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Agosto de 2007<br />
2<br />
12<br />
14<br />
16<br />
POR QUE SER UMA CIDADE DIGITAL?<br />
Saúde, educação, segurança, melhor<br />
gestão pública e desenvolvimento econômico.<br />
Estes são apenas alguns dos benefícios de uma<br />
Cidade Digital. As tecnologias estão disponíveis<br />
e pod<strong>em</strong> ser adapta<strong>das</strong> às condições e<br />
características de cada município.<br />
O PASSO A PASSO PARA AS PREFEITURAS<br />
Tornar-se uma cidade digital exige alguns pre<strong>para</strong>tivos,<br />
e um deles é a atenção que deve ser dada à regulamentação.<br />
ONDE ESTÁ O DINHEIRO?<br />
Conheça algumas fontes de financiamento disponíveis<br />
atualmente <strong>para</strong> as prefeituras.<br />
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO<br />
Tecnologias combina<strong>das</strong> possibilitam iluminar todo o município, isto é, ter<br />
conectividade <strong>em</strong> todo o território, nas zonas urbana e rural, <strong>para</strong> fornecer<br />
acesso e serviços públicos aos habitantes e turistas.<br />
E MAIS<br />
• Macaé constrói o seu futuro com tecnologia e petróleo<br />
• Em Porto Alegre, objetivo é estar a serviço do cidadão<br />
• Em Sobral, a Internet está disponível <strong>em</strong> ruas e praças<br />
• Tecnologia e pessoas faz<strong>em</strong> o desenvolvimento de Piraí
POR QUE SER UMA CIDADE DIGITAL?<br />
• Quando se fala <strong>em</strong> cidade digital, pensa-se imediatamente<br />
<strong>em</strong> oferecer à população carente acesso<br />
à tecnologia. É isto? Também. Mas é muito mais.<br />
Ser uma cidade digital significa modernizar a gestão<br />
pública e oferecer novos serviços e facilidades <strong>para</strong><br />
as pessoas, e significa principalmente levar aos seus<br />
habitantes uma nova perspectiva de cidadania.<br />
Os benefícios abrang<strong>em</strong> to<strong>das</strong> as áreas, da administração<br />
pública à educação, passando pela saúde<br />
e segurança, e estendendo-se à economia do município.<br />
Apenas <strong>para</strong> citar alguns ex<strong>em</strong>plos:<br />
GOVERNO: modernização da administração pública,<br />
com a integração, via computador, de to<strong>das</strong> as entidades<br />
diretas e indiretas; integração <strong>das</strong> estruturas<br />
tributária, financeira e administrativa; aumento da arrecadação<br />
tributária; melhoria da fiscalização; acesso<br />
mais imediato às informações e serviços; comunicação<br />
via VoIP (voz sobre o protocolo de Internet).<br />
CIDADANIA: instalação de telecentros a custos reduzidos;<br />
diss<strong>em</strong>inação de terminais <strong>para</strong> consultas e reclamações<br />
por parte dos cidadãos; acesso à Internet<br />
<strong>para</strong> os cidadãos, produção de conhecimento.<br />
EDUCAÇÃO: integração <strong>das</strong> escolas a outras instituições<br />
de pesquisa e ensino; laboratórios de informática;<br />
acesso a acervos de livros e documentos históricos;<br />
capacitação dos professores.<br />
SAÚDE: gestão integrada dos centros de assistência à<br />
saúde; interligação com serviços de <strong>em</strong>ergência como<br />
o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil; uso de novas tecnologias,<br />
tais como videoconferência e tel<strong>em</strong>edicina.<br />
SEGURANÇA: interligação via computadores de órgãos<br />
como as polícias Civil e Militar e o Corpo de<br />
Bombeiros; instalação de câmeras de vigilância via<br />
Internet <strong>em</strong> pontos mais vulneráveis da cidade.<br />
ECONOMIA: acesso à Internet s<strong>em</strong> fio <strong>para</strong> pequenos<br />
<strong>em</strong>presários; comunicação mais barata com entidades de<br />
classe ou <strong>em</strong>presários de outra cidade/região através<br />
da Internet ou da telefonia VoIP; incentivo ao turismo.<br />
Importante destacar que um projeto de Cidade<br />
Digital é acessível a qualquer município. As oportunidades<br />
estão disponíveis e pod<strong>em</strong> ser adapta<strong>das</strong><br />
<strong>para</strong> a realidade econômica e tecnológica de cada um.<br />
Para impl<strong>em</strong>entar, bastam vontade política e uma gestão<br />
atenta a ações de inclusão social e digital.<br />
Neste guia, as prefeituras têm informações básicas<br />
sobre três pontos fundamentais <strong>para</strong> que seus municípios<br />
se torn<strong>em</strong> digitais: tecnologia, regulamentação<br />
e recursos. Conta também a trajetória de quatro<br />
municípios – Macaé (RJ), Piraí (RJ), Porto Alegre (RS)<br />
e Sobral (CE) –, e traz o depoimento de três gestores<br />
públicos: Luiz Fernando Pezão, ex-prefeito de Piraí e<br />
hoje vice-governador do Estado do Rio de Janeiro,<br />
Vicente Guedes, presidente da Associação de Municípios<br />
do Estado do Rio de Janeiro, e André Kulczynski,<br />
diretor-presidente da Proc<strong>em</strong>pa e presidente da Associação<br />
Brasileira de Entidades Municipais de Tecnologia<br />
da Informação e Comunicação (Ab<strong>em</strong>tic).<br />
REALIZAÇÃO<br />
Network Eventos<br />
Carlos Calazans – diretor-presidente<br />
marketing@networkeventos.com.br<br />
REDAÇÃO E EDIÇÃO<br />
P&B Comunicação<br />
Bia Alvim – diretora<br />
bia.alvim@pebcomunicacao.com<br />
EDIÇÃO DE ARTE<br />
Pedro Costa<br />
pedro@thopus.com.br<br />
IMPRESSÃO<br />
Centrográfica<br />
2 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
ARTIGOS<br />
CIDADES DIGITAIS E AS NOVAS VIAS DE DESENVOLVIMENTO<br />
Luiz Fernando Pezão *<br />
• Há hoje um caminho de desenvolvimento que<br />
desafia os governantes. Assim como nos anos<br />
50 as estra<strong>das</strong> de rodag<strong>em</strong> mostravam os caminhos<br />
do desenvolvimento, hoje são as estra<strong>das</strong><br />
digitais. A experiência de Piraí d<strong>em</strong>onstra<br />
que não dev<strong>em</strong>os nos curvar às barreiras de entrada<br />
e a determinados mitos tecnológicos.<br />
O projeto de Piraí Digital foi desde o seu início pensado<br />
como uma política pública de universalização descentralizada,<br />
no qual podíamos constituir um sist<strong>em</strong>a público<br />
municipal de acesso à internet. Para tal, encontramos soluções<br />
adequa<strong>das</strong> a pequenos municípios, mercado onde<br />
operadoras não tinham interesse comercial.<br />
Trabalhamos a sustentabilidade do projeto através<br />
da constituição de um fundo público e do estabelecimento<br />
de um sist<strong>em</strong>a pago de instalação de<br />
internet nas casas que permitisse garantir a manutenção<br />
do sist<strong>em</strong>a público gratuito dos laboratórios<br />
nas escolas, dos telecentros e dos quiosques.<br />
Com uma visão de desenvolvimento local, entend<strong>em</strong>os<br />
que tecnologia é apenas um meio e a informação é<br />
um direito. Deste modo, integramos o projeto de cidades<br />
digitais a um caminho já existente no município,<br />
de geração de trabalho e renda e de capacitação<br />
tecnológica e formação de recursos<br />
humanos pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> uma inserção na<br />
sociedade do conhecimento.<br />
As cidades digitais abr<strong>em</strong> hoje campo<br />
<strong>para</strong> uma nova política de inclusão digital e<br />
universalização do acesso à internet. A política<br />
de inclusão digital no País t<strong>em</strong> sido sinônimo de<br />
instalação de telecentros e laboratórios nas escolas.<br />
Mas essa política de inclusão digital ponto a ponto t<strong>em</strong><br />
limites de escala e abrangência. O projeto de cidade<br />
digital ampliou esta visão permitindo a criação de rede<br />
de transmissão de voz e dados como uma infra-estrutura<br />
urbana proporcionando o acesso <strong>em</strong> banda larga<br />
a toda a população.<br />
Mas o que aprend<strong>em</strong>os também é que não basta<br />
apenas a instalação de equipamentos. As cidades digitais<br />
significam um novo padrão de gestão e possibilidades de<br />
serviços e novos conteúdos <strong>para</strong> toda a população. Significa<br />
o direito universal de oportunidade de acesso à informação<br />
e ao conhecimento de gestão sustentável.<br />
* Vice-governador do Estado do Rio de Janeiro<br />
CAMINHOS DO RIO DE JANEIRO VIRAM CAMINHOS NACIONAIS<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 3<br />
Foto: Paulo Jabur / Cortesia Revista Desafios do Desenvolvimento<br />
Vicente Guedes *<br />
• O Rio de Janeiro s<strong>em</strong>pre foi uma cidade<br />
