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O ensino da arte digital nas escolas brasileiras: e-Laissez ... - UFG

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ResumoEste ensaio se propõe a discutir a utilização dos recursos digitais e suasextensões no <strong>ensino</strong> <strong>da</strong> <strong>arte</strong> <strong>nas</strong> <strong>escolas</strong> <strong>brasileiras</strong>.O eixo motriz desta reflexão é discutir as diferentes possibili<strong>da</strong>des de inserçãodestes recursos na <strong>arte</strong> e seu <strong>ensino</strong>.Enaltecemos, assim, a necessi<strong>da</strong>de de se utilizar o computador seus inputs eoutputs como intermediadores no processo de <strong>ensino</strong>/aprendizagem <strong>da</strong> <strong>arte</strong>, em prol<strong>da</strong> educação <strong>digital</strong> crítica no ciberespaço, com o objetivo de se formar o fruidor de<strong>arte</strong> <strong>digital</strong> crítico no contexto <strong>da</strong> cultura <strong>digital</strong>.ResumenEn este ensayo se propone debatir el uso de recursos <strong>digital</strong>es y susextensiones en la educación artística en las escuelas brasileñas.El eje de conducción de este debate es discutir las diferentes posibili<strong>da</strong>des deintegración de estos recursos en el <strong>arte</strong> y su enseñanza.Exaltado por lo tanto, la necesi<strong>da</strong>d de utilizar el ordenador y sus productoscomo insumos intermedios en el proceso de enseñanz /aprendizaje de la técnica, enfavor de la educación <strong>digital</strong> crítica en el ciberespacio, con el objetivo de la fruidorforma de <strong>arte</strong> <strong>digital</strong> en el contexto de la crítica cultura <strong>digital</strong>.O <strong>ensino</strong> <strong>da</strong> <strong>arte</strong> <strong>digital</strong> <strong>nas</strong> <strong>escolas</strong> <strong>brasileiras</strong>:e-<strong>Laissez</strong>-faire, Tecnicismo ou Educação Crítica?La enseñanza del <strong>arte</strong> <strong>digital</strong> en las escuelas brasileñas:e-<strong>Laissez</strong>-faire, de Educación Técnica o críticas?Área temática: Múltiplas abor<strong>da</strong>gens e apropriações para <strong>arte</strong>/educarCUNHA, F. P.Facul<strong>da</strong>de de Artes Visuais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Goiás (FAV/<strong>UFG</strong>)Palavras-chave: e-<strong>arte</strong>/ducação; e-laissez-faire; cultura <strong>digital</strong>; <strong>arte</strong> <strong>digital</strong>.Palabras clave: e-<strong>arte</strong>/educación; e-laissez-faire, la cultura <strong>digital</strong>, <strong>arte</strong> <strong>digital</strong>.Instituição e país: Facul<strong>da</strong>de de Artes Visuais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Goiás(FAV/<strong>UFG</strong>) – Brasil.As instituições de <strong>ensino</strong> vêm <strong>da</strong>ndo significativa importância àinformática. E como esta tem sido expoente de importante valor por agregar asi a inserção no mercado de trabalho, muitas <strong>escolas</strong> utilizam sofistica<strong>da</strong>sestruturas laboratoriais digitais para impressionar pais e alunos, como seape<strong>nas</strong> a magnífica infra-estrutura garantisse a plena formação <strong>da</strong> pessoa, de1


forma desvincula<strong>da</strong> de políticas educacionais comprometi<strong>da</strong>s com seu uso. As<strong>escolas</strong> devem aproveitar seu arsenal supermidiático (referimo-nos àsuperestrutura) de tecnologias de última geração não ape<strong>nas</strong> como vitrinespara garantir maior índice de matrículas, mas para formar o público consciente,como adverte Barbosa:Com a atenção que a educação vem <strong>da</strong>ndo às novas tecnologias na salade aula, torna-se necessário não só aprender a ensiná-las, inserindo-as naprodução cultural dos alunos, mas também para a recepção, oentendimento e a construção de valores <strong>da</strong>s <strong>arte</strong>s tecnologiza<strong>da</strong>s,formando um público consciente. (BARBOSA, 2008, p. 111)faz-se necessário formarmos um público consciente, capaz deinterpretar os códigos culturais que compõem o universo <strong>digital</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>deem rede com autonomia e critici<strong>da</strong>de, para