12.07.2015 Views

Obra no Canal do Cunha - Redes de desenvolvimento da Maré

Obra no Canal do Cunha - Redes de desenvolvimento da Maré

Obra no Canal do Cunha - Redes de desenvolvimento da Maré

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Não é só outra morteMortes na Maré imprimem <strong>no</strong>s mora<strong>do</strong>res um misto <strong>de</strong> me<strong>do</strong> e revoltaRosilene MiliottiQuem nunca ouviu a frase:“Era bandi<strong>do</strong>, por isso apolícia matou”? Em maio<strong>de</strong>ste a<strong>no</strong>, cinco pessoasforam mortas pela polícia emum apartamento <strong>no</strong> ConjuntoPinheiro e os mora<strong>do</strong>res foramobriga<strong>do</strong>s a limpar o local.Na<strong>da</strong> <strong>de</strong> perícia ou <strong>no</strong>tíciana imprensa. Um mês <strong>de</strong>pois,outras <strong>no</strong>ve pessoas forammortas pela polícia e boa parte<strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicaçãojustificou a chacina dizen<strong>do</strong>que a maioria <strong>da</strong>s vítimas tinhapassagem pela polícia.Os meses se passaram e ninguém falamais na<strong>da</strong>. O que fica é o sentimento<strong>de</strong> naturalização por morte violenta nasfavelas. Para a assistente social GiseleMartins, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> equipe social<strong>da</strong> <strong>Re<strong>de</strong>s</strong> <strong>da</strong> Maré, há uma linha muitotênue entre o me<strong>do</strong> e a revolta por parte<strong>do</strong>s familiares <strong>da</strong>s vítimas. Além disso,a própria família muitas vezes naturalizaa morte porque a vítima fazia parte <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> crime ou porque estava na ruaem um horário que não <strong>de</strong>veria estar.Vânia Gomes, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> DigaíMaré, explica que a questão <strong>da</strong> banalização<strong>da</strong> violência na Maré é uma perguntaque <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>da</strong>, porémnão existe uma resposta única. “Comorespon<strong>de</strong>r por uma violência que toca aca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> forma diferente? Não há nenhumateoria que dê conta <strong>de</strong> explicaro mo<strong>do</strong> particular <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um li<strong>da</strong>r comsituações difíceis em sua vi<strong>da</strong>. Muitasvezes uma aparência <strong>de</strong> banalizaçãoencobre um sofrimento gran<strong>de</strong> que apareceem outro lugar, <strong>de</strong> outro jeito. Nóssó temos a apren<strong>de</strong>r com as pessoasque <strong>no</strong>s procuram e que topam fazerum trabalho <strong>de</strong> subjetivar um sofrimentocom os instrumentos que a psicanáliseoferece”, esclarece ela.O Digaí Maré oferece tratamento psicoterapêuticoem grupo para crianças,a<strong>do</strong>lescentes e adultos. Em oito a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>existência, o projeto já realizou cerca <strong>de</strong>mil atendimentos. O objetivo é tornar oprocesso psicanalítico acessível ao mora<strong>do</strong>rque queira elaborar suas própriassaí<strong>da</strong>s ou soluções para momentos difíceis.Mais informações sobre o Digaí Maré na Rua Sofia Azeve<strong>do</strong>, 50, na Nova Holan<strong>da</strong>.SEGURANÇA PÚBLICA<strong>de</strong> Notícias No 46 - outubro / 20137MaréPolicial lê sobre mortes violentas na Conferência Livre <strong>da</strong> Maré, em 2009Rosilene Miliotti / Imagens <strong>do</strong> Povo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!