cosmopolita e universal, que pensava mais<br />
o Brasil que o seu próprio território. Mas no<br />
campo de ação <strong>das</strong> cidades digitais, acreditamos<br />
que o Rio de Janeiro conseguiu integrar<br />
seus caminhos com os caminhos de<br />
um projeto nacional.<br />
As experiências de cidades digitais no Estado do<br />
Rio de Janeiro, como as de Piraí Digital, Rio <strong>das</strong> Flores<br />
Digital e do Corredor do Vale Histórico do Café,<br />
abr<strong>em</strong> caminho <strong>para</strong> pensar um Programa de Municípios<br />
Digitais no âmbito do Estado e no plano federal.<br />
Este programa, que já v<strong>em</strong> sendo implantado pela<br />
Associação de Municípios do Estado do Rio de Janeiro,<br />
t<strong>em</strong> permitido garantir <strong>para</strong> toda a população<br />
o acesso universal à internet; o direito<br />
à informação e ao conhecimento; e a<br />
possibilidade de apostarmos <strong>em</strong> novas formas<br />
de d<strong>em</strong>ocratização, de governança, de<br />
eficácia nos serviços públicos.<br />
Acreditamos que a força deste programa<br />
estará na capacidade de que as<br />
instituições e atores se abram <strong>para</strong> pensar esta integração<br />
de caminhos que possa incluir socialmente<br />
e digitalmente a população. Uma visão de futuro<br />
de inserção na sociedade do conhecimento que não<br />
perde de vista a dívida social herdada no País.<br />
* Presidente da Associação de Municípios<br />
do Estado do Rio de Janeiro (Apr<strong>em</strong>erj)<br />
Foto: Divulgação
MACAÉ<br />
CONSTRUÇÃO<br />
DO FUTURO<br />
• Município com quase 200 mil habitantes, a pouco<br />
mais de 180 quilômetros da capital do Estado do<br />
Rio de Janeiro, Macaé v<strong>em</strong> apresentando um crescimento<br />
econômico vertiginoso – somente de 1997<br />
<strong>para</strong> cá foi de 600% – devido à pujança<br />
do setor de petróleo. Para gerenciar<br />
este imenso desafio e construir o<br />
futuro, escolheu a tecnologia da informação<br />
e comunicações como aliada.<br />
Seu projeto de Cidade Digital, iniciado<br />
<strong>em</strong> 2005, teve como objetivos<br />
principais melhorar a administração<br />
e oferecer serviços à população de<br />
modo mais fácil e rápido.<br />
O primeiro passo foi o estudo de<br />
diversas tecnologias, explica Guilherme<br />
Jordan, Secretário de Ciência<br />
e Tecnologia de Macaé. “A escolha<br />
recaiu <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a ponto-amultiponto,<br />
por atender ao requisito<br />
principal, segurança da informação,<br />
e ter custo acessível, suporte<br />
local e facilidade de implantação,<br />
além de operar na freqüência de 5.8<br />
GHz, não-licenciada”, diz ele. Um módulo de gerenciamento<br />
instalado <strong>em</strong> local estratégico<br />
transmite os sinais <strong>para</strong> os receptores que ficam<br />
nos órgãos municipais e estão ligados aos computadores<br />
e outros equipamentos.<br />
Macaé decidiu, como ponto de partida, organizar<br />
internamente a gestão municipal. Em<br />
2005, foram interligados 19 pontos, entre secretarias,<br />
autarquias, fundações e institutos. Em<br />
Macaé escolheu um<br />
sist<strong>em</strong>a ponto-a-multiponto<br />
<strong>para</strong> iniciar seu projeto e<br />
modernizar a gestão<br />
municipal<br />
“Serviços mais<br />
eficientes, maior<br />
acesso à Internet<br />
e d<strong>em</strong>ocratização<br />
da informação são<br />
alguns dos benefícios<br />
trazidos pelas novas<br />
tecnologias <strong>para</strong><br />
facilitar a vida<br />
<strong>das</strong> pessoas.<br />
RIVERTON MUSSI,<br />
PREFEITO DE MACAÉ<br />
2006, a conexão foi ampliada<br />
<strong>para</strong> mais quatro distritos,<br />
com enlace de 42 quilômetros<br />
e quatro estações radiobase.<br />
Nesse mesmo ano, a<br />
prefeitura chegou mais perto<br />
do cidadão, desburocratizando<br />
o atendimento. Criou o<br />
Macaé Facilita, postos avançados<br />
com informações online<br />
que possibilitam o pagamento<br />
de contas, a concessão<br />
de créditos e a <strong>em</strong>issão de documentos e<br />
guias de impostos, por meio do acesso on-line<br />
à Secretaria da Fazenda, evitando que os<br />
munícipes precis<strong>em</strong> ir à sede da Prefeitura.<br />
Saúde e educação foram as prioridades seguintes.<br />
Até o final de 2007, a Prefeitura irá interligar<br />
57 postos de saúde e 118 escolas públicas.<br />
Na área da saúde, os resultados já começaram.<br />
A prefeitura é capaz de reunir mais rapida-<br />
Foto: Divulgação<br />
4 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
Foto: Divulgação<br />
mente dados sobre os diferentes<br />
bairros da cidade, <strong>para</strong> um controle<br />
melhor de epid<strong>em</strong>ias, aperfeiçoou a<br />
gerência <strong>das</strong> farmácias municipais e<br />
seus estoques de medicamentos, e<br />
impl<strong>em</strong>entou um sist<strong>em</strong>a de videoconferência<br />
e tel<strong>em</strong>edicina com outros<br />
centros médicos.<br />
A lista de benefícios obtidos pela<br />
Prefeitura é extensa. Um deles foi a<br />
possibilidade de transmissão ao vivo<br />
pela Internet de inúmeros eventos<br />
que ocorr<strong>em</strong> na cidade, como a Rio Offshore, feira<br />
internacional do setor de petróleo. Além disso,<br />
todos os processos administrativos estão<br />
automatizados, foram criados sist<strong>em</strong>as de comunicação<br />
com os distritos e instalado um sist<strong>em</strong>a<br />
de monitoramento <strong>das</strong> vias públicas por meio de<br />
câmeras s<strong>em</strong> fio, que começa a ser estendido<br />
também às escolas municipais.<br />
PROGRESSO CONTÍNUO<br />
As conquistas digitais e sociais de Macaé não<br />
vão <strong>para</strong>r por <strong>aqui</strong>. A Prefeitura já t<strong>em</strong> vários planos<br />
de expansão, entre eles, fornecer um e-mail<br />
gratuito <strong>para</strong> todos os cidadãos. Também estão<br />
sendo criados os Centros de Informática e Informação<br />
Municipal (CIIM), <strong>para</strong> acesso<br />
à Internet e inclusão digital com ênfase<br />
nas pessoas de terceira idade e deficientes<br />
visuais.<br />
Em termos de modernização administrativa,<br />
a Prefeitura planejou uma<br />
série de iniciativas com o uso da tecnologia<br />
s<strong>em</strong> fio e/ou de fibras ópticas.<br />
Por ex<strong>em</strong>plo, aumentar o número de<br />
sist<strong>em</strong>as de gestão, criar um centro de<br />
dados de informática, impl<strong>em</strong>entar o<br />
uso de VoIP (voz sobre protocolo Internet)<br />
entre as unidades da prefeitura e<br />
usar coletores de dados <strong>para</strong> pesquisa<br />
e controle de obras, sist<strong>em</strong>as de saúde,<br />
sist<strong>em</strong>as escolares, etc.<br />
ABRANGÊNCIA COMPLETA<br />
Até julho de 2007, Macaé contava com um<br />
backbone de fibra óptica de aproximadamente<br />
21 quilômetros conectado à rede s<strong>em</strong> fio, com<br />
seis estações radiobase. A cobertura digital é<br />
de 80% da zona urbana e de 40% da área rural,<br />
e ao todo estão interligados 56 pontos.<br />
O objetivo, na implantação completa, é ter<br />
cobertura total e 216 pontos, sendo três por<br />
fibra óptica – o Centro de Controle Operacional,<br />
o Centro de Convenções e o Paço Municipal,<br />
sede da Prefeitura –, e os d<strong>em</strong>ais por tecnologia<br />
s<strong>em</strong> fio, abrangendo 4 <strong>em</strong>presas públicas;<br />
7 fundações; 2 postos avançados da<br />
Prefeitura (Macaé Facilita); 4 núcleos de inclusão<br />
digital; 19 secretarias; 1 faculdade; 118 escolas,<br />
57 postos de saúde; e 1 hospital.<br />
Foto: Divulgação<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 5
PORTO ALEGRE<br />
A SERVIÇO DO<br />
CIDADÃO<br />
“A tecnologia t<strong>em</strong> forte<br />
atuação <strong>em</strong> todos os<br />
projetos da gestão<br />
no campo social, e<br />
é o grande motor <strong>das</strong><br />
ações inovadoras que<br />
estamos implantando<br />
<strong>em</strong> Porto Alegre.<br />
JOSÉ FOGAÇA,<br />
PREFEITO DE PORTO ALEGRE<br />
• A trajetória da Porto Alegre<br />
Digital t<strong>em</strong> dois momentos<br />
marcantes. O primeiro foi a<br />
construção de sua própria infovia,<br />
uma extensa rede de cabos<br />
de fibras ópticas. Isto pavimentou<br />
o caminho <strong>para</strong> o segundo<br />
momento, um consistente<br />
projeto que possibilitou<br />
torná-la a primeira capital brasileira<br />
