03.06.2015 Views

Revista Portfolium #2

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PONTOS CULTURAIS<br />

DE MOGI DAS CRUZES<br />

PUBLICIDADE<br />

INTERATIVA


| EDITORIAL |<br />

04 CULTURA<br />

05 JORNALISMO<br />

06 PUBLICIDADE PROPAGANDA<br />

07 MARKETING<br />

08 MATÉRIA DE CAPA<br />

10 PERFIL<br />

17 NOS CANTOS DO CAMPUS<br />

18 MERCADO DE TRABALHO<br />

20 CRÔNICAS<br />

Ano 1 - Número 02 - junho/2015<br />

Expediente: redação ANA SOUZA, BRUNA TELLES, JOCEMI OLIVEIRA • revisão PRO-<br />

FESSORA LUCIMAR GONÇALVES • planejamento gráfico ANA SOUZA, BRUNA TELLES,<br />

JOCEMI OLIVEIRA • orientação PROFESSOR ANDRÉ DAL BELLO •<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> é uma produção jornalística digital da <strong>Portfolium</strong> - Agência de<br />

Comunicação Integrada da ECAP - UBC - Escola de Comunicação Aplicada da Universidade<br />

Braz Cubas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 3


| CULTURA |<br />

“Sem a cultura, a sociedade, por<br />

mais maravilhosa que seja, não passa<br />

de uma selva. É por este motivo que<br />

toda a criação legitima é um dom para<br />

o futuro. Sendo assim, a cultura reforça<br />

raízes e faz se tornar visível sua base.”<br />

Albert Camus.<br />

Buscando contemplar a cultura e<br />

reforçar suas raízes locais, a Prefeitura<br />

de Mogi das Cruzes realizará, nos dias 30 e 31 de maio, a tradicional<br />

Virada Cultural, que acontece para valorizar a arte local. O<br />

evento conta com a presença de moradores da cidade e de municípios<br />

vizinhos e objetiva propagar a cultura através de músicas e<br />

apresentações artísticas.<br />

A cidade vai acolher a banda Titãs, que vai ser a atração principal<br />

da Virada. Além dela, os mogianos ainda vão curtir Banda Eddie,<br />

Kamau, Mustaches e os Apaches e Renato<br />

Teixeira.<br />

Thayana Alvarenga está entusiasmada<br />

para a atração principal e diz que a Virada<br />

Cultural é um evento importante. “A expectativa<br />

é muito grande quanto à programação.”,<br />

destaca. Ela ainda afirma que acontecimentos<br />

como este levam uma infinidade de<br />

atrações às pessoas e, o melhor, perto de suas casas.<br />

Rodrigo Fernandez, administrador do site “o ponto cultural”,<br />

também está animado em relação ao evento na cidade. Afinal de<br />

contas, para ele, há muita cultura a ser revelada. “Minha expectativa<br />

é que a Virada abra cada vez mais espaços aos artistas mogianos,evidenciando<br />

