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PROGRAMA CADERNO DE RESUMOS - UFGD

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I ENCONTRO DO GRUPO <strong>DE</strong> ESTUDOS<br />

INTERDISCIPLINARES <strong>DE</strong> LITERATURA E<br />

TEORIA LITERÁRIA – MÖEBIUS<br />

<strong>PROGRAMA</strong><br />

<strong>CA<strong>DE</strong>RNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RESUMOS</strong><br />

DOURADOS, 11 A 14 <strong>DE</strong> MAIO <strong>DE</strong> 2010<br />

UNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL DA GRAN<strong>DE</strong> DOURADOS (<strong>UFGD</strong>)<br />

0<br />

REALIZAÇÃO<br />

Universidade Federal da Grande Dourados (<strong>UFGD</strong>)<br />

Grupo de Estudos Interdisciplinares de Literatura e Teoria Literária<br />

– MÖEBIUS<br />

APOIO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO<br />

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e<br />

Tecnológico<br />

FUNAEPE – Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão<br />

da <strong>UFGD</strong><br />

FUN<strong>DE</strong>CT – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino,<br />

Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul<br />

PROEX – Pró-reitoria de Extensão da <strong>UFGD</strong><br />

APOIO CIENTÍFICO<br />

Grupo de Estudos Interdisciplinares de Literatura e Teoria Literária<br />

– MÖEBIUS<br />

1


Coordenação e Organização<br />

Coordenação geral<br />

Adna Candido de Paula<br />

Vice-coordenação<br />

Silvia Regina Gomes Miho<br />

Comissão organizadora<br />

Cristina Mascarenhas da Silva<br />

Débora Pereira Simões<br />

Fábio Luiz de Arruda Herrig<br />

Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi<br />

Marcos Danilo Graciano<br />

Roselene Berbigeier Feil<br />

Rosicley Andrade Coimbra<br />

Sandra Beatriz Reckziegel<br />

Thissiane Fioreto<br />

Equipe de Apoio<br />

Ana Aline Moreira Frich<br />

Ana Paula Pachega da Silva Albuquerque<br />

Andréa Maria da Silva Dutra<br />

Bianca de Oliveira Campos<br />

Bruna Alves dos Santos<br />

Carlos Eduardo da Silva<br />

2<br />

Cléia Lima de Souza<br />

Deisere Oliveira Antunes<br />

Edilson Aparecido dos Santos<br />

Elisângela B. Manfré Moreira<br />

Fernanda Moreira Bento<br />

Gilza da Silva Oliveira Cavalheiro<br />

Gislaine Aquino<br />

Grazielli Alves de Lima<br />

Jéssica Kur Fuchs<br />

Gleissy Kelly dos Santos Bueno<br />

Iva Carla Aveline Teixeira dos Santos<br />

Cristian de Oliveira Lopes<br />

Márcia Aparecida de Brito<br />

Cristiano Francisco Matos de Oliveira<br />

João Rocha<br />

Jociene Cristina de Souza<br />

Jordana Cristina Blos Xavier<br />

Juliana Santos de Souza<br />

Júnior de Sousa Lima<br />

Katia da Silva Vaes Adurê<br />

Kelly Rojas de Moraes<br />

Lucimar de Souza Arguelho<br />

Margarete A. Costa<br />

Markley Florentino Carvalho<br />

Mayara Regina Pereira Dau<br />

Andréia de Oliveira Alencar Iguma<br />

Odete Josiane Almada de Souza<br />

Rafaela Carolina Grance<br />

Rosa Vanderleia Lopes<br />

Rosana de Oliveira Matos<br />

Rose Prado<br />

Rosenilde de Queiroz Oliveira<br />

Rubia Araujo Gomes<br />

Taciane dos Santos Cardoso<br />

Vanessa de Lima<br />

3


Conselho Científico<br />

Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>)<br />

André Luís Lopes Borges de Mattos (UFVJM)<br />

Andréa Brunetto<br />

Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP)<br />

Áurea Rita de Ávila Lima Ferreira (<strong>UFGD</strong>)<br />

Célia Regina Delácio Fernandes (<strong>UFGD</strong>)<br />

Cláudio Guilarduci (UEMG)<br />

Cristiane Helena Parré Gonçalves (<strong>UFGD</strong>)<br />

Cristine Gorski Severo (UFSCar)<br />

Débora Pereira Simões (<strong>UFGD</strong>)<br />

Felipe Mansur (UERJ)<br />

Leoné Astride Barzotto (<strong>UFGD</strong>)<br />

Linda Catarina Gualda (UNESP)<br />

Lúcia Sander (UnB)<br />

Maria das Dores Capitão Vigário Marchi (<strong>UFGD</strong>)<br />

Mauro Rocha Baptista (UEMG)<br />

Moacir Amâncio (USP)<br />

Neurivaldo Campos Pedroso Júnior (UNIGRAN)<br />

Roselene Berbigeier Feil (<strong>UFGD</strong>)<br />

Rosicley Andrade Coimbra (<strong>UFGD</strong>)<br />

Rute Izabel Simões Conceição (<strong>UFGD</strong>)<br />

Susylene Dias de Araújo (UEMS)<br />

Sandra Luna (UFPA)<br />

Silvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>)<br />

Suzi Frankl Sperber (UNICAMP)<br />

Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti (<strong>UFGD</strong>)<br />

