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a influência da embalagem no composto de marketing - Congresso ...

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31 <strong>de</strong> Julho a 02 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2008<br />

A INFLUÊNCIA DA EMBALAGEM NO<br />

COMPOSTO DE MARKETING<br />

Marcos Arêas <strong>de</strong> Faria (Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Novos Horizontes)<br />

mareasfaria@yahoo.com.br<br />

Caissa Veloso e Sousa (FEAD Minas)<br />

caissaveloso@yahoo.com.br<br />

Resumo<br />

A <strong>embalagem</strong> é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um dos itens relevantes para o embate dos cinco<br />

segundos finais consi<strong>de</strong>rados o momento mais crítico do processo <strong>de</strong> <strong>marketing</strong>,<br />

quando o produto é colocado na frente do consumidor e tem que arrancar <strong>de</strong>le a<br />

<strong>de</strong>cisão final <strong>de</strong> compra. A <strong>embalagem</strong> “fala” e, portanto, é necessário manter<br />

entre ela e a exibitécnica- termo que traduz a arte <strong>de</strong> expor e <strong>de</strong> exibir produtos -<br />

um ponto <strong>de</strong> consonância com as emoções e convicções do ser huma<strong>no</strong>. Como um<br />

espelho do consumidor, a <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong>ve ter i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> com o produto, <strong>de</strong>ve<br />

penetrar <strong>no</strong> âmago do consumidor sem, contudo, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> trabalhar seu lado<br />

racional. Deve transmitir as características do produto atribuindo-lhe quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

e benefícios. Diante <strong>da</strong> importância do item <strong>embalagem</strong> durante o processo <strong>de</strong><br />

compra, este trabalho tem como objetivo principal mostrar a influência <strong>da</strong><br />

<strong>embalagem</strong> <strong>no</strong> <strong>composto</strong> <strong>de</strong> <strong>marketing</strong> e <strong>de</strong> uma forma mais específica, se<br />

preten<strong>de</strong> mostrar como a mesma é usa<strong>da</strong> <strong>no</strong> ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> para atrair o<br />

consumidor.<br />

Abstract<br />

The packing is consi<strong>de</strong>red one of the relevant items for the collision of the final<br />

five seconds consi<strong>de</strong>red the most critic moment of the <strong>marketing</strong> process, when<br />

the product is put in front of the consumer and it has to start of him/her the final<br />

<strong>de</strong>cision of purchase. The packing “speaks” itself and, therefore, it is necessary to<br />

maintain between it and the exhibition - term that translates the art of exposing<br />

and of exhibiting products - a consonance point with the emotions and the human<br />

being’s convictions. As a mirror of the consumer, the packing should have i<strong>de</strong>ntity<br />

with the product. The packing should penetrate in the consumer’s heart without<br />

however to let of working his/her rational si<strong>de</strong>. It should transmit the<br />

characteristics of the product attributing itself qualities and benefits. Consi<strong>de</strong>ring<br />

the importance of the packing during the purchase process, this study has as main<br />

objective to show the influence of the packing in the <strong>marketing</strong> mix and more<br />

specifically to show as the same one is used in the sale’s points for attracting the<br />

consumer.<br />

Palavras-chaves: Palavras- Chave: Embalagem, Marketing , Ven<strong>da</strong>s.


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IV CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Socioambiental <strong>da</strong>s Organizações Brasileiras<br />

Niterói, RJ, Brasil, 31 <strong>de</strong> julho, 01 e 02 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna e liberal, ao indivíduo é faculta<strong>da</strong> uma margem <strong>de</strong> escolha,<br />

po<strong>de</strong>ndo este fazer opções que o beneficiam. Esta relativa liber<strong>da</strong><strong>de</strong> implica que há<br />

concorrência entre os indivíduos ou empresas, com o conseqüente <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong><br />

lucros que permitam <strong>no</strong>vos empreendimentos. Esta é a base em que <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> vive e se<br />

expan<strong>de</strong>.<br />

À medi<strong>da</strong> que a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica provocou um aumento <strong>no</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>da</strong><br />

população (brasileira e mundial), o mercado <strong>de</strong> embalagens passou a ter um papel<br />

fun<strong>da</strong>mental na indústria e <strong>no</strong> varejo.<br />

Com as <strong>no</strong>vas exigências do consumidor e as mu<strong>da</strong>nças que vêm ocorrendo <strong>no</strong> cenário<br />

econômico e sócio-cultural, as empresas têm se preocupado ca<strong>da</strong> vez mais com alguns<br />

aspectos estéticos dos produtos, que anteriormente não eram levados em consi<strong>de</strong>ração. O<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> chamar a atenção do consumidor em meio a inúmeros outros produtos faz <strong>da</strong><br />

<strong>embalagem</strong> um importante item <strong>de</strong> diferencial competitivo.<br />

Muito se fala na criação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, produtos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado, alvo do<br />

<strong>de</strong>sejo dos consumidores, porém com o dinamismo crescente do mercado, produtos <strong>de</strong> sucesso<br />

hoje se tornam obsoletos rapi<strong>da</strong>mente e preteridos pelos consumidores amanhã.<br />

Gobe (2004) salienta que quase todos os bens comercializados <strong>de</strong>vem ser embalados e<br />

que por isso a <strong>embalagem</strong> é um elemento fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> estratégia <strong>de</strong> produto na maioria <strong>da</strong>s<br />

empresas, acrescentando valor, influenciando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> percebi<strong>da</strong> pelos consumidores e<br />

posicionando a marca.<br />

Segundo Mestriner (2002) estamos situados numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial e capitalista<br />

on<strong>de</strong> a produção, distribuição e utilização <strong>de</strong> embalagens geram negócios globais num valor<br />

estimado <strong>de</strong> 500 bilhões <strong>de</strong> dólares/a<strong>no</strong> com tendência <strong>de</strong> crescer ain<strong>da</strong> mais <strong>no</strong>s próximos<br />

a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>vido à ampliação do comércio global.<br />

O setor alimentício é o mais afetado quando se trata <strong>de</strong> embalagens, porque os usuários<br />

esperam que além <strong>de</strong> higiênicas, estas também sejam capazes <strong>de</strong> conservar o alimento <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> abertas. No Brasil a <strong>embalagem</strong> ain<strong>da</strong> faz parte dos custos <strong>de</strong> produção, sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong><br />

atenção (RICHERS, 2000).<br />

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Niterói, RJ, Brasil, 31 <strong>de</strong> julho, 01 e 02 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008<br />

De acordo com Mestriner (2002) estamos situados numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial e<br />

capitalista on<strong>de</strong> a produção, distribuição e utilização <strong>de</strong> embalagens geram negócios globais<br />

num valor estimado <strong>de</strong> 500 bilhões <strong>de</strong> dólares/a<strong>no</strong> com tendência <strong>de</strong> crescer ain<strong>da</strong> mais <strong>no</strong>s<br />

próximos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>vido à ampliação do comércio global.<br />

