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Pedagogia no Ensino Superior (19) - ESEC

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FICHA TÉCNICADirecção: Susana GonçalvesComissão Editorial: Susana Gonçalves, Dina Soeiro, Sofia SilvaTítulo da Série: Cader<strong>no</strong>s de <strong>Pedagogia</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>Publicação: Centro de I<strong>no</strong>vação e Estudo da <strong>Pedagogia</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>(CINEP)Paginação: José Pacheco, NDSIM/<strong>ESEC</strong>Dezembro de 2011ISSN: 1647-032X


Obras Publicadashttp://c i n e p.ipc.ptCo l e c ç ã o: Ca d e r n o s d e Pe d a g o g i a n o En s i n o <strong>Superior</strong>A Colecção de Cader<strong>no</strong>s ‘<strong>Pedagogia</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>’ é editada <strong>no</strong> formato depeque<strong>no</strong>s cader<strong>no</strong>s A5, incluindo-se em cada cader<strong>no</strong> dois artigos não temáticos,não necessariamente relacionados entre si.Esta colecção vem dar continuidade ao projecto OPDES (Orientações Pedagógicaspara Docentes do Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>),que foi desenvolvido na <strong>ESEC</strong>/IPC <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de2007-2011, tedo a fase inicial obtido financiamento do Programa OperacionalCiência e I<strong>no</strong>vação – POCI 2010, acção IV.1.2. “Projectos i<strong>no</strong>vadores <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>superior”.Ca d e r n o s Pu b l i c a d o sBrochura nº1- Método ExpositivoSusana Gonçalves (Coordenadora do projecto OPDES, Escola <strong>Superior</strong> de Educaçãode Coimbra);- Uso de informação e feedback para melhorar as práticas de ensi<strong>no</strong>Alan Kalish (Director da FTAD _ Faculty & TA Development, The Ohio State University,Columbus, EUA);Brochura nº2- Princípios fundamentais de um planeamento curricular eficazDonna Ellis (Directora Associada do Centre for Teaching Excellence, University ofWaterloo, Canadá);- A Construção de Contextos de E-learning (ou B-learning) <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>Dina Soeiro (Investigadora <strong>no</strong> projecto OPDES, Escola <strong>Superior</strong> de Educação deCoimbra);Brochura nº3- Estilos de aprendizagem e ensi<strong>no</strong>Susana Gonçalves (Coordenadora do projecto OPDES, Escola <strong>Superior</strong> deEducação);- Aprendizagem Colaborativa: uma proposta ao serviço da aprendizagem profundaSofia Silva (Investigadora <strong>no</strong> projecto OPDES, Escola <strong>Superior</strong> de Educação deCoimbra);Brochura nº4- El crédito europeu: Un nuevo modo de concebir la formación en la UniversidadMiguel Pérez Ferra (Catedrático de Universidad, Área de Didáctica y OrganizaciónEscolar) e Juan Antonio Callado (Miembro del Grupo de Investigación: “InvestigaciónCurricular y Didáctica de las Ciencias Experimentales”), Universidad de Jaén;- Os Surdos e a Educação <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>: Estratégias de Ensi<strong>no</strong>-AprendizagemIsabel Sofia Calvário Correia (Docente da Área de Língua Portuguesa, Escola<strong>Superior</strong> de Educação de Coimbra);Brochura nº5- Actividades e trajectos exploratórios da Oralidade <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> do Português LínguaEstrangeiraPedro Balaus Custódio (Docente da Área de Língua Portuguesa, Escola <strong>Superior</strong> de


Educação de Coimbra)- Colaboração e reflexão: Mecanismos de uma avaliação transformativaDina Soeiro e Sofia Silva (Docentes da Área de Psicologia e Ciências da Educação,Investigadoras <strong>no</strong> projecto OPDES, Escola <strong>Superior</strong> de Educação de Coimbra)Brochura nº6- Shaping University Culture: Challenges and Opportunities for Leaders in HigherEducationChristopher P. Adkins, School of Business; Michael F. DiPaola, School of Education;The College of William and Mary Williamsburg, Virginia, USA.- Plagiarism key issues and pedagogical strategiesDigby Warren (London Metropolitan University, London).Brochura nº7- The University’s role in developing rights and social equity.Alistair Ross (Jean Monnet ad personam Professor; Emeritus Professor, LondonMetropolitan University, London, United Kingdom)- ‘In theory, yes; in practice, <strong>no</strong>’: Is this the reality of Education for Citizenship inHigher Education.Henry Maitles, University of Strathclyde, Scotland, United Kingdom; Irena Zaleskiene,Pedagogical University of Vilnius, Lithuania; Miquel Essombert, Auto<strong>no</strong>mousUniversity of Barcelona, Spain; Eleni Karatzia – Stavlioti, University of Patras,GreeceBrochura nº 8 – Julho 2010- Uma Proposta para a promoção da competência de síntese a partir de várias fontesem contexto académicoLeila C.S. Rodrigues, Investigadora do CERNAS e docente na Escola <strong>Superior</strong> Agráriade Coimbra; e Luísa A: Pereira, Coordenadora Regional do PNEP, investigadora edocente <strong>no</strong> Departamento de Didáctica e Tec<strong>no</strong>logia Educativa da Universidade deAveiro- A pedagogia <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior: indagar para transformarFlávia Vieira, José Luís Silva, e Maria Judite Almeida, Universidade do Minho,BragaBrochura nº 9 – Julho 2010- Democratização do ensi<strong>no</strong> superior e exigência científicaJoão Boavida & Helena Damião (Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação,Universidade de Coimbra)- O Programa Nacional de Ensi<strong>no</strong> do Português na <strong>ESEC</strong>: cooperação, re<strong>no</strong>vação eprodução de conhecimento <strong>no</strong> 1º Ciclo do Ensi<strong>no</strong> BásicoPedro Balaus Custódio (Escola <strong>Superior</strong> de Educação de Coimbra)Brochura nº 10 – Julho 2010- Desenvolvimento psicossocial do estudante do ensi<strong>no</strong> superior: O contributo deArthur ChickeringSofia de Lurdes Rosas da Silva (Escola <strong>Superior</strong> de Educação de Coimbra) e JoaquimArmando Gomes Ferreira ( Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação daUniversidade de Coimbra)- PBL – Problem Based Learning (Aprendizagem por resolução de problemas)Adeli<strong>no</strong> M. Moreira dos Santos (Instituto Politécnico de Coimbra – Escola <strong>Superior</strong>de Tec<strong>no</strong>logias da Saúde)Brochura nº 11 - Julho de 2010- Academic fraud in higher education: how to solve the problem and ensureintegrityRyu<strong>no</strong>suke Kikuchi (Departamento de Ciências Exactas e do Ambiente, ESAC


– Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal)- The integration of Incoming Erasmus students at ESE Porto: The use of culturalextension and educational activitiesMaria Inês Ribeiro Basílio de Pinho (Escola <strong>Superior</strong> de Educação do InstitutoPolitécnico do Porto - ESE/IPP)Brochura nº 12 - Dezembro de 2010- Pedagogy Embedding in a Learning Management System - The ADAPT ProjectViriato M. Marques 1 , Carlos Pereira 2 , Anabela Gomes 2 (ISEC - Instituto <strong>Superior</strong> deEngenharia de Coimbra; 1 GECAD - K<strong>no</strong>wledge Engineering and Decision SupportResearch Center; 2 CISUC - Centre for Informatics and Systems of the Universityof Coimbra). Cecília Reis, Luiz Faria, Constanti<strong>no</strong> Martins (ISEP - Instituto <strong>Superior</strong>de Engenharia do Porto; GECAD - K<strong>no</strong>wledge Engineering and Decision SupportResearch Center). E. J. Solteiro Pires (Escola de Ciências e Tec<strong>no</strong>logia, UTAD -Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; CITAB - Centre for the Research andTech<strong>no</strong>logy of Agro-Environmental and Biological Sciences).- University Students, Emergent Adulthood and Professional Choices: implicationsfor research and interventionCláudia Andrade (College of Education, Polytechnic Institute of CoimbraCentre of Differential Psychology, University of Porto)Brochura nº 13 - Dezembro de 2010- A Educação Médica baseada na simulação e em simuladoresHugo Camilo Freitas da Conceição - Técnico <strong>Superior</strong> de Educação do Gabinete deEducação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra- Vivências E Satisfação Académicas Em Alu<strong>no</strong>s Do Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>Lúcia Simões Costa & Marta Filipa Oliveira - Um estudo na Escola <strong>Superior</strong> deTec<strong>no</strong>logia da Saúde de CoimbraBrochura nº 14 - Dezembro de 2010- O Pla<strong>no</strong> FEP - Uma experiência formativa entre a Continuidade e a I<strong>no</strong>vaçãoPedro Balaus Custódio - Professor Adjunto da Escola <strong>Superior</strong> de Educação deCoimbra.- Planificação curricular e inclusão educacional. As percepções dos alu<strong>no</strong>suniversitários <strong>no</strong> Brasil e em EspanhaVicente J. Llorent & María López - Universidad de Córdoba (España) - Facultad deCiencias de la Educación; Maria Inês Ribeiro Basílio de Pinho - Escola <strong>Superior</strong> doInstituto Politécnico do Porto (Portugal).Brochura nº 15 - Dezembro de 2010- Building an Industry-Aware Master Curriculum in Engineering - the Master inEmbedded SystemsJoão Carlos Cunha, J. Pedro Amaro, Luís Marques - ISEC, Coimbra, Portugal.- Preparing teachers for multiculturalism: Are we going beyond the surface?Julia A. Spinthourakis, University of Patras, Greece.Brochura nº 16 - Julho de 2011- Implementing active citizenship in the curriculum ofteacher training education - The XIOS StoryArjan Goemans & Inge Placklé - University College Limburg, DepartementLerare<strong>no</strong>pleiding, Belgium.- Prática Profissional em GerontologiaMargarida de Melo Cerqueira - Escola <strong>Superior</strong> de Saúde da Universidade deAveiro. Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos;José Marques Alvarelhão - Escola <strong>Superior</strong> de Saúde da Universidade de Aveiro;José Guinaldo Martín - Secção Autó<strong>no</strong>ma de Ciências da Saúde da Universidadede Aveiro. Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos.