Thissiane Fioreto (<strong>UFGD</strong>)<br />

Gicelma da Fonseca Chacarosqui (<strong>UFGD</strong>)<br />

Wagner Corsino (UEMS)<br />

4<br />

SUMÁRIO<br />

Apresentação, 6<br />

Programação Geral, 9<br />

Programação Cultural, 14<br />

Programação dos Minicursos, 16<br />

Programação dos Simpósios Temáticos, 21<br />

Resumos, 45<br />

Mapa do Campus Universitário, 105<br />

5


Apresentação<br />

Este encontro apresenta-se como uma oportunidade, no<br />

âmbito geral, de reunir professores, pesquisadores e alunos de<br />

graduação e pós-graduação, de diferentes Instituições de Ensino<br />

Superior do Brasil a fim de discutir a temática e a prática dos estudos<br />

inter-, trans- e pluridisciplinares. No âmbito restrito, trata-se do<br />

primeiro encontro do Grupo de Estudos Interdisciplinares de<br />

Literatura e Teoria Literária - MÖEBIUS do CNPq, de caráter<br />

interinstitucional, que reúne pesquisadores cujos projetos se<br />

debruçam sobre reflexões acerca da interseção entre a literatura, a<br />

teoria literária e demais áreas do conhecimento: Literatura e<br />

Sagrado; Literatura e História; Literatura e Política; Literatura e<br />

Psicanálise; Literatura e Linguística; Literatura e Artes; Literatura e<br />

Filosofia. Nesta ocasião estarão reunidos os pesquisadores da<br />

<strong>UFGD</strong>, UNICAMP, USP, UFJF, UFVJM, UFSCAR e UEM que fazem<br />

parte do referido grupo de pesquisa.<br />

O foco de atenção do Grupo de Estudos Interdisciplinares de<br />

Literatura e Teoria Literária - MÖEBIUS são as relações inter-, trans-<br />

e pluridisciplinares dos estudos da Literatura e da Teoria Literária.<br />

De uma maneira geral, os projetos desenvolvidos pelos membros do<br />

grupo podem ser divididos em três grandes grupos: i) aqueles que<br />

6<br />

exercem a interdisciplinaridade e/ou a trans- e pluridisciplinaridades<br />

em suas análises de obras literárias e de outras produções<br />

discursivas; ii) aqueles que, voltados para os estudos da teoria<br />

literária, investigam as relações inter-, trans- e pluridisciplinares que<br />

subjazem às metodologias de aproximação dos textos literários; (iii)<br />

aqueles desenvolvidos por agentes de áreas de conhecimento<br />

distintas, que, sem perder o lócus da enunciação, estabelecem<br />

relações inter- e/ou pluridisciplinares com a literatura e a teoria<br />

literária. Através dessas diferentes abordagens, os problemas em<br />

comum, tais como a dimensão ética da interseção entre os saberes,<br />

a justa medida entre especializações e generalizações, o<br />

acolhimento no âmbito universitário dessas práticas, são<br />

problematizados ao ponto de se propor alguns parâmetros para tais<br />

práticas.<br />

7


<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />

GERAL<br />

8<br />

Programação<br />

Terça-feira – 11 de maio de 2010<br />

9h – 17h - Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />

Artes e Letras – FACALE<br />

14h – 17h – Reunião dos membros do Grupo MÖEBIUS<br />

19h – Cerimônia de Abertura<br />

Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />

19h 30 - Mesa-redonda:<br />

Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />

Tema: Estudos Interdisciplinares entre Literatura e Religião:<br />

Aproximações e Distinções<br />

A aproximação infinita do Absoluto: variações entre literatura,<br />

religião e suas respectivas abordagens<br />

Luís Henrique Dreher (UFJF)<br />

Sagrada e Profana - A Poesia Hebraica Medieval<br />

Moacir Amâncio (USP)<br />

Quantas margens tem o sagrado? Quantos encontros e<br />

desencontros da palavra perfazem a literatura?<br />

Suzi Frankl Sperber (UNICAMP)<br />

Moderadora: Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>)<br />

22h – Lançamento de livros<br />

9


Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

8h – 12h – Minicursos<br />

Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />

(Ver programação específica adiante)<br />

9h – 12h – Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />

Artes e Letras – FACALE<br />

13h – 17h – Simpósios Temáticos<br />

Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />

Campus Universitário<br />

(Ver programação específica adiante)<br />

19h 30 - Mesa-redonda:<br />

Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />

Tema: Poéticas da Memória: Considerações Estéticas, Filológicas<br />

e Filosóficas<br />

Estudos Filológicos - Diálogos e Perspectivas<br />

Thissiane Fioreto (<strong>UFGD</strong>)<br />

Wittgenstein, Gertrude Stein, Bernstein: Poéticas Lógico-<br />

Filosóficas<br />

Silvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>)<br />

Ficção Memorialística: Questões Estruturais<br />

Milton Hermes (UEM)<br />

Moderadora: Lucinéia Contiero (<strong>UFGD</strong>)<br />

10<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

8h – 12h – Minicursos<br />

Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />

(Ver programação específica adiante)<br />

9h – 12h – Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />

Artes e Letras – FACALE<br />

13h – 17h – Simpósios Temáticos<br />

Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />

Campus Universitário<br />

(Ver programação específica adiante)<br />

19h – Apresentação Teatral<br />

Ofélia Explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia<br />

Roteiro e Performance: Lúcia Sander (UnB)<br />

Local: Anfiteatro da UEMS<br />

(Ver sinopse adiante)<br />

20h – Mesa-redonda:<br />

Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />

Tema: Literatura, Artes e Cultura: Tessituras de Caminhos<br />

Literatura e Cultura: Interfaces e Elos de Intermediação na<br />

Cultura Sul-mato-grossense<br />

Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi (<strong>UFGD</strong>)<br />

Literatura e Artes Cênicas: Uma Abordagem Interdisciplinar<br />

Lucinéia Contiero (<strong>UFGD</strong>)<br />

Artes e Cultura: A Dimensão Sensível da Identidade sob Forma<br />

de Expressão<br />

Rita de Cássia Pacheco Limberti (<strong>UFGD</strong>)<br />

Moderadora: Silvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>)<br />

11


Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

8h – 12h – Minicursos<br />

Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />

(Ver programação específica adiante)<br />

9h – 12h – Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />

Artes e Letras – FACALE<br />

13h – 17h – Simpósios Temáticos<br />

Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />

Campus Universitário<br />

(Ver programação específica adiante)<br />

19h 30 - Mesa-redonda:<br />

Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />

Tema: Narrativas e Discursos: Considerações acerca das<br />

Dimensões Ética e Política<br />

Os Conceitos “O Cuidado de Si” de Michel Foucault e “Homem<br />

Capaz” de Paul Ricoeur e as Implicações Ético-Políticas na<br />

Narrativas e nos Discursos<br />

Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>)<br />

Sujeito e Experiência: Considerações sobre os Aspectos Políticos<br />

das Narrativas Biográficas<br />

André Luiz Borges de Mattos (UFVJM)<br />

Línguas e Discursos: Questões de Dialogismo e de Poder<br />

Cristine Gorski Severo (UFSCar)<br />

Moderadora: Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP)<br />

22h – Encerramento Oficial e Coquetel<br />

12<br />

<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />

CULTURAL<br />

13


13 de maio<br />

Apresentação Teatral<br />

19h – Ofélia Explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia<br />

Local – Anfiteatro da UEMS<br />

Roteiro e Performance – Lúcia Sander (UnB)<br />

Sinopse:<br />

Ofélia Explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia. é uma<br />

paródia da personagem de Shakespeare em que Ofélia tem a<br />

chance de se explicar e contar sua história. A paródia recupera a<br />

voz e revela o segredo de Ofélia, uma Ofélia sobrevivente da onda<br />

de terror que dizimou a corte dinamarquesa, uma Ofélia que se<br />

esconde na periferia do Rio de Janeiro, envolvida no tráfico de<br />

armas, cantora de rap e artista performática cuja única performance<br />

é a encenação da própria morte. A duração da performance é de<br />

1h.<br />

Ofélia Explica inclui:<br />

O Batizado de Desdêmona<br />

A fuga de Cordélia<br />

O parto de Lady Macbeth<br />

14<br />

<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />

DOS<br />

MINICURSOS<br />

15


MINICURSO A<br />

Local – Sala 60301 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />

Título: Introdução às literaturas de Angola e Moçambique<br />

Coordenadora: Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP)<br />

Descrição: Este minicurso tem como objetivo a introdução dos<br />

participantes nas literaturas de Angola e Moçambique, na história<br />

destes países e nas questões teóricas mais permanentes no âmbito<br />

dos estudos das literaturas africanas. Pretende contribuir para a<br />

formação dos educadores brasileiros com relação a estas<br />

literaturas. Será dada ênfase ao estudo de história colonial e póscolonial,<br />

como também ao estudo das relações das literaturas<br />

africanas com suas tradições orais. Assim, abordaremos o<br />

colonialismo português, os processos de independência, as guerras<br />

civis de Angola e Moçambique e seu término. O foco estará nas<br />

relações das literaturas angolana e moçambicana com estes<br />

eventos históricos. Abordaremos também aspectos da literatura<br />

oral, com destaque para contos tradicionais moçambicanos e<br />

angolanos, tendo em vista a recriação de gêneros da oralidade na<br />

escrita.<br />

MINICURSO B<br />

Local – Sala 60302 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />

Título: Gengibre-Rizoma: narrativas orais para memória do corpodança<br />

Coordenadora: Carla Cristina Oliveira Ávila (<strong>UFGD</strong>)<br />

Descrição: O Grupo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino, Extensão<br />

