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levantamento e conservação do solo terraceamento - UFRA

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTOUNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIAINSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASDISCIPLINALEVANTAMENTO E CONSERVAÇÃO DO SOLOMÓDULOTERRACEAMENTOANTONIO RODRIGUES FERNANDESPROFESSORBELÉM/PA2009


PLANTIO EM NÍVELConsiste em preparar o <strong>solo</strong> para plantio e plantar de acor<strong>do</strong> com o nível <strong>do</strong>terreno. No cultivo em nível ou contorno criam-se obstáculos à descida da enxurrada,diminuin<strong>do</strong> a velocidade de arraste, aumentan<strong>do</strong> a infiltração da água no <strong>solo</strong>. Este pode serconsidera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s princípios básicos, constituin<strong>do</strong>-se em uma das medidas maiseficientes na conservação <strong>do</strong> <strong>solo</strong> e da água. Porém, as práticas devem ser a<strong>do</strong>tadas emconjunto para a maior eficiência conservacionista.É o mais simples <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s de controle da erosão. Recomenda-se para terrenosde baixa declividade, isto é, que não ultrapasse 3%.Essa prática, em declives mais acentua<strong>do</strong>s, é utilizada em associação com outraspráticas, quer vegetativas, quer mecânicas, sen<strong>do</strong> uma complementação indispensável dasculturas em faixas e <strong>do</strong> <strong>terraceamento</strong>.Para a instalação <strong>do</strong> plantio em contorno, como uma prática conservacionistaisolada, demarcam-se niveladas básicas distanciadas de 50 em 50 metros, sem necessidadede se recorrer a tabelas ou a formulas de Bentley. Deve-se proceder a uma harmonizaçãodessas niveladas básicas para que se obtenham linhas de curvas suaves, sem zigue-zague.Em seguida, inicia-se a aração derruban<strong>do</strong> as estacas da primeira nivelada básica. Tiram-se


depois, linhas de aração paralelas à linha nivelada básica até se encontrar a linha niveladabásica seguinte.A gradagem deve ser feita acompanhan<strong>do</strong>-se as linhas de aração.Prepara<strong>do</strong> o terreno, procede-se à nova demarcação de niveladas básicas de 50 em50 metros. Procede-se à correção das niveladas básicas e sulca-se o terreno para o plantioda mesma forma que se procedeu a aração e a gradeação.Para a instalação de culturas perenes em nível, plantadas em covas, demarcam-separalelas às niveladas básicas com auxílio de uma corda com nós a distâncias iguais aoespaçamento entre linhas da cultura. Pode-se, ainda, utilizar uma régua de comprimentoigual ao espaçamento da cultura presa ao meio de uma corda de 10 m. O espaçamento entreas covas pode ser marca<strong>do</strong> com uma régua de comprimento adequa<strong>do</strong>. A demarcação dascovas obre linhas em nível deve começar sempre em um carrea<strong>do</strong>r ou estrada, para efeitode estética.O aumento <strong>do</strong> custo dessa prática de controle da erosão é igual ao preço de um oude <strong>do</strong>is nivelamentos, conforme se tratar de cultura perene ou de cultura anual,respectivamente.Cordões de contornoSão constituí<strong>do</strong>s de um canal (sulco) e um camalhão, feitos em curva de nível edistancia<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com a declividade <strong>do</strong> terreno e a textura <strong>do</strong> <strong>solo</strong>, poden<strong>do</strong> serconstruí<strong>do</strong>s tanto manualmente (chibanca), como à tração animal ou a trator, ambosacopla<strong>do</strong>s ao ara<strong>do</strong>; periodicamente, deve-se retirar <strong>do</strong> canal, a terra proveniente <strong>do</strong>assoreamento. Os cordões de contorno podem conter faixas de vegetação que circundam apropriedade, permitin<strong>do</strong> isolamento das áreas de cultivo e a divisão <strong>do</strong>s talhões de cultivo.Os cordões de contorno, conforme o objetivo <strong>do</strong> produtor, podem variar sua composição deacor<strong>do</strong> com os extratos de vegetação possíveis: arbóreo, arbustivo e herbáceo. Em regiõesde vento forte, o produtor deve optar por extratos mais altos, introduzin<strong>do</strong> uma faixa dequebra-ventos nos cordões de contorno que circunda a propriedade.Cordão em contorno vegeta<strong>do</strong> com capim vetiver em área de encosta (Foto: Roriz LucianoMacha<strong>do</strong>)


