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Conflitos familiares ganham nova abordagem - Tribunal de Justiça ...

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<strong>Conflitos</strong> <strong>familiares</strong><strong>ganham</strong> <strong>nova</strong> <strong>abordagem</strong>Transformações da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ram origem a uma <strong>nova</strong> família, bem diferente do mo<strong>de</strong>lotradicional com pai, mãe e filhos, nascidos <strong>de</strong> um mesmo casamento. Os conflitos <strong>de</strong>ssesnovos mo<strong>de</strong>los <strong>familiares</strong> cada vez mais chegam ao Judiciário, exigindo habilida<strong>de</strong> dos magistradospara substituir a antiga cultura da sentença judicial pelo diálogo entre as partes e porsoluções que garantam o bem-estar <strong>de</strong> todos os envolvidos. O TJMG Informativo apresenta adiscussão <strong>de</strong> magistrados, advogados, psicólogos e outros especialistas das varas <strong>de</strong> famíliasobre o assunto.Páginas 6 e 7Valéria QueirogaPublicação da Secretaria do <strong>Tribunal</strong><strong>de</strong> Justiça do Estado <strong>de</strong> Minas GeraisBH - JULHO - 2010ANO 16 - NÚMERO 151


EDITORIALMudanças na socieda<strong>de</strong>refletem no Direito <strong>de</strong> FamíliaAs mudanças verificadas na estrutura dasfamílias na atualida<strong>de</strong> estão exigindo cada vez maispreparo dos magistrados e <strong>de</strong> todos aqueles que lidamcom o Direito <strong>de</strong> Família. A lista <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> famíliase dos conflitos que chegam à Justiça todos os dias éextensa e não para <strong>de</strong> crescer: guarda compartilhada,união homoafetiva, adoção <strong>de</strong> crianças por casaishomossexuais, alienação parental são só alguns exemplosda complexida<strong>de</strong> do tema.Não resta dúvida <strong>de</strong> que para enfrentá-lo osprofissionais da área precisam estar cada vez maiscapacitados e antenados com a realida<strong>de</strong>. Conhecimentojurídico por si só não basta. É preciso ter tambémtato e habilida<strong>de</strong> para lidar com questões tão complexas.Para refletir sobre o assunto, o TJMG realizouno mês passado, a Primeira Semana das Famílias,evento organizado pelo Grupo <strong>de</strong> Mediação do FórumLafayette, com apoio da Direção do Foro da Comarca<strong>de</strong> Belo Horizonte, da Escola Judicial DesembargadorEdésio Fernan<strong>de</strong>s (Ejef), e da Assessoria <strong>de</strong> ComunicaçãoInstitucional (Ascom) do Fórum Lafayette.Participaram dos <strong>de</strong>bates magistrados, psicólogos,assistentes sociais, advogados e especialistas.Vale a pena conferir a reportagem sobre o assunto naspáginas 6 e 7 <strong>de</strong>sta edição.Outro tema abordado neste número traz uma boanotícia para os diretores-executivos, gerentes, coor<strong>de</strong>nadorese diretores <strong>de</strong> Foros que precisam a todomomento tomar <strong>de</strong>cisões importantes em suas respectivasáreas <strong>de</strong> atuação: a <strong>de</strong>scentralização do Sistema <strong>de</strong>Apoio à Gestão (SAG).Atualmente essa ferramenta informatizada, quereúne os custos, receitas e a movimentação processualdo TJMG e das comarcas do Estado, tem seu uso restritoà Secretaria-Executiva <strong>de</strong> Planejamento e Qualida<strong>de</strong>na Gestão Institucional (Seplag).A <strong>de</strong>scentralização do SAG irá ocorrer aindaneste semestre e dará maior agilida<strong>de</strong>, transparência eeconomia às ações da Instituição. Entre outros ganhos,o SAG, que foi implantado em 2007, a partir <strong>de</strong> umaexigência da Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal, permitefazer o acompanhamento e controle <strong>de</strong> gastos <strong>de</strong> formarápida, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solicitar relatórios a outrasáreas.Um balanço da gestão do <strong>de</strong>sembargador CélioCésar Paduani na Corregedoria-Geral <strong>de</strong> Justiça, cujomandato à frente daquele órgão encerrou-se no mês <strong>de</strong>junho passado, é apresentado na página 3. Como oleitor po<strong>de</strong>rá conferir na reportagem, foram inúmeras asi<strong>nova</strong>ções introduzidas pelo <strong>de</strong>sembargador Paduani aolongo dos seus dois anos <strong>de</strong> mandato. Atento àsquestões da atualida<strong>de</strong> e às reivindicações da socieda<strong>de</strong>,ele soube conjugar, <strong>de</strong>ntro das funções atribuídas àCorregedoria, o aperfeiçoamento das ativida<strong>de</strong>s daJustiça <strong>de</strong> 1ª Instância, com a visão mo<strong>de</strong>rna e dinâmicacom que marcou sua passagem pelo órgão.EXPEDIENTE<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça do Estado <strong>de</strong> MGPresi<strong>de</strong>nte: Cláudio Costa;1º Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Carreira Machado;2º Vice-Presi<strong>de</strong>nte: HerculanoRodrigues;3 a Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Márcia Milanez;Corregedor-Geral: Alvim Soares;Secretário Especial da Presidência:Luiz Carlos Elói; Secretário doPresi<strong>de</strong>nte: Hélcio Zolini; Assessora<strong>de</strong> Comunicação Institucional: ValériaValle Viana; Gerente <strong>de</strong> Imprensa:Wilson Menezes; Editoras eJornalistas Responsáveis: IoneBerna<strong>de</strong>te Dias - RP n° 1929/MG ePatrícia Melillo - RP n° MG 04592/JP;Revisão: Patrícia Melillo e IoneBerna<strong>de</strong>te Dias; Design Gráfico:Carlos Eduardo Miranda; Fotolito