não ser assimilado, sugado pela“ordem de massificação humana” que tem como premissa a homogeneização.Por isto, educar somente para a produção não garante a formação plena.Com relação ao <strong>ensino</strong> de <strong>arte</strong> e tecnologias digitais, há singular ênfasesomente à produção, inserindo-se uma educação modernista <strong>digital</strong> <strong>nas</strong><strong>escolas</strong> <strong>brasileiras</strong> que envere<strong>da</strong> pela livre expressão – o e-laissez-faire, ouseja, uma versão eletrônica do laissez-faire 1 .Em nossa vivência como professora, vimos observando que estasituação se repete porque o professor de <strong>arte</strong>, já modernista, transfere omodernismo convencional para o computacional ou porque quem ministra aulade <strong>arte</strong>s é o professor de informática, que não tem conhecimento <strong>da</strong> matéria ede seu <strong>ensino</strong>. Resumindo, as aulas se limitam ao <strong>ensino</strong> de programascomputacionais, utilitários, ou têm ênfase ape<strong>nas</strong> no fazer (ateliês eletrônicos),em que os alunos, que sabem mais informática que o professor, “expressam-selivremente”, com a justificativa modernista de educar para o desenvolvimentoemocional e afetivo. Entretanto:Aqueles que defendem a <strong>arte</strong> na escola meramente para liberar a emoçãodevem lembrar que podemos aprender muito pouco sobre nossasemoções se não formos capazes de refletir sobre elas. Na educação, osubjetivo, a vi<strong>da</strong> e a vi<strong>da</strong> emocional devem progredir, mas não ao acaso.Se a <strong>arte</strong> não é trata<strong>da</strong> como um conhecimento, mas somente como um“grito <strong>da</strong> alma”, não estamos oferecendo nem educação cognitiva, nemeducação emocional. (BARBOSA, 1998, p. 20).Complementa, na mesma direção de crítica à “livre expressão” tal comovem sendo pratica<strong>da</strong>:A prática sozinha tem se mostrado impotente para formar o apreciador efruidor <strong>da</strong> <strong>arte</strong>. (...)Flexibili<strong>da</strong>de, fluência, elaboração, todos estes2


processos mentais envolvidos na criativi<strong>da</strong>de são mobilizados no ato <strong>da</strong>decodificação <strong>da</strong> obra de <strong>arte</strong> (BARBOSA, 1991, p. 41).Buscamos neste estudo refletir sobre os paradigmas para o <strong>ensino</strong> <strong>da</strong><strong>arte</strong> <strong>digital</strong>, repensando o processo de <strong>ensino</strong>/aprendizagem imerso nalinguagem <strong>da</strong> cultura <strong>digital</strong>, e não ape<strong>nas</strong> produção instrumentaliza<strong>da</strong> com ospadrões técnicos oferecidos pelos efeitos computacionais, para que o aluno seaproprie <strong>da</strong> linguagem para expressar-se.Barbosa in<strong>da</strong>ga: “Como ver a <strong>arte</strong> produzi<strong>da</strong> pelas tecnologiascontemporâneas? A <strong>arte</strong> no ciberespaço estimula mais o intelecto? Qual oalcance <strong>da</strong> sensoriali<strong>da</strong>de virtual?” (BARBOSA, 2008, p. 110) Da<strong>da</strong> a natureza<strong>da</strong> metalinguagem 2 no ciberespaço, as obras de <strong>arte</strong> propostas pelas novastecnologias proporcionam uma consumação estética metasensória, estando nociberespaço ou a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s a um ambiente expositivo convencional – não <strong>digital</strong>.Compreendemos que ver não é o termo mais adequado para a fruição<strong>da</strong> obra de <strong>arte</strong> <strong>digital</strong>, mas vivenciar, ou, de forma metasensorial, perceber –<strong>da</strong>do que perceber converge com (re)conhecer, interpenetrando oconhecimento sensório com o cognitivo, pois as obras de <strong>arte</strong> digitais seapresentam inclusive como jogos (games), cuja apreciação só se configura defato se o apreciador aceitar o convite interativo que a obra propõe, quenecessita do envolvimento de outros órgãos sensórios, não sendo maissuficiente ape<strong>nas</strong> a apreciação/observação visual. Por isto, a educaçãoestético-<strong>digital</strong> deve atender à metalinguagem e, portanto, ser intermidiática –que vai para além <strong>da</strong> visual. Visão, tato, audição, olfato, pala<strong>da</strong>r e o corpocomo um todo se integram numa consumação estético-<strong>digital</strong> para servivencia<strong>da</strong> de fato – perfazendo a metaleitura. A natureza epistemológica <strong>da</strong>apreciação estético-<strong>digital</strong> se configura de fato num processo interacionistatecnohumano.