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Estudo de Eventuais Patologias Associadas ao Uso da Lama ...

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A busca por alternativas ambientalmente e economicamenteviáveis <strong>de</strong> reciclagem incluem aplicações <strong>da</strong> lama vermelha comoadsorvente para a remoção <strong>de</strong> cádmio, zinco e arsênio, flúor, chumboe cromo em soluções aquosas 8 , como componente <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong>construção, tais como tijolos 9 , cerâmicas e telhas 10 , esmaltes 11 , comocompósitos <strong>de</strong> base polimérica para substituir a ma<strong>de</strong>ira 12 , cimentosricos em ferro 5,6 , etc. A utilização como material <strong>de</strong> construçãocomum tem sido sugeri<strong>da</strong> como uma alternativa que garante altastaxas <strong>de</strong> consumo 13 .No entanto, seu uso in<strong>de</strong>vido po<strong>de</strong> causar sérias patologiasem argamassas <strong>de</strong> revestimentos ou até mesmo <strong>de</strong>scolamento dorevestimento cerâmico <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> processo expansivo, resultado <strong>da</strong>Reação Álcalis-Sílica (RAS).1.1. Reações Álcalis-Sílica (RAS)A <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do concreto por ações químicas é um fenômenoextremamente complexo, envolvendo muitos parâmetros, nem semprefáceis <strong>de</strong> serem isolados e que atuam em diferentes graus.As Reações Álcalis-Agregado (RAA) são reações químicasque se <strong>de</strong>senvolvem entre constituintes reativos dos agregadose íons alcalinos e hidroxilos presentes na solução intersticial <strong>da</strong>pasta <strong>de</strong> cimento, po<strong>de</strong>ndo ter um efeito altamente prejudicialpara as argamassas 14,15 . Estas reações são <strong>de</strong> caráter fortementeexpansivo, levando <strong>ao</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tensões internas nomaterial e consequente fissuração, frequentemente acompanha<strong>da</strong>s doaparecimento <strong>de</strong> eflorescências e exsu<strong>da</strong>ções à superfície.Apesar <strong>de</strong> dificilmente ser referi<strong>da</strong> como causa primária docolapso, a fissuração gera<strong>da</strong> pela RAA po<strong>de</strong> favorecer outros processos<strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração como a carbonatação, <strong>de</strong>scolamento <strong>de</strong> revestimentoscerâmicos e a corrosão <strong>da</strong>s armaduras, no caso do concreto armado 15 .Existem três tipos distintos <strong>de</strong> RAA: Reações Álcalis-Sílica (RAS),reações álcalis-silicato e reações álcalis-carbonato.A reação álcalis-sílica é o tipo <strong>de</strong> reação álcalis-agregado maiscomum e que tem recebido maior atenção. A RAS correspon<strong>de</strong>essencialmente a uma reação química entre certas formas <strong>de</strong> sílicareativa, possuindo estrutura mais ou menos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e, por isso,instável num meio <strong>de</strong> elevado pH, e os íons alcalinos (Na + e K + ) ehidroxilos (OH - ) presentes na solução intersticial <strong>da</strong> pasta <strong>de</strong> cimento,produzindo um gel <strong>de</strong> silicato alcalino 15 .A veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> concentração dos hidróxidosalcalinos na solução intersticial. Os íons cálcio (Ca 2+ ), cuja fonteprincipal é a portlandita (hidróxido <strong>de</strong> cálcio) forma<strong>da</strong> pelas reações<strong>de</strong> hidratação do cimento penetram rapi<strong>da</strong>mente no gel, <strong>da</strong>ndoorigem a geles <strong>de</strong> silicatos <strong>de</strong> cálcio, sódio e potássio. Estes geles sãocapazes <strong>de</strong> absorver moléculas <strong>de</strong> água e expandir, gerando forçasexpansivas 15,16 .As reações álcalis-silicato é um fenômeno mais complexo e temsido pouco explorado. Supõe-se que o mecanismo <strong>de</strong> expansão sejasemelhante à RAS, sendo, no entanto, mais lenta 15 . Frequentementeestes dois tipos <strong>de</strong> reações são englobados num mesmo termo genérico<strong>de</strong> Reações Álcalis-Sílica (RAS).A reação álcalis-carbonato é explica<strong>da</strong> por uma <strong>de</strong>sdolomitização,ou seja, uma <strong>de</strong>composição do carbonato duplo <strong>de</strong> cálcio e magnésio(dolomita) por ação <strong>da</strong> solução intersticial alcalina, a qual originaum enfraquecimento <strong>da</strong> ligação pasta <strong>de</strong> cimento-inerte. Não há aformação <strong>de</strong> geles expansivos e a expansão é atribuí<strong>da</strong> à absorção<strong>de</strong> íons hidróxilos pelos minerais <strong>de</strong> argila 15 .Assim, os fatores condicionantes <strong>da</strong> reação álcalis-agregadoassociados à veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> reação são 17,18 :• Temperatura, sendo maior a expansão quanto maior atemperatura;• Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> Eleva<strong>da</strong>;• Alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> suficientemente eleva<strong>da</strong> <strong>da</strong> solução intersticial;32• Existência <strong>de</strong> inertes reativos com concentrações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>uma faixa crítica e;• Granulometria, sendo maior a força <strong>de</strong> expansão à medi<strong>da</strong> quediminui a superfície específica do material.A RAA só será perigosa quando coexistirem estas condições 14-16 .Assim sendo, <strong>de</strong>vido à eleva<strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> íons Na + e OH - noresíduo <strong>de</strong> bauxita, provenientes do uso <strong>da</strong> so<strong>da</strong> caustica no processoBayer, as reações álcalis-agregado são foco <strong>de</strong> preocupação quantoà utilização <strong>de</strong>ste material <strong>de</strong> elevado pH como aditivo <strong>ao</strong> cimentoPortland em concretos e argamassas. Segundo diversos autores 19 ,uma concentração <strong>de</strong> Na 2O superior a 0,6% 14 ou entre 3 e 5 kg.m –3 ésuficiente para uma RAA acentua<strong>da</strong>.Os álcalis presentes no cimento Portland são expressos na forma<strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> potássio (K 2O) e óxido <strong>de</strong> sódio (Na 2O). A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> álcalis disponíveis no cimento Portland é expressa em equivalentealcalino em Na 2O (%Na 2O + 0,658.