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Estudos comparativos do ciclo evolutivo de Rhodnius pictipes Stal ...

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IVAGRADECIMENTOSÀ Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Pós-graduação em Medicina Veterinária -Parasitologia Veterinária pela oportunida<strong>de</strong> concedida.Ao Prof. Adival<strong>do</strong> Henrique da Fonseca, orienta<strong>do</strong>r e amigo, pelagenerosida<strong>de</strong> com a qual me recebeu, pelo apoio e pela liberda<strong>de</strong> que meconce<strong>de</strong>u na condução <strong>de</strong>ste trabalho.Ao Prof. Erik Daemon, pelo apoio e incentivo e pelo privilégio <strong>de</strong>compor a minha Comissão <strong>de</strong> Orientação.Ao Prof. José Jurberg pelo apoio, incentivo e amiza<strong>de</strong> e pelas condiçõesoferecidas para o pleno <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse trabalho.Ao Prof. Francisco A<strong>de</strong>mar Costa pelo tratamento estatístico da<strong>do</strong> aosresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.Ao Prof. Julio Viana Barbosa pela amiza<strong>de</strong> e apoio sempre constantes.


Ao Prof. Rubens Pinto <strong>de</strong> Mello por aceitar participar da minha Comissão<strong>de</strong> Orientação, e pela leitura crítica <strong>do</strong> texto.Aos técnicos <strong>do</strong> Laboratório Nacional e Internacional <strong>de</strong> Referência emTaxonomia <strong>de</strong> Triatomíneos: Vanda Cunha, José Luís da Costa Giesteira eLuciana da Fonseca Silva pela manutenção <strong>do</strong> insetário.Aos colegas <strong>de</strong> curso pelo agradável convívio e amiza<strong>de</strong>.Ao CNPq pelo auxílio financeiro.Ao BIRD, FNS e FIOCRUZ pelos recursos concedi<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>convênio 027/93.


viBIOGRAFIADayse da Silva Rocha nasceu a 20 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1967 no Rio <strong>de</strong>Janeiro, filha <strong>de</strong> José Ribeiro da Rocha e Nilza da Silva Rocha.Em 1990, foi selecionada através <strong>de</strong> concurso público para ingressarno Curso Técnico em Biologia Parasitária <strong>do</strong> Instituto Oswal<strong>do</strong> Cruz, e em1991 integrou-se ao Laboratório Nacional e Internacional <strong>de</strong> Referência emTaxonomia <strong>de</strong> Triatomíneos <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Entomologia (IOC).Em 1994, obteve o grau <strong>de</strong> Licenciatura e Bacharela<strong>do</strong> em CiênciasBiológicas, pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Humanida<strong>de</strong>s Pedro II, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Nestemesmo ano, ainda como estudante <strong>de</strong> graduação, publicou seu primeiro artigocientífico nas Memórias <strong>do</strong> Instituto Oswal<strong>do</strong> Cruz, versan<strong>do</strong> sobre a biologia<strong>de</strong> um triatomíneo. Des<strong>de</strong> então vem participan<strong>do</strong> <strong>de</strong> diversos projetos <strong>de</strong>


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RESUMOHemípteros da espécie <strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong> proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Serra Norte,Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará e aclimata<strong>do</strong>s no insetário <strong>do</strong> Laboratório Nacional eInternacional <strong>de</strong> Referência em Taxonomia <strong>de</strong> Triatomíneos <strong>do</strong> Departamento<strong>de</strong> Entomologia, Instituto Oswal<strong>do</strong> Cruz foram alimenta<strong>do</strong>s artificialmente emmembrana <strong>de</strong> silicone e em camun<strong>do</strong>ngos albinos. Para conhecer a viabilida<strong>de</strong>e a eficiência <strong>de</strong>sta membrana foram observa<strong>do</strong>s o número <strong>de</strong> repastosrealiza<strong>do</strong>s; o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s cinco estádios ninfais; alongevida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s adultos; a quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> em cadarepasto e o percentual <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Foram utiliza<strong>do</strong>s 310 insetos sen<strong>do</strong> 50ninfas <strong>de</strong> cada estádio, 30 machos e 30 fêmeas. Verificou-se que nos estádiosalimenta<strong>do</strong>s artificialmente os perío<strong>do</strong>s mínimos e máximos foram inferioresaos obti<strong>do</strong>s no grupo alimenta<strong>do</strong> em camun<strong>do</strong>ngos. O maior aumento <strong>de</strong> peso


XVcorporal foi observa<strong>do</strong> no 2 ° estádio segui<strong>do</strong> pelo 1º, e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangueingeri<strong>do</strong> aumentou com o <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s insetos, alcançan<strong>do</strong>o pico no 5° estádio em ambos os grupos. No perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>sinsetos não houve diferença significativa entre os grupos alimenta<strong>do</strong>sartificialmente e em camun<strong>do</strong>ngos segun<strong>do</strong> o teste <strong>de</strong> Tukey para p


XVISUMMARY<strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong> (Hemiptera:Reduviidae) from the Serra Norte, PA,Brasil aclimatized at insectary conditions of Laboratório Nacional eInternacional <strong>de</strong> Referência em Taxonomia <strong>de</strong> Triatomíneos, Departamento <strong>de</strong>Entomologia, IOC where fed through silicone membrane. In or<strong>de</strong>r to knew theviability and the efficiency of this membrane compared with insects fed in mice,the number of bloodmeal performed, period of <strong>de</strong>velopment of the 5 nymphalinstars, longevity of adults, average amount of blood intake in each meal andpercent of mortality were observed. 310 insects, 50 nymphs of each instar, 30males and 30 females were used. Insects fed artificially presented minimal andmaximal periods of <strong>de</strong>velopment lower than the group fed on mice. The largestincrease of body weight was observed in 2nd instar followed by the 1st, and the


xviiincrease of blood amount ingested increased during the as <strong>de</strong>velopment,reaching the top in the 5th instar for both groups. There are no significantdifferences between the groups fed artificially and in vivo according to Tukey'stest for p


1. INTRODUÇÃOOs triatomíneos são hemípteros hematófagos da família Reduviidae,transmissores <strong>do</strong> Trypanosoma cruzi (Chagas,1909). Até o momento, foram<strong>de</strong>scritas 123 espécies <strong>de</strong> triatomíneos, todas consi<strong>de</strong>radas potencialmentetransmissoras da <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> Chagas. Segun<strong>do</strong> ZELEDÓN & RABINOVICH(1981) e estimativas da WHO (1991) existem 16 a 18 milhões <strong>de</strong> pessoasinfectadas e outras 90 milhões viven<strong>do</strong> em áreas <strong>de</strong> risco.A gran<strong>de</strong> maioria das espécies <strong>de</strong> triatomíneos po<strong>de</strong> ser encontrada naRegião Neotropical e já foram assinala<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> "Salt Lake City" (EUA), a41 ° <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> norte, até a Patagônia, a 46° <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul. Em "Salt LakeCity", encontrou-se Triatoma protracta (Uhler, 1894), enquanto que na


