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Folha de Sala - Teatro Virgínia

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Ci rc o l a n d o<br />

Sob direcção artística <strong>de</strong> André Braga e Cláudia<br />

Figueiredo, Circolando <strong>de</strong>senvolve a sua activida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999. Vem afirmando a singularida<strong>de</strong> do seu<br />

projecto artístico com a criação e difusão <strong>de</strong> espectáculos<br />

que propõem um teatro visual e interdisciplinar<br />

que cruza o teatro físico, a dança, o teatro <strong>de</strong><br />

objectos, o circo, a música e o ví<strong>de</strong>o.<br />

Um teatro dançado que habita as paisagens do sonho.<br />

Um teatro próximo da poesia que traz histórias libertas<br />

<strong>de</strong> toda a lógica narrativa. Histórias que, mais<br />

do que contadas, querem-se livremente inventadas<br />

por um espectador contemplativo. Histórias que<br />

não preten<strong>de</strong>m oferecer um sentido, mas <strong>de</strong>spertar<br />

todos os sentidos... com imagens, músicas, cheiros,<br />

emoções...<br />

Um teatro itinerante com forte difusão internacional.<br />

Fora <strong>de</strong> Portugal, Circolando já foi acolhida<br />

em Espanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Reino<br />

Unido, Alemanha, Áustria, Polónia, Eslovénia, Brasil,<br />

Coreia do Sul e China.<br />

O acolhimento <strong>de</strong> projectos da autoria <strong>de</strong> artistas<br />

associados – os <strong>de</strong>nominados projectos-satélite – e<br />

os ateliers <strong>de</strong> formação em diversos campos artísticos<br />

completam o âmbito do projecto Circolando.<br />

©Tuna/TNSJ<br />

Público Alvo :: M 8 anos Duração :: c.1h25<br />

mais informações 249 839 300 | 309<br />

www.teatrovirginia.com<br />

Apresentação no âmbito da re<strong>de</strong><br />

Co-Financiamento<br />

Mansarda<br />

Circolando<br />

<strong>Teatro</strong> Virgínia . Torres Novas<br />

30 Outubro 2010<br />

sábado 21h30


Ma n s a r d a<br />

Aqui eu fui feliz aqui fui terra<br />

aqui fui tudo quanto em mim se encerra<br />

aqui me senti bem aqui o vento veio<br />

aqui gostei <strong>de</strong> gente e tive mãe<br />

em cada árvore e até em cada folha<br />

aqui enchi o peito e mesmo até <strong>de</strong>sfeito<br />

eu fui aquele que da vida vil se orgulha<br />

Ruy Belo<br />

Espectáculo <strong>de</strong> encerramento do ciclo “Poética da Casa”, “Mansarda”<br />

instala-nos nesse lugar entre céu e terra – o sótão, as<br />

águas-furtadas –, propondo-nos uma súmula <strong>de</strong> várias i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

casa. Uma súmula <strong>de</strong> memórias vivas, feitas <strong>de</strong> terra, ar e água,<br />

com a forma redonda do tempo solar: dia, noite, Inverno, Verão.<br />

Ao longo da vida vamos construindo um sótão-abrigo on<strong>de</strong><br />

guardamos os nossos sonhos-lembrança fundamentais. As<br />

vivências, as histórias, as imagens que fomos retendo para<br />

po<strong>de</strong>rmos a elas voltar sempre que o <strong>de</strong>sejamos. No fundo,<br />

uma casa para o nosso coração. Uma casa que se confun<strong>de</strong><br />

connosco e sempre nos acompanha.<br />

Velhos, visitamos estes sótãos com raízes numa infância<br />

longínqua e fazemos soar livres os fios da memória.<br />

Baralhamos a curva do tempo. Caminhamos em direcção aos<br />

inícios, vamos para o lugar on<strong>de</strong> se encontra a morada dos<br />

nossos <strong>de</strong>vaneios...<br />

Uma casa com raízes e sabor a terra.<br />

Uma casa convertida num ser da natureza, uma “gran<strong>de</strong> planta<br />

<strong>de</strong> pedra” sensível ao ciclo das estações.<br />

Uma casa-corpo-árvore, pés mergulhados na terra<br />

e cabeça a tocar o céu.<br />

Uma casa que nos enraíza e nos fixa a um lugar, a uma história.<br />

Que mantém vivo no fundo <strong>de</strong> nós um mundo rural antigo.<br />

Uma casa com a lembrança dos campos e dos animais.<br />

Burros, ovelhas, galinhas... Com as noites frias <strong>de</strong> Inverno e os<br />

serões <strong>de</strong> trabalho e festa em comunida<strong>de</strong>.<br />

O sol ar<strong>de</strong>nte e os campos que entram pela casa a<strong>de</strong>ntro.<br />

Arrincar, sacudir, maçar… sonhos-lembrança com alguns<br />

verbos <strong>de</strong> trabalho... A palha solta pelo ar e as rodas da<br />

cabeça a olhar o céu.<br />

Uma casa que integra o vento e aspira a uma leveza aérea.<br />

Baloiço, um navio que conduz ao céu. O ritmo<br />

do sopro, a origem do vento.<br />

O céu dura tanto tempo… range e rola colado aos braços.<br />

Casa da terra se<strong>de</strong>nta e dos secretos rituais para chamar<br />

a chuva. Prece miudinha. Religiosida<strong>de</strong> silenciosa. Juntos,<br />

percorremos o caminho das velas. Pingas nos <strong>de</strong>dos, pingas<br />

em todo o corpo. Chuva.<br />

Chuva na casa que acolhe um sonho <strong>de</strong> mar.<br />

Casa alagada, casa-ilha, casa flutuante. Casa da eternida<strong>de</strong>.<br />