%K 2O) por apresentar melhorcorrelação com a expansão <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> à reação álcali-agregado 14,18 .Para ocorrer a RAA, o agregado <strong>de</strong>ve conter formas <strong>de</strong> sílicacapazes <strong>de</strong> reagir quimicamente com os íons hidroxila e os álcalispresentes na solução dos poros, tais como: vidro vulcânico, sílicaamorfa, sílica microscritalina, tridimita, cristobalita, calcedônia,opala, quartzo e feldspato <strong>de</strong>formados 18 .1.2. CarbonataçãoO gás carbônico, ou dióxido <strong>de</strong> carbono, juntamente com omonóxido <strong>de</strong> carbono são normalmente originados <strong>da</strong> queima <strong>de</strong>combustíveis, como os hidrocarbonetos (gasolina, óleo) e carvão. Emtemperaturas normalmente encontra<strong>da</strong>s em atmosferas ambientais,eles não costumam ser corrosivos para os materiais metálicos, embor<strong>ao</strong> gás carbônico forme com água o ácido carbônico (H 2CO 3), que éum ácido fraco. Entretanto, gás carbônico e umi<strong>da</strong><strong>de</strong> ocasionam acarbonatação <strong>da</strong> matriz cimentícia, responsável pela <strong>de</strong>terioração<strong>de</strong>sse material, com per<strong>da</strong> <strong>de</strong> resistência 20 .Matrizes cimentícias, quando expostas <strong>ao</strong>s gases como o gáscarbônico (CO 2), o dióxido <strong>de</strong> enxofre (SO 2) e o gás sulfídrico(H 2S), po<strong>de</strong> ter reduzido o pH <strong>da</strong> solução existente nos seus poros.A alta alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução intersticial <strong>de</strong>vido, principalmente, àpresença do hidróxido <strong>de</strong> cálcio, Ca(OH) 2, oriundo <strong>da</strong>s reações <strong>de</strong>hidratação do cimento, também po<strong>de</strong>rá ser reduzi<strong>da</strong>. Tal per<strong>da</strong> <strong>de</strong>alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>, em processo <strong>de</strong> neutralização, por ação, principalmente,do CO 2(gás carbônico), que transforma os compostos do cimento emcarbonatos, é um mecanismo chamado <strong>de</strong> carbonatação, segundo areação principal (Equação 1):HO 2( ) 2 2 3 2Ca OH + O ⎯ ⎯ ⎯→ CaCO + H O(1)De acordo com os estudos <strong>de</strong> Soretz apud Helene 21 asprofundi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> carbonatação aumentam, inicialmente, com gran<strong>de</strong>rapi<strong>de</strong>z, prosseguindo mais lentamente e ten<strong>de</strong>ndo assintoticamentea uma profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima. Essa tendência à estabilização po<strong>de</strong>ser explica<strong>da</strong> pela hidratação crescente do cimento, que aumentagra<strong>da</strong>tivamente a compaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja águasuficiente. Alia-se a isso, a ação dos produtos <strong>da</strong> transformação quetambém obstruem os poros superficiais, dificultando o acesso <strong>de</strong> CO 2,presente no ar, <strong>ao</strong> interior do concreto.A consequência <strong>da</strong> carbonatação é a redução <strong>da</strong> alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> doconcreto, <strong>de</strong>vido à lixiviação dos compostos cimentícios, que reagemcom os componentes ácidos <strong>da</strong> atmosfera, principalmente o dióxido<strong>de</strong> carbono (CO 2), resultando na formação <strong>de</strong> carbonatos e H 2O 22 . Pelofato do concreto ser um material poroso, o CO 2presente no ar penetracom uma certa facili<strong>da</strong><strong>de</strong> através dos poros, até o seu interior. Comisso, acontece a reação do CO 2com o hidróxido <strong>de</strong> cálcio, provocandoa carbonatação. Um mo<strong>de</strong>lo simples, proposto por Montenor et al. 23 ,consi<strong>de</strong>ra a carbonatação um fenômeno caracterizado por 4 etapas:Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011


• 1ª Etapa: O CO 2(g) difun<strong>de</strong> para o interior do concreto, <strong>de</strong>acordo com a Equação 2:− + 2− +CO2( g) → CO2( ag) + H2O + H2CO3 ↔ HCO3 + H → CO3 + 2H(2)ou• 2ª Etapa: O CO 2dissolvido na solução <strong>de</strong> poros do concretoreage com hidróxido <strong>de</strong> cálcio (Equação 3):Ca( OH) 2 + CO2( ag) → CaCO3 + H2O(3)• 3ª Etapa: Reação com silicatos e aluminatos ( Equações 4 e 5):2 SiO2.3 CaO.3H2O + 3CO2 → 2SiO2 + 3CaCO3 + 3H2O(4)4 CaO. Al2O3.13H2O + 4CO2 → 2 Al( OH) 3 + 4CaCO3 + 10H2O(5)• 4ª Etapa: o passo final do processo <strong>de</strong> carbonatação sempreproduz carbonato <strong>de</strong> cálcio e água. Porém, o carbonato <strong>de</strong> cálciotem uma solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> muito baixa e precipita <strong>de</strong>ntro dos porosreduzindo a porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e formando uma barreira <strong>ao</strong> progresso<strong>da</strong> frente <strong>de</strong> carbonatação.Tendo a relação água/cimento um papel prepon<strong>de</strong>rante napermeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>ao</strong>s gases, é natural que tenha gran<strong>de</strong> influência naveloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carbonatação. Po<strong>de</strong>-se observar que a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>carbonatação <strong>de</strong> concretos com relação água/cimento iguais a 0,80,0,60 e 0,45, em média, está na relação 4:2:1. A carbonatação po<strong>de</strong>ser cerca <strong>de</strong> 10 vezes mais intensa em ambientes climatizados doque em ambientes úmidos, <strong>de</strong>vido à diminuição <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>do CO 2no concreto por efeito <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> água 22 .Assim, há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma certa quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água nosporos para que as reações <strong>de</strong> carbonatação ocorram. Desta forma,a melhor condição para a carbonatação é aquela apresenta<strong>da</strong> naFigura 1, on<strong>de</strong> se observa a presença <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> naspare<strong>de</strong>s capilares e livre acesso à entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> CO 222,24.2. Materiais e Métodos2.1. Materiais2.1.1. Cimento portlandUtilizou-se um cimento Portland CP-II 32 Z, <strong>da</strong> marca Itaú,comercialmente encontrado na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos, São