Patagônia, encontrou-se T. patagonica Del Ponte, 1929. Das 123 espécies<strong>de</strong>scritas, a única tropicopolita é T. rubrofasciata (De Geer, 1773) e somente13 espécies ocorrem fora <strong>do</strong> continente Americano (LENT &WYGODZINSKY, 1979).A partir da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> CHAGAS (1909) tornou-se imprescindível oestu<strong>do</strong> da biologia <strong>do</strong>s triatomíneos, que até então vinham sen<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong>sapenas sob a ótica morfológico-<strong>de</strong>scritiva. Os triatomíneos são conheci<strong>do</strong>scomo hematófagos em todas as fases <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em ambos os sexos,e são resistentes a longos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> jejum. Po<strong>de</strong>m ser cria<strong>do</strong>s em laboratóriocom relativa facilida<strong>de</strong>, através da alimentação in vivo, utilizan<strong>do</strong>-se diversoshospe<strong>de</strong>iros como: cabras, camun<strong>do</strong>ngos, coelhos, galinhas e ovelhas(BUXTON, 1930; RYCKMAN, 1952; GOMEZ-NÚNEZ, 1964;RYCKMAN & RYCKMAN, 1977; GARDINER & MADDRELL, 1972)ou in vitro (alimentação artificial) através da utilização <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> látexconten<strong>do</strong> sangue <strong>de</strong> citrata<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> mamíferos, aqueci<strong>do</strong> atemperatura em torno <strong>de</strong> 37 ° C (ROMANA & GILL, 1947; BORZONE,1949; NUSSENSZVEIG & SONNTAG, 1952; HARINGTON, 1960;


SALAMA, 1966; FRIEND & SMITH, 1977; SANCHEZ & KATZIN,1980).A manutenção em laboratório <strong>de</strong> artrópo<strong>do</strong>s hematófagos é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importãncia para estu<strong>do</strong>s biológicos, aprimoramento <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong>criação, testes <strong>de</strong> inseticidas, e conhecimento da interação <strong>do</strong> vetor com oagente etiológico. <strong>Estu<strong>do</strong>s</strong> <strong>de</strong> biologia tem sua importância ressaltada porvários autores que, através <strong>do</strong> registro <strong>de</strong> características biológicas específicas,avaliam a potencialida<strong>de</strong> vetora das diferentes espécies e fornecem da<strong>do</strong>s paraaplicação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> controle. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> insetosem laboratório, vem motivan<strong>do</strong> diversos autores a estudarem meto<strong>do</strong>logiasalternativas à utilização <strong>de</strong> animais manti<strong>do</strong>s em laboratório. A alimentaçãoartificial visa suprir as necessida<strong>de</strong>s nutricionais <strong>do</strong>s artrópo<strong>do</strong>s hematófagos,sem os inconvenientes da manutenção <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iros vivos, além <strong>de</strong> minimizarefeitos <strong>de</strong> características individuais <strong>do</strong>s hospe<strong>de</strong>iros no estu<strong>do</strong> da transmissão<strong>de</strong> patógenos. O uso <strong>de</strong>sse méto<strong>do</strong> tem sua importância quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> comoisca em medidas <strong>de</strong> controle, conforme <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por LIMA e cols.(1991;1992) e LIMA (1994); para manutenção <strong>de</strong> colônias em laboratório(CUNHA & MAC CORD, 1992) além da utilização no xenodiagnóstico


artificial. Neste último caso, torna-se ainda mais a<strong>de</strong>quada já que po<strong>de</strong>mocorrer em humanos casos <strong>de</strong> reações alérgicas cutâneas às picadas <strong>de</strong>ssesinsetos (MOTT e cols., 1980; COSTA e cols., 1981) ou mesmo anafilaxiageneralizada (TEO & CHEAH, 1973). Outro ponto importante é a eliminaçãoquase que completa da presença <strong>de</strong> animais hospe<strong>de</strong>iros no laboratório,aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma exigência cada vez mais forte da socieda<strong>de</strong>, em especial dasorganizações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s animais, reservan<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> cobaias para as áreasda ciência aon<strong>de</strong> ainda são absolutamente indispensáveis.<strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong> <strong>Stal</strong>, 1872 é uma espécie silvestre <strong>de</strong> ampladistribuição na América <strong>do</strong> Sul. Tem si<strong>do</strong> encontrada no Brasil nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Minas Gerais,Pará, Piauí. Após a divisão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás, os municípios <strong>de</strong> ocorrência<strong>de</strong>sse triatomíneo passaram a pertencer ao Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins (CASTRO-FILHO & SILVEIRA, 1979; LENT & WYGODZINSKY, 1979;SILVEIRA e cols. 1984; BRAZIL e cols. 1985 e SILVA & SILVA, 1990).Apesar <strong>de</strong> apresentar hábitos silvestres, R. <strong>pictipes</strong> já foi encontrada embiótopos artificiais (<strong>do</strong>micílios humanos) o que po<strong>de</strong> indicar uma tendência<strong>de</strong>ssa espécie à <strong>do</strong>miciliação (SERRA e cols. 1980 e SILVA e cols. 1992).


Quanto a infecção por flagela<strong>do</strong>s, R. <strong>pictipes</strong> foi encontrada naturalmenteinfectada pelo T. cruzi, pelo T. rangeli, e com infecção mista(CARCAVALLO e cols.1975 e OTERO e cols. 1976). MILES e cols.(1983) encontraram R. <strong>pictipes</strong> infecta<strong>do</strong> com T. cruzi, comumente e emgran<strong>de</strong> número, nas palmeiras Maximiliana regia (inajá), Acrocomiasclerocarpa (macujá) e Orbignya phalerata (babaçú) na Amazônia brasileira.Esses autores sugerem ser R. <strong>pictipes</strong> a provável fonte <strong>de</strong> infecção em um casoagu<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> Chagas nas vizinhanças <strong>de</strong> Belém, PA.ROCHA e cols. (1994) observaram gran<strong>de</strong> avi<strong>de</strong>z e baixo percentual <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> nesta espécie o que levou a crer que po<strong>de</strong>ria ser utilizada comsucesso como mo<strong>de</strong>lo na alimentação artificial através <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong>silicone. Os objetivos <strong>do</strong> presente trabalho foram verificar a viabilida<strong>de</strong> eeficiência da membrana <strong>de</strong> silicone na alimentação artificial <strong>de</strong> R. <strong>pictipes</strong>;registrar o número <strong>de</strong> repastos realiza<strong>do</strong>s em cada fase <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;verificar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> em cada repasto sanguíneo; avaliar otempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s cinco estádios ninfais e o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>longevida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s adultos e registrar também o percentual <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> dasninfas.


