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3- a crítica ao cientificismo expressada pela análise discursiva da ...

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A CRÍTICA AO CIENTIFICISMO EXPRESSADA PELAANÁLISEDISCURSIVA DA COMPOSIÇÃO QUEREMOS SABER,DE GILBERTO GILFlaviane Faria Carvalho 1Maria Carmen Aires Gomes 2RESUMOEste trabalho teve o propósito de trazer à tona a crítica <strong>ao</strong> <strong>cientificismo</strong> presentena composição Queremos Saber, de Gilberto Gil. Com base na metodologiaproposta <strong>pela</strong> Análise Crítica do Discurso, foram analisados sucintamente osprocessos de ordem social, refletindo sobre as representações <strong>discursiva</strong>s, sociaise ideológicas, referentes às questões de hegemonia e poder. O resultado levou àreflexão acerca <strong>da</strong> ideologia prega<strong>da</strong> <strong>pela</strong> Ciência, bem como ofereceu subsídiospara a transgressão do discurso unilateral, rumo à mu<strong>da</strong>nça e à dialogia social.Palavras-chave: análise crítica do discurso, tropicalismo, ciência, gênero discursivo.“Os cientistas são vistos como se fossem osproprietários exclusivos do saber, devendo fecharto<strong>da</strong>s as cicatrizes do‘não-saber’ e fornecer os bálsamos para asangústiasindividuais e sociais.”(Hilton JapiassU)1. INTRODUÇÃOO ano de 1967 provocou transformações de granderelevância no cenário conjuntural brasileiro. De acordocom Simões Paes (1992), o regime militar introduziunovas restrições políticas internas, decorrentes do seusegundo governo, que começou em 1967 sob ocomando do Marechal Costa e Silva. Ao mesmo1Graduan<strong>da</strong> em Comunicação Social <strong>pela</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa. Bolsista de Iniciação PIBIC/FAPEMIG.2Professora Adjunta I de Língua Portuguesa e Lingüística do Departamento de Letras, <strong>da</strong> UFV. Doutora em EstudosLingüístico – Análise do Discurso.R. Ci. Humanas, v.4, n.2, p.97-102, dez. 2004 97


Flaviane Faria Carvalho e Maria Carmen Aires Gomesevidenciando um período de significativa diplomacia,principalmente com os EUA, que, desde a Guerra Fria,já injetavam capital no Brasil. Do mesmo modo,patrocinou o Golpe de 64, a fim de expandir a ideologiacapitalista <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de de consumo. Em decorrênciadisso, verificou-se um acentuado crescimento no setorindustrial e tecnológico brasileiro. O discursotecnocrático justificava a realização dos objetivos <strong>da</strong>grande burguesia como se fossem de to<strong>da</strong> a Nação,sendo as novas diretrizes apresenta<strong>da</strong>s como técnicasracionais, discurso este que ocultava a política dedominação.Neste mesmo ano, surgiu o Tropicalismo,movimento cultural que revolucionou a MúsicaPopular Brasileira, até então domina<strong>da</strong> <strong>pela</strong> estética<strong>da</strong> Bossa Nova. Liderado pelos músicos Gilberto Gil eCaetano Veloso, o Tropicalismo usa as idéias doManifesto Antropofágico de Oswald de Andrade, paraaproveitar elementos estrangeiros que entram no País,e, por meio de sua fusão com a cultura brasileira, criarum novo produto artístico. Também se baseia nacontracultura, usando valores diferentes dos aceitos<strong>pela</strong> cultura dominante, incluindo referênciasconsidera<strong>da</strong>s cafonas, ultrapassa<strong>da</strong>s ousubdesenvolvi<strong>da</strong>s. Acompanha<strong>da</strong>s por guitarraselétricas, as canções causaram polêmica em uma classeuniversitária nacionalista, contrária às influênciasestrangeiras nas artes brasileiras.Nesse tumultuado contexto, Gilberto Gil compôs“Queremos Saber”, objeto desta nossa análise.Envolvido num clima de censura, que oprimiaqualquer tipo de pensamento ou de busca