Paulo.2.1.2. <strong>Lama</strong> vermelhaPor apresentar-se na forma pastosa, a lama vermelha, gera<strong>da</strong>pela ALCOA do Brasil, em Poços <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s, MG, e utiliza<strong>da</strong> nestetrabalho foi seca e, posteriormente, <strong>de</strong>saglomera<strong>da</strong> para que se tivesseà disposição um material pulverulento.O teor <strong>de</strong> líquido presente inicialmente no resíduo é <strong>de</strong> cerca<strong>de</strong> 40%. Isto significa que o teor <strong>de</strong> sólidos (apenas 60%) que foiutilizado neste estudo, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, representa um aproveitamento<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1,67 vezes mais resíduo (100/60). O i<strong>de</strong>al, se verifica<strong>da</strong>a efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> adição <strong>de</strong>ste resíduo, é aproveitar a própria águaconstituinte como água <strong>de</strong> mistura <strong>da</strong> argamassa. Isto seria parte <strong>de</strong>uma nova etapa do projeto <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento.2.1.3. AreiaNeste trabalho foram utilizados dois tipos <strong>de</strong> areia: a primeira,<strong>de</strong> rio, normalmente comercializa<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos, SP.Para os ensaios <strong>de</strong> verificação <strong>da</strong> Reação Álcalis-Sílica (RAS) foiutiliza<strong>da</strong> uma areia gradua<strong>da</strong>, segundo a respectiva norma, e <strong>de</strong> altareativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, proveniente do rio Tejo, em Portugal, com o objetivo <strong>de</strong>tornar a análise mais efetiva.2.2. Métodos2.2.1. Caracterização <strong>da</strong>s matérias-primas.A caracterização dos materiais envolveu análises <strong>de</strong> difração <strong>de</strong>raio X (Rigaku Geirgeflex ME 210GF2 Diffractometer, configuradocom radiação CuKα, voltagem <strong>de</strong> 40 kV, corrente igual a 100 mA,e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> varredura igual a 4°/min) e fluorescência <strong>de</strong> raio X(Philips PW1480 X ray Fluorescence Spectrometer), enquanto osparâmetros físicos tais como área superficial específica (estima<strong>da</strong>por BET, usando um equipamento Micrometrics Gemini 2370 V1.02)e a massa específica (Helium Pycnometer Accupyc 1330 V2.01 <strong>da</strong>Micrometrics) também foram <strong>de</strong>terminados.2.2.2. Dosagem e mol<strong>da</strong>gem dos corpos-<strong>de</strong>-prova (CP´s)As matérias-primas envolvi<strong>da</strong>s foram caracteriza<strong>da</strong>s físicae quimicamente e partiu-se, então, para a elaboração do traço(relação entre os componentes <strong>da</strong> mistura, em peso). Para tal, foramrealizados vários testes, chegando-se <strong>ao</strong> “traço <strong>de</strong> referência” 1,0:3,0: 0,6 (cimento: areia: água), e que foi utilizado nas mol<strong>da</strong>gens doscorpos <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> argamassa. Sobre este traço final, foi acresci<strong>da</strong>a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo referente a ca<strong>da</strong> composição. Vale ressaltarque este acréscimo foi adicional ou substitucional com relação àmassa <strong>de</strong> cimento.As matérias-primas foram mistura<strong>da</strong>s mecanicamente emargamassa<strong>de</strong>ira durante três minutos e, a seguir, as massas foramverti<strong>da</strong>s em mol<strong>de</strong>s plásticos prismáticos com dimensões <strong>de</strong>4 × 4 × 16 cm 3 . Após isso, foram vibra<strong>da</strong>s por dois minutos, numafrequência <strong>de</strong> 60 Hz.Após 24 horas os corpos <strong>de</strong> prova utilizados nos ensaios <strong>de</strong>carbonatação foram <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>dos e acondicionados para posterioranálise. A cura foi imersa, com controle <strong>de</strong> temperatura e umi<strong>da</strong><strong>de</strong>(20 ± 1 °C e 70 ± 5%) do ambiente. Todos os resultados apresentadossão uma média <strong>de</strong> três <strong>de</strong>terminações, com <strong>de</strong>svio padrão máximo<strong>de</strong> 5%.2.2.3. Determinação <strong>de</strong> parâmetros reológicosArgamassas <strong>de</strong> cimento com adição <strong>de</strong> lama vermelha foramproduzi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com a norma NP EN 196-1, utilizando umtraço <strong>de</strong> 1,0: 3,0: 0,6 (cimento + lama, areia, água).As proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s reológicas foram <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> umreômetro Viskomat NT Schleibinger Geräte (Figura 2), aplicandouma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> 150 rpm durante 45 minutos. Aca<strong>da</strong> 15 minutos a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> era reduzi<strong>da</strong> para zero, manti<strong>da</strong> por30 segundos e então se aumentava novamente até 150 rpm.O mo<strong>de</strong>lo tradicionalmente usado para <strong>de</strong>terminar os parâmetrosreológicos (tensão <strong>de</strong> escoamento e viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica) <strong>da</strong>sargamassas é o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bingham (Equação 6).Figura 1. Representação esquemática <strong>da</strong> carbonatação parcial do concretoem estrutura porosa não satura<strong>da</strong> 22 .Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011 33


τ=τ 0 +µ pγ (6)on<strong>de</strong> τ (Pa) tensão <strong>de</strong> cisalhamento, τ o(Pa) tensão <strong>de</strong> escoamento,µ p(Pa.s) viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica and γ (s –1 ) representa a taxa <strong>de</strong>cisalhamento.Para reômetros que me<strong>de</strong>m o torque (T) como função <strong>da</strong>veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> (N), a equação <strong>de</strong> Bingham po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita <strong>da</strong> seguinteforma (Equação 7):T = g + hN(7)on<strong>de</strong> “T” é o torque, “g” a tensão <strong>de</strong> escoamento e “h” representa aviscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica.A ca<strong>da</strong> 15 minutos a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação (N) é reduzi<strong>da</strong> parazero. Nesse momento obtém-se a Figura 3a. Na curva <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong>, queestá <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> em vermelho, é aplicado o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bingham, <strong>de</strong>acordo com a Figura 3b. A tensão <strong>de</strong> escoamento (g) é representa<strong>da</strong>pelo coeficiente linear, enquanto a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica (h) pelocoeficiente angular.2.2.4. Profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carbonataçãoApós mol<strong>da</strong>dos, os corpos <strong>de</strong> prova prismáticos (4 × 4 × 16 cm 3 )foram colocados em uma câmara <strong>de</strong> carbonatação <strong>da</strong> empresaQuartzolit/Weber, em Aveiro, Portugal, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para 600 Le satura<strong>da</strong> com gás carbônico (Figura 4).Figura 2. Reômetro Viskomat NT Schleibinger Geräte utilizado para a<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s reológicas <strong>da</strong>s argamassas com adição <strong>de</strong>lama vermelha.Para a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carbonatação, foi elabora<strong>da</strong> umasolução aquosa-alcóolica, contendo 1% do indicador fenolftaleína.Esta solução foi posta em frascos com spray para que fosse facilmenteborrifa<strong>da</strong> sobre a superfície dos corpos <strong>de</strong> prova, sendo possível amedi<strong>da</strong> do grau <strong>de</strong> carbonatação pela reação concreto-solução. Afenolftaleína apresenta coloração róseo-avermelha<strong>da</strong> com valores<strong>de</strong> pH iguais ou superiores a 9,5, aproxima<strong>da</strong>mente e incolor abaixo<strong>de</strong>sse valor.Foram efetua<strong>da</strong>s verificações do nível <strong>de</strong> carbonatação quando oscorpos <strong>de</strong> prova atingiram as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> 3, 7, 14, 28, 52, 91 e 180 diase as amostras contendo resíduo foram compara<strong>da</strong>s às <strong>de</strong> referência.Para tal, as amostras foram rompi<strong>da</strong>s sob uma tensão <strong>de</strong> flexão, vistoque a serragem dos corpos <strong>de</strong> prova po<strong>de</strong>ria mascarar resultados coma mistura entre as zonas carbonata<strong>da</strong>s e não carbonata<strong>da</strong>s.2.2.5. Reação Álcalis-Agregado (RAA)De acordo com Reis e Silva 15 , ain<strong>da</strong> não existe um métodouniversalmente aceito para a avaliação <strong>da</strong> reativi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos agregados<strong>ao</strong>s inertes. Os dois métodos clássicos <strong>de</strong>senvolvidos nos EstadosUnidos, as normas ASTM C 289 (Stan<strong>da</strong>rd test method for potencialalkali reactivity of aggregates – Chemical method) e ASTM C 227(Stan<strong>da</strong>rd test method for potencial alkali reactivity of aggregates –Mortar-bar method) estão entre as mais utiliza<strong>da</strong>s no mundo.O método químico, embora rápido, não é indicado para todosos tipos <strong>de</strong> inertes, principalmente os que contêm carbonatos, enão permite uma estimativa do potencial <strong>de</strong> expansão associado àreativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do inerte 15 .O método <strong>da</strong> barra <strong>de</strong> argamassa baseia-se na medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>sexpansões <strong>de</strong> barras <strong>de</strong> argamassas conserva<strong>da</strong>s a 38 °C em ambienteúmido, sendo consi<strong>de</strong>rado internacionalmente mais seguro. Noentanto, os resultados são obtidos apenas após seis meses <strong>de</strong> análisee, por isso, foram propostas algumas alterações para acelerar su<strong>ao</strong>btenção, conservando as amostras <strong>de</strong> argamassa em soluçõesalcalinas e aumentando a temperatura <strong>de</strong> ensaio. É o caso dos métodos<strong>de</strong> expansão acelerados, que utilizam uma solução <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sódioa 50 °C e dos métodos <strong>de</strong> expansão ultra-acelerados, como o ensaiosul-africano NBRI (National Building Research Institute) em que oensaio é realizado a 80 °C e conservação em solução <strong>de</strong> hidróxido<strong>de</strong> sódio (NaOH).A norma ASTM C 1260-07 (Stan<strong>da</strong>rd test method for potencialalkali reactivity of aggregates – Mortar-bar method) é basea<strong>da</strong> nométodo sul-africano e foi utiliza<strong>da</strong> no presente estudo. Segundoesta norma, <strong>de</strong>ve ser usa<strong>da</strong> uma areia gradua<strong>da</strong> e a argamassa <strong>de</strong>veter o traço 1,00: 2,25: 0,47 (aglomerante: areia gradua<strong>da</strong>: água). Oaglomerante é composto apenas pelo cimento na amostra <strong>de</strong> referênciaFigura 3. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bingham, utilizado na <strong>de</strong>terminação dos parâmetros reológicos (tensão <strong>de</strong> escoamento, g e viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica, h) <strong>da</strong>s argamassas.34Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011


(0%), que é substituído pela lama vermelha nos teores <strong>de</strong> 10, 20 e 30%para as respectivas composições.Após a mistura <strong>da</strong>s matérias-primas, são mol<strong>da</strong>dos três corpos<strong>de</strong> prova prismáticos (25 × 25 × 285 mm 3 ) para ca<strong>da</strong> composição(0, 10, 20 e 30%). Estes corpos <strong>de</strong> prova <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>dos24 horas após a mol<strong>da</strong>gem e terem o seu comprimento aferido.A seguir, colocam-se os corpos <strong>de</strong> prova em recipiente com água,em estufa a 80 ± 2 °C, on<strong>de</strong> as amostras <strong>de</strong>vem permanecer por mais24 horas até nova medi<strong>da</strong> do comprimento. Após esta medi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ve-secolocar os corpos <strong>de</strong> prova em solução <strong>de</strong> NaOH (1N) também emestufa a 80 ± 2 °C e realizam-se medi<strong>da</strong>s do comprimento a ca<strong>da</strong> doisdias, até completarem-se 16 dias <strong>de</strong> ensaio (14 dias em NaOH). Asetapas <strong>de</strong>ste procedimento po<strong>de</strong>m ser visualiza<strong>da</strong>s na Figura 5.A expansão é calcula<strong>da</strong> como o aumento percentual docomprimento <strong>ao</strong> longo do ensaio, sendo consi<strong>de</strong>rado para análiseque:• Expansões inferiores a 0,10% <strong>ao</strong>s 16 dias são indicativas <strong>de</strong>comportamento