2. REVISÃO DA LITERATURADeve-se a NEIVA (1910) a primeira publicação conten<strong>do</strong> informaçõessobre o <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> um triatomíneo, o Panstrongylus megistus(Burmeister, 1835), constatan<strong>do</strong> que sem os repastos sanguíneos as ecdises nãoocorriam. Des<strong>de</strong> então, inúmeros trabalhos vem sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s com as maisvariadas espécies, mostran<strong>do</strong> a importância da criação e manutenção <strong>de</strong>ssesinsetos em laboratório, para compreen<strong>de</strong>r sua bionomia visan<strong>do</strong> o controle.


A primeira técnica <strong>de</strong>senvolvida para alimentação artificial <strong>de</strong>triatomíneos, foi <strong>de</strong>scrita por ROMANA & GILL (1947). Tratava-se <strong>de</strong> tubos<strong>de</strong> ensaio cobertos por pele <strong>de</strong> pequenos roe<strong>do</strong>res recém sacrifica<strong>do</strong>s conten<strong>do</strong>sangue.PACHCKANIAN (1948) interessa<strong>do</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>striatomíneos usou um chumaço <strong>de</strong> algodão embebi<strong>do</strong> em sangue e envolto emgaze e conseguiu alimentá-los e BORZONE (1949) mencionou um méto<strong>do</strong>on<strong>de</strong> os insetos foram alimenta<strong>do</strong>s diretamente com o sangue <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong>, semo uso <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> membrana.ROBERTS (1950) usou, como membrana pele <strong>de</strong> galinha fixada comálcool e <strong>de</strong>ssecada enquanto, NUSSENZVEIG & SONNTAG (1952),<strong>de</strong>screveram um sistema mais eficiente para a criação <strong>de</strong> hemípteroshematófagos, com sangue citrata<strong>do</strong>, aqueci<strong>do</strong> a 37° C e conti<strong>do</strong> em tubosfecha<strong>do</strong>s com membrana <strong>de</strong> intestino <strong>de</strong> bovinos.HARINGTON (1960) <strong>de</strong>senvolveu um dispositivo conten<strong>do</strong> sangue<strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> em funis <strong>de</strong> vidro que eram recobertos com pele <strong>de</strong> animais eaqueci<strong>do</strong>s a 40 ° C.


A primeira utilização <strong>de</strong> sangue em tubos fecha<strong>do</strong>s com membrana <strong>de</strong>borracha foi feita por CARVALHO (1961), sen<strong>do</strong> esses tubos aqueci<strong>do</strong>s a 37°C em estufa. FRIEND & CARTWRIGHT (1963) também <strong>de</strong>senvolveramum aparelho confecciona<strong>do</strong> em vidro utilizan<strong>do</strong> membrana artificial e sangueaqueci<strong>do</strong> a 37°C através <strong>de</strong> um suporte metálico.SALAMA (1966) <strong>de</strong>screveu um aparelho similar ao <strong>de</strong>scrito por Friend& Cartwright (1963), porém, dan<strong>do</strong> preferência às membranas naturais.GARDINER & MADDRELL (1972) foram os primeiros capazes <strong>de</strong>alimentar to<strong>do</strong>s os estádios <strong>de</strong> R. prolixus através <strong>de</strong> membranas artificiais,com sangue <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> carneiro; entretanto, a mortalida<strong>de</strong> foiinaceitavelmente alta, e um baixo percentual <strong>de</strong> ecdises foi obti<strong>do</strong> no 5 ° estádio.Apesar disso, seus resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que a técnica <strong>de</strong> alimentação invitro <strong>de</strong>senvolvida para moscas tsé-tsé usan<strong>do</strong> sangue <strong>de</strong> carneiros eraadaptável para a alimentação <strong>de</strong> triatomíneos, e que a dieta <strong>de</strong> sangue<strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> suíno resultou na postura <strong>de</strong> ovos maiores e em maiorquantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que havia si<strong>do</strong> relata<strong>do</strong> para essa espécie até então.Alguns autores já sugeriram que o calor é necessário para estimular oreflexo da picada. Segun<strong>do</strong> GARCIA e cols. (1975), R. prolixus só se


a próxima da fonte alimentar se a temperatura <strong>do</strong> sangue estiver entre 36 e 38ºC, sen<strong>do</strong> repeli<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o sangue alcança temperaturas superiores à 40° C.LANGLEY & PIMLEY (1978) criaram R. prolixus com sucesso portrês gerações em uma dieta <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> suíno, através <strong>de</strong>parafilme ou membrana <strong>de</strong> silicone. Seus resulta<strong>do</strong>s mostraram que a produção<strong>do</strong>s ovos em termos <strong>de</strong> número e tamanho foi superior, e a sobrevivência <strong>de</strong>ovo a adulto foi igual aos relatos para esses insetos alimenta<strong>do</strong>s emhospe<strong>de</strong>iros vivos. Essa técnica obteve êxito também para P. megistus, T.infestans e T. brasiliensis Neiva, 1911.WURTZ & RUTLEDGE (1980) alimentaram com facilida<strong>de</strong> R.prolixus e T. infestans através <strong>de</strong> membranas utilizadas em salsichas.MAC CORD e cols. (1990) visan<strong>do</strong> uma melhor eficácia na criação emanutenção <strong>de</strong> triatomíneos no laboratório, elaboraram um sistema <strong>de</strong>alimentação artificial através <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> látex, utilizan<strong>do</strong> como fontealimentar sangue <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> carneiro. Todas as seis espécies utilizadasconseguiram se alimentar satisfatóriamente.LIMA e cols. (1991, 1992) e LIMA (1994) alimentan<strong>do</strong> váriasespécies através <strong>de</strong> alimenta<strong>do</strong>r artificial <strong>de</strong>scrito por LIMA e cols. (1989),