O setor alimentício é o mais afetado quando se trata <strong>de</strong> embalagens, porque os usuários<br />

esperam que além <strong>de</strong> higiênicas, estas também sejam capazes <strong>de</strong> conservar o alimento <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> abertas. No Brasil a <strong>embalagem</strong> ain<strong>da</strong> faz parte dos custos <strong>de</strong> produção, sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong><br />

atenção (RICHERS, 2000).<br />

A <strong>embalagem</strong> é um item importante <strong>no</strong> mix <strong>de</strong> <strong>marketing</strong>, pois a mesma po<strong>de</strong> exercer<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> sedução, cativando o consumidor, <strong>de</strong>spertando <strong>de</strong>sejos e levando-o ao ato <strong>da</strong><br />

compra, que é a ação comprovadora <strong>da</strong> eficiência do <strong>marketing</strong> aplicado. Kotler (1999)<br />

afirma que <strong>no</strong>s dias atuais a <strong>embalagem</strong> faz não só sua função primordial <strong>de</strong> proteger o<br />

produto, mas também é uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta <strong>de</strong> <strong>marketing</strong>, com várias tarefas <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> atrair a atenção do consumidor até <strong>de</strong>screver o produto e realizar a ven<strong>da</strong>. Para Ar<strong>no</strong>uld<br />

(1999), quando se trata <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> consumo, a <strong>embalagem</strong> é um importante item do<br />

programa <strong>de</strong> Marketing, pois além <strong>de</strong> servir para transportar e estocar produtos também para<br />

i<strong>de</strong>ntificá-los.<br />

Se consi<strong>de</strong>rado que o visual, cor, formato ou pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> são<br />

importantes influenciadores dos consumidores <strong>no</strong> ato <strong>da</strong> compra, estudos que ampliem os<br />

conhecimentos sobre esta importante ferramenta que encanta e provoca o consumidor, são<br />

importantes para a indústria <strong>de</strong> varejo como um todo.<br />

Diante <strong>da</strong> importância do item <strong>embalagem</strong> durante o processo <strong>de</strong> compra, este trabalho<br />

tem como objetivo principal mostrar a influência <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> <strong>no</strong> <strong>composto</strong> <strong>de</strong> <strong>marketing</strong> e<br />

<strong>de</strong> uma forma mais específica, se preten<strong>de</strong> mostrar como a mesma é usa<strong>da</strong> <strong>no</strong> ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong><br />

para atrair o consumidor.<br />

2. O CONTEXTO HISTORICO E PRÁTICO DAS EMBALAGENS<br />

2.1. DESCRIÇÃO HISTORICA<br />

Acredita-se que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seus primórdios o homem necessitou conter, proteger e<br />

transportar seus produtos. E isso, <strong>de</strong> certa forma, o obrigou a criar as primeiras embalagens<br />

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<strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não existem informações precisas sobre o assunto, mas há a idéia <strong>de</strong> que<br />

conchas marinhas, cascas <strong>de</strong> castanhas ou <strong>de</strong> coco e bambu <strong>de</strong>vem ter sido as primeiras<br />

embalagens utiliza<strong>da</strong>s para estocar e beber. Fabrica<strong>da</strong>s pela habili<strong>da</strong><strong>de</strong> manual do homem,<br />

sem qualquer beneficiamento.<br />

Segundo Gobe (2004) até 1900 a i<strong>de</strong>ntificação dos produtos era feita por meio <strong>da</strong><br />

forma <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong>, que não continham <strong>no</strong>mes, indicações <strong>de</strong> origem, imagens ou outros<br />

recursos visuais. As transações se pautavam em relações <strong>de</strong> confiança entre comerciantes e<br />

consumidores. Os rótulos <strong>de</strong> pa<strong>no</strong> surgiram <strong>no</strong> século XV e os <strong>de</strong> papel na vira<strong>da</strong> do século<br />

XVIII para o XIX.<br />

A Primeira Guerra Mundial acelerou a tendência <strong>de</strong> se embalar produtos<br />

separa<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong> forma avulsa, consi<strong>de</strong>rando-se a pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> rações às<br />

tropas em peque<strong>no</strong>s pacotes. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1930 a arte gráfica se tor<strong>no</strong>u mais simples,<br />

buscando atrair a atenção imediata, com o aperfeiçoamento <strong>da</strong>s embalagens. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

40, <strong>de</strong>vido a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, as embalagens precisaram ser modifica<strong>da</strong>s em muitos<br />

países em função <strong>da</strong> escassez <strong>de</strong> materiais e <strong>de</strong> tinta para impressão, com a redução dos<br />

rótulos para eco<strong>no</strong>mia <strong>de</strong> papel. A Inglaterra li<strong>de</strong>rou o movimento pela <strong>embalagem</strong> mais<br />

funcional, que traziam coloridos apenas o <strong>no</strong>me <strong>da</strong> marca e poucas instruções.<br />

Após a Segun<strong>da</strong> Guerra houve <strong>de</strong>senvolvimento dos mercados <strong>de</strong> massa, dos meios <strong>de</strong><br />

comunicação e dos supermercados -auto-serviço-, o que levou as empresas a perceberem a<br />

importância <strong>da</strong>s embalagens na competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado. Em 1950, a maioria dos produtos<br />

era pré-embala<strong>da</strong> e, com a opressão exerci<strong>da</strong> pelos gran<strong>de</strong>s varejistas às pequenas mercearias,<br />

a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos instantaneamente i<strong>de</strong>ntificáveis, que se ven<strong>de</strong>ssem por si próprios,<br />

tor<strong>no</strong>u-se imperativa. Foi esse o momento em que a <strong>embalagem</strong> tor<strong>no</strong>u-se um forte<br />

instrumento <strong>de</strong> <strong>marketing</strong>, evocando por meio <strong>de</strong> imagens um conjunto <strong>de</strong> valores na mente<br />

do consumidor.<br />

A mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> marcou a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, quando fast-foods, refrigerantes, freezers,<br />

alimentos prontos, congelados e dietéticos estavam se tornando comuns, influenciando hábitos<br />

alimentares e estilos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> pessoas em todo o mundo. A tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong><br />

continuou a se aperfeiçoar <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 1970, somando-se à incrível varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos e ofertas<br />

A <strong>embalagem</strong> tor<strong>no</strong>u-se um veículo <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtos ain<strong>da</strong> mais po<strong>de</strong>roso, na<br />

déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, quando os <strong>de</strong>signers perceberam que ela podia ser integra<strong>da</strong> a uma concepção<br />

ampla <strong>da</strong> marca, veiculando uma mensagem global ao consumidor, <strong>de</strong> forma a integrar to<strong>da</strong> a<br />