Cordão de contorno vegeta<strong>do</strong>, separan<strong>do</strong> as áreas de cultivoTERRACEAMANTOAtualmente deve-se considerar o <strong>terraceamento</strong> como um sistema, pois além dedividir os lançantes, disciplinar as águas, fazer com que estas águas infiltrem o máximopossível, torna-se imprescindível a associação com outras práticas conservacionistas,principalmente aquelas que interferem diretamente nos efeitos das gostas de chuva. Assimpráticas como o cultivo mínimo, o cultivo reduzi<strong>do</strong>, o plantio direto, a rotação de culturas,culturas em faixas, consorciação de culturas e diferentes sistemas de culturas, devem serassocia<strong>do</strong>s ao <strong>terraceamento</strong>.O <strong>terraceamento</strong> é uma prática conservacionista usada especificamente paracontrole à erosão, embora indiretamente possa intervir positivamente na manutenção dafertilidade <strong>do</strong> <strong>solo</strong>. Visa principalmente a mudança das características <strong>do</strong> declive, de talmaneira que os efeitos da quantidade e da velocidade das enxurradas sejam diminuí<strong>do</strong>s. Omaior efeito <strong>do</strong>s terraços no controle à erosão é cortar (diminuir) o comprimento da baciahidrográfica e conduzir a água para fora da área em baixa velocidade e/ou proporcionaruma maior infiltração de água no <strong>solo</strong>. Quan<strong>do</strong> o <strong>terraceamento</strong> é acompanha<strong>do</strong> de outraspráticas conservacionistas, a erosão pode ser reduzida a um mínimo.As terras das Classes I, II e III dependen<strong>do</strong> das características topográficas, daprecipitação pluviométrica e das características físicas <strong>do</strong> <strong>solo</strong>, muitas vezes não necessitamde <strong>terraceamento</strong>. No entanto, quan<strong>do</strong> a declividade <strong>do</strong> terreno situa-se acima de 2%, ocomprimento d lançamento é grande, as precipitações são altas e a permeabilidade <strong>do</strong> <strong>solo</strong> ébaixa, o <strong>terraceamento</strong> faz-se necessário para disciplinar as águas que escorremsuperficialmente, favorecen<strong>do</strong> assim o controle da erosão.Torna-se necessário que os agricultores a<strong>do</strong>tem méto<strong>do</strong>s de conservação <strong>do</strong> <strong>solo</strong>em áreas inclinadas sujeitas à erosão, antes que seja impossível estabelecer um tioeconômico (sustentável) de agricultura.Os terraços tiveram seu desenvolvimento inicial no uso de valetas nas encostas paracombater a erosão e reter as águas de escorrimentos superficial em ares declivosas. Asvalas em si, não produziram os resulta<strong>do</strong>s deseja<strong>do</strong>s, porém o princípio de <strong>do</strong>minar a


erosão, interceptan<strong>do</strong> sistematicamente o escoamento superficial nas encostas, deu origemao <strong>terraceamento</strong> agrícola. Para que esse alcançasse o seu atual desenvolvimento foramnecessários anos de uso, observações de campo e de experimentos, além de muitasmodificações introduzidas nos processo de sua construção.Corretamente construí<strong>do</strong>s e utiliza<strong>do</strong>s e sen<strong>do</strong> convenientemente integra<strong>do</strong>s comoutras práticas conservacionistas, os terraços oferecem uma das mais eficientes medidas decontrole à erosão que se pode aplicar às terras mobilizadas e não mobilizadas.Incorretamente demarca<strong>do</strong>s e construí<strong>do</strong>s ou não associa<strong>do</strong>s à outras práticas, podemacelerar a erosão.Quan<strong>do</strong> o escorrimento superficial atinge uma velocidade da ordem de 0,5 a 1,0 mpor segun<strong>do</strong>, torna-se em geral capaz de remover o <strong>solo</strong> arável das lavouras desprotegidas.A velocidade e o poder erosivo <strong>do</strong> encostamento superficial são maiores nas encostascompridas e declivosas que as encostas curtas e suaves. Desta forma os terraçosrepresentam um meio eficiente de diminuir a erosão encurtan<strong>do</strong> os lançantes,Assim os terraços tem a função de interceptar o deflúvio de montante antes mesmoque o poder erosivo deste se torne suficiente para carrear o <strong>solo</strong>.1. OBJETIVOS:Diminuir a velocidade da enxurrada;Diminuir o volume de água da enxurrada;Diminuir as perdas de <strong>solo</strong>, sementes, adubos, M. O., nutrientes, herbicidas, inseticidas efungicidas;Aumentar a umidade <strong>do</strong> <strong>solo</strong>, uma vez que há maior infiltração de água.2. CONCEITO DE TERRAÇOÉ um conjunto de um dique e um canal construí<strong>do</strong> em espaço no térreo, em direçãoperpendicular ao declive de mo<strong>do</strong> a interceptar a água que escorre sobre o <strong>solo</strong>,promoven<strong>do</strong> sua infiltração, com velocidade controlada, de mo<strong>do</strong> a não ocasionar erosão nocanal.3. TIPOS DE TERRAÇOSOs terraços são classifica<strong>do</strong>s em função:da finalidade;da construção ou forma que se apresentam após construí<strong>do</strong>s,da base ou largura <strong>do</strong> movimento de terra.Quanto a finalidade os terraços são classifica<strong>do</strong>s em terraços de drenagem,absorção e dupla finalidade.Quanto a forma de construção podem ser: tipo canal (nichols), tipo camalhão(mangum) e tipo patamar ou banqueta individual.Quanto a base são classifica<strong>do</strong>s em base: base estreita (3 metros), bases média (4 a6 metros) e base larga (de 7 a 12 metros). Figura 2.