a dispor de uma rede pública<br />
municipal de conexão de<br />
banda larga s<strong>em</strong> fio. Para alcançar<br />
a melhor eficiência <strong>em</strong> termos<br />
de des<strong>em</strong>penho e custos,<br />
a Proc<strong>em</strong>pa, <strong>em</strong>presa de tecnologia<br />
de informação e comunicações<br />
do município, adotou diferentes tecnologias.<br />
A infovia, iniciada <strong>em</strong> 1999 e <strong>em</strong> constante<br />
evolução, possui hoje mais de 320 quilômetros de<br />
extensão e constitui o backbone da Proc<strong>em</strong>pa, ou<br />
seja, uma estrutura capaz de oferecer um conjunto<br />
diversificado de serviços de comunicação <strong>para</strong><br />
A tecnologia s<strong>em</strong> fio está disponível<br />
<strong>em</strong> locais como o Parque Farroupilha,<br />
uma <strong>das</strong> principais áreas de<br />
lazer da capital gaúcha<br />
os diferentes órgãos da administração<br />
pública e também <strong>para</strong> os cidadãos.<br />
Por meio da infovia Proc<strong>em</strong>pa,<br />
a Prefeitura de Porto Alegre interliga<br />
mais de 7.000 computadores e 2.500<br />
impressoras, e possui uma Rede Digital<br />
de Telefonia Municipal que integra<br />
100 prédios públicos e 7.000 ramais.<br />
As chama<strong>das</strong> internas nos órgãos da administração<br />
pública passaram a ser gratuitas e as externas,<br />
a ter custos <strong>em</strong> média 70% menores que antes.<br />
Isto foi possível porque a Proc<strong>em</strong>pa centralizou<br />
todo o roteamento de entrada e saída com as<br />
RUMO AO FUTURO<br />
O uso intensivo <strong>das</strong> redes de energia elétrica<br />
(PLCs) é uma <strong>das</strong> propostas <strong>para</strong> ampliar<br />
o alcance social da infra-estrutura digital. Já<br />
está <strong>em</strong> desenvolvimento um software <strong>para</strong> ser<br />
agregado a PLCs visando seu <strong>em</strong>prego na tel<strong>em</strong>edicina,<br />
o que vai permitir aos postos de<br />
saúde ter acesso à análise de imagens feitas<br />
<strong>em</strong> hospitais, localizados às vezes a mais de<br />
40 quilômetros de distância. Trata-se de um programa<br />
realizado <strong>em</strong> parceria com o Senai/RS e<br />
o Instituto Fraunhofer, da Al<strong>em</strong>anha. Outras<br />
utilizações da rede PLC de Porto Alegre já propostas<br />
pela Proc<strong>em</strong>pa estão na educação à<br />
distância e na inclusão digital.<br />
6 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
Foto: Graciele Garcia<br />
Usuários acessam a Internet<br />
na Feira do Livro de Porto Alegre<br />
operadoras externas, através da Central Trânsito,<br />
que atualmente conta com o serviço de oito operadoras.<br />
A Proc<strong>em</strong>pa t<strong>em</strong> hoje a licença de Serviço<br />
de Comunicação Multimídia (SCM) da Anatel.<br />
A partir dessa infra-estrutura, e da certeza de sua<br />
viabilidade, a Proc<strong>em</strong>pa decidiu impl<strong>em</strong>entar uma<br />
rede metropolitana s<strong>em</strong> fio. Instalou 15 torres de rádio,<br />
utilizando a tecnologia ponto-a-multiponto com<br />
cobertura de até três quilômetros. A rede metropolitana<br />
abrange atualmente 342 localidades e até o final<br />
do ano irá interligar 350, entre as quais, as 92 escolas<br />
municipais e os 129 postos de saúde do município.<br />
Foto: Divulgação<br />
BANDA LARGA NA PERIFERIA<br />
A rede metropolitana permitiu a Porto Alegre ser<br />
a primeira capital a oferecer acesso s<strong>em</strong> fio à Internet<br />
<strong>em</strong> locais públicos, via hotspots com tecnologia<br />
Wi-Fi. Possibilitou ainda a oferta de outros serviços,<br />
entre eles, a televigilância, com a instalação de câmeras<br />
de monitoramento <strong>em</strong> vários locais da cidade,<br />
e a transmissão de programas diretamente da<br />
Câmara Municipal <strong>para</strong> a TV por assinatura.<br />
"Qualquer projeto de cidade digital só faz sentido<br />
se trouxer resultados <strong>para</strong> o cidadão", frisa<br />
André Imar Kulczynski, diretor-presidente da Proc<strong>em</strong>pa<br />
e presidente da Associação Brasileira de Entidades<br />
Municipais de Tecnologia da Informação e<br />
Comunicação (Ab<strong>em</strong>tic).<br />
O primeiro projeto piloto<br />
de banda larga s<strong>em</strong> fio foi pequeno,<br />
<strong>para</strong> fins de teste, no<br />
bairro da Ilha da Pintada, um<br />
arquipélago no centro da cidade,<br />
<strong>em</strong> que foram instalados<br />
sete pontos de rádio com tecnologia<br />
ponto-a-multiponto.<br />
Comprovada a eficácia, partiuse<br />
<strong>para</strong> uma iniciativa mais ousada,<br />
no bairro da Restinga, um<br />
dos mais populosos da capital,<br />
com mais de 100 mil habitantes,<br />
e localizado a 40 quilômetros<br />
da sede da Prefeitura.<br />
Também foi instalada a tecnologia ponto-a-multiponto<br />
e, <strong>em</strong> alguns lugares, o acesso é compl<strong>em</strong>entado<br />
via tecnologia PLC, mediante parceria com a<br />
Companhia Estadual de Energia Elétrica de Porto<br />
Alegre (CEEE). Além da CEEE, foram parceiras no<br />
projeto a Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br />
e o Serviço Nacional da Indústria (Senai).<br />
Hoje, Restinga é um bairro digital. Conta com 2,5<br />
quilômetros de fibra óptica local, 3,5 quilômetros de<br />
rede PLC, 24 órgãos municipais interligados entre si<br />
e à sede da Prefeitura, 50 ramais da Rede Digital de<br />
Telefonia Municipal e uso de VoIP, conexão à velocidade<br />
de 1 Mbps, hotspots públicos e câmera de vigilância.<br />
Os investimentos, segundo Kulczynski, foram<br />
recuperados <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po, principalmente devido<br />
à drástica redução dos custos de telefonia.<br />
Mais informações sobre o projeto Porto Alegre Digital<br />
no site http://www.proc<strong>em</strong>pa.com.br/<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 7
SOBRAL<br />
• A tecnologia s<strong>em</strong> fio trouxe <strong>para</strong> Sobral o<br />
privilégio de estar entre os primeiros municípios<br />
brasileiros a oferecer acesso gratuito à<br />
Internet <strong>em</strong> locais públicos. Desde set<strong>em</strong>bro<br />
de 2006, qualquer pessoa com um computador<br />
que tenha um dispositivo s<strong>em</strong> fio interno<br />
ou um adaptador externo pode navegar pela<br />
rede <strong>em</strong> alta velocidade. Mas os benefícios<br />
vão além disso, e começaram pelas áreas da<br />
saúde e da educação.<br />
Até junho de 2007, Sobral contava com<br />
INTERNET<br />
49 quilômetros de fibra óptica instalados e<br />
19 antenas de tecnologia Wi-Fi, oito delas<br />
na zona urbana e as d<strong>em</strong>ais espalha<strong>das</strong><br />
por seus 11 distritos,<br />
NAS RUAS<br />
mais o uso de tecnologia pontoa-multiponto<br />
no trecho final da<br />
conexão (conhecida como última<br />
milha). Com essa infra-estrutura,<br />
o município cearense de quase<br />
176 mil habitantes já está tomando impulso<br />
<strong>para</strong> transformar-se <strong>em</strong> uma cidade<br />
efetivamente digital.<br />
Os 27 postos de saúde da cidade, distante<br />
cerca de 240 quilômetros de Fortaleza, estão<br />
informatizados, o que facilitou a identificação<br />
dos pacientes e agilizou enorm<strong>em</strong>ente<br />
o envio de informações, reduzindo de um mês<br />
<strong>para</strong> dois ou três dias o envio de dados, antes<br />
encaminhados <strong>em</strong> mapas manuais. “Com isto,<br />
pod<strong>em</strong>os detectar muito mais rapidamente<br />
eventuais surtos ou epid<strong>em</strong>ias”, explica<br />
Arnaldo Ribeiro Costa Lima, Secretário de<br />
Saúde e Ação Social de Sobral.<br />
O cenário que Costa Lima projeta é invejável.<br />
A partir da chegada do cidadão ao posto<br />
de saúde, os processos subseqüentes serão<br />
automáticos: o prontuário estará disponível<br />
nos postos municipais e na rede<br />
conveniada; a informação sobre os r<strong>em</strong>édios<br />
prescritos irá <strong>para</strong> a farmácia e também <strong>para</strong><br />
a central de abastecimento, ajudando a regular<br />
os estoques; os agentes comunitários<br />
Foto: Divulgação<br />
Foto: Diário do Nordeste / Wellington Macêdo<br />
8 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
MUITO PARA CONTAR<br />
Os benefícios <strong>em</strong> Sobral<br />
estenderam-se a diversas áreas:<br />
• INCLUSÃO DIGITAL<br />
Serviço público gratuito <strong>para</strong> o cidadão de<br />