eImpressão: CGB Artes Gráficas Ltda.Ascom TJMG: Rua Goiás, 253 - 1ºandar - Centro - Belo Horizonte - MGCEP 30190-030Tel.: 31 3237-6551Fax: 31 3226-2715E-mail: ascom@tjmg.jus.brAscom TJMG/Unida<strong>de</strong> Raja Gabaglia:31 3299-4622Ascom Fórum BH: 31 3330-2123Tiragem: 3 mil exemplaresParticipeInteressados em divulgar notícias nas próximas edições do TJMG Informativo <strong>de</strong>vem encaminhar o material àAscom pelo e-mail informativo.ascom@tjmg.jus.br.Fotos:Rodrigo VilaçaTJ tem novos<strong>de</strong>sembargadoresAgostinho Gomes <strong>de</strong> Azevedo(à esquerda) tomou posse, nodia 16 <strong>de</strong> junho, como <strong>de</strong>sembargadordo TJMG. Durante a solenida<strong>de</strong>,o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Tribunal</strong><strong>de</strong> Justiça, <strong>de</strong>sembargador CláudioCosta, ressaltou a carreira do magistrado,assegurando que as experiênciasadquiridas por ele aolongo dos anos contribuirão para ofortalecimento do Judiciário. No dia24 <strong>de</strong> junho, mais um <strong>de</strong>sembargadorpassou a integrar o TJMG. Opresi<strong>de</strong>nte Cláudio Costa empossouo então procurador <strong>de</strong> JustiçaVítor Inácio Peixoto ParreirasHenriques (à direita). A solenida<strong>de</strong>,realizada no Gabinete da Presidência,contou com a participação<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s do TJMG e doMinistério Público e <strong>de</strong> <strong>familiares</strong> eamigos do novo <strong>de</strong>sembargador.02 JULHO/2010


CORREGEDORIACorregedoria-Geral <strong>de</strong> Justiça:missão cumpridaRenata Men<strong>de</strong>sO <strong>de</strong>sembargador Célio César Paduani encerrou no mês passado seu mandato no cargo <strong>de</strong> corregedor-geral <strong>de</strong> JustiçaRaul Machado e Van<strong>de</strong>rleia RosaCom os olhos voltados para a orientação, massem se <strong>de</strong>scuidar das outras funções atribuídas àCorregedoria-Geral <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas Gerais, o<strong>de</strong>sembargador Célio César Paduani encerrou, no mês<strong>de</strong> junho, seu mandato como corregedor-geral <strong>de</strong>Justiça. Várias foram as iniciativas <strong>de</strong> sua gestão, queprocurou também dar continuida<strong>de</strong> às ações anteriormenteimplementadas, priorizando o aperfeiçoamentodas ativida<strong>de</strong>s da Justiça <strong>de</strong> 1ª Instância.Foram mantidos os encontros da Corregedoria(Encor), criados para promover a interação entre o corregedore os juízes diretores <strong>de</strong> Foro e discutir temas <strong>de</strong>interesse jurisdicional e administrativo. Destaque para odiferencial introduzido na gestão do corregedor Paduani- a regionalização <strong>de</strong>sses encontros. Também tiveram aatenção merecida os encontros do Colégio Nacional <strong>de</strong>Corregedores Gerais <strong>de</strong> Justiça (Encoge), que consistiramna troca <strong>de</strong> experiências entre as Corregedorias dosdiversos Estados, <strong>de</strong>ntre elas, a apresentação do projetoi<strong>nova</strong>dor do Alvará <strong>de</strong> Soltura Eletrônico <strong>de</strong> Minas.Com foco no aprimoramento da Justiça <strong>de</strong> 1ªInstância, a Corregedoria investiu na capacitação <strong>de</strong>servidores, contando sempre com a parceria da EscolaJudicial Desembargador Edésio Fernan<strong>de</strong>s (Ejef) do<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas. Ainda nessa gestão, foireeditado o compêndio das principais leis e atosadministrativos referentes aos Serviços Notariais e <strong>de</strong>Registro e o Regulamento da Corregedoria.Integração eaprimoramentoCiente dos benefícios da integração entre instituições,foram inaugurados dois centros integrados nacomarca <strong>de</strong> Belo Horizonte: o Centro Integrado <strong>de</strong>Atendimento ao Adolescente Autor <strong>de</strong> Ato Infracional <strong>de</strong>Belo Horizonte (CIA-BH) e o Centro Integrado <strong>de</strong>Atendimento à Mulher Vítima <strong>de</strong> Violência Doméstica eFamiliar (CIM).Na comarca <strong>de</strong> Belo Horizonte, a mudança dasvaras da Fazenda Pública Municipal e Feitos Tributáriosdo Estado para o prédio da Avenida Afonso Pena possibilitouuma ampla reestruturação física do FórumLafayette. Outro <strong>de</strong>staque foi a edição da Portaria nº1.135, que re<strong>de</strong>senhou o organograma dos ServiçosAuxiliares da Direção do Foro.Ocorregedor-geralprocurou darcontinuida<strong>de</strong> àsações anteriormenteimplementadas, priorizandoo aperfeiçoamento dasativida<strong>de</strong>s da Justiça <strong>de</strong>1ª InstânciaA Central <strong>de</strong> Perícias Médicas <strong>de</strong> Belo Horizontetambém mudou <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço e está funcionando naAvenida Francisco Sales, 1.446. A mudança possibilitoumelhor infraestrutura, necessária ao bom atendimento<strong>de</strong> funcionários e usuários dos serviços.Na área da comunicação, houve a reestruturaçãodo projeto Fale com a Direção do Foro, canal <strong>de</strong> comunicaçãovoltado para o aprimoramento das ativida<strong>de</strong>sforenses. Outra i<strong>nova</strong>ção nessa área é o projeto <strong>de</strong>Sinalização do Prédio do Fórum Lafayette, <strong>de</strong>senvolvidoa partir da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> padronizar a sinalizaçãoe facilitar o acesso e o trânsito das pessoas <strong>de</strong>ntro doFórum <strong>de</strong> BH.Outra ação importante foi a criação da Central <strong>de</strong>Apoio aos Magistrados (CAM), com competência paraagir em casos <strong>de</strong> arrombamentos <strong>de</strong> fóruns e ameaçasà integrida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> magistrados e <strong>de</strong> seus <strong>familiares</strong>.FiscalizaçãoDentro das funções atribuídas à Corregedoria,foram realizadas na gestão do <strong>de</strong>sembargador CélioPaduani, além das correições ordinárias anuais emtodas as 296 comarcas, três correições extraordináriasgerais, 88 correições extraordinárias parciais e 117inspeções remotas, por meio <strong>de</strong> análise dos relatóriosemitidos pelo Sistema <strong>de</strong> Informatização das Comarcas(Siscom).As ações não pararam por aí. A Corregedoriaapoiou, <strong>de</strong>ntre outros, iniciativas e projetos envolvendoa Comissão Estadual Judiciária <strong>de</strong> Adoção (Ceja-MG),o projeto Pai Presente, que garante mais agilida<strong>de</strong> narealização <strong>de</strong> exames <strong>de</strong> DNA para pessoas carentes,a Conciliação e o cumprimento <strong>de</strong> metas estabelecidaspelo Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça, com vistas areduzir o acervo processual e dar a resposta que asocieda<strong>de</strong> espera.JULHO/201003


FAMÍLIADivulgaçãoPai Presentecomemora primeiro aniversárioManuela RibeiroJuiz Reinaldo Porta<strong>nova</strong>: “Hoje os pedidos <strong>de</strong> DNA estão sendo atendidos em 15 dias”Des<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2009, o projeto Pai Presente, do<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas Gerais (TJMG), fruto <strong>de</strong>parceria com a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> (SES)e o Núcleo <strong>de</strong> Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico(NUPAD) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais(UFMG), tem permitido a agilização <strong>de</strong> ações judiciaispela realização <strong>de</strong> exames <strong>de</strong> DNA.A i<strong>de</strong>ntificação através do material genético serevelou um importante instrumento auxiliar da Justiça.Em Minas, o exame, necessário nas ações investigatóriase negatórias <strong>de</strong> paternida<strong>de</strong> e maternida<strong>de</strong>,tem custo zero em causas nas quais as partes sãobeneficiárias da Assistência Judiciária Gratuita.O projeto cre<strong>de</strong>nciou laboratórios no interior doEstado para coleta <strong>de</strong> amostra na própria comarca ouem comarca próxima, tornando <strong>de</strong>snecessária a idadas partes até Belo Horizonte, muitas vezes onerosa edifícil. Para o êxito da iniciativa, houve participação daCorregedoria <strong>de</strong> Justiça, que prestou esclarecimentoaos juízes através <strong>de</strong> ofício-circular.Graças a isso, atualmente, na Região Metropolitana,a coleta po<strong>de</strong> ser agendada por telefone durantea própria audiência, permitindo que os interessadossaiam intimados do dia e da hora para comparecimentono laboratório da UFMG. No interior, isso ocorremediante comunicação escrita enviada para a Coor<strong>de</strong>naçãodo Convênio DNA no Fórum Lafayette.04 JULHO/2010Pais, mães e filhosreconhecidosFeito <strong>de</strong> acordo com a conveniência do juiz e daspartes, o agendamento evita um novo mandado <strong>de</strong> intimação.Segundo o juiz da 3ª Vara <strong>de</strong> Família <strong>de</strong> BeloHorizonte, Reinaldo Porta<strong>nova</strong>, responsável pelaCoor<strong>de</strong>nação do DNA, a marcação do exame por telefone,na audiência preliminar <strong>de</strong> conciliação, “resultaem economia processual, porque dispensa formalida<strong>de</strong>sque atrasam o <strong>de</strong>slin<strong>de</strong> da ação”.Para o juiz, a economia se reverte em “acesso àJustiça, agilida<strong>de</strong> e efetivida<strong>de</strong> na prestação jurisdicional”.“Hoje, os pedidos <strong>de</strong> DNA estão sendo atendi-De junho <strong>de</strong> 2009 aabril <strong>de</strong> 2010, 3,9 milexames <strong>de</strong> DNAforam realizados em‘todo o Estado”dos com entrega do laudo em 15 dias”, contaPorta<strong>nova</strong>. O magistrado explica que a gratuida<strong>de</strong> tornao processo ainda mais rápido. “Ninguém se recusa afazer uma prova que gera certeza quase absoluta doparentesco e pela qual nada se paga”, esclarece.Os pedidos são atendidos por mais <strong>de</strong> 200 laboratórios,cre<strong>de</strong>nciados tanto na Capital quanto nointerior, em 283 comarcas mineiras. Um balanço da atuaçãodo Pai Presente confirma sua eficácia: <strong>de</strong> junho<strong>de</strong> 2009 a abril <strong>de</strong> 2010, 3,9 mil exames foram realizados.Destes, 2,1 mil tiveram coleta na Capital e 1,8 milno interior do Estado, em laboratórios conveniados.Porta<strong>nova</strong> <strong>de</strong>staca que o direito a conhecer suaorigem é garantido pela Constituição Fe<strong>de</strong>ral, mas,para assegurá-lo, Minas saiu na frente. “A Lei12.460/97 já estabelecia o modo <strong>de</strong> operar o pedido eo exame e ainda a previsão <strong>de</strong> pagamento peloEstado”, afirmou. O juiz também lembrou que a atuaçãodas varas <strong>de</strong> família não se limita ao reconhecimentoda paternida<strong>de</strong> e arbitramento <strong>de</strong> alimentos.Ela prossegue, por exemplo, com o acompanhamentodos casos pelos psicólogos e assistentes sociais emeventuais litígios quanto a visitas. “Essa intervençãoconstitui uma segurança para as partes e para osjuízes, na medida em que valoriza e aprimora os laçosparentais”, finaliza o magistrado.


