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Os riscos de acidentes com fogos de artifício nas festas juninas

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Integra a edição 1684<br />

Quarta-feira, 13 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2012<br />

<strong>Os</strong> <strong>riscos</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>com</strong> <strong>fogos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>artifício</strong> <strong>nas</strong> <strong>festas</strong> juni<strong>nas</strong><br />

Brinca<strong>de</strong>iras nesta época do ano escon<strong>de</strong>m alguns perigos que exigem precauções especiais para os organizadores das <strong>festas</strong><br />

Junho e julho são meses <strong>de</strong><br />

brinca<strong>de</strong>iras ligadas a <strong>fogos</strong><br />

e fogueiras típicas das <strong>festas</strong><br />

juni<strong>nas</strong>. Por isso a Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo preparou<br />

uma série <strong>de</strong> dicas para evitar<br />

que as <strong>festas</strong> tradicionais terminem<br />

em tragédias.<br />

O primeiro passo, muito<br />

importante, é observar a origem<br />

dos <strong>fogos</strong> adquiridos e não usar<br />

materiais <strong>de</strong> fabricação caseira.<br />

"Não se <strong>de</strong>ve guardar gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>fogos</strong> em um único<br />

local, pois um aci<strong>de</strong>nte será certamente<br />

fatal", orienta a cirurgiã<br />

plástica Adriana Moraghi, da<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Queimados do hospital<br />

estadual <strong>de</strong> Vila Penteado, na<br />

zona norte da capital.<br />

O maior perigo na soltura <strong>de</strong><br />

balões está na <strong>com</strong>binação dos<br />

materiais altamente inflamáveis<br />

utilizados na confecção: estopa,<br />

parafina e querosene. Esses objetos,<br />

aquecidos no interior do balão,<br />

são extremamente <strong>com</strong>bustíveis e<br />

o perigo po<strong>de</strong> aumentar <strong>de</strong>vido aos<br />

adornos colocados, <strong>com</strong>o cangalhas<br />

<strong>com</strong> <strong>fogos</strong> <strong>de</strong> <strong>artifício</strong>. É um<br />

verda<strong>de</strong>iro arsenal lançado ao ar<br />

expondo todas as pessoas a <strong>riscos</strong>,<br />

Na hora <strong>de</strong> soltar <strong>fogos</strong>, a<br />

médica <strong>de</strong>staca alguns cuidados<br />

que po<strong>de</strong>m evitar lesões <strong>nas</strong><br />

mãos, braços, rosto ou mesmo<br />

auditivas.<br />

- Nunca soltar rojão segurando<br />

diretamente na mão: o i<strong>de</strong>al é<br />

interpor <strong>com</strong> vários rojões já usados<br />

ou mesmo varetas, <strong>de</strong>ixando<br />

uma distância <strong>de</strong> pelo menos 60<br />

cm da mão e afastado do rosto;<br />

- Não apontar para on<strong>de</strong> há<br />

pessoas circulando;<br />

- Evitar proximida<strong>de</strong> <strong>com</strong> fios<br />

elétricos.<br />

- E não são somente os <strong>fogos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>artifício</strong> que po<strong>de</strong>m provocar<br />

aci<strong>de</strong>ntes. Mesmo na hora <strong>de</strong><br />

acen<strong>de</strong>r fogueiras, o médico re<strong>com</strong>enda<br />

atenção redobrada.<br />

já que nunca se sabe on<strong>de</strong> e em que<br />

situações o balão vai cair.<br />

O quadro se agrava no período<br />

<strong>de</strong> junho a agosto, <strong>de</strong>vido ao clima<br />

seco e a estiagem. Esses fatores<br />

facilitam a propagação <strong>de</strong> incêndios<br />

<strong>nas</strong> áreas urba<strong>nas</strong>, em casas,<br />

pólos petroquímicos, refinarias <strong>de</strong><br />

petróleo, postos e <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

<strong>com</strong>bustíveis e, principalmente,<br />

incêndios florestais.<br />

Mesmo <strong>com</strong> a divulgação dos<br />

"As bebidas típicas <strong>de</strong> festa<br />

junina, <strong>com</strong>o o vinho quente e o<br />

quentão, também são inflamáveis,<br />

e sua proximida<strong>de</strong> às fogueiras<br />

po<strong>de</strong> resultar em aci<strong>de</strong>ntes",<br />

explica Adriana.<br />

Além disso, o médico re<strong>com</strong>enda<br />

evitar a <strong>com</strong>binação álcool<br />

e <strong>fogos</strong> <strong>de</strong> <strong>artifício</strong>: "se beber, não<br />