Diferentes Integraçõesd e La b o r a t ó r i o sRe m o t o s em Cu r s o sd e En g e n h a r i aCristina Co s ta Lo b oc c o s ta l o b o @g m a i l.c o mUniversidade Po r t u c a l e n s e In f a n t e D. He n r i q u e | UPTCl a r a Vi e g a s - m c m @isep.ipp.pt,Gu s ta v o Ribeiro Alv e s - g c a@isep.ipp.ptAr c e l i n a Ma r q u e s - m m r @isep.ipp.ptInstituto <strong>Superior</strong> d e En g e n h a r i a d o Po r t o | ISEP7


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de EngenhariaResumo: Este artigo aborda diferentes integrações do VISIR. OVISIR é um laboratório aberto remoto dedicado a experimentoscom circuitos elétricos e eletrónicos. Este laboratório permiteque professores e alu<strong>no</strong>s tenham oportunidade de contatar comexperimentos remotamente e em tempo real, com equipamentos deteste e medição (fonte de alimentação tripla DC, gerador de funções,multímetro e um osciloscópio) ligado a componentes elétricos eeletrónicos. As abordagens didáticas são resumidas e as análisesfeitas fornecem explicações para alguns dos problemas encontrados,além de algumas diretrizes para futuras implementações. Uma sériede pontos fortes e fracos é destacada, levando a sugestões sobre comoaprimorar algumas abordagens estratégicas para motivar professorese motivar alu<strong>no</strong>s para o potencial da utilização do VISIR <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>e na aprendizagem. São apresentadas referências apropriadas paratrabalhos publicados anteriormente que ajudam a entender o contextode pesquisa e as lições derivadas de um uso mais intensivo do VISIR.Palavras-chave: Laboratórios remotos; motivação para aaprendizagem, avaliação da aprendizagemI. In t r o d u ç ã oEstamos conscientes de que “não é possível transformar as maneirasde pensar e agir <strong>no</strong> nível do processo de trei<strong>no</strong>” sem a participaçãoefetiva dos atores que participam neles, especialmente professorese alu<strong>no</strong>s (Tavares, Brzinski, Pereira, Cabral, Silva, Bessa e Carvalho,2004). Numerosos estudos têm mostrado que os alu<strong>no</strong>s podemmelhorar a sua aprendizagem quando estão motivados e se assumemcomo parte determinante do processo de aprendizagem (Ditchen,2001; Lopes, 2004; Redish, 2003). Este trabalho é suportado peloInstituto <strong>Superior</strong> de Engenharia do Porto, atraves do Projecto PhysicsLabFARM. A motivação é uma construção ampla relacionada comas condições e processos que representam a magnitude, o esforço ea persistência (Katzell e Thompson, <strong>19</strong>90); a percepção dos alu<strong>no</strong>ssobre o seu sucesso e o fracasso nas suas iniciativas desempenhaum papel central <strong>no</strong> desenvolvimento de sua motivação para aaprendizagem. Os alu<strong>no</strong>s que atribuem o sucesso ao esforço, aoperceber que a mudança é gerenciável, ​são os que lidam de formaconstrutiva com o provável fracasso e continuam, com êxito, o seuprogresso de aprendizagem (Harlen e Crick, 2003). A motivação pode8


ser considerada como intrínseca ou extrínseca. A motivação intrínsecaestá relacionada ao envolvimento nas actividades realizadas pelodesempenho com base <strong>no</strong> interesse pessoal de aprender (a atividadeé um fim em si). Em oposição temos a motivação extrínseca, em queos alu<strong>no</strong>s matriculados nas atividades como um meio de alcançar umobjetivo ou propósito valorizados (Deci e Ryan, <strong>19</strong>85). Os professorestambém têm um papel importante na auto-regulação acadêmica dosestudantes (Pintrich, <strong>19</strong>95). No entanto, além de uma preparaçãocientífica actualizada, isto exige uma pedagogia adequada. Laurillard(<strong>19</strong>93) reforça essa ideia ao veicular que “os professores precisam iralém da sua área de conhecimento”, e enfatiza que: “Os professoresprecisam saber como os indivíduos experimentam os assuntos”.A avaliação da aprendizagem é conhecida na literatura como umelemento determinante do esforço e do compromisso dos alu<strong>no</strong>s(Biggs, <strong>19</strong>99). Como Biggs (<strong>19</strong>99) afirma, a avaliação formativa éinseparável do ensi<strong>no</strong> e a eficácia dos diferentes métodos de ensi<strong>no</strong>está diretamente relacionada à sua capacidade <strong>no</strong> fornecimento defeedback formativo que ajuda os alu<strong>no</strong>s a monitorizar sua própriaaprendizagem. De acordo com Miller, Imrie e Cox (<strong>19</strong>98), a avaliaçãoformativa consiste na utilização de testes regulares, onde os resultadosde cada trabalho contribuem para a <strong>no</strong>ta final. Este trabalhopretende comparar diferentes implementações do sistema VISIR emcursos de engenharia, que foram executadas, a fim de facilitar aaprendizagem dos alu<strong>no</strong>s. Na próxima seção, fazemos uma brevedescrição da implementação anterior do VISIR <strong>no</strong> ISEP (num curso degrande porte), ressaltando as suas contribuições mais importantes. Aseção III descreve a implementação didáctica de diferentes variáveis,incluindo o uso do sistema VISIR, as metodologias e a avaliaçãoda aprendizagem. Na seção IV são apresentados os resultadospreliminares e é feita a sua discussão. Finalmente, na seção V, váriasconclusões são tiradas a fim de ajudar futuras implementações.II- En q u a d r a m e n toO sistema VISIR constitui uma plataforma aberta de experimentaçãoremota de circuitos elétricos e eletrónicos, que permite a docentes ealu<strong>no</strong>s efetuarem experiências reais, remotamente e em tempo real,com um conjunto de equipamentos de teste e medição (fonte dealimentação DC tripla, gerador de sinais, multímetro e osciloscópio),ligados a um conjunto de componentes elétricos e eletrónicos colocados9


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de Engenharianuma placa de montagem virtual. A utilização deste sistema <strong>no</strong> primeirosemestre do a<strong>no</strong> letivo 2010/11, <strong>no</strong> Instituto <strong>Superior</strong> de Engenhariado Porto, foi já reportada <strong>no</strong>utro local (Alves et al., 2011; Costa Loboet al., 2011), onde se destacam os seguintes aspetos: i) referências adocumentos e manuais que descrevem em detalhe a arquitetura e ascaracterísticas técnicas do sistema (Gustavsson, Zackrisson, Nilsson,Garcia-Zubia, Håkansson, Claesson e Lagö, 2008; Gustavsson,Nilsson, Zackrisson, Garcia-Zubia, Hernandez-Jayo, Nafalski, Nedic,Göl, Machotka, Pettersson, Lagö e Håkansson, 2009), e ii) as açõesefetuadas pelos utilizadores em três modos distintos – administrador,docente e alu<strong>no</strong>. O estudo descrito em Alves et al. (2011) e Costa Loboet al. (2011) versou a utilização do sistema VISIR numa disciplina delicenciatura, com uma larga população estudantil, em que os papéisde todos os atores envolvidos foram bem definidos e, em particular, oprofessor responsável (i.e. o regente) foi capaz de motivar toda a equipadocente afeta, para as atividades de ensi<strong>no</strong>/aprendizagem suportadaspelo sistema VISIR. Todos os elementos da equipa docente tiveramoportunidade de praticar com o sistema VISIR, antes da sua utilizaçãoem contexto de sala de aula e, por forma a garantir o alinhamento,foram ainda informados dos objetivos educacionais pretendidos comeste recurso laboratorial, de natureza complementar.O estudo efetuado permitiu ainda definir um perfil de alu<strong>no</strong> deacordo com o tipo de inscrição na disciplina, i.e. alu<strong>no</strong>s de um primeirogrupo, de<strong>no</strong>minado A, utilizaram o sistema VISIR em contexto de aulalaboratorial, como uma ferramenta prática e como uma ferramentade trei<strong>no</strong>, repetindo as mesmas experiências, posteriormente (semanaseguinte) e localmente, com equipamento manuseado diretamente.Estas tarefas tinham carácter obrigatório, tendo decorrido durante2+2 semanas. Alu<strong>no</strong>s de um segundo grupo, de<strong>no</strong>minado B, quepossuíam pelo me<strong>no</strong>s uma inscrição anterior na disciplina, utilizaramapenas o sistema VISIR nas mesmas semanas em que a suautilização era obrigatória para os alu<strong>no</strong>s do grupo A. Dos estudosiniciais, reportados em (Costa Lobo et al., 2011), <strong>no</strong>meadamente dopadrão de utilização do sistema VISIR versus tipo de grupo, resultouuma importante conclusão: os alu<strong>no</strong>s inscritos pela primeira vez nadisciplina (grupo A) utilizam o laboratório remoto principalmenteporque são obrigados a fazê-lo, enquanto os alu<strong>no</strong>s do grupo B (comfrequência anterior à disciplina) são capazes de reconhecer a naturezacomplementar do sistema, <strong>no</strong>meadamente na ajuda que lhes presta amanterem (em linha) os objetivos educacionais propostos.10


III – Im p l e m e n ta ç ã o d id á t ic aNa mesma linha de raciocínio do trabalho já referenciado na seçãoanterior, uma abordagem semelhante foi adoptada para este estudo.Neste caso, desenvolveram-se vários estudos de caso em unidadescurriculares diferentes. Os dados recolhidos nesta análise incluemelementos do sistema VISIR e da implementação didática, a planificaçãodas atividades curriculares, entrevistas aos docentes, resultadosdos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s pré e pós-testes de avaliação de conhecimentos ecompetência, a utilização do VISIR pelos alu<strong>no</strong>s, as respostas dosalu<strong>no</strong>s a um peque<strong>no</strong> questionário com questões abertas sobre a suapercepção, e os resultados dos alu<strong>no</strong>s às tarefas.A. En q u a d r a m e n t o a c t u a lO estudo anterior, efectuado com apenas uma unidade curricular,contrasta com o 2 º semestre de 2010/11, onde o VISIR foi usado emseis unidades curriculares diferentes, de dimensões muito distintas(47-a-574 alu<strong>no</strong>s inscritos) e integradas em seis cursos diferentes, i.e.com conhecimentos prévios muito distintos. Desta forma, os tópicos deeletricidade e eletrónica básica representam assuntos que direcionamáreas de competências diferentes neste contexto, tal como se representana Tabela I. Neste grupo de UC’s existe um só enquadrado na área decompetência de conhecimento básico (B1).Tabela 1: Identificação das unidades curriculares-alvo, nível, área de competência,nº alu<strong>no</strong>s inscritos e docentes envolvidos nas actividades VISIR (+ docenteresponsável pela UC)ID Nível 1 Area de CompetênciaB1 Introdutório Conhecimento Básico 188 1C1 Introdutório ConhecimentoComplementarC2 Introdutório ConhecimentoComplementar47 1574 6+1S1 Introdutório Conhecimento Científico 49 2+1S2 Intermédio Conhecimento Científico 68 3+1S3 Intermédio Conhecimento Científico 345 7+1Neste caso, o tópico sobre eletricidade representa um só capítulodo programa e foi lecionado durante um período de 3 semanas.11


