11.07.2015 Views

Cisto do ducto nasopalatino: relato de caso clínico e revisão ... - Unip

Cisto do ducto nasopalatino: relato de caso clínico e revisão ... - Unip

Cisto do ducto nasopalatino: relato de caso clínico e revisão ... - Unip

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

195aos acha<strong>do</strong>s clínicos e radiográficos formulou-se ahipótese <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong> CDNP. Foi realizada biópsiaexcisional e o material foi envia<strong>do</strong> para exameanatomopatológico. O resulta<strong>do</strong> revelou fragmentos <strong>de</strong>teci<strong>do</strong> conjuntivo <strong>de</strong>nso intensamente colageniza<strong>do</strong>revesti<strong>do</strong> parcialmente por epitélio cuboidal, em algumasregiões cilia<strong>do</strong>. Na cápsula foram observa<strong>do</strong>s feixes <strong>de</strong>teci<strong>do</strong> nervoso, pontos <strong>de</strong> calcificação distrófica, teci<strong>do</strong>muscular e células adiposas. O diagnóstico histopatológicoconfirmou a hipótese <strong>de</strong> CDNP. Foram realiza<strong>do</strong>scontroles clínicos pós-operatório <strong>de</strong> 7 e 15 diason<strong>de</strong> foi evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> excelente reparo da mucosa. Controleradiográfico panorâmico e periapical após 3 anos daremoção cirúrgica da lesão mostrou teci<strong>do</strong> ósseo repara<strong>do</strong>e sem sinais <strong>de</strong> recidiva da lesão (Figuras 3 e 4).DiscussãoO CDNP é o cisto não-o<strong>do</strong>ntogênico mais comum dacavida<strong>de</strong> bucal 12,16 . Acredita-se que esta lesão se <strong>de</strong>senvolvaa partir <strong>de</strong> remanescentes epiteliais <strong>do</strong> <strong>ducto</strong> <strong>nasopalatino</strong>13,30 . Dentre as causas <strong>do</strong> CDNP, o trauma, infecçãobacteriana bem como, proliferação epitelial espontânea.Neste estu<strong>do</strong> relata-se um <strong>caso</strong> <strong>de</strong> CDNP em pacientecom 22 anos. Na anamnese não foi observada história<strong>de</strong> trauma e clinicamente a lesão mostrou-se assintomáticae não relacionada a infeccção local, sen<strong>do</strong>portanto sua etiologia <strong>de</strong>sconhecida. No que diz respeitoa etiologia, Vasconcelos et al. 30 (1999) analisaram 31<strong>caso</strong>s <strong>de</strong> CDNP e nenhum <strong>de</strong>stes <strong>caso</strong>s tinha relaçãocom trauma. Mostran<strong>do</strong> que o trauma não é um fatormuito freqüente na etiologia <strong>de</strong>sta lesão.O <strong>caso</strong> <strong>de</strong>scrito, tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista clínico comoradiográfico, está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a literatura, que relatauma maior incidência entre a 2ª e 5ª décadas <strong>de</strong> vida 30lesão <strong>de</strong> caráter assintomático e diagnosticada em radiografias<strong>de</strong> rotina 28 . Entretanto, com o crescimentoexpansivo <strong>do</strong> cisto po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> aumento <strong>de</strong>volume no local, <strong>do</strong>r, envolvimento da área periapical<strong>do</strong>s incisivos adjacentes e ocasionar comprometimentopulpar <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>ntes 5,29 .Ten<strong>do</strong> em vista a sua localização o CDNP <strong>de</strong>ve serdistingui<strong>do</strong> <strong>de</strong> outras condições tais como: canal incisivonormal, porém aumenta<strong>do</strong> e cisto radicular. Usualmente,o CDNP é pequeno, não envolve o ápice <strong>do</strong>s<strong>de</strong>ntes, os <strong>de</strong>ntes próximos exibem lâmina dura intactae vitalida<strong>de</strong> pulpar. Desta forma, para diferenciar estalesão <strong>do</strong> cisto radicular o teste <strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong> pulpar nos<strong>de</strong>ntes adjacentes é mandatório para estabelecer diagnósticoe não indicar tratamento en<strong>do</strong>dôntico <strong>de</strong>snecessário13,15 . Por vezes, po<strong>de</strong> ser difícil diferenciar esta lesãocística <strong>do</strong> forame incisivo. Roper-Hall 26 (1938) temsugeri<strong>do</strong> que área radiolúcida assintomática e menor <strong>de</strong>6 mm ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> canal incisivo <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>normal. Swanson et al. 29 (1991) consi<strong>de</strong>raram a presença<strong>de</strong> sintomas em lesões menores <strong>de</strong> 6mm indica<strong>do</strong>r<strong>de</strong> intervenção cirúrgica. Os diâmetrosradiográficos variam na literatura entre 5 a 22 mm 2 , 6 a60 mm 3 e 8 a 25 mm 29 . No <strong>caso</strong> relata<strong>do</strong>, apesar dalesão ser pequena, formulou-se as hipóteses <strong>de</strong> CDNPX canal incisivo aumenta<strong>do</strong> e optou-se por remoçãocirúrgica através <strong>de</strong> biópsia excisional para estabelecero diagnóstico. Os acha<strong>do</strong>s histopatológicos confirmaramque a lesão tratava-se <strong>de</strong> um CDNP <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> apresença <strong>de</strong> lesão cística revestida por epitélio estratifica<strong>do</strong>pavimentoso não queratiniza<strong>do</strong>.O diagnóstico <strong>do</strong> CDNP é basea<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> autores,nas observações clínicas e radiográficas e <strong>de</strong>ve serconfirma<strong>do</strong> pelo exame histopatológico 31 .Apesar da localização das lesões intra-ósseas é importantepara auxiliar <strong>de</strong> diagnóstico e no planejamentopré-cirúrgico, radiografias convencionais, mesmos queas mesmas forneçam informações limitadas como imagembidimensional. Po<strong>de</strong>-se então solicitar para maioresinformações outros exames, como tomografias 16 .Alguns autores não indicam tratamento para o CDNPten<strong>do</strong> em vista o seu crescimento lento e ausência <strong>de</strong>sintomas. Entretanto, tem si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> duplicação outriplicação <strong>do</strong> tamanho. O i<strong>de</strong>al é remover o CDNP emestágios iniciais para minimizar o risco <strong>de</strong> complicaçõespré e pós-operatórias 6,17,31 .Os CDNP são trata<strong>do</strong>s por enucleação cirúrgica, sen<strong>do</strong>o melhor acesso cirúrgico para a lesão a mucosa palatina25 . Após a cirurgia, a cicatrização e o preenchimentoósseo ocorrem após alguns meses 13 . A recorrência érara.Figura 4. Radiografia periapicalpós-operatória.Reparoósseo no localapós 3 anos daremoção cirúrgicatotal.Figura 3. Radiografia panorâmica pós-operatória. Ausência<strong>de</strong> lesão e reparo ósseo no localMartins MD, Russo MP, Bussa<strong>do</strong>ri SK, Fernan<strong>de</strong>s KPS, Missawa GTM, Martins MAT. <strong>Cisto</strong> <strong>do</strong> <strong>ducto</strong> <strong>nasopalatino</strong>: <strong>relato</strong> <strong>de</strong> <strong>caso</strong> clínico erevisão da literatura. Rev Inst Ciênc Saú<strong>de</strong>. 2007; 25(2):193-7.