Sobral e acesso à Internet de banda larga<br />
• PREFEITO VIRTUAL<br />
Presença virtual do prefeito <strong>em</strong> bairros<br />
r<strong>em</strong>otos através de videoconferências<br />
• TV MUNICIPAL<br />
Serviço de noticiário distribuído pela<br />
Internet <strong>em</strong> áreas públicas<br />
• TELEFONIA IP PARA COMUNICAÇÃO<br />
COM REPARTIÇÕES PÚBLICAS REMOTAS<br />
Uso da rede interna de telefonia da<br />
prefeitura com órgãos situados <strong>em</strong><br />
localidades afasta<strong>das</strong><br />
• VIDEOCONFERÊNCIA<br />
Acesso a correspondentes distantes por meio<br />
da Intranet ou da Internet de banda larga<br />
passarão a dispor de palmtops <strong>para</strong> transferir<br />
os dados imediatamente após suas visitas. “Tudo<br />
isto acarretará maior controle e menos desperdícios”,<br />
completa o Secretário de Educação.<br />
Das 43 instituições de ensino municipais,<br />
sendo 40 escolas e três centros de educação infantil,<br />
apenas seis ainda não possu<strong>em</strong> acesso à<br />
Internet devido a obstáculos físicos e localização<br />
geográfica, o que estará resolvido ainda este ano,<br />
garante Rosana Parente, secretária-adjunta de<br />
Educação. Ainda há muito a fazer, mas segundo<br />
ela um primeiro resultado é evidente: começa a<br />
diminuir o distanciamento dos diretores e professores<br />
<strong>em</strong> relação à tecnologia.<br />
PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO<br />
Desde o início, a preocupação dos gestores<br />
da cidade era harmonizar desenvolvimento e preservação<br />
do passado e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, enfrentar<br />
os desafios do desenvolvimento regional. A<br />
primeira experiência ocorreu <strong>em</strong> 2003. O acesso<br />
à Internet com conexão banda larga, com tecnologia<br />
ponto-a-multiponto, interligou três escolas,<br />
uma unidade básica de saúde, um local público<br />
(Beco do Cotovelo) e a Casa da Cultura ao<br />
centro de dados da Prefeitura.<br />
Aprovado o teste, o projeto começou a ser expandido.<br />
Com isto, possibilitou a instalação de sist<strong>em</strong>as<br />
de vigilância de vias públicas e câmeras de<br />
monitoramento na cidade, além do uso de tel<strong>em</strong>edicina<br />
entre o Centro de Saúde da Família e unidades<br />
básicas da saúde localiza<strong>das</strong> <strong>em</strong> distritos<br />
mais afastados; recursos de educação à distância<br />
entre escolas; e teleconferência entre a Faculdade<br />
de Medicina de Sobral e a Escola de Formação<br />
Saúde da Família.<br />
Foto: Divulgação<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 9
PIRAÍ<br />
TECNOLOGIA E<br />
PESSOAS<br />
• O projeto de Piraí teve orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma crise econômica.<br />
D<strong>em</strong>issões <strong>em</strong> uma <strong>em</strong>presa e a reestruturação<br />
tecnológica de uma fábrica levaram o município<br />
fluminense a perder, <strong>em</strong> um curtíssimo espaço<br />
de t<strong>em</strong>po, 1.600 postos de trabalho, número b<strong>em</strong> alto<br />
<strong>para</strong> uma cidade com cerca de 23 mil habitantes. Era<br />
necessário estimular o desenvolvimento<br />
local, decidiu o<br />
então prefeito, Luiz Fernando<br />
de Souza, mais conhecido<br />
como Pezão, hoje vice-governador<br />
do Estado do Rio. Seus<br />
desdobramentos levaram<br />
Piraí a tornar-se o primeiro<br />
município digital brasileiro.<br />
A proposta de revitalização<br />
econômica integrava ações de<br />
desenvolvimento local com<br />
modernização da gestão, que<br />
incluiu um Plano Diretor de Informática,<br />
que previa a interligação<br />
de todos os prédios públicos.<br />
Em seu rastro, veio a decisão<br />
de que era preciso também<br />
inovar. A resposta veio da<br />
combinação da tecnologia e<br />
<strong>das</strong> pessoas, como conta Franklin<br />
Coelho, da Universidade Federal Fluminense, coordenador<br />
do projeto, que trabalhou ao lado de uma<br />
equipe que contou com representantes de outras universidades<br />
e entidades, como a professora da Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro, Maria Helena<br />
Cautiero Jardim, além de diversos órgãos municipais.<br />
COLHEITA DIGITAL<br />
O projeto Piraí Digital deu frutos<br />
e, com o apoio de várias entidades,<br />
entre elas a Associação de<br />
Municípios do Estado do Rio de Janeiro<br />
(Apr<strong>em</strong>erj), v<strong>em</strong> estendendose<br />
a municípios vizinhos. O primeiro<br />
deles foi Rio <strong>das</strong> Flores, com apenas<br />
oito mil habitantes. Segundo o<br />
prefeito Vicente Guedes, também<br />
presidente de Apr<strong>em</strong>erj, a inclusão<br />
digital e a educação são o ponto de<br />
partida da revolução que levará Rio<br />
<strong>das</strong> Flores à recuperação econômica.<br />
Além de Rio <strong>das</strong> Flores, já faz<strong>em</strong><br />
parte do corredor digital do Vale<br />
Histórico do Café, as cidades de Rio<br />
Claro e Conservatória.<br />
Um dos pontos cruciais foi a captação de recursos<br />
externos. Eles vieram inicialmente do BNDES –<br />
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social,<br />
com a utilização do Programa de Modernização<br />
da Administração Tributária e de Gestão dos Setores<br />
Sociais Básicos (PMAT). Outro it<strong>em</strong> estratégico<br />
foi a escolha da tecnologia. Inicialmente,<br />
pensou-se <strong>em</strong> usar<br />
exclusivamente tecnologia<br />
s<strong>em</strong> fio. A opção foi pelo Wi-<br />
Fi, na freqüência de 2,4 GHz.<br />
Até então, não havia experiências<br />
com o Wi-Fi <strong>em</strong> redes<br />
externas e um especialista<br />
foi convidado a integrar-se<br />
à equipe com o objetivo de<br />
otimizar a tecnologia. Em<br />
seus estudos, André Macara,<br />
hoje titular da <strong>em</strong>presa IEG<br />
Brasil, concluiu que a melhor<br />
opção <strong>em</strong> termos de custos<br />
seria um sist<strong>em</strong>a híbrido,<br />
com e s<strong>em</strong> fio. A escolha se<br />
mostrou acertada, e o valor<br />
inicial, estimado <strong>em</strong> R$ 1 milhão<br />
e 600 mil, caiu <strong>para</strong> R$<br />
400 mil. Foi tomada também<br />
uma decisão estratégica pelo software livre.<br />
Hoje, os 520 quilômetros quadrados de Piraí estão<br />
totalmente cobertos, <strong>em</strong> que pese ser uma área<br />
bastante montanhosa. A rede mescla conexões s<strong>em</strong><br />
fio Wi-Fi com conexões fixas, via fibra óptica, linha<br />
telefônica comum e linhas de energia elétrica (PLC,<br />
10 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
do inglês Power Line Communications).<br />
Onde não há<br />
sinal ou sua qualidade é<br />
ruim, nas chama<strong>das</strong> zonas<br />
de sombra, são instala<strong>das</strong><br />
antenas repetidoras.<br />
To<strong>das</strong> as 25 instituições<br />
de ensino de Piraí contam<br />
com acesso à Internet <strong>em</strong><br />
banda larga. Mas os laboratórios<br />
não estão lá apenas <strong>para</strong> ensinar professores<br />
e alunos a aprender informática. Como explica<br />
Franklin Dias Coelho, “eles foram feitos <strong>para</strong> construção<br />
interativa de conteúdo e estabelecer novas<br />
relações entre professores e alunos<br />
na produção do conhecimento.”<br />
Em virtude dessa visão,<br />
a capacitação dos professores<br />
foi uma questão-chave, e teve<br />
início ainda <strong>em</strong> 2002, quando o<br />
projeto engatinhava.<br />
Os 13 postos de saúde também<br />
contam com acesso à Internet<br />
<strong>em</strong> banda larga e integração<br />
ao hospital estadual. Está<br />
<strong>em</strong> fase final o projeto que integra<br />
o programa usado no muni-<br />
Fotos: Paulo Jabur / Cortesia Revista Desafios do Desenvolvimento<br />
MOBILIZAÇÃO<br />
As iniciativas de desenvolvimento do município<br />
não tiveram apenas a tecnologia<br />
como foco, mas ela foi instrumento <strong>para</strong> praticamente<br />
to<strong>das</strong> elas. Além disso, houve participação<br />
efetiva <strong>das</strong> pessoas, por intermédio<br />
do Conselho da Cidade. Como frisa o coordenador<br />
do projeto, Franklin Dias Coelho,<br />
“não se trata apenas de colocar rádios, mas<br />
de um programa de mobilização social e<br />
envolvimento da sociedade.” É preciso ainda,<br />
diz ele, “descobrir a identidade do município<br />
e criar o projeto a partir dela.”<br />
“Quando vejo os benefícios<br />