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de EngenhariaTodas as outras unidades curriculares têm o seu programa curriculardedicado à eletricidade e à eletrónica básica. A única diferença entreas associadas a um conhecimentos complementar (C1-C2) e asassociadas a um conhecimento científico (S1-S2-S3), está relacionadacom o pla<strong>no</strong> de estudos do curso.Este enquadramento permitiu levar o laboratório remoto à suacapacidade máxima de utilização e de desempenho, testando os seuslimites de operacionalidade. Tendo em conta que o <strong>no</strong>sso sistemapossui quatro placas de componentes, possuindo cada uma 14pi<strong>no</strong>s de ligação (relés) para montagem de componentes, dos quais52 estavam ocupados, o que representa uma utilização de 93% dacapacidade física total do sistema. Estas quatro placas acomodavamum conjunto de 18 circuitos com diferentes topologias, que utilizaramuma variedade de componentes eléctricos e electrónicos (resistências,condensadores, bobines, díodos, transístores e amp-op’s). Nasunidades curriculares selecionadas, somente 15 dos circuitos eramdiferentes (Tabela II).O sistema remoto esteve acessível (online) durante todo o semestre,desde 1 de Março a 29 de Junho, num total de 120 dias consecutivos(2880 horas). Durante este período, detectaram-se ocorrências taiscomo, corte de eletricidade durante o fim de semana para manutenção,situações de interrupção instantânea por necessidade de intervenção ereconfiguração do sistema para resolver situações de redesenho doscircuitos. Todas estas ocorrências somaram-se num total 146 horase 55 minutos de indisponibilidade do sistema, representando 5% dotempo total online, que inclui também 30 ocorrências de iniciação dosistema.B. Implementação e d e s c r i ç ã o d a s m e t o d o l o g i a sDevido à capacidade absoluta do <strong>no</strong>sso sistema, e com o objectivo defazerem escolhas adequadas e de estarem alertas para as limitações,todos os previsíveis responsáveis das unidades curriculares foramconvidados a assistir a um workshop onde tiveram a oportunidadede usar o VISIR e tomarem conhecimento sobre o estudo efectuado<strong>no</strong> semestre anterior e as suas conclusões preliminares, uma vez quetendo ocorrido a <strong>19</strong> de Janeiro, ainda não se tinha reunido toda ainformação relacionado com o semestre que estava a terminar. Estesdocentes entenderam bem quais as capacidades oferecidas pelo12


sistema, e foram capazes de desenvolver uma abordagem a cada umadas suas unidades curriculares. Para além disso, cada responsávelteve a oportunidade de definir um conjunto de experiências remotas –e as respectivas metas de aprendizagem. O conjunto de experiênciasdefinidas que respondiam de forma favorável ao desafio de integrar oVISIR nas suas UC’s, implicou alguma negociação devido às limitaçõestécnicas intrínsecas já referidas e também ao facto da constante detempo de todas as experiências remotas estar limitada a cerca de 10-100 ms, dependendo do tipo de fonte – AC ou DC, tornando impossívelqualquer medição sequencial ou um conjunto de medições múltiplasdum fenóme<strong>no</strong> dinâmico, como por exemplo, a medição da curva decarga ou descarga de um condensador. Estas limitações levaram-<strong>no</strong>sa sugerir (i) a utilização de um laboratório remoto complementar paraexperiencias eléctricas e electrónicas, desenvolvido <strong>no</strong> ISEP (Sousa,Alves e Gericota, 2010; Teixeira, 2010); e (ii) a considerar a exploraçãoduma implementação VISIR com recurso a uma plataforma comercialbaseada numa matriz LXI (Garcia-Zúbia, Hernández-Jayo, Angulo,López-de-Ipiña, Orduña, Irunzun e Dziabenko, 2010), a qual permiteum maior número de interligações.Tabela II: Tipo de circuitos eléctricos montados para as actividades <strong>no</strong> VISIR paracada unidade curricularCourseVISIR experiments and number of circuitsB1 Kirchhoff’s 1C1 Resistências --C2 Kirchhoff 1(*)S1S2L. Ohm +KirchhoffCircuitosdíodos2;1(*)Circuitoequivalente motorDiesel1Filtros passivos 22(*) Polarizaçãotransistor 1S3 Oscilosc. -- Circuito RC 1CircuitosdíodosAmpop’sCircuitoRL231 CircuitoRLC1(*) indicate the circuits used are similar to others already accounted for.Na Tabela II, podem-se identificar diferentes níveis previstos paraa utilização do VISIR, sendo que uma utilização mais intensiva estáenquadrada nas UC’s da área de competência de conhecimentocientífico, com um total de 12 dos 15 circuitos utilizados. A utilização mais13


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de Engenhariaescassa corresponde às UC’s B1, enquadrada na área de competênciade conhecimento básico, e C2, na qual o docente responsável usoua realização de uma experiência VISIR como uma tarefa de avaliaçãopara o tópico de corrente contínua. O circuito utilizado foi o mesmonestas duas UC’s bem como na UC C1, que é a outra UC da áreade competência de conhecimento complementar. Nesta, um segundocircuito presente <strong>no</strong>s motores a diesel dos carros foi também usadocom o objective de ilustrar as relações tensão-corrente-resistênciapotência.Os alu<strong>no</strong>s inscritos nestas UC’s tendo pouco conhecimentodas leis dos circuitos e tendo portanto que aprender do zero, a suamotivação pode ser considerada baixa, dada a natureza do seu curso,mais direcionado para outras temáticas que não conceitos eléctricos eelectrónicos. A utilização do VISIR com estes alu<strong>no</strong>s pode ser difícil, umavez que se as restrições técnicas podem ser rapidamente explicadasa pessoas com conhecimentos eléctricos ou mais ligadas a teste e amedição com equipamentos (área de competência científica), já nãoserão tão bem assimilados por pessoas a aprender as bases. Estasituação não ocorreu nas três UC’s da área de competência científica.Nas UC’s S1 e S2, os alu<strong>no</strong>s tiveram de implementar um trabalhoexperimental com entrega do respectivo relatório para cada capítuloprincipal do programa (total de 3 capítulos). Na UC S3, o sistemaVISIR foi proposto como uma ferramenta de trei<strong>no</strong> para ser usadaantes do início de cada aula laboratorial.No que diz respeito aos alu<strong>no</strong>s, O sistema VISIR foi apresentado emdiferentes semanas durante o semestre tendo em conta o planeamentodas tarefas associado, à exceção das UC’s S1 e S2, nas quais foiapresentado logo <strong>no</strong> início do semestre de forma a permitir que osalu<strong>no</strong>s dispusessem de um período experimental onde pudessemtreinar a medição de tensões e de correntes num circuito-teste. ATabela III resume as datas de apresentação e identifica os períodos deutilização do VISIR conforme planeado para cada UC.14


tabela III: Calendarização das actividades VISIR planeadas para cada UCEvent/Course B1 C1 C2 S1 S2 S3Apresentaçãodo VISIR aosalu<strong>no</strong>s1Abril(W5)16Março(W3)28Março(W5)1 Março(W1)1 Março(W1)21 Março(W4)Tipo de aula Teórica Teórica Teórica Labor. Tutorial TeóricaInicio da 1ªtarefa VISIRDeadline decada tarefaVISIR6 Junho(W16)2semanas------Nota: Wx significa semana do semestre14 Abril(W7)2semanas26 Abril(W9)2semanasapósiniciode cadatarefa26 Abril(W9)2semanasapósiniciode cadatarefaAntes decada aulalab---C. Id e n t i f i c a ç ã o d a UC e ava l i a ç ã o c o m o VISIRUma vez que as implementações do VISIR em cada UC foram muitodiferentes, também o foram as avaliações, ao incluírem questões como:serem ou não obrigatórias, individuais, uma ferramenta complementarpara os alu<strong>no</strong>s desenvolverem competências ou simplesmente umaferramenta de avaliação para medir a aprendizagem destes. Estasdiferenças estão expressas na Tabela IV na qual, por exemplo, tarefaformativa significa que permite que os alu<strong>no</strong>s evoluam enquanto arealizam, o que eventualmente os ajudará na fase seguinte do seutrabalho.Tabela IV: Avaliação com o VisirVISIR tasks’assessmentCourseS1 S2 S3 C1 C2 B1Individual? Sim Sim Não Sim Sim SimObrigatória? Não Não Sim Sim Não SimTarefaformativa?Sim Sim Sim Sim Não NãoIdêntica? Sim Sim Sim Sim Similar SimNº tarefas VISIR/ total tarefas% VISIR na <strong>no</strong>tafinal3 em15até4%3 em 14 3 em 5até4.2%Contribuicom 6%2 em101 em 80.4%até1.3%1 em510%15


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de EngenhariaEsta informação foi disponibilizada aos alu<strong>no</strong>s desde o início decada UC, apesar de nem todos a terem assimilado de forma devida,tal como será explicado mais tarde.Nas UC’s S3 e C1, o nº de tarefas VISIR planeadas foi inicialmentede 4 e 3, respectivamente, mas devido a problemas (na 1ª tarefa deS3 e na última de C1) a sua contribuição para a implementação VISIRficou confinada às indicadas.IV - Re s u l ta d o s preliminaresA análise é baseada em cinco partes organizadas sequencialmente,de forma a melhor traduzir as influências que cada implementaçãosofreu e ser capaz de inferir relações com os resultados obtidos emcada uma.A. Expectativas d o s professoresUma vez que um dos grandes objetivos da implementação doVISIR em várias disciplinas num semestre era testar a sua utilizaçãoao máximo da sua capacidade, algumas das implementações foramdesenvolvidas apenas com esse objetivo em mente, ou seja, não haviapor parte desses professores a expectativa de que o sistema os poderia(ou não) ajudar a desenvolver o conhecimento dos seus alu<strong>no</strong>s. Emcontraste, houve outros professores que aderiram à integração do VISIRna sua disciplina por acreditarem que esse desenvolvimento “extra”poderia de facto ajudar os seus alu<strong>no</strong>s a desenvolver importantescompetências ao longo da sua aprendizagem.O outro grande objetivo desta implementação era de facto caracterizarestes usos diferentes e tentar identificar algumas características quefavoreçam ou que devam ser evitadas numa integração de laboratóriosremotos (<strong>no</strong>meadamente o VISIR) numa disciplina.As expectativas dos professores face à utilização do VISIR esteve tambémrelacionada com o conhecimento prévio das suas potencialidades.Estes fatores condicionaram o desenho das implementações emcada uma das disciplinas, assim como a capacidade dos professoresmobilizarem os seus colegas (de disciplina) e respetivos alu<strong>no</strong>s paraa sua utilização. Alguns professores mostram um bom conhecimentoacerca da utilização deste laboratório remoto e destes, na sua maioria,16


tinham grandes expectativas para a mais-valia que esta integraçãopoderia trazer à sua disciplina. Nestes casos foi <strong>no</strong>tória a influência namotivação dos colegas e alu<strong>no</strong>s para a sua utilização.B. Ut i l i z a ç ã o efetiva p o r pa r t e d o s a l u n o sA utilização do sistema foi, em quase todos os casos, relacionadacom a necessidade que os alu<strong>no</strong>s sentiram em fazê-lo face às tarefasagendadas. Esta relação foi <strong>no</strong>tória em todas as implementações,independentemente do tipo de utilização, conforme pode ser observadona tabela V e figura 1.Tabela V: Utilização do VISIRTABLE I.DisciplinaS1 S2 S3 C1 C2 B1Alu<strong>no</strong>s queacederam79% 47% 41% 47% 29% 47%Acessos/utilizador5.4 4.9 3.3 2.8 3.2 4.0Acessos/utilizador/ tarefaVISIR1.8 1.6 0.7 1.4 3.2 4.0Caracterizaçãoda utilizaçãoResidual;com 2picosfortesBaixa,mascontinua,com umpico forte<strong>no</strong> finalMaisalta <strong>no</strong>princípioe depoiscaíu parautilizaçãoresidualMaisalta <strong>no</strong>princípioe depoiscaíu parautilizaçãoresidual1 picoforte1picoforteOs alu<strong>no</strong>s que fazem um esforço por trabalhar com o VISIR sãoclaramente aqueles que sentiram o impacto que esta utilização poderiater na sua aprendizagem. Por exemplo na disciplina C2, a maioriados alu<strong>no</strong>s percecio<strong>no</strong>u as tarefas VISIR como um obstáculo e nãocomo uma mais valia para a sua aprendizagem, mas os poucos queoptaram por realizá-la, compreenderam a sua utilidade de tal formaque acederam várias vezes. O mesmo terá acontecido na disciplinaB1, mas como nesta a tarefa tinha um grande impacto na classificaçãofinal dos alu<strong>no</strong>s, existiu uma maior percentagem de alu<strong>no</strong>s a completara tarefa. Em C1, onde as tarefas VISIR contribuíam muito poucopara a avaliação final, a utilização dos alu<strong>no</strong>s foi relativamente alta,de<strong>no</strong>tando alguma motivação intrínseca nesta participação.17