solte <strong>fogos</strong> ou mesmo brinque <strong>nas</strong><br />

proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fogueiras", diz.<br />

É importante especial atenção<br />

às crianças nesta época do ano,<br />

principalmente <strong>com</strong> as tradicionais<br />

"biribinhas".<br />

"As faíscas po<strong>de</strong>m acabar atingindo<br />

substâncias <strong>com</strong> potencial<br />

para incêndio, <strong>com</strong>o o álcool utilizado<br />

para iniciar o fogo das<br />

fogueiras”, esclarece a médica.<br />

Festejar sim, soltar balões é crime<br />

perigos, é nessa época do ano que<br />

os números ten<strong>de</strong>m a aumentar.<br />

ALei Fe<strong>de</strong>ral nº 9.605, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong><br />

fevereiro <strong>de</strong> 1998, proíbe a fabricação,<br />

venda, transporte e soltura <strong>de</strong><br />

balões que possam provocar incêndios<br />

<strong>nas</strong> florestas e <strong>de</strong>mais formas<br />

<strong>de</strong> vegetação, em áreas ou qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> assentamento urbano.<br />

A pena para este crime é a <strong>de</strong>tenção<br />

<strong>de</strong> um a três anos, multa ou as<br />

duas punições.


2 Quarta-feira, 13 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2012<br />

Aceitar a esquizofrenia une a família<br />

<strong>com</strong> o adoecido, mostra estudo<br />

Pesquisa foi apresentada na Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto e revelou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir mais o doente e seus familiares<br />

A doença e a importância<br />

da família no processo<br />

Para o estudo foram<br />

entrevistadas 26<br />

pessoas, oito portadores<br />

<strong>de</strong> esquizofrenia e 18<br />

familiares, representando<br />

14 famílias que convivem<br />

<strong>com</strong> essa doença há mais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos.<br />

Para a coleta <strong>de</strong> dados a pesquisadora<br />

utilizou entrevista<br />

aberta, genograma (árvore<br />

familiar que representa a estrutura<br />

interna da família) e questionário<br />

sócio-<strong>de</strong>mográfico,<br />

<strong>com</strong> ida<strong>de</strong>, sexo, estado civil,<br />

escolarida<strong>de</strong>, profissão, <strong>com</strong>posição<br />

familiar, moradia e<br />

renda mensal.<br />

“O genograma foi utilizado<br />

<strong>com</strong>o estratégia <strong>de</strong> aproximação<br />

e preparo do ambiente da<br />

entrevista”, explica a pesquisadora.<br />

A esquizofrenia é uma<br />

doença que se caracteriza pela<br />

dificulda<strong>de</strong> que a pessoa apresenta<br />

<strong>de</strong> diferenciar a realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suas crenças e percepções<br />

muito in<strong>com</strong>uns. Ela aparece<br />

normalmente entre o final da<br />

adolescência e <strong>com</strong>eço da vida<br />

adulta e atinge cerca <strong>de</strong> 1% da<br />

população. É um transtorno<br />

mental em que o paciente tem<br />

os sintomas <strong>de</strong> alterações do<br />

pensamento, alucinações, <strong>de</strong>lírios<br />

e alterações no contato<br />

<strong>com</strong> a realida<strong>de</strong>.<br />

A pessoa passa a acreditar<br />

que a realida<strong>de</strong> se apresenta <strong>de</strong><br />

uma maneira diferente, suas<br />

idéias e pensamentos apresentam<br />

conteúdos que para ela são<br />

verda<strong>de</strong>, mas que não estão<br />

realmente acontecendo. As<br />

percepções dos cinco sentidos<br />

também ficam modificadas, a<br />

pessoa passa a ter percepções<br />

sem que haja o estímulo externo.<br />

Sente cheiro e gostos diferentes<br />

em alimentos saudáveis,<br />

po<strong>de</strong> ter visões sem os objetos<br />

reais e po<strong>de</strong> ter formigamento<br />

e outras sensações no corpo.<br />

<strong>Os</strong> pensamentos po<strong>de</strong>m<br />

ficar confusos e a pessoa passa<br />

a ter uma perda da vonta<strong>de</strong><br />

para realizar suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Há uma dificulda<strong>de</strong> em<br />

expressar os sentimentos e<br />

emoções, passando a impressão<br />

<strong>de</strong> que per<strong>de</strong>u estas capacida<strong>de</strong>s.<br />