FIGURA 1. Representação esquemática de um terraçoFIGURA 2. Terraços quanto a largura de base (base estreita, média e larga).


4. CARACTERÍSITICAS DE ALGUNS TIPOS DE TERRAÇOS4.1. Terraços de absorçãoTem a finalidade de reter a água da enxurrada para permitir sua infiltração no <strong>solo</strong>;São terraços recomenda<strong>do</strong>s para regiões de baixa precipitação pluviométrica e;Solos permeáveis;Declividade <strong>do</strong> terreno inferior a 7%;Geralmente são terraços de base larga;Movimento de terra para ambos os la<strong>do</strong>s da linha demarcatória.4.2.Terraços de drenagemSão terraços que tem a finalidade de interceptar e desviar o escoamento superficial daságuas das chuvas;São recomendáveis para regiões de alta precipitação pluviométrica;Declividade <strong>do</strong> terreno de 6 a 12 % ;Solos impermeáveis;Demarca<strong>do</strong>s em desnível com gradiente constante e progressivo;Base estreita ou média;Movimento de terra <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de cima da linha demarcatória.4.3. Terraços de dupla finalidadeSão terraços que reúnem características <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is tipos anteriores, permitin<strong>do</strong> a infiltraçãoda água e o escoamento <strong>do</strong> excesso de enxurrada através <strong>do</strong>s canais escoa<strong>do</strong>res;São indica<strong>do</strong>s para regiões de baixas e altas precipitações pluviométricas;Declividade <strong>do</strong> terreno de até 12 %;Solos permeáveis, pouco permeáveis ou impermeáveis;Demarca<strong>do</strong>s em desnível com gradientes;São terraços de base larga;Movimento de terra em ambos os la<strong>do</strong>s da linha demarcatória.4.4. Terraços de canal (Nichols)São construí<strong>do</strong>s cortan<strong>do</strong> e jogan<strong>do</strong> a terra para baixo;Podem ser construí<strong>do</strong>s em terrenos com declividade de até 12 %;Praticamente só podem ser construí<strong>do</strong>s com implementos reversíveis;Usa<strong>do</strong>s geralmente em <strong>solo</strong>s impermeáveis e regiões de altas precipitaçõespluviométricas;


FIGURA 3. Terraço tipo Nichols.4.5. Terraço tipo camalhão (Mangum).São terraços de base larga;São construí<strong>do</strong>s cortan<strong>do</strong> e jogan<strong>do</strong> terra para cima e para baixo; (ambos os la<strong>do</strong>s da linhademarcatória).Só podem ser construí<strong>do</strong>s em terrenos com declividade de até 7%;Podem ser construí<strong>do</strong>s com implementos reversíveis ou fixos;Construí<strong>do</strong>s em regiões de baixa precipitação pluviométrica e <strong>solo</strong>s suficientementepermeáveis.FIGURA 4. Terraço tipo camalhão (Mangum).4.6. Terraços tipo patamar e banqueta individualSão tipos especiais de terraços que se caracterizam por apresentar formas debancos ou degraus ligeiramente inclina<strong>do</strong>s para dentro <strong>do</strong> barranco. São as formasprecursoras <strong>do</strong>s terraços. São usa<strong>do</strong>s em declives superiores a 18%.O patamar deve ter uma inclinação de 0,25 a 1% para o interior <strong>do</strong> barranco.