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de EngenhariaNas disciplinas lecionadas em cursos da área científica correspondenteà área trabalhada com o VISIR (S1-S2-S3), a sua utilização foi maiscontinuada, estando os picos observados (figura 1) alinhados com osprazos para execução das tarefas.Figura 1. Acessos dos alu<strong>no</strong>s ao longo do semestre nas disciplinas S2 (em cima) eS3 (em baixo).C. Interesse d o s a l u n o sEstes resultados foram obtidos cruzando informação de três tiposdiferente: perceção dos professores acerca do interesse demonstradopelos alu<strong>no</strong>s; respostas dos alu<strong>no</strong>s a um questionário e respostasabertas dos alu<strong>no</strong>s acerca da sua utilização VISIR.Em geral, as respostas obtidas <strong>no</strong> questionário mostram umapior perceção na utilização do sistema, quando comparadas àimplementação do 1º semestre (estudo preliminar, objeto de estudoanterior (Alves et al., 2011; Costa Lobo et al., 2011).O número de alu<strong>no</strong>s que respondeu positivamente ao pedido decompletar este questionário também foi inferior ao número percentualobtido anteriormente (dependendo dos cursos, apenas 12% a 28%18


dos alu<strong>no</strong>s responderam, contra 33% obtido <strong>no</strong> 1º semestre), o que jáde si de<strong>no</strong>ta um me<strong>no</strong>r envolvimento.A figura 2 mostra as respostas dos alu<strong>no</strong>s numa das questões maisexemplificativas da compreensão dos alu<strong>no</strong>s acerca da mais-valiado VISIR na sua aprendizagem: “O VISIR foi útil para uma melhorcompreensão acerca da montagem de circuitos?”.Figura 2: Exemplo dos resultados obtidos em cada disciplina na questão “ O VISIRajudou–o na montagem de circuitos?” ( a linha a tracejado indica o valor já obtidona implemetação do 1º semestre)Os níveis observados indicam uma melhor perceção dos alu<strong>no</strong>sdas disciplinas C1 E B1 (com valores próximos aos atingidos naimplementação anterior (Costa Lobo et al., 2011), cujo valor aparecea tracejado na figura 2).Em contraste, a perceção dos alu<strong>no</strong>s nas disciplinas de cursoscientíficos (S1, S2 e S3) onde a sua utilização está mais ligada aodesenvolvimento de competências na análise de circuitos, o nível destaperceção é mais baixa. Nomeadamente na disciplina S3, o problemaque ocorreu na tarefa inicial afetou a motivação dos professores epor inerência o interesse dos próprios alu<strong>no</strong>s, que inicialmente eramuito elevado. O regente da disciplina referiu que esse problemainicial não permitiu uma utilização efetiva do VISIR e que isso levouao descrédito por parte dos alu<strong>no</strong>s. Esta ilação é corroborada pelaanálise da utilização dos alu<strong>no</strong>s neste curso (figura 1) em que este<strong>19</strong>


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de Engenhariadeclínio é <strong>no</strong>tório.O interesse dos alu<strong>no</strong>s na utilização do VISIR está relacionada coma perceção que fazem da sua utilidade. Há dois níveis que podemser distinguidos, dependendo da sua motivação na aprendizagem.Alguns alu<strong>no</strong>s desenvolvem uma motivação intrínseca para aprender,envolvendo-se em atividades que eles sentem que lhes facilita odesenvolvimento da sua aprendizagem. Para isto acontecer, o papeldo professor é essencial, de forma a esclarecer de que forma oslaboratórios remotos (e neste caso o VISIR) podem ser úteis, não sópara treinar, ultrapassar problemas, desenvolver competências nasligações a efetuar com os aparelhos de medida e na montagem decircuitos, mas também para aprofundar os conhecimentos e consolidara aprendizagem. Isto foi mais visível na disciplina S3 (<strong>no</strong> início). Outrosalu<strong>no</strong>s (a maioria) desenvolvem apenas uma motivação extrínseca, oque quer dizer que apenas utilizam o VISIR com o intuito de completaras tarefas que vão sendo impostas. Neste grupo de alu<strong>no</strong>s encontramseaqueles com uma abordagem estratégica, que completam astarefas apenas se o seu esforço for suficientemente valorizado na suaavaliação (ver o contraste entre as disciplinas B1 e C2 na tabela IV). Oque quer dizer que se a tarefa não tiver grande significado <strong>no</strong> peso daavaliação final, estes alu<strong>no</strong>s sentem que não merece a pena o esforço(independentemente do que essa utilização o possa ajudar na suaaprendizagem das matérias).Alguns alu<strong>no</strong>s acederam a um convite <strong>no</strong> final do semestrepara darem a sua opinião acerca da sua utilização do sistema e<strong>no</strong>meadamente acerca de como o potenciar. O desafio realizadopor correio eletrónico constava <strong>no</strong> seguinte: “…indique sugestõesque ajudariam a potenciar a aprendizagem com recurso ao VISIR”.As opiniões recolhidas, corroboram algumas ideias que já tinhamsido obtidas informalmente junto dos alu<strong>no</strong>s e dos professores,<strong>no</strong>meadamente: a necessidade de ter uma sessão de apresentaçãodo sistema com acesso a computadores, para que os alu<strong>no</strong>s possamimediatamente testar e ultrapassar os problemas iniciais; necessidadede melhorar o feedback que é dado ao alu<strong>no</strong> quando acontece umerro, uma vez que muitas vezes não é percetível o que está errado.Combinando estes resultados com a informação recolhida em cadadisciplina (curso) acerca da avaliação e utilização do sistema, torna-se20


explícito que para muitos alu<strong>no</strong>s as vantagens que a utilização VISIRpodia ter na sua aprendizagem não ficou clara.D. Desenvolvimento d e competênciasNos cursos científicos (S1, S2 and S3) os professores não têmdúvidas que os alu<strong>no</strong>s desenvolveram competências laboratoriais aoutilizar o VISIR, <strong>no</strong>meadamente a capacidade para criticar a validadedos resultados. No entanto também referem que seria mais útil emdisciplinas introdutórias, ao desenvolver os princípios de medição,ligação entre componentes e aparelhos de medida e montagem decircuitos.Paralelamente caracterizou-se o ganho educativo através dacomparação para cada alu<strong>no</strong>, entre o resultado de um pré-teste ede um pós-teste. Este teste visava conhecimentos e competênciasdesenvolvidos ao longo do semestre, não tendo sido realizadona disciplina C2, uma vez que a utilização do VISIR foi neste casoesporádica e portanto sem relação direta ao desenvolvimento dosalu<strong>no</strong>s ao longo do semestre. Nas quatro disciplinas em que o VISIR foimais sistematicamente utilizado (S1, S2, S3, C1), levando a um maioracompanhamento do sistema, o ganho foi superior ao encontrado nadisciplina em que este acompanhamento foi mais discreto (B1). Mesmoassim, os ganhos não são muito elevados como mostra o exemploobservado na figura 3, referente à disciplina C1, em que se comparamprecisamente os resultados obtidos nas questões relacionadas com ascompetências passíveis de ter sido desenvolvidas com o VISIR.21


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de EngenhariaFigura 3: Exemplo do desenvolvimento de competências laboratoriais (disciplinaC1)E. Pr o b l e m a s d i a g n o s t i c a d o s n a s implementações VISIRAtravés da realização e análise das entrevistas aos professoresenvolvidos, foram diag<strong>no</strong>sticadas algumas limitações do VISIR nestetipo de integração curricular, que apontam para melhorias futuras.Em primeiro lugar, na disciplina S3. Embora as tarefas formativasestivessem bem desenhadas e enquadradas <strong>no</strong> desenvolvimentocurricular por forma a acompanhar a evolução dos alu<strong>no</strong>s, naexperiência inicial o teste de todo o problema não terá sido feitoatempadamente, o que levou aos alu<strong>no</strong>s se depararem com umasituação que não podiam resolver. Este problema, como já tinha sidoreferido mi<strong>no</strong>u a motivação dos alu<strong>no</strong>s para as tarefas seguintes.Em segundo lugar, foi referido em várias disciplinas que aapresentação aos alu<strong>no</strong>s tinha sido realizada muito cedo. Esteintervalo entre a apresentação do sistema e a primeira utilização dosalu<strong>no</strong>s diminuiu consideravelmente a sua eficiência. Como sugerido,22


esta apresentação será muito mais útil se realizada imediatamenteantes dos alu<strong>no</strong>s precisarem de utilizar pela primeira vez e deverá seruma sessão prática para os alu<strong>no</strong>s poderem de imediato tirar dúvidas,<strong>no</strong>meadamente de acesso ao sistema e às tarefas.Em terceiro lugar, foi diag<strong>no</strong>sticado um problema do VISIR ao lerdeterminadas resistências (dando origem a diferentes valores). Estefacto era desconhecido (não tendo por isso sido salvaguardado) elevou ao descrédito por parte dos alu<strong>no</strong>s.Por último, foi referido o facto do VISIR ter algumas formas deapresentação diferentes da observada pelos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> laboratório(por exemplo o osciloscópio – digital ou analógico).F. Discussão d o s r e s u l ta d o s preliminaresF1. As expectativas dos professoresAlguns dos professores perceberam que o sistema VISIR pode seruma oportunidade para desenvolver competências importantes naaprendizagem de seus alu<strong>no</strong>s e tentou usá-lo de forma mais eficaz.Alguns professores mostraram uma boa compreensão daspotencialidades do VISIR e tinham maiores expectativas que forambem transmitidas e potenciaram profunda influência sobre os seuspares e os alu<strong>no</strong>s implicados.F2. Uso do sistema VISIR pelos alu<strong>no</strong>sOs estudantes que fizeram o esforço de trabalhar com o VISIR sãoclaramente os que revelam sentir o impacto na sua aprendizagem. Nocurso C2, por exemplo, a maioria dos alu<strong>no</strong>s viu estas tarefas impostaspelo sistema VISIR como um obstáculo e não como uma mais-valia,mas aqueles poucos que optaram por realizá-lo, consideram queo sistema é uma ferramenta útil para a aprendizagem e, portanto,acederam várias vezes.Nos cursos científico (S1-S2-S3), onde o uso do sistema VISIR foi maiscontínuo, os picos respeitantes à frequência de uso estão alinhadoscom o calendário de tarefas. Em C1, mesmo tendo essas tarefaspouco peso na <strong>no</strong>ta final da unidade curricular, o uso do sistemafoi relativamente elevado, de<strong>no</strong>tando alguma motivação. Na S3 é23


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de Engenhariaclaro, devido a problemas ocorridos na tarefa inicial, o que impediua sua execução, que o uso do sistema VISIR diminuiu nas seguintestarefas (embora as três restantes tarefas tenham sido completadascom êxito).Em cursos de S2 e S3, os alu<strong>no</strong>s terão compreendido mal o significadoda tarefa VISIR, sendo este opcional. A maioria não conseguiuentender que essas tarefas eram responsáveis pelos ⅔ necessários derelatórios obrigatórios. Quando isso foi esclarecido, quase <strong>no</strong> final dosemestre, de<strong>no</strong>ta-se a existência de vários alu<strong>no</strong>s envolvidos na suapreparação.F3. Interesse dos alu<strong>no</strong>sEstes resultados foram obtidos pelo cruzamento de informações apartir de três tipos de dados: a perceção dos professores acerca dointeresse dos alu<strong>no</strong>s, as respostas dos alu<strong>no</strong>s a um breve questionárioe sua opinião sobre o VISIR.Os resultados obtidos com o questionário mostrou, em geral, queessas implementações foram entendidas como me<strong>no</strong>s bem conseguidaspelos alu<strong>no</strong>s do que a implementação anterior <strong>no</strong> 1 º semestre (jácaracterizados [12, 13]). O número de alu<strong>no</strong>s que responderama este pedido também foi muito me<strong>no</strong>r do que a anterior (apenas12% a 28% dos alu<strong>no</strong>s, dependendo do curso, ter respondido a estequestionário, contrastando com 33% <strong>no</strong> primeiro), já de<strong>no</strong>tando a suame<strong>no</strong>r envolvimento com o VISIR.O interesse dos alu<strong>no</strong>s em utilizar o VISIR está relacionado coma sua perceção em termos de sua utilidade. Existem dois níveis deperceção, de acordo com a motivação dos alu<strong>no</strong>s para aprender.Alguns alu<strong>no</strong>s desenvolvem uma motivação intrínseca para aprender,o que irá ajudá-los a matricular-se em atividades que sentem facilitarãoo seu desenvolvimento de aprendizagem. Para estes, o papel doprofessor para explicar o potencial VISIR é crucial. Isso foi mais visível<strong>no</strong> S3 curso (<strong>no</strong> início). Outros estudantes (a maioria) desenvolveuuma motivação extrínseca, o que significa que apenas a intençãode completar a tarefa, porque eles sabem que serão avaliados porisso. Neste grupo de estudantes que encontramos pessoas com umaabordagem estratégica que só realizaram tarefas quando seu esforçoé suficientemente contabilizado na sua <strong>no</strong>ta final.24