É, portanto, imprescindível a interação para que obra de fato aconteça.Na obra <strong>digital</strong> o fruidor é não somente o expectador, mas um personagem, umelemento <strong>da</strong> obra. Sem a sua participação, a obra não se constitui de fato, éuma obra em potencial. A <strong>arte</strong> <strong>digital</strong> é um potencial em <strong>arte</strong> – ou melhor, uma<strong>arte</strong> em potencial, porque só existirá enquanto signo artístico, de fato, enquantohouver a participação do intérprete. O intérprete é o oxigênio pulsante <strong>da</strong> obra.3


A cibercultura apresenta uma diversi<strong>da</strong>de de gêneros 3 que se proliferamacentua<strong>da</strong>mente, e seu predomínio e seu refinamento expressivoconcomitantes ao avanço tecnológico <strong>digital</strong> estão presentes por meio <strong>da</strong>assimilação <strong>da</strong> linguagem <strong>digital</strong> como manifestação cultural expressa <strong>nas</strong><strong>arte</strong>s digitais <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de, em que a ca<strong>da</strong> período a tecnologia é maisabsorvi<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ndo voz à poiésis <strong>digital</strong>.Há uma superexpectativa em torno <strong>da</strong> <strong>arte</strong> <strong>digital</strong>, no desejo de umacompreensão imediatista descola<strong>da</strong> <strong>da</strong> cultura. Um encantamento exacerbadoem relação à tecnologia, ao suporte tecnológico, como se somente oinstrumental bastasse como poiésis.Não podemos, como educadores, aceitar <strong>arte</strong> computacional comoinstrumento nem tão pouco aceitar que somente a apresentação docomputador, seus inputs e outputs para nossos alunos seja considera<strong>da</strong>educação inclusiva com promoção <strong>da</strong> cultura <strong>digital</strong>.Vimos como os novos meios de comunicação media<strong>da</strong> por computador(CMC) estabelecem outro paradigma de comunicação, viabilizando a formaçãode comuni<strong>da</strong>des virtuais, as quais compreendem “como uma rede eletrônica decomunicação interativa autodefini<strong>da</strong>, organiza<strong>da</strong> em torno de um interesse oufinali<strong>da</strong>de compartilhados, embora algumas vezes a própria comunicação setransforme no objetivo” (CASTELLS, 1999, p. 385). Estas comuni<strong>da</strong>des virtuaisvêm proliferando abruptamente ca<strong>da</strong> vez mais em escala global, englobando,principalmente, os jovens.Dentre as inúmeras comuni<strong>da</strong>des virtuais em que os jovens participam,destacamos as comuni<strong>da</strong>des de games, pois público jovem consome games demodo frenético atualmente. Os games digitais são interativos, em rede, em quepodem participar jogadores de locali<strong>da</strong>des diferentes. São ambientes virtuais,em que se podem vivenciar os mais diversos mundos e “concretizar” as maisdiversas fantasias. O entretenimento concebido como game pode ser umgrande deflagrador dos mais diversos consumos culturais, os quais podemcapturar a mente – o desejo – humano.O interessante é que parece que a escola muitas vezes deforma estaapropriação <strong>da</strong> linguagem que o jovem traz em sua bagagem cultural <strong>digital</strong>,por insistir na educação instrumental, em vez de trabalhar os valores culturaispor ele agregados. A escola, ao enfatizar ape<strong>nas</strong> a produção técnica <strong>digital</strong>,4