que este projeto traz <strong>para</strong><br />
a população, tenho certeza<br />
que apesar dos desafios<br />
dev<strong>em</strong>os ter corag<strong>em</strong><br />
política de enfrentá-los.<br />
ARTHUR HENRIQUE GONÇALVES<br />
FERREIRA (TUTUCA),<br />
ATUAL PREFEITO DE PIRAÍ<br />
cípio com o Gerenciamento de<br />
Informações Locais (GIL), adotado<br />
pelo SUS – Sist<strong>em</strong>a Único<br />
de Saúde. Desta forma, além do<br />
repasse <strong>das</strong> informações ao Ministério<br />
da Saúde no formato<br />
que este padroniza, o município<br />
também poderá dispor <strong>das</strong> informações<br />
da maneira que melhor<br />
lhe convier <strong>para</strong> gerir suas<br />
iniciativas na área. Algumas<br />
ações na área da saúde irão incluir<br />
o prontuário eletrônico, o cartão de saúde e a<br />
tel<strong>em</strong>edicina, <strong>em</strong> parceria com a Universidade Estadual<br />
do Rio de Janeiro (UERJ). Além disso, já estão<br />
<strong>em</strong> andamento: o projeto que utiliza os laboratórios<br />
de informática <strong>para</strong> dinâmicas com os portadores<br />
de deficiência mental, os sist<strong>em</strong>as de tel<strong>em</strong>edicina,<br />
as salas de videoconferência <strong>para</strong> capacitação<br />
a distância, os telefones públicos voz sobre IP,<br />
as aulas de alfabetização bilíngüe e as aulas de músicas<br />
popular brasileiras nas escolas, entre outros.<br />
Para informações detalha<strong>das</strong> sobre o projeto Piraí Digital,<br />
visite o site http://www.piraidigital.com.br/<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 11<br />
Foto: Paulo Jabur / Cortesia Revista Desafios do Desenvolvimento
REGULAMENTAÇÃO<br />
O PASSO A PASSO<br />
PARA AS PREFEITURAS<br />
• Tornar-se uma cidade digital exige alguns pre<strong>para</strong>tivos,<br />
e um deles é a atenção que deve ser<br />
dada à regulamentação. Como qualquer atividade<br />
ligada às telecomunicações, to<strong>das</strong> as iniciativas<br />
dev<strong>em</strong> levar <strong>em</strong> conta o cumprimento de normas<br />
estabeleci<strong>das</strong> pela Agência Nacional de Telecomunicações<br />
(Anatel). Cabe a este órgão regulador<br />
administrar o uso do espectro de radiofreqüência<br />
(leia quadro nesta página).<br />
Para ser usuária de comunicação s<strong>em</strong> fio<br />
<strong>em</strong> sua localidade, seja internamente, na<br />
interligação dos órgãos municipais, seja oferecendo<br />
serviços como telefonia e acesso à Internet<br />
à comunidade, a prefeitura pode recorrer às<br />
operadoras tradicionais de telefonia móvel ou<br />
fixa, e, claro, negociar preços.<br />
Mas n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre isto é possível. As condições<br />
muitas vezes não são vantajosas ou o município<br />
sequer está na rota de atendimento comercial <strong>das</strong><br />
operadoras, porque elas não vislumbram, ali, possibilidade<br />
de retorno financeiro que justifique seus<br />
investimentos. Nesse caso, os gestores públicos<br />
pod<strong>em</strong>, e dev<strong>em</strong>, buscar alternativas de terceiros<br />
ou criar a sua própria solução.<br />
SERVIÇOS DE TERCEIROS<br />
É necessário contratar os serviços de uma <strong>em</strong>presa,<br />
pública ou privada, que já tenha a licença de<br />
Serviço de Comunicação Multimídia (SCM). Esta licença<br />
custa R$ 9.000 e permite às <strong>em</strong>presas contrata<strong>das</strong><br />
pelos municípios cobrar pelos serviços<br />
prestados. É uma opção disponível, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>para</strong><br />
as prefeituras que contam com um órgão municipal<br />
de informática. Até março deste ano, a Anatel já havia<br />
concedido 600 outorgas de SCM, inclusive <strong>para</strong><br />
<strong>em</strong>presas que operam redes de energia elétrica.<br />
• Para consultar a lista de <strong>em</strong>presas com licença SCM, consulte<br />
o portal da Anatel, <strong>em</strong> Comunicação Multimídia > Prestadores.<br />
• Para mais informações sobre a licença SCM, consulte as<br />
Resoluções 272, 328 e 295 da Anatel.<br />
O QUE É ESPECTRO DE RADIOFREQÜÊNCIA<br />
É o espaço por onde trafegam as on<strong>das</strong> eletromagnéticas<br />
de radiofreqüências (ou on<strong>das</strong> de rádio),<br />
que possibilitam a comunicação s<strong>em</strong> fio, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, nas transmissões de televisão ou rádio,<br />
nos telefones celulares, nos rádios utilizados por<br />
policiais, bombeiros e ambulâncias, nos radares<br />
de controle de aviões e nos telefones s<strong>em</strong> fio.<br />
O espectro de radiofreqüência é dividido <strong>em</strong><br />
faixas. A Agência Nacional de Telecomunicações<br />
(Anatel), vinculada ao Ministério <strong>das</strong> Comuni-<br />
cações, é responsável pela regulamentação e<br />
fiscalização do uso do espectro de radiofreqüências,<br />
por se tratar de um b<strong>em</strong> público e um<br />
recurso escasso.<br />
A regulamentação <strong>das</strong> diversas faixas de<br />
radiofreqüências está no Plano de Atribuição,<br />
Destinação e Distribuição de Faixas de Freqüências<br />
no Brasil (<strong>PDF</strong>F), na página do portal da<br />
Anatel, <strong>em</strong> http://sist<strong>em</strong>as.anatel.gov.br/pdff/<br />
Fonte: Anatel<br />
12 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
SOLUÇÃO PRÓPRIA<br />
É preciso obter na Anatel uma licença de Serviço<br />
de Rede Privado, na submodalidade Serviço Limitado<br />
Privado (SLP), considerado de interesse restrito. Esta<br />
opção é bastante recente. As normas foram aprova<strong>das</strong><br />
pela Anatel <strong>em</strong> março de 2007, especificamente<br />
<strong>para</strong> atender às d<strong>em</strong>an<strong>das</strong> da municipalidade por<br />
serviços relativos a educação, cultura e informação<br />
via acesso a um portal ou site interno (também conhecido<br />
como intranet) da prefeitura.<br />
Esta alternativa surgiu dos estudos e análises<br />
técnicas feitas por especialistas da Anatel. Eles<br />
constataram que, <strong>em</strong> função do avanço da tecnologia<br />
s<strong>em</strong> fio, muitas prefeituras já vêm instalando<br />
sist<strong>em</strong>as de telecomunicação <strong>em</strong><br />
freqüência de radiação restrita, ou<br />
seja, dentro de limites preestabelecidos,<br />
<strong>para</strong> oferecer a seus cidadãos<br />
não somente acesso à Internet, mas<br />
também a uma série de serviços<br />
municipais antes disponíveis apenas<br />
com a presença física.<br />
Agora, os serviços da prefeitura<br />
classificados como de uso próprio,<br />
e destinados à comunidade, pod<strong>em</strong> ser utilizados<br />
tanto nos canais tradicionais – guichês, telefones,<br />
centros de atendimento, terminais de auto-atendimento,<br />
bibliotecas, telecentros, etc. – quanto via<br />
acesso r<strong>em</strong>oto <strong>em</strong> computadores individuais.<br />
A licença do Serviço Limitado Privado (SLP) custa<br />
R$ 400 e t<strong>em</strong> algumas restrições: está condicionada à<br />
gratuidade do acesso e é válida apenas <strong>para</strong> os serviços<br />
da prefeitura e dentro do território municipal.<br />
• Para mais informações sobre o SLP, consulte a Norma 13/97,<br />
do Ministério <strong>das</strong> Comunicações, e as Resoluções 365,<br />
387 e 461 da Anatel.<br />
FREQÜÊNCIAS E LICENÇAS<br />
A prefeitura também precisa optar se irá usar<br />
sist<strong>em</strong>as de tecnologia baseados <strong>em</strong> faixas de radiofreqüência<br />
licencia<strong>das</strong>, ou seja, vendi<strong>das</strong> pela<br />
Anatel a <strong>em</strong>presas priva<strong>das</strong> por meio de licitação,<br />
ou não-licencida<strong>das</strong>, isto é, aquelas que não so-<br />
fr<strong>em</strong> fiscalização direta deste órgão regulador na<br />
prestação de serviços ao usuário.<br />
Para cada serviço de telecomunicações, a<br />
Anatel destina uma determinada faixa de freqüência.<br />
Alguns serviços e suas respectivas faixas de<br />
freqüência precisam obrigatoriamente de licença<br />
da Anatel. Outros, que utilizam equipamentos de<br />
radiação restrita, ou seja, dentro de limites preestabelecidos,<br />
dispensam esta formalidade.<br />
Entretanto, mesmo <strong>para</strong> as faixas de freqüência<br />
não-licencia<strong>das</strong>, é indispensável que os equipamentos<br />
<strong>em</strong>pregados tenham um certificado de homologação<br />