SAÚDESaú<strong>de</strong>: <strong>de</strong>ver do Estadoe direito <strong>de</strong> todosValéria QueirogaRossana MagriIone Berna<strong>de</strong>teArticular esforços e parcerias para que a saú<strong>de</strong> ocupe oespaço que lhe foi <strong>de</strong>stinado na Constituição Fe<strong>de</strong>ral: <strong>de</strong>verdo Estado e direito <strong>de</strong> todos. Esse é o objetivo do “Curso <strong>de</strong>Direito à Saú<strong>de</strong> – Fórum Permanente”, que está sendo programadopara o dia 9 <strong>de</strong> agosto, no <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> MinasGerais (TJMG).O evento reúne profissionais envolvidos com o problemada saú<strong>de</strong>, possibilitando a viabilização e sustentabilida<strong>de</strong>do <strong>de</strong>bate, concebido para se tornar fórum permanente. Noprimeiro momento, a discussão contempla as necessida<strong>de</strong>sdos habitantes dos municípios integrantes da RegiãoMetropolitana <strong>de</strong> Belo Horizonte (Granbel).Os <strong>de</strong>bates visam discutir as dificulda<strong>de</strong>s encontradaspelo cidadão na área da saú<strong>de</strong> e as políticas públicas dostrês entes fe<strong>de</strong>rativos (União, Estado e Municípios) paraenfrentamento do problema.Representantes do Ministério Público Estadual <strong>de</strong>Minas Gerais, da Defensoria Pública Estadual e Fe<strong>de</strong>ral,da Associação dos Municípios da Região Metropolitana <strong>de</strong>Belo Horizonte, das secretarias municipal e estadual daSaú<strong>de</strong>, do Colegiado dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(Cosem), do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Contas <strong>de</strong> Minas Gerais e doPo<strong>de</strong>r Judiciário mineiro vêm se reunindo periodicamentepara elaborar o programa a ser <strong>de</strong>senvolvido.A condução das ativida<strong>de</strong>s no TJMG está sob aresponsabilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>sembargadora da 1ª Câmara CívelVanessa Verdolim Hudson Andra<strong>de</strong> e o curso será promovidopela Escola Judicial Desembargador EdésioFernan<strong>de</strong>s (Ejef), que tem como superinten<strong>de</strong>nte o<strong>de</strong>sembargador Herculano Rodrigues. Conta também como apoio da 3ª Vice-Presidência, que tem à frente a <strong>de</strong>sembargadoraMárcia Milanez.‘Os <strong>de</strong>bates visamdiscutir as dificulda<strong>de</strong>sencontradas pelocidadão na área dasaú<strong>de</strong> e as políticaspúblicas para enfrentamentodo problemaReuniões preparatórias têm sido realizadas no TJMGTJMG incentiva exame médico periódicoPaloma PalacioA Diretoria-Executiva <strong>de</strong> Administração<strong>de</strong> Recursos Humanos (Dearhu),por meio da Gerência <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> noTrabalho (Gersat), lança a campanha:“Exame Periódico: porque o mais importanteé a nossa saú<strong>de</strong>”, com o objetivo <strong>de</strong>ampliar a abrangência do exame médicoperiódico entre magistrados e servidoresda Capital.O convite para a realização dosexames está sendo feito no mês do aniversáriodo servidor e do magistrado, inicialmentena 2ª Instância, por meio <strong>de</strong> mensagemno contracheque eletrônico. A avaliaçãomédica <strong>de</strong>ve ser agendada com aGersat, pelos telefones 3247-8761/8762/8795, e realizada em uma das unida<strong>de</strong>s daCapital (Anexo I, Edifício Mirafiori, FórumLafayette e Raja Gabaglia).Para agilizar os procedimentos, osexames laboratoriais a serem apresentadosna consulta <strong>de</strong>vem ser realizadospreviamente, tanto pelo Instituto <strong>de</strong>Previdência dos Servidores do Estado <strong>de</strong>Minas Gerais (Ipsemg) como por plano <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> próprio. Aqueles que tiveremexames recentes po<strong>de</strong>m levá-los. Arelação dos exames a serem feitos estános pedidos médicos com assinatura digital,em link do contracheque eletrônico.InteriorNo interior, o exame continuarásendo realizado pelo médico do PóloRegional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que visita as comarcasa cada dois anos e conscientiza aspessoas sobre a importância da promoçãoda saú<strong>de</strong> e da prevenção doadoecimento.Segundo a gerente da Gersat,Jeane Possato, o exame periódico <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> tem o caráter <strong>de</strong> prevenção ediagnóstico precoce dos agravamentosda saú<strong>de</strong> relacionados ao trabalho: “Naavaliação, é feito o rastreamento <strong>de</strong> doençasgerais como hipertensão, diabetes,colesterol elevado, além <strong>de</strong> serum momento importante para discutir erever hábitos <strong>de</strong> vida como alimentação,ativida<strong>de</strong> física, tabagismo, entre outros.Os resultados obtidos tambémservem como subsídio para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> promoção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida naInstituição”, justifica.JULHO/201005


Judiciário para as famFAMÍLIARodrigo Vilaçatença judicial” em favor do diálogo e da construçãocoletiva <strong>de</strong> uma solução que, efetivamente,traga a pacificação ao seio familiar.O advogado e professor Carlos Vasconcelos,autor do livro “Mediação <strong>de</strong> conflitos epráticas restaurativas”, explica que no mo<strong>de</strong>lofamiliar da atualida<strong>de</strong> os protagonistasassumem responsabilida<strong>de</strong>s iguais. Nessalinha <strong>de</strong> pensamento, o promotor <strong>de</strong> Justiça daInfância e da Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Contagem,Leonardo Barreto Moreira Alves, autor <strong>de</strong> “Aguarda compartilhada e a Lei nº 11.698/2008”,artigo publicado na coletânea “Temas atuais <strong>de</strong>Direito <strong>de</strong> Família”, confirma o surgimento,após a Constituição <strong>de</strong> 1988, dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>família mais <strong>de</strong>mocráticos, plurais, abertos eadaptados à pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. “A lei passou areconhecer como família todo agrupamento emque se verifica a presença <strong>de</strong> vínculos afetivossólidos, estáveis, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da sua origem”,explica.Leonardo acredita que esse cenáriofavoreceu a procura pelo Judiciário, pararesolver conflitos que, antes, não eram levadosao conhecimento da socieda<strong>de</strong>, seja por medo<strong>de</strong> preconceitos ou até mesmo porque não havialei que pu<strong>de</strong>sse solucioná-los. “Surgiu a garantia<strong>de</strong> que as <strong>de</strong>mandas po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>vidamenteatendidas”, afirma. O juiz Newton Teixeira <strong>de</strong>Carvalho, da 1ª Vara <strong>de</strong> Família <strong>de</strong> BeloHorizonte, enten<strong>de</strong> que os litígios não são, necessariamente,novos, mas que têm sido vistos<strong>de</strong> outra maneira pelo Judiciário.DiálogoCarlos Vasconcelos: “No mo<strong>de</strong>lo familiar da atualida<strong>de</strong> os protagonistas assumem responsabilida<strong>de</strong>s iguais”Francis Rose e Rosana MariaAs antigas famílias, <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo patriarcal,com hierarquia e papéis <strong>de</strong>finidos, cada vez maisparecem estar restritas às novelas das seis. Omundo contemporâneo trouxe mudanças. A cadadia, chegam ao Judiciário <strong>nova</strong>s <strong>de</strong>mandas doDireito <strong>de</strong> Família. Guarda compartilhada, uniãohomoafetiva, adoção <strong>de</strong> crianças por casaishomossexuais e alienação parental (quandoquem <strong>de</strong>tém a guarda tenta levar a criança acriar sentimentos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> em relação aooutro genitor, chegando até mesmo a romperos laços afetivos): a lista <strong>de</strong> conflitos que vaiparar na Justiça – assim como os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>famílias da atualida<strong>de</strong> – é cada vez maior emais diferenciada. O cenário exige dos magistrados,além do conhecimento jurídico, tato ehabilida<strong>de</strong> para garantir o bem-estar <strong>de</strong> todosos envolvidos. Sai <strong>de</strong> cena a “cultura da sen-Para o magistrado, a Justiça abafava asquestões e não se preocupava com o diálogo.Impunha <strong>de</strong>cisões. “Quando há imposição, dificilmentevai haver cumprimento espontâneo.Hoje, as partes têm ciência <strong>de</strong> seus direitos. Oquadro impõe uma <strong>nova</strong> postura dos juízes”,conclui. O advogado Carlos Vasconcelos afirmaque os traumas e as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntesdos novos mo<strong>de</strong>los <strong>familiares</strong> exigem uma <strong>nova</strong>competência comunicativa. Ele acredita que oJudiciário precisa se ajustar a essa <strong>nova</strong> <strong>abordagem</strong>,com um foco não apenas jurídico, masmultidisciplinar e pedagógico.“A <strong>abordagem</strong> tradicional só alcança aponta <strong>de</strong> um iceberg. É preciso que o Judiciárioinvista em um programa <strong>de</strong> comunicação construtiva.Alguns magistrados já têm se preparadopara essa <strong>nova</strong> realida<strong>de</strong>. Em pouco tempo,essa aptidão <strong>nova</strong> será uma exigência”, pontuaCarlos Vasconcelos.06JULHO/2010


mílias do Século XXITúlio Travaglia“A lei passou a reconhecer como família todo agrupamento em que se verificar a presença <strong>de</strong> vínculos sólidos, estáveis, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua origem”Abordagem interdisciplinarA psicóloga judicial e mediadora LetíciaGreco Rodrigues, que atua na Central <strong>de</strong>Serviço Social e Psicologia do Fórum Lafayette,na Capital, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a <strong>abordagem</strong>interdisciplinar dos conflitos, em que todos osenvolvidos trabalhem <strong>de</strong> forma conjunta poruma solução. “Temos que trabalhar para quea visão adversarial <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> famíliaseja substituída pela opção <strong>de</strong> dialogar”, diz.A psicóloga afirma que o Judiciário ainda dáseus primeiros passos para acompanhar tantasmudanças sociais. No entanto, ela lembraque só é possível se preparar para o enfrentamentodo novo cenário à medida emque as discussões começam a chegar aoJudiciário.O juiz Newton Teixeira <strong>de</strong> Carvalho <strong>de</strong>stacaque quando os conflitos <strong>familiares</strong> chegam aoJudiciário é porque houve a falência total dodiálogo. Esse fim da conversa pacífica e acerteza <strong>de</strong> que nem sempre a sentença judicialvai por um fim ao litígio entre as partes faz comque formas alternativas <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos,como a mediação e a conciliação, ganhem espaçoe se tornem fundamentais.O magistrado acredita que as intervençõesmultidisciplinares, no caso <strong>de</strong> processos que sãoencaminhados para a mediação e a conciliação,são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor para a evolução do Direito <strong>de</strong>Família. Assim, profissionais da psicologia e doserviço social, por exemplo, dão sua contribuiçãopara a solução dos conflitos. “O juiz não po<strong>de</strong>ráse isolar e consi<strong>de</strong>rar a sentença como ato exclusivo.A sentença hoje é um ato coparticipativo,com cada um construindo a sua parte na sentença,<strong>de</strong> forma a dividir responsabilida<strong>de</strong>s”.As mudanças na família da atualida<strong>de</strong> foram discutidas pelo <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas Gerais (TJMG), <strong>de</strong> 8 a 10 <strong>de</strong>junho, durante a 1ª Semana das Famílias. O evento foi organizado pelo Grupo <strong>de</strong> Mediação do Fórum Lafayette, comapoio da Direção do Foro da comarca <strong>de</strong> Belo Horizonte, da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernan<strong>de</strong>s (Ejef) eda Assessoria <strong>de</strong> Comunicação Institucional (Ascom) do Fórum Lafayette. Participaram do evento a 3ª vice-presi<strong>de</strong>ntedo TJMG, <strong>de</strong>sembargadora Márcia Milanez, o então corregedor-geral <strong>de</strong> Justiça, <strong>de</strong>sembargador Célio César Paduani, eos <strong>de</strong>sembargadores Alvim Soares, Teresa Cristina da Cunha Peixoto e Antônio Sérvulo dos Santos. A Semana dasFamílias reuniu magistrados, promotores, psicólogos, assistentes sociais e especialistas.JULHO/201007