“A esquizofrenia é uma<br />

doença crônica, <strong>com</strong> tratamento<br />

por prazo in<strong>de</strong>terminado. O<br />

a<strong>com</strong>panhamento da família é<br />

um recuso fundamental para o<br />

tratamento”, alerta Maria<br />

Cristina.<br />

A dissertação <strong>de</strong> mestrado A<br />

trajetória <strong>de</strong> cuidado ao portador<br />

<strong>de</strong> esquizofrenia: narrativas<br />

familiares foi orientada<br />

pela professora Sueli<br />

Aparecida Frari Galera, no<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />

em Enfermagem Psiquiátrica<br />

da EERP e <strong>de</strong>fendida em<br />

março.<br />

Para saber mais: e-mail<br />

mcrisferri@ig.<strong>com</strong>.br , <strong>com</strong><br />

Maria Cristina Ferri Santoro.<br />

Fonte: Agência USP<br />

Marco Santoa/Imagens USP<br />

Pesquisa apresentada<br />

na Escola <strong>de</strong><br />

Enfermagem <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto (EERP) da<br />

USP <strong>com</strong> portadores <strong>de</strong><br />

esquizofrenia e seus familiares<br />

revelou que quando a<br />

família aceita a doença, o<br />

esquizofrênico se sente<br />

bem. O estudo da assistente<br />

social Maria Cristina<br />

Ferri Santoro aponta que o<br />

início da doença é o período<br />

mais difícil para os<br />

familiares, <strong>de</strong>vido à falta<br />

<strong>de</strong> informação e à dificulda<strong>de</strong><br />

em aceitar o que ocorre<br />

<strong>com</strong> o doente. Logo<br />

após, vem a fase da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> paciência, equilíbrio<br />

entre in<strong>de</strong>pendência e<br />

vigilância, e lidar <strong>com</strong> os<br />

avanços no tratamento.<br />

Em relação ao futuro, os<br />

relatos indicam o apego a um<br />

sentimento <strong>de</strong> esperança.<br />

“Eles têm esperança na ciência,<br />

que se <strong>de</strong>scubra a cura e,<br />

portanto, no tratamento medicamentoso<br />

correto que promova<br />

a cura”, afirma Maria<br />

Cristina.<br />

“E em relação à responsabilida<strong>de</strong><br />

pelo cuidado, os entrevistados<br />

também têm esperança<br />

<strong>de</strong> encontrar os recursos para o<br />

cuidado <strong>de</strong>ntro da família e <strong>de</strong><br />

seu contexto sócio-cultural.”<br />

Segundo a pesquisadora, o<br />

estudo ressalta ainda a necessida<strong>de</strong><br />

urgente <strong>de</strong> se ouvir o portador<br />

<strong>de</strong> transtorno mental e<br />

seus familiares sobre a responsabilida<strong>de</strong><br />

da família <strong>de</strong> cuidar<br />

do adoecido.<br />

“O principal objetivo foi<br />

saber <strong>com</strong>o as famílias constroem<br />

suas práticas <strong>de</strong> cuidado<br />

ao longo do tempo e para isso<br />

foram convidados portadores<br />

<strong>de</strong> esquizofrenia e seus familiares,<br />

que participam do Grupo<br />

em Uso <strong>de</strong> Medicações<br />

Antipsicóticas Atípicas<br />

[Gruma] do Hospital das<br />

Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto<br />

[HCFMRP] da USP”.<br />

Maria Cristina <strong>de</strong>staca que<br />

entre os familiares participantes<br />

poucos ainda <strong>de</strong>monstram dificulda<strong>de</strong><br />

para aceitar o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> esquizofrenia. Porém,<br />

os familiares que <strong>de</strong>monstram<br />

esta dificulda<strong>de</strong> reconhecem<br />

que se conseguissem aceitar<br />

estariam sofrendo menos.<br />

“Observa-se nos relatos dos<br />

entrevistados que a família se<br />

vê <strong>com</strong>o a primeira e única instituição<br />

<strong>de</strong> cuidado”, afirma.<br />

Para saber mais: (16) 3618-<br />

9997, e-mail mcrisferri@ig.<strong>com</strong>.br<br />

, <strong>com</strong> Maria<br />

Cristina Ferri Santoro.