o que temos de melhor na cultura local. Que não<br />

é pouco!”.<br />

Acervo da Virada Paulistana de Mogi das Cru<br />

Acervo da Virada Paulistana de Mogi das<br />

4 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| | CULTURA |<br />

zes—Show de Malllu Magalhães, em 2012.<br />

Cruzes—Show de Ana Cañas, em 2014.<br />

Com tudo, o evento não<br />

vai atingir as 24 horas de atrações<br />

e, por esta razão, Fernandes<br />

acredita que a virada mogiana<br />

é muito diferente da que<br />

acontece no centro de São Paulo.<br />

“Por mais que a cidade tenha<br />

potencial cultural incrível,<br />

existem dificuldades em expor<br />

esta identidade por falta de verbas<br />

e incentivos financeiros.”<br />

Mas, será que esta falta<br />

de investimentos pode ocasionar<br />

a evasão dos próprios moradores<br />

da virada cultural da<br />

cidade? Para Thayana Alvarenga,<br />

a verba para Mogi das<br />

Cruzes é realmente bem menor<br />

se comparada a de São Paulo,<br />

mas é algo compreensível.<br />

“Quem mora em Mogi tem facilidade<br />

para acompanhar a programação<br />

da capital por causa<br />

da proximidade. Então, não<br />

vejo o porquê centralizar as<br />

principais atrações por<br />

aqui.”,diz. Ainda segundo ela,<br />

cidades mais distantes, como<br />

Araçatuba, Ribeirão Preto, Araraquara,<br />

Bauru, e outras, merecem<br />

orçamento maior,<br />

visto que não têm acesso fácil a<br />

São Paulo, onde se concentram<br />

as principais atrações.<br />

Por outro lado, Fernandez<br />

acredita que poucas pessoas se<br />

interessam em assistir as atrações<br />

da cidade, pois são tênues e não<br />

vai haver atrações a noite inteira.<br />

“Essa escassez não vai prender<br />

os amantes por artistas e nem os<br />

próprios talentos em Mogi.”<br />

Por mais que existam dificuldades<br />

na difusão de cultura<br />

em Mogi das Cruzes e no país,<br />

dar passos em prol a esse objetivo<br />

já é uma forma de não deixar<br />

morrer estruturas de um lugar<br />

firmadas há décadas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 5


Foto Mara Maravilha<br />

| CULTURA |<br />

6<br />

Pontos culturais<br />

na cidade de Mogi<br />

Por: Ana Souza<br />

Como dizia Aristóteles “A cultura<br />

é o melhor conforto para a velhice.”<br />

E claro que podemos encaixar<br />

nesse quesito uma senhora<br />

de 454 anos de idade. Ela pôde<br />

criar raízes, marcar a vida de<br />

muitas pessoas, homogeneizar<br />

raças e protagonizar histórias<br />

importantes. Estamos falando de<br />

Mogi das Cruzes, uma cidade<br />

antiga com mais de 600 mil habitantes<br />

que contemplam e usufruem<br />

todos os dias de momentos<br />

que se transformaram em<br />

estruturas bem elaborados para<br />

não serem esquecidos jamais.<br />

Então vamos lá! Passar por uma<br />

linha do tempo que se estabilizou<br />

muitas vezes em concreto,<br />

estatuas ou lugares marcantes.<br />

Mogi leva uma vasta bagagem e<br />

em alguns espaços fez questão<br />

de eternizar momentos.<br />

1. CENTRO DE CULTURA E MEMORIAL<br />

EXPEDICIONÁRIOS MOGIANOS<br />

Este sim é um lugar que faz pairar<br />

a luta que os mogianos tiveram<br />

que enfrentar pela sua pátria<br />

na 2º guerra mundial. Mogi<br />

das cruzes não deixou desfalecer<br />

a lembrança dos expedicionários<br />

que foram à Itália e vestiram a<br />

camisa, ou melhor, a farda em<br />

respeito à bandeira brasileira.<br />

Objetos, livros e pertences dos<br />

participantes estão no espaço<br />

para trazer a tona uma fase histórica<br />

importante de Mogi e do<br />

país. Nesta época os mogianos<br />

adotaram como lema "A cobra<br />

está fumando", em alusão ao<br />

que se dizia à época que seria<br />

"Mais fácil uma cobra fumar cachimbo<br />

do que o Brasil participar<br />

da guerra na Europa".<br />

2. MUSEU HISTÓRICO<br />

PROFESSORA GUIOMAR<br />

Nós sabemos como é bom<br />

guardar algo antigo e depois<br />

olhar e ver como está tudo muito<br />

diferente. Isso aconteceu com<br />

está casa com estilo colonial de<br />

Mogi das Cruzes, ela é considerada<br />

uma construção paulista,<br />

com o objetivo de mostrar o<br />

modo de vida de uma família<br />

nos séculos XIX e XX. Está estrutura<br />

resguardada começou a ter<br />

esse nome depois que faleceu a<br />

sua última moradora, a Professora<br />

Guiomar Pinheiro Franco.<br />

A partir de 2002, a residência<br />

passa a receber a denominação<br />

de Museu Histórico "Professora<br />

Guiomar Pinheiro Franco"<br />

6 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| CULTURA |<br />

3. IGREJA SÃO BENEDITO<br />

SANTUÁRIO DO SENHOR BOM<br />

JESUS DE MOTOSINHOS<br />

A igreja é com certeza um refúgio<br />

para muitos fieis e na época<br />

colonial não era diferente. A<br />

estrutura bem estabelecida, com<br />

detalhes exuberantes faz o espaço<br />

ser único para os devotos.<br />

Está construção do final do século<br />

XVIII e início do XIX no largo<br />

bom Jesus concebi a imagem do<br />

santo São Benedito que existe<br />

em seu interior. Além disso, este<br />

monumento colonial brasileiro<br />

instalado em Mogi das Cruzes<br />

possui uma grande imagem esculpida<br />

em madeira, do Senhor<br />

Bom Jesus Crucificado, datada<br />

da construção da Igreja.<br />

4. CASARÃO DO CHÁ<br />

Como um vestígio da presença<br />

dos imigrantes japoneses em<br />

Mogi foi deixada um estrutura<br />

toda trabalhada pelo arquitetocarpinteiro<br />

Kazuo Hanaoka.<br />

Neste Casarão do Chá que foi<br />

construído na região de Cocuera,<br />

em Mogi das Cruzes, em<br />

1942, inicialmente seria uma<br />

fábrica, porém o lugar começou<br />

a se processar e embalar as<br />

folhas de chá, logo serviu para<br />

esta finalidade até o ano de<br />

1968. Está obra detalhada é<br />

considerada patrimônio cultural<br />

do Brasil, do Estado de São<br />

Paulo e dos cidadãos de Mogi<br />

das Cruzes.<br />

5. PARQUE CENTENÁRIO<br />

Para enfatizar a belíssima natureza<br />

instalada na cidade o parque<br />

centenário veio florear este<br />

espaço. A área está no Distrito<br />

de César de Sousa, inaugurado<br />

em junho de 2008 em homenagem<br />

aos 100 anos da imigração<br />

japonesa no Brasil. O<br />

Centenário está dentro da Área<br />

de Proteção Ambiental da várzea<br />

do Rio Tietê e esta repleto<br />

de espécies como ipês, paineiras,<br />

quaresmeiras, palmeiras e<br />

até cerejeiras, árvore símbolo<br />

do Japão.<br />

6. CATEDRAL DE MOGI DAS<br />

CRUZES (CATEDRAL<br />

SANT’ANNA)<br />

Para finalizar nosso tour pelos<br />

pontos culturais de Mogi das<br />

Cruzes não podíamos esquecer<br />

da linda e bela Catedral Sant'Anna,<br />

conhecida também como a<br />

Igreja Matriz da cidade. Eleita em<br />

1962, pelo Papa João XXIII é um<br />

monumento histórico que foi erguida<br />

onde foi a primeira capela<br />

do povoamento e destinada a<br />

Padroeira Nossa Senhora de<br />

Sant'Anna, é atualmente a sede<br />

da diocese de Mogi das Cruzes.<br />

Em 1952 foi idealizada pelo<br />

Monsenhor Roque Pinto de Barros,<br />

Vigário da Paróquia, uma<br />

nova igreja matriz. Ela idealiza<br />

na fé e convoca os féis a entrar<br />

numa linha do tempo usufruindo<br />

de um espaço que já foi contemplado<br />

por varias pessoas em diversas<br />

épocas.<br />

O projeto de sua construção foi<br />

inspirado na arquitetura romana<br />

dos primeiros templos cristãos,<br />

sua fachada compõem-se de um<br />

corpo central, correspondente a<br />

nave principal, ladeado por duas<br />

torres. Um conjunto de três pórticos<br />

em arco sobressai-se na formação<br />

do adro externo. Sob a<br />

torre direita localiza-se o batistério<br />

da igreja.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 7


| CULTURA |<br />

I<br />