da Anatel. Isto é necessário <strong>para</strong> assegurar que<br />
tais equipamentos estão de acordo com as regras<br />
internacionais <strong>para</strong> o oferecimento<br />
de serviços à população.<br />
• Para mais informações sobre os<br />
equipamentos de radiocomunicação<br />
de radiação restrita, consulte a<br />
Resolução 365/2004 da Anatel.<br />
No caso <strong>das</strong> tecnologias<br />
s<strong>em</strong> fio <strong>para</strong> banda larga, o<br />
quadro de freqüências e licenças<br />
é o seguinte:<br />
SERVIÇO/ FAIXAS DE<br />
TECNOLOGIA FREQÜÊNCIA LICENÇA DA ANATEL<br />
Wi-Fi 2,4 GHz Não, exceto <strong>para</strong> localidades<br />
com população superior<br />
a 500 mil habitantes.<br />
5,0 GHz Não<br />
Mesh 2,4 GHz Não, exceto <strong>para</strong> localidades<br />
com população superior<br />
a 500 mil habitantes.<br />
5,0 GHz Não<br />
WiMAX (1) 2,5 GHZ Sim<br />
3,5 GHz Sim (2)<br />
10,5 GHz Sim (2)<br />
3G 1,9 e 2,1 GHz Sim, exclusivamente <strong>para</strong> as<br />
operadoras de telefonia móvel,<br />
e ainda <strong>em</strong> licitação pela Anatel.<br />
(1) Dependendo da decisão da Anatel, as licenças WiMAX poderão, ou não,<br />
ser concedi<strong>das</strong> também às operadoras de telefonia fixa.<br />
(2) Serão licita<strong>das</strong> brev<strong>em</strong>ente pela Anatel.<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 13
RECURSOS<br />
ONDE ESTÁ O DINHEIRO?<br />
• Mesmo nos municípios <strong>em</strong> que a receita é um<br />
fator crítico, é possível pensar <strong>em</strong> um projeto de<br />
acesso e informações digitais. O segredo é saber<br />
onde buscar recursos. Algumas fontes de financiamento<br />
disponíveis atualmente são:<br />
BNDES<br />
Programa de Modernização da Administração Tributária<br />
e de Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT)<br />
Possibilita aos municípios obter recursos e diminuir<br />
custos na prestação de serviços nas áreas<br />
da administração, assistência à criança e jovens,<br />
saúde, educação e de geração de oportunidades de<br />
trabalho e renda. Os itens financiáveis são tecnologia<br />
de informação e equipamentos de informática;<br />
capacitação de recursos humanos: serviços técnicos<br />
especializados; equipamentos de apoio à operação<br />
e fiscalização; e infra-estrutura física.<br />
• Informações detalha<strong>das</strong> sobre como os municípios pod<strong>em</strong> habilitar-se<br />
ao PMAT estão no endereço http://www.bndes.gov.br/social/municip.asp<br />
CAIXA<br />
Programa Nacional de Apoio à Modernização Administrativa e<br />
Fiscal dos Municípios Brasileiros (PNAFM)<br />
O objetivo do programa é melhorar a qualidade<br />
da execução <strong>das</strong> funções sociais da administração<br />
pública, <strong>em</strong> especial o atendimento ao cidadão.<br />
Inclui, entre várias ações, a impl<strong>em</strong>entação<br />
de sist<strong>em</strong>as destinados ao controle da arrecadação,<br />
atendimento ao cidadão, comunicação<br />
de dados, controle financeiro, recursos humanos,<br />
consultorias, <strong>aqui</strong>sição de equipamentos de informática,<br />
infra-estrutura e geoprocessamento<br />
referenciado. Parte dos recursos é originária do<br />
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).<br />
• Para mais informações sobre o programa e como aderir a ele,<br />
visite o endereço http://www1.caixa.gov.br/cidade/asp/personaliza/<br />
iPaginaRedesenho.asp?pagina=4560000360<br />
MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES<br />
Governo Eletrônico Serviço de Atendimento<br />
ao Cidadão (Gesac)<br />
Sua proposta é promover a inclusão<br />
social por meio da inclusão digital, e o objetivo<br />
é alcançar todos os municípios brasileiros.<br />
Oferece instalações equipa<strong>das</strong> <strong>para</strong><br />
uso da informática e acesso à Internet através<br />
de antenas via satélite nos mais diferentes<br />
locais, inclusive escolas e órgãos<br />
públicos. O Ministério <strong>das</strong> Comunicações<br />
v<strong>em</strong> priorizando o atendimento aos municípios<br />
que ainda não foram cont<strong>em</strong>plados<br />
com pontos de presença Gesac, notadamente<br />
aqueles que não têm oferta de Internet<br />
banda larga na região.<br />
Recent<strong>em</strong>ente, o Ministério <strong>das</strong> Comunicações<br />
informou que o novo edital do<br />
Gesac incluirá conexões terrestres, com<br />
tecnologias como DSL, wireless, rádio, PLC,<br />
cabos de TVs por assinatura, etc. Até o final<br />
de julho, o pregão estava previsto <strong>para</strong> o dia 13 de<br />
agosto e a assinatura dos contratos, <strong>para</strong> o dia 3 de<br />
set<strong>em</strong>bro. O cronograma prevê que no início de nov<strong>em</strong>bro<br />
sejam instalados os primeiros 870 pontos<br />
de presença dos lotes terrestres e, <strong>em</strong> janeiro de<br />
2008, os primeiros 800 pontos do lote de satélite.<br />
Atualmente, o Gesac opera <strong>em</strong> 3.600 pontos,<br />
com abrangência <strong>em</strong> 2.210 municípios, e oferece,<br />
entre outros, serviços de Internet e VoIP (voz sobre<br />
protocolo de Internet). Ao todo, o novo programa<br />
prevê 20 mil pontos, <strong>para</strong> atender todos os<br />
municípios do País.<br />
• Para saber mais, visite o site do Ministério, no endereço<br />
http://www.mc.gov.br, vá até Inclusão Digital e clique <strong>em</strong> Gesac.<br />
Visite também a página www.idbrasil.gov.br ou www.idbrasil.org.br<br />
Neles, é possível encontrar to<strong>das</strong> as informações sobre o<br />
funcionamento do programa e também como se candidatar a ele.<br />
14 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
As inscrições foram abertas <strong>para</strong> todos os municípios,<br />
mas apenas aqueles selecionados receberão<br />
móveis e computadores, além de provimento<br />
de infra-estrutura de rede lógica e de sist<strong>em</strong>as,<br />
instalação de softwares livres e de programas informatizados<br />
de gestão do Telecentro. Em contrapartida,<br />
as prefeituras dev<strong>em</strong> oferecer local adequado,<br />
com acesso à internet, luz, água potável,<br />
sanitários, linha telefônica e acessibilidade às pessoas<br />
portadoras de necessidades especiais.<br />
Até o final do ano passado, segundo o Minicom,<br />
a maior parte <strong>das</strong> adesões era de prefeituras<br />
<strong>das</strong> regiões Sul e Sudeste. As regiões Norte e<br />
Nordeste ficavam <strong>para</strong> trás quando, exatamente,<br />
são as mais necessita<strong>das</strong> do apoio oficial <strong>para</strong> a<br />
criação dos Telecentros.<br />
• Mais informações sobre os Telecentros pod<strong>em</strong> ser encontra<strong>das</strong><br />
<strong>em</strong> http://www.idbrasil.gov.br/menu_gestao ou no site do Ministério<br />
<strong>das</strong> Comunicações, <strong>em</strong> http://www.mc.gov.br/<br />
MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES<br />
Telecentros<br />
Embora não constituam por si só um projeto<br />
abrangente de cidade digital, os Telecentros – espaços<br />
com computadores conectados à Internet banda<br />
larga – pod<strong>em</strong> ser um ponto de partida. As prefeituras<br />
precisam ficar atentas aos chamamentos oficiais<br />
do Ministério <strong>das</strong> Comunicações quanto aos<br />
Telecentros. Em nov<strong>em</strong>bro de 2006, foi feito um chamamento,<br />
cujo prazo originalmente terminava <strong>em</strong><br />
31 de dez<strong>em</strong>bro. Entretanto, este prazo foi prorrogado,<br />
s<strong>em</strong> data preestabelecida <strong>para</strong> o encerramento,<br />
porque 1.881 prefeituras não haviam se manifestado.<br />
Até o final de julho, o formulário de inscrição continuava<br />
na página do Minicom, e os municípios que<br />
ainda não se ca<strong>das</strong>traram no programa podiam escrever<br />
<strong>para</strong> o endereço eletrônico cgpe@mc.gov.br<br />
OUTRAS FONTES<br />
Em recente visita ao Brasil, o presidente da Associação<br />
Hispano-Americana de Centros de Pesquisa<br />
e Empresas de Telecomunicações (AHCIET), Luis<br />
Di Benedetto, informou que a associação irá<br />
disponibilizar recursos <strong>para</strong> projetos piloto de <strong>Cidades</strong><br />
Digitais <strong>em</strong> toda a América Latina. Isto será<br />
feito por meio de investidores espanhóis e portugueses,<br />
e a data prevista <strong>para</strong> o lançamento desse<br />
