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Manual do Candidato da FGV - Vestibular1

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PADRONIZAÇÃO DE NOTASDurante os 11 anos de escolari<strong>da</strong>de regular que antecedem o vestibular, os professores corrigem as provase fornecem os resulta<strong>do</strong>s aos seus alunos em graus que, normalmente, variam numa escala de 0 (zero) a 10(dez). São os chama<strong>do</strong>s “graus brutos”, facilmente entendi<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s.Dessa forma, se um aluno disser que tirou 10 (dez) em História, saberemos que ele acertou a prova to<strong>da</strong>. Poroutro la<strong>do</strong>, se o mesmo aluno afirmar que tirou 5 (cinco) em Biologia, imaginaremos que ele acertou metade<strong>da</strong> prova. Tu<strong>do</strong> simples e fácil de entender!Entretanto, chega<strong>da</strong> a hora <strong>do</strong> vestibular, os graus brutos a que estamos acostuma<strong>do</strong>s cedem lugar às notaspadroniza<strong>da</strong>s. E aí os estu<strong>da</strong>ntes fazem muitas perguntas. O que é uma nota padroniza<strong>da</strong>? Como se faz paracalculá-la? Por que não se podem usar as tradicionais notas brutas no vestibular?Nós, como professores e conhece<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s boas técnicas de avaliação, não podemos nos furtar a respondêlas.As notas que são atribuí<strong>da</strong>s na escola servem para verificar em que pontos <strong>da</strong> matéria o aluno está bem, emque partes ele precisa de reforço, se ele pode ser promovi<strong>do</strong> de uma série para outra, se deve se submetera um processo de recuperação e, finalmente, se deve ser reprova<strong>do</strong>. Nessa situação, caso o professor venhaa atribuir 6 (seis) para um aluno e 8 (oito) para outro, em na<strong>da</strong> afetará a aprovação de ambos, nem interferirána vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s demais alunos. Em outras palavras, a nota no ensino fun<strong>da</strong>mental e médio não tem senti<strong>do</strong>comparativo, já que a aprovação ou a reprovação de um estu<strong>da</strong>nte não interfere na vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s seus colegas.Entretanto, no vestibular, a avaliação é diferente, pois a reali<strong>da</strong>de atual impõe um sistema de comparação denotas, pois não há vagas para to<strong>do</strong>s. Enquanto na escola to<strong>do</strong>s podem ser aprova<strong>do</strong>s, no vestibular to<strong>do</strong>spodem obter a nota mínima, mas somente os de melhor desempenho (maiores notas) ocuparão as vagasofereci<strong>da</strong>s. É a seleção <strong>do</strong>s mais aptos pelo sistema <strong>do</strong> mérito intelectual.E por que não podemos somar o 8 (oito) de Matemática com o 8 (oito) de História no vestibular? Pela simplesrazão de que as provas não possuem o mesmo grau de dificul<strong>da</strong>de, já que, por exemplo, um 8 (oito) numaprova de Matemática que apresentou média 4 (quatro) vale mais <strong>do</strong> que um 8 (oito) numa prova de Históriaque apresentou média 7 (sete)! Nesse caso, a soma <strong>do</strong> 8 (oito) em Matemática com o 8 (oito) em Históriasignifica a mesma coisa que as seguintes somas: soma de 8 (oito) bananas com 8 (oito) laranjas! Soma de8 (oito) centímetros com 8 (oito) polega<strong>da</strong>s! Um ver<strong>da</strong>deiro absur<strong>do</strong>, não acham?Para que duas ou mais parcelas sejam soma<strong>da</strong>s, é preciso que elas estejam numa mesma escala. Daí anecessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> padronização, que utiliza a média e o desvio-padrão. E o que é isso?Desvio-padrão é uma medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> grau de dispersão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s em torno <strong>da</strong> média, isto é, um número quemede o quanto os graus estão mais ou menos dispersos em relação à média. Exemplifican<strong>do</strong>: se a maioria<strong>da</strong>s notas de uma prova está nas proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> média, o desvio é pequeno, e se, num outro caso, as notasestão bastante espalha<strong>da</strong>s e distantes <strong>da</strong> média, o desvio é grande. E qual é a importância <strong>do</strong> desvio-padrão?Imaginemos que um aluno tire 7 (sete) numa prova de Física que apresentou média 4 (quatro) e 7 (sete) numaprova de Química que também apresentou média 4 (quatro). Qual 7 (sete) vale mais, o de Física ou o deQuímica?À primeira vista, fica parecen<strong>do</strong> que os <strong>do</strong>is setes valem a mesma coisa, mas isso não é ver<strong>da</strong>de. Vejamos porquê.Imagine ain<strong>da</strong> que, na prova de Física, quase to<strong>do</strong>s os graus estejam muito próximos <strong>da</strong> média (desviopequeno) e que, na prova de Química, os graus estejam mais espalha<strong>do</strong>s (desvio maior). Agora sim,poderemos afirmar qual 7 (sete) vale mais, pois as notas de Física, por terem desvio padrão menor, seacumulam mais em torno <strong>da</strong> média 4 (quatro). Portanto o 7 (sete) em Física está situa<strong>do</strong> acima de um maiornúmero de notas que o 7 (sete) em Química. Desta forma, o 7 em Física tem mais valor.E como, então, poderemos decidir se uma nota tem mais ou menos valor que outra?Pelo cálculo <strong>da</strong> nota padroniza<strong>da</strong>, que reduz to<strong>da</strong>s as notas para uma mesma escala. Então to<strong>da</strong>s as provas,depois <strong>do</strong> tratamento matemático, terão a mesma média e o mesmo desvio-padrão, ou seja, terão o mesmograu de dificul<strong>da</strong>de e a mesma distribuição de notas em torno <strong>da</strong> média.O cálculo é simples: calcula-se a diferença entre a nota <strong>do</strong> aluno e a média <strong>da</strong> prova. Em segui<strong>da</strong>, divide-seo resulta<strong>do</strong> pelo desvio-padrão e multiplica-se por 100. Finalmente, soma-se 500 a esse último resulta<strong>do</strong> eobtém-se a nota padroniza<strong>da</strong>.Essa nota padroniza<strong>da</strong> pode ser soma<strong>da</strong> às notas padroniza<strong>da</strong>s de outras disciplinas porque estão na mesmaescala.É por isso que a PUC/RJ, a ACCESS, a Fun<strong>da</strong>ção Getulio Vargas – <strong>FGV</strong>, a Fun<strong>da</strong>ção Cesgranrio e a Fun<strong>da</strong>çãoCarlos Chagas, entre outras, padronizam as notas <strong>do</strong>s vestibulares que realizam, para que a seleção seja amais justa possível.Pela mesma razão, as grandes universi<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> primeiro mun<strong>do</strong> também se utilizam <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>de padronização, que foi populariza<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> século pelo College Entrance Examination Board (USA).Prof. Herman Jankovitz<strong>Manual</strong> <strong>do</strong> <strong>Candi<strong>da</strong>to</strong>17

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