pelover<strong>da</strong>deiro saber, Gil questiona as implicações <strong>da</strong>ciência, a que se destina e a quem beneficia. É dentrodessa lógica que se observa a forte presença do idealpositivista, uma <strong>da</strong>s influências <strong>da</strong> ditadura militar.Para João Ribeiro (1995), o positivismo, como doutrinae método, passou a enfrentar a socie<strong>da</strong>de através <strong>da</strong>“ordem e progresso”, que August Comte (1830)considera fonte principal de todo o sistema político. OEstado Positivo é, pois, o termo fixo e definitivo emque o espírito humano descansa e encontra a ciência.Segundo Aranha e Martins (1992), a confiança totalna ciência valoriza apenas a racionali<strong>da</strong>de científica,como se ela fosse a única resposta às perguntas que ohomem se faz e a única capaz de resolver os problemashumanos.É desta perspectiva que esse breve ensaio pretendeanalisar o discurso <strong>da</strong> composição “Queremos Saber”,usando <strong>da</strong> Análise Crítica do Discurso com o objetivode criticar e propor a reflexão acerca dos avanços do<strong>cientificismo</strong>, já que o poder <strong>da</strong> ciência de dominar amatéria e de fazer coisas acarreta, nos não iniciados,uma atitude de submissão. Há todo um respeitoadmirativo em relação à linguagem científica, dota<strong>da</strong>de uma universali<strong>da</strong>de de direito, habilmenterestringi<strong>da</strong> <strong>ao</strong>s iniciados. Seu esoterismo protege osegredo, sobretudo <strong>pela</strong> matematização e <strong>pela</strong>formalização.2. Pressupostos TeóricosPara uma eficaz compreensão <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong>Análise do Discurso, remontam-se algumasconcepções básicas de alguns estudiosos <strong>da</strong> Lingüística<strong>da</strong> Enunciação. De acordo com Bakhtin (1992), alíngua está associa<strong>da</strong> <strong>ao</strong> processo evolutivo e, por isso,é totalmente dinâmica. Desse modo, a palavra é vaziae só assume o seu conteúdo ideológico quando inseri<strong>da</strong>em determinado contexto, sendo, portantoeminentemente social. Diante disso, Bakhtin criticaSaussure por tratar o sistema lingüístico como um fatoobjetivo externo à consciência individual eindependente desta, concebendo a estruturalingüística limita<strong>da</strong> e imutável. O sentido <strong>da</strong> palavraflui, logo, a interpretação deste sentido édescentraliza<strong>da</strong> e interativa (Bakthin, 1929).Segundo Benveniste (1989), a enunciação éconstituí<strong>da</strong> pelo próprio ato, <strong>pela</strong>s situações em queele se realiza e pelos instrumentos de sua realização.O ato individual introduz o locutor no centro <strong>da</strong>scondições necessárias para a enunciação. Esta é amarca <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de: o “ego”, ou seja, o eu-locutorcomo protagonista <strong>da</strong> enunciação, também defini<strong>da</strong>como um processo de apropriação: o locutor seapropria do aparelho formal <strong>da</strong> língua e enuncia parase posicionar enquanto tal. É dessa forma que o atoindividual introduz aquele que fala em sua fala. É apartir dessa relação dialógica que se produz a relaçãointerativa entre os índices de pessoa eu-tu. O tempopresente coincide com o momento <strong>da</strong> enunciação.Em contraparti<strong>da</strong>, Pêcheux e Fuchs (1975)concebem a enunciação como a retoma<strong>da</strong> e arecontextualização de discursos (interdiscursivi<strong>da</strong>de),em que o sentido se constrói no âmbito histórico ousocial, selecionando o dito e rejeitando o não dito.Retomando Bakhtin (1929), o que caracteriza o sentido<strong>da</strong>s palavras é a heterogenei<strong>da</strong>de, isto é, um processolastreado na história <strong>da</strong>s enunciações relaciona<strong>da</strong>scom diferentes discursos que produzem umamultiplici<strong>da</strong>de de sentidos.Para Foucault (1969), o discurso é um conjunto deenunciados que derivam de uma mesma formação100R. Ci. Humanas, v.4, n.2, p.97-102, dez. 2004


