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destaqueOs jovens nas redes sociais on-lineFacebook? Mas afinal o que é isso?A estreia no nosso país do filme “ARede Social”, de David Fincher, veiocertamente contribuir para que, mesmoaqueles que se mantêm cépticos,ou simplesmente desconhecedoresdo que são as redes sociais, se tenhampersuadido de que este é um fenómenoimpossível de ignorar, em particularpelos pais e educadores.Esta nova mo<strong>da</strong> virtual é evidencia<strong>da</strong>,para os professores, nas aulas em que osalunos têm acesso à Internet, onde facilmentese constata o vício em que se tornoua leitura ou colocação de comentáriose mensagens nas redes sociais.Face ao fenómeno Facebook, na <strong>EPB</strong> foimesmo necessário bloquear o acesso aosite durante os tempos lectivos, sendoapenas facultado nos intervalos.Inquérito aos alunosMas, além desse conhecimento empírico,quisemos saber com mais algumpormenor qual a relação dos nossos alunoscom as redes sociais e, por isso, promovemosum inquérito interno, que obtevecerca de uma centena de respostas<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de estu<strong>da</strong>ntil <strong>da</strong> <strong>EPB</strong>.Numa primeira questão, foram osalunos inquiridos sobre as redes sociaisque frequentam, sendo os resultadosesclarecedores: mais de 70% indicamacesso ao Facebook (FB) diariamente ouvárias vezes ao dia, sendo que apenas7% dos participantes não utiliza estarede. Em segundo lugar <strong>da</strong>s preferênciasestá o HI5, utilizado por 65%, tendoas restantes hipóteses coloca<strong>da</strong>s (Twitter,Orkut, MySpace, outras) índices deutilização abaixo dos 20%.Procurámos, de segui<strong>da</strong>, perceber oque fazem estes jovens nas redes sociais,desde logo quantos “amigos” estãonas suas listas de contactos. Aquios resultados foram para nós surpreendentes,com 14% a afirmarem teremmais de 1000 “amigos”, 15% mais de 500e 32% mais de 200, o que significa queentre esses contactos estão certamentemuitos desconhecidos.Foi exactamente esse aspecto que4procurámos aferir na questão seguinte,resultando <strong>da</strong>í que 42% dos inquiridosdeclaram ter como “amigos” adultosdesconhecidos e 72% jovens desconhecidos.Quanto ao que fazem nas redes sociais,os jovens responderam maioritariamenteque conversam com amigos,colocam fotos, jogam ou vêem vídeos,sendo que quase 40% assumem conversarcom desconhecidos.“tal como na ‘vi<strong>da</strong> real’, o queimporta é ser prudente e utilizar obom senso”O sucesso do FacebookA crescente adesão ao FB de milhõesde utilizadores é frequentemente justifica<strong>da</strong>por dois aspectos cumulativos,que são a facili<strong>da</strong>de de utilização e adiversi<strong>da</strong>de de recursos que esta redeproporciona.Com efeito, o FB reúne num só locala possibili<strong>da</strong>de de se manter um perfilpúblico, que permite que amigos (e nãosó...) localizem o utilizador, um chat paratroca de mensagens instantâneas, umaárea de mensagens que funciona comoum e-mail interno, e uma área comumem que todos podem aceder às mensagensde todos quantos fazem parte deuma rede de “amigos”.Para o leitor não iniciado, significa istoque um utilizador coloca um comentárioe todos os seus “amigos” vêem epodem responder a esse comentário,resultando <strong>da</strong>í que utilizadores que nãosão “amigos” entre si acabam por estarnesse espaço comum. É a partir desteprincípio que o próprio site sugere aosutilizadores que adicionem como “amigos”,“amigos” dos seus “amigos”, o queorigina um efeito de bola de neve.Proibir ou precaver?Tal como já foi dito, na <strong>EPB</strong> foi condicionadoo acesso às redes sociais. Estaé desde logo uma atitude aconselhávelpara os educadores, isto é, limitar ostempos de utilização lúdica <strong>da</strong> Internet,aplicando as medi<strong>da</strong>s adequa<strong>da</strong>s aoperfil e i<strong>da</strong>de dos seus educandos.Não colocar on-line absolutamentena<strong>da</strong> que deva permanecer no domínioprivado (mora<strong>da</strong>, telefone, fotos ou vídeos)é outro cui<strong>da</strong>do evidente.Preocupação também coloca<strong>da</strong> comfrequência é o relacionamento com estranhos,sendo que na Internet é impossívelsaber se a pessoa desconheci<strong>da</strong>com quem se “fala” tem a i<strong>da</strong>de, sexo,ou quaisquer outras características queafirme possuir. No essencial, tal como na“vi<strong>da</strong> real”, o que importa é ser prudentee utilizar o bom senso. Porque as redessociais nos colocam um mundo à distânciade um clique, e esse mundo temtodos os aspectos positivos e negativoscom que nos confrontamos nas relaçõesface-a-face.Sabendo que <strong>da</strong> proibição apenasresulta o desejo desse fruto proibido,impõe-se então uma utilização esclareci<strong>da</strong>,não esquecendo nunca que tudoo que colocamos na Internet deixa deestar sob o nosso controlo, porque,mesmo que apaguemos qualquer conteúdo,existe sempre a possibili<strong>da</strong>de dejá alguém o ter duplicado.Concluindo, de modo prosaico, “cautelase caldos de galinha nunca fizerammal a ninguém”!João Delgado
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