Os barrancos ou taludes tanto de corte como de aterro, devem ter uma inclinação de1:2 a 1:4. (FIGURAS 6 e 7).OBSERVAÇÃO: O terraço em patamar, transforma áreas muito inclinadas emplataformas planas, onde são cultivadas as culturas econômicas, com o mínimo de erosão.5. Medidas <strong>do</strong> camalhão e <strong>do</strong> canal <strong>do</strong>s terraços:Variam conforme os tipos de terraços: de bases estreita, média ou larga:Largura <strong>do</strong> canal varia de 1,5 a 7,5 metros;Profundidade <strong>do</strong> canal varia de 0,2 a 0,6 metro;Altura <strong>do</strong> dique varia de 0,3 a 0,5 metro;Área mínima <strong>do</strong> perfil transversal varia de o,65 a 1,0 metro.FIGURA 5. Terraço tipo Patamar


FIGURA 6. Banqueta individual.6. Escolha <strong>do</strong>s canais escoa<strong>do</strong>res:Os canais escoa<strong>do</strong>res constituem a segurança de um sistema de terraços. Geralenteaproveita-se as depressões naturais da área, voçorocas, sangas, rios, etc. Porém quan<strong>do</strong> nãoé possível aproveitar escoa<strong>do</strong>res naturais deve-se construir canais artificiais.A escolha deve ser feita antes da lavração da área. Os terraços não devem serconstruí<strong>do</strong>s antes <strong>do</strong>s coletores estarem prontos para receber a descarga <strong>do</strong>s terraços.Os canais escoa<strong>do</strong>res devem ser devidamente protegi<strong>do</strong>s, preferencialmente comgramíneas estoloníferas.7. DEMARCAÇÃO DE TERRAÇOSOs terraços podem ser demarca<strong>do</strong>s com instrumentos menos precisos, tais como(pé-de-galinha ou nível de borracha), mas aconselha-se de níveis de precisão.Os terraços, de acor<strong>do</strong> com a finalidade que vão ser construí<strong>do</strong>s (absorção oudrenagem), são demarca<strong>do</strong>s em nível ou em desnível (gradientes). O desnível se efetuará nosenti<strong>do</strong> para onde devem correr as águas, o que deverá ser sempre para um local protegi<strong>do</strong>.Os gradientes ou desníveis podem ser uniformes (constantes) ou variáveis (progressivos).Quan<strong>do</strong> as condições da área permitirem, podemos construir terraços em nível (deabsorção). Essas condições são as seguintes: <strong>solo</strong>s profun<strong>do</strong>s, permeáveis, descompacta<strong>do</strong>s,sem impedimentos naturais, como por exemplo horizonte B textural. Nesse caso os <strong>solo</strong>smais indica<strong>do</strong>s são os latos<strong>solo</strong>s.7.1. LOCAÇÃO DE SISTEMAS DE TERRAÇOSREGRA 1. Fazer o <strong>levantamento</strong> e avaliação <strong>do</strong>s tipos de erosão verifica<strong>do</strong>s na área a serterraceada. Corrigir se possível os problemas existentes.REGRA 2. Locar os canais escoa<strong>do</strong>res, situan<strong>do</strong>-os preferencialmente em depressõesnaturais <strong>do</strong> terreno, sangas, voçorocas controladas, pastagens ou matas. E caso deimpossibilidade, construir escoa<strong>do</strong>res artificiais, deven<strong>do</strong>-se grama-;os com antecedência.REGRA 3. Após determinada a declividade, observar na tabela 4 (Espaçamentos entreterraços) o valor correspondente ao espaçamento horizontal. Determinar novamente adeclividade para cada terra;o a ser demarca<strong>do</strong>.REGRA 4. Para segurança <strong>do</strong> primeiro terraço e <strong>do</strong> conjunto, dividi-se por <strong>do</strong>is oespaçamento horizontal, quan<strong>do</strong> for necessário. Ex: A declividade seja 4%, o espaçamentosegun<strong>do</strong> a tabela será de 27 m (<strong>solo</strong>s de textura argilosa). Para este caso: 27 dividi<strong>do</strong> por 2e igual a 13,50 m. iniciar o primeiro terraço 13,50 m a partir <strong>do</strong> ponto mais alto <strong>do</strong> terreno.REGRA 5. Ao locar os terrenos utilizar os seguintes gradientes (desníveis).TABELA 3. Gradientes