nterativa<br />

Por Ana Souza<br />

Public dade<br />

Interação, na contemporaneidade, cria relacionamentos e<br />

reforça o vínculo dos que interagem com algo. Por este motivo,<br />

passa-se dos meios tradicionais - televisão, rádio e revista - como<br />

caminhos para propagar uma marca, e insere-se o modo interativo<br />

de trazer o receptor daquela mensagem para fazer parte de todo o<br />

processo de interação, o que possibilita o feedback e a satisfação<br />

do consumidor.<br />

A propaganda interativa nasceu com o objetivo de fazer<br />

com que o consumidor tenha uma opinião e crie condições para<br />

que possa compartilhar sua experiência. “A interatividade é uma<br />

forma de chamar a atenção com mais relevância para aquilo que<br />

salta aos olhos de alguém e a faz parar.”, explica o publicitário<br />

Fabio Inoue, sócio-diretor da Agência Eumemo. Ainda segundo<br />

ele, as redes sociais possibilitam essa liberdade de propagação da<br />

publicidade com baixo custo. “Cada meio procura contar uma historia,<br />

ou seja, tem um jeito de transmitir o conteúdo publicitário.”<br />

Já a publicitária e jornalista Lia Leal acredita que o consumidor<br />

participa e coparticipa muito mais no ambiente online,<br />

porque o momento de interação é mais rápido.<br />

Uma outra forma de interação é o compartilhamento de<br />

informações nas redes sociais. “Quando compartilhamos uma<br />

ideia, fazemos com que ela se viralize. Logo, os consumidores acabam<br />

fazendo por si o trabalho de disseminação da mensagem publicitária.”,<br />

destaca Inoue.<br />

Mas, como informar os benefícios na compra de um produto<br />

de forma objetiva e interagir com o consumidor de um jeito<br />

descontraído para ter um resultado eficaz?<br />

Inoue explica que, muitas vezes, em uma propaganda<br />

interativa, a mensagem não é tratada objetivando a venda de algum<br />

produto e sim a efetivação da marca na memória dos consumidores<br />

que participam do processo.<br />

Para a socióloga e<br />

psicóloga Marina Alvarenga, o<br />

público interativo é composto,<br />

em sua maioria, pela classe média,<br />

que é formadora de opinião,<br />

bem como a maior consumidora<br />

na chamada “sociedade<br />

do espetáculo”, que valoriza a<br />

marca para muito além do produto.<br />

8 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| CULTURA |<br />

No entanto, ao contrário do que se pode pensar, a geração<br />

de pessoas mais novas não é a única a ser atingida pela propaganda<br />

interativa no ambiente online. Portanto, as marcas usufruem dessa<br />

ferramenta para deixar um “rastro” na mente dos consumidores.<br />

Um exemplo disso é a Coca-Cola. A empresa fez uma propaganda<br />

interativa que convidava o público a escolher qual foi<br />

o melhor entre o craque argentino Maradona e o ex -ídolo<br />

do Corinthians, Biro Biro, numa paródia bem-humorada sobre<br />

o duelo dos mitos. No filme de apresentação, foram<br />

mostradas as credenciais dos dois jogadores em animação<br />

digital. Enquanto o argentino faz jogadas geniais, o ex -<br />

corinthiano aparece dando carrinhos e derrubando vários<br />

adversários. Nesta ação não acontece a apresentação do<br />

produto principal da marca, porém propõe que amantes do<br />

futebol ou pessoas que apreciam os personagens interajam<br />

e ainda levem a marca na memória após a experiência.<br />

“A interatividade se dá com um público que pensa, analisa,<br />

critica. Assim, a marca se consolida.”, conclui Marina.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 9


| JORNALISMO |<br />

MÍDIA RADICAL<br />

Em busca da verdade<br />

Ela é fascinante, critica e moderna. Moderna desde os anos<br />

60 e 70, nascida dos movimentos contracultura da época. Emergiu<br />

no fim da dicotomia ideológica da Guerra Fria, auferiu forças, ganhando<br />

as ruas em rádios livres, grafites, canções populares, cinemas<br />

marginais. Uma história já contada por John Downing, que fervilhou<br />

caldeirões com ideologias que fogem da esfera hegemônica<br />

da indústria cultural.<br />

Mas afinal, quem é essa, que constrói uma cultura de oposição,<br />

pincelando em mentes ativas a capacidade de criticar? Que<br />

tenta “abrir os olhos” dos meios de comunicação de massa, para<br />

que não ocorra no mundo o que aconteceu na Alemanha, quando<br />

Hitler utilizou dessas mídias para implementar uma perigosa e<br />

mortal ideologia?<br />

Essa, que propõe ao público o debate, a criticidade e a ação,<br />

que está envolta nas causas mais desprezadas pela maioria tem um<br />

nome: Mídia Radical, ou, se preferir, resistência, diferença, oposição<br />

à mídia massificada.<br />

Ela se apresenta verticalmente, nas entranhas de setores subordinados<br />

a uma estrutura social, cultural e econômica preestabelecidas<br />

pela elite, obtém poder horizontal, que, de boca em boca, ganha<br />

força, apoio e solidariedade de uma minoria em teoria, mas que<br />

na prática conquista uma teia de interessados em descentralizar políticas<br />

públicas desiguais.<br />

Uma mídia que cresce e ganha adeptos, ecoando nas entranhas<br />

do jornalismo contemporâneo, dando voz para quem antes não<br />

podia falar.<br />

Por Jocemi Oliveira<br />

É isso o que pensam os jornalistas de guerrilha, como a Mídia<br />

Ninja, Movimentos Feministas, Guerrilha GRR, Agência Pública, Ponte<br />

Jornalismo, Outras Palavras, dentre tantos outros, que são companheiros<br />

e desenvolvem esse jornalismo que quebra barreiras em conjunto,<br />

tentando atingir o grande público, que ainda não tem a noção<br />

10 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| MÍDIA RADICAL |<br />

da dimensão informacional que perde, absorvendo somente o que as<br />

grandes mídias veiculam.<br />

Algo aparentemente impossível, mas que uma mídia independente,<br />

como a Guerrilha GRR, tem conseguido fazer, como afirmam<br />

Vinicius Amaral e Camila Eiroa, integrantes de uma equipe que não<br />

busca apenas cobrir as lacunas de uma mídia tradicional, que esconde<br />

os problemas enraizados em sua sociedade; mas, sim, algo que<br />

acostume os leitores a discordar.<br />

"Quando vemos uma matéria apresentada por algum veículo<br />

de grande circulação no país, que noticia que a polícia militar prendeu<br />

três bandidos, pensa-se que houve todo um estudo e captação<br />

dessas informações antes. Porém, tal veículo optou por um lado da<br />

história. A mídia de guerrilha, que é o tipo de jornalismo que fazemos,<br />

leva em consideração toda a história dos personagens. Deve<br />

haver uma contextualização. Pode ser que as condições daquelas<br />

pessoas não sejam as melhores. Graças a uma má distribuição de<br />

recursos, um bandido não é bandido apenas por ser. O jornalista<br />

não deve julgar, não é esta a função dele. Por isso, esse jornalismo<br />

que nasce e ganha forças, principalmente em São Paulo, é muito<br />

importante para a sociedade." Vinicius Amaral e Camila Eiroa, em<br />

nome da GRR.<br />

Mas, até onde vai a vontade de dizer a verdade? Será que tais<br />

jornalistas estão dispostos aos perigos que a oposição lhes impõe?<br />

Essas mídias radicais, consideradas perigosas pelo poder público,<br />

sofrem diariamente com perseguições.<br />

A “tal” mídia radical tem incomodado demais, causado fervor<br />

e tirado o sono de quem esconde a verdade da população. Mas para<br />

quem o jornalista trabalha? Qual sua função? Qual a sua verdade?<br />

Verdade, é por ela que o jornalismo existe. Conta-la sempre,<br />

acima de ideologias e poder. Talvez seja essa a ligação entre a mídia<br />

radical e o verdadeiro jornalismo. A necessidade de contar os<br />

fatos, incomodando a quem for, mas fazendo o bom trabalho de<br />

informar, com seriedade, a quem precisa ser informado.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 11