e Arte (GENGIBRE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV)<br />

desenvolve projetos de pesquisa e extensão junto a comunidades<br />

de Congado da Zona da Mata Mineira. O GENGIBRE tem<br />

registrado narrativas dos ritos, cantos, gestuais e danças dessas<br />

comunidades, visando captar o seu manacial cultural para a<br />

reelaboração e composição de processos de criação artística. Esta<br />

oficina tem como foco principal, relatar e vivenciar experiências em<br />

processos de criação, por meio de dinâmicas corporais, embasadas<br />

principalmente em dança-performance, elaboradas pelo grupo<br />

interdisciplinar Gengibre. O público foco desta oficina é de<br />

professores, artistas e estudantes interessados na área de cultura e<br />

processos de criação em artes cênicas-dança.<br />

16<br />

MINICURSO C<br />

Local – Sala 60307 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />

Título: Drama Social: Tragédia Moderna?<br />

Coordenador: Sandra Luna (UFPA)<br />

Descrição: A partir de meados do século XVIII, com as revoluções<br />

liberais que redefiniram a vida social e artística no cenário europeu,<br />

posicionando a burguesia no centro da arena política e cultural, a<br />

tragédia clássica deixou de ser um paradigma relevante para a<br />

dramatização das dores humanas. Enquanto a Revolução Francesa<br />

varria do poder os reis e os nobres, o Romantismo também<br />

decapitava os personagens de alta estirpe do teatro trágico,<br />

abolindo convenções representativas da aristocracia, tais como o<br />

alto estilo e a linguagem versificada. Falando agora uma linguagem<br />

prosaica e centrada em temas da vida cotidiana, a burguesia<br />

adentra o cenário teatral e dramatiza as dores de um cotidiano que<br />

se encaminhará para um realismo jamais pressentido na tradição<br />

clássica. Morre a tragédia, nasce o drama social. Em tese. Nosso<br />

mini-curso visa acompanhar debates teórico-filosóficos sobre essa<br />

transmutação do teatro trágico, abordando autores e obras que<br />

possam legitimar, senão a certeza da resposta, certamente a<br />

pertinência da indagação: Drama social: tragédia moderna?<br />

MINICURSO D<br />

Local – Sala 60305 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />

Título: Portunhol Selvagem para Principiantes & Iniciados<br />

Coordenador: Artista - Douglas Diegues<br />

Descrição: O minicurso fará uma breve história do portunhol<br />

selvagem na América do Sul. A proposta é apresentar relações tais<br />

como “portunhol selvagem versus portunhol civilizado”, “portunhol &<br />

poro'u'nhol & portunhol selvagem”. Serão realizadas, no curso,<br />

leituras de textos, exercícios práticos: “primeiros passos en la selva<br />

selvaggia del portunhol salbaje”.<br />

17


<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />

DOS<br />

SIMPÓSIOS TEMÁTICOS<br />

18<br />

SIMPÓSIO A<br />

Temas e Perspectivas Teóricas dos Estudos Literários:<br />

Identidade, Alteridade, Ética, Estética e Linguagem<br />

Coordenadora: Adna Candido de PAULA (<strong>UFGD</strong>)<br />

No domínio da Teoria Literária há diferentes abordagens e linhas<br />

que problematizam temas em comuns com aportes teóricos<br />

diversificados, muitas vezes contraditórios. Este simpósio aposta na<br />

teia dialógica entre as teorias literárias – formalista, estruturalista,<br />

fenomenológica, sociológica, neomarxista, psicanalítica, estilística,<br />

filológica, desconstrucionista, culturalista, pós-colonialista,<br />

teológica-religiosa, entre outras – como possibilidade de ampliação<br />

do campo de investigação literário, ou não, e como respeito à<br />

natureza plural do objeto de investigação, as obras literárias. A fim<br />

de discutir e problematizar temas como a Identidade, a Alteridade, a<br />

Ética, a Estética e a Linguagem, as linhas teóricas da literatura<br />

estabelecem diálogo constante com outras áreas do conhecimento,<br />

tais como a História, a Psicanálise, a Geografia, a Política, a<br />

Filosofia, a Teologia, a Linguística, a Sociologia, entre outras. Cabe,<br />

portanto, analisar em que medida essas trocas disciplinares são<br />

produtivas, representam uma oportunidade de auto-reflexão para<br />

cada uma das disciplinas envolvidas e se elas se configuram como<br />

práticas inter-, trans- ou multidisciplinares. Estão convidados a<br />

participar desse debate e apresentar seus trabalhos todos os<br />

pesquisadores que identificam em suas pesquisas as práticas inter-,<br />

trans- ou multidisciplinares ao se debruçarem sobre os temas da<br />

Identidade, da Alteridade, da Ética, da Estética e da Linguagem.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60302 – FACALE – Campus Universitário<br />

Marcos Danilo Graciano (<strong>UFGD</strong>) – Uma Possível Ética no<br />

Romance L’enfant de sable de Tahar Ben Jelloun<br />

Fábio Luiz de Arruda Herrig (<strong>UFGD</strong>) – Selva Trágica: Problemas<br />

e Perspectivas<br />

Sandra Beatriz Reckiegel (<strong>UFGD</strong>) – Afeto e Transcendência em<br />

Fazes-me Falta de Inês Pedrosa<br />

19


Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60302 – FACALE – Campus Universitário<br />

Maria Luíza Laboissière de Carvalho (PUC-GO) – Narrativas de<br />

Viagem e a “Questão do Outro”<br />

Sonia Inez G. Fernandez (UFSM) – Mario de Andrade: Um Caso<br />

de “Exercício Racional para a Liberdade”<br />

Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>) – Friedrich Schiller, Mikel<br />

Dufrenne e Paul Ricoeur: As Imbricações Literárias entre Ética e<br />

Estética<br />

Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60302 – FACALE – Campus Universitário<br />

Cleber José de Oliveira (<strong>UFGD</strong>) – A Crônica do Modernismo à<br />

Contemporaneidade: Rupturas e Continuidades<br />

Carmelita Rodrigues Gomes (<strong>UFGD</strong>) – As Narrativas de Dicke à<br />

Luz da Crítica Estruturalista<br />

Jucimar Lopes (UEMS) – A Construção do Modelo de Herói<br />

SIMPÓSIO B<br />

Psicanálise e Literatura<br />

Coordenadora: Andréa BRUNETTO<br />

Por que a interface da psicanálise com a literatura? Qual a<br />

importância para a psicanálise? E para a literatura? Ainda que a<br />

psicanálise tenha influenciado muitos escritores que vieram depois<br />

de seu surgimento, foram escritos bons romances antes da<br />

psicanálise e continuarão a sê-lo ainda que, no futuro, ela venha a<br />

fracassar. Freud encontrou na Gradiva, de Jensen, uma perfeita<br />

amostra do lugar do inconsciente e Jacques Lacan, na homenagem<br />

escrita para Marguerite Duras, chamou-a de arrebatadora e<br />

encontrou em sua obra a melhor demonstração do que é o feminino<br />

e o amor. Nessa homenagem, alega que o romancista revela o que<br />

o psicanalista ensina. O que a psicanálise pode dar à literatura?<br />

Não é uma resposta fácil; fácil é saber o que ela não pode: tentar<br />

20<br />

encontrar, a partir de uma obra, as neuroses do autor, é grosseria e<br />

burrice, afirma Lacan. E o que a literatura pode dar aos<br />

psicanalistas? Para Freud, um psicanalista deveria ser alguém<br />

versado no conhecimento literário. Ele escreverá que “a instrução<br />

analítica abrangeria ramos do conhecimento distantes da medicina<br />

e que o médico não encontra em sua clínica: a história da<br />

civilização, a mitologia, a psicologia da religião e a ciência da<br />

literatura”. A literatura não diz nada aos homens satisfeitos com sua<br />

vida, àqueles que se contentam com a vida que têm. “A literatura é<br />

construída no espaço entre essa “vida injusta” que vivemos e os<br />

desejos incandescentes, também vividos por nós”, sustenta Vargas<br />

Llosa. Talvez esse seja um ponto em comum entre as duas: tanto a<br />

psicanálise quanto a literatura, estão às voltas com o vazio, com a<br />

insatisfação e as duas buscam saber sobre o ser. O que cada uma<br />

pode contribuir à outra são respostas que esperamos os trabalhos<br />

inscritos nesse simpósio possam responder.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 08 – FAED – Campus Universitário<br />

Francina Sousa (<strong>UFGD</strong>) – O Inefável contorno da alma nas dores<br />

do fígado<br />

Isloany Dias Machado (FCL) – A hora da estrela: o corpo, a<br />

palavra e a morte<br />

Daniel Foscasches (UFMS) – A palavra entre a lógica da letra e a<br />

sintaxe do inconsciente<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 08 – FAED – Campus Universitário<br />

