O admirável Mundo das Notícias - Livros LabCom - UBI
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34 O <strong>admirável</strong> <strong>Mundo</strong> <strong>das</strong> <strong>Notícias</strong><br />
tende a ser cada vez mais rápida. “A periodicidade tem como ideal atingir<br />
o objectivo da simultaneidade do acontecimento e da notícia. Mais<br />
marcante para a periodicidade jornalística é a simultaneidade e não a<br />
regularidade” Neste sentido, “periodicidade e actualidade são afins. O<br />
ideal de uma e outra seria a simultaneidade entre os dois momentos”.<br />
(Fidalgo, 2004, p. 4; p. 7)<br />
Presentemente, as tendências introduzi<strong>das</strong> pelas novas rotinas televisivas,<br />
pela introdução do digital, pelo jornalismo online dão um novo significado<br />
quer à temporalidade quer à actualidade. Com a proliferação de canais e de<br />
suportes gera-se uma busca de simultaneidade entre o momento do acontecimento<br />
e o momento do sujeito: a proliferação do «modelo CNN» com notícias<br />
24 sobre 24 horas, a possibilidade de actualização permanente introduzida<br />
pelo jornalismo online e o uso dos telemóveis para transmitirem individualmente<br />
informação sobre o acontecimento tão depressa este se produza, a<br />
relação do jornalista com a dimensão temporal ganha um significado cada vez<br />
mais relevante.<br />
d) A relevância é um problema central do jornalismo e a sua problemática<br />
articula-se e colide com a universalidade entendida como característica<br />
da “realidade ideal” do jornalismo concebida por Otto Groth e discutida<br />
por Fidalgo (2004). Segundo Groth, o “mundo objectivo não consiste<br />
só de coisas, mas também, e sobretudo, de homens e da sua acção social<br />
e cultural. Além <strong>das</strong> coisas, fazem parte desse mundo objectivo<br />
factos, opiniões, intenções, ideias, valores de outras pessoas e de grupos<br />
de pessoas. Saber destes factos, ideias e valores, é indispensável ao<br />
homem a fim de poder harmonizar a sua conduta com o mundo à sua<br />
volta”. Assim, a tendência para a universalidade do enunciado jornalístico<br />
pode expressar-se nesta ideia: “tudo o que suscita a curiosidade, o<br />
interesse do homem, tudo o que pode levá-lo a uma tomada de posição,<br />
está incluído eo ipso num possível conteúdo do jornal” (Groth citado<br />
por Fidalgo, 2004, p. 5). A necessidade de dirigir a nossa atenção para<br />
um mundo complexo onde se verificam muitos acontecimentos num<br />
fluir constante constitui o reverso da ambição de universalidade que<br />
motiva o jornalismo. Os estudos de Walter Lippman sobre a atenção<br />
e a necessidade de recorrer a “imagens mentais” para classificar a realidade;<br />
as teorias sobre o agendamento (McCombs e Shaw, 1972) e sobre<br />
www.livroslabcom.ubi.pt<br />
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