Vários alu<strong>no</strong>s responderam a um convite para dar a sua opiniãosobre formas de melhorar futuras implementações do VISIR <strong>no</strong> ISEP.Essas opiniões corroboram a necessidade do VISIR ser explicado aosalu<strong>no</strong>s numa sessão hands-on, outros referem a importância de umfeedback mais relevante dos seus erros.F4. Competências de desenvolvimentoNos cursos científicos (S1, S2 e S3) os professores regentesdas unidades curriculares em que decorreu a rentabilização doVISIR, não têm dúvida de que os alu<strong>no</strong>s desenvolveram algumascompetências laboratoriais ao usar o sistema VISIR. Estes professorestambém afirmam que o VISIR poderá ser mais útil em cursosintrodutórios, ao permitir o apoio de sistematização dos princípiosda medição, interligando componentes e equipamentos de medição.Nos quatro cursos em que o VISIR tem sido mais sistematicamenteutilizado (S1, S2, S3, C1), os ganhos analisados ​<strong>no</strong> teste de competência(competências trabalhadas com recurso ao VISIR) foram maiores doque naqueles em que esta tarefa foi única (C2 e B1). Mesmo assim, oganho não foi elevado.F5. Problemas diag<strong>no</strong>sticados em implementações VISIRA partir de entrevistas dos professores, o reconhecimento de algumasdas limitações do VISIR e alguns problemas foram diag<strong>no</strong>sticados, oque abre o caminho para melhorias futuras.Primeiro, <strong>no</strong> curso S3, embora as tarefas de formação fossembem concebidas para acompanhar o desenvolvimento dos alu<strong>no</strong>s, aexperiência inicial reduziu significativamente interesse dos estudantesem usá-lo.Em segundo lugar, foi referido em diversos cursos que a apresentaçãodo VISIR foi feita cedo demais, relativamente ao uso dos alu<strong>no</strong>s dosistema e, portanto, não era muito eficiente. Como sugerido, esta deveser uma sessão de hands-on, onde os alu<strong>no</strong>s têm a capacidade deexperimentar por si mesmos e gerir o seu uso progressivo do sistema.25


Diferentes Integrações de LaboratóriosRemotos em Cursos de EngenhariaV – Co n c l u s õ e sA eficácia de implementação do sistema VISIR num curso podeser ligada a diversos fatores, alguns dos quais foram identificadosempiricamente neste trabalho. Assim, a fim de melhorar asimplementações futuras do VISIR, surgem várias questões que devemser levadas em conta: 1) um cuidadoso planeamento deve ser feito,envolvendo o professor regente e o professor gestor do sistema VISIR,a fim de garantir que as implementações do sistema VISIR decorremsem restrições; 2) o sistema VISIR é útil na apresentação de umasessão de hands-on, onde o sistema deve ser explicado; 3) os errosdos alu<strong>no</strong>s devem ser comentados pelo sistema; 4) recomenda-se ouso de valores mais elevados de resistências, a fim de minimizar oerro devido a medidas do VISIR. Destaca-se o fato de mais de umprofessor referir a ocorrência do VISIR ser mais útil para os estudantes<strong>no</strong> seu primeiro contato com circuitos elétricos, o que implica a suautilização em cursos científicos, complementares ou de formaçãocientífica inicial, num estágio inicial, ou seja, cursos de Introdução.Estes resultados levam a concluir que é importante consideraros métodos de formação de professores para proporcionar oquestionamento e a compreensão dos problemas de aprendizagem eensi<strong>no</strong> mais focado em atitudes e motivações dos alu<strong>no</strong>s, o alinhamentoentre os objetivos de aprendizagem e técnicas de avaliação, o que<strong>no</strong>s leva à necessidade de reforçar a valorização dos processos deanálise e compreensão dos próprios métodos e técnicas de ensi<strong>no</strong> edos processos de aprendizagem.AgradecimentosOs autores gostariam de agradecer a contribuição de todosos professores que estavam envolvidos com o uso do VISIR<strong>no</strong>s seis cursos, e também o suporte em tempo real dos doistécnicos associados ao Departamento de Física do Instituto<strong>Superior</strong> de Engenharia do Porto.26


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Pro m o ç ã o dec o m p e t ê n c i a st r a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c on o en s i n o su p e r i o r 1Gr a ç a Se c o, An a Patrícia Pereira,Sa n d r a Alve s, Lu í s Filipeg r a c a.s e c o@ipleiria.pt; patricia.pereira@ipleiria.pt; s a n d r a.a lv e s@ipleiria.pt; l u i s.filipe@ipleiria.ptSe r v i ç o d e Ap o i o a o Estudante d o In s t i t u t oPo l i t é c n i c o d e Leiria, Po r t u g a l1 Este texto serviu de base à comunicação apresentada a 8 de setembro de 2011<strong>no</strong> XI Congreso Internacional Galego-Portugues de Psicopedagoxía, que decorreuna Universidade da Coruña.29


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o rResumo: Para além da qualificação técnica e profissional, aformação <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> deve preocupar-se cada vez mais como desenvolvimento de um conjunto de competências transversaisque permitam ao estudante mobilizar uma resposta positiva eadaptativa face aos diversos desafios pessoais, sociais, académicose profissionais com que se confronta. Considerando os resultados dainvestigação e a importância do estudante se tornar num gestor eficazde competências comunicacionais, relacionais e autorreguladoras doestudo para melhor lidar com os diversos desafios, tanto na transiçãopara o Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> como na entrada na vida ativa, o Serviçode Apoio ao Estudante (SAPE) do Instituto Politécnico de Leiria (IPL)tem vindo a implementar um conjunto de programas de formaçãodinamizados com o objetivo de promover e otimizar a utilização edesenvolvimento de estratégias adaptativas, potenciadoras de ummaior sucesso académico e bem-estar em geral. Com o presentetrabalho pretendemos apresentar os principais objetivos, linhas deação e resultados dos diversos programas de formação desenvolvidosnas cinco Escolas que integram o IPL. As propostas formativas foramavaliadas de forma muito positiva pelos cerca de 1100 estudantesenvolvidos que realçaram a importância deste tipo de formações parao seu sucesso académico e desenvolvimento pessoal.1. INTRODUÇÃOPara além de uma oportunidade de formação científica e profissional,a entrada <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> é perspetivada, por muitos estudantes,também como uma oportunidade de promoção do seu desenvolvimentointelectual, pessoal e social. Nesta transição do ciclo de vida, oindivíduo é confrontado com uma série de desafios e mudanças, aosquais deverá procurar responder adequada e eficazmente, de formaa experienciar uma adaptação positiva e satisfatória.Recentemente, tem-se vindo a assistir a uma diversificação do sistemade ensi<strong>no</strong> superior que acolhe um número crescente e heterogéneo deindivíduos com percursos escolares e trajetórias de vida distintas dosestudantes ditos tradicionais, como é o caso dos Maiores de 23 a<strong>no</strong>s,também designados de Estudantes Adultos Não Tradicionais (EANT).Para além de se situarem num grupo etário superior ao dos estudantesdo ensi<strong>no</strong> superior ditos “tradicionais”, estes adultos não seguiram30


tendencialmente os ciclos sequenciais de ensi<strong>no</strong> formal, encontrandosena maioria dos casos, já inseridos <strong>no</strong> mundo do trabalho e comresponsabilidades familiares, parentais e sociais.Tanto para o jovem que termi<strong>no</strong>u o Ensi<strong>no</strong> Secundário como parao adulto que há algum tempo abando<strong>no</strong>u os estudos e agora resolveretomá-los, estudar <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> à luz do Processo de Bolonhasignifica experienciar um conjunto de <strong>no</strong>vas tarefas e exigênciaspessoais, sociais e académicas que exigem <strong>no</strong>vas competênciasde estudo e níveis mais elevados de auto<strong>no</strong>mia, participação eenvolvimento por parte do estudante, implicando-o de forma maispró- ativa e autorregulada <strong>no</strong> seu processo de aprendizagem (Almeida,Gonçalves, Soares, Marques, Fernandes & Machado, 2004; Almeida& Soares, 2004; Lourtie, 2008; Seco, Alves, Filipe, Pereira & Santos,2008; Seco, Alves, Filipe & Pereira, 2010).Também a entrada <strong>no</strong> mercado de trabalho é marcada pelavivência de numerosos e diversos desafios e mudanças. Efetivamente,a transição de um modelo mais conservador para uma eco<strong>no</strong>miacompetitiva impõe ao atual e futuro profissional a necessidade de seadaptar rapidamente às modificações e de ser capaz de desenvolverum portefólio de competências ajustado às exigências emergentes, comênfase crescente nas competências individuais e interpessoais. Nestecontexto, a investigação sobre os processos de transição e adaptaçãotem fundamentado a construção de programas de intervenção epromoção de competências cujas finalidades se direcionam parao indivíduo e os seus <strong>no</strong>vos contextos, procurando, <strong>no</strong> entanto,responder adequadamente e de forma preventiva, às especificidadesda diversidade de estudantes que crescentemente chegam e saem doEnsi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>.No sentido de contribuir para o desenvolvimento de um estudantecapaz de gerir eficazmente as suas competências pessoais,interpessoais e sociais, desde o a<strong>no</strong> letivo de 2007/2008 que oServiço de Apoio ao Estudante do Instituto Politécnico de Leiria temvindo a desenvolver propostas formativas ao nível da promoçãode competências de comunicação e relação, gestão do estudo edo tempo, gestão de conflitos e do stress e técnicas de procura deemprego. O desenvolvimento de tais competências constitui uma dasformas de ajudar o estudante a lidar adequadamente com os <strong>no</strong>vos31