fundo é set<strong>em</strong>bro de 2007. Ainda não há informações<br />
mais detalha<strong>das</strong> sobre o t<strong>em</strong>a, mas vale a pena<br />
ficar atento <strong>para</strong> esta possível oportunidade.<br />
Outra possibilidade, ainda <strong>em</strong> suspenso devido<br />
a questões de regulamentação, é o uso de parte<br />
do total arrecadado pelo Fundo de Universalização<br />
<strong>das</strong> Telecomunicações (Fust) <strong>para</strong> a educação, especificamente<br />
<strong>para</strong> estabelecimentos de ensino<br />
público. Embora também não seja, por si só, um<br />
projeto de cidade digital, a aplicação de tais recursos<br />
poderia ser igualmente um ponto de partida, a<br />
ex<strong>em</strong>plo dos Telecentros. Resta ficar de olho <strong>para</strong><br />
acompanhar os desdobramentos do assunto.<br />
Fonte: BNDES, CAIXA, Ministério <strong>das</strong> Comunicações e portal Convergência Digital<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 15
TECNOLOGIAS<br />
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO<br />
• A conexão via banda larga s<strong>em</strong> fio possibilita<br />
que voz, dados e imagens sejam transmitidos e<br />
acessados <strong>em</strong> altas velocidades, e seu custo é relativamente<br />
baixo <strong>em</strong> com<strong>para</strong>ção a tecnologias<br />
convencionais. Por meio de uma tecnologia s<strong>em</strong><br />
fio e/ou sua combinação com outras, é possível<br />
“iluminar” todo o município, isto é, ter conectividade<br />
<strong>em</strong> todo o território, tanto na zona urbana<br />
quanto rural, <strong>para</strong> fornecer acesso e serviços públicos<br />
aos seus habitantes e visitantes.<br />
A banda larga s<strong>em</strong> fio pode ser expandida<br />
aos poucos. Uma de suas principais vantagens<br />
é dispensar a instalação, b<strong>em</strong> mais cara, de fios<br />
aéreos ou subterrâneos. Ela t<strong>em</strong> como base protocolos<br />
de Internet, e por isto é bastante flexível.<br />
Pode constituir a instalação inicial de uma<br />
Wi-Fi<br />
É uma <strong>das</strong> tecnologias mais utiliza<strong>das</strong> atualmente<br />
na infra-estrutura de uma cidade digital. A partir da instalação<br />
de estações base, oferece acesso à Internet <strong>em</strong><br />
alta velocidade, s<strong>em</strong> fio, a qu<strong>em</strong> esteja usando equipamentos<br />
móveis (com cartões ou placas internos ou externos<br />
<strong>para</strong> este tipo de conexão) e no raio de ação de<br />
um ponto de acesso, conhecido como hotspot.<br />
Também é possível <strong>em</strong>pregar a tecnologia Wi-<br />
Fi <strong>para</strong> interligar órgãos públicos. Nos prédios próximos<br />
entre si, basta utilizar os equipamentos com<br />
essa tecnologia. Naqueles mais distantes, <strong>em</strong> que<br />
há zonas de sombras, é possível usar estações repetidoras<br />
<strong>para</strong> multiplicar o sinal. As prefeituras<br />
não precisam obter licença da Anatel <strong>para</strong> instalar<br />
ou operar a tecnologia Wi-Fi. Tal licença é indispensável<br />
somente se o uso for comercial.<br />
FICHA TÉCNICA:<br />
• Tecnologia: Wi-Fi (abreviação de Wireless Fidelity, ou fidelidade s<strong>em</strong> fios);<br />
ou WLAN (Wireless Local Area Network, ou rede s<strong>em</strong> fio local).<br />
• Padrão internacional: IEEE 802.11b.<br />
• Faixa de freqüência: 2,4 GHz.<br />
• Taxas de transmissão de dados: até 11 Mbps (megabits por segundo) <strong>para</strong> acesso e distribuição<br />
• Alcance: 100 a 300 metros por estação.<br />
• Exigência: linha de visada direta, ou seja, não pode haver obstáculos entre os equipamentos<br />
e as estações; e os equipamentos utilizados dev<strong>em</strong> ser obrigatoriamente homologados<br />
pela Anatel.<br />
16 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
cidade digital ou ser integrada a outros tipos de<br />
rede, como as de cabo ou de energia elétrica,<br />
esta última conhecida como PLC (do inglês<br />
Power Line Communications, que significa comunicações<br />
via linha de energia).<br />
Para que um projeto de cidade digital dê<br />
certo, é essencial que ele seja o mais adequado<br />
às características geográficas e às necessidades<br />
de uso. Escolher a melhor tecnologia é uma<br />
etapa importante, e somente um estudo técnico<br />
cuidadoso pode apontar aquela, ou aquelas, que<br />
vão render bons frutos. Conheça um pouco sobre<br />
as principais tecnologias disponíveis.<br />
WiMAX<br />
A tecnologia WiMAX proporciona conectividade<br />
<strong>em</strong> banda larga s<strong>em</strong> fio de alcance mais longo<br />
que o Wi-Fi e alta taxa de transmissão, com a<br />
vantag<strong>em</strong> de não precisar de linha de visada direta<br />
à estação radiobase. É ideal <strong>para</strong> conexões<br />
de última milha, isto é, <strong>para</strong> ser colocada como o<br />
último trecho de uma rede mista, ou híbrida. Destina-se<br />
a grandes áreas urbanas, onde a integridade<br />
do sinal é de fundamental importância. Portanto,<br />
é mais uma alternativa <strong>para</strong> os municípios,<br />
sozinha ou combinada a outras tecnologias.<br />
No caso da tecnologia WiMAX, é indispensável<br />
mencionar a questão da regulamentação.<br />
Com relação às faixas de freqüência licencia<strong>das</strong>,<br />
a de 2,5 GHz foi concedida, <strong>em</strong> leilão, a operadoras<br />
de MMDS, ou, simplificando, <strong>em</strong>presas de<br />
TV por assinatura via microonda. Quanto às faixas<br />
de 3,5 GHz e 10,5 GHz, houve um primeiro<br />
leilão <strong>em</strong> 2003, quando foram concedi<strong>das</strong> licenças<br />
a algumas operadoras, entre elas a Brasil<br />
Telecom e a Embratel. As d<strong>em</strong>ais licenças nessas<br />
duas faixas ainda serão licita<strong>das</strong> pela Anatel.<br />
Empresas de todos os portes têm interesse<br />
nesse leilão, e a principal polêmica, neste caso,<br />
é se as operadoras de telefonia fixa pod<strong>em</strong>, ou<br />
não, ter direito a uma licença.<br />
FICHA TÉCNICA:<br />
• Tecnologia: WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave<br />
Access, ou interoperabilidade mundial <strong>para</strong> acesso via on<strong>das</strong> de rádio).<br />
• Padrão internacional: IEEE 802.16d (nômade) e<br />
IEEE 802.16e (móvel).<br />
• Faixas de freqüência: 2,5 GHz (já licenciada);<br />
e 3,5 GHz e 10,5 GHz (até julho de 2007, <strong>em</strong> processo<br />
de licitação pela Anatel)<br />
• Taxa de transmissão de dados: até 75 Mbps<br />
• Alcance: até 50 quilômetros<br />
• Exigência: os equipamentos precisarão ser homologados pela Anatel,<br />
que ainda está definindo as especificidades deste processo.<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 17
TECNOLOGIAS<br />
Ponto-a-multiponto<br />
É um sist<strong>em</strong>a composto por rádios que<br />
operam nas freqüências de 900 MHz, 2,4 GHz<br />
e 5 GHz, s<strong>em</strong> necessidade, portanto, de obter<br />
licença na Agência Nacional de Telecomunicações.<br />
É fácil de impl<strong>em</strong>entar e administrar, e<br />
pode compl<strong>em</strong>entar redes Mesh ou de PLC.<br />
A tecnologia ponto-a-multiponto abrange<br />
distâncias de até 200 quilômetros, interliga<br />
sist<strong>em</strong>as celulares e hotspots Wi-Fi, e pode<br />
ser conectada a sist<strong>em</strong>as WiMAX. Há diferentes<br />
opções de rádios, com ou s<strong>em</strong> linha de visada<br />
direta (termo que se utiliza quando não<br />
pode haver obstáculos entre os equipamentos).<br />
Permite cobertura s<strong>em</strong> fio contínua <strong>em</strong><br />
toda a extensão de uma cidade, abrangendo<br />
áreas inatingíveis por outras soluções.<br />
FICHA TÉCNICA:<br />
• Tecnologia: Ponto-a-multiponto.<br />
• Faixas de freqüência: 900 MHz,<br />
2,4 GHz e 5 GHz.<br />
• Taxas de transmissão de dados:<br />
42 Mbps <strong>para</strong> download e upload.<br />
• Alcance: <strong>para</strong> cada rádio, 16 quilômetros<br />
<strong>para</strong> acesso e distribuição.<br />
• Exigência: os equipamentos utilizados<br />
na construção da rede dev<strong>em</strong> ser<br />
obrigatoriamente homologados<br />
pela Anatel.<br />
Mesh<br />
As redes <strong>em</strong> malha, ou<br />
Mesh, aplicam às redes s<strong>em</strong><br />
fio a mesma arquitetura de<br />
roteamento distribuído encontrada<br />
na Internet. É formada<br />
quando uma série de<br />
roteadores s<strong>em</strong> fio (repetidores)<br />
é conectada a nós ou<br />