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comunicação empresarial. O crescimento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong>s embalagens <strong>no</strong> final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> 1990 e <strong>no</strong> início do <strong>no</strong>vo milênio se <strong>de</strong>veu a alguns fatores, como: auto-serviço, afluência<br />

dos consumidores, imagem <strong>da</strong> empresa e <strong>da</strong> marca e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> constante i<strong>no</strong>vação.<br />

Verifica-se nas formas <strong>de</strong> apresentação <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s embalagens <strong>no</strong> tempo<br />

(Gobe,2004 ; Mestriner,200), o quanto as mesmas são representativas como fator <strong>de</strong>cisivo<br />

para afirmação <strong>de</strong> produtos e para a sobrevivência <strong>de</strong> indústrias em qualquer parte do mundo e<br />

em quase todos os segmentos <strong>de</strong> mercado. Para Gobe (2004) a <strong>embalagem</strong> se tor<strong>no</strong>u também<br />

mais uma forma <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> culturas. Na Europa, on<strong>de</strong> se enfatiza estilo, as embalagens<br />

são ricas em <strong>de</strong>talhes e há preocupação com o lado artístico do <strong>de</strong>sign, como <strong>no</strong> caso <strong>da</strong>s<br />

embalagens <strong>de</strong> perfumes, diferente <strong>da</strong> cultura dos Estados Unidos, on<strong>de</strong> as máximas são a<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a pratici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

2.2. DESCRIÇÃO PRÁTICA<br />

A <strong>embalagem</strong> nasce por meio <strong>de</strong> um projeto, que <strong>de</strong>ve ser bem elaborado, <strong>de</strong> forma a<br />

agregar valor para o produto. Em geral, os projetos <strong>de</strong> embalagens são concebidos por<br />

<strong>de</strong>signers. Cientes <strong>de</strong> que para alcançar um bom resultado final é necessária responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e participação, estes profissionais <strong>de</strong>vem seguir uma metodologia, que é composta por 10<br />

pontos-chave (Mestriner, 2002), a saber:<br />

Conhecer o produto;<br />

Conhecer o consumidor;<br />

Conhecer o mercado;<br />

Conhecer a concorrência;<br />

Conhecer tecnicamente a <strong>embalagem</strong> a ser projeta<strong>da</strong>;<br />

Conhecer os objetivos mercadológicos;<br />

Ter uma estratégia para o <strong>de</strong>sign;<br />

Desenhar <strong>de</strong> forma consciente<br />

Trabalhar integrado com a indústria;<br />

Fazer a revisão final do projeto.<br />

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Cabe <strong>de</strong>stacar a importância <strong>da</strong> aplicação final <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong>, pois disso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />

qual matéria-prima será utiliza<strong>da</strong>. Na TAB. 1, são apresentados<br />

embalagens e suas aplicações:<br />

os principais tipos <strong>de</strong><br />

Tabela 1: Principais tipos <strong>de</strong> embalagens e suas aplicações<br />

Matéria-prima Embalagens Principais tipos <strong>de</strong> produtos<br />

Garrafas<br />

Cervejas-Vinhos-Destilados-Bebi<strong>da</strong>s finas<br />

Vidro Frascos Cosméticos-Perfumes-Medicamentos<br />

Ampolas<br />

Medicamentos- Cosméticos<br />

Copos<br />

Requeijão- Extrato <strong>de</strong> tomate- Geléias<br />

Potes<br />

Conservas- Geléias- Café Solúvel<br />

Cartão Cartuchos Farinhas-Flakes-Hambúrgueres<br />

(semi-rígido) Caixas Calçados-Eletro/Eletônicos-Bombons<br />

Envelopes Material Papelaria- Meias Femininas<br />

Celulose Papelão e Cartonados Leite Longa Vi<strong>da</strong>- Sucos- Bebibas Lácteas<br />

Papelão Caixas Alimentos- Eletro/Eletônicos- Frutas<br />

microondulado<br />

Embalagens <strong>de</strong> transporte ( secundárias)<br />

Papel Sacos Carvão-Adubos-Farinha <strong>de</strong> trigo-Sementes<br />

Rações<br />

Plásticos Frascos Prod. De Limpeza e Higiene pessoalrígidos<br />

Cosméticos<br />

Potes<br />

Achocolatados- Sorvetes- shakes<br />

Plástico Garrafas Álcool- Prod. Limpeza- Refrigerantes-Sucos<br />

Plásticos Sacos Café- Açucar- Arroz- Ração para cães<br />

flexíveis Plow Packs Macarrão Instantâneo- Salgadinhos Snacks<br />

Envoltórios Biscoitos- Balas- Bombons<br />

Alumínio Latas Cervejas- Refrigerantes<br />

Metal Blisters Cartelas <strong>de</strong> comprimidos<br />

Selos<br />

Tampas aluminiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> iogurtes e<br />

<strong>de</strong> água mineral<br />

Folha <strong>de</strong> flandres Latas Conservas- Leite em pó- Tintas- Azeites<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Caixas<br />

Engra<strong>da</strong>dos<br />

Barris<br />

Bacalhau-Equipamentos e máquinas-<br />

Charutos<br />

Frutas(uva)- Verduras- Vinhos<br />

Destilados- Azeitonas<br />

Embalagem Combinam dois ou mais materiais Blister - Laminados- Multifolhados, etc<br />

composta<br />

Tecido Sacos <strong>de</strong> estopa<br />

Sacos <strong>de</strong> ráfia<br />

Açucar - Cereais- Batatas<br />

Fonte: Mestriner (2002)<br />

Prado, Licursi e Me<strong>da</strong> (2007) <strong>de</strong>stacam a importância <strong>de</strong> se avaliar o custo <strong>da</strong>s<br />

embalagens. A <strong>embalagem</strong> dos produtos po<strong>de</strong> significar custo adicional para a empresa. A<br />

observação quanto a <strong>embalagem</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> tanto para os objetivos finais do produto, quanto<br />

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para sua a<strong>de</strong>quação às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> empresa, tais como transporte,<br />

acondicionamento, empilhamento, po<strong>de</strong>m representar eco<strong>no</strong>mias.<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer que as embalagens têm funções objetivas (tangíveis) e subjetivas<br />

(intangíveis); as objetivas seriam as funções básicas <strong>de</strong> conservar e proteger os produtos e as<br />

subjetivas seriam as que funcionam como ferramenta <strong>de</strong> Marketing, ou seja: comunicar; criar<br />

a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto; criar imagem; divulgar; <strong>de</strong>spertar curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>; expressar o atributo do<br />

conteúdo; encantar; <strong>de</strong>spertar simpatia; agregar valor ao produto; atrair (como por exemplo as<br />

embalagens para produtos infantis); provocar; <strong>de</strong>spertar interesse e impressionar.<br />