| CULTURA |<br />

Marketing pós-eleitoral<br />

Em período de eleições, os candidatos utilizam todas as<br />

ferramentas do Marketing para poder propagar suas ideias aos eleitores.<br />

Em seguida, quando as eleições acabam, os eleitos logo começam<br />

a usufruir dos benefícios e “malefícios” do cargo. Mas, será<br />

que toda aquela apresentação dos partidos e candidatos, feita através<br />

de vários meios antes da efetivação do mandato, vai ser mantida?<br />

É nesse cenário que entra o marketing pós-eleitoral.<br />

Esta vertente do Marketing baseia-se no conceito do “pósvenda”,<br />

aplicado ao contexto político, como explica o presidente da<br />

empresa F/Martins Comunicação Integrada, Fernando Martins.<br />

Para estabelecer um diálogo com a população, que necessita<br />

de informações sobre o novo político, são aplicadas estratégias<br />

para fortalecer a aparente boa impressão que foi passada para a<br />

sociedade que o elegeu e também captar novos adeptos. “O objetivo<br />

principal é comunicar a este eleitor que a escolha foi correta,<br />

aumentando a possibilidade de ganhar o voto deste receptor em<br />

processos eleitorais futuros.”, explica Martins.<br />

De acordo com o diretor executivo da empresa Ahead<br />

MktA, Gabriel Arantes, que coordena o departamento de marketing<br />

pós-eleitoral, a comunicação do período eleitoral é mais incisiva, ou<br />

seja, de combate. “É uma estratégia de chegada, “de tiro curto”,<br />

logo, existem diferenças entre as estratégias pré e pós-eleitorais.<br />

Afinal, durante o período eleitoral, as atenções estão voltadas para<br />

a disputa nas urnas. Assim, é possível ir direto ao ponto, já que o<br />

assunto está inserido na agenda da população.”, afirma.<br />

Conforme Arantes, a comunicação de mandato é um pouco<br />

mais complicada, mas extremamente importante. “A legislação<br />

proíbe que os nomes de governantes e partidos sejam citados nas<br />

comunicações governamentais. Por isso, a identidade visual de governos<br />

muda quando há uma troca de comando. É uma tentativa de<br />

associar o mandato ao nome”, conta Arantes.<br />

12 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| MARKETING|<br />

Para Martins, o político deve agir como se ainda estivesse<br />

em período de campanha. Porém, o discurso pré- eleitoral é mais<br />

carregado e baseado em promessas. Já o discurso após a campanha<br />

normalmente é baseado em ações completas. “Você me escolheu<br />

porque eu prometi fazer ou ser XYZ. Veja agora, estou entregando<br />

XYZ”., destaca. Quando esta relação de sequência dos fatos<br />

é perdida em detrimento de outras causas, a comunicação depois<br />

da eleição é prejudicada.<br />

Sabemos que a comunicação não chega de maneira uniforme<br />

a toda sociedade, pois a forma de interpretação de cada indivíduo<br />

é aludida de suas opiniões individuais e contexto de vida.<br />

Por exemplo, uma pessoa que teve um problema com recursos ligados<br />

ao governo pode remetê-lo a administração em questão. Portanto,<br />

toda informação que for recebida por tal pessoa pode ser<br />

aceita e interpretada de uma forma diferente, na maioria das vezes<br />

com uma visão negativa.<br />

“Há inúmeros casos nos quais a estratégia de comunicação é<br />

negligenciada durante o mandato. Opta-se por uma solução amadora<br />

e burocrática. Quem adota esta postura paga um preço alto,<br />

inicia o ciclo eleitoral seguinte<br />

apenas com recall, com poucos<br />

pontos positivosassociados ao<br />

nome do político ou partido”,<br />

destaca Arantes.Diante de um<br />

país como o Brasil, que é cenário<br />

de grandes manifestações da<br />

sociedade, é importante avaliar a<br />

forma com que estão sendo difundidos<br />

os serviços realizados<br />

pelo governo e se realmente estão<br />

sendo realizados. Martins,<br />

que lida com o dia a dia do marketing<br />

pós-eleitoral, ressalta<br />

que, para que as estratégias tenham<br />

eficácia, é necessário que<br />

o governo em questão faça tudo<br />

de acordo com o que foi prometido<br />

nas eleições. “Além disso, é<br />

13 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| CULTURA |<br />

importante sempre comunicar<br />

muito bem a trajetória de cada<br />

uma das ações e pontuá-las aos<br />

públicos de interesse”, explica.<br />

Avaliando a gestão atual<br />

do Brasil, que passa por uma<br />

crise em diversos setores, Martins<br />

pondera que a presidente<br />

Dilma Rousseff está se comportando<br />

como se estivesse em<br />

campanha eleitoral. Já na consideração<br />

de Arantes, o marketing<br />

pós-eleitoral de Dilma está<br />

equivocado em vários pontos,<br />

desde a elaboração da linha de<br />

argumentação, passando pelo<br />

formato do conteúdo e terminando<br />

nos modelos de amplificação<br />

da mensagem.<br />

Em outubro do ano<br />

passado, a população brasileira<br />

ficou completamente dividida no<br />

segundo turno das eleições para<br />

presidente, com 51,64% da sociedade<br />

querendo alguém e<br />

outros 48,36 optando por outra<br />

administração. Após este acontecimento,<br />

ficou clara a cisão<br />

ideológica no país.<br />

“Esta última eleição foi<br />

marcada pela divisão do país<br />

em classes, foi uma eleição<br />

apertada e a vitória veio principalmente<br />

pelo incentivo a essa<br />

divisão, prática antiga do partido<br />

dos trabalhadores e que veio<br />

funcionando até o momento”,<br />

afirma Martins. Desta maneira,<br />

14 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| MARKETING |<br />

após assumir o governo, a divisão do país foi<br />

mantida, aumentou-se essa ruptura entre o governo<br />

e eleitores insatisfeitos. Para ele, o caminho<br />

correto seria por buscar a união do país, e não<br />

reforçar a cisão.<br />

O Ibope divulgou que, já no primeiro<br />

trimestre de 2015, o índice de rejeição à presidente<br />

estava em 64%, avaliado com “ruim” ou<br />

“péssimo”. Analisando esse cenário, Arantes ainda<br />

acredita que deve haver sim investimento em<br />

marketing pós-eleitoral, pois, para ele, a comunicação<br />

é o meio catalisador para que a presidente<br />

saia desta crise.<br />

Para estabelecer uma boa campanha pós<br />

eleição é importante utilizar todos os meios possíveis<br />

para propagar ações positivas. Atualmente, a<br />

mídia digital é o recurso mais utilizado.<br />

È fundamental ter uma presença digital<br />

sólida, com uma linha de conteúdo envolvente,<br />

que fuja da burocracia da linguagem política e<br />

que tenha uma estratégia de amplificação eficiente.<br />

As ferramentas digitais permitem que o político<br />

estabeleça um diálogo importante com a população.<br />

Além disso, ajuda muito se houver uma<br />

inserção positiva nos veículos de imprensa.”,<br />

diz Arantes.<br />

Compreende-se que, tanto em meio a crises<br />

quanto fora delas, é relevante enfatizar a comunicação<br />

com a sociedade, pois este é um dos<br />

meios que a farão manter-se informada e mais<br />

segura. Além disso, o fato de o político realizar<br />

efetivamente seu trabalho com êxito é determinante<br />

para que possa refletir definitivamente em<br />

uma boa campanha durante seu mandato.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 15


| JORNALISMO |<br />

PROCAP<br />

Criatividade e inovação vêm chegando!<br />

Texto por Bruna Telles e Jocemi Oliveira<br />

A 6º Edição do PROCAP – Apresentação dos Projetos para Clientes<br />

da Agência <strong>Portfolium</strong> – acontece entre os dias 1 e 3 de junho.<br />

