Guia de Cineclubismo
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Nada contra o cinema dos Estados Unidos, que volta e meia nos oferece bons filmes, mas a maior<br />
parte das produtoras <strong>de</strong>sse país encara o cinema meramente como um negócio - uma produção<br />
em escala industrial voltada a aten<strong>de</strong>r a um mercado global. Para nós, espectadores, o que fica<br />
muitas vezes é a sensação <strong>de</strong> estar revendo pela enésima vez o mesmo filme.<br />
Moldando subjetivida<strong>de</strong>s<br />
O que está em jogo não é apenas o lucro com a venda <strong>de</strong> ingressos, mas também a construção da<br />
subjetivida<strong>de</strong> das pessoas. O cinema é uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta <strong>de</strong> modulação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos, e o<br />
mercado se aproveita <strong>de</strong>le para disseminar formas <strong>de</strong> vidas (que tipo <strong>de</strong> casa queremos ter, qual o<br />
carro do momento, o que consumir etc).<br />
Como a moeda sempre tem dois lados, o cinema po<strong>de</strong> ir além do mero entretenimento e ter função<br />
relevante na ampliação <strong>de</strong> nossa percepção <strong>de</strong> mundo. Mas, para isso, temos que ter acesso a<br />
filmes <strong>de</strong> diretores que enten<strong>de</strong>m que cada pessoa é única e há beleza na diferença, ou seja, que<br />
estão ligados na diversida<strong>de</strong> cultural e na multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos, interesses e visões <strong>de</strong> mundo.<br />
Assim como os bons livros, os filmes são capazes <strong>de</strong> nos fazer refletir e sonhar, <strong>de</strong> abalar nossas<br />
concepções <strong>de</strong> mundo e contribuir para transformar nossa forma <strong>de</strong> viver coletivamente.<br />
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