Comprimento <strong>do</strong>s terraçosGradientes0 – 100 m 1 por 1000, 0,1 % = 0,01 m de desnível emcada 10m. Em cada 20m, 2 cm de desnível100 – 200 m 2 por 1000, 0,2 % = 0,02 m de desnível emcada 10m. Em cada 20m, 4 cm de desnível200 – 300 m 3 por 1000, 0,3 % = 0,03 m de desnível emcada 10m. Em cada 20m, 6 cm de desnível300 – 400 m 4 por 1000, 0,4 % = 0,04 m de desnível emcada 10m. Em cada 20m, 8 cm de desnível400 – 500 m 5 por 1000, 0,5 % = 0,05 m de desnível emcada 10m. Em cada 20m, 10 cm de desnívelO desnível de 0,5% ou 5/1000 e o limite recomenda<strong>do</strong> para que a água não adquiravelocidade suficiente para causar erosão no canal <strong>do</strong> terraço. Quan<strong>do</strong> o terraço tivernecessidade de possuir mais de 600 m de comprimento para <strong>solo</strong>s argilosos e mais de 500m de comprimento para <strong>solo</strong>s arenosos, deve-se projetar novo sistema de terraços outerraços com caimento para os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s. Caso haja necessidade de construir um terraço comais de 600 m em terreno argiloso ou mais de 500 m em terrenos arenosos, pode-se entãousar os gradientes em maiores distancias ou seja em distancias maiores que 100 m (istodepende da situação da área e <strong>do</strong> uso e manejo <strong>do</strong> <strong>solo</strong>).REGRA 6. Para a demarcação no fim <strong>do</strong> terraço, deve-se aumentar o gradiente nos últimos20 m, isto facilitara o escoamento das águas e evitara o rompimento das pontas <strong>do</strong>s terraçosque chegam aos canais escoa<strong>do</strong>res.REGRA 7. Colocar estacas de 20 em 20m quan<strong>do</strong> o terreno for regular. Se o terreno formuito irregular, diminui-se a distância entre as estacas para 10m, a fim de que a segurança<strong>do</strong>s terraços seja máxima. Após deve-se proceder o realinhamento das estacas.REGRA 8. Nunca demarcar terraços escoan<strong>do</strong> as águas em estradas, lavouras, etc, pois asmesmas formarão sulcos e futuras voçorocas de difícil recuperação.REGRA 9. Locar as estradas de acesso aos diferentes pontos da lavoura no topo da área aser terraceada (divisores de águas), de tal forma que os terraços sejam dividi<strong>do</strong>s a partirdeste ponto, pois dessa maneira, a água será dirigida para os terraços ao invés de escoarpelas estradas de acesso. Os caminhos destina<strong>do</strong>s ao trânsito de máquinas e implementosagrícolas deverão estar situa<strong>do</strong>s na área que fica logo abaixo <strong>do</strong> camalhão <strong>do</strong>s terraços, istoé, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> oposto <strong>do</strong> canal (talude jusante).REGRA 10. Aproveitar para canais escoa<strong>do</strong>res as depressões naturais da área. O canaldeverá ser côncavo, possuir as paredes abauladas, pois esta forma evita que a água penetreentre as culturas situadas próximas ao canal, danifican<strong>do</strong>-as. Os canais escoa<strong>do</strong>res deverãopossuir uma cobertura vegetal de porte baixo (estoloníferas). A vegetação de porte alto(cespitosas) dificultam o escoamento das águas.REGRA 11. Evitar a demarcação de terraços em áreas onde a declividade seja superior a12%, para que não fiquem muito próximos, dificultan<strong>do</strong> o trabalho das máquinas,


