12NOTASO que acontece e o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> acontecer por aquiUma ponte entre Maré e VascoUma parceria está <strong>da</strong>n<strong>do</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para atletas realizarem testenum gran<strong>de</strong> clube. A Escolinha <strong>do</strong> Mário, que funciona na ciclovia <strong>do</strong>Conjunto Pinheiro com apoio <strong>do</strong> Instituto Roberto Dinamite <strong>de</strong> Futsal,levou quatro meni<strong>no</strong>s para avaliação <strong>no</strong> Vasco. Foram os primeiros<strong>do</strong> grupo que será convoca<strong>do</strong> para o exame. Nessa primeira leva osescolhi<strong>do</strong>s foram os zagueiros Juan Rodrigues, <strong>de</strong> 7 a<strong>no</strong>s, e FranciscoIvan, <strong>de</strong> 8; e os atacantes Rafael Sousa, <strong>de</strong> 8, e Wen<strong>de</strong>l Lima, <strong>de</strong> 13.Maré <strong>de</strong> Notícias N o 46 - outubro / 2013Elisângela Leite“Sinto-me em casa aqui. Foi muito legal fazer o teste. Na próxima achoque tenho chance <strong>de</strong> passar. Meu sonho é ser joga<strong>do</strong>r <strong>de</strong> futebol”, confessaWen<strong>de</strong>l, que treina <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 4 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.A escolinha existe há 17 a<strong>no</strong>s, já ten<strong>do</strong> envia<strong>do</strong> um meni<strong>no</strong> para oBotafogo. “Aqui as portas estão abertas para a garota<strong>da</strong>. Faço esse trabalho,pois na minha época não tinha essa força”, lembra o ex-joga<strong>do</strong>r<strong>do</strong> Madureira e treina<strong>do</strong>r Mário Alves. A escolinha conta com 82 meni<strong>no</strong>se seis meninas e funciona às terças e quintas, <strong>da</strong>s 16 às 20h. Otreinamento é gratuito.Rosilene MiliottiPara<strong>da</strong> gay <strong>da</strong> Vila <strong>do</strong> João atrai 8 milCerca <strong>de</strong> 8 mil pessoas participaram <strong>da</strong> 5ª Para<strong>da</strong> Gay – Maré sempreconceito, realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>do</strong>mingo, 6 <strong>de</strong> outubro, na Vila <strong>do</strong> João e naVila <strong>do</strong> Pinheiro. “Queremos mostrar à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>LGBT vive feliz. A Vila <strong>do</strong> João é pacífica e po<strong>de</strong>mos ir e vir sem nenhumtipo <strong>de</strong> preconceito”, conta Alberto Araújo Duarte, o Beto, organiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong>evento, que contou com a presença <strong>de</strong> David Brasil, Susy Brasil e transformistas<strong>do</strong> Rio.
13Boxea<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Marérumo ao mundialESPORTERosilene MiliottiCuriosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>fesa pessoal, essesforam os motivos que levaramo mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Maré a praticar boxe<strong>no</strong> Luta Pela Paz, em 2001. “Minhamãe ficou muito preocupa<strong>da</strong> e chegoua pedir para eu parar com essai<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> lutar boxe. Minha famíliaincentiva, mas minha mãe ain<strong>da</strong>tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> que eu me machuque”,brinca Roberto Custódio que,em setembro, sagrou-se campeãoContinental na categoria até 69kg.Engana-se quem pensa que vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> atleta éfácil. Roberto confessa que teve dúvi<strong>da</strong> emcontinuar <strong>no</strong> esporte, principalmente quan<strong>do</strong>foi convoca<strong>do</strong> para a seleção brasileira <strong>de</strong>boxe, que treina em São Paulo. “Na épocaminha esposa estava grávi<strong>da</strong> e não queriaO boxea<strong>do</strong>r Roberto Custódio tor<strong>no</strong>u-se campeão Continental<strong>de</strong> Boxe na categoria até 69 kg e se prepara para participar <strong>do</strong>Mundial, a partir <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> outubro, <strong>no</strong> Cazaquistão<strong>de</strong>ixá-la sozinha. Mas ela me incentivoue foi muito forte em passar esses mesespraticamente sozinha em um momento final<strong>de</strong> gestação. Nossa filha nasceu bem e euestava em uma competição <strong>no</strong> momento <strong>do</strong>nascimento <strong>de</strong>la, por isso não pu<strong>de</strong> estarpresente”, lamenta.Como i<strong>de</strong>ntificar um atletaSegun<strong>do</strong> Roberto, a <strong>de</strong>dicação a um esportefaz muita diferença, mas nem to<strong>do</strong>s quetreinam chegarão a ser um atleta <strong>de</strong> altorendimento. Ele mesmo não pensava em seratleta <strong>de</strong> seleção. “Com o passar <strong>do</strong> tempo,isso foi viran<strong>do</strong> uma meta. Agora é só umaquestão <strong>de</strong> tempo e logo teremos maisjovens <strong>da</strong> Maré aqui em São Paulo treinan<strong>do</strong>na seleção”, acredita ele.Para Luke Dowdney, fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> Luta pelaPaz, situa<strong>do</strong> na Nova Holan<strong>da</strong>, existe umprocesso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação para saber seum a<strong>do</strong>lescente tem potencial para serum atleta, mas é importante dizer queo <strong>do</strong>m <strong>do</strong> boxe não dá para ensinar. “Otreina<strong>do</strong>r percebe alguns elementos, comocoor<strong>de</strong>nação motora avança<strong>da</strong>, inteligência<strong>no</strong> ringue, habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ler o adversárioe a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> lutar. Uma combinação <strong>de</strong>talento, empenho e gosto para o que faz”,explica. No caso <strong>de</strong> Roberto, o treina<strong>do</strong>rGibi foi quem o acompanhou <strong>de</strong> perto atéa convocação <strong>do</strong> rapaz para a seleção.Sobre a vitória <strong>de</strong> Roberto, Luke diz queele é um atleta <strong>de</strong> projeção mundial comgran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> ir para os jogosolímpicos <strong>de</strong> 2016. O Luta, que fica naNova Holan<strong>da</strong>, é um projeto que nasceucom o objetivo <strong>de</strong> acolher jovens quemuitas vezes são vistos como problema,mas que hoje é procura<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>resem geral.DivulgaçãoMaré <strong>de</strong> Notícias N o 46 - outubro / 2013