10sem acrescentar qualquer tipo <strong>de</strong> aquecimento ao sangue, observaram que umasignificativa proporção <strong>do</strong>s insetos testa<strong>do</strong>s, não só se aproximavam da fontesanguínea (mantida em temperatura ambiente), como também conseguiam sealimentar com gran<strong>de</strong> facilida<strong>de</strong>. Observou inclusive nítida preferência <strong>de</strong> T.pseu<strong>do</strong>maculata Corrêa & Espínola, 1964 pelo sangue manti<strong>do</strong> em temperaturaambiente.CUNHA & MAC CORD (1992) <strong>de</strong>screveram um dispositivo paraalimentação <strong>de</strong> pequenas colônias <strong>de</strong> triatomíneos, feito <strong>de</strong> um tubo conten<strong>do</strong>água aquecida inseri<strong>do</strong> em outro tubo conten<strong>do</strong> sangue <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> carneirocom uma membrana <strong>de</strong> látex na extremida<strong>de</strong>, por on<strong>de</strong> os insetos sugavam osangue.O comportamento alimentar <strong>de</strong> seis espécies, submetidas à alimentaçãoem membranas <strong>de</strong> látex conten<strong>do</strong> sangue manti<strong>do</strong> à 26 +/- lº e 36+/- lº C foiobserva<strong>do</strong> por PINTO e cols. (1992) que avaliaram to<strong>do</strong>s as fases <strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvimento, constatan<strong>do</strong> que embora a maioria <strong>do</strong>s insetos tenhapreferi<strong>do</strong> o sangue aqueci<strong>do</strong>, gran<strong>de</strong> parte se alimentou também no sanguemanti<strong>do</strong> a 26 ° C.


113. MATERIAL E MÉTODOS3.1 Procedência <strong>do</strong>s insetosForam utiliza<strong>do</strong>s triatomíneos provenientes <strong>de</strong> uma colônia oriunda <strong>de</strong>insetos captura<strong>do</strong>s em Serra Norte, PA, Brasil e aclimata<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>1989, no insetário <strong>do</strong> Laboratório Nacional e Internacional <strong>de</strong> Referência emTaxonomia <strong>de</strong> Triatomíneos, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Entomologia <strong>do</strong> InstitutoOswal<strong>do</strong> Cruz, on<strong>de</strong> são manti<strong>do</strong>s em temperatura ambiente (Figs. 1 e 2).Os insetos e ovos foram retira<strong>do</strong>s aleatoriamente da colônia, e agrupa<strong>do</strong>s<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. As ninfas receberam umaalimentação em camun<strong>do</strong>ngos albinos com o intuito <strong>de</strong> padronizar o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>ocorrência das ecdises. Após a eclosão e ecdise das ninfas, os insetos foram


12acondiciona<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, em frascos <strong>de</strong> vidrotransparente (com aproximadamente 15 cm <strong>de</strong> altura e 6 cm <strong>de</strong> diâmetro)forra<strong>do</strong>s no fun<strong>do</strong> com papel <strong>de</strong> filtro e conten<strong>do</strong> tiras <strong>do</strong> mesmo papel<strong>do</strong>bradas em sanfona para aumentar a superficie <strong>de</strong> contato e absorver aumida<strong>de</strong> (Fig. 3).


FIGURA 1. Vista geral <strong>do</strong> insetário <strong>de</strong> triatomíneos <strong>do</strong> Laboratório Nacional eInternacional <strong>de</strong> Referência em Taxonomia <strong>de</strong> Triatomíneos, IOC.13


FIGURA 2. Colônia <strong>de</strong> <strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong> Sta1,1872 mantida em temperaturaambiente no insetário <strong>de</strong> triatomíneos.14


153.2 Alimentação artificialForam utiliza<strong>do</strong>s 310 espécimes assim distribuí<strong>do</strong>s: 50 ninfas <strong>de</strong> cadaestádio, 30 machos e 30 fêmeas. A alimentação foi realizada através <strong>de</strong>membrana <strong>de</strong> silicone, conforme <strong>de</strong>scrito por BUTLER e cols. (1984) emrelação à carrapatos <strong>do</strong> gênero Ornitho<strong>do</strong>ros. Para alimentaçâo foi utiliza<strong>do</strong>sangue <strong>de</strong>sfibrina<strong>do</strong> <strong>de</strong> carneiro, retira<strong>do</strong> assépticamente por processo a vácuo,e forneci<strong>do</strong> pelo Biotério Central da Fundação Oswal<strong>do</strong> Cruz e manti<strong>do</strong> por atéoito dias em refrigera<strong>do</strong>r à 5° C. O sangue foi coloca<strong>do</strong> em placas retangulares<strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> 9 cm <strong>de</strong> comprimento x 7 cm <strong>de</strong> largura e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16 ml, eestas sobre uma placa aquece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> 38 cm <strong>de</strong> comprimento x 30 cm <strong>de</strong>largura, mantida a 39- 40º C; a temperatura da placa foi controlada através <strong>de</strong>um termômetro <strong>de</strong> precisão, e por meio <strong>de</strong> testes prévios foi verifica<strong>do</strong> que comesta temperatura, o sangue conti<strong>do</strong> nas placas <strong>de</strong> vidro atingia a temperatura <strong>de</strong>37-38°C (Figs. 4 e 5). De acor<strong>do</strong> com diversos estu<strong>do</strong>s, foi <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que atemperatura i<strong>de</strong>al para alimentação <strong>de</strong> triatomíneos varia <strong>de</strong> 36 a 38° C, e que oaquecimento <strong>do</strong> sangue estimula o reflexo da picada, embora seja possívelalimentá-los em sangue manti<strong>do</strong> a temperatura ambiente (CARVALHO, 1961;FRIEND & CARTWRIGTH, 1963; GARCIA e cols., 1975; LIMA e cols.


17FIGURA 3. Frascos <strong>de</strong> vidro utiliza<strong>do</strong>s para acondicionar os insetosutiliza<strong>do</strong>s no experimento, manti<strong>do</strong>s em estufa B.O.D.