Quarta-feira, 13 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2012<br />

3<br />

Triplica obesida<strong>de</strong> entre<br />

jovens paulistas em 30 anos<br />

Pesquisa teve <strong>com</strong>o base registros <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> 2,54 milhões <strong>de</strong> homens alistados no serviço militar no Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

Estudo<br />

realizado<br />

pela divisão <strong>de</strong><br />

nutrição clínica do<br />

Instituto Dante Pazzanese,<br />

unida<strong>de</strong> da Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo referência em cardiologia,<br />

aponta que, em 30<br />

anos, triplicou o número<br />

<strong>de</strong> homens obesos no<br />

Estado.<br />

A pesquisa foi realizada <strong>com</strong><br />

2,54 milhões <strong>de</strong> homens, moradores<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />

em início da vida adulta, alistados<br />

no serviço militar entre os<br />

anos <strong>de</strong> 1978 e 2008.<br />

No final dos anos 1970, ape<strong>nas</strong><br />

0,9% dos alistados no<br />

Exército que fizeram a primeira<br />

medição eram classificados<br />

<strong>com</strong>o obesos. Em 2008 a taxa<br />

dos jovens na faixa <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong><br />

subiu para 2,8%.<br />

Segundo Daniel Magnoni,<br />

médico da Divisão <strong>de</strong> Nutrição<br />

Clínica do Instituto Dante<br />

Pazzanese e um dos coor<strong>de</strong>nadores<br />

da pesquisa, entre os<br />

fatores que justificam o aumento<br />

da obesida<strong>de</strong> no universo<br />

masculino está o estímulo do<br />

aleitamento artificial em <strong>de</strong>trimento<br />

do aleitamento materno.<br />

Além disso, a elevação do<br />

se<strong>de</strong>ntarismo durante a infância<br />

e a juventu<strong>de</strong>, o maior consumo<br />

<strong>de</strong> fast-food e a mudança do<br />

perfil nutricional da família<br />

brasileira também contribuíram<br />

para o crescimento da obesida<strong>de</strong><br />

no universo masculino.<br />

"O jovem brasileiro <strong>de</strong>ixou<br />

<strong>de</strong> <strong>com</strong>er arroz e feijão para se<br />

alimentar mais <strong>de</strong> massas e <strong>de</strong><br />

doces", afirma o médico Daniel<br />

Magnoni.<br />

Entre medidas sugeridas<br />

pelo especialista para controlar<br />

o avanço da doença na população<br />

paulista está a implantação<br />

da educação nutricional na préescola,<br />

o aumento da realização<br />

da ativida<strong>de</strong> física e a <strong>de</strong>soneração<br />

<strong>de</strong> imposto dos alimentos<br />

mais saudáveis, <strong>com</strong>o frutas e<br />

verduras.<br />

A obesida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>finida para<br />

pessoas que tem o índice <strong>de</strong><br />

massa corpórea maior do que<br />

30. Esse índice é calculado<br />

através da divisão do peso pela<br />

altura, elevada ao quadrado<br />

(IMC=P/H²).<br />

Além <strong>de</strong> diminuir a qualida<strong>de</strong><br />

e a expectativa <strong>de</strong> vida, a<br />

obesida<strong>de</strong> aumenta o risco do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> diabetes,<br />

hipertensão, doenças coronariana<br />

e aci<strong>de</strong>ntes vasculares.<br />

A pesquisa será apresentada<br />

nesta quinta-feira, 31 <strong>de</strong> maio,<br />

durante a realização da<br />

"Semana Obesida<strong>de</strong> Zero",<br />

evento promovido pelo Dante<br />

Pazzanese para orientar e conscientizar<br />

a população e os profissionais<br />

da saú<strong>de</strong> sobre os<br />

perigos e tratamentos da doença.<br />

O Instituto Dante Pazzanese<br />

fica na avenida Dante<br />

Pazzanese, 500, Ibirapuera,<br />

zona sul da capital paulista.