INSTITUCIONALSistema viabilizainformações gerenciaisPaloma PalacioA partir <strong>de</strong>sse semestre, diretores-executivos,gerentes, coor<strong>de</strong>nadores e diretores <strong>de</strong>Foros vão contar com uma importante ferramentapara a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões em suas áreas <strong>de</strong>atuação: O Sistema <strong>de</strong> Apoio à Gestão (SAG).O SAG é um sistema informatizado queapresenta os custos, receitas e a movimentaçãoprocessual (a produtivida<strong>de</strong>) do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça<strong>de</strong> Minas Gerais (TJMG) e das comarcas doEstado. O sistema reúne em um único ambienteinformações gerenciais existentes nos diversossistemas informatizados do <strong>Tribunal</strong>, tais comoRecursos Humanos, Estagiários, Patrimônio, PessoalTerceirizado, Energia Elétrica, MovimentaçãoProcessual.Implantado no TJMG <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, o SAGagora passa por uma reformulação, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong>, entre outras, <strong>de</strong>scentralizar o acesso asuas informações. Atualmente, apenas a Secretaria-Executiva<strong>de</strong> Planejamento e Qualida<strong>de</strong> naGestão Institucional (Seplag), por meio do Centro<strong>de</strong> Informações para Gestão Institucional (Ceinfo),faz uso do sistema.Outro objetivo a ser alcançado com aevolução do SAG é o aumento do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamentodas informações existentes, permitindoassim que sejam exibidas as <strong>de</strong>spesas até onível <strong>de</strong> Vara/Juízo, nas comarcas, e até o nível<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação, na Segunda Instância.Para o juiz <strong>de</strong> Direito da 2ª Vara Cível dacomarca <strong>de</strong> Santa Luzia e consultor paraimplantação do projeto SAG no TJMG, JairEduardo Santana, “será um importante passorumo à implantação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> gestãoe compartilhamento <strong>de</strong> informações. O novoSAG inaugura uma <strong>nova</strong> era, on<strong>de</strong> os gestorese gerentes da 2ª Instância, e os diretores <strong>de</strong>fóruns, nas comarcas, terão a possibilida<strong>de</strong>inédita <strong>de</strong> consultar os dados relativos à suaprópria unida<strong>de</strong>”, anuncia.Aplicabilida<strong>de</strong>Um exemplo prático da utilização do SAGé o acompanhamento e controle <strong>de</strong> gastos <strong>de</strong>forma rápida, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solicitarrelatórios a outras áreas. Segundo o gerente doCeinfo, Dilmo <strong>de</strong> Castro Silva, “cada área ficacom suas informações isoladas. Sempre queum gestor ou administrador <strong>de</strong> fórum necessita<strong>de</strong> informações, por exemplo, sobre suas<strong>de</strong>spesas (aluguéis, água, esgoto, energia, telefonia,serviços postais, locação com serviçosterceirizados), solicita relatórios aos setores do<strong>Tribunal</strong>. Com o SAG, não haverá necessida<strong>de</strong><strong>de</strong>sses pedidos. Os gestores acessarão asinformações disponíveis diretamente da intranet.Dessa forma, têm-se como benefícios re-dução <strong>de</strong> custos, rapi<strong>de</strong>z e autodisponibilida<strong>de</strong>das informações”, explica.Atualmente o SAG se encontra em fase <strong>de</strong>testes. Seu uso será regulamentado por portaria.Mais informações sobre o SAG serão divulgadasna intranet, boletins gerenciais e e-mails institucionais.SAG eResponsabilida<strong>de</strong> FiscalA implantação do SAG no tribunal aten<strong>de</strong>a uma exigência da Lei nº 101/00, a Lei <strong>de</strong>Responsabilida<strong>de</strong> na Gestão Fiscal, que prevê amanutenção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> custos que permitaa avaliação e o acompanhamento <strong>de</strong>gestão orçamentária, financeira e patrimonial(art. 50, § 3º).O SAG é um dos temas do livro “Lei <strong>de</strong>Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal – Ensaios em Comemoraçãoaos 10 anos da Lei Complementar nº101/00” (Rodrigo Pironti Aguirre <strong>de</strong> Castro – coor<strong>de</strong>nador,Editora Fórum, 2010). Na obra, o juiz JairEduardo Santana é um dos autores e escreve oensaio “Sistema <strong>de</strong> custos e avaliação <strong>de</strong> metasda Administração Pública: SAG – Um caso <strong>de</strong>sucesso na Administração Judiciária do <strong>Tribunal</strong><strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas Gerais”.Renata Men<strong>de</strong>sPara facilitar a visualização, os relatórios gerados pelo SAG serão pré-formatados com dados específicos da comarca ou setor08JULHO/2010


ENTREVISTA - <strong>de</strong>sembargador Alvim SoaresDe bem com a carreirae com a vidaRenata Men<strong>de</strong>sAlvim Soares <strong>de</strong>dica-se há 37 anos à magistraturaVan<strong>de</strong>rleia RosaEle começou a trabalhar ainda meninono Departamento <strong>de</strong> Correios eTelégrafos, on<strong>de</strong> exerceu a função <strong>de</strong>estafeta (mensageiro), entregandocorrespondências e encomendas naEstação Ferroviária da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> AltoJequitibá. De Mar <strong>de</strong> Espanha, suaterra natal, Antônio Marcos AlvimSoares lembra com sauda<strong>de</strong> os anosem que lá viveu, os primeiros estudose um tempo em que a professoraensinava, <strong>de</strong> uma só vez, alunos <strong>de</strong>diferentes séries, e em que os nomesdas capitais do Brasil eram memorizadospor meio <strong>de</strong> música. Maistar<strong>de</strong>, já em Juiz <strong>de</strong> Fora, AlvimSoares formou-se em Direito, sempreconciliando estudo e trabalho. Atuoucomo advogado por alguns anos,mas o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser juiz sempre oacompanhou e, hoje, com 37 anos<strong>de</strong>dicados à magistratura e contandosempre com o apoio da família, especialmenteda esposa e filhos, diz teracertado na escolha. Das comarcaspor on<strong>de</strong> passou – Açucena, Ipanema,Muriaé e Belo Horizonte – guardasó boas recordações. Nesta entrevista,o atual corregedor-geral <strong>de</strong>Justiça fala <strong>de</strong> sua <strong>nova</strong> função.TJMG Informativo - A experiência como vicecorregedorrepercutirá <strong>de</strong> forma positiva nesta <strong>nova</strong>função. Qual a sua avaliação do período em queexerceu esse cargo?AS - Minha experiência como vice-corregedorconsistiu em um período <strong>de</strong> amadurecimento. Des<strong>de</strong>que fui eleito para o cargo <strong>de</strong> vice-corregedor já conviviacom a perspectiva <strong>de</strong> assumir o cargo <strong>de</strong> corregedor,como normalmente vem ocorrendo no<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas. Por isso, procurei participar,sempre que possível,‘das <strong>de</strong>cisões daCorregedoria e me inteirar <strong>de</strong>todas suas as realizações.TJMG Informativo - Que<strong>de</strong>safios foram <strong>de</strong>tectados naCorregedoria e como serãoenfrentados?AS - Desafios sempre nossão apresentados, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntedo cargo que ocupamos.Pretendo cumprir bem asatribuições <strong>de</strong>finidas para afunção, tomando, para isso, asmedidas necessárias. Quanto aos magistrados, aCorregedoria