Esse conjunto <strong>de</strong> funções tangíveis e intangíveis funciona como po<strong>de</strong>rosa ferramenta<br />

<strong>de</strong> <strong>marketing</strong> <strong>no</strong> ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, que é on<strong>de</strong> se dá o encontro efetivo do consumidor com o<br />

produto. E hoje, com o uso do computador e <strong>da</strong> televisão como ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, a <strong>embalagem</strong><br />

é o atributo que mais <strong>de</strong>ve impressionar o consumidor, pois o acesso é somente visual e essa<br />

impressão visual é que irá levar o mesmo ao ato <strong>da</strong> compra.<br />

Para Baxter (1998) quando se fala <strong>de</strong> um produto atrativo, raramente se refere ao seu<br />

som, cheiro ou tato. A visão tem vasto domínio sobre a percepção humana, fato que garante<br />

importância à <strong>embalagem</strong> e ao rótulo dos produtos relevante importância <strong>no</strong> que se refere a<br />

sua atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

3. MERCADO: CARACTERIZAÇÃO E CENÁRIO<br />

Segundo Mestriner (2002), com a evolução <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

econômicas, a <strong>embalagem</strong> foi incorporando <strong>no</strong>vas funções e passou a conservar, expor,<br />

ven<strong>de</strong>r os produtos e finalmente conquistar o consumidor por meio <strong>de</strong> seu visual atrativo e<br />

comunicativo.<br />

Atualmente a <strong>embalagem</strong> é item significativo <strong>no</strong> PIB (produto inter<strong>no</strong> bruto, que é a<br />

soma <strong>de</strong> tudo que o país produz) <strong>de</strong> diversos países. E os principais mercados mundiais <strong>de</strong><br />

embalagens, <strong>de</strong> 1995 a 2005, são mostrados na TAB. 2, abaixo:<br />

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Tabela 2: Principais mercados mundiais <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong> (1995 a 2005)<br />

US$ bilhões<br />

Países<br />

1995 2000 2005 %PIB<br />

EUA/ Canadá<br />

Japão<br />

Alemanha<br />

França<br />

Itália<br />

Rei<strong>no</strong> Unido<br />

Espanha<br />

China<br />

Brasil<br />

Argentina<br />

México<br />

Chile<br />

Colômbia<br />

Fonte: Mestriner (2002)<br />

125,00 96,6 1,0<br />

60,00 65,6 2,2<br />

29,80 24,3 26,9 1,3<br />

19,90 18,3 20,4 1,4<br />

16,50 16 17,7 1,5<br />

15,00 13,1 14,7 1,2<br />

6,40 7,6 8,6 1,5<br />

14,00 2,1<br />

12,60 7,1 8,7 1,3<br />

4,6 1,4<br />

4,00 5 1,2<br />

1,10 1,4 1,6 1,8<br />

1 1,0<br />

A indústria <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong> instala<strong>da</strong> <strong>no</strong> Brasil está equipa<strong>da</strong> para oferecer inúmeras<br />

soluções disponíveis <strong>no</strong> mercado internacional, <strong>de</strong>vido a presença <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s<br />

indústrias mundiais <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong>, que favorece a disposição <strong>da</strong>s últimas i<strong>no</strong>vações e<br />

recursos tec<strong>no</strong>lógicos. Os níveis <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> alcançados estão integrados aos padrões<br />

mundiais e isso melhora a competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> mundo globalizado.<br />

3.1. CENÁRIO COMPETITIVO<br />

Produtos lí<strong>de</strong>res precisam afirmar sua posição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, sem, <strong>no</strong> entanto, ficarem<br />

estáticos. Sua <strong>embalagem</strong> precisa evoluir com o mercado, indicando aos consumidores que o<br />

produto está ali, vivo e atuante. Contudo essas mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong>vem ser cui<strong>da</strong>dosas, pois o<br />

patrimônio visual construído ao longo do tempo precisa ser respeitado. Mu<strong>da</strong>nças bruscas ou<br />

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radicais não <strong>de</strong>vem ser iniciativas do lí<strong>de</strong>r, pois sua <strong>embalagem</strong> precisa ser uma referência<br />

segura, na qual o consumidor fiel possa confiar.<br />

Um exemplo clássico é a <strong>embalagem</strong> <strong>da</strong> Coca-Cola, que hoje mais do que uma<br />

<strong>embalagem</strong>, é um ícone mundial.<br />

Para se processar qualquer mu<strong>da</strong>nça ou alteração significativa na <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong><br />

produtos lí<strong>de</strong>res, a mesma <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>da</strong> antes aos consumidores mediante pesquisas<br />

que avaliarão sua aceitação ou não.<br />

O rival não <strong>de</strong>ve seguir o lí<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>ve tentar sempre oferecer ao consumidor algo que o<br />

lí<strong>de</strong>r não oferece. O produto envolvido na competição direta com o lí<strong>de</strong>r precisa usar<br />

estrategicamente sua <strong>embalagem</strong> para obter vantagem competitiva <strong>no</strong> ponto-<strong>de</strong>-ven<strong>da</strong>. Precisa<br />

investir em <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias, em <strong>no</strong>vos recursos <strong>de</strong> impressão, rotulagem e dispositivos <strong>de</strong><br />

abertura e fechamento que superem a do lí<strong>de</strong>r. Deve tirar proveito do fato que o lí<strong>de</strong>r precisa<br />

conservar sua posição e manter seu sinal visual, não po<strong>de</strong>ndo ousar nem adotar bruscamente<br />

soluções diferencia<strong>da</strong>s e i<strong>no</strong>vadoras.<br />

As embalagens dos produtos em posição intermediária precisam ser dota<strong>da</strong>s <strong>de</strong> algum<br />

atrativo especial. Essa é uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>de</strong>signers, que precisam encontrar algum<br />

diferencial que venha a atrair a atenção, <strong>de</strong>spertar a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e ou simpatia do consumidor.<br />

Para estes produtos as i<strong>no</strong>vações são bem-vin<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>vem ser sempre busca<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>ndo até<br />

mesmo adotar soluções radicais.<br />

A <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong> um produto participante tem por objetivo inscrevê-lo na competição,<br />

fazendo com que o consumidor venha a percebê-lo e a consi<strong>de</strong>rá-lo como uma <strong>da</strong>s<br />

alternativas. Para esse tipo <strong>de</strong> produto, exige-se muito do <strong>de</strong>signer, que terá <strong>de</strong> usar muito <strong>de</strong><br />

sua criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, em sintonia com o mercado, criar a <strong>embalagem</strong> que irá inserir na<br />

competição um produto que estava fora <strong>de</strong>la, ampliando assim suas chances <strong>de</strong> ser escolhido e<br />

muitas vezes <strong>de</strong> ser até experimentado.<br />

Ca<strong>da</strong> empresa tem sua personali<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma maneira particular <strong>de</strong> atuar, <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong><br />

cultura empresarial, a qual <strong>de</strong>ve ser compreendi<strong>da</strong> e estu<strong>da</strong><strong>da</strong> quando se preten<strong>de</strong> projetar<br />

embalagens para seus produtos. Portanto, o <strong>de</strong>signer precisa conhecer a empresa e seus<br />

objetivos <strong>de</strong> <strong>marketing</strong> <strong>da</strong> mesma forma que o mercado, para po<strong>de</strong>r trabalhar em sintonia com<br />

ambos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas características, em busca dos objetivos <strong>de</strong> Marketing estabelecidos.<br />