Tiago Ravanello; Fernanda Brito Riveros de Oliveira; Juliana<br />

Dowe dos Santos Ferreira da Silva (UFMS) – Fantasia,<br />

desamparo e literatura: uma abordagem freudiana<br />

Maria Helena Beluque (<strong>UFGD</strong>) – Da infância à adolescência: a<br />

trajetória feminina contada pelo Mundo Maravilhoso da Psicanálise<br />

Andrea Brunetto – Depois de Auschwitz<br />

21


SIMPÓSIO C<br />

Literatura e Antropologia: Fronteiras e Intersecções<br />

Coordenadores: Suzi Frankl SPERBER (UNICAMP); Anita Martins<br />

Rodrigues de MORAES (USP/FAPESP); André Luís Lopes Borges<br />

de MATTOS (UFVJM)<br />

Este simpósio acolhe pesquisadores que queiram discutir acerca<br />

das possibilidades de diálogo entre antropologia e literatura tendo<br />

em vista:<br />

1) o aproveitamento literário de materiais etnográficos (obras<br />

literárias como Macunaíma, de Mário de Andrade, e mais recentes<br />

como Terra Sonâmbula, de Mia Couto, Nove noites, de Bernardo<br />

Carvalho, e Os papéis do inglês, de Ruy Duarte de Carvalho, são<br />

exemplos de produções literárias que se valem de etnografias para<br />

sua composição, por vezes encenando a própria elaboração<br />

etnográfica, como no caso dos dois últimos);<br />

2) a questão das relações entre oralidade e escrita (trata-se,<br />

especialmente, de atentar para a mescla entre oralidade e escrita<br />

em obras literárias, como no caso de Grande Sertão: Veredas, de<br />

Guimarães Rosa);<br />

3) a utilização de textos literários como fonte de pesquisa<br />

etnográfica (trata-se de levantar discussões acerca das relações<br />

entre texto literário, autor e contexto);<br />

4) o estudo de biografia e autobiografia (tanto críticos literários<br />

como antropólogos têm se ocupado destes gêneros);<br />

5) o problema da representação no âmbito da etnografia e da<br />

literatura (discurso ficcional versus não-ficcional, científico versus<br />

literário, representação objetiva versus subjetiva, etc.);<br />

6) relações entre teoria literária e teoria antropológica (como a<br />

teoria da literatura tem se valido de conceitos formulados no âmbito<br />

da antropologia e vice-versa).<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60301 – FACALE – Campus Universitário<br />

Aline Totoli (USP) – Os papéis do inglês tal e qual<br />

22<br />

Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP) – Ficção e Etnografia:<br />

O Problema da Representação em Os papéis do inglês, de Ruy<br />

Duarte de Carvalho, e Nove Noites de Bernardo de Carvalho<br />

Márcio Zamboni (USP) – Quando os Agentes são Leitores:<br />

Refletindo sobre Referências Literárias no Campo Etnográfico<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60301 – FACALE – Campus Universitário<br />

Danilo de Oliveira Nascimento (UFMT) – A Juventude<br />

Republicana nas Crônicas de Raul Pompéia<br />

Vocalidade Rosiana (UNICAMP) – Erich Soares Nogueira<br />

Gracia Lee (UEMS) – O Desembarque de Granma no conto de<br />

Júlio Cortázar<br />

Suzi Frankl Sperber (UNICAMP) – A Terceira Margem do<br />

Amazonas: Hibridações no Mito do Eldorado em Romance de<br />

Milton Hatoum<br />

SIMPÓSIO D<br />

Práticas de Leitura e Escrita no Ensino de Língua e Literatura<br />

Coordenadores: Célia Regina Delácio FERNAN<strong>DE</strong>S (<strong>UFGD</strong>); Rute<br />

Izabel Simões CONCEIÇÃO (<strong>UFGD</strong>); Rogério Pereira (<strong>UFGD</strong>)<br />

A proposta deste Simpósio é reunir pesquisadores, professores,<br />

pós-graduandos e graduandos interessados na área do ensino de<br />

língua e de literatura e, consequentemente, de políticas públicas de<br />

leitura e de ensino de língua para discutir diferentes abordagens<br />

das referidas temáticas, de modo a garantir o direito de todos os<br />

educandos às práticas sociais de leitura e escrita. O debate acerca<br />

de estudos e pesquisas sobre questões pertinentes ao ato de ler e<br />

escrever, em suas diferentes facetas, almeja proporcionar aos<br />

participantes um espaço para discussão e para a socialização do<br />

conhecimento produzido no que diz respeito ao ensino da leitura e<br />

da escrita em diferentes níveis de escolarização. Com isso,<br />

esperamos contribuir para que o ato de ler e o de escrever sejam,<br />

de fato, direitos fundamentais da sociedade brasileira.<br />

23


Considerando a proposta explicitada, definimos os seguintes temas<br />

como integrantes do debate proposto por este simpósio: a) políticas<br />

públicas de leitura e de ensino de língua; b) práticas sociais de<br />

leitura e de escrita na escola; c) letramento literário na escola; d)<br />

formação de leitores-professores; e) metodologias para o ensino da<br />

língua e da literatura.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60308 – FACALE – Campus Universitário<br />

Ana Paula Pachega (<strong>UFGD</strong>) – O Ensino da Literatura: Prazer e<br />

Práxis<br />

Andréia de Oliveira Alencar Iguma (<strong>UFGD</strong>) – Representações e<br />

Imagens de Leitura na Obra Beto, o Analfabeto<br />

Mayara Regina Pereira Dau (<strong>UFGD</strong>) – Para Amar os Livros<br />

Gleissy Kelly dos Santos Bueno (<strong>UFGD</strong>) – Imagens de Leitura e<br />

Docência na Obra A Caligrafia de Dona Sofia de André Neves<br />

Rute Izabel Simões Conceição (<strong>UFGD</strong>) – A Desconstrução do<br />

Modelo de Redação Escolar e a Devolução da Palavra ao Aluno<br />

Eliana Kefalás (UFAL) – Leitura Literária, Vocalidade Poética e<br />

Performance no Ensino de Literatura<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60308 – FACALE – Campus Universitário<br />

Angélica Silva de Oliveira (<strong>UFGD</strong>); Liliane Belo Monteiro<br />

(<strong>UFGD</strong>) – A Prática no PIBID: Comparando o Livro Didático com o<br />

ENEM<br />

Bruna Alves dos Santos (<strong>UFGD</strong>); Rosenilde de Queiroz Oliveira<br />

(<strong>UFGD</strong>) – Experiências do PIBID: As Diferenças entre as Questões<br />

do ENEM e os Exercícios do Livro Didático<br />

Francinette Correia Arteman (<strong>UFGD</strong>); Simone Peres Claus<br />

(<strong>UFGD</strong>) – Livro Didático e ENEM: Questões Interdisciplinares<br />

Marilena Aparecida Gubert (<strong>UFGD</strong>); Anísia Pedroso Alves<br />

(<strong>UFGD</strong>) – Uma Análise sobre a Nova Correção das Provas do<br />

ENEM<br />

Maisa Barbosa da Silva Cordeiro (<strong>UFGD</strong>) – O Processo de<br />

Seleção dos Acervos do PNBE 2008: Uma Abordagem Reflexiva<br />

24<br />

Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60308 – FACALE – Campus Universitário<br />

Jolnei Cavalheiro (<strong>UFGD</strong>) – As Tendências de Relativização<br />

Utilizadas nos Textos Escritos e Reescritos por Acadêmicos de<br />

Letras<br />

Marielle Duarte Carvalho (<strong>UFGD</strong>) – Mapeamento das Peças<br />

Teatrais do Programa Nacional Biblioteca da Escola: 1999-2003<br />

Nizael F. de Almeida (<strong>UFGD</strong>) – Leitura Dramatizada, Uma<br />

Possibilidade no Ensino de Literatura para a Formação do Gosto<br />

Veronice Batista dos Santos (UFMS) – Análise do Poema<br />

“Despertar do Silêncio”, de Shirley Vilhalba<br />

Josiane Buzzio (UFMS) – Contando e Encantando<br />

Nubea Xavier (<strong>UFGD</strong>) – Menino de Engenho e Infância, Uma<br />

Representação Histórica da Criança<br />

SIMPÓSIO E<br />

Língua, Discurso e Poder<br />

Coordenadora: Cristine Gorski SEVERO (UFSCar)<br />

Este simpósio visa reunir trabalhos que articulem e problematizem a<br />

relação entre língua e/ou discurso e poder. Para tanto: (i) parte-se<br />

de uma compreensão de língua como uma realidade sóciohistórica,<br />

que integra tanto uma face estável, estrutural e repetível<br />

como uma outra ideológica, singular e única. Nessa direção, a<br />

materialidade linguística é vista como o ponto de apoio e de<br />

condição para a existência dos enunciados e a realização dos<br />

sentidos. Portanto, nesse caso, a estrutura linguística não é tida<br />

como fechada e estática, mas sim relativamente flexível e passível<br />

de modificações. (ii) Considera-se a noção de poder não como uma<br />

instituição ou prática exercida exclusivamente de forma autoritária e<br />

hierárquica que definiria, por exemplo, uma relação unilateral do<br />

Estado com os sujeitos, mas trata-se de relações de poder<br />

heterogêneas, múltiplas e disformes que circulam e produzem como<br />

efeitos discursos, modos de ser, pensar e de agir no mundo<br />

(FOUCAULT). Alguns temas enfocados pelo simpósio incluem: (a)<br />

heteroglossias e plurilinguismo – estratificações linguísticas e<br />

25


discursivas – em que processos de variação e de mudança são<br />

motivados por forças sócio-históricas e políticas de centralização e<br />

descentralização; (b) a variedade e complexidade de vozes sociais<br />

que habitam os diálogos interculturais em torno de questões<br />

étnicas, políticas, religiosas ou identitárias, colocando em tela as<br />

relações de poder e o dialogismo imbricados nestes diálogos. Os<br />

objetos de estudo podem incluir discursos circulantes pelas mídias,<br />

discursos institucionais (Estado, ciência, religião), discursos<br />

cotidianos e textos literários.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60310 – FACALE – Campus Universitário<br />