FIGURA 4. Placas <strong>de</strong> vidro (7 cm <strong>de</strong> largura x 9 cm <strong>de</strong> comprimento comcapacida<strong>de</strong> para 16 ml <strong>de</strong> sangue) utilizadas na alimentação artificial através <strong>de</strong>membrana <strong>de</strong> silicone.18


FIGURA 5. Placa aquece<strong>do</strong>ra (38 cm <strong>de</strong> comprimento x 30 cm <strong>de</strong> largura)utilizada para o aquecimento <strong>do</strong> sangue conti<strong>do</strong> nas placas <strong>de</strong> vidro.19


20As placas <strong>de</strong> vidro foram cobertas com a membrana <strong>de</strong> silicone, cujaespessura é <strong>de</strong> 0,3 mm, sen<strong>do</strong> que a face rugosa era mantida em contato com oinseto e a face lisa em contato com o sangue. Durante a colocação <strong>do</strong> sanguenas placas <strong>de</strong> vidro, foram toma<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os cuida<strong>do</strong>s necessários para evitar aformação <strong>de</strong> bolhas, sen<strong>do</strong> as mesmas retiradas quan<strong>do</strong> surgiam.No momento da alimentação, os insetos foram coloca<strong>do</strong>s em frascos"Becker" <strong>de</strong> 250 ml conten<strong>do</strong> sanfonas <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> filtro, para facilitar seu<strong>de</strong>slocamento até a fonte sanguínea e absorver as excretas eliminadas durante orepasto e fecha<strong>do</strong>s por tela <strong>de</strong> náilon fixada com elástico (Figs. 6, 7 e 8). Aalimentação foi oferecida em média, a cada 15 dias, e o tempo <strong>de</strong> oferecimentoda fonte sanguínea foi <strong>de</strong> duas horas, o suficiente para repleção total <strong>do</strong>striatomíneos <strong>de</strong>ssa espécie conforme <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por ROCHA e cols. (1994).To<strong>do</strong>s os insetos foram pesa<strong>do</strong>s antes e imediatamente após o repasto, paraverificação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> e da perda <strong>de</strong> peso ocorrida entreos repastos. Diariamente verificava-se a ocorrência <strong>de</strong> ecdises e mortes.


21FIGURA 6. "Becker" <strong>de</strong> 250 ml utiliza<strong>do</strong> para acondicionar os insetosdurante o repasto através <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> silicone.


FIGURA 7. Ninfas <strong>de</strong> 1º estádio <strong>de</strong> <strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong> Sta1,1872 realizan<strong>do</strong>repasto sanguíneo através <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> silicone.22


FIGURA 8. Adultos <strong>de</strong> <strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong> Sta1, 1872 realizan<strong>do</strong> repastosanguíneo através <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> silicone.23


243.3 Alimentação in vivo (grupo controle)O mesmo número <strong>de</strong> insetos e meto<strong>do</strong>logia semelhante foi utilizada naobservação <strong>do</strong>s triatomíneos alimenta<strong>do</strong>s sobre hospe<strong>de</strong>iros vivos (grupocontrole). A alimentação foi realizada em camun<strong>do</strong>ngos (Mus musculos), queforam imobiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sacos confecciona<strong>do</strong>s com telas <strong>de</strong> náilon emanti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um cristaliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> 20 cm <strong>de</strong> altura por 20 cm <strong>de</strong>diâmetro, on<strong>de</strong> colocava-se os insetos por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> duas horas (Figs. 9 e10).Durante a realizaçâo <strong>do</strong> experimento, tanto os insetos alimenta<strong>do</strong>sartificialmente, quanto os<strong>do</strong> grupo controle foram manti<strong>do</strong>s em estufaB.O.D. à 28 +/- I°C e 80 +/- 5% <strong>de</strong> U.R. com fotoperío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12 horas.


FIGURA 9. Sacos <strong>de</strong> tela <strong>de</strong> náilon para contenção <strong>de</strong> camun<strong>do</strong>ngosutiliza<strong>do</strong>s na alimentação <strong>do</strong> grupo controle.25


FIGURA 10. Cristaliza<strong>do</strong>r (20 cm <strong>de</strong> altura x 20 cm <strong>de</strong> diâmetro) utiliza<strong>do</strong> naalimentação <strong>do</strong> grupo controle.26


274. RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1 Número <strong>de</strong> repastos realiza<strong>do</strong>s por R. <strong>pictipes</strong>Segun<strong>do</strong> JUAREZ (1970) o número <strong>de</strong> repastos realiza<strong>do</strong>s pelostriatomíneos tem uma gran<strong>de</strong> importância <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista epi<strong>de</strong>miológico, jáque quanto mais contatos ocorrerem entre vetores e hospe<strong>de</strong>iros, maior será aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção ou transmissão <strong>do</strong> T. cruzi. No presente trabalhoobservou-se poucas repetições <strong>de</strong> repastos em cada fase <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,tanto no grupo alimenta<strong>do</strong> artificialmente quanto no grupo controle, o que éuma característica bastante conhecida em algumas espécies <strong>do</strong> gênero<strong>Rhodnius</strong> <strong>Stal</strong>, 1859. Do ponto <strong>de</strong> vista epi<strong>de</strong>miológico, essa característicaseria "compensada" pela gran<strong>de</strong> rapi<strong>de</strong>z na ingestão <strong>do</strong> sangue e pela<strong>de</strong>fecação imediatamente após, ou mesmo simultaneamente ao repasto.


28ROCHA e cols. (1994) observaram que o 1º estádio <strong>de</strong> R. <strong>pictipes</strong> necessita<strong>de</strong> 1,6 repastos em média, quan<strong>do</strong> alimenta<strong>do</strong> em pombos, para alcançar a faseseguinte,média superior à obtida no presente trabalho para alimentaçãoartificial que foi <strong>de</strong> 1 repasto. Observaram ainda que em 45,5 % <strong>do</strong>s repastosrealiza<strong>do</strong>s por R. <strong>pictipes</strong> a <strong>de</strong>fecação foi imediata, e em 60% ocorreu sobre afonte <strong>de</strong> alimentação. Ainda quanto ao número <strong>de</strong> repastos necessários para aocorrência da ecdise, verificou-se no presente trabalho, que os insetosalimenta<strong>do</strong>s artificialmente apresentaram perío<strong>do</strong>s mínimos e máximosinferiores aos obti<strong>do</strong>s no grupo controle, além disso as médias foram inferioresno 1°, 2 ° e 4 ° estádios e nas fêmeas, e apenas no 3º estádio a média <strong>do</strong> grupocontrole foi nitidamente superior à obtida para o grupo alimenta<strong>do</strong>artificialmente (Tabelas 1 e 2).Outro aspecto constata<strong>do</strong> no presente trabalho foi a maiorhomogeneida<strong>de</strong> no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> intermuda obti<strong>do</strong> na alimentação artificial. Esseé um aspecto importante no controle <strong>de</strong> uma criação em laboratório, permitin<strong>do</strong>que um maior número <strong>de</strong> insetos alcancem simultâneamente a fase adultaaumentan<strong>do</strong> as possibilida<strong>de</strong>s e frequência <strong>de</strong> cópulas. Nos insetos alimenta<strong>do</strong>sartificialmente observou-se que no lº e 2° estádios to<strong>do</strong>s os insetos