A crítica <strong>ao</strong> <strong>cientificismo</strong> <strong>expressa<strong>da</strong></strong> <strong>pela</strong> análise <strong>discursiva</strong> <strong>da</strong> composição Queremos Saber<strong>discursiva</strong>, sendo um modo de existência históricosocial<strong>da</strong> linguagem. Tais formações são constituí<strong>da</strong>sde práticas sociais, que determinam sujeitos, objetos,situações, conceitos. Inseri<strong>da</strong>s nas formações<strong>discursiva</strong>s, aparecem as formações ideológicas,determina<strong>da</strong>s por atitudes, valores e representações.O texto, por sua vez, é a concretização e a manifestaçãoverbal do discurso, cortado por uma teia de outrostextos e discursos. O sujeito de um enunciado é umlugar determinado e vazio que pode ser ocupado porindivíduos diferentes.Segundo Benveniste (1989), os acontecimentoshistóricos são apresentados como se narrassem a simesmos, discurso caracterizado <strong>pela</strong> ausência desubjetivi<strong>da</strong>de. Tal colocação é, para Brandão (1998),contraditória, visto que to<strong>da</strong> enunciação é um ato deapropriação <strong>da</strong> língua em que há, necessariamente, afigura de um sujeito que pratica o ato de apropriação.Na concepção do sujeito descentrado, o sujeito éhistórico e ideológico, e sua fala é um recorte <strong>da</strong>srepresentações de um tempo histórico e de um espaçosocial. O sujeito divide o espaço discursivo com o outro,no qual a subjetivi<strong>da</strong>de é relativiza<strong>da</strong> no par eu-tu.Nesse caso, diferente de Benveniste, outras vozes falamna fala do sujeito.Cardoso (1999) estabelece alguns conceitosbásicos acerca de intertextuali<strong>da</strong>de einterdiscursivi<strong>da</strong>de. A autora chama deintertextuali<strong>da</strong>de a relação de um texto com outrostextos, podendo ser explícita, quando é feita a citação<strong>da</strong> fonte do texto, ou implícita (considera<strong>da</strong>interdiscursivi<strong>da</strong>de por Fairclough), quando cabe <strong>ao</strong>interlocutor recuperar a fonte na memória. Ainterdiscursivi<strong>da</strong>de é caracteriza<strong>da</strong> <strong>pela</strong> relação de umdiscurso com seu outro discurso, constituindo-se poruma relação de aliança, conflito e neutrali<strong>da</strong>deaparente.Diante desse quadro, a Análise Crítica doDiscurso (doravante ACD) focaliza a importância <strong>da</strong>linguagem e do seu funcionamento na vi<strong>da</strong> social,baseando-se no princípio de que o discurso é umaprática social. Nesse sentido, o discurso constitui osocial e vice versa. Das teorias sociais críticas, é visívela integração <strong>da</strong>s idéias discuti<strong>da</strong>s por Gramsci(hegemonia ideológica), Althusser (a materiali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>ideologia por meio <strong>da</strong>s instituições), Habermas(reestruturação <strong>da</strong> esfera pública) e Giddens(reflexivi<strong>da</strong>de dialógica). Da Linguística Sistêmico-Funcional, a interação metodológica com Halli<strong>da</strong>y(texto como potencial de significados) e o sistema deescolhas, configurado no contexto de situação e decultura.O conceito de intertextuali<strong>da</strong>de, apropriado deBakhtin por Kristeva (1986), é central para a TeoriaSocial do Discurso, sendo associado <strong>ao</strong> de hegemoniade modo produtivo. Para Fairclough (1992), ahistorici<strong>da</strong>de inerente