não tem nenhuma pretensão <strong>de</strong> “ensinar”e, sim, colocar-se à disposição dos mesmos para ouvirsuas reivindicações, dúvidas e necessida<strong>de</strong>s. Esperoainda estreitar o relacionamento da Corregedoria coma socieda<strong>de</strong> e manter o convívio saudável com aPresidência do TJMG e a Escola Judicial DesembargadorEdésio Fernan<strong>de</strong>s (Ejef), sempre atenciosaspara com os projetos da Corregedoria.TJMG Informativo - Como vivenciou esseperíodo <strong>de</strong> transição entre os dois cargos?AS - De maneira tranquila. Recebi represen-Pretendo manter atradição <strong>de</strong> respeitoa todos queengran<strong>de</strong>ceram aCorregedorianesses anos todos.”tantes <strong>de</strong> diversas áreas da Corregedoria que me apresentaramo contexto atual da instituição e as modificaçõesinerentes à transição. Tive contato ainda comvários magistrados, além da equipe dos juízes auxiliaresda Corregedoria, que apresentaram sua contribuiçãoe seu comprometimento. Pretendo manter atradição <strong>de</strong> respeito a todos que engran<strong>de</strong>ceram aCorregedoria nesses anos todos.TJMG Informativo - A função orientadora daCorregedoria também será priorizada em sua gestão?AS - Receberá aatenção merecida, sem prejuízodas outras funções. ACorregedoria estará abertapara orientar e apoiar magistradosem suas ativida<strong>de</strong>s.Não preten<strong>de</strong> prejudicar nemrepreen<strong>de</strong>r, mas ouvir edialogar com juízes e servidores,buscando, sempre, aqualida<strong>de</strong> dos serviços prestadosà socieda<strong>de</strong>.TJMG Informativo - Quais as ações previstaspara o próximo biênio, visando à maior aproximação<strong>de</strong> magistrados e servidores com a Corregedoria?AS - Espero manter as ações adotadas pelaCorregedoria <strong>de</strong> aproximação com magistrados e servidores,por meio <strong>de</strong> encontros. Quanto a <strong>nova</strong>s iniciativas,entendo que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> um planejamento, a ser elaboradocom a participação dos diversos setores daCorregedoria, juízes auxiliares, magistrados e servidoresinteressados. Será aberto espaço para que sejam colhidasopiniões, i<strong>de</strong>ias e sugestões, <strong>de</strong> forma a traçar eenriquecer o novo planejamento.JULHO/201009


INSTITUCIONALAssessoria <strong>de</strong> Comunicaçãorecebe prêmioRossana SouzaEquipe interinstitucional e família acolhedora amparam a criança até que seu lar seja reestruturado10Letícia LimaO projeto <strong>de</strong> comunicação criado para marcara comemoração dos 10 anos do Programa <strong>de</strong>Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador<strong>de</strong> Sofrimento Mental (PAI-PJ) foi vencedor do 8ºPrêmio Nacional <strong>de</strong> Comunicação e Justiça, nacategoria Projeto Institucional, durante o 6ºCongresso Brasileiro <strong>de</strong> Comunicação e Justiça(Conbrascom 2010). O projeto <strong>de</strong>senvolvido pelaAssessoria <strong>de</strong> Comunicação Institucional (Ascom)do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Minas Gerais(TJMG), em parceria com a Corregedoria-Geral<strong>de</strong> Justiça e a Secretaria Especial da Presidência,resultou em uma campanha <strong>de</strong> comunicaçãovoltada para diversos públicos: ex- pacientes doPai-PJ, profissionais da área, membros do Po<strong>de</strong>rJudiciário, jornalistas, <strong>de</strong>ntre outros.Segundo a coor<strong>de</strong>nadora estadual do PAI-PJ, Fernanda Otoni <strong>de</strong> Barros, sem o trabalho <strong>de</strong>comunicação o Programa não teria soli<strong>de</strong>z no TJe arredores. “O Programa não caminha sozinho.Sem o trabalho <strong>de</strong>comunicação oPrograma não teriasoli<strong>de</strong>z no TJ e‘arredores”JULHO/2010É por meio da divulgação feita pela Assessoria<strong>de</strong> Comunicação que conseguimos transmitir osconceitos do Programa interna e externamente,atingindo a comunida<strong>de</strong>, via meios institucionais,como o programa <strong>de</strong> TV Justiça em Questão. Adivulgação quebra paradigmas <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong>”,afirma.O PAI-PJ realiza acompanhamento do portador<strong>de</strong> sofrimento mental que cometeu algumcrime. Por meio do acompanhamento integral dopaciente em todas as fases do processo criminal,propõe a garantia dos direitos fundamentais esociais previstos na Constituição, promove aresponsabilização do indivíduo pela infraçãocometida e o resgate <strong>de</strong> seus laços sociais.ObjetivosOs objetivos do projeto foram contribuirpara a consolidação e ampliação do PAI-PJ;divulgar a metodologia, funcionamento, objetivose resultados do Programa; impulsionar suaexpansão para outras cida<strong>de</strong>s e estados; e resgatara memória e os resultados dos últimos 10anos, ressaltando a eficácia do Programa nainclusão social dos pacientes judiciários, o que<strong>de</strong>monstra aten<strong>de</strong>r à iniciativa do prêmio.Lançado em 2003 pelo Fórum Nacional <strong>de</strong>Paciente do PAI-PJ (<strong>de</strong> camisa amarela) participa <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> terapêuticaComunicação e Justiça (FNCJ), o Prêmio Nacional<strong>de</strong> Comunicação e Justiça tem como objetivocontribuir para o aperfeiçoamento dos produtose serviços das assessorias <strong>de</strong> Comunicação <strong>de</strong>órgãos da Justiça <strong>de</strong> todo o País, por meio doreconhecimento <strong>de</strong> práticas bem sucedidas relacionadasao <strong>de</strong>senvolvimento da cidadania, à<strong>de</strong>mocratização das informações institucionais eà inclusão social.Para a comemoração dos 10 anos do Pai-PJforam produzidas as seguintes peças: ví<strong>de</strong>o institucional“PAI-PJ: A cidadania do louco infrator”; cartilha;fol<strong>de</strong>r; reformulação do site; evento <strong>de</strong> comemoraçãodos 10 anos; e publicação da monografia“Por uma política <strong>de</strong> atenção integral ao loucoinfrator – contribuições a partir da experiência doPAI-PJ do TJMG”, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Fernanda Otoni <strong>de</strong>Barros, premiada no Concurso Nacional <strong>de</strong>Monografias em Segurança com Cidadania.Outro trabalhoA campanha <strong>de</strong>senvolvida pela Ascom paradivulgar o programa Atitu<strong>de</strong> Legal também foi selecionadapara concorrer ao VIII Prêmio Nacional <strong>de</strong>Comunicação e Justiça, categoria Endomarketing. Aofinal, a campanha foi classificada em terceiro lugar.A premiação foi realizada no dia 4 <strong>de</strong> junhoem Porto Velho, Rondônia.