29necessitaram <strong>de</strong> um repasto para que ocorressem as mudas, nos <strong>de</strong>maisestádios também ocorreram diversas mudas com apenas uma alimentação(Tabelas 3 e 4).GOODCHILD (1955) observou que em T. infestans, e em outrasespécies <strong>do</strong> gênero, é comum a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um repasto para darcontinuida<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento após o 3° estádio. Segun<strong>do</strong> este autor asespécies <strong>do</strong> gênero <strong>Rhodnius</strong> conseguem ingerir quantida<strong>de</strong>s maiores <strong>de</strong> sangueem relação ao seu tamanho, porque a região pleural <strong>de</strong> seu abdôme não étotalmente esclerotizada, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> disten<strong>de</strong>r-se em maior proporção, permitin<strong>do</strong>que alcancem a repleção total com maior facilida<strong>de</strong>, o que não ocorre nogênero Triatoma Laporte, 1832.Um outro fator que po<strong>de</strong> influenciar <strong>de</strong> forma marcante o número <strong>de</strong>repastos realiza<strong>do</strong>s, é o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> privação alimentar a que são submeti<strong>do</strong>santes <strong>do</strong> oferecimento da alimentação. Mc EWEN & LEHANE (1993)observaram o efeito <strong>do</strong> intervalo entre as alimentações, no <strong>de</strong>senvolvimento dasninfas e subsequente alteração no comportamento <strong>de</strong> vôo <strong>do</strong>s adultos, e naautogenia das fêmeas <strong>de</strong> T. infestans. Verificaram que, ninfas <strong>de</strong> 5° estádio


30alimentadas em intervalos curtos originaram fêmeas frequentemente maiores,mais longevas e com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ovos.No presente trabalho ambos os grupos foram alimenta<strong>do</strong>s em média setedias após a eclosão ou muda, e os intervalos entre os repastos foram em média<strong>de</strong> 15 dias. Este perío<strong>do</strong> foi padroniza<strong>do</strong> a fim <strong>de</strong> evitar a influência <strong>de</strong>ssesfatores nos resulta<strong>do</strong>s e na tentativa <strong>de</strong> homogeneizar os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong>intermuda. A regularida<strong>de</strong> nesses perío<strong>do</strong>s foi observada por GARCIA e cols.(1975) para R. prolixus e por LENT & VALDERRAMA (1977) para R.<strong>pictipes</strong>.


354.2 Ingestão <strong>de</strong> sangue por R. <strong>pictipes</strong>A importância da quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> alimento no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>do</strong>s triatomíneos tem si<strong>do</strong> ressaltada por diversos autores. O número <strong>de</strong> ovosproduzi<strong>do</strong>s por R. prolixus, está diretamente relaciona<strong>do</strong> à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sangue ingeri<strong>do</strong> (BUXTON, 1930; FRIEND e cols., 1965; REGIS, 1979).Segun<strong>do</strong> WIGGLESWORTH (1960) e PRATT & DAVEY (1972) aprodução <strong>de</strong> ovos por R. prolixus é em última instância, o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> repastosanguíneo e da cópula sobre o sistema neurosecretor.Em 1939, WIGGLESWORTH <strong>de</strong>monstrou em R. prolixus que adistensão <strong>do</strong> abdômen <strong>do</strong> inseto provocada pela ingestão <strong>do</strong> sangue provocaum estímulo nervoso, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>an<strong>do</strong> o processo da muda. Segun<strong>do</strong> BECKEL& FRIEND (1964) as glândulas torácicas secretam a ecdisona que estimula adivisão das células epidérmicas, produzin<strong>do</strong> uma nova cutícula. CORRÊA1962) alimentou T. infestans em gambá, galinha e cão obten<strong>do</strong> médias <strong>de</strong>ingestão <strong>de</strong> sangue diferentes para cada uma. FRIEND e cols. 1965)estudaram a relevância da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os estádios <strong>de</strong> R. prolixus e LENT & VALDERRAMA (1977)


36fizeram observações sobre a ingestão <strong>de</strong> sangue em R. prolixus, alimentan<strong>do</strong>-osem camun<strong>do</strong>ngos com intervalos varian<strong>do</strong> entre 15 e 22 dias, registran<strong>do</strong> aingestão média <strong>de</strong> sangue por estádio, obten<strong>do</strong> os seguintes valores: 3,54mgpara o 1º estágio; 9,84mg para o 2°; 31,19mg para o 3°; 85,66mg para o 4º e226,79mg para o 5° estádio. GARCIA e cols. (1975) estudan<strong>do</strong> R. prolixussubmeti<strong>do</strong> a alimentação artificial obtiveram resulta<strong>do</strong>s muito semelhantes aosobti<strong>do</strong>s no presente trabalho (Figuras 12 e 13). PERLOWAGORA-SZUMLEWICZ (1975) registrou para R. neglectus Lent, 1954 através <strong>de</strong>alimentação in vivo as seguintes médias <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> por estádio: 1º1,71mg; 2° 8,7mg; 3° 13,5 mg; 4° 17,8 mg; 5° 124 mg; machos 67,5 mg efêmeas 100,5mg. Esses resulta<strong>do</strong>s são inferiores aos obti<strong>do</strong>s no presentetrabalho, tanto para o grupo alimenta<strong>do</strong> artificialmente quanto para o grupocontrole. RODRIGUEZ & RABINOVICH (1980) trabalhan<strong>do</strong> com R.prolixus através <strong>de</strong> alimentação in vivo <strong>de</strong>monstraram que quan<strong>do</strong> os insetossugam gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sangue, ficam menos vulneráveis asadversida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> meio. SCHOFIELD (1982) <strong>de</strong>monstrou que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>T. infestans po<strong>de</strong> ser regulada pelo seu esta<strong>do</strong> nutricional e mostrou quequan<strong>do</strong> o sangue ingeri<strong>do</strong> é restrito, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ninfal