inócuo, isto é, a expansão é <strong>de</strong>sprezível;• Expansões <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 0,20% <strong>ao</strong>s 16 dias são indicativas <strong>de</strong>expansão potencialmente <strong>de</strong>letéria;• Expansões entre 0,10 e 0,20% <strong>ao</strong>s 16 dias são duvidosas. Paraestes casos, é interessante continuar o ensaio até os 28 dias,com o objetivo <strong>de</strong> verificar se o limite <strong>de</strong> expansão igual 0,20%é ultrapassado.3. Resultados e Discussão3.1. Caracterização <strong>da</strong>s matérias-primas.3.1.1. Cimento portland e areiaO cimento Portland utilizado tem área superficial específica <strong>de</strong>0,93 m 2 .g –1 e sua massa específica foi igual a 3,11 kg.dm –3 . A areiautiliza<strong>da</strong> apresentou área superficial específica <strong>de</strong> 0,68 m 2 .g –1 e massaespecífica 2,70 kg.dm –3 . De acordo com a norma brasileira NBR 7211,esta areia é classifica<strong>da</strong> como “areia fina”.3.1.2. <strong>Lama</strong> vermelhaFigura 4. Câmara <strong>de</strong> carbonatação utiliza<strong>da</strong> para acelerar o processo <strong>de</strong>carbonatação dos corpos <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> concreto.A lama vermelha foi recebi<strong>da</strong> como uma pasta, contendo cerca <strong>de</strong>40% <strong>de</strong> água livre. No presente estudo, o material foi seco e moídoe então utilizado como um material em pó.A composição química <strong>da</strong> lama vermelha utiliza<strong>da</strong> é apresenta<strong>da</strong>na Tabela 1 enquanto as principais características físicas mostra<strong>da</strong>sna Tabela 2. A alta concentração <strong>de</strong> compostos ferrosos dá <strong>ao</strong> resíduo<strong>da</strong> bauxita uma cor vermelha típica.Uma característica que chama a atenção é a área superficial doresíduo <strong>de</strong> bauxita, bastante eleva<strong>da</strong>, o que mostra ser este resíduomuito mais fino que o próprio cimento Portland e o elevado pH,próximo <strong>ao</strong> limite <strong>da</strong> norma NBR 10004.Verificou-se ain<strong>da</strong> a distribuição do tamanho <strong>de</strong> partículas e asfases presentes no resíduo. Estes resultados po<strong>de</strong>m ser verificadosna Figura 6 e pelo difratograma <strong>da</strong> Figura 7.Observa-se que o diâmetro médio <strong>de</strong> partículas (D 50) <strong>da</strong> lamavermelha é igual a 3,5 μm. Como esperado, o hidróxido <strong>de</strong> alumínio(Al(OH) 3), o carbonato <strong>de</strong> cálcio (CaCO 3), o SiO 2e o óxido <strong>de</strong> ferro(Fe 2O 3) são os compostos predominantes. No entanto, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>srelativas <strong>de</strong> muscovita e FeO(OH) são também relevantes. AlémFigura 5. a) Aparelho para medi<strong>da</strong> do comprimento dos corpos <strong>de</strong> prova, b) amostras em água a 80 °C e c) amostras em solução <strong>de</strong> NaOH (1N).Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011 35


Tabela 1. Composição química <strong>da</strong> lama vermelha, obti<strong>da</strong> pela técnica <strong>de</strong> espectrometria <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raio X (em óxidos).Composto Al 2O 3Fe 2O 3Na 2O CaO SiO 2K 2O MnO TiO 2Outros PFTeor (%) 19,87 19,87 7,35 4,61 14,34 1,87 0,21 2,66 2,02 27,20Após correção <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>ao</strong> fogo (PF)Teor (%) 27,30 27,30 10,10 6,33 19,70 2,57 0,29 3,65 2,76 -Tabela 2. Resultados <strong>de</strong> caracterização física e <strong>de</strong> pH <strong>da</strong> lama vermelha secae <strong>de</strong>saglomera<strong>da</strong>.Gran<strong>de</strong>zaResíduo <strong>de</strong> bauxitaÁrea superficial específica 20,27 m 2 .g –1Massa unitária 0,63 kg.dm –3Massa específica 2,90 kg.dm –3pH (1: 1) 12,04Figura 6. Distribuição do tamanho <strong>de</strong> partículas <strong>da</strong> lama vermelha seca e<strong>de</strong>saglomera<strong>da</strong> (resultado médio <strong>de</strong> cinco <strong>de</strong>terminações).Como po<strong>de</strong>mos observar nas micrografias <strong>da</strong> Figura 8, o resíduo<strong>de</strong> bauxita apresenta uma estrutura flocula<strong>da</strong>, associa<strong>da</strong> a placas. Éuma estrutura que favorece a adição às matrizes cerâmicas por sersemelhante à encontra<strong>da</strong> no cimento Portland.3.2. Determinação <strong>de</strong> parâmetros reológicos.Devido <strong>ao</strong> fato <strong>da</strong> lama vermelha ser extremamente fina eeventualmente apresentar proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s pozolânicas, sua presença emmisturas cimentícias as torna menos fluí<strong>da</strong>s e dificultam a mol<strong>da</strong>gemdos corpos <strong>de</strong> prova (em laboratório) ou o espalhamento uniforme <strong>da</strong>pasta (argamassa <strong>de</strong> revestimento). Com o objetivo <strong>de</strong> se observaresta influência, utilizou-se o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bingham, <strong>de</strong>terminando-se atensão <strong>de</strong> escoamento (g) e a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica (h) <strong>da</strong>s misturas.Como po<strong>de</strong> ser observado na Figura 9, não foi possível efetuara medição para a argamassa com adição <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> lama vermelha,pois estas ficaram muito rígi<strong>da</strong>s, acima <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> torque doaparelho (reômetro) utilizado.De uma forma geral, como esperado, há um aumento <strong>da</strong> tensão<strong>de</strong> escoamento (g) e uma diminuição <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica (h)com o passar do tempo, <strong>de</strong>vido à hidratação do cimento e à menorquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água livre na mistura, como po<strong>de</strong> ser visto na Figura 10.Este comportamento é mais evi<strong>de</strong>nte à medi<strong>da</strong> que se adicionamaior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lama vermelha, po<strong>de</strong>ndo ser reflexo <strong>de</strong> umaativi<strong>da</strong><strong>de</strong> cimentícia <strong>da</strong> lama vermelha ou simplesmente um efeitofísico <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> um material mais fino e que “sequestra” a água<strong>da</strong> mistura. Acredita-se que, nos instantes iniciais, o fator físico émais prepon<strong>de</strong>rante, tornando menos importante com o passar dotempo, quando a hidratação do cimento se torna mais efetiva. Estecomportamento está <strong>de</strong> acordo com o obtido por Tsakirids et al. 5 , queobservaram um aumento <strong>da</strong> consistência nas misturas que continhamlama vermelha.3.3. Profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carbonatação.Figura 7. Difratograma <strong>de</strong> raio X <strong>da</strong> lama vermelha.