Nesses dias, professores e alunos da Escola de Comunicação Aplicada<br />

(ECAP) prometem inspirar mudanças nos clientes, apresentando<br />

novos projetos para o desenvolvimento para as suas instituições.<br />

Você conhece os clientes e projetos realizados pela <strong>Portfolium</strong>? Confira<br />

para quem a Agência fornece consultoria e inspire-se em participar<br />

no próximo semestre.<br />

A paixão por carros fez surgir<br />

algo inovador. Eis que nasce, em<br />

meados de 2011, a Car Paint,<br />

uma mistura de cores e diversidades,<br />

que levou a Tintas Real a<br />

ampliar seus horizontes e ganhar<br />

a pequena Guararema num segmento<br />

novo e 100% canarinho –<br />

o de tintas para repintura automotiva.<br />

Cuidando de cada nova empreitada<br />

com carinho, dedicação e<br />

seriedade, a Car Paint espera,<br />

com o trabalho da <strong>Portfolium</strong>,<br />

surpreender ainda mais, colorindo<br />

automotivos, e elevando,<br />

assim, a beleza do carro e a<br />

alegria do seu dono.<br />

E qual é o jovem que nunca<br />

teve vontade de ser um jogador<br />

de futebol? Ou fazer da sua<br />

vida um verdadeiro campo? Isso<br />

não foi diferente com o diretor<br />

da escola de futsal de Mogi das<br />

Cruzes. Desde criança, Amos<br />

sempre gostou de futsal, e foi<br />

assim que deu início ao seu<br />

trabalho. Começou como jogador,<br />

depois árbitro e agora é<br />

coordenador de uma das escolas<br />

de futsal da região.<br />

Com a <strong>Portfolium</strong>, Amos espera<br />

conseguir que mais pessoas<br />

conheçam o seu trabalho.<br />

AMOS<br />

FUTSAL<br />

16 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| PROCAP |<br />

Não atire o pau no gato, clama o Grupo FERA –<br />

Frente pela Educação e Responsabilidade Animal<br />

– uma Ong diferente, que trata da realidade<br />

animal com verdade e amor.<br />

Cuidando de todos os animais, do gato ao peixinho,<br />

o Grupo FERA não quer só fazer a mediação<br />

dos bichinhos abandonados com novos donos,<br />

mas também ensinar que a castração é importante,<br />

que cada ser vivo merece atenção e<br />

carinho, que o bicho não invade o espaço do<br />

homem, afinal eles chegaram primeiro.<br />

Uma ideia que começou com aulas particulares<br />

em casa e acabou virando um projeto<br />

bem sucedido.<br />

Com a agência, Marcia, proprietária da escola,<br />

deseja fidelizar seus clientes, aumentar o número<br />

de alunos e fazer com que a escola seja mais visível<br />

e conhecida na região.<br />

O Grupo FERA quer mobilizar pessoas, criar<br />

uma rede de ações positivas em prol dos animais.<br />

Levantando bandeiras, como o vegetarianismo,<br />

a Ong propõe um discurso naturalista e<br />

envolvente a favor da vida de todas as espécies.<br />

Com uma pequena sala comercial de inglês, a<br />

professora Camila Theodoro começou suas primeiras<br />

aulas particulares em grupo. ''A escola nasceu<br />

de uma paixão”, conta ela.<br />

Com a <strong>Portfolium</strong>, Camila espera ter um planejamento<br />

de Marketing e Publicidade, e suas expectativas<br />

é que isso possa otimizar a divulgação e o<br />

fortalecimento da marca da empresa.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 17


| JORNALISMO|<br />

Nos cantos do campus<br />

Projeto de terapia assistida por animais<br />

A sala cheia de crianças, com cachorros de pêlo macio,<br />

correndo de um lado para o outro. Jovens estudantes brincando com<br />

ambos e buscando desenvover o afeto da criança com aquele<br />

animal. Os pais, ou responsáveis, afoitos do lado de fora, esperam<br />

passar uma hora para ter suas cianças de volta, com ainda mais<br />

animação e brincadeira. Este é o cenário de todas as quartas-feiras<br />

no projeto de terapia assistida por animais (TAA), na Universidade<br />

Braz Cubas.<br />

O programa utiliza “pets” para promover o desenvolvimento<br />

psicológico, utilizando a “fofura” dos animais para entreter crianças<br />

e fazê-las entrar em contato com emoções ao brincar e se divertir.<br />

A coordenadora do projeto, Karen Thomsen Côrrea, explica<br />

que cerca de 30 estagiários, estudantes do curso de Psicilogia da<br />

UBC, auxiliam o trabalho durante todas as tardes de quarta-feira.<br />

São três turmas atendidas: a primeira é composta por<br />

crianças, a segunda por pré-adolescentes e a terceira crianças<br />

autistas. “Usa-se o animal no tratamento de terapia com as crianças,<br />

pois ele é facilitador no atendimento da psicoterapia infantil, na<br />

abordagem cognitiva comportamental. O animal traz uma resposta<br />

mais rápida do que se fosse realizada uma terapia convencional.”,<br />

diz Karen.<br />

“A oportunidade de estagiar nesse semestre foi muito<br />

gratificante, pois é recompensadora a prática de contribuir para o<br />

desenvolvimento das pessoas a partir da compreensão dos casos.”<br />

destaca a aluna do 7º. semestre de Psicologia da Universidade Braz<br />

Cubas, Monique Vaniere de Souza. Segundo ela, o projeto trouxe<br />

acessibilidade e oportunidades, tanto para os estudantes ao<br />

praticarem o que estão aprendendo, quanto para a comunidade ao<br />

receberem o tratamento.<br />

18 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| NOS CANTOS DO CAMPUS |<br />