Aurora Quadros (UNIMONTES) – Configurações Estéticas da<br />

Liberdade e da Consciência: A Linguagem em Ambiente Acadêmico<br />

Digital<br />

Carollyne Cavanha Recalde (UEMS) – Literatura e Política: Quais<br />

os Meandros para Interpretar Maquiavel e Machado de Assis?<br />

Cristine Gorski Severo (UFSCar) – Língua, Discurso e Poder:<br />

Aproximações entre Foucault e Bakhtin<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60310 – FACALE – Campus Universitário<br />

Luciana Codognoto da Silva (<strong>UFGD</strong>) – Gênero e História das<br />

Mulheres: Mudanças, Permanências e Desafios<br />

Pedro Lopes (USP) – Entre Línguas e Sotaque: Um Estudo de<br />

Caso na África do Sul<br />

Luciana Rugosi Sousa (UFSCar); Thiago Rodrigues da Silva<br />

(UFSCar) – Samba: Questões de Ideologia e de Identidade<br />

SIMPÓSIO F<br />

Poéticas Contemporâneas: Corpo, Gênero, Arte e Poder<br />

Coordenadores: Débora Pereira SIMÕES (<strong>UFGD</strong>); Rosicley<br />

Andrade COIMBRA (<strong>UFGD</strong>/CAPES)<br />

26<br />

A literatura, enquanto manifestação estética do humano,<br />

proporciona o que se denomina de tríplice mimese. Durante as<br />

etapas de prefiguração, configuração e refiguração realidades se<br />

convergem, (re)animam e atuam na constituição do objeto de arte<br />

como porta-voz, talvez, dos recalques sociais ligados a questões<br />

envolvendo o corpo, o gênero, o poder e a cultura de uma época<br />

em que o pós-moderno desvela contrapontos e contradições vindos<br />

e suscitados por novos sujeitos da enunciação, novos agentes<br />

culturais de um corpo social vívido e dinâmico. No bojo das<br />

produções artísticas contemporâneas, referências a estas tensões<br />

apontam, ainda, para um processo de interpenetração e<br />

mutualidade cultural. Desse modo, as antes estáveis concepções<br />

identitárias passam a ser questionadas, subvertidas e revisadas<br />

não apenas por filósofos e intelectuais, mas também por<br />

prosadores, cineastas, poetas, pintores, músicos, teatrólogos,<br />

coreógrafos, escultores e outros representantes das demais formas<br />

de expressão cultural, que se aproximam das margens a fim de<br />

deslindar fronteiras. Nesse sentido, a proposta deste simpósio é<br />

oportunizar o encontro e o diálogo entre as múltiplas pesquisas que<br />

se voltam para os “dissidentes do cânone” e as hibridizações tão<br />

características da contemporaneidade, como meio de<br />

enfrentamento e transgressão de um poder fluidificado, porém não<br />

menos homogeneizador.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60318 – FACALE – Campus Universitário<br />

André Rezende Benatti (<strong>UFGD</strong>) – Aspectos da Escrita Feminina<br />

em Ivención de la Muerte, de Josefina Plá<br />

Débora Pereira Simões (<strong>UFGD</strong>) – Que Corpo é Esse? Leituras da<br />

Poesia de Flora Thomé e Raquel Naveira<br />

Andiara Maximiano (UEM) – A Construção de Personagens<br />

Femininas em Vozes num divertimento, de Luci Collin<br />

Adriana Lopes de Araújo (UEM) – Representação e Construção<br />

de Identidade em As doze cores do vermelho, de Helena Parente<br />

Cunha<br />

Rosicley Andrade Coimbra (<strong>UFGD</strong>) – Estouro e Libertação em<br />

Lavoura arcaica: Corpo, Poder e Individualidade<br />

27


SIMPÓSIO G<br />

O Discurso Religioso e suas Interfaces com o Literário<br />

Coordenadores: Áurea Rita de Ávila Lima FERREIRA (<strong>UFGD</strong>);<br />

Maria das Dores Capitão Vigário MARCHI (<strong>UFGD</strong>)<br />

O Simpósio tem por objetivo reunir trabalhos de pesquisa cujo foco<br />

de análise envolva temas relacionados à presença do discurso<br />

religioso em momentos literários diversos. Sob o enfoque da<br />

Linguística, da Literatura, da História Cultural, da Cultura busca-se<br />

proporcionar um espaço de apresentação e de debates em torno de<br />

estudos que investiguem, na literatura de matriz oral ou escrita,<br />

temas, práticas culturais, memórias que apontem elementos<br />

circulantes que enredem o sagrado, o religioso. O sagrado refletese<br />

no homem no seu fazer diário e nesse sentido investigar o modo<br />

como ele se manifesta e as interfaces entre esses vários modos de<br />

manifestação envolve a aplicação de teorias e métodos nem<br />

sempre fiéis a uma única disciplina ou a modelos epistemológicos<br />

inflexíveis na sua utilização. Numa perspectiva interdisciplinar,<br />

trabalhos de diferentes áreas do conhecimento que tenham como<br />

preocupação desvelar, identificar, problematizar a presença, a<br />

participação do sagrado surgem como uma possibilidade de<br />

constituir uma das vias fecundas para se compreender culturas<br />

visualizadas em tessituras discursivas singulares.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60305 – FACALE – Campus Universitário<br />

Artur Ataíde (UFPE) – O Êxtase e as Formas: Poesia,<br />

Transcendência e Retórica na Contemporaneidade<br />

Áurea Rita de Ávila Lima Ferreira (<strong>UFGD</strong>); Maria das Dores<br />

Capitão Vigário Marchi (<strong>UFGD</strong>) – Textos de Lobisomem: Cultura e<br />

Tradição<br />

Fábio Borges (UnB) – Apontamentos sobre Esoterismo em João<br />

Guimarães Rosa e Johann W. von Goethe: Um Estudo d’O Recado<br />

do Morro e d’O Conto da Serpente Verde e da Linda Lilie<br />

Flávio Adriano Nantes Nunes (UFMS) – Textos Sagrados vs<br />

Literatura: Os Sermões Bíblicos Proferidos pelo Pai em Lavoura<br />

Arcaica<br />

28<br />

SIMPÓSIO H<br />

Literatura, Teatro e Cinema: Interfaces e Limiares de<br />

Comunicação Mestiça<br />

Coordenadores: Gicelma Chacarosqui TORCHI (<strong>UFGD</strong>); Wagner<br />

Corsino (UFMS)<br />

As obras de arte se configuram como comunicação em linguagem<br />

artística. Sejam elas literatura, teatro, cinema, música, pintura,<br />

possuem uma linguagem que as organiza de modo particular. Este<br />

simpósio pretende refletir como as obras mestiças de literatura,<br />

teatro e cinema privilegiam um conjunto de procedimentos formais<br />

caracterizados pelo cruzamento de procedimentos estéticos de<br />

múltiplas origens, o que inclui a forte presença da contradição, do<br />

paradoxo, do desequilíbrio, gerando no receptor certo<br />

estranhamento no que diz respeito aos valores, modelos e<br />

referências que se encontram integrados na obra. Visa, também,<br />

ressaltar a importância de seus elos de intermediações na<br />

elaboração das identidades coletivas.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60311 – FACALE – Campus Universitário<br />

Aline Camara Zampieri (UFMS) – Humilde ou Malandragem:<br />

Aspectos Comuns entre Roseno e João Grilo<br />

Amanda Eliane Lamônica Araújo (UFMS) – O Projeto Político de<br />

Plínio Marcos: O Místico em Cena, Jesus Homem<br />

Anderson da Silva Andrade (<strong>UFGD</strong>); Marcos Lúcio de Sousa<br />

Góis (<strong>UFGD</strong>); Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi (<strong>UFGD</strong>)<br />