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4. A IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL<br />

Ao se produzir uma <strong>embalagem</strong> existem atributos que <strong>de</strong>vem ser cui<strong>da</strong>dosamente<br />

analisados, para que o consumo do produto não seja evocado <strong>de</strong> forma inapropria<strong>da</strong>. Exemplo<br />

do fato ocorreu quando em 1995, vários cervejeiros britânicos lançaram uma <strong>no</strong>va varie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> bebi<strong>da</strong> alcoólica, direciona<strong>da</strong> ao público jovem, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 25 a 35 a<strong>no</strong>s. Para tanto,<br />

adicio<strong>no</strong>u ao produto um sabor <strong>de</strong> frutas adocica<strong>da</strong>s e os rótulos <strong>da</strong>s garrafas foram projetados<br />

para atrair pessoas jovens, ostentando personagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos animados e cores brilhantes,<br />

com <strong>no</strong>mes bem humorados. O produto foi um sucesso <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s coman<strong>da</strong>ndo <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong><br />

Unido um mercado <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente US$ 578 milhões/a<strong>no</strong>. Contudo, o consumo do<br />

produto foi amplamente conduzido por crianças, o que gerou na mídia amplos <strong>de</strong>bates sobre o<br />

assunto. O acontecimento fez com que as ven<strong>da</strong>s em 1997 caíssem em aproxima<strong>da</strong>mente 11%<br />

(MCINTOSH, 2001).<br />

Segundo Mestriner (2002), sem a utilização intensiva <strong>de</strong> embalagens para prover o<br />

abastecimento e o consumo <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> habitantes, não seria possível a vi<strong>da</strong> nas gran<strong>de</strong>s<br />

metrópoles. Porém, <strong>de</strong>pois do uso, a <strong>embalagem</strong> é transforma<strong>da</strong> em um componente do lixo<br />

urba<strong>no</strong>. Os principais componentes do lixo urba<strong>no</strong> são os resíduos orgânicos, mas a<br />

<strong>embalagem</strong> aparece como item <strong>de</strong> maior visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido sua forma <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> e marcas dos<br />

produtos agregados a ela, ao contrário do lixo orgânico, que é disforme e não apresenta<br />

marcas.<br />

Guelbert et all (2007 p.3) afirmam que o gran<strong>de</strong> problema está <strong>no</strong> <strong>de</strong>scarte <strong>da</strong>s<br />

embalagens, “pois segundo <strong>da</strong>dos do IBGE e Ministério <strong>da</strong>s Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mais <strong>de</strong> 25% do lixo<br />

produzido nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>ria ser reciclável ou reaproveitado. E quem fica com o prejuízo é o<br />

meio ambiente as futuras gerações”.<br />

A preocupação com o impacto <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> <strong>no</strong> meio ambiente levou a<br />

indústria a estu<strong>da</strong>r maneiras <strong>de</strong> reciclar os materiais <strong>da</strong>s mesmas com o objetivo <strong>de</strong> reutilizálas.<br />

A reciclagem ganhou impulso e vem se tornando um movimento mundial. Essa<br />

preocupação com o impacto <strong>da</strong>s embalagens <strong>no</strong> meio ambiente <strong>de</strong>ve também estar presente<br />

na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>de</strong>signers. O conceito <strong>de</strong>sign for environment prevê a utilização <strong>de</strong> processos<br />

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industriais mais limpos, a utilização <strong>de</strong> me<strong>no</strong>s material e a preferência por materiais<br />

recicláveis.<br />

5. A EMBALAGEM<br />

“As pessoas são influencia<strong>da</strong>s pelas embalagens <strong>de</strong> uma maneira que elas não<br />

enten<strong>de</strong>m conscientemente. Palavras e números são captados pelo racional, mas formas, cores<br />

e imagens ultrapassam a mente e atingem as emoções do consumidor”. Esta frase <strong>de</strong> Thomas<br />

Hime, autor <strong>de</strong> Total Package, foi cita<strong>da</strong> por Camilo (2004), consultora <strong>de</strong> Embalagens,<br />

Estratégia e I<strong>no</strong>vação, durante o painel Tendências e Novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Mundiais em Embalagens,<br />

realizado pela revista Pack e organizado pela Editora Banas, em agosto <strong>de</strong> 2004, em São<br />

Paulo.<br />

Para Camilo (2004), ca<strong>da</strong> vez mais o consumidor está <strong>de</strong>senvolvendo uma relação<br />

emocional com a escolha <strong>de</strong> produtos, razão pela qual as <strong>no</strong>vas soluções <strong>de</strong> embalagens<br />

caminham para a valorização dos sentidos: táctil (texturas e relevos), visual (formas e<br />

transparências), olfativo (aromas), pala<strong>da</strong>r (appetite appeal e aromas) e auditivos (sons). A<br />

<strong>embalagem</strong> <strong>de</strong>ve agregar serviços, acessórios e acompanhamentos num esforço para<br />

surpreen<strong>de</strong>r e aju<strong>da</strong>r a seduzir <strong>no</strong> ponto-<strong>de</strong>-ven<strong>da</strong>.<br />

Richers (2000) afirma que a <strong>embalagem</strong> tem o potencial <strong>de</strong> um eficiente canal <strong>de</strong><br />

comunicação. Consi<strong>de</strong>rando que 70% <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra são toma<strong>da</strong>s <strong>no</strong> ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong><br />

e que a <strong>embalagem</strong> na prateleira atrai o olho huma<strong>no</strong> em 1/5 <strong>de</strong> segundo, na relação <strong>de</strong>stes<br />

dois fatores a <strong>embalagem</strong> tem uma função fun<strong>da</strong>mental segui<strong>da</strong> pela disposição e pelo próprio<br />

ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>.<br />

A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> ao ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> (POP- Point- Of-<br />

Purchase - Ponto <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong>) é uma consciência ca<strong>da</strong> vez maior entre os empresários, pois,<br />

este é o único recurso <strong>de</strong> <strong>marketing</strong> que não po<strong>de</strong> ser eliminado.<br />