AÇÃO SOCIALSoraia CostaValéria QueirogaPedagogia do amorpara cuidar <strong>de</strong> criançasServidores do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiçatêm se envolvido cada vez maiscom as ações sociais. Um exemplo éo trabalho <strong>de</strong>senvolvido pela escreventesubstituta da 3ª CâmaraCriminal, Divina <strong>de</strong> Assis Miranda dosSantos, na Creche Educandário Meimei,que é mantida pela Fraternida<strong>de</strong>Espírita Obreiros da vida Eterna(Fecov).É com entusiasmo que Divinafala <strong>de</strong> sua convivência com as crianças.Segundo ela, a <strong>de</strong>dicação aesse tipo <strong>de</strong> trabalho é sempre muitoenriquecedor. E completa: “O poucoque temos é muito perto do que têmas pessoas carentes. Todos nóspo<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>dicar parte do nossotempo para ajudar essas pessoas atomarem consciência do seu potenciale motivá-las para a vida”.Com o conhecimento da doutrinaespírita, Divina confessa quepercebeu a importância dos trabalhos<strong>de</strong> ajuda humanitária que, emsua opinião, não <strong>de</strong>vem ser paternalistas.Segundo ela, o trabalho dacreche é <strong>de</strong> valorização do serhumano e é norteado pela pedagogiado amor.As crianças frequentam a crechenos horários em que não estão naescola e, além dos cuidados básicos,a instituição oferece cursos para mãese pais, para que eles se capacitem epossam oferecer um futuro melhorpara seus filhos.A creche aten<strong>de</strong> atualmente 47crianças <strong>de</strong> dois a 14 anos e contacom o trabalho <strong>de</strong> voluntários que promovemfestas, bazares e eventos culturaispara garantir a sua manutenção.Divina e seus <strong>familiares</strong> fazemparte <strong>de</strong>ste voluntariado e todos trabalhamativamente na produção doseventos, além <strong>de</strong> doarem parte do seutempo semanalmente para as crianças.“É realmente muito gratificante”,conclui.DICAS DE CULTURALivroUma leitura atenta do livro O Processo, <strong>de</strong> Kafka, permite que cada leitorretire a interpretação que mais se ajuste ao seu íntimo.O autor transpõe para sua obra, claramente autobiográfica,o período conturbado <strong>de</strong> sua vida, entre1914 e 1915, marcado pelo rompimento <strong>de</strong>sua relação com Felice Bauer, pelo contatocom o hebraísmo oriental e pela solidãoda escrita.A figura atormentada do autor faz do seuprocesso um autoprocesso interior, um confrontoaparente entre as normas <strong>de</strong> uma lei inspirada nareligião e na socieda<strong>de</strong> e a angústia da transgressão a essamesma or<strong>de</strong>m social e familiar. A vida exterior <strong>de</strong> Joseph K., personagem central,não muda com a <strong>de</strong>tenção.Des<strong>de</strong> as primeiras páginas do livro, entramos num universo enigmático.A narrativa assume as proporções <strong>de</strong> uma alucinação, um pesa<strong>de</strong>lo.Aparentemente, a culpa <strong>de</strong> Joseph K. não é a causa do processo. A lei, os funcionáriose o tribunal são inacessíveis porque fazem parte do seu íntimo.Diante do tribunal, ele tenta se libertar com a lógica, que nunca é compreendida.A conclusão final é que, na luta contra o mundo exterior corrompido,o homem também se corrompe e assim <strong>de</strong>ve morrer. E a morte <strong>de</strong> JosephK. é a solução necessária para o fim do processo. É o gesto final <strong>de</strong> submissãoà engrenagem.Destaque entre as obras-primas da literatura do Século 20, OProcesso permite uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretações e vem fascinando váriasgerações.Ione Berna<strong>de</strong>te-Ascom/Unida<strong>de</strong> GoiásParticipeO TJMG Informativo está mais interativo. Se você quiser participar das dicas culturais, envie texto e foto (se tiver) comsugestões <strong>de</strong> música, filme ou livro. As sugestões <strong>de</strong>vem ser encaminhadas para o e-mail informativo.ascom@tjmg.gov.br.Todas elas serão recebidas e analisadas pela Assessoria <strong>de</strong> Comunicação Institucional e selecionadas para publicação.JULHO/201011


CULTURACaçada Humanaé a atração do mês no Cineclube TJLucas LoyolaTraição, intolerância, racismo, ódio e violênciaem suas variadas formas são os ingredientes <strong>de</strong>Caçada Humana, filme <strong>de</strong> Arthur Penn, estreladopor Marlon Brando, Robert Redford e Jane Fonda,que será exibido no Cineclube TJ, dia 29 <strong>de</strong> julho,às 19h.Baseado no romance e na peça <strong>de</strong> HortonFrote, a película apresenta, como pano <strong>de</strong> fundo,uma socieda<strong>de</strong> americana suja e corrupta, retrata-da pela vida <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> interiorana do Texas.Bancos esfolam pequenos fazen<strong>de</strong>iros, assim comoo homem mais rico da cida<strong>de</strong>, Val Rogers(E.G.Marshall), explora a mão <strong>de</strong> obra barata <strong>de</strong>imigrantes ilegais mexicanos.A primeira cena exibe uma perseguição policialcom cães <strong>de</strong> caça, a dois homens que corremnum matagal. Já nos primeiros 15 minutos os personagense os temas da história são apresentados.O xerife Cal<strong>de</strong>r (Marlon Brando), que moranos fundos da <strong>de</strong>legacia, com sua bela mulher(Angie Dickinson), é informado <strong>de</strong> que BubberReeves (Robert Redford) fugiu da prisão, juntamentecom um bandido “barra pesada”. Ummorador da cida<strong>de</strong> ouve a conversa e se encarrega<strong>de</strong> espalhar a notícia. É o início da caçada humana.As sessões do Cineclube TJ são realizadasno auditório do Anexo II do TJ, na rua Goiás, 253, 3ºandar. A entrada é franca.CLICKDO LEITORFotografar a natureza e seus minúsculosseres encanta-me especialmente. A elegantelagarta foi clicada no quintal da casa <strong>de</strong> umamigo em Ouro Preto. Participei com essa fotodo 19º Concurso Nacional <strong>de</strong> Fotografias <strong>de</strong>Natureza - promovido pela Socieda<strong>de</strong>Ornitológica Mineira - e tive a honra <strong>de</strong> vê-lanomeada entre as 100 melhores, que fizeremparte da Exposição Salão da Natureza, comcuradoria <strong>de</strong> Yara Tupinambá. O Salão teve suaabertura no Palácio das Artes e logo após percorreuo país. Gostaria agora <strong>de</strong> dividir essaalegria com vocês.Marta Leandro - SepadPara publicar a sua foto no Click do Leitor envie a imagem e o texto para o e-mail informativo.ascom@tjmg.jus.br.IMPRESSOMarta Leandro12JULHO/2010 Remetente: Assessoria <strong>de</strong> Comunicação Institucional - TJMG | Rua Goiás, 253 - Térreo - Centro - Belo Horizonte - MG - CEP 30190-030

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