4 Quarta-feira, 13 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2012<br />

Declaração <strong>de</strong> Nascido Vivo passa<br />

a valer <strong>com</strong>o i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> provisória<br />

Documento não substitui o registro civil <strong>de</strong> <strong>nas</strong>cimento, que continua sendo obrigatório e gratuito em todo o país<br />

Apartir <strong>de</strong>sta semana, a<br />

Declaração <strong>de</strong> Nascido<br />

Vivo (DN) – entregue<br />

pelo hospital aos pais e responsáveis<br />

após o <strong>nas</strong>cimento da criança<br />

- passa a valer <strong>com</strong>o documento<br />

válido em todo o território<br />

nacional. A <strong>de</strong>cisão fortalece o<br />

direito que cada cidadão tem <strong>de</strong><br />

obter esta <strong>de</strong>claração ao <strong>nas</strong>cer e<br />

<strong>de</strong> fazer uso <strong>de</strong>la para ter acesso a<br />

serviços públicos até que o registro<br />

civil seja expedido por um<br />

cartório. A lei foi sancionada pela<br />

presi<strong>de</strong>nta Dilma na última quarta-feira<br />

(6) e consta no Diário<br />

Oficial da União (DOU).<br />

A DN já era utilizada <strong>com</strong>o<br />

fonte <strong>de</strong> dados, mas não <strong>com</strong>o<br />

documento oficial <strong>de</strong> <strong>nas</strong>cimentos<br />

no país. <strong>Os</strong> cartórios solicitavam<br />

esta <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> forma<br />

<strong>com</strong>plementar a <strong>de</strong>claração verbal<br />

dos pais e responsáveis ao<br />

registrarem a criança e a partir <strong>de</strong><br />

agora o número <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

da DN <strong>de</strong>verá constar obrigatoriamente<br />

na certidão <strong>de</strong> <strong>nas</strong>cimento.<br />

A aprovação da leinº 12.662<br />

também traz alguns benefícios<br />

em relação à melhoria da informação<br />

sobre <strong>nas</strong>cidos vivos a<br />

partir da mudança <strong>de</strong> dois artigos<br />

na Lei <strong>de</strong> Registro Civil. Com a<br />

<strong>de</strong>cisão, os cartórios repassarão<br />

os mapas <strong>de</strong> registros civis a<br />

todos os órgãos públicos interessados<br />

em obter os dados - <strong>de</strong>ntre<br />

eles o Ministério da Saú<strong>de</strong> e<br />

Secretarias Estaduais e<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - e não ape<strong>nas</strong><br />

ao Instituto Brasileiro <strong>de</strong><br />

Geografia e Estatística (IBGE),<br />

<strong>com</strong>o era <strong>de</strong>terminado. Esta alteração<br />

permite integrar as informações<br />

dos dois bancos <strong>de</strong> dados<br />

(registro civil e Si<strong>nas</strong>c), e <strong>com</strong><br />

este cruzamento, diminuir o subregistro<br />

existente, ampliando a<br />

cidadania em saú<strong>de</strong> e direitos<br />

humanos.<br />

A <strong>de</strong>claração<br />

A Declaração <strong>de</strong> Nascidos<br />

Vivos é o documento padrão que<br />

alimenta o Sistema <strong>de</strong><br />

Informações sobre Nascidos<br />

Vivos (Si<strong>nas</strong>c) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />

1990, quando foi implantado pelo<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong>. Este sistema<br />

serve <strong>com</strong>o uma das principais<br />

fontes <strong>de</strong> dados para a geração <strong>de</strong><br />

indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sobre prénatal,<br />

assistência ao parto e vitalida<strong>de</strong><br />

ao <strong>nas</strong>cer além <strong>de</strong> ser parte<br />

do cálculo das taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />

infantil e materna.<br />

O Ministério da Saú<strong>de</strong>, por<br />

meio da DN, capta aproximadamente<br />

97% dos <strong>nas</strong>cimentos no<br />

Brasil, tendo <strong>com</strong>o base as estimativas<br />

do IBGE. Todos os <strong>nas</strong>cimentos<br />

ocorridos em hospitais<br />

públicos e privados são registrados<br />

pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

por meio da Declaração <strong>de</strong><br />

Nascido Vivo que <strong>de</strong>ve ser emitida<br />

em três vias <strong>de</strong>stinadas a<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

aos pais ou responsáveis e ao<br />

arquivo da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> a criança recebeu o primeiro<br />

atendimento.

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