A <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um dos itens relevantes para o embate dos<br />

cinco segundos finais consi<strong>de</strong>rados o momento mais crítico do processo <strong>de</strong> <strong>marketing</strong>, quando<br />

o produto é colocado na frente do consumidor e tem que arrancar <strong>de</strong>le a <strong>de</strong>cisão final <strong>de</strong><br />

compra. Além <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> pesam o posicionamento correto do produto, a funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua promoção, se os anúncios e ações dirigi<strong>da</strong>s ao “tra<strong>de</strong>”, se o pessoal <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s e<br />

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merchandising conseguiu o melhor espaço para o produto e se a propagan<strong>da</strong> atingiu os<br />

consumidores criando uma atitu<strong>de</strong> a imagem favoráveis bem como o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> usar o produto.<br />

A influência do ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> é <strong>de</strong>terminante <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, uma vez que<br />

uma falha <strong>no</strong> final do processo po<strong>de</strong> comprometer todo o trabalho anterior e a ven<strong>da</strong>, já<br />

engatilha<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> acabar se <strong>de</strong>sviando para o produto exposto imediatamente ao lado.<br />

A <strong>embalagem</strong> “fala” e, portanto, é necessário manter entre ela e a “exibitécnica”-<br />

termo que traduz a arte <strong>de</strong> expor e <strong>de</strong> exibir produtos – um ponto <strong>de</strong> consonância com as<br />

emoções e convicções do ser huma<strong>no</strong>. Como um espelho do consumidor, a <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong>ve<br />

ter i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> com o produto. A <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong>ve penetrar <strong>no</strong> âmago do consumidor sem<br />

contudo <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> trabalhar seu lado racional. Deve transmitir as características do produto<br />

atribuindo-lhe quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e benefícios.<br />

A participação <strong>de</strong> um produto na área <strong>de</strong> frente <strong>da</strong>s gôndolas é proporcional à sua<br />

rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. 80% dos pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> são as gôndolas <strong>no</strong>rmais, portanto a <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong>ve<br />

apresentar características como tamanho compatível com a prateleira, estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que permite<br />

o empilhamento e impacto visual que caracterize sua função <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>.<br />

No ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, a <strong>embalagem</strong> substitui o ven<strong>de</strong>dor. Enquanto os ven<strong>de</strong>dores<br />

trabalham com o argumento (a palavra) , a <strong>embalagem</strong> tem que jogar com seu visual.<br />

Além <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o tamanho médio <strong>da</strong>s prateleiras <strong>no</strong> projeto <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong>, é<br />

importante uma análise comparativa <strong>da</strong> concorrência. Os <strong>da</strong>dos coletados indicam se a<br />

concorrência ganha ou não <strong>no</strong> impacto. Este impacto é <strong>de</strong>terminado basicamente pela “size<br />

impression” (impressão <strong>de</strong> tamanho) que não é <strong>da</strong>do racional mas puramente visual, subjetivo<br />

(RICHERS, 2000).<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> administração a <strong>embalagem</strong> tem que evoluir até para sugerir que<br />

o produto mudou. Tudo o que é <strong>no</strong>vo ten<strong>de</strong> a ser visto como melhor.<br />

Uma <strong>embalagem</strong> <strong>de</strong>ve ser produzi<strong>da</strong> tendo em vista o espaço que ocupará na gôndola<br />

(o empilhamento correto facilita a rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>) e o visual em termos <strong>de</strong> cor e <strong>de</strong><br />

arte.<br />

A <strong>de</strong>signação do conteúdo <strong>da</strong>s embalagens sempre se fez necessária, mas <strong>no</strong> passado,<br />

<strong>de</strong>vido a limitações técnicas, não era possível i<strong>de</strong>ntificar a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos existentes,<br />

o que impulsio<strong>no</strong>u à construção <strong>da</strong> linguagem . Foram nas gran<strong>de</strong>s navegações que origi<strong>no</strong>u o<br />

surgimento dos primeiros impressos. Um dos produtos pioneiros foram as peças <strong>de</strong> tecido, que<br />

<strong>no</strong> final do século XV já traziam rótulos (impressos em prensas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira sobre papel feito à<br />

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mão). Até meados <strong>de</strong> 1834 os rótulos já eram utilizados em gran<strong>de</strong> escala, porém ain<strong>da</strong><br />

somente em preto e branco. Foi apenas em 1835 que George Baxter patenteou seu método <strong>de</strong><br />

impressão a cores. E foi a partir 1850 que a “cromolitografia”, que utilizava até 12 cores,<br />

predomi<strong>no</strong>u por 60 a<strong>no</strong>s, acompanhando a revolução industrial e com a explosão <strong>da</strong> indústria<br />

farmacêutica, cujos remédios e instruções <strong>de</strong> uso precisavam ser comunicados com precisão.<br />

Item obrigatório <strong>no</strong>s produtos <strong>de</strong> consumo, a <strong>embalagem</strong> permite ao produto chegar ao<br />

consumidor. Os profissionais <strong>de</strong> <strong>marketing</strong> e propagan<strong>da</strong> precisam explorar ao máximo seu<br />

visual para que esta fique em <strong>de</strong>staque <strong>no</strong> ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> e também agra<strong>de</strong> seu consumidor<br />

(ROCHA, 1987).<br />

A <strong>embalagem</strong> é a cara <strong>da</strong> marca, espelhando rapi<strong>da</strong>mente e <strong>de</strong> forma concentra<strong>da</strong> seus<br />

valores, histórias e atributos, bem como suas forças e fraquezas. Adicionalmente, po<strong>de</strong><br />

também ser o fator diferenciador e <strong>de</strong>terminante na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra, ou seja, po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um dos maiores promotores e ven<strong>de</strong>dores <strong>da</strong> marca, já que alcança to<strong>da</strong> extensão<br />

do mercado e age <strong>no</strong> momento crítico <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão (SERAGINI, 2004). A missão <strong>da</strong><br />

<strong>embalagem</strong> é a exposição do produto, confirmando sua participação como instrumento <strong>de</strong><br />

ven<strong>da</strong>. Em supermercados a <strong>embalagem</strong> é a principal ”chama” para as ven<strong>da</strong>s. Já que o<br />

consumidor passa por gôndolas cheias <strong>de</strong> produtos, ele vai <strong>no</strong>tar aquela que <strong>no</strong> momento <strong>de</strong><br />

sua passagem lhe chamar mais atenção.<br />

Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma <strong>embalagem</strong>, a empresa interessa<strong>da</strong> (usuária <strong>da</strong><br />

<strong>embalagem</strong>) forma uma espécie <strong>de</strong> comitê <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong> que interage com as empresas <strong>de</strong><br />

comunicação e <strong>marketing</strong> e com seus fabricantes. Esta situação ocorre em empresas gran<strong>de</strong>s e<br />

bem estrutura<strong>da</strong>s on<strong>de</strong> se verifica a tendência do <strong>de</strong>slocamento do fator <strong>embalagem</strong> para a<br />