– Projeto Ogruledra: A Leitura Dramatizada como Proposta<br />

Extensionista<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60311 – FACALE – Campus Universitário<br />

Carin Cássia de Louro de Freitas (UFMS) – Dois Perdidos numa<br />

Noite Suja: Subalternidade e Dialogismo em Plínio Marcos<br />

29


Gizylene Clímaco de Castro (UFMS) – O Direito ao Grito: Uma<br />

Leitura de Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos<br />

Silvia Araújo Dettmer (UFMS); Willian Diego de Almeida (UFMS)<br />

– Direito a Cultura e a Educação: Uma Peça para Reflexão<br />

Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60311 – FACALE – Campus Universitário<br />

Mônica Horta Azeredo (UnB) – A Representação da Heroína em<br />

Estamira e Estamira – para todos e para ninguém (Marcos Prado,<br />

2004)<br />

Rafael Tavares Peixoto (<strong>UFGD</strong>) – The Desolated and Tragic<br />

Heroes of Tennessee Williams<br />

Paulo Nogueira de Souza Júnior (UFMS); Wagner Corsino<br />

Enedino (UFMS) – Pontos Divergentes e Convergentes na<br />

Linguagem Teatral de Plínio Marcos<br />

SIMPÓSIO I<br />

O Pós-colonialismo e a Literatura: Algumas Perspectivas para<br />

o Local, o Regional e o Global<br />

Coordenadores: Leoné Astride BARZOTTO (<strong>UFGD</strong>); Susylene<br />

Dias de ARAUJO (UEMS)<br />

No período contemporâneo, a literatura pós-colonial rompe com as<br />

barreiras do tradicionalismo acadêmico e, enfim, passa a ser<br />

incorporada, respeitada e analisada no contexto intelectual global.<br />

Cabe a ela, na maioria das vezes, expor uma escrita de revide, que<br />

pelo poder da palavra faz ‘ouvir’ a voz do povo dantes colonizado,<br />

pois possibilita uma análise da realidade política, social, intelectual<br />

e cultural desses ‘atores sociais’ através de suas práticas cotidianas<br />

embrenhadas no texto literário. A língua e a literatura do<br />

colonizador são usadas pelos indivíduos “nativos” ou sujeitos<br />

colonizados para desmantelar essa dependência cultural e para<br />

resgatar suas origens, reconstruindo, aos poucos e da forma<br />

possível, a própria identidade, cultura e história. Assim, há a<br />

denúncia das estratégias de opressão pelas quais esses povos<br />

30<br />

foram depreciados nos anos de colonização e, até mesmo, depois<br />

da independência política, sob propostas neocolonialistas de países<br />

poderosos. A literatura torna-se, então, uma arma poderosa de<br />

contra-ataque que o sujeito do suposto “Terceiro Mundo” percebe<br />

ter em mãos. Tal perfil desafia o cânone ocidental vigente com<br />

vistas a romper com as regras literárias européias impostas; logo,<br />

invalida a suposição de que o europeu estaria no centro e o “nativo”<br />

naturalmente à margem. Busca, paralelamente, a solidificação de<br />

uma estética própria, visando dar voz e vez ao indivíduo destituído<br />

dela, como também reestruturar sua história e, consequentemente,<br />

permitir a discussão dessa temática em nível acadêmico mundial.<br />

Portanto, este simpósio visa reunir pesquisadores para debater<br />

acerca das críticas atuais que permeiam as análises desses textos<br />

de ruptura no âmbito do Pós-colonialismo e, mais precisamente, em<br />

obras literárias produzidas por autores brasileiros e/ou latinoamericanos<br />

no que tange a discussão cultural do local X regional X<br />

global.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60306 – FACALE – Campus Universitário<br />

Caroline Touro Beluque (<strong>UFGD</strong>) – Mediações entre Literatura e<br />

Cultura: A Produção Pós-colonialista de Plá e Barret<br />

Elismar Bertoluci de Araújo – Cruzando-Campo Trotando-Mundo:<br />

Fronteira e Hibridação Cultural na Narrativa de Hélio Serejo<br />

Mara Regina Pacheco (<strong>UFGD</strong>) – Hélio Serejo e a História do Mato<br />

Grosso do Sul<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60306 – FACALE – Campus Universitário<br />

Natália aparecida Tiezzi Martins dos Santos (UFMS) – Por Uma<br />

Visão não Metonímica de Cultura<br />

Rinaldo Vitor da Costa (<strong>UFGD</strong>) - Henfil e a Visão do Colonizador<br />