19724. Regezi JA, Sciubba JJ. Oral pathology: clinicalpathologiccorrelations. 2 nd ed. Phila<strong>de</strong>lphia:Saun<strong>de</strong>rs;1993. p.362-97.29. Swanson KS, Kaugars GE, Gunsolley JC. Nasopalatineduct cyst: an analysis of 334 cases. J OralMaxillofac Surg. 1991;49:268-71.25. Rodrigues CBF, Barroso JS. <strong>Cisto</strong> <strong>do</strong> <strong>ducto</strong> <strong>nasopalatino</strong>(revisão da literatura). Rev Assoc Paul CirDent. 1988;42:215-6.26. Rooper-Hall HT. Cysts of <strong>de</strong>velopmental origin inthe premaxillary region with special reference totheir diagnosis. Br Dent J. 1938;65:405-34.27. Scott TR, Correl RW, Wescott WB. Well-<strong>de</strong>fined radiololucentarea involving the anterior maxilla. JAm Dent Assoc. 1985;110:86-8.28. Staretz LR, Brada BJ, Schott TR. Well-<strong>de</strong>fined radiolucentlesion in maxillary anterior region. J AmDent Assoc. 1990;120:335-6.30. Vasconcelos RF, Ferreira <strong>de</strong> Aguiar MC, CastroWH, Araújo VC, Mesquita RA. Restropective analysisof 31 cases of nasopalatine duct cyst. OralDis. 1999;5:325-8.31. Velasquez-Smith MT, Mason C, Coonar H, BennettJ. A nasopalatine cyst in an 8-year-old child. Int JPaediatric Dent. 1999;9:123-7.32. Wiesenfeld D. Cysts in the jaws. In: Scully C,editor. The mouth and perioral tissue. Oxford:Heinemann Medical Books; 1989.33. Yancu H, Cohen M, Men<strong>de</strong>lson DB. Nasopalatineduct cyst. Clin Radiol. 1985;36:153-6.Recebi<strong>do</strong> em 2/6/2006Aceito em 16/8/2006Martins MD, Russo MP, Bussa<strong>do</strong>ri SK, Fernan<strong>de</strong>s KPS, Missawa GTM, Martins MAT. <strong>Cisto</strong> <strong>do</strong> <strong>ducto</strong> <strong>nasopalatino</strong>: <strong>relato</strong> <strong>de</strong> <strong>caso</strong> clínico erevisão da literatura. Rev Inst Ciênc Saú<strong>de</strong>. 2007; 25(2):193-7.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!