área <strong>de</strong> <strong>marketing</strong> e <strong>da</strong> alta-administração. Neste caso, as <strong>de</strong>cisões relativas à <strong>embalagem</strong> se<br />

referem a <strong>de</strong>cisões estratégicas <strong>da</strong>s empresas e se dão em níveis gerenciais. A empresa usuária<br />

po<strong>de</strong> chegar a <strong>de</strong>senvolver um protótipo do projeto apresentá-lo às empresas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign para<br />

discussão e verificação <strong>da</strong> sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica.<br />

Usuários <strong>de</strong> peque<strong>no</strong> porte geralmente não têm condições <strong>de</strong> arcar com os custos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong> e procuram diretamente os "embalageiros" para adquirir<br />

remessas <strong>de</strong> potes e/ou frascos que já foram <strong>de</strong>senvolvidos. Em geral, trata-se <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong><br />

com pouca variação <strong>de</strong> forma e tamanho, cuja função principal é acondicionar o produto. A<br />

rotulagem, nesses casos, é feita por uma terceira empresa contrata<strong>da</strong> pelo usuário. Em termos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, não há absolutamente nenhuma i<strong>no</strong>vação.<br />

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A título <strong>de</strong> exemplos são apresenta<strong>da</strong>s a seguir, algumas idéias <strong>de</strong> i<strong>no</strong>vações espera<strong>da</strong>s<br />

para o futuro:<br />

1. Tamanho: <strong>de</strong>vido à oferta ca<strong>da</strong> vez maior <strong>de</strong> tipos variados <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma mesma linha, verifica-se uma tendência volta<strong>da</strong> para a criação <strong>de</strong> embalagens<br />

me<strong>no</strong>res, pois os espaços reduzidos nas prateleiras dos supermercados <strong>de</strong>verão ser<br />

repartidos por um número ca<strong>da</strong> vez maior <strong>de</strong> produtos. Com isso, amplia-se a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diferenciação dos produtos. Ganham mais relevância itens como<br />

conveniência e funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s embalagens. Há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar que a redução<br />

do tamanho <strong>da</strong>s embalagens é força<strong>da</strong> pela redução do tamanho <strong>da</strong>s famílias.<br />

2. Embalagem auto-<strong>de</strong>strutível: neste caso, consi<strong>de</strong>ra que é só uma questão <strong>de</strong> tempo<br />

para que a primeira <strong>embalagem</strong> "missão impossível" seja produzi<strong>da</strong> e <strong>de</strong>sapareça<br />

como resultado <strong>de</strong> seus polímeros (polímero= <strong>composto</strong>, cuja molécula é<br />

constituí<strong>da</strong> pela associação <strong>de</strong> diversas moléculas <strong>de</strong> outro <strong>composto</strong> mais simples)<br />

<strong>de</strong> programação temporária. Os avanços que estão ocorrendo na engenharia <strong>de</strong><br />

materiais terão um papel fun<strong>da</strong>mental na consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>sta tendência.<br />

3. Embalagem global: estas embalagens terão poucas palavras e utilizarão símbolos e<br />

figuras universais para fixar a imagem do produto em qualquer parte do mundo.<br />

Numa eco<strong>no</strong>mia globaliza<strong>da</strong>, os países estão adotando as embalagens globais para<br />

linhas <strong>de</strong> produtos cujas marcas já são consagra<strong>da</strong>s em vários continentes.<br />

4. Embalagem ecológica: o crescimento <strong>da</strong> consciência ecológica, em nível mundial,<br />

tem estimulado a produção <strong>de</strong> embalagens recicláveis, <strong>de</strong> refis e <strong>de</strong> embalagens<br />

que ao serem <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ser amassa<strong>da</strong>s reduzindo o espaço ocupado <strong>no</strong>s<br />

aterros sanitários. No Brasil, o <strong>marketing</strong> ambiental nas embalagens não direciona<br />

a escolha do consumidor.<br />

5. Embalagem que fala: imagina-se que <strong>no</strong> futuro uma caixa <strong>de</strong> cereal ao ser aberta<br />

po<strong>de</strong>rá dizer "bom dia" e informar ao consumidor o conteúdo vitamínico, protêico,<br />

e o teor <strong>de</strong> gordura do produto.<br />

6. Holografia: especialistas prevêem que o uso <strong>de</strong> holografia po<strong>de</strong>rá ser intensificado<br />

em produtos <strong>de</strong> alto valor agregado como bebi<strong>da</strong>s finas, artigos domésticos e<br />

cosméticos também <strong>no</strong> Brasil, à semelhança do que já vem acontecendo <strong>no</strong>s EUA<br />

e Japão. Busca-se utilizar embalagens com impressão holográfica para dificultar<br />

falsificações.<br />

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O baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong> população e a pouca compreensão dos<br />

problemas ambientais representam fortes obstáculos à a<strong>de</strong>são a apelos ecológicos. No entanto,<br />

apesar do eco<strong>de</strong>sign ser um conceito <strong>no</strong>vo, começa a ganhar alguma visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> país, na<br />

área <strong>de</strong> <strong>embalagem</strong>, em função <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> concursos voltados para a premiação <strong>de</strong><br />

projetos que favoreçam a eco<strong>no</strong>mia dos recursos naturais e a eliminação dos resíduos.<br />

Promovidos por órgãos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe, <strong>de</strong>stacando-se o Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a Fe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong>s Indústrias do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

(Fiesp) e a Associação Brasileira <strong>da</strong> Indústria <strong>de</strong> Iluminação (Abilux), esses concursos têm o<br />

mérito <strong>de</strong> unir preocupação ambiental, funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e beleza estética. Em geral, a idéia<br />

básica <strong>de</strong>sses eventos é promover a utilização <strong>de</strong> materiais e processos industriais <strong>de</strong> baixo<br />

impacto e a reutilização do produto após o <strong>de</strong>scarte.<br />

De acordo com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Associação Brasileira <strong>de</strong> Embalagem (ABRE), este setor<br />

movimentou R$ 20 bilhões em 2003, registrando um crescimento <strong>de</strong> 10% em seu faturamento<br />

e aumento <strong>de</strong> 1,5% do volume <strong>de</strong> embalagens produzido em 2002. A ABRE divulgou os<br />

resultados do chamado Projeto Diagnóstico Package, uma pesquisa qualitativa <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong><br />

pelo International Research, por iniciativa do Comitê <strong>de</strong> Estudos Estratégicos <strong>da</strong> ABRE. Esta<br />

pesquisa avaliou a percepção do público em relação à <strong>embalagem</strong>, enfocando seus aspectos<br />

estéticos e funcionais, sua importância na formação <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um produto e seu<br />

significado <strong>no</strong>s âmbitos racional e emocional entre as classes sociais e entre homens e<br />

mulheres <strong>de</strong> 25 a 48 a<strong>no</strong>s.<br />

Pelo estudo, as mulheres se mostram mais suscetíveis ao encantamento exercido pelas<br />

embalagens, optando pela beleza e valorizando mais os aspectos estéticos do que a sua<br />

funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Já os homens dão maior ênfase à idéia <strong>de</strong> pratici<strong>da</strong><strong>de</strong>, observam informações<br />

e instruções conti<strong>da</strong>s nas embalagens e preocupam-se com sua possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reutilização.<br />