37aumenta e a fertilida<strong>de</strong> diminui. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> também é umfator <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no estu<strong>do</strong> da dispersão <strong>do</strong>s adultos; segun<strong>do</strong>EKKENS (1981) e LEHANE & SCHOFIELD (1981, 1982) diferenças noesta<strong>do</strong> nutricional influenciam na dispersão <strong>do</strong>s insetos aumentan<strong>do</strong> oudiminuin<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vôo.Em T. brasiliensis a postura também é influenciada pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sangue ingeri<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> a interação entre o peso antes <strong>do</strong> repasto e o sangueingeri<strong>do</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a produção e viabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s ovos(BRASILEIRO, 1984). A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> por várias espécies<strong>de</strong> triatomíneos está listada na Tabela 5; os resulta<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstrama heterogeneida<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> alimentar <strong>de</strong> cada espécie quan<strong>do</strong> submetidasa condições distintas <strong>de</strong> alimentação, confirman<strong>do</strong> a influência que a qualida<strong>de</strong>e quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sangue exercem sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses insetos. Aquantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> espécie para espécie oumesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma espécie, inclusive utilizan<strong>do</strong>-se a mesma fontealimentar, em repastos distintos (Tabelas 6 e 7). Esses resulta<strong>do</strong>s indicam queas condições ambientais (temperatura e umida<strong>de</strong>) e alimentares (imobilização<strong>do</strong> hospe<strong>de</strong>iro ou aquecimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong> sangue) interagem com as


38características individuais <strong>de</strong> cada inseto (maior ou menor facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>adaptação às condições artificiais <strong>de</strong> laboratório). No presente trabalho foiobserva<strong>do</strong> que o 2º estádio foi o que apresentou o maior aumento <strong>de</strong> pesocorporal, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> lº estádio. Estes valores se aproximam <strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s porBUXTON (1930), ZELEDON e cols. (1970 a e b), RABINOVlCH (1972),BRASILEIRO & PERONDINI (1974). Apesar das médias registradas poresses autores serem distintas, as proporções <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> peso corporal forampróximas.Em R. <strong>pictipes</strong> o aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> foicrescente com o <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s insetos, alcançan<strong>do</strong> o picono 5° estádio, tanto para os alimenta<strong>do</strong>s artificialmente como para osalimenta<strong>do</strong>s em camun<strong>do</strong>ngos. Na fase adulta houve um <strong>de</strong>créscimo naquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong>, com o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> repastos emambos os grupos. Esse <strong>de</strong>créscimo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ausência da necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma repleção total para o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> muda. Osmachos alimenta<strong>do</strong>s artificialmente sugaram quantida<strong>de</strong>s maiores que asfêmeas, o que não foi observa<strong>do</strong> no grupo controle, on<strong>de</strong> as fêmeasapresentaram valores <strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong> sangue superiores aos machos. Esses


39resulta<strong>do</strong>s são semelhantes aos obti<strong>do</strong>s em alimentação natural por diversosautores como, ZELEDON e cols. (1970 a e b) para T. dimidiata Latreille,1911, WOOD (1975) para T. protracta e COLIER e cols. (1977) para T.phyllosoma (Burmeister, 1835). As fêmeas geralmente ingerem quantida<strong>de</strong>ssuperiores <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao maior <strong>de</strong>sgaste a que são submetidas durante acópula, maturação <strong>do</strong>s ovos e oviposição.Para cada espécie <strong>de</strong> triatomíneo existe uma frequência e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>alimentação ótimas, na qual a alimentação não limita nenhum parâmetro vital.A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>ssas frequências e quantida<strong>de</strong>s específicas, são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância epi<strong>de</strong>miológica e <strong>de</strong> muita utilida<strong>de</strong> para a criação em laboratório.As observações feitas durante os diversos repastos realiza<strong>do</strong>sartificialmente, revelaram que os insetos localizaram a membrana aquecida empoucos segun<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> movimentos antenais típicos, picaram epermaneceram imóveis durante to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> sucção, comportamentoesse igual ao observa<strong>do</strong> na alimentação em hospe<strong>de</strong>iros vivos.


FIGURA 11 - Quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> por repasto, em <strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong><strong>Stal</strong>, 1872 alimenta<strong>do</strong> através <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> silicone.


FIGURA 12 - Quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> sangue ingeri<strong>do</strong> por repasto, em <strong>Rhodnius</strong> <strong>pictipes</strong><strong>Stal</strong>, 1872 alimenta<strong>do</strong> em camun<strong>do</strong>ngos.


454.3 Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das ninfas e longevida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s adultos <strong>de</strong>R. <strong>pictipes</strong>O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s triatomíneos além <strong>de</strong> relaciona<strong>do</strong> ascondições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> temperatura e umida<strong>de</strong>, relaciona-se à fonte <strong>de</strong> alimento(LWOFF & NICOLLE, 1945: HACK, 1955). Vários autores registraram operío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> diversas espécies <strong>de</strong> triatomíneos. Embora ascondições climáticas e alimentares sejam distintas das estabelecidas nopresente trabalho, torna-se significativo extrapolar as comparações, com intuito<strong>de</strong> estabelecer parâmetros i<strong>de</strong>ais para manutenção <strong>de</strong> R. <strong>pictipes</strong> emlaboratório, pois este é o primeiro experimento on<strong>de</strong> essa espécie foi mantidaatravés <strong>de</strong> alimentação artificial.Não houve diferença significativa nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoentre os grupos alimenta<strong>do</strong>s artificialmente e in vivo segun<strong>do</strong> o teste <strong>de</strong> Tukeypara p>0,05, embora algumas médias apresentem diferenças. O perío<strong>do</strong> médio<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s insetos alimenta<strong>do</strong>s artificialmente foi superior emtodas as fases ao registra<strong>do</strong> para os insetos alimenta<strong>do</strong>s em camun<strong>do</strong>ngos,exceto em relação às fêmeas que apresentaram perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> sobrevida menor queos machos (Tabelas 8 e 9). Do lº ao 4º estádios, em ambos os grupos, osinsetos necessitaram em média <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> um mês para alcançar o estádio


46seguinte, o que foi observa<strong>do</strong> também para R. neglectus porPERLOWAGORA-SZUMLEWICZ (1975), para R. neivai Lent, 1953 porCARCAVALLO e cols. (1976) e LENT & VALDERRAMA (1977), para R.prolixus por LENT & VALDERRAMA (1977) e para R. <strong>pictipes</strong> por SILVA& SILVA (1990). Também para ambos os grupos foram registra<strong>do</strong>s para o 5°estádio perío<strong>do</strong>s médios <strong>de</strong> 35 dias para a ocorrência da mudaimaginal, aproximan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por OTERO e cols.(1976)que registraram média <strong>de</strong> 26 dias quan<strong>do</strong> alimenta<strong>do</strong>s em galinhas, esseperío<strong>do</strong> foi nitidamente inferior ao registra<strong>do</strong> para essa mesma espécie porLENT & VALDERRAMA (op. cit.) que registraram uma média <strong>de</strong> 52,5 dias,por SILVA & SILVA (op. cit.) que observaram 51,1 dias em média e porROCHA e cols. (1994) que registraram 107 dias em média.Os machos e as fêmeas alimenta<strong>do</strong>s em camun<strong>do</strong>ngos apresentaramperío<strong>do</strong>s médios <strong>de</strong> sobrevida estatísticamente iguais, o que não ocorreu para ogrupo controle, on<strong>de</strong> a sobrevida <strong>do</strong>s machos foi superior a registrada para asfêmeas (p