implementos e diminuin<strong>do</strong> sua eficiência. Áreas muito inclinadas, acima de 12%, deverãoser aproveitadas com culturas permanentes, pastagens ou reflorestamentos.REGRA 12. A forma <strong>do</strong>s canis escoa<strong>do</strong>res deve ser em V inverti<strong>do</strong>. Deve-se ter o cuida<strong>do</strong>de deixar a parte mais estreita situada num ponto ou pontos mais altos da coxilha, pois estaprática evita que as águas escoadas das partes superiores venham romper as pontas <strong>do</strong>sterraços, situadas nas partes mais baixas.REGRA 13. Em áreas compactadas, é muito importante e necessário a descompactação,para facilitar a infiltração de água no <strong>solo</strong>.REGRA 14. A tabela seguinte pode ser a<strong>do</strong>tada na maioria <strong>do</strong>s casos, entretanto pode sermodificada em função de vários fatores, tais como: tipo de <strong>solo</strong> e de sub<strong>solo</strong>, sistemas decultivo e de manejo, sistemas de culturas, declividade <strong>do</strong> terreno e condições físicas <strong>do</strong><strong>solo</strong>.TABELA 4. Espaçamentos entre terraçosDeclividadesTextura <strong>do</strong> Solo% Argiloso Franco Franco Arenoso ARENOSOE. V. E. H. E. V. E. H. E. V. E. H. E. V. E. H.1 72,00 72,00 70,00 70,00 68,50 68,50 67,50 67,502 84,00 42,00 80,00 40,00 77,00 38,50 75,00 37,503 96,00 32,00 90,00 30,00 85,00 28,50 82,50 27,504 108,00 27,00 100,00 25,00 94,00 23,50 90,00 22,505 120,00 24,00 110,00 22,00 103,00 20,50 97,50 19,506 132,00 22,00 120,00 20,00 111,00 18,50 101,00 16,507 144,00 20,50 130,00 18,50 120,00 17,00 112,00 16,008 156,00 19,50 140,00 17,50 128,50 16,00 120,00 15,009 168,00 18,50 150,00 16,50 137,00 15,00 127,50 14,0010 180,00 18,00 160,00 16,00 145,00 14,50 135,00 13,5011 192,00 17,50 170,00 15,50 155,00 14,00 142,50 13,0012 204,00 17,00 180,00 15,00 163,00 13,50 150,00 12,5013 216,00 16,50 190,00 14,50 171,00 13,00 157,50 12,0014 228,00 16,00 200,00 14,00 180,00 12,50 165,50 11,5015 240,00 15,50 210,00 13,50 188,00 12,00 172,50 11,00E. V. = Espaçamento vertical em centímetrosE. H. = Espaçamento horizontal em metrosOBSERVAÇÃO: Essa tabela pode ser modificada, quan<strong>do</strong> o sistema de terraçosfor associa<strong>do</strong> a outras práticas conservacionistas, principalmente aquelas que diminuem oefeito <strong>do</strong> impacto das gotas de chuva.As figuras 8, 9 e 10, mostram diferentes maneiras de demarcação de terraços.


Figura 8. Terraços com desnível para um la<strong>do</strong>.Figura 9: Terraços com desnível para os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s.


Figura 10: Terraços com desnível para dentro.8. CONSTRUÇÃO DE TERRAÇOS8.1. Terraços de base estreita (Figura 11)O terraço de base estreita é composto e um canal e um camalhão medin<strong>do</strong>,respectivamente, 1,50 e 2,00 m de largura e 0,50 m de altura. Para efeito de segurança, asecção mínima deve ser de 0,50 m.O terraço de base estreita deve receber proteção viva com grama missioneira, capimlimão, capim elefante, cana-de-açúcar, etc. Quan<strong>do</strong> a topografia é acidendata, com declivessuperiores a 12 %. Para médias e grandes lavouras é totalmente desaconselhável, devi<strong>do</strong> aárea perdida e a facilidade de rompimento.8.1.1. Vantagens:Fácil construçãoPequeno investimento em sua construçãoPode ser construí<strong>do</strong> com instrumentos rudimentares8.1.2. DesvantagensPerda de 6 a 8% da área cultivadaFoco de ervas daninhasFoco de insetos e <strong>do</strong>ençasPerda de aproximadamente 60% da água da chuvaPossibilidade de rupturas