As pessoas casa<strong>da</strong>s preferem embalagens que ofereçam quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s maiores <strong>de</strong> produto,<br />

possam ser reutiliza<strong>da</strong>s e possuam tamanho e ilustrações direcionados para o público infantil.<br />

Por outro lado, os solteiros são mais exigentes e querem produtos acondicionados em<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s me<strong>no</strong>res ou individuais, valorizam as instruções e buscam a comodi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o<br />

conforto na hora <strong>de</strong> optar por uma <strong>embalagem</strong>. Com tantos públicos e exigências, não é fácil<br />

para o publicitário ou o empresário agra<strong>da</strong>r a todos, mas esta é uma meta que precisa. ser<br />

atingi<strong>da</strong> por todos.<br />

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Uma boa <strong>embalagem</strong> também <strong>de</strong>ve conter uma série <strong>de</strong> informações técnicas, que dão<br />

sustentação à <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra do cliente. O <strong>de</strong>sign <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> convi<strong>da</strong> o consumidor a<br />

se interessar pelo produto, mas ele só o levará se conhecer as suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

As embalagens são o primeiro contato visual com a marca e como tal, <strong>de</strong>vem ser<br />

trata<strong>da</strong>s com a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> atenção e não somente como meras caixas <strong>de</strong> transporte.<br />

Algumas empresas estão focando suas ações <strong>no</strong>s pontos-<strong>de</strong>-ven<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ixando seus<br />

produtos fora <strong>da</strong> mídia <strong>de</strong> massa. Esta estratégia está liga<strong>da</strong> às embalagens e à <strong>de</strong>gustação.<br />

Para Müller (1997), <strong>no</strong>s próximos 20 a<strong>no</strong>s as tendências para a <strong>embalagem</strong>,<br />

principalmente <strong>no</strong> Brasil, <strong>de</strong>verão trilhar caminhos tais como:<br />

versatili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formas e materiais;<br />

adoção <strong>de</strong> símbolos/alegorias com referência ao consumidor local;<br />

fortalecimento <strong>da</strong> tría<strong>de</strong> conceito <strong>de</strong> produto/marca/<strong>embalagem</strong>;<br />

grafismos sazonais; e<br />

mais planejamento em me<strong>no</strong>s tempo.<br />

O setor <strong>de</strong> embalagens é muito importante para o país, pois é o reflexo <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia.<br />

Se a produção <strong>de</strong> embalagens aumenta, significa que as ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> todos os<br />

setores também estão crescendo. Apesar <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong>, somente há alguns<br />

a<strong>no</strong>s seu <strong>de</strong>sign passou a ter maior reconhecimento pelos empresários brasileiros, mas com a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do país em aumentar as exportações e participar do mercado global, a <strong>embalagem</strong><br />

será ca<strong>da</strong> vez mais um fator diferencial dos produtos, tanto <strong>no</strong> Brasil quanto <strong>no</strong> exterior.<br />

6. CONCLUSÃO<br />

Desenvolveu-se <strong>no</strong> corpo do trabalho uma linha <strong>de</strong> raciocínio <strong>de</strong> caráter informativo<br />

baseado em pesquisa bibliográfica, on<strong>de</strong> foram mostra<strong>da</strong>s os vários posicionamentos dos<br />

autores consultados com relação ao valor e importância <strong>da</strong> <strong>embalagem</strong> <strong>no</strong> <strong>composto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>marketing</strong>.<br />

Informações como historici<strong>da</strong><strong>de</strong>, mercado e meio ambiente foram introduzi<strong>da</strong>s para se<br />

ter uma dimensão do real vínculo que a <strong>embalagem</strong> tem com o consumidor, não só na hora <strong>de</strong><br />

lhe instigar a compra, mas também na composição do cenário mercadológico e ambiental que<br />

o cerca. Isto porque a <strong>embalagem</strong>, quando <strong>de</strong>sempenha as diversas funções cita<strong>da</strong>s po<strong>de</strong><br />

influenciar estrategicamente <strong>no</strong>s resultados <strong>da</strong>s organizações<br />

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O que se percebe, <strong>no</strong> entanto, é que para ca<strong>da</strong> produto há uma chave específica, pois o<br />

consumidor-alvo funciona exatamente como o segredo <strong>de</strong> uma fechadura e a <strong>embalagem</strong>,<br />

como a chave, <strong>de</strong>ve ter todos os contor<strong>no</strong>s <strong>de</strong>ste segredo (usos, costumes, perfil sócioeconômico,<br />

sua posição na pirâmi<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maslow, fatores culturais, fatores sociais, fatores<br />

psicológicos, hábitos <strong>de</strong> compra, etc).<br />

A <strong>embalagem</strong> não po<strong>de</strong> ser vista somente como um item a mais na composição do<br />

produto, pois ela é na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> o último anteparo entre o produto que está acondicionando e<br />

os olhos do consumidor. E uma vez que ela estimula e provoca a compra, teoricamente já fez<br />

a sua parte, pois abriu o que <strong>de</strong> mais importante há para o produto, que é o mercado.<br />

Daí em diante, a empresa é quem precisa cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>la, <strong>da</strong>ndo-lhe periodicamente as<br />

manutenções necessárias, ou seja, re<strong>no</strong>vações e incrementos (logicamente respeitando os<br />

“contor<strong>no</strong>s do segredo”), para que ela adquira mais po<strong>de</strong>r e agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> perante a<br />

concorrência.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BAXTER, Mike. Projeto <strong>de</strong> Produto. São Paulo: Ed. Edgard, 1998.<br />

CAMILO, Assunta N. I<strong>no</strong>var é preciso; PACK, Ed. nº 85, página 22- Ed. Banas Lt<strong>da</strong>,<br />

São Paulo, setembro/2004.<br />

GOBE, Antônio C.; et all. Gerência <strong>de</strong> Produtos. Coor<strong>de</strong>nação: Júlio César Tavares<br />

Moreira. São Paulo: Ed. Saraiva, 2004.<br />

GUELBERT, Tanatiana F. A <strong>embalagem</strong> PET e a reciclagem: uma visão econômica e<br />

sustentável para o planeta. XXVII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção – ENEGEP.<br />

Foz do Iguaçu, 2007.<br />

KOTLER, Philip. Marketing. Edição compacta, São Paulo: Ed. Atlas, 1980.<br />

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18<br />

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IV CNEG

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