494.4 Percentual <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> R. <strong>pictipes</strong>No lº estádio <strong>de</strong> 50 espécimes alimenta<strong>do</strong>s artificialmente, só 9 nãoatingiram o 2° estádio, o que representa uma taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18%,próxima a obtida para o grupo controle que foi <strong>de</strong> 16% (Figs. 13 e 14). Essastaxas po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas baixas se levarmos em conta fatores quedificultam a realização <strong>do</strong> primeiro repasto, como fragilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aparelhobucal, dificulda<strong>de</strong> para alcançar o hospe<strong>de</strong>iro (que muitas vezes se movimenta)e conseguir atingir um capilar. Embora esses <strong>do</strong>is últimos inconvenientes nãoexistam na alimentação artificial, a referida fragilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> rostro <strong>do</strong>s insetosnesta fase dificultou a alimentação e consequentemente o <strong>de</strong>senvolvimento.LENT & VALDERRAMA (1977) usan<strong>do</strong> pombos como fonte alimentarconstataram 33% <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong>; resulta<strong>do</strong>s similaresforam obti<strong>do</strong>s por ROCHA e cols. (1994) que registraram um percentual <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 38% durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> porém, que 12% só no lºestádio, utilizan<strong>do</strong> pombos como fonte sanguínea. Taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> nafaixa <strong>de</strong> l0 a 20% para o primeiro estádio vem sen<strong>do</strong> verificadas comfrequência também em espécies <strong>do</strong>s gêneros Triatoma; Panstrongylus (Berg,1859), Dipetalogaster Usinger, 1939 e Cavernicola Barber, 1937.


50RABINOVICH (1972) estudan<strong>do</strong> T. infestans registrou o maior índice<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> no 1º estádio ninfal. FELICIANGELI & RABINOVICH(1985) alimentan<strong>do</strong> T. maculata (Erichson, 1848) in vivo registrarammortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 17,2% no lº estádio. CORRÊA (1962) utilizan<strong>do</strong> três fontespara alimentação <strong>de</strong> T. infestans observou percentuais <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> no lºestádio, distintos para cada uma, sen<strong>do</strong> 20,4% nos insetos alimenta<strong>do</strong>s emgambá, 11,5% em galinha e 5,7% em cão. COSTA & JURBERG (1990)observaram percentual <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30% em C. lenti Barrett & Arias,1985.Os percentuais <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> nos <strong>do</strong>is grupos diminuíram durante operío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento até o 4° estádio on<strong>de</strong> não houve mortalida<strong>de</strong>. No5° estádio os percentuais voltaram a crescer atingin<strong>do</strong> 10% na alimentaçãoartificial e 6% na alimentação em camun<strong>do</strong>ngo. No 5° estádio foi observa<strong>do</strong> emambos os grupos o surgimento <strong>de</strong> insetos que morreram durante o processo <strong>de</strong>muda, não conseguin<strong>do</strong> livrar-se totalmente da exúvia, ocorren<strong>do</strong> a quitinização<strong>do</strong> tegumento <strong>de</strong>ntro da mesma, o que também tem si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> por diversosautores para várias espécies (BARRETTO e cols., 1981; COSTA e cols.,


511987). As fêmeas alimentadas artificialmente sobreviveram por um perío<strong>do</strong>menor <strong>de</strong> dias (44,5 dias) em relação aos adultos <strong>de</strong> ambos os grupos.Os bons resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s comparan<strong>do</strong>-se os <strong>do</strong>is grupos utiliza<strong>do</strong>s,mostram que po<strong>de</strong>mos otimizar a criação <strong>de</strong> R. <strong>pictipes</strong> em laboratório, atravésda alimentação artificial com uso <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> silicone, simplifican<strong>do</strong> omanuseio da colônia. A membrana <strong>de</strong>monstrou ser <strong>de</strong> fácil manipulação elavagem, apresentou textura uniforme, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser reutilizada apresentan<strong>do</strong>baixo custo. O comportamento <strong>de</strong>ssa espécie em relação à membrana foi igualao observa<strong>do</strong> durante a alimentação em hospe<strong>de</strong>iros vivos. Esses resulta<strong>do</strong>s<strong>comparativos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento indicam que cada espécie possui diferentesadaptações à condições artificiais a que são expostas, e que somente os estu<strong>do</strong>sindividuais como esses po<strong>de</strong>m esclarecer a dinâmica biológica <strong>de</strong> cada espéciee assim <strong>de</strong>terminar os procedimentos que po<strong>de</strong>rão ser utiliza<strong>do</strong>s em campanhas<strong>de</strong> controle e utilização <strong>de</strong> espécies em xenodiagnóstico.


FIGURA 13 - Percentual <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ninfas <strong>de</strong> R.<strong>pictipes</strong> alimentadas artificialmente através<strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> silicone.52


FIGURA 14 - Percentual <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ninfas <strong>de</strong> R.<strong>pictipes</strong> <strong>Stal</strong>, 1872 alimentadas em camun<strong>do</strong>ngosalbinos.53


545. CONCLUSÕES1. A membrana <strong>de</strong> silicone po<strong>de</strong> ser utilizada com eficiência naalimentação artificial <strong>de</strong> ninfas e adultos <strong>de</strong> R. <strong>pictipes</strong> e <strong>de</strong>monstrouser importante mo<strong>de</strong>lo experimental.2. Não houve diferença significativa entre os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentodas ninfas alimentadas artificialmente e das alimentadas sobrehospe<strong>de</strong>iros vivos (grupo controle).3. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s machos alimenta<strong>do</strong>s artificialmente foisuperior a <strong>do</strong> grupo controle, porém, o das fêmeas foi ligeiramenteinferior.4. As ninfas alimentadas artificialmente necessitaram <strong>de</strong> menos repastossanguíneos que as <strong>do</strong> grupo controle para realizarem a muda, exceto as<strong>do</strong> 3 ° e 5 ° estádios on<strong>de</strong> o número médio <strong>de</strong> repastos realiza<strong>do</strong>s foi umpouco superior aos obti<strong>do</strong>s para o grupo controle.


555. Machos e fêmeas alimenta<strong>do</strong>s artificialmente também realizaram menosrepastos que os <strong>do</strong> grupo controle.


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