E n q u a n t o a<br />

coordenadora organiza as<br />

ações, quem está realmente<br />

p e r t o a c o m p a n h a n d o<br />

d e t e r m i n a d a c r i a n ç a e<br />

aplicando seus conhecimentos<br />

são os alunos. Monique explica<br />

que, no trabalho com as<br />

crianças, o contato direto com<br />

o animal possibilita a aquisição<br />

de atividades cotidianas que<br />

envolvem desde o cuidado<br />

pessoal até a socialização,<br />

melhorando assim a qualidade<br />

de vida tanto da criança quanto<br />

dos pais.<br />

Para Kelly Siqueira<br />

Sousa, mãe de uma criança<br />

autista, acompanhada pelo<br />

projeto, este trabalho é uma<br />

importante oportunidade para<br />

seu filho se desenvolver.<br />

A Universidade Braz<br />

Cubas é a única da região do<br />

Alto Tietê que oferece este tipo<br />

de intervenção. “O projeto visa<br />

não reduzir a capacidade do ser<br />

humano em estereótipos<br />

arbitrários e preconceituosos,<br />

que acabam colocando essas<br />

pessoas em situação de<br />

vítimas”, salienta Monique.<br />

Conforme ela, o importante é<br />

otimizar o desevolvimento de<br />

pessoas que reconhecem suas<br />

limitações e potencialidades,<br />

independentes de sua condição<br />

social, orgânica e psicológica.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 19


| JORNALISMO |<br />

VALORIZAÇÃO DA ARTE<br />

Busca o artista e escultor Rodrigo Bittencourt<br />

“A inspiração existe, mas tem de te encontrar a trabalhar.”<br />

Essa frase é do pintor espanhol, escultor e ceramista Pablo Picasso,<br />

que foi considerado um dos mais importantes artistas plásticos do<br />

século XX. Nesta afirmação está o alento de Rodrigo Bittencourt, um<br />

artista profissional da atualidade que integra, harmoniosamente, o<br />

prazer de executar uma obra com muito trabalho e a sobrevivência<br />

nesta sociedade capitalista.<br />

Escultor e artista plástico, Rodrigo Bittencourt tem XX anos de<br />

idade, mora em Mogi das Cruzes e iniciou sua vivência na arte a<br />

partir dos 12 anos de idade. Muito curioso, descobriu sua criatividade<br />

trabalhando nos acabamentos das obras abstratas de seu pai,<br />

Lúcio Bittencourt, que, por sua vez, sempre foi sua inspiração na elaboração<br />

de peças artísticas.<br />

Bittencourt, aos completar 18 anos, decidiu criar peças personalizadas<br />

para grandes empresas. Afinal de contas, seu pai já é<br />

pioneiro em fazer arranjos abstratos que não atingem o mercado<br />

empresarial.<br />

O artista começou a desenvolver trabalhos paralelos e a<br />

ganhar sua clientela. Logo passou a criar presentes, troféus, peças<br />

para premiações e trabalhos em geral, voltados para o segmento<br />

corporativo.<br />

No entanto, também se apaixonou por Marketing e, então,pensou<br />

por que não misturar conhecimentos das duas áreas?<br />

Sem hesitar, o artista voltou a exercer sua habilidade e começou a<br />

20 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


Imagens cedidas por Rodrigo Bittencourt.<br />

| VALORIZAÇÃO DA ARTE |<br />

usar as técnicas aprendidas no curso para ganhar mercado.<br />

Paralelamente ao trabalho no mundo coorporativo, que abrange<br />

empresas como Telefônica, Banco Bradesco e Caixa Econômica Federal,<br />

Bittencourt também explora projetos aleatórios que saem de sua<br />

inspiração pessoal e não de ideias pré-estabelecidas por organizações.<br />

“Não devemos ter medo de inventar, seja o que for. Tudo o que<br />

existe em nós existe também na natureza, pois fazemos parte dela.” Pablo<br />

Picasso.<br />

Pensando nisso, Bittencourt começou a produzir monumentos<br />

grandes com aço inox que, particularmente, é o produto que ele mais<br />

gosta de usar como material.<br />

Rodrigo Bittencourt modela, com as própria mãos, os materiais<br />

que garimpou em diversas indústrias, usando sua criatividade e dimensão<br />

de espaço para criar flores, troféus, pessoas, cavalos alados, entre<br />

outras obras de arte, para tornar mais mágico e colorido o mundo em<br />

que vivemos.<br />

O escultor afirma que Mogi é uma cidade de bens culturais<br />

vastos. Porém, investe pouca verba para externar suas raízes e mostrar<br />

ao mundo que, nesta cidade de quase 700 mil habitantes, existem diversos<br />

artistas implorando por reconhecimento e valor.<br />

“Sinto prazer em fazer algo que gosto na minha vida. Aprecio a<br />

realização que sinto ao terminar uma obra e ver o rosto admirado de<br />

amantes da arte moderna”, ressalta Bittencourt. Entretanto, destaca a<br />

pouca estima que o Brasil tem com a arte atualmente. “Infelizmente, o<br />

país em que vivemos não valoriza a arte nem o artista.”<br />

Segundo ele, para fazer arte, leva-se tempo, custo e muito suor.<br />

Portanto, ainda não aceita o fato de muitas pessoas preferirem obter<br />

suas obras só se pagarem bem menos do que realmente elas valem.<br />

“Por causa de compradores assim, torna-se difícil agregar o valor que a<br />

peça realmente tem.”, lamenta.<br />

Apesar de tudo, Bittencourt não pretende, e nunca quis, fazer<br />

suas esculturas fora do Brasil. Isso pode demonstrar sua esperança no<br />

reconhecimento do valor da arte no país.<br />

“Acredito em arte, pois ela ainda vive porque existem pessoas<br />

para apreciar sua beleza. Por mais não haja muito retorno financeiro,<br />

com a arte posso realmente colocar minha criatividade na mesa e tornar<br />

o mundo um lugar mais bonito.”, finaliza Bittencourt.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 21


Imagens acervo Google<br />

| MERCADO DE TRABALHO |<br />

COMO TER UM BOM<br />

DESEMPENHO EM UMA<br />

ENTREVISTA PARA ESTÁGIO?<br />

Por Ana Souza<br />

Os estudantes buscam<br />

inserir-se no mercado por meio<br />

do estágio. Entretanto, para<br />

conseguir uma oportunidade, o<br />

candidato aguarda o processo<br />

de triagem de currículos e, posteriormente,<br />

se for selecionado,<br />

vai para a entrevista. Chegando<br />

neste momento delicado, o estudante<br />

muitas vezes fica inseguro<br />

por não conhecer muito a área<br />

ou não ter tido experiência anterior<br />

e acaba não sabendo lidar<br />

com suas emoções na hora do<br />

bate papo com o recrutador.<br />

Então, estudante fique atento,<br />

pois existem fatores numa entrevista<br />

que não devem ser ignorados.<br />

O coordenador de negócios<br />

da empresa IBC Coaching,<br />

Vinicius Farias Franco, formado<br />

em Publicidade e Propaganda<br />

pela Puc-Go e Professional end<br />

Self Coach, dá dicas sobre como<br />

enfrentar uma entrevista de<br />

estágio e obter o melhor desempenho.<br />

Confira!<br />

22 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| MERCADO DE TRABALHO |<br />