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o rdesafios com que se confronta nas diversas transições que vivencia,pois ao ser capaz de identificar e (re)formular objetivos, ultrapassarobstáculos, resolver problemas, identificar capacidades individuais eredes de suporte social, o indivíduo sentir-se á mais apto a responder,de forma ajustada, aos reptos que lhe vão sendo lançados.2. ESTUDAR NO ENSINO SUPERIORConsiderando os principais objetivos da Declaração de Bolonha, aformação ao nível do Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> deixou de ser baseada apenasna importância da qualificação técnica e profissional, passandoa ter também como meta o desenvolvimento de um conjunto decompetências transversais, com base numa perspetiva holística doestudante. O modelo de organização pedagógica passou a estarmais baseado na construção e desenvolvimento de competências porparte dos estudantes (e não na mera demonstração de apreensãodos conhecimentos), deslocando-se o seu foco do ensi<strong>no</strong> para aaprendizagem, o que condiciona o desenvolvimento de uma atitudemais pró-ativa, autó<strong>no</strong>ma e empreendedora por parte do estudantena (re)construção dos seus percursos de aprendizagem e o papelde mediador e facilitador da aprendizagem por parte do professor(Almeida & Soares, 2004; Carapinha, 2008; Huet, 2011; Huet& Tavares, 2005; Lourtie, 2008; Melo & Pereira, 2008; Seco et al.,2010).Incentivar estratégias adequadas ao trabalho e ao estudo, promovero desenvolvimento de redes de suporte entre professores e estudantes ealu<strong>no</strong>s entre si, com vista a um acompanhamento mais personalizadodo processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, maximizando-se, assim, opotencial cognitivo, científico e interpessoal de cada um, são algumaslinhas de intervenção, com o objetivo principal de motivar o estudantea prosseguir, com satisfação, a sua vida académica <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>,gerindo da melhor forma os seus recursos pessoais e usufruindo omelhor possível dos recursos institucionais.32


3. DESENVOLVIMENTO EPROMOÇÃO DE COMPETÊNCIASA (re)construção de <strong>no</strong>vas formas de estar e de entender omundo tem conduzido a uma reorganização das coordenadasdos sistemas educativos, <strong>no</strong> sentido de estes poderem dar umcontributo insubstituível para o desenvolvimento de competências quepermitam o empowerment de cidadãos responsáveis e intervenientes(conhecedores dos seus direitos, mas também dos seus deveres), comespírito de iniciativa (qualidade básica para fazer face às exigênciasde contextos altamente mutáveis) e de cooperação (tanto maisnecessário quanto maior é a competição), tolerantes (em relaçãoàs diferenças e pluralismo culturais) e, essencialmente, possuidoresde uma inteligência criativa e empreendedora (tão necessária aosprogressos tec<strong>no</strong>lógicos e sociais, à dinâmica económica e a todas asrealizações humanas).Assim, também o Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> ganha uma missão adicional: a decontribuir para o desenvolvimento de estudantes aptos a empreendere a realizar, com êxito, um percurso sustentado <strong>no</strong> domínio decompetências genéricas ou transversais que promovam o seu sucesso esatisfação pessoal, académica, social e profissional (Cabral-Cardoso,Estêvão & Silva, 2006; Fausti<strong>no</strong>, 2009; Brites Ferreira, Seco, Canastra,Dias & Abreu, 2011). Desta forma, a promoção de competênciastransversais pode constituir uma forma de ajudar o indivíduo a lidaradequadamente com os diversos desafios e dificuldades que se lhecolocam tanto na fase de entrada <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>, como na etapade integração <strong>no</strong> mercado de trabalho.De facto, ajudar os estudantes a serem bem sucedidos na vidapessoal, académica e/ou profissional implica, por parte das instituiçõesde Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>, uma aposta <strong>no</strong> desenvolvimento das de<strong>no</strong>minadascompetências transversais ou soft skills, entendidas como aquelas quesendo comuns a diversas atividades se relacionam com a capacidade degerir os recursos do eu (competências intrapessoais), de relacionamento(competências interpessoais) e de desempenhar funções académicase/ou profissionais. Desta forma, importa perspetivar um conjuntode ações implementadas e avaliadas organizadamente, de forma adesenhar-se um programa de intervenção que procure satisfazer umconjunto de necessidades e desenvolva as competências exigidaspara uma mudança positiva.33


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o rDepois de uma breve contextualização do Instituto Politécnico deLeiria, iremos apresentar os programas de desenvolvimento decompetências transversais que têm vindo a ser promovidos peloServiço de Apoio ao Estudante.4. APRESENTAÇÃO DO SERVIÇODE APOIO AO ESTUDANTE DOINSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIADesde o a<strong>no</strong> letivo de 2007/2008, o Serviço de Apoio ao Estudantedo Instituto Politécnico de Leiria tem vindo a implementar um conjuntode programas de formação dinamizados com o objetivo de promovere otimizar o desenvolvimento de respostas e estratégias adaptativas,potenciadoras de um maior sucesso académico e bem-estar em geraldo estudante. Estes programas de formação têm-se focalizado emáreas como a Comunicação e Inteligência Emocional, Gestão doEstudo e do Tempo, Gestão de Conflitos e do Stress e Técnicas deProcura de Emprego e Elaboração de Curriculum Vitae.O Instituto Politécnico de Leiria é uma instituição pública de Ensi<strong>no</strong><strong>Superior</strong> que compreende cinco escolas, organizadas em quatrocampi, assim distribuídas:Tabela 1 - - Escolas e Campi do Instituto Politécnico de LeiriaCampusEscolaÁreas deFormaçãoCampus 1Leiria<strong>ESEC</strong>SEscola <strong>Superior</strong>de Educação eCiências SociaisFormação deprofessores,Ciências Sociaise Humanas,ComunicaçãoCampus 2LeiriaESTGEscola<strong>Superior</strong> deTec<strong>no</strong>logia eGestãoEngenharias,Marketing,Gestão,Tec<strong>no</strong>logiasda SaúdeESSLeiEscola<strong>Superior</strong>de SaúdeSaúde,Nutrição,Terapiada FalaCampus3Caldasda RainhaESAD.CREscola<strong>Superior</strong>de Artes eDesignArtesPlásticas,Design,Som eImagem,TeatroCampus 4PenicheESTMEscola <strong>Superior</strong>de Turismo eTec<strong>no</strong>logia doMarBiologiaMarinha,Turismo,EngenhariaAlimentar,GestãoTurística,MarketingTurístico34


As primeiras propostas formativas foram desenvolvidas <strong>no</strong> âmbitodo Projeto “Trajetos…com Sucesso <strong>no</strong> IPL”, projeto candidatado emagosto de 2006 ao Programa Operacional Ciência e I<strong>no</strong>vação 2010.Assim, as ações de promoção de competências de Comunicação ede Relação (22h30mn) e de Estratégias de Estudo (10h), foramdinamizadas ao longo do a<strong>no</strong> letivo de 2007/2008, <strong>no</strong>s 4 campi doIPL em duas edições (uma em cada semestre), tendo envolvido umtotal de 216 participantes.A partir do a<strong>no</strong> letivo de 2008/2009, e já depois de constituídocomo Unidade Funcional do IPL, o SAPE continuou a sua aposta nadinamização de programas de competências, agora com 9 horas deduração cada, em áreas como as que se encontram sistematizadas naTabela 2.Tabela 2 - Programas de promoção de competências por a<strong>no</strong> letivoA<strong>no</strong> LetivoDesignação do ProgramaProjeto“Trajetos… comSucesso <strong>no</strong> IPL”Serviço deApoio aoEstudante(SAPE) - IPL2007/20082008/20092009/20102010/2011Estratégias de EstudoCompetências de Comunicação e RelaçãoComunicação e Inteligência EmocionalMétodos de Estudo e Gestão do TempoGestão de Conflitos e do StressTécnicas de Procura de Emprego, Elaboraçãode CVs e PortefóliosGestão do Tempo e do EstudoGestão de Conflitos e Inteligência EmocionalTécnicas de Procura de Emprego, Elaboraçãode CVs e PortefóliosGestão do Tempo e do EstudoTécnicas de Procura de Emprego, Elaboraçãode CVs e PortefóliosEstas propostas formativas serão agora apresentadas de forma maisdetalhada.35


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o r5. CONTEXTUALIZAÇÃO EAPRESENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DEPROMOÇÃO DE COMPETÊNCIASCom as ações de formação ao nível da promoção de Estratégiasde Gestão do Tempo e do Estudo pretendeu-se implementar umaintervenção que otimizasse as estratégias cognitivo- motivacionaisfacilitadoras dos processos de autorregulação, tendo sido desenvolvidasatividades e propostas de intervenção que ajudassem o estudante alidar adequadamente com as especificidades, pressões e desafiosdecorrentes da entrada <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>, <strong>no</strong> sentido de promovero seu sucesso académico à luz dos paradigmas de Bolonha.A investigação tem vindo a demonstrar que “<strong>no</strong> domínioespecificamente académico, parece ser útil a realização de ações oucursos que visem promover o sucesso, como por exemplo, estratégiasde estudo, gestão do tempo, motivação, preparação para asavaliações” (Seco, Pereira, Dias, Casimiro & Custódio, 2006, p. <strong>19</strong>),tendo, por isso, sido <strong>no</strong>ssa intenção com os tópicos abordados nestetipo de Programa atingir cinco grandes objetivos, sistematizados natabela 3:Tabela 3 - Objetivos e tópicos abordados <strong>no</strong>s programas de Competências deEstudoObjetivosApoiar os estudantes <strong>no</strong> desenvolvimento das suascapacidades para identificarem e utilizarem asestratégias de estudo mais adequadas para cadasituação, compreendendo as respetivas vantagensSalientar o papel das estratégias e processos denatureza cognitiva e metacognitiva associadosàs capacidades de modificação, adaptação etransferência das estratégias de estudoSensibilizar para a importância da organização egestão do tempo de estudoManter a motivação através de uma adequadadistribuição das atividades e aprender a lidar coma procrastinaçãoDesenvolver estratégias de gestão do tempo e dostress em situação de avaliaçãoTópicos AbordadosPromoção do (auto) conhecimento sobreo estudo e a aprendizagem;Análise da importância da atenção,concentração, memória e motivação;Identificação das condições facilitadorasde atenção e concentração e dos fatoresdistractores;Definição de técnicas ativas de estudoDefinição e análise de estratégias degestão do tempo;Sensibilização para a importância doestabelecimento de objetivos;Apresentação de estratégias e técnicaspara lidar com a procrastinação e outrosobstáculos à gestão do tempo;Identificação das principais dificuldadesem situação de avaliação e estratégiaspara lidar com as mesmas.36


Com os programas de promoção de competências nas áreasde Comunicação e Inteligência Emocional (CIE), e de Gestão deConflitos e Stress (GCS) pretendemos desenvolver e implementar <strong>no</strong>sestudantes do IPL um conjunto de competências de natureza intra einterpessoal perspetivadas como importantes para a promoção doseu desenvolvimento global e harmonioso. Procurámos desenvolveratividades e propostas de intervenção que, de algum modo, permitissemque o estudante se tornasse mais capaz de lidar eficazmente com aspressões e desafios colocados pelo contexto de ensi<strong>no</strong> superior, nãosó a nível académico, mas também ao nível afetivo, pessoal esocial.As referidas propostas formativas pretendiam alcançar os objetivose abordar os tópicos sistematizados na tabela 4:Tabela 4 - Objetivos e tópicos abordados <strong>no</strong>s programas de competências de CIEe GCSObjetivosAjudar os estudantes a tomaremconsciência dos comportamentos eatitudes nas relações que desenvolvemcom os outros, quer <strong>no</strong> pla<strong>no</strong>interindividual, quer <strong>no</strong>s grupos ondese inseremIdentificar e caracterizar os fatoresque condicionam a qualidade dacomunicaçãoSensibilizar os estudantes para aimportância de uma boa gestão dosconflitos e do stressSublinhar a importância dainteligência emocionalPromover e otimizar odesenvolvimento de competências decomunicação e de relaçãoTópicos AbordadosSensibilização para a importância docomportamentonas relações interpessoaisIdentificação dos diferentes tipos decomunicação; Compreensão dos efeitos dacomunicação verbal e não verbal;Análise dos facilitadores e barreiras dacomunicação; Apresentação dos estilos decomunicação interpessoal;Identificação de aspetos essenciais na eficáciada comunicação;Identificação e caracterização dos diferentestipos degrupos e estilos de liderança;Definição de conflito e de stress e suasimplicações; Estratégias de gestão de conflitose de stress;;Definição de inteligência emocional;Identificação de competências intra einterpessoais;Adequação da gestão das emoções nasrelações interpessoais.Com os programas de Técnicas de Procura de Emprego, Elaboraçãode CV’s e Portefólios (TPE) pretendeu-se dinamizar uma intervenção37