Cala-se o tempo. O mar todo à volta.<br />

Navegamos sem rumo eternamente.<br />

As linguagens das imagens e das emoções, do corpo, dos<br />

objectos, da música são a base <strong>de</strong>ste novo manifesto poético<br />

que, sem palavras, quer falar da importância da preservação da<br />

memória e do <strong>de</strong>vaneio.<br />

Os escritos <strong>de</strong> Bachelard e os <strong>de</strong>senhos, as esculturas e as<br />

instalações <strong>de</strong> Louise Bourgeois foram o ponto <strong>de</strong> partida para<br />

um diálogo com múltiplos autores: Tonino Guerra, Miguel Torga,<br />

Cesare Pavese, Mia Couto, Chagall, Dussaud… A máscara,<br />

a dança com ca<strong>de</strong>iras, cântaros, ramos, palha, a música das<br />

sanfonas e sanfonelas, a voz e o canto, algumas das matérias<br />

base no trabalho <strong>de</strong> improvisação teatral.<br />

Sucessão <strong>de</strong> quadros que po<strong>de</strong>m ter diversas leituras, a obra<br />

abre-se às histórias singulares <strong>de</strong> cada espectador.<br />

Uma casa que se confun<strong>de</strong> connosco<br />

Excerto <strong>de</strong> um texto <strong>de</strong> Mónica Guerreiro escrito por ocasião<br />

da estreia do espectáculo<br />

Não é fácil ficar imune à força poética <strong>de</strong> quadros contemplativos, envolventes,<br />

que se <strong>de</strong>screvem em micro-narrativas, articuladas segundo<br />

uma lógica dramatúrgica que confere à música, ao movimento, à<br />

plasticida<strong>de</strong> cénica e ao virtuosismo físico igual importância.<br />

Depois <strong>de</strong> “Quarto Interior” e “Casa-Abrigo”, também “Mansarda”<br />

retoma lugares e figuras antigas, que reconhecemos no nosso<br />

íntimo e acompanhamos com cumplicida<strong>de</strong>. Crianças. Velhos.<br />

Bêbados. Artesãos. Personagens-tipo sem nome nem história,<br />

que não têm i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fixa do início ao fim.<br />

Criação-síntese da trilogia “Poética da Casa”, esta nova obra<br />

prossegue a simbologia da casa e das suas <strong>de</strong>rivações metonímicas:<br />

naquele vão <strong>de</strong> telh do, <strong>de</strong>spido até ficarem apenas<br />

as traves essenciais, são encenadas propostas <strong>de</strong> figuração <strong>de</strong><br />

casas do passado, habitadas <strong>de</strong> memórias, casas <strong>de</strong> pó e <strong>de</strong><br />

sal, <strong>de</strong> festa e <strong>de</strong> solenida<strong>de</strong>, casas em <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água e<br />

<strong>de</strong> infinito.<br />

Fic h a a r t í s t ic a<br />

Criação colectiva<br />

Direcção artística André Braga e Cláudia Figueiredo<br />

Direcção e concepção plástica André Braga<br />

Dramaturgia Cláudia Figueiredo<br />

Composição musical Alfredo Teixeira<br />

Interpretação Ana Madureira, André Braga, Graça Ochoa,<br />

Inês Oliveira, João Vladimiro, Mafalda Saloio, Patrick Murys<br />

Cenografia André Braga, Carlos Pinheiro, Nuno Gue<strong>de</strong>s,<br />

Américo Castanheira<br />

Instrumentos musicais Sandra Neves (sanfonas e sanfonelas)<br />

André Braga, Alfredo Teixeira, Nuno Gue<strong>de</strong>s, Duarte Costa<br />

(sanfonas)<br />

Figuras dos velhos Sandra Neves, Lília Catarina (máscaras<br />

femininas)<br />

A<strong>de</strong>reços Sandra Neves, Carlos Pinheiro, Nuno Gue<strong>de</strong>s<br />

Figurinos Inês Mariana Moitas<br />

Coor<strong>de</strong>nação da construção Nuno Gue<strong>de</strong>s<br />

Apoio à construção Nuno Brandão, Emanuel Santos,<br />

Alexandra Barbosa<br />

Desenho <strong>de</strong> luz Cristóvão Cunha<br />

Desenho e operação <strong>de</strong> som Harald Kuhlmann<br />

Produção Ana Carvalhosa (direcção) e Cláudia Santos<br />

Coor<strong>de</strong>nação técnica e operação <strong>de</strong> luz Francisco Tavares Teles<br />

Direcção <strong>de</strong> cena Ana Carvalhosa<br />

Palco e montagem Nuno Gue<strong>de</strong>s, Carlos Pinheiro, Nuno Brandão<br />

Co-produção Circolando, Próspero - Projecto Plurianual <strong>de</strong><br />

Cooperação Cultural, Centro Cultural <strong>de</strong> Belém e <strong>Teatro</strong><br />

Nacional São João<br />

Residência <strong>de</strong> criação <strong>Teatro</strong> Virgínia<br />

Circolando é uma estrutura subsidiada pelo MC/DGArtes<br />

Outros apoios IEFP / Cace Cultural do Porto

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