<strong>de</strong>stes, uma fase complexa <strong>de</strong> sódio e alumínio, o carbonato silicato<strong>de</strong> sódio e alumínio,(Na 5Al 3CSi 3O 15) foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>.Com o objetivo <strong>de</strong> verificar a forma <strong>da</strong>s partículas <strong>da</strong> lamavermelha após <strong>de</strong>saglomeração, utilizou-se em um microscópioeletrônico <strong>de</strong> varredura (MEV). As micrografias são mostra<strong>da</strong>s naFigura 8.36Um aspecto negativo <strong>da</strong> adição <strong>da</strong> lama vermelha é que, <strong>de</strong>vido àsdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>gem, existe um ligeiro aumento <strong>da</strong> porosi<strong>da</strong><strong>de</strong>total do concreto, aumentando a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Além disso, diversosestudos 25,26 mostram que, <strong>de</strong>vido às suas características químicas,associa<strong>da</strong>s à acentua<strong>da</strong> alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>, a lama vermelha apresenta umaeleva<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> “sequestrar” o dióxido <strong>de</strong> carbono (5,3 g <strong>de</strong>CO 2para ca<strong>da</strong> 100 g <strong>de</strong> lama vermelha), formando produtos <strong>de</strong> reaçãotermodinamicamente estáveis.No presente trabalho, utilizaram-se dois corpos <strong>de</strong> prova paraca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s i<strong>da</strong><strong>de</strong>s (3, 7, 14, 28, 52, 91 e 180 dias), que estiveramsubmetidos a um ambiente saturado por CO 2. Os corpos <strong>de</strong> provaforam rompidos por flexão e à sua superfície <strong>de</strong> fratura foi borrifa<strong>da</strong>uma solução aquo-alcóolica <strong>de</strong> fenolftaleína que, <strong>ao</strong> reagir com aamostra, apresenta coloração róseo-avermelha<strong>da</strong> para valores <strong>de</strong>pH iguais ou superiores a 9,5 e incolor abaixo <strong>de</strong>sse valor. Assim, aregião carbonata<strong>da</strong> apresenta-se incolor.Nas Figuras 11 e 12, po<strong>de</strong>-se observar a evolução <strong>da</strong> frentecarbonata<strong>da</strong> <strong>ao</strong> longo <strong>de</strong>stes seis meses <strong>de</strong> estudo acelerado. Nãoforam constata<strong>da</strong>s alterações significativas nos testes <strong>ao</strong>s três dias e,por isso, seus resultados não são apresentados. Em to<strong>da</strong>s as figuras,as amostras estão em or<strong>de</strong>m crescente <strong>de</strong> teor <strong>de</strong> lama vermelha.Assim, <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para a direita: amostra <strong>de</strong> referência (0%),10, 20 e 30% <strong>de</strong> adição.Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011


Figura 8. Micrografias do resíduo <strong>de</strong> bauxita obti<strong>da</strong>s por microscopia eletrônica <strong>de</strong> varredura (MEV), mostrando sua estrutura <strong>de</strong> flocos mistura<strong>da</strong> a placassoltas.Figura 9. Reologia <strong>da</strong>s argamassas <strong>de</strong> cimento Portland contendo lamavermelha como adição, expressa em função do torque medido utilizando-seo reômetro.Figura 10. Valores <strong>de</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica (h) e <strong>da</strong> tensão <strong>de</strong> escoamento (g)<strong>da</strong>s argamassas contendo diversos teores <strong>de</strong> lama vermelha, obtidos a partirdo Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bingham.Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011 37


Observa-se que a adição <strong>da</strong> lama vermelha é prejudicial <strong>ao</strong>concreto no tocante à carbonatação. A porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, principalmente,a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lama vermelha em assimilar o dióxido <strong>de</strong> carbonose sobrepõem <strong>ao</strong> seu elevado pH como fator que possa influenciareste comportamento. Bertos et al. 26 utilizaram a equação <strong>de</strong> Steinourpara mensurar a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> teórica máxima <strong>de</strong> assimilação doCO 2, em função <strong>da</strong> composição química do material, expressa pelaEquação 8:CO2(%) = 0,785( CaO − 0,7 SO3) + 1,09Na2O + 0,93K2O(8)Para a lama vermelha utiliza<strong>da</strong> nesta pesquisa, este valor é iguala 18,4% <strong>de</strong> CO 2absorvido. O fator positivo <strong>de</strong>sta reação é o fato<strong>de</strong> se formarem compostos carbonatados, que apresentam maiorescapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> fixação dos metais presentes neste resíduo 25,27 .Nas medi<strong>da</strong>s iniciais (até os 28 dias, Figura 11) este fenômenonão é tão evi<strong>de</strong>nte, havendo uma pequena diferença entre as amostras.No entanto, com um maior tempo <strong>de</strong> exposição <strong>ao</strong> ambientesaturado por CO 2, as diferenças vão ficando ca<strong>da</strong> vez mais claras,sendo que a sucessiva adição <strong>da</strong> lama vermelha gera um efeito maispronunciando nas amostras. Aos 180 dias, a amostra contendo 30%<strong>de</strong> lama vermelha apresenta-se quase que completamente carbonata<strong>da</strong>(Figura 12c).Os resultados visuais <strong>da</strong> carbonatação po<strong>de</strong>m ser confirmados <strong>ao</strong>serem analisados os resultados <strong>de</strong> resistência à flexão a que foramsubmetidos os corpos <strong>de</strong> prova antes <strong>da</strong> aspersão <strong>da</strong> fenolftaleína.Estes resultados são apresentados na Figura 13.Até os 28 dias não há um efeito significativo <strong>da</strong> carbonatação.No entanto, a partir <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> <strong>ao</strong>s 52 dias, o efeito <strong>da</strong> carbonataçãofica mais evi<strong>de</strong>nte nas amostras contendo 20% e, principalmente,30% <strong>de</strong> resíduo adicionado, com