dos textos torna-os capazes deexercer os papéis importantes de liderança <strong>da</strong>mu<strong>da</strong>nça sociocultural na socie<strong>da</strong>de. É proposta <strong>da</strong>ACD, portanto, não só mapear as alternativas e limitesdos processos intertextuais dentro de determina<strong>da</strong>shegemonias ou estados de luta hegemônica, mastambém conceber esses processos e outros, decontestação e reestruturação <strong>da</strong>s ordens do discurso,como processos de luta hegemônica na esfera dodiscurso, simultaneamente afetando e sendo afetadospor essa luta num sentido mais amplo. Aintertextuali<strong>da</strong>de também traz implicações para aconstituição do sujeito através dos textos e para acontribuição <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças nas práticas <strong>discursiva</strong>spara as mu<strong>da</strong>nças na identi<strong>da</strong>de social.Além de responder ou incorporar outros textos, aintertextuali<strong>da</strong>de pode incorporar relações complexas,como o gênero discursivo. Para Bakhtin (1929), oproblema específico dos gêneros do discurso é que, deuma forma imediata, sensível e ágil, refletem a menormu<strong>da</strong>nça na vi<strong>da</strong> social. Fairclough (1992), diantedisso, vai dizer que as mu<strong>da</strong>nças históricas não sórefletem as transformações sociais, mas também asconstituem. Sob essa ótica, a noção deinterdiscursivi<strong>da</strong>de torna-se fun<strong>da</strong>mental, pois temfoco nas convenções <strong>discursiva</strong>s, nas ordens dodiscurso. É a linguagem como prática social – que élimita<strong>da</strong> <strong>pela</strong>s convenções, como também àpotenciali<strong>da</strong>de para mu<strong>da</strong>nça e criativi<strong>da</strong>de.Retomando a questão do gênero discursivo, Faircloughremonta que ocorre um conjunto de convençõesrelativamente estável que é associado com um tipo deativi<strong>da</strong>de socialmente aprovado, em processos deprodução, distribuição e consumo.3. MetodologiaA ACD tem como método de investigação apesquisa qualitativa, pois se baseia em descriçõesanalíticas de <strong>da</strong>dos obtidos na reali<strong>da</strong>de social.Caracteriza-se também como uma investigaçãointerpretativa pelo fato de se pesquisarem processos<strong>da</strong> ordem do social, refletindo-se sobre asrepresentações <strong>discursiva</strong>s, sociais e ideológicas quese referem às questões de hegemonia e poder.É válido ressaltar que a ACD não se preocupaapenas em descrever os textos, designados comoprodutos sociais, organizados e estruturadossocialmente, mas também em interpretá-los e explicarR. Ci. Humanas, v.4, n.2, p.97-102, dez. 2004101


Flaviane Faria Carvalho e Maria Carmen Aires Gomesas relações de poder sustentados ou transformados poreles. A base metodológica deste estudo éfun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> em Norman Fairclough, com o seuquadro tridimensional de análise, no qual trêsdimensões dos eventos discursivos se inter-relacionamsimultaneamente:a) o texto: É a descrição dos elementoslingüísticos. Falado ou escrito, remete-se à organizaçãosimbólica, expressando a organização <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de domundo, assim como a organização social dos sujeitosa partir dos conceitos de coerência, pertinência erelevância contextual. As categorias escolhi<strong>da</strong>s nesteestudo para a análise textual e <strong>discursiva</strong> são asseguintes: as metáforas, os verbos e os mo<strong>da</strong>lizadores.b) a interação: É a dimensão <strong>da</strong> prática<strong>discursiva</strong>, que estabelece a organização <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>desocial do sujeito, através <strong>da</strong>s estruturas