pontos de acesso inteligentes<br />
<strong>para</strong> fornecer cobertura sobre uma área<br />
maior do que a possibilitada com um ponto<br />
de acesso independente, ou hotspot. As redes<br />
<strong>em</strong> malha foram projeta<strong>das</strong> <strong>para</strong> continuar<br />
funcionando e roteando sinais com eficiência<br />
mesmo quando encontrar<strong>em</strong><br />
interferência ou algum<br />
nó tiver saído do ar.<br />
A experiência t<strong>em</strong> mostrado<br />
que as redes Mesh representam<br />
a solução ideal<br />
<strong>para</strong> inundar áreas urbanas<br />
com acesso s<strong>em</strong> fio de alto<br />
des<strong>em</strong>penho e baixo custo.<br />
Redes Wi-Fi <strong>em</strong> malha já estão sendo utiliza<strong>das</strong><br />
<strong>em</strong> cidades de outros países <strong>para</strong> fornecer acesso<br />
universal à Internet e promet<strong>em</strong> estimular o<br />
desenvolvimento econômico, além de agilizar os<br />
serviços públicos e a segurança pública.<br />
18 GUIA DAS CIDADES DIGITAIS
OPINIÃO<br />
UM DESAFIO A SER SUPERADO<br />
André Imar Kulczynski *<br />
• Distante da competitividade estabelecida no setor<br />
privado, a gestão da Tecnologia da Informação<br />
(TI) na administração pública é hoje um dos principais<br />
desafios dos governantes. Os simples saber escolher<br />
e saber usar dev<strong>em</strong> ser concebidos<br />
como um processo decisório <strong>em</strong><br />
busca da qualidade de serviços a ser<strong>em</strong><br />
oferecidos à população.<br />
Se na década de 50, o desenvolvimento<br />
econômico fez avançar<br />
o incipiente transporte rodoviário<br />
no País, hoje, meio século depois,<br />
o caminho do crescimento socioeconômico<br />
passa também pela segurança<br />
e velocidade, proporciona<strong>das</strong><br />
pela TI. É preciso que se entenda<br />
que a necessidade de inovação<br />
do serviço público depende<br />
sim do bom uso <strong>das</strong> soluções tecnológicas.<br />
A atuação eficaz do Estado,<br />
atrelada a áreas tão sensíveis<br />
como saúde e educação, está diretamente<br />
ligada às orientações que<br />
dev<strong>em</strong> chegar ao administrador.<br />
Nesse sentido, indubitavelmente, a<br />
estratégia no uso da informação<br />
passa a ter um maior valor agregado,<br />
quando tratada como recurso<br />
pelo gestor.<br />
Devidamente sensibilizado <strong>para</strong><br />
as incontáveis vantagens de adoção<br />
de redes públicas online de comunicação – tão<br />
abrangentes e eficazes quanto as próprias redes<br />
de água de sua cidade –, o administrador encontra<br />
agora outro grande desafio: O que utilizar, onde investir?<br />
Já ultrapassa a casa dos 50% o déficit tecnológico<br />
nas prefeituras do País. Fontes oficiais<br />
apontam que pouco mais de dois mil municípios<br />
brasileiros possu<strong>em</strong> conexão à Internet <strong>em</strong> banda<br />
“A necessidade de<br />
inovação do<br />
serviço público<br />
depende do bom<br />
uso <strong>das</strong> soluções<br />
tecnológicas.<br />
larga. O uso híbrido de tecnologias surge aí como<br />
alternativa de redução deste déficit.<br />
Porto Alegre, por ex<strong>em</strong>plo, desponta no cenário<br />
nacional com a maior rede de acesso à Internet<br />
pela corrente elétrica, <strong>para</strong> fins de inclusão<br />
social. A tecnologia, do inglês Power<br />
Line Communications (PLC), aparece<br />
como uma <strong>das</strong> mais promissoras<br />
na promoção da inclusão digital,<br />
uma vez que 95% <strong>das</strong> residências<br />
no Brasil dispõ<strong>em</strong> de energia elétrica.<br />
Também a rede de conexão s<strong>em</strong><br />
fio (wireless) pode se tornar alternativa<br />
eficaz e de baixo custo <strong>para</strong><br />
ampliar a conexão de banda larga<br />
nos municípios brasileiros.<br />
Entretanto, a velocidade verificada<br />
na oferta de serviços e soluções<br />
na área tecnológica perde<br />
o ritmo no setor público. Além da<br />
desinformação, o gestor também<br />
conta com o impasse jurídico na<br />
hora de impl<strong>em</strong>entar seus projetos.<br />
Se de um lado as redes de conexão<br />
superam o tradicional alcance<br />
nas comunicações, a ampliação<br />
<strong>das</strong> tecnologias esbarra no vácuo<br />
legal existente.<br />
Atuando <strong>em</strong> freqüências ainda<br />
não licencia<strong>das</strong>, são muitos os<br />
serviços criados pelas redes de inclusão<br />
digital e social, cujas prefeituras<br />
continuam à espera de soluções regulatórias.<br />
Na prática, entretanto, verifica-se o<br />
<strong>em</strong>penho e a organização dos gestores no cumprimento<br />
de seu maior dever, que é o atendimento<br />
qualificado e transparente do seu principal<br />
cliente: o cidadão brasileiro.<br />
* Presidente da Associação Brasileira de Entidades Municipais<br />
de Tecnologia da Informação e Comunicação (Ab<strong>em</strong>tic)<br />
GUIA DAS CIDADES DIGITAIS 19
DADOS<br />
A INTERNET PÚBLICA NO BRASIL<br />
• Seis milhões de brasileiros acessam a Internet<br />
exclusivamente de locais públicos pagos ou gratuitos,<br />
segundo o Ibope/NetRatings. Deste total,<br />
4,4 milhões o faz<strong>em</strong> a partir de locais públicos<br />
pagos, como cibercafés e lan houses, pelo menos<br />
duas vezes por s<strong>em</strong>ana, e gastam, <strong>em</strong> média, entre<br />
10 e 15 reais por mês. Acessam a Internet de<br />
locais gratuitos apenas 1,6 milhão de pessoas.<br />
Ainda de acordo com o Ibope/NetRatings <strong>em</strong><br />
sua primeira pesquisa sobre a Internet pública, na<br />
classe DE, somente 10% <strong>das</strong> pessoas usam a Internet,<br />
sendo que 61% navegam <strong>em</strong> locais públicos pagos<br />
e 28%, <strong>em</strong> locais públicos gratuitos, enquanto<br />
na classe C, os percentuais são respectivamente de<br />
22%, 47% e 19%. O perfil é completamente diferente<br />
nas classes A e B – respectivamente 79% e 52%<br />
acessam a Internet; 13% e 29% utilizam locais públicos<br />
pagos; e 5% e 9%, locais públicos gratuitos.<br />
A pesquisa identificou, ainda, que Fortaleza é<br />
a cidade que apresenta o maior percentual de<br />
usuários que acessam a Internet <strong>em</strong> locais públicos<br />
pagos e o menor índice dos que acessam no<br />
domicílio. Salvador e Recife também apresentam<br />
intenso uso da Internet <strong>em</strong> locais públicos pagos.<br />
O estudo “Internet Pública”, divulgado <strong>em</strong> outubro<br />
de 2006 pelo Ibope/NetRatings, abrangeu<br />
entrevistas com 16 mil pessoas <strong>em</strong> nove regiões<br />
metropolitanas brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro,<br />
Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza,<br />
Salvador, Distrito Federal e Recife.<br />
SONHO DE CONSUMO<br />
Na 1ª Pesquisa Nacional de Telecomunicações,<br />
do Ibope Mídia, realizada com oito mil<br />
brasileiros e divulgada <strong>em</strong> julho de 2007, 42%<br />
dos que ainda não têm acesso à Internet via<br />
banda larga afirmaram que pretendiam contratar<br />
um serviço nos próximos seis meses.<br />
NÚMEROS DA TECNOLOGIA NO PAÍS<br />
• Em junho de 2007, a telefonia móvel no País superou a marca de 106 milhões de assinantes<br />
• Aproximadamente 40% dos 5.564 municípios brasileiros não possu<strong>em</strong> telefonia móvel<br />
• Apenas três Estados – Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo – e mais o Distrito Federal têm<br />
cobertura móvel igual ou próxima a 100%<br />
• Mais de 2,1 mil cidades brasileiras ainda não possu<strong>em</strong> conexão de Internet <strong>em</strong> banda larga<br />
• De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, de 2005,<br />
o número de usuários de Internet no Brasil era de 32,1 milhões<br />
• Segundo o Ibope/NetRatings, o total de pessoas com acesso à Internet <strong>em</strong> qualquer ambiente<br />
(casa, trabalho, escolas, universidades e outros locais) era de 33,1 milhões <strong>em</strong> maio de 2007<br />
Fontes: Anatel, Comitê Gestor da Internet<br />
no Brasil, IBGE e Ibope/NetRatings<br />
REALIZAÇÃO PATROCÍNIO APOIO<br />
As fotos de Luiz Fernando Pezão (página 3) e do projeto Piraí Digital (páginas 10 e 11) foram<br />
cedi<strong>das</strong> pela Revista Desafios do Desenvolvimento, publicação mensal do IPEA. Para conhecer<br />
mais sobre a Desafios e o IPEA, visite os websites www.desafios.org.br e www.ipea.gov.br<br />
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