uma <strong>de</strong>saceleração do ganho <strong>de</strong>resistência e até uma estabilização para as amostras contendo 30%.Já as amostras contendo 0 e 10% continuam a ganhar resistência atéos 63 e 91 dias, respectivamente.Este ganho <strong>de</strong> resistência em amostras submeti<strong>da</strong>s à carbonataçãohavia sido observado por outros pesquisadores, que relacionarameste fenômeno à redução na porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> durante o processo <strong>de</strong>carbonatação, com a transformação do Ca(OH) 2em CaCO 326,28-30.No entanto, quando essa carbonatação é muito acentua<strong>da</strong> (comopara a adição <strong>de</strong> 20 e 30%), há a formação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> porosmais grosseiros, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>composição do gel C-S-H na pasta <strong>de</strong>cimento 27,29 .Figura 11. Verificação <strong>da</strong> região carbonata<strong>da</strong> do concreto, indica<strong>da</strong> pela reação <strong>da</strong> fenolftaleína <strong>ao</strong>s a) 7 dias, b) 14 dias e c) 28 dias. Da esquer<strong>da</strong> para a direita,em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s fotos: 0, 10, 20 e 30% <strong>de</strong> adição <strong>da</strong> lama vermelha.38Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011


Figura 12. Continuação <strong>da</strong> verificação <strong>da</strong> região carbonata<strong>da</strong> do concreto, indica<strong>da</strong> pela reação <strong>da</strong> fenolftaleína <strong>ao</strong>s a) 52 dias, b) 91 dias e c) 180 dias.Da esquer<strong>da</strong> para a direita, em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s fotos: 0, 10, 20 e 30% <strong>de</strong> adição <strong>da</strong> lama vermelha.Na Figura 14 po<strong>de</strong> ser visualizado o efeito <strong>de</strong>sta carbonataçãoexcessiva nas amostras contendo 30% <strong>de</strong> lama vermelha. NaFigura 14a po<strong>de</strong>mos ver uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros extremamente grosseirae um aspecto <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>do <strong>da</strong> matriz. Na Figura 14b é mostra<strong>da</strong> umaregião <strong>de</strong> interface <strong>da</strong> zona carbonata<strong>da</strong> com a não carbonata<strong>da</strong>.Observa-se uma níti<strong>da</strong> diferença na microestrutura, com umaregião não carbonata<strong>da</strong> mais íntegra e <strong>de</strong>nsa, <strong>ao</strong> contrário <strong>da</strong> regiãocarbonata<strong>da</strong>, extremamente porosa, e com formação <strong>de</strong> geles emseus poros.3.4. Reação Álcalis-Agregado (RAA).Uma gran<strong>de</strong> preocupação quando se pensa em utilizar a lamavermelha como adição em matrizes cimentícias é o fato <strong>de</strong> este resíduoapresentar um elevado teor <strong>de</strong> álcalis, principalmente o sódio. Comomostrado na revisão <strong>de</strong> literatura, a reação álcalis-sílica é altamenteprejudicial à estrutura do concreto.A reação entre os hidróxidos alcalinos solubilizados na faselíqui<strong>da</strong> dos poros dos concretos e alguns agregados reativos é lentae resulta em um gel que, <strong>ao</strong> se acumular em vazios <strong>da</strong> matriz e nainterface pasta-agregado, na presença <strong>de</strong> água, se expan<strong>de</strong>, exercendopressão interna no material. Ao exce<strong>de</strong>r a resistência à tração, apressão interna po<strong>de</strong> promover fissurações. A reação álcali-agregadorequer a atuação conjunta <strong>de</strong> água, agregado reativo e álcalis 18 .Assim, foram realizados testes para avaliar uma possível reaçãoálcalis-agregado. Escolheu-se o método <strong>da</strong>s barras por ser o maisaceito internacionalmente. Foram mol<strong>da</strong>dos três corpos <strong>de</strong> provapara ca<strong>da</strong> teor e o resultado apresentado na Figura 15 é uma médiados valores obtidos.Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011 39


Figura 13. Resistência à flexão dos corpos <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> concreto contendodiversos teores <strong>de</strong> lama vermelha adicionados, submetidos a um ambientesaturado <strong>de</strong> CO 2, em função <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.Figura 15. Curvas <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong>s argamassas contendo lama vermelhacomo adição, para a verificação <strong>da</strong> reação alcalis-sílica, <strong>de</strong> acordo com anorma ASTM C 1260-07.Figura 14. Micrografias a) <strong>da</strong> amostra carbonata<strong>da</strong> <strong>de</strong> concreto e b) <strong>da</strong> regiãointerfacial <strong>da</strong> zona carbonata<strong>da</strong> com a não carbonata<strong>da</strong> <strong>de</strong> concreto contendo30% <strong>de</strong> adição <strong>da</strong> lama vermelha.40Para que os resultados fossem realçados, utilizou-se uma areia<strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> reativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, as amostras <strong>de</strong> referência (0%, semresíduo) apresentaram uma expansão média igual a 0,30% já <strong>ao</strong>s14 dias, chegando a 0,47% <strong>ao</strong>s 28 dias. Esta expansão <strong>da</strong> amostra <strong>de</strong>referência já é bastante acima do valor consi<strong>de</strong>rado “seguro” (0,10%)ou “duvidoso” (0,20%).A adição <strong>da</strong> lama vermelha surpreen<strong>de</strong>ntemente reduziu aexpansilibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas argamassas, provoca<strong>da</strong> pela RAA. Para umaadição <strong>de</strong> 30%, inclusive, a expansão <strong>ao</strong>s 28 dias ficou abaixo dos0,20%. Observa-se na Figura 15 que nos instantes iniciais (primeiroscinco dias), a expansão dos corpos <strong>de</strong> prova contendo lama vermelhafoi mais acentua<strong>da</strong> do que as amostras <strong>de</strong> referência. Aparentementeo Na + livre presente na lama vermelha foi consumido nestes primeirosinstantes, na reação com o agregado reativo, favorecendo uma menorexpansão nos momentos seguintes.Alguns autores 18,31 já <strong>de</strong>monstraram que entre as alternativas parareduzir a reação álcalis-sílica está a adição <strong>de</strong> materiais pozolânicosativos. Assim a reativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lama com o cimento po<strong>de</strong> ter sidomais relevante positivamente do que