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o rque otimizasse as estratégias de procura de emprego, <strong>no</strong> sentido depromover uma transição e integração bem-sucedida <strong>no</strong> mercado detrabalho, não só dos futuros profissionais, como também dos atuaistrabalhadores-estudantes. Este tipo de formação tem vindo a serorganizada em tor<strong>no</strong> de dois grandes tópicos - autoconhecimentoe competências de procura de emprego – tendo como objetivo odesenvolvimento de estratégias que permitam ao estudante do IPL teruma atitude proactiva e positiva face à procura de emprego e gestãoda carreira.Com estas ações pretendeu-se alcançar cinco grandes objetivos,através da abordagem dos tópicos apresentados na tabela 5.Tabela 5 - Objetivos e tópicos abordados <strong>no</strong>s programas de Técnicas de Procurade EmpregoObjetivosDesenvolver o autoconhecimentopara a definição do perfilprofissionaPlanear a entrada <strong>no</strong> mercado detrabalhoDesenvolver competências detransição para o mercado detrabalhoOperacionalizar técnicas deelaboração de CV, portefólios ecartas de apresentaçãoPreparar entrevistas profissionais deseleçãoTópicos AbordadosDefinição do perfil profissional com base<strong>no</strong> processo de autoconhecimentoIdentificação das características domercado de trabalhoPesquisa de sítios de procura de empregoElaboração de CV e cartas deapresentação; Análise e resposta aanúncios de emprego;Role-play de entrevista profissional deseleçãoEm todas as formações que acabámos de apresentar foram utilizadasmetodologias essencialmente centradas <strong>no</strong> estudante, com base emexercícios práticos e de brainstorming, dinâmicas de grupos e roleplaying. Recorremos também a autorregistos, estudos de caso, debatee troca de experiências sobre as atividades desenvolvidas, procurandorefletir sobre o(s) conceito(s) subjacentes a cada sessão.5.1 Pa r t i c i p a n t e sAs propostas formativas apresentadas tiveram como público-alvoos estudantes do 1.º e 2.ºciclos de todas as Escolas do IPL. Comoconstatamos na Tabela 6, desde o a<strong>no</strong> letivo de 2007/2008 participaram38


<strong>no</strong>s programas de promoção de competências dinamizados pelo SAPEcerca de 1100 estudantes, assim distribuídos por a<strong>no</strong> letivo, Escola eação de formação:Tabela 6 - Distribuição dos participantes por a<strong>no</strong> letivo, Escola e programa deformaçãoEscolaA<strong>no</strong> Letivo07/0808/0909/1010/11ProgramaEstratégias de Estudo 16 30 18 3 67Comunicação e Relação 30 82 17 21 150Comunicação e Inteligência Emocional 45 <strong>19</strong> 2 12 78Métodos de Estudo e Gestão do Tempo 29 16 0 5 50Gestão de Conflitos e do Stress 21 45 5 23 94Técnicas de Procura de Emprego e Elaboraçãode CVs e Portefólios 21 49 10 17 97Gestão do Tempo e do Estudo 17 41 7 36 100Gestão de Conflitos e InteligênciaEmocional37 55 5 74 170Técnicas de Procura de Emprego e Elaboraçãode CVs e Portefólios 34 44 0 27 105Gestão do Tempo e do Estudo 6 23 0 5 34Técnicas de Procura de Emprego e Elaboraçãode CVs e Portefólios 18 83 18 36 155<strong>ESEC</strong>SESTG + ESSLeiESAD.CRESTMTOTALTotal 1100Para efeitos de avaliação e monitorização dos programas, solicitouseaos participantes que, na última sessão de cada programa,respondessem a um questionário construído para o efeito.5.2 Av a l i a ç ã o do s pr o g r a m a s de fo r m a ç ã oPara efeitos de monitorização das duas primeiras propostasformativas que decorreram <strong>no</strong> âmbito do Projeto “Trajetos com Sucesso<strong>no</strong> IPL” e com o objetivo de recolher a apreciação dos participantes,foi utilizada a Escala de Avaliação de Implementação de Programas39


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o r(EAIP) de Jardim e Pereira (2006), a qual foi preenchida de formaanónima e confidencial.A EAIP permite apreciar a qualidade do processo de formação combase em sete dimensões, assim designadas: (1) apreciação global doprograma, (2) objetivos, (3) conteúdos, (4) atividades, (5) participação,(6) recursos e (7) desenvolvimento. O instrumento é constituído por33 itens tipificados numa escala de Likert de 5 pontos, sendo que 1qualifica “Mau”, 2 “Fraco”, 3 “Razoável”, 4 “Bom” e 5 “Muito Bom”.Com base <strong>no</strong> somatório das respostas torna-se possível inferir o grau dequalidade, na sua globalidade, e também de cada uma das dimensõesdo programa (Jardim & Pereira, 2006). A escala inclui, ainda, um itemrelativo à avaliação global do programa e duas questões abertas queapelam à elaboração de comentários e sugestões de outros assuntosque os estudantes gostariam de aprofundar futuramente.Desde o a<strong>no</strong> letivo de 2008/2009, e também para efeitos de avaliaçãoe monitorização dos programas de competências implementados, oSAPE tem vindo a utilizar a Escala de Avaliação da Formação (EAF)adaptada a partir da EAIP de Jardim e Pereira (2006). A EAF permiteao estudante apreciar a qualidade da ação com base em quatrodimensões: (1) natureza da formação (2) desempenho do formador(3) organização da formação (4) promoção do desenvolvimento decompetências e um item relativo à Apreciação Global.O instrumento é constituído por <strong>19</strong> itens tipificados numa escalade Likert de 5 pontos, sendo que 1 qualifica “Muito Insatisfeito”,2 “Insatisfeito”, 3 “Indiferente”, 4 “Satisfeito” e 5 “Muito Satisfeito”.Com base <strong>no</strong>s valores médios das respostas obtidas é possível inferiro grau de satisfação dos estudantes face a cada uma das dimensõesdo programa. Foi ainda incluída uma questão aberta, contemplandocomentários e sugestões relativas a outros tópicos que despertassemo interesse dos participantes. No sentido de se obter uma avaliaçãodo impacto da formação <strong>no</strong> desenvolvimento das competênciasprevistas, a Escala de Avaliação inclui dois itens que procuram avaliara perceção dos estudantes em relação ao grau de desenvolvimentodas referidas competências antes e depois da respetiva formação.Na secção que se segue apresentaremos os principais resultadosobtidos com base nas respostas dadas pelos participantes às duas40


escalas de avaliação agora referidas.6. APRESENTAÇÃO DOSPRINCIPAIS RESULTADOSAtendendo ao facto das escalas de avaliação utilizadas apresentaremalgumas diferenças na sua estrutura e <strong>no</strong>tação de resposta, osresultados serão apresentados separadamente.6.1 Tr a j e t o s co m Su c e s s o <strong>no</strong> IPL:Pro g r a m a s de Pr o m o ç ã o de Co m p e t ê n c i a sOs programas de promoção de competências de Comunicação ede Relação e de Estratégias de Estudo desenvolvidos <strong>no</strong> âmbito doProjeto “Trajetos … com Sucesso <strong>no</strong> IPL” decorreram durante o a<strong>no</strong>letivo de 2007/2008. Na Tabela 7 encontram-se sistematizados osvalores médios relativos às sete dimensões da Escala de Avaliaçãode Implementação de Programas (EAIP), preenchida pelos 216estudantes de todas as Escolas do IPL, que participaram <strong>no</strong>s referidosprogramas.Tabela 7 - Valores médios por dimensão da EAIPDimensõesProgramaComunicaçãoe RelaçãoEstratégiasde Estudo1.Apreciação global 4,1 4,02.Objetivos 4,3 4,33. Conteúdos 4,2 4,04.Atividades 4,4 4,05.Participação 4,2 4,06.Recursos 4,2 4,17. Desenvolvimentode competênciasGrau de desenvolvimento decompetências <strong>no</strong> início doprogramaGrau de desenvolvimentode competências <strong>no</strong> fim doprograma3,1 2,94,1 3,9Avaliação Global 4,6 4,5Tanto para o programa de Competências de Comunicação e deRelação como para o de Estratégias de Estudo, os valores médiosobtidos nas seis primeiras dimensões da EAIP, a variarem entre 4 e41


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o r4,4 permitem-<strong>no</strong>s concluir que os objetivos, conteúdos, atividades,participação e recursos dos dois programas foram avaliados como“bons” pelos participantes de todos os grupos de formação, que semostraram globalmente satisfeitos com os resultados obtidos.Se atendermos aos valores médios do indicador Avaliação Globalde 4,6 e 4,5, respetivamente, podemos afirmar que, na suageneralidade, os programas foram avaliados de forma muitopositiva, tendo sido valorizada a utilidade futura das competênciasdesenvolvidas.Com base na aplicação do teste de t de Student, os resultadosobtidos permitem-<strong>no</strong>s constatar que as diferenças verificadas entreas médias dos itens da dimensão 7 da EAIP podem ser consideradasestatisticamente significativas tanto <strong>no</strong> programa de Competênciasda Comunicação e de Relação (t=-<strong>19</strong>,694; p


Tabela 8 - Valores médios por dimensão de EAF e programa de formação08/09 09/10 10/11Comunicação e Intel. EmocionalMétodos Estudo e Gestão TempoDimensõesNatureza da formação 4.3 4.4 4.5 4.5 4.3 4.4 4.2 4.2 4.4Desempenho do formador 4.7 4.8 4.8 4.7 4.8 4.7 4.4 4.6 4.6Gestão de Conflitos e stressTécnicas de Procura de Emprego,Elaboração de CVs e PortefóliosGestão do Tempo e do EstudoGestão de conflitos e InteligênciaEmocionalTécnicas de Procura de Emprego,Elaboração de CVs e PortefóliosGestão do Tempo e do EstudoTécnicas de Procura de Emprego,Elaboração de CVs e PortefóliosOrganização da formação 3.9 3.9 4.2 4.2 4.2 4.2 4.0 3.9 4.2Desenvolvimento Início 3.5 3.6 3.5 3.4 3.5 3.5 3.5 3.5 3.3de competências Final 4.3 4.3 4.4 4.3 4.4 4.3 4.3 4.3 4.4Avaliação global 4.7 4.6 4.7 4.5 4.5 4.5 4.1 4.2 4.4Atendendo aos valores médios obtidos nas três primeiras dimensõesda EAF, a variarem entre 3,9 e 4,8, podemos concluir que, em relaçãoaos diversos programas, os participantes se revelaram satisfeitos oumuito satisfeitos em relação à natureza e organização da formaçãoe ao desempenho do formador. Os valores médios do indicador“Avaliação global”, a variarem entre 4,1 e 4,7 permitem-<strong>no</strong>s concluirque, na sua generalidade, os estudantes se mostram satisfeitos oumuito satisfeitos com as ações de formação, sublinhando a suamotivação para um aprofundamento, <strong>no</strong> futuro, das competênciasabordadas.Com base na aplicação do teste de t de Student os resultadosobtidos permitem-<strong>no</strong>s constatar que as diferenças verificadas entreas médias dos itens 4.1 e 4.2 da dimensão 4 “Desenvolvimento deCompetências” da EAF podem ser consideradas estatisticamentesignificativas em todas as ações de formação, sugerindo que osestudantes que neles participaram percecionam uma melhoria dograu de desenvolvimento das respetivas competências, quer <strong>no</strong>43


