abrangência do serviço,<br />

a dispersão territorial das vendas…<br />

Ah! Lembre-se que a imensidão angolana<br />

não corresponde a uma proporcional densidade<br />

populacional. Estima-se uma população<br />

entre os 15 e 18 milhões de habitantes<br />

(!) sendo que das 18 capitais de província<br />

só seis têm mais de um milhão. Luanda,<br />

que terá 3,5 milhões, centraliza também a<br />

maioria dos serviços, desenvolvimento e,<br />

claro, a sede dos meios de informação.<br />

Diga o que tem a dizer é, pois, o incentivo<br />

que se deixa. Angola como país e potência<br />

regional deve finalmente ser encarada<br />

como plataforma para toda a África. Comunicar<br />

estruturadamente pode fazer a diferença<br />

entre ir e ficar ou ter uma cara e má<br />

experiência.<br />

Amadeu Pinto da Silva<br />

Director-geral da APS.Comunicação<br />

aps@apscom.pt<br />

www.apscom.pt


aPcm com delegação em angola<br />

A APCM – Associação Portuguesa de<br />

Comércio Mobiliário, abriu no início do<br />

ano uma delegação em Angola, com vista<br />

à recolha e difusão de informação. A<br />

delegação é dirigida por Navali Nurali,<br />

um dos mais destacados diretores da<br />

Associação nos seus primeiros anos de<br />

atividade e que entretanto estabeleceu<br />

residência em Angola.<br />

“A minha missão consiste em assegurar<br />

um elo de ligação entre os agentes dos<br />

dois países e apoiar os empresários angolanos<br />

que pretendem estabelecer contatos<br />

com Portugal e fazer a mesma coisa<br />

com os portugueses que pretendem<br />

trabalhar no mercado angolano. Ambos<br />

os países têm uma ligação histórica plurissecular<br />

e da cooperação mútua resultam<br />

mais-valias para todos”, afirma Navazali Nurali.<br />

Em Portugal, a APCM tem desenvolvido trabalho de destaque, com a promoção de<br />

atividades e projetos que visam apresentar opções estratégicas de forma a tornar o<br />

setor mais competitivo na conjuntura económica portuguesa e mundial, assim como<br />

proporcionar aos seus associados ferramentas eficazes nas várias vertentes de atuação.<br />

A atribuição de etiqueta de qualidade a lojas do setor, promovendo boas práticas<br />

comerciais, tem sido uma das bandeiras da associação, sendo um dos seus projetos<br />

mais mediáticos. A APCM impulsionou também a criação do cartão decorador que<br />

visa reconhecer as competências dos profissionais do sector.<br />

comércio, indústria e serviços<br />

unidos em Paredes<br />

A Associação Empresarial de Paredes (AEParedes), que representa a atividade profissional<br />

de um conjunto de empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços<br />

do concelho, disponibiliza uma série de serviços, que incluem formação nas<br />

áreas das línguas, informática, alimentação, gestão, artes e condução, assim como<br />

certificação escolar através do programa Novas Oportunidades.<br />

A AEParedes possui um gabinete de segurança, higiene e saúde no trabalho e departamentos<br />

das áreas de contabilidade e fiscalidade, administração e atendimento ao<br />

público, apoio ao desenvolvimento empresarial e apoio jurídico.<br />

A associação privada sem fins lucrativos surgiu no início da década de 40, como Grémio<br />

do Comércio do Concelho de Paredes.<br />

crise traz oportunidades<br />

ao setor mobiliário<br />

Em tempo de crise, a internacionalização foi apontada como um desafio e uma oportunidade<br />

no setor mobiliário no seminário “Internacionalização do Mobiliário Português”,<br />

que decorreu em Paços de Ferreira.<br />

“Participar em missões empresariais contribui para o conhecimento de outros mercados,<br />

das diferentes formas de negociar, as tradições e culturas locais, conhecer<br />

agentes e importadores e potenciar as vendas”, afirmou José Ribeiro, diretor-geral<br />

da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), que apresentou a palestra<br />

“Missões empresariais e feiras internacionais: objectivos vs. resultados”.<br />

A internacionalização das empresas da região da Capital do Móvel não é um objetivo<br />

recente da associação, que agenda reuniões e encontros com agentes, importadores,<br />

distribuidores e comerciantes, proporciona visitas a espaços comerciais e acompanha<br />

e apoia as empresas associadas durante e após a missão.

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