a eleva<strong>da</strong> presença <strong>de</strong> álcalis,que contribui negativamente.Possivelmente, o fato <strong>de</strong> a lama vermelha ser rica em sódio épouco relevante neste ensaio, já que a solução <strong>de</strong> contato (NaOH 1N)fornece sódio em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> mais que suficiente para a RAA. Assim,as amostras têm expansão superior <strong>ao</strong> limite dos 0,10% <strong>ao</strong>s 14 dias,pois a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> álcalis do material po<strong>de</strong> ser mobiliza<strong>da</strong> para oataque <strong>de</strong> sílica reativa nas primeiras 48 horas antes <strong>da</strong> argamassaser imersa na so<strong>da</strong>.Esta expansão pouco pronuncia<strong>da</strong> é também observa<strong>da</strong> por meio<strong>de</strong> microscopia ótica. Como po<strong>de</strong> ser observado na Figura 16, não severificam gran<strong>de</strong>s diferenças entre as espessuras dos geles formadosentre a pasta e o agregado nas Figuras 16a e b (sem resíduo) e asobserva<strong>da</strong>s nas Figuras 16c e d (contendo 20% <strong>de</strong> resíduo)A diminuição <strong>da</strong> expansão com adição sucessiva <strong>da</strong> lamavermelha po<strong>de</strong> ter ocorrido <strong>de</strong>vido a um efeito <strong>de</strong> diluição do teor <strong>de</strong>cimento, pois o cálcio é fun<strong>da</strong>mental no mecanismo <strong>da</strong> RAA, como<strong>de</strong>monstram os estudos <strong>de</strong> Bleszynskisnd et al. 32 e Shehata et al. 33 . Aminimização <strong>da</strong> expansão, relaciona<strong>da</strong> à redução do teor <strong>de</strong> hidróxido<strong>de</strong> cálcio na argamassa, que diminuiu com o aumento do teor <strong>de</strong>adições pozolânicas ativas no cimento, foi verifica<strong>da</strong> em extensivoestudo realizado por Munhoz 18 .Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011


Figura 16. Micrografias óticas <strong>de</strong> amostras <strong>da</strong>s argamassas <strong>de</strong> cimento Portland: a) e b) sem a presença <strong>de</strong> resíduo (0%) e c) e d) contendo 20% <strong>de</strong> resíduocomo adição.Resultados semelhantes <strong>ao</strong>s apresentados na Figura 15 haviamsido obtidos por García-Lo<strong>de</strong>iro et al. 31 que, <strong>ao</strong> adicionarem cinzasvolantes (material pozolânico) <strong>ao</strong> concreto, observaram uma expansãomenor em comparação às amostras <strong>de</strong> referência. Coinci<strong>de</strong>ntemente,os estudos <strong>de</strong> Munhoz 18 mostram que o teor mínimo <strong>de</strong> adição <strong>de</strong>pozolana ativa para que a reação álcali-agregado seja mitiga<strong>da</strong> éentre 10 e 15%. No presente estudo foi observado que este valor é<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20%.4. ConclusõesApós a análise dos resultados apresentados, po<strong>de</strong>-se concluirque:• A adição <strong>da</strong> lama vermelha provoca uma diminuição <strong>da</strong> tensão<strong>de</strong> escoamento (g) e um aumento <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> plástica (h) <strong>da</strong>sargamassas, <strong>de</strong>vido à hidratação do cimento e à menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> água livre na mistura (eleva<strong>da</strong> finura do material);• A avaliação <strong>da</strong> carbonatação em corpos <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> concretoapenas torna-se viável e reprodutível com a utilização <strong>de</strong>câmara <strong>de</strong> carbonatação, <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> lento processo que leva aeste fenômeno;• A adição <strong>da</strong> lama vermelha apresentou-se prejudicial <strong>ao</strong> concretono tocante à carbonatação. A porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, principalmente,a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lama vermelha em assimilar o dióxido <strong>de</strong>carbono se sobrepõem <strong>ao</strong> seu elevado pH como fator que possainfluenciar este comportamento;• Por formar fases carbonata<strong>da</strong>s com maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong>, o concretocontendo lama vermelha apresenta maior capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fixaçãodos metais presentes neste resíduo;• A redução na porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> durante o processo <strong>de</strong> carbonatação,com a transformação do Ca(OH) 2em CaCO 3po<strong>de</strong> ser responsávelpelo ganho acentuado <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong>s amostras<strong>de</strong> referência e contendo 10% <strong>de</strong> adição <strong>da</strong> lama vermelhamesmo após os 28 dias;• Quando o processo <strong>de</strong> carbonatação é muito acentuado (comopara a adição <strong>de</strong> 20 e 30% <strong>de</strong> lama vermelha), há a formação<strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros mais grosseiros, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>composiçãodo gel C-S-H na pasta <strong>de</strong> cimento, tendo como consequênciamenores valores <strong>de</strong> resistência à flexão;• Contrariamente <strong>ao</strong> esperado, a lama vermelha não aumentaa reação álcalis-agregado (RAA). Este fenômeno po<strong>de</strong> estarassociado a um efeito <strong>de</strong> diluição do teor <strong>de</strong> cimento, pois ocálcio é fun<strong>da</strong>mental no mecanismo <strong>da</strong> RAA.Cerâmica Industrial, 16 (1) Janeiro/Fevereiro, 2011 41


Agra<strong>de</strong>cimentosCNPq – Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico eTecnológico. PPGCEM / UFSCar – Programa <strong>de</strong> Pós-Graduaçãoem Ciência e Engenharia <strong>de</strong> Materiais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>São Carlos. UA/DECV – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro / Departamento<strong>de</strong> Cerâmica e Vidro – Projeto FCT-PTDC/CTM/65243/2006. Esteprojeto não teve suporte financeiro <strong>da</strong> ALCOA do Brasil.Referências1. BRAZILIAN MINING ASSOCIATION - IBRAM. Bauxita. Disponívelem: . Acessoem: 15 maio 2009.2. ROSKILL REPORTS. The Economics of Bauxite & Alumina.Disponível em: . Acesso em:20 jul. 2010.3. SINGH, M.; UPADHAYAY, S. N.; PRASAD, P. M. Preparation of specialcements from red mud. Waste Management, v. 16, n. 8, p. 665-670,1996.4. GLASSER, F. P. 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