de regras <strong>da</strong>srelações interpessoais.c) o contexto: Fun<strong>da</strong>mentado nas relações entreideologia e poder, retrata as condições sociais deprodução e interpretação a partir <strong>da</strong>s práticas sociais.Refere-se à dimensão <strong>da</strong> ação social, que reflete <strong>ao</strong>rganização <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de do mundo ou, num sentidomais amplo, o contexto cultural.4. Análise TextualPara Fairclough (1992), é o sistema de gênerosdiscursivos de determina<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, numa épocadetermina<strong>da</strong>, que condiciona as combinações e asconfigurações nas quais os outros elementos ocorrem.Gênero discursivo, então, é um conjunto estável deconvenções o qual se associa a um tipo de ativi<strong>da</strong>deratifica<strong>da</strong> socialmente. Interessa aqui a sua encenaçãoparcial configura<strong>da</strong> na poesia.Expressão artística <strong>da</strong>s mais belas e tocantes, apoesia é composta de palavras que formam versos,estrofes e que também formam o todo, que é o produtofinal do tema pensado. Além disso, deve conter dentrode si melodia, estética, métrica e ritmo. Seu propósitocomunicativo é o de sensibilizar, no caso em questão,criticando de forma subjetiva, metafórica. Écomplicado precisar o que é poesia. Em sua obraPoética, primeiro texto ocidental sobre a poesia, ofilósofo e pensador grego Aristóteles a define comoimitação (mimesis) recriadora <strong>da</strong> natureza. Partindode uma concepção mais contemporânea, Pedro Lyra(1992) conceitua a poesia como substância imaterialidentifica<strong>da</strong> com a transitivi<strong>da</strong>de do mundo. SegundoTodorov (1980), as palavras na poesia mantêm entresi um laço mais forte e mais estreito do que no discursocotidiano; surgindo entre as palavras uma correlaçãoposicional: “As palavras, em poesia, iluminam-se comchamas recíprocas”(Todorov: 1980).Feitas as devi<strong>da</strong>s considerações, passa-se, então,para o corpus a ser analisado.Composição: Queremos SaberAutoria: Gilberto Gil (1976)Queremos saber, o que vão fazerCom as novas invençõesQueremos notícia mais sériaSobre a descoberta <strong>da</strong> antimatériaE suas implicaçõesNa emancipação do homemDas grandes populaçõesHomens pobres <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>desDas estepes dos sertõesQueremos saber, quando vamos terRaio laser mais baratoQueremos de fato um relatoRetrato mais sério do mistério <strong>da</strong> luzLuz do disco voadorPra iluminação do homemTão carente, sofredorTão perdido na distânciaDa mora<strong>da</strong> do SenhorQueremos saber, queremos viverConfiantes no futuroPor isso se faz necessário preverQual o itinerário <strong>da</strong> ilusãoA ilusão do poderPois se foi permitido <strong>ao</strong> homemTantas coisas conhecerÉ melhor que todos saibamO que pode acontecerQueremos saberQueremos saberQueremos saberTodos queremos sabera) Texto: No que compete às metáforas, nota-se apresença marcante <strong>da</strong> palavra “saber”, vocábulopertencente <strong>ao</strong> campo <strong>da</strong> educação, <strong>da</strong> informação,do conhecimento, isto é, saber como condição para seadquirir autonomia. Analogamente, “luz” e“iluminação” se referem à sabedoria, resgatando operíodo <strong>da</strong> história (século XVIII) chamadoIluminismo, marcado pelo predomínio <strong>da</strong> razão comoinstrumento para interpretar e organizar o mundo,papel até então desempenhado <strong>pela</strong> Igreja.Simbolizando a população miserável do nordeste,“sertões” traz to<strong>da</strong> uma carga de exclusão, abandono,esquecimento.102R. Ci. Humanas, v.4, n.2, p.97-102, dez. 2004

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