1. Como se comportar na hora do diálogo e<br />

apresentação pessoal com o recrutador? È importante<br />

se concentrar nas suas habilidades, ou<br />

seja, fale sobre suas competências e vivências<br />

mesmo em projetos ou trabalhos desenvolvidos<br />

em sala de aula.<br />

2. Durante todo o processo, vem aquele nervosismo<br />

e “frio na barriga”. Como controlar? É<br />

imprescindível ficar aparentemente tranquilo.<br />

Afinal de contas, a linguagem corporal fornece<br />

ao recrutador várias informações relativas ao<br />

estudante. Além disso, ser completamente sincero,<br />

tanto na entrevista, quanto no currículo, é<br />

vital para não se contradizer ou ficar ainda mais<br />

nervoso com medo de ser descoberto.<br />

4. Como controlar aquela insegurança de não<br />

saber muito sobre a área na hora da entrevista de<br />

estágio? O candidato precisa pesquisar tudo sobre<br />

a empresa antes da entevista efetiva, para diminuir<br />

essa insegurança. Informações sobre como o mercado<br />

em que atua, sua missão, valores, públicoalvo<br />

e como funciona o seu processo interno são<br />

essenciais.<br />

5. Como responder àquela pergunta sempre presente<br />

em entrevistas: “Fale sobre um ponto negativo<br />

e um positivo da sua personalidade”? Esse é<br />

um questionamento muito pertinente, pois é nesta<br />

etapa em que é analisado o nível de maturidade<br />

do candidato em relação a reconhecer seu ponto<br />

de melhoria. Respostas como “eu sou muito perfeccionista,<br />

este é meu ponto negativo” podem<br />

não trazer bons resultados, pelo corriqueiro uso<br />

desta resposta. Entretanto, se realmente for este o<br />

defeito do candidato, buscar outra forma de responder<br />

é uma saída para fugir da trivialidade.<br />

3. Qual roupa é a mais adequada para o momento<br />

da entrevista de estágio? Evitar decotes e<br />

roupas ousadas para as mulheres e, para os<br />

homens, fugir de roupas informais como, bermudas,<br />

bonés e camisetas. Para ser mais assertivo<br />

neste aspecto, é importante observar o jeito de<br />

se vestir dos funcionários da empresa em questão.<br />

Essa não é apenas a primeira impressão<br />

que o recrutador pode ter de um candidato, ela<br />

simplesmente pode ser a única.<br />

6. Existem outros candidatos competindo pela vaga.<br />

Como lidar com esta pressão? O estudante<br />

não deve pensar nos outros candidatos, pois o<br />

maior rival dele é ele mesmo. Cabe, portanto, destacar-se.<br />

Ele precisa chegar antes do horário da<br />

entrevista na empresa, ser honesto, objetivo, pesquisar<br />

sobre a organização antes do encontro e se<br />

focar nas próprias habilidades. Seguindo à risca<br />

esses aspectos primordiais garante um bom desempenho<br />

na entrevista para um estágio.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 23


| JORNALISMO |<br />

O Sabor Não é Só de Morango<br />

Por Diogo Locci<br />

A professora estava muito atrasada. Provavelmente a chuva torrencial<br />

havia lhe impedido que chegasse à faculdade no horário habitual. Não<br />

me deixei levar pelas possibilidades de sua ausência. Infiltrei-me em mim<br />

como não fazia há tempos. Não estava querendo conversar com ninguém<br />

até que o Fernando me chamou a atenção oferecendo-me um chiclete. Demorei<br />

a responder. Visto que ele estava rindo, aceitei o pacote com algum<br />

constrangimento. Vi os chicletes enfileirados, todos resguardados em suas<br />

embalagens metálicas assim que abri o pacote.<br />

Arranquei com dois dedos a goma de sua comodidade. Abri a embalagem<br />

forçosamente. Extraí a casca para ter logo acesso ao conteúdo.<br />

Coloquei-o na minha boca e mordi deliberadamente. Meu chiclete tinha<br />

sabor de existência. Masquei até que a essência acabasse.<br />

Quando acabou, exprimi dele todo resíduo de sabor. O sabor era<br />

a soma dos ingredientes alheios à essência. Era um sabor novo e ignorado.<br />

Não se dizia que os chicletes tinham aquele sabor. Eu achava que era sabor<br />

de sola de sapato. Limpa, obviamente. Lambuzei-me com a goma de mascar<br />

sabor sola de sapato limpa até que ela endurecesse a ponto de não ficar<br />

favorável às mordidas.<br />

Os publicitários teriam problemas se tivessem de ressaltar esse sabor.<br />

“Experimentem! O novo chiclete dois-em-um te traz o frescor do morango<br />

e a experiência única de mascar uma sola de sapato novinha. Seu cachorro<br />

vai morrer de inveja!”. Reduzi a movimentação da boca. Esfregava a<br />

língua pela goma, encharcando-a bem e tentando mantê-la em uma consistência<br />

prazenteira para nós dois. Quando me fartei do chiclete, arranquei-o<br />

da minha boca quase que com estupidez e o lancei à lixeira perto da porta.<br />

Foi quando a professora finalmente entrou na sala. Os cabelos desgrenhados<br />

e o rosto de estupefação.<br />

- Pessoal, me desculpem pelo atraso. Eu tive problemas com meu<br />

pai. – Suspirou com enfado enquanto punha o material na mesa e desabafou<br />

como que pra si mesma – Vocês sabem; depois que a idade chega as<br />

pessoas começam a dar um trabalho...<br />

Aline, que queria se mostrar entendida e onipotente a tudo, não<br />

deixou escapar a faísca de seu conhecimento perguntando se ela não tinha<br />

comentado, num dia desses, que o pai não dava trabalho nenhum.<br />

- Um dia desses eu disse, mas agora ele deu. Fazer o que? Tem<br />

uma hora que as coisas se complicam.<br />

O gosto do chiclete me fez falta. Pedi outro a Fernando. Deixei na<br />

minha boca por tempo suficiente para senti-lo cheio de essência e vivaz.<br />

Retirei-o quando ainda exalava sua juventude. Ele era flexível, suscetível e<br />