na Metrópole<br />

Kelly de Melo Nogueira (UEMS); Uma Leitura Pós-colonialista<br />

para Poemas Concebidos sem Pecado, de Manoel de Barros<br />

Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

31


Local – Sala 60306 – FACALE – Campus Universitário<br />

Rodrigo do Prado Bittencourt (UNICAMP) – Dimensões Histórico-<br />

Sociais de A estória de Lélio e Lina<br />

Rony Márcio Cardoso Ferreira (UFMS) – O Trabalho da Tradução<br />

em Clarice Lispector: Uma Leitura Pós-colonial<br />

Sílvio Ruiz Paradiso (UEL) – A Imagem da Mulher Indiana nas<br />

Literaturas Pós-coloniais: Uma Análise em Mia Couto, Arundhati<br />

Roy e Rudyard Kipling<br />

SIMPÓSIO J<br />

J1. Literatura e Intertextualidade<br />

Coordenadora: Linda Catarina GUALDA (UNESP)<br />

Percebemos que na contemporaneidade as expressões artísticas<br />

sofrem os mais variados processos de hibridação, transculturação,<br />

tradução. Isso porque tais expressões sempre estão relacionadas<br />

às ações e às paixões do homem e, por esta razão, não são jamais<br />

desprovidas de interesses afetivos nem de implicação ética.<br />

Pensando nisso, analisar o papel da arte na sociedade de consumo<br />

e, principalmente, as relações que se estabelecem entre a literatura<br />

e outras formas de expressão torna-se tarefa extremamente<br />

importante. Tanto as obras literárias quanto outras artes lidam com<br />

a crise do nosso tempo: a alienação, o aborrecimento, a solidão e o<br />

absurdo. Num momento em que a literatura, diferentemente do que<br />

era no século XIX, deixou de ser o meio artístico de maior<br />

repercussão, faz-se necessário compreender as relações que ela<br />

estabelece com outros meios. Além disso, na era da<br />

interdisciplinaridade, nada mais saudável do que tentar ver a<br />

verbalidade da literatura pelo viés das outras artes, e a iconidade<br />

dessas pelo viés da literatura. Esse processo metamórfico que<br />

transforma obras de ficção em novas entidades artísticas é um<br />

processo baseado no fato de que mudanças são inevitáveis no<br />

momento em que se abandona o meio lingüístico e se passa para o<br />

visual. Embora original e tradução sejam diferentes enquanto<br />

linguagem, suas informações estéticas estarão ligadas entre si por<br />

uma relação de isomorfia (pontos de contato). Essas relações são<br />

32<br />

os elementos que romance e sua tradução possuem em comum,<br />

obviamente com as modificações necessárias para a realização de<br />

uma obra autônoma que dialogue com a obra de partida e não<br />

somente a reproduza. Nesse sentido, a leitura intersemiótica rejeita<br />

a noção de fidelidade e vê a obra alvo como uma tradução do texto<br />

de partida, não como reprodução apenas. Isso posto, este Grupo<br />

Temático intenciona discutir as relações entre a literatura e outras<br />

formas de expressão artística, tais como o cinema, a pintura, a<br />

escultura, a dança, a música, etc. Para isso, serão aceitos trabalhos<br />

cujo foco de análise recaia sobre a identificação das especificidades<br />

de cada um dos meios expressivos, propostas que lidam com as<br />

relações intersemióticas entre literatura e outra forma de expressão<br />

artística, bem como comunicações que discutam as técnicas e<br />

estratégias utilizadas por seus criadores para a criação da visão de<br />

mundo que veiculam.<br />

J2. Estudos Filológicos: Interseções entre Literatura e Língua<br />

Portuguesa<br />

Coordenadores: Cristiane Helena Parré GONÇALVES (<strong>UFGD</strong>);<br />

Thissiane FIORETO (<strong>UFGD</strong>)<br />

A filologia pode ser considerada como a ciência que estuda a língua<br />

e a literatura de um povo a partir de documentos escritos e, sendo<br />

assim, busca reconstituir os textos para melhor compreendê-los,<br />

divulgá-los e preservá-los. Inicialmente concebido como sinônimo<br />

de erudição e de amor à palavra, o termo Filologia agregou<br />

significados ao longo da História e o labor filológico tornou-se cada<br />

vez mais inter-, trans- e pluridisciplinar, num trabalho conjunto com<br />

outros ramos do conhecimento como a História, a Filosofia, a<br />

Lingüística, a Literatura, a Paleografia, entre outros. Partindo dessa<br />

definição inicial, o intuito deste simpósio é o de reunir trabalhos e de<br />

fomentar discussões em torno de temas relacionados aos estudos<br />

de literatura e de língua portuguesa, numa perspectiva filológica,<br />

sobretudo aqueles desenvolvidos sob uma abordagem histórica e<br />

interdisciplinar. Pretende-se, assim, resgatar as discussões<br />

relacionadas à Filologia Textual, que tem o texto literário como uma<br />

de suas principais fontes, e também recuperar os temas ligados à<br />

Filologia Portuguesa, especialmente a pesquisa da história de sua<br />

fonologia, morfologia e sintaxe, aliados aos estudos desenvolvidos<br />

pela Historiografia Lingüística, observando os aspectos descritivos<br />

33


da língua e seu funcionamento. Como a língua é uma estrutura ou<br />

um sistema de transformações, comporta leis, conservando-se ou<br />

enriquecendo-se por seu próprio jogo de transformações, sem,<br />

contudo, desviar-se de suas fronteiras. É nesse sentido que a<br />

Filologia e a Historiografia Lingüística permitem a verificação das<br />

transformações/evoluções que a língua sofre ao longo do tempo,<br />

pois a língua por ser capaz de transformar-se por si mesma, possui<br />

o seu próprio equilíbrio, conservando-se dentro de determinados<br />

limites.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60304 – FACALE – Campus Universitário<br />

Geovana Quinalha de Oliveira (UFMS) – Literatura e Cinema: O<br />

Passado (Re)Visitado<br />

Sílvia Ananias Onório Ribeiro (<strong>UFGD</strong>) – O Tema do Amor<br />

Idealizado: Em Álvares de Azevedo e Djavan<br />

Linda Catarina Gualda (UNESP) – A Relação Intersemiótica entre<br />

Literatura e Cinema: Elo e Confronto<br />

Cristina Mascarenhas da Silva (<strong>UFGD</strong>) – Orfeu Brasílico (1736):<br />

Uma Demonstração do Trabalho Filológico<br />

Rosana Santos (<strong>UFGD</strong>) – Língua Inglesa: Oralidade e Escrita<br />

SIMPÓSIO L<br />

Literatura e Arte nas Ficções da Subjetividade<br />

Coordenadores: Mauro Rocha BAPTISTA (UEMG); Cláudio<br />

GUILARDUCI (UEMG); Felipe MANSUR (UERJ)<br />

A constituição do sujeito moderno está marcada definitivamente<br />

pelo seu distanciamento de uma experiência própria do mundo.<br />

Com o advento da concepção cientificista, a realidade deixou de ser<br />

experimentada pelo homem para ser apresentada de forma<br />

legitimadora pela ciência. O sujeito deixa de fazer experiência para<br />

consumir uma certeza já previamente estabelecida pela sociedade.<br />

Não existe uma necessidade de que este sujeito se configure<br />

independente daquilo que lhe é proposto socialmente, ou seja, não<br />

existe a necessidade de que ele viva as suas próprias experiências,<br />

34<br />

uma vez que estas já foram previamente vividas, elas podem,<br />

agora, simplesmente ser apreendidas. Aos poucos, o<br />

desnecessário se transforma em veto. Uma vez que não é preciso<br />

experimentar por si mesmo, toda experiência pessoal passa a ser<br />

tomada como uma perda de tempo, e, no mundo moderno, este<br />

tempo capitalizado não é algo que se possa perder. Para não<br />

perder tempo, o homem moderno perde a experiência do tempo,<br />

isto é, racionaliza o tempo apenas de forma sincrônica e se<br />

esquece dos fragmentos. Neste simpósio nos propomos a analisar<br />

os fragmentos como possibilidade da criação artística e literária, e<br />

como reconquista da experiência pessoal. Pensamos no fragmento<br />

temporal como instauração do tempo presente, mas também no<br />

fragmento espacial que possibilita a sacralização de um ambiente<br />

no ritual religioso ou no jogo; na aporia como impossibilidade de se<br />

concluir uma obra, ou no aforismo como necessidade de demarcar<br />

a experiência em uma curta máxima; e na tensa divisão entre ficção<br />

e realidade, cotidiano e extraordinário, sagrado e profano, e na<br />

urgência de transitarmos por sobre a corda bamba que se estende<br />

nesta tensão. Propomos, assim, um espaço de discussão no qual<br />

as impossibilidades e incertezas da criação artística e literária<br />

possam ser observadas como o ambiente propício para se pensar o<br />

sujeito em toda a sua complexa constituição, rompendo com a<br />

limitadora visão imposta pelo conjunto através da valorização do<br />

fragmento, pois sua lógica nos leva a confrontar o acasional, o<br />

efêmero, o incompleto e o aleatório.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60312 – FACALE – Campus Universitário<br />

Cláudio Guilarduci (UEMG) – Processo Criativo: A Experiência no<br />

Jogo e na Arte<br />

Delvanir Lopes (UNESP) – Uma Leitura Filosófica de Solombra, de<br />

Cecília Meireles<br />

Felipe Mansur (UERJ) – A Ética da Ficção de Machado de Assis<br />

Carina Bertozzi de Lima (UEL) – Ciranda de Pedra: Uma Pequena<br />

Análise Sob a Luz de Schopenhauer<br />

35


Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60312 – FACALE – Campus Universitário<br />

Eduardo Maia (UFPE) – Tempos Pós-filosóficos: Literatura e<br />

Crítica em Richard Rorty<br />

Mauro Rocha Baptista (UEMG) – Sancho, Quixote e a Questão da<br />

Experiência em Giorgio Agamben<br />

Moizeis Sobreira de Sousa (USP) – Século XVIII: Um Laboratório<br />

para o Romance Oitocentista<br />

SIMPÓSIO M<br />

Literatura, Artes e Mídias: As Produtivas Relações<br />

Coordenador: Neurivaldo Campos Pedroso Junior (UNIGRAN)<br />

A comparação entre as artes é um topois tão antigo em nossa<br />

cultura que remonta à aurora da civilização. Ao longo dos séculos,<br />

as comparações eram realizadas, sobretudo, com o propósito de se<br />

atestar a superioridade de uma arte sobre as demais. Contudo, a<br />

reflexão interartística foi, aos poucos, abandonando o<br />

estabelecimento de uma escala hierárquica e centrou-se nos pontos<br />

de confluência e divergência entre as artes. A instituicionalização<br />

dos Estudos Interartes nasceu em decorrência do fato de as artes,<br />

tais como, a Literatura, a Música, as Artes Plásticas, a Dança e o<br />

Teatro terem sido introduzidas no curriculum das escolas<br />

secundárias e superior (pensando, inicialmente, no caso dos países<br />

europeus). Diante disse, observa-se que o estudo de cada uma<br />

dessas artes ainda mantinha um contraprodutivo e paralisante<br />

isolamento com relação às demais, todavia, o surgimento dos<br />

conceitos de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade promoveu<br />

mudanças no interior dos Estudos Interartes. É importante<br />

apontarmos ainda para a ampliação, ocorrida nos últimos anos, no<br />

campo de atuação dos Estudos Interartes sofrida, principalmente,<br />

em decorrência da introdução do conceito de intermidialidade, na<br />

medida em que este se refere, não apenas àquilo que<br />

tradicionalmente designamos como “artes” (Literatura, Pintura,<br />

Música, Dança, Artes Plásticas, Cinema, Teatro, Arquitetura), mas,<br />

acaba por agregar outras mídias e seus textos. Com isso, vemos<br />

36<br />

figurar, lado a lado, as mídias impressas, o Cinema, a Televisão, o<br />

Rádio, o Vídeo, além das várias mídias eletrônicas e digitais.<br />

Pretendemos, neste simpósio, agregar reflexões que estejam<br />

centradas na correspondência e comparação entre diferentes as<br />

artes e mídias.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60307 – FACALE – Campus Universitário<br />