perceptiva) <strong>da</strong> fluência <strong>digital</strong> crítica. Saber pensar e se expressarmetalingüisticamente é ter fluência <strong>digital</strong> – pensamento <strong>digital</strong> –.A idéia é o produto mental de algo culturalmente interpretável. Ou seja,para interpretarmos determina<strong>da</strong> idéia, necessitamos saber decodificá-la. Onível de capaci<strong>da</strong>de de nossa mente para interpretar códigos digitais estárelacionado ao nível de imersão, interação e compreensão crítica com ouniverso <strong>digital</strong> e seus códigos comunicacionais. Para tanto, a epistemologia e-<strong>arte</strong>/educativa consiste no desenvolvimento <strong>da</strong> consciência crítica para aelaboração de critérios a serem utilizados no universo <strong>digital</strong>, com o objetivo depossibilitar vivências significativas e efetivas no processo de<strong>ensino</strong>/aprendizagem <strong>digital</strong>, por promover o diálogo entre os discursos erecursos midiáticos e a experiência construtiva de uma expressãointermidiática.Temos notado o quanto parece ser difícil identificar a geografia <strong>da</strong>cultura <strong>digital</strong>. Se as <strong>escolas</strong> aprendessem o processo de <strong>ensino</strong>/aprendizagemcalcado no diálogo, na troca, na interculturali<strong>da</strong>de, teriam menos preocupaçãocom a instrumentalização dos aparatos tecnológicos, <strong>da</strong>ndo ouvidos às vozesque disseminam a cultura <strong>digital</strong>. Para ensinar, temos de aprender. Paraaprender, temos de estar abertos para ouvir o que o mundo tem a dizer. “Aconsciência <strong>da</strong> tecnologia e <strong>da</strong> <strong>arte</strong> para a educação <strong>da</strong> recepção <strong>da</strong>s <strong>arte</strong>stecnológicas é o que deveríamos procurar devolver para ver um público críticoe informado.” (BARBOSA, 2008, p. 110)Assim, a escola, os dirigentes de <strong>ensino</strong> e os professores necessitamaprender com os jovens a consumação estética <strong>da</strong> cultura <strong>digital</strong>, para ensinálosa ver de forma mais aguça<strong>da</strong>. Orkut, MSN, comuni<strong>da</strong>des virtuais, perfis deidenti<strong>da</strong>des etc. devem ser incorporados tanto quanto outrasmanifestações/expressões huma<strong>nas</strong>. Há a necessi<strong>da</strong>de de formação críticadestes profissionais quanto à cultura <strong>digital</strong>, enquanto as instituiçõesformadoras devem estar prepara<strong>da</strong>s para formar o crítico <strong>digital</strong>.A e-<strong>arte</strong>/educação está intimamente inter-relaciona<strong>da</strong> com os meiostecnológicos interligados. Estes, portanto, são o campo de estudoepistemológico. Ao simplificar, minimizar o conceito de técnica, desvinculandoas relações contextuais de seu conceito, podemos estar incorrendo nabanalização, bem como no reducionismo epistêmico. Com isso, corre-se o risco6


de o <strong>ensino</strong> envere<strong>da</strong>r para simples ativi<strong>da</strong>des de treinamento técnico, em quea instrumentalização passa a ser o fim, e não o meio para reverberar açõesexpressivas autônomas do sujeito.Educação não pode ser concebi<strong>da</strong> como puro treinamento técnico.“Saber ver e avaliar a quali<strong>da</strong>de do que passa na tela do computador é sercrítico e atual” (BARBOSA, 2008, p. 110), portanto temos que formar o fruidorcrítico, postulando o desenvolvimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de ler/interpretarexpressivamente a <strong>arte</strong> <strong>digital</strong>, pois a linguagem <strong>digital</strong> está imersa nos valoresculturais e a quali<strong>da</strong>de perceptiva depende em maior escala <strong>da</strong>s significaçõescontextuais atribuí<strong>da</strong>s.Para se educar em prol do desenvolvimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de crítica, paraque nossos alunos e alu<strong>nas</strong> sejam capazes de codificar e decodificar os sinaiscomunicacionais interligados presentes no universo <strong>digital</strong> em rede, emprimeira instância são necessárias propostas educacionais concernentes àcultura <strong>digital</strong>, que é composta por códigos peculiares.Em suma, a comunicação metalingüística presente em nossas vi<strong>da</strong>sintegra nossas expressões escritas, orais e audiovisuais, as quais compõem acultura <strong>digital</strong>, impondo a necessi<strong>da</strong>de de os dirigentes de <strong>ensino</strong>, bem comoos educadores, reavaliarem os atuais programas educacionais; reavaliaçãoesta que também deve ocorrer <strong>nas</strong> políticas educativas e nos processos de<strong>ensino</strong>/aprendizagem, para que possam se estabelecer outros paradigmaseducacionais, convergentes com as novas formas de expressão e de cultura.1 <strong>Laissez</strong>-faire é p<strong>arte</strong> <strong>da</strong> expressão em língua francesa ("laissez-faire, laissez-aller, laissez-passer"), quesignifica literalmente “deixai fazer”. É o mote do liberalismo clássico. Disponível em:, acessado em 10 out. 2008.2 A conceitualização <strong>da</strong> metalinguagem no ciberespaço por Castells, compõe novas formas de relações,bem como um novo estado <strong>da</strong> mente – a metalinguagem, a qual está proporcionando a infra-estruturamental para a comunicação integra<strong>da</strong> (texto, imagens e sons no mesmo sistema) em um tempo escolhido(real ou atrasado), constituindo, assim, novo conceito de comunicação e, portanto, de cultura <strong>da</strong>humani<strong>da</strong>de (ver Castells, 1999).3 Algumas diversi<strong>da</strong>des de gêneros presentes na cibercultura dispostos por Lèvy: composiçõesautomáticas de partituras ou de textos, músicas “tecno” gera<strong>da</strong>s por um trabalho repetível deamostragens e de arranjos a partir de músicas já existentes, sistemas de vi<strong>da</strong> artificial ou de robôsautônomos, mundos virtuais, websites voltados à intervenção estética ou cultural, hipermídias,acontecimentos possibilitados pela Rede ou implicando participação através de dispositivos numéricos,hibridizações diferentes do “real” e do “virtual”, instalações interativas etc. (LÉVY, 1997, p. 94).4 Os tecnofóbicos são aqueles que possuem aversão, repulsa, medo de se relacionar com o equipamento,de tal maneira que se paralisam diante dele 4 . Já os tecnomanícos são aqueles fascinados pelaspossibili<strong>da</strong>des técnicas que o equipamento oferece, a tal ponto que a aula acaba e não conseguem dirigirsea outra ativi<strong>da</strong>de. Ambas as situações interferem no processo do <strong>ensino</strong>/aprendizagem de quem utilizatais recursos: no primeiro caso, o aluno que não quer nem chegar perto <strong>da</strong> máquina; no segundo, o seu7


centro de interesse é quase totalmente voltado para o que a máquina faz, para desenvolver trabalhos quese restringem aos recursos que o equipamento possibilita.Referência BibliográficasBAUMAN, Zygmunt. Moderni<strong>da</strong>de líqui<strong>da</strong>. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.BARBOSA, Ana Mae T. Bastos. Arte/educação contemporânea. Consonânciasinternacionais. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.______. Tópicos e utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.______.A imagem e o <strong>ensino</strong> <strong>da</strong> <strong>arte</strong>. São Paulo: Perspectiva, Porto Alegre, Fun<strong>da</strong>çãoIochpe, 1991.CASTELLS, M. A socie<strong>da</strong>de em rede. A era <strong>da</strong> informatização: Economia, socie<strong>da</strong>de ecultura. 2. ed. Vol. I. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1999.______. The Internet galaxy. Oxford: Oxford University Press, 2001.CUNHA, Fernan<strong>da</strong> Pereira <strong>da</strong>. Cultura <strong>digital</strong> na e-<strong>arte</strong>/educação: educação <strong>digital</strong>crítica. 2008. Tese (Doutorado) apresenta<strong>da</strong> à Escola de Comunicações eArtes. São Paulo: Universi<strong>da</strong>de de São Paulo.DEWEY, John. El <strong>arte</strong> como experiencia. Prólogo y versión espanhola de SamuelRamos. México/Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1949.EFLAND, Arthur D. Postmodern art education: An Approach To Curriculum. New York,1996.FREIRE, Paulo. “A importância do ato de ler”. In: Três artigos que se complementam.44. Ed. São Paulo: Editora Cortez, 2003.______. Educação como prática <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de. 28. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,2005.GUINSBURG, J.; BARBOSA, Ana Mae. O pós-modernismo. São Paulo: Perspectiva,2005.LÉVY, Pierre. As tecnologias <strong>da</strong> inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.______. “Quatro obras típicas <strong>da</strong> cibercultura: Shaw, Fujihata, Davies”. In:DOMINGUES, Diana (Org.). A <strong>arte</strong> no século XXI. A humanização <strong>da</strong>stecnologias. São Paulo: Editora Unesp, 1997.URRY, John. Theory, culture & society . London: Thousand Oaks and New Delhi,2005. Vol. 22(5).8

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