impetuoso. Grudava onde bem entendia,<br />

não respeitava as minhas<br />

oposições, inflava-se se assoprado e<br />

estourava se pressionado. Era intempestivo.<br />

Tinha cor viva, berrante.<br />

Depois de tê-lo moldado e manipulado,<br />

como seu corpo se permitia a<br />

fazer, inseri-o por entre meus lábios<br />

novamente. Masquei durante alguns<br />

minutos. Os minutos dessa segunda<br />

etapa foram mais longos. A sensação<br />

era a oposta. A segunda etapa<br />

deixou a ideia de uma passagem<br />

muito rápida. Novamente removi o<br />

chiclete da boca. Ao tentar fazê-lo<br />

ser como o que era da primeira vez<br />

que havia saído da minha boca,<br />

percebi de imediato que sua flexibilidade<br />

havia estacionado dentro das<br />

suas novas convenções. Ele agora<br />

era uno.<br />

Duro, formado, incorruptível.<br />

Cor rosa claro. De empalidecido<br />

restava-lhe pouco. Para frente lhe<br />

esperava a brancura total. O gosto<br />

já não tinha novidade. Depois do<br />

gosto de sola de sapato limpo, o<br />

gosto do quase nada. Embrulhei o<br />

chiclete na embalagem metálica de<br />

onde ele foi tirado. A professora, que<br />

já havia estabelecido diálogos em<br />

sala, se dirigiu a mim:<br />

- Não é verdade?<br />

- O quê?<br />

- Ué, o que eu acabei de falar.<br />

- Desculpe professora. Eu<br />

estava um pouco avoado. – Olhavam<br />

para mim como se tivessem<br />

interesse no que eu estava fazendo.<br />

Como não quis explicar que experimentava<br />

outro conhecer da existência,<br />

meti os olhos pra baixo. Tudo<br />

continuou.<br />

24 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong>


| CONTOS E CRÔNICAS |<br />

Écio Diniz.<br />

O Desconhecido<br />

Caros amigos, como podem ver ao ler este texto, mostro-me<br />

inteiramente vivo com as faculdades mentais em plena obra. Não<br />

divagarei aqui acerca de como vai minha vida, pois ela não mais<br />

interessa, visto que eu não faço parte de um conglomerado digital<br />

que tanto os agrada. Percebo não só isso mas também que não sou<br />

mais convidado para o churrasco de sábado por não ter visto e clicado<br />

“irá comparecer” numa página de internet. Lembro-me vagamente<br />

quando um amigo me ligou e conversamos 30 minutos sobre como<br />

estavam as coisas e, para minha surpresa, recebo a notícia que<br />

ele agora é um cidadão digitalmente incluído. Chocado ao ouvir que<br />

eu não tinha criado nenhum “perfil” para mim, desligou e nunca<br />

mais me ligou. No curso da faculdade, as pessoas me olham de forma<br />

estranha. Na sala de aula, o mais corajoso se aproximou de mim<br />

e disse: “Ei, dizem que você é aquele que não tem conta no...” - antes<br />

de terminar eu já balançava a cabeça negativamente, o rapaz,<br />

levando a mão à boca com um olhar aterrorizado e incrédulo, pôsse<br />

a correr. Dias depois não só minha sala como toda a faculdade se<br />

desviava de mim no corredor, na biblioteca e até mesmo no refeitório.<br />

A coisa começou a ficar feia quando fui chamado à reitoria e<br />

todo o corpo docente estava reunido, juntamente com alguns agentes<br />

do governo, que me fizeram duas perguntas: -“Qual é seu nome<br />

de usuário?”, “Quantos megas tem sua banda larga?”- inconformados<br />

com minha resposta, julgaram-me louco e por isso vos escrevo.<br />

Depois de uma série de exame,s comprovadamente fui absolvido de<br />

loucura, porém, já não sou mais bem visto por vocês, afinal não possuo<br />

contas na internet e, se não estou on-line, quer dizer que também<br />

não estou em casa, ou estudando ou qualquer que seja a ocupação...<br />

apenas não mais existo. Minha história se espalhou e as<br />

crianças do meu bairro não se aproximam de mim. Ouvi uma mãe<br />

dizer ao filho: -“Compartilha logo isso, se não o homem sem Facebook<br />

vem te pegar e te levar para um mundo onde só existem livros<br />

e interação com pessoas de verdade”- O garoto chorou muito e<br />

“compartilhou” e “curtiu” muitas coisas. Mas eu não me importo<br />

mais. Hoje converso com alguns vizinhos mais velhos que também<br />

não tem um “perfil” e eles gostam de saber meu nome e convidamme<br />

para jantar às vezes. O engraçado é que, depois de jantar, lemos<br />

um livro ou dividimos o que fazemos no nosso dia-a-dia. Os vizinhos<br />

já ligaram para a polícia pensando se tratar de uma seita nova, na<br />

qual pessoas de verdade juntam-se para conversar, o que é uma<br />

coisa totalmente incomum. Em todo caso, hoje meu vizinho vai tocar<br />

violão e vamos cantar ao redor de uma fogueira no seu jardim, mas<br />

estou preocupado, pois sei que não vou conseguir “curtir” ou<br />

“compartilhar” isso por muito tempo.<br />

Onde entra um<br />

entra todos.<br />

Allan Mendes<br />

Não é novidade pra ninguém<br />

dizer que a cidade de São<br />

Paulo está entrando em colapso.<br />

Poluição, falta d'água, criminalidade<br />

e... transporte público, de<br />

péssima qualidade, por sinal. Ah,<br />

o transporte público! Andar de<br />

ônibus ou trem em São Paulo me<br />

faz lembrar, com nostalgia, de<br />

uma longa caminhada. Os passos<br />

largos e a brisa no rosto dão<br />

a sensação de liberdade, se<br />

comparados à superpopulação<br />

sobre trilhos que o trem nos proporciona.<br />

Pessoas aglomeradas<br />

no abismo da plataforma, olhares<br />

aflitos, tensão no ar... Uma<br />

senhora segura sua bolsa com<br />

força, enquanto uma gota de<br />

suor escorre por sua testa. O<br />

trem está chegando! A luz da<br />

composição anuncia o inevitável.<br />

O maquinista desacelera, junto<br />

com o tempo. Assim que estaciona,<br />

o punhado de gente se prepara,<br />

todas em posição e<br />

"paaaaaaaaaaannnnnn", é dada<br />

a largada! A avalanche humana,<br />

que mais me remete a um estouro<br />

de bois, recheia todos os assentos<br />

e espaços disponíveis,<br />

indisponíveis, proibidos e impossíveis.<br />

O “tsunami humano” levou<br />

aquela senhora sabe-se lá<br />

para onde. Sabemos que está lá<br />

dentro, em algum cantinho, espremida<br />

por centenas de desesperados<br />

pela volta pra casa. Idade,<br />

tamanho, peso, cor... Nada<br />

disso tem importância agora. As<br />

únicas preocupações são respirar<br />

e torcer para que o amigo do<br />

lado desça na próxima estação.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!