Daniel Rossi (UFMS) – Tempo Liberado? Ubiquidade Temporal em<br />

Trópico de Câncer<br />

Denize Helena Lazarin (UNICENTRO) – Da Palavra de Humbert à<br />

Imagem de Lolita: O Cinema como Criador do Mito da Ninfeta<br />

Edgar César Nolasco (UFMS); Willian Rolão Borges da Silva<br />

(UFMS) – Clarice Lispector Midiática<br />

Grazielli Alves de Lima (<strong>UFGD</strong>) – Um Olhar Interartístico: Raquel<br />

Naveira e Lídia Baís<br />

Joyce Alves (UEMS) – Literatura e Pintura: As Imagens de Clarice<br />

Lispector em Água Viva<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60307 – FACALE – Campus Universitário<br />

Leilane Hardoim Simões (UFMS) – Clarice: A Menina dos Olhos<br />

Márcia Maria de Brito (UFMS) – Espaço Cultural Glauce Rocha: A<br />

Abertura do Acervo Artístico-cultural em Mato Grosso do Sul<br />

Marcos Antônio Bessa Oliveira (UFMS) – Nas malhas da Rede:<br />

Os Aspectos de Lispector no Imaginário Virtual-Cultural<br />

Paula Gomes Macário (UNICAMP) – Três Canões: Um Estudo da<br />

Parceria Pierre Louÿs e Debussy<br />

Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60307 – FACALE – Campus Universitário<br />

Petrilson Alan Pinheiro (UFMS) – Gêneros Digitais em Foco: Um<br />

Percurso Sócio-histórico Rumo ao Ensino<br />

Quelciane Ferreira Marucci (UFMS) – As Portas do Magma: A<br />

Literatura de Ficção Científica Brasileira na Tela do Computador<br />

37


Rafael Cardoso Ferreira (UFMS) – Macabéa e Pomme:<br />

Aproximações Femininas<br />

Sheyla Macedo (UNICAMP) – Sobrevivência pela Máquina da<br />

Escrita<br />

SIMPÓSIO N<br />

Estudos do Discurso: Questões de Subjetividade, de<br />

Identidade, de Cultura e de Preconceito<br />

Coordenadora: Rita de Cássia Pacheco LIMBERTI (<strong>UFGD</strong>)<br />

O simpósio “Estudos do discurso: questões de subjetividade, de<br />

identidade, de cultura e de preconceito” pretende discutir as marcas<br />

e manifestações de subjetividade, de identidade, de cultura e de<br />

preconceito nos/dos diferentes discursos, inclusive aqueles no/do<br />

texto literário. Serão tratadas questões tanto de superfície quanto<br />

de conteúdo, ou seja, do nível discursivo, do nível narrativo e/ou do<br />

nível das estruturas profundas dos textos. Embora este aparato<br />

teórico metodológico pertença à teoria semiótica greimasiana,<br />

outras formas de abordagens dos textos/discursos serão bem<br />

vindas, considerando que o feixe de correntes teóricas pode<br />

potencializar as provocações, as discussões e críticas, cumprindo<br />

assim, de forma mais eficaz a finalidade do próprio simpósio, qual<br />

seja: propiciar o entrecruzamento de olhares, a troca de saberes e o<br />

diálogo crítico, num espaço onde as diferenças são mais profícuas<br />

que as similaridades. A expectativa é de que o simpósio se torne<br />

um espaço de convergência de questões dos estudos do discurso,<br />

de modo a espraiar as fronteiras dos territórios teóricos, conceito<br />

emblemático que metaforiza, de forma lapidar, o imaginário<br />

acadêmico a respeito da falida “disciplinaridade”. Um simpósio que<br />

se propõe a tratar de questões como subjetividade, identidade,<br />

cultura e preconceito, pretende, no mínimo, refratar esses<br />

conceitos, questionar as práticas acadêmicas de abordagens<br />

teóricas e temáticas, bem como ressignificar um universo que se<br />

pretende continente, em conteúdo. Em outras palavras: orientar as<br />

discussões no sentido de desconstruir as representações<br />

simbólicas e as práticas ritualísticas que fundam a tradição da<br />

38<br />

academia, rompendo com modelos, em busca de uma conversa<br />

polifônica e aberta.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 11 – FAED – Campus Universitário<br />

Ana Maria dos Anjos Martins Barbosa (<strong>UFGD</strong>) – A Constituição<br />

do Sujeito em Livro de pré-coisas, de Manoel de Barros: Uma<br />

Leitura Sob o Olhar da Semiótica<br />

Bianca Cavichia Desidério (<strong>UFGD</strong>) – O Sentimento de<br />

Pertencimento do Migrante (Ou Estrangeiro) Fora de seu Espaço:<br />

Alguns Casos da Cidade de Dourados-MS<br />

Maria Aparecida da Silva Ramos (<strong>UFGD</strong>) – As Marcas da<br />

Subjetividade: O Eu e Os Outros no Discurso do Professor Indígena<br />

Daniela Raffo Scherer (UFMS) – Categorias Enunciativas em Tiras<br />

da Mafalda<br />

Dayana Lopes Russo (<strong>UFGD</strong>) – “Janjão”: Uma Análise na<br />

Perspectiva Semiótica<br />

Eliane Aparecida Miqueletti (UEMS) – A Desnutrição Infantil<br />

Indígena em Dourados no Olhar da Revista Cláudia<br />

Maria Ceres Pereira (<strong>UFGD</strong>) – Metodologia de Base<br />

Interpretativista na Pesquisa em Linguística Aplicada<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 11 – FAED – Campus Universitário<br />

Elza Carolina Beckman Piper (<strong>UFGD</strong>) – Subjetividade e Análise<br />

do Discurso: Uma Questão Epistemológica<br />

Euzenir Francisca da Silva (UFMS) – Aspectos Figurativos em A<br />

pata da gazela: Uma Abordagem Discursiva<br />

Geraldo Vicente Martins (UFMS) – Identidade no Espelho: Uma<br />

Leitura de “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa<br />

Irení Aparecida Moreira Brito (UEMS) – Os Discursos Sobre a<br />

Censura, Produzidos Durante a Democracia: Um Olhar Semiótico<br />

Ivanise Andrade (UFMS) – Meninas da Esquina – Análise<br />

Semiótica do Diário de Uma Adolescente<br />

João Vieira da Silva Neto (UFMS) – O Processo da Tradução<br />

Intercultural em A hora da estrela, de Clarice Lispector<br />

39


Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

Local – Sala 11 – FAED – Campus Universitário<br />

Maria Aparecida Conti (UFU) – Uma História de Amor: A<br />

Representação Sígnica na Narrativa<br />

Olinda Siqueira Correa Viana (<strong>UFGD</strong>) – “Índios no Brasil: Quem<br />

são Eles?” – Um Estudo sobre o Preconceito Contra o Indígena a<br />

partir de Depoimentos em Vídeo<br />

Odirléia Lima Arnal (UFMS) – Tropa de Elite: As Diferentes<br />

Imagens do Bope nos Textos de Imprensa na Época do Episódio<br />

com o Ônibus 174 e após o Filme de Padilha “Tropa de Elite”<br />

Andréia Lourenço Alves (<strong>UFGD</strong>) – O Lugar das Línguas em<br />

Escola de Fronteira<br />

Santa Cariaga Portolan (<strong>UFGD</strong>) – Identidade: Uma Abordagem<br />

Étnica<br />

Tiago Marques Luiz (UFSC) – O Videoclipe Thriller, de Michael<br />

Jackson: Uma Sucinta Análise Semiótica<br />

SIMPÓSIO O<br />

Drama em Cena, Drama em Tela: A Literatura nas Artes do<br />

Espetáculo<br />

Coordenadores: Sandra LUNA (UFPB); Lúcia SAN<strong>DE</strong>R (UNB)<br />

O drama, gênero literário que consubstancia parte significativa das<br />

artes do espetáculo, desafia, desde as suas origens, limites<br />

disciplinares. Por sua condição fronteiriça, de texto produzido para<br />

a cena, o drama se constitui como objeto transdisciplinar, ainda<br />

quando focalizado sob a ótica mais restrita de fato literário.<br />

Originado no mito