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Guia de Ruas Maré 2012 - Redes de desenvolvimento da Maré

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A Maré foi reconheci<strong>da</strong> oficialmente como bairro <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

aquela déca<strong>da</strong>. O fato não significou gran<strong>de</strong> coisa, pois os<br />

moradores locais e do conjunto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> continuaram a<br />

perceber o território como favela. De qualquer forma, foi<br />

inegável o investimento seletivo feito pelo po<strong>de</strong>r estatal na<br />

região, expresso na construção <strong>de</strong> equipamentos educacionais,<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e esportivos. O mesmo, infelizmente, não<br />

po<strong>de</strong> ser dito na área <strong>de</strong> segurança pública, pois os moradores<br />

ain<strong>da</strong> não são reconhecidos como sujeito <strong>de</strong> direitos<br />

nesse campo. Do mesmo modo, o mesmo não po<strong>de</strong> ser dito<br />

sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses serviços, marcados pela precarie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos materiais e <strong>de</strong> sua manutenção.<br />

Esse processo <strong>de</strong> intervenção do Estado na Maré ocorreu,<br />

especialmente, em função <strong>da</strong> alta capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilização<br />

<strong>da</strong>s organizações locais. Essa articulação se iniciou<br />

ain<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, no âmbito do Projeto <strong>de</strong> urbanização<br />

realizado na região – o Projeto Rio – e nunca mais parou.<br />

De fato, poucos territórios do Rio <strong>de</strong> Janeiro conseguiram<br />

construir um processo <strong>de</strong> organização comunitária tão<br />

forte, centra<strong>da</strong> na busca <strong>da</strong> inserção plena <strong>de</strong>sse território<br />

favelado na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Dessa forma, não é possível, <strong>de</strong> fato, garantir-se o direito<br />

<strong>de</strong> viver plenamente a e na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se continuar hegemônica<br />

a prática <strong>de</strong> invisibilizar e estigmatizar amplas<br />

parcelas <strong>de</strong> seu território e <strong>de</strong> sua população. A superação<br />

<strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong>ve ser uma ação construí<strong>da</strong> coletivamente,<br />

envolvendo a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, o Estado, o Mercado e<br />

especialmente, os ci<strong>da</strong>dãos que construíram, vivem e dão<br />

sentido humano à Favela.<br />

10 INTRODUÇÃO

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