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o rfinal dos programas desenvolvidos em 2008/2009: Comunicaçãoe Inteligência Emocional (t=-8,317; p


qual pela sua progressiva massificação e internacionalização recebeestudantes cada vez mais heterogéneos e oriundos de múltiploscontextos familiares e sociais.Considerando a importância do estudante se tornar num gestoreficaz de competências transversais ou soft skills para melhor lidar comos desafios que experiencia ao longo das diversas transições, desdeo a<strong>no</strong> letivo de 2007/2008 que o Serviço de Apoio ao Estudantedo IPL tem vindo a implementar um conjunto de programas deformação dinamizados com o objetivo de otimizar o desenvolvimentode estratégias promotoras de um maior sucesso académico e bemestar,em geral, do estudante.Atendendo aos principais resultados aqui apresentados, parece<strong>no</strong>slegítimo afirmar que os programas de formação parecem tercontribuído para o desenvolvimento das competências em foco, sendoavaliados, na sua globalidade, de forma positiva ou muito positiva.Deste modo, os resultados obtidos permitem ao SAPE/IPL continuara apostar nesta linha de intervenção, consciente da importânciadas formações em curso e da satisfação com que os participantesas avaliam e reforçam. Assim sendo, parece-<strong>no</strong>s que a experiênciadesenvolvida pelo Serviço de Apoio ao Estudante do Instituto Politécnicode Leiria ao nível do desenvolvimento de competências transversaisparece ter contribuído para a sua otimização <strong>no</strong>s participantes,sublinhando a importância do seu empowerment nestes domínios paraum desempenho bem sucedido na sociedade do conhecimento.8. BIBLIOGRAFIAAlmeida, L. & Soares, A. (2004). Os estudantes universitários: Sucessoescolar e desenvolvimentopsicossocial. In E. Mercuri & S. Polydoro(Eds.). Estudante universitário: Características e experiências deformação (pp. 15 - 40). São Paulo: Cabral Editora e LivrariaUniversitária.Almeida, L., Gonçalves, A., Soares, A., Marques, A., Fernandes, E. &Machado, C. (2004). Transição, adaptação e rendimento académicode jovens <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>. Relatório Final de Projeto. Braga:Universidade do Minho.Brites Ferreira, J. B., Seco, G. M., Canastra, F., Dias, M. I. S. & Abreu, M. O.(2011). (In)sucesso académico <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>: conceitos, fatores45


Pro m o ç ã o de co m p e t ê n c i a s tr a n s v e r s a i s es u c e s s o a c a d é m i c o <strong>no</strong> en s i n o su p e r i o re estratégias de intervenção. In Revista Iberoamericana de Educación<strong>Superior</strong> (RIES). México:IISUE-UNAM/Universia, vol. II, núm.4, http://ries.universia.net/index.php/ries/article/view/91.Cabral-Cardoso, C., Estêvão, C., & Silva, P. (2006). As CompetênciasTransversais dos Diplomados do Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>. Guimarães:TecMinho/Gabinete de Formação Contínua - Universidade doMinho.Carapinha, B. (2008). Expetativas e realidades face ao Processo deBolonha: uma perspetiva estudantil. Paper presented at the OProcesso de Bolonha em Portugal: Presente e Futuro.Fausti<strong>no</strong>, M. (2009). A competência como <strong>no</strong>vo paradigma curricular <strong>no</strong>ensi<strong>no</strong> superior. Dissertação para obtenção do grau de Mestre emPolíticas de Desenvolvimento de Recursos Huma<strong>no</strong>s. ISCTE-IULHargreaves, A. (<strong>19</strong>95). Development and desire: A postmodern perspetive.In T. Guskey & M. Huberman (Eds), Professional development ineducation: New paradigms and practices (pp. 9-30). ColumbiaUniversity: Teachers College.Huet, I. (2011). Formação Pedagógica de Docentes <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>:Casos de boas práticas. In A. Noutel (Ed.), Papel das Universidadespara uma Europa do conhecimento. Porto: Universidade LusíadaEditora.Huet, I. & Tavares, J. (2005). O envolvimento do professor universitário <strong>no</strong>processo de ensi<strong>no</strong>- aprendizagem. Estudo de caso. In T. Medeiros& E. Peixoto (Eds.), Desenvolvimento e Aprendizagem: do Ensi<strong>no</strong>Secundário ao Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> (pp. 217-225). Direção Regional daCiência e Tec<strong>no</strong>logia: Universidade dos Açores.Jardim, J. & Pereira, A. (2006). Competências pessoais e sociais: guiaprático para a mudança positiva. Porto: Asa Editores.Lourtie, P. (2008). A Relação Pedagógica <strong>no</strong> Processo de Bolonha.Comunicação apresentada <strong>no</strong> Workshop organizado pela RESAPES-AP e Conselho Pedagógico do Instituto <strong>Superior</strong> Técnico.Melo, M., & Pereira, T. (2008). A construção de um espaço europeu<strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior: expectativas dos estudantes do 1º a<strong>no</strong> daUniversidade de Évora. International Journal of Developmental andEducational Psychology, 4(1), 575-586.Seco, G., Pereira, I., Dias, I., Casimiro, M., & Custódio, S. (2006). Parauma abordagem psicológica da transição do ensi<strong>no</strong> secundário parao ensi<strong>no</strong> superior: pontes e alçapões. Politécnica - Associação dosInstitutos Politécnicos do Centro, nº 3.Seco, G., Alves, S., Filipe, L., Pereira, A., & Santos, C. (2008). Promoçãode Estratégias de Estudo: contributos do Serviço de Apoio aoEstudante do Instituto Politécnico de Leiria. International Journal ofDevelopmental and Educational Psychology, 2 (1), 295-304.Seco, G.; Alves, S.; Filipe, L. & Pereira, A. (2010). Development of study andcommunication competences in the transition to higher education. InR. Zukauskiene (Ed.) Proceedings of the XIV European Conference on46


Developmental Psychology. Medimond Press: Itália (pp.187-<strong>19</strong>2).47


Pe d a g o g i a n o En s i n o <strong>Superior</strong>CONVITE PARA PUBLICAÇÃOO tema central das duas séries de publicações (Cader<strong>no</strong>s e Manuais Pedagógicos) é a <strong>Pedagogia</strong>e o processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> pós-secundário. Estas séries têm como objectivospromover o sucesso dos estudantes, a eficácia dos docentes e a qualidade do ensi<strong>no</strong> superior, atravésda difusão de projectos e iniciativas pedagógicas, métodos, actividades e estratégias relevantes parao fim em causa.Colecção de Cader<strong>no</strong>s de <strong>Pedagogia</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>Publicam-se artigos gerais sobre pedagogia e artigos sobre aplicações a domínios e temasespecíficos. O foco deve ser o ensi<strong>no</strong> superior e o binómio ensi<strong>no</strong> - aprendizagem. Dentro da linhaeditorial desta publicação serão publicados estudos de caso, exemplos de projectos de sucesso,caracterização de métodos pedagógicos, pla<strong>no</strong>s de aulas e orientações práticas. Não são aceitestrabalhos previamente publicados.- Cader<strong>no</strong>s: até 3 números publicados semestralmente; 2 manuscritos por cader<strong>no</strong>; 4000-5000 palavras por manuscrito; estilo APA recomendadoSérie Temática: Manuais PedagógicosOs Manuais pedagógicos, de natureza mo<strong>no</strong>gráfica, focam e aprofundam um tema específico,tendo como intenção cobrir a globalidade do tema numa perspectiva aplicada à actividade educativa<strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior. Pese embora o rigor conceptual e a fundamentação empírica, estes guias centramseem práticas facilmente replicadas e adaptadas.- Manuais pedagógicos: periodicidade irregular; cada manual inclui um único manuscrito,de dimensão entre 12.000 e 18.000 palavras; estilo APA recomendadoExemplos de temas• Aprendizagem e Motivação• Gestão da aula• Aprendizagem activa• Ensi<strong>no</strong> e dimensão do grupo• Promover competências específicas• Métodos de ensi<strong>no</strong>• Recursos de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem• Recursos multimédia• E-learning/ blended-learning• Software educativo• Desenvolvimento curricular• Avaliação e classificação• Tutoria e ensi<strong>no</strong> individualizado• Competências de comunicação• Ensinar o estudante atípico (internacional,com necessidades especiais, estudantes maisvelhos, ensinar à distância,…)• …É bom saberQuatro línguas aceites para publicação: Português, Inglês, Francês e Espanhol;• Dimensão e visibilidade internacional;• Revisão por pares;• Edição online em www.cinep.ipc.pt.pt;A versão em papel está dependente da obtenção de fundos e não pode ser garantido que sejapublicada simultaneamente com a versão digital.Colecção de Cader<strong>no</strong>s de <strong>Pedagogia</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong> e Série Temática: Manuais Pedagógicos;Coordenação: Susana Gonçalves;Equipa Editorial: Susana Gonçalves, Dina Soeiro e Sofia Silva;Edição: CINEP; email: cinep.opdes@ipc.pt | webpage: www.cinep.ipc.pt


Pedagogy in Higher EducationCALL FOR PAPERSThe major concerns of this two series (the booklets and the Educational Guides) revolve around theprocesses of teaching and learning in post secondary education. Methods, activities, strategies andprocesses that foster the learning process and promote the efficacy of teaching are the core issue in thispublication.Booklet seriesBoth domain specific and general articles are welcome. Case studies, examples of succeeded projects,the explanation of specific teaching methods, study plans and teaching tips are all interesting examplesto include in the articles. These could be original contributions or unpublished congress papers.Booklets: up to 3 booklets published twice a year; two manuscripts per booklet, 4000- 5000 words each;APA style recommendedMo<strong>no</strong>graphic SeriesThe Educational Guides, of a mo<strong>no</strong>graphic nature, focus specific topics and aim to provide faculty withspecific guidelines for educational activity.The contributions must be practice-oriented and although rigorous and informed by scientific evidence,they should include orientations for teaching staff, teaching tips, and strategies or methods easilyreplicated or adapted.Educational Guides: irregular periodicity; one single manuscript of 12.000 to 18.000 words; APA stylerecommendedExample of topics being covered• E-learning and blended-learning• Learning and motivation• Educational software• Classroom behavior managementCurriculum development• Active learning• Teaching and group dimension• Promoting competencies• Teaching methods• Teaching and learning resources• Multimedia resources•• Evaluation and grading• Tutoring and Individualized teaching• Communication skills• Teaching atypical students (international students,special needs, older students, distance teaching…)• …Good to k<strong>no</strong>w• Four languages accepted: Portuguese, English, French and Spanish• International scope and visibility• Peer reviewed• The Booklets and Educational Guides are all edited online at www.cinep.ipc.ptPaper versions (already distributed for some numbers) are dependent on funds and can<strong>no</strong>t be guaranteed tobe published simultaneously to the online version.Collection of booklets Pedagogy in Higher Education and Series of Educational Guides;Coordinator and editor-in-chief: Susana Gonçalves;Editorial Board: Susana Gonçalves, Dina Soeiro & Sofia Silva;Published by: CINEP;email: cinep.opdes@ipc.pt | webpage: www.cinep.ipc.pt


www.esec.pt/opdesOrientações Pedagógicaspara Docentes doEnsi<strong>no</strong> <strong>Superior</strong>

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