8.1.3. Construção com ara<strong>do</strong> de 3 discos:Coloca-se a roda direita da frente <strong>do</strong> trator sobre ou la<strong>do</strong> das estacas, no senti<strong>do</strong> debaixo para cima e inicia-se a 1 a série, dan<strong>do</strong> a 1 a passada de ida. Para a 1 a passada de volta,coloca-se a roda direita <strong>do</strong> trator sobre o camalhão, no senti<strong>do</strong> de cima para baixo.Repete-se esta operação mais duas ou três vezes, sempre colocan<strong>do</strong>-se a roda direitasobre o camalhão. Após terminadas estas séries, abre-se o canal para o escoamento daságuas.A regulagem <strong>do</strong> ara<strong>do</strong> deve ser a normal de lavra (15 a 0 cm) com discos bemfecha<strong>do</strong>s e com largura de corte aproximada de 75 cm.8.2. Terraços de base média (Figura 12)O terraço de base média é composto de um canal e um camalhão. O canal medeaproximadamente 2,00 m de largura e o camalhão aproximadamente 3,5 m e a altura 0,50.A secção reta deve ter no mínimo 0,50 m.É recomendável usar-se ara<strong>do</strong> de arrasto ou hidráulico de 3 discos.Para construção de 1 Km de terraço, com trator de 80 HP e ara<strong>do</strong> de 4 discos, levasecerca de 2 horas, com um consumo de combustível em torno de 16 litros.Cada Km de terraço abrange mais ou menos 3 ha.O terraço de base média permite o cultivo parcial – há uma perda de 3 a 4%da área de cultivo.8.3. Terraços de base larga (Figura 13)O terraço de base larga em nível deve ser usa<strong>do</strong> em áreas de até 7% dedeclividade, e com gradientes em declividade de até 12%, acima desta, surgemproblemas de cultivo na parte de baixo (jusante) <strong>do</strong> camalhão. A secção reta <strong>do</strong> canaldeve ter no mínimo 1,0 m para terraços de absorção e 0,80 m para terraços de duplafinalidade.Para se obter o custo aproxima<strong>do</strong> da construção <strong>do</strong> terraço, deve-se levar em contaque para construir 1 km de terraço são necessárias 5 a 6 horas utilizan<strong>do</strong> o trator de 80 a100 HP. O gasto de combustível é de 8 litros/hora e, acrescenta-se 30% desse custo para oslubrificantes.8.3.1. Vantagens:Diminui consideravelmente a erosão <strong>do</strong> <strong>solo</strong>Aproveitamento maior <strong>do</strong> adubo emprega<strong>do</strong>Plantio em toda a área, aumentan<strong>do</strong> a produçãoEliminação <strong>do</strong>s prejuízos causa<strong>do</strong>s por ruptura de terraçosFacilidade de incorporação de adubosAumento da produtividade <strong>do</strong> <strong>solo</strong>Maior absorção de água no <strong>solo</strong>8.3.2. Construção:Terraço de base larga (forma esquemática)Largura de faixa de movimento de terra – 12 mAra<strong>do</strong> de 5 discos de arrasto


Profundidade de corte: 15 20 cmLargura de corte: 25 cm por discoFigura 11. Terraço de base estreitaFigura 12. Terraço de base média


Figura 13. Terraço de base larga9. CÁLCULO DA CAPACIDADE DE VAZÃO DE CANAIS DE TERRAÇOS E DAENXURRADAO canal de um terraço deve ter capacidade suficiente para interceptar toda a águaque escorre sobre a área que ele está protegen<strong>do</strong>. Em geral calculamos a medida <strong>do</strong> canalpara reter a enxurrada produzida pela chuva de maior intensidade em uma hora, ocorrida noperío<strong>do</strong> <strong>do</strong>s últimos dez anos na região, a fim de reduzir a velocidade da água.


9.1. CÁLCULO DA ÁREA DA SECÇÃO TRANSVERSAL DO CANAL (S)Para calcular a área da secção transversal <strong>do</strong> canal podemos considerá-la como sefosse em triângulo, representa<strong>do</strong> na Fig. 01:Figura 14. Terraço em forma esquemáticaLeitura na crista <strong>do</strong> camalhão (z) = 2,14 mLeitura no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal (y) = 2,54 mDiferença (y – z) = 0,40m (altura real <strong>do</strong> camalhão)Quan<strong>do</strong> os terraços são novos deve-se diminuir 25%, que corresponde aoassentamento aproxima<strong>do</strong> que o terraço sofrerá no primeiro ano. Para o cálculo teremos:0,40 m – 25% = 0,30 m (h). Para terraços construí<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>is ou mais anos usa-se as leiturasnormais (diretas) = 0,40 m.A distância entre X e X’ corresponde à largura superior <strong>do</strong> canal (base <strong>do</strong> triânguloX, X’ e Y) (b), para o cálculo 3,5 m.b.h 3,5m.0,40mS =2 2S = 0,70 m 29.2. CÁLCULO DA CAPACIDADE DE VAZÃO DO CANAL (Q) (DAKER, 1970)Conhecen<strong>do</strong>-se a área da secção transversal, podemos calcular a capacidade devazão <strong>do</strong> canal, que é dada pela seguinte fórmula:Q = S x V onde,Q = capacidade de vazão <strong>do</strong> canal em m 3 /s;S = área da secção transversal <strong>do</strong> canal em m 2 ;V = velocidade média em m/s.A velocidade média é dada pela fórmula de Manning:Fórmula de Manning:


R x iV =2132onde:nV = velocidade em média m/s;R = raio hidráulico <strong>do</strong> canal em m;i = gradiente médio <strong>do</strong> canal em m/m (m de desnível por m de comprimento <strong>do</strong>canal);n = coeficiente de atrito ou rugosidade <strong>do</strong> canal.Observação:A velocidade da água que causa erosão no canal é função da natureza <strong>do</strong> terreno enão deve ser superior a 0,90 m/s para <strong>solo</strong>s argilosos e a 0,60 m/s para <strong>solo</strong>s arenosos.O coeficiente n é variável de acor<strong>do</strong> com as condições <strong>do</strong> terreno. Para canais deterraços em que crescem plantas são mais indica<strong>do</strong>s os valores 0,04 e 0,05.O raio hidráulico é da<strong>do</strong> pela fórmulaSR = onde: PMR = raio hidráulico em m;S = secção transversal <strong>do</strong> canal em m 2 ;PM = perímetro molha<strong>do</strong> em m.12.9.3. CÁLCULO DA ENXURRADA (Q')A quantidade de água que escorre sobre a área protegida pelo terraço. É dada pelafórmula proposta por C. E. Ranser:Q' =C.I.Atonde:Q' = vazão (enxurrada) em m 3 /s;C = coeficiente de enxurrada (run – off), escorrimento superficial;I = intensidade de chuva em mm/horaA = área de drenagem em m 2 ;t = tempo de uma hora em segun<strong>do</strong>s (3.600 s).


TABELA 5. Valores <strong>do</strong> coeficiente de enxurrada (C) para áreas com diferentes usos edeclividadesNatureza da área Declividade (%) Valor “C” C/tCulturas anuais 2 a 55 a 1010 a 30Área com pastagem 2 a 55 a 1010 a 30Área com mata 2 a 55 a 1010 a 300,500,600,720,150,360,420,150,180,210,0001380,0001660,0002000,0000030,0001000,0001160,0000410,0000510,0000589.3.1. CÁLCULOSDADOS:Canal: 3,5 m de largura e 0,40 m de altura, com gradiente médio de 0,2%Coeficiente de rugosidade 0,04ou seja: b = 3,5 m; h = 0,40 m; i = 0,2% ou 0,002 m/m; n = 0,04Declividade <strong>do</strong> terreno = 10%I = 150 mm/hA = 6300 m 2 . “Área que corresponde ao produto <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> terraço (350m) pelo espaçamento entre terraços (18 m), de acor<strong>do</strong> com a tabela de espaçamentos para<strong>solo</strong> argiloso.”Cálculo da área da secção transversal <strong>do</strong> canal:S =b.h23,5m.0,40m2= 0,70 m 2Cálculo <strong>do</strong> perímetro molha<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal:a 2 = b 2 + c 2L 2 = b 2 + h 2L 2 = 1,75 2 + 0,40 2L = 3, 225 mL = 1,795 mPM = L + LPM = 1,795 + 1,795PM = 3,59 mentão:Quan<strong>do</strong> for possível, mede-se os la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> canal diretamente no campo, considera-sePM = L 2 + L 2 , figura 02.


FIGURA 15. La<strong>do</strong>s <strong>do</strong> canal de terraços.Cálculo <strong>do</strong> raio hidráulico:S 0,70R =0,195mPM 3,59Cálculo da capacidade de vazão:Q = S . V.R x iV =2132n0,1950 002V =213 x , 20,04V = 0,37 m/sQ = 0,70 m 2 . 0,37 m/sQ = 0,259 m 3 /sCálculo da enxurrada:C .I.AQ' =t0,72 . 0,15mQ' =3600sQ’ = 0,190 m 3 /s.6360m2Como vemos acima o Q é maior que Q', portanto o terraço considera<strong>do</strong>, temcapacidade de escoar a enxurrada da possível maior chuva e ainda sobra uma capacidade deescoamento de 0,069 m 3 /s.


TERRACEAMENTO – ATIVIDADES DE APOIO AO ENSINO-APRENDIZAGEMObs.: Esta atividade deve ser entregue até o dia 06/08/2005. Pode ser via e-mail:antonio.fernandes@ufra.edu.br. Não há qualquer relação entre estes exercícios e asquestões das provas.01. Defina os principais tipos de terraços.02. Quan<strong>do</strong> se justifica a construção de terraços com gradiente?03. Quan<strong>do</strong> se justifica a construção de terraços patamar?04. Qual é a principal limitação de terraços patamar?05. Descreva todas as operações, desde o planejamento até a construção, envolvidas noestabelecimento de um sistema de terraços com gradiente.06. Como se deve cultivar um terraço?07. Quan<strong>do</strong> se justifica a construção de cordões em contorno?08. Quais são as diferenças entre terraços de base larga e cordões em contorno?09. Quan<strong>do</strong> se justifica o estabelecimento de um sistema de banquetas individuais?10. Qual deve ser a capacidade <strong>do</strong>s vários tipos de terraços?11. Elaborar cinco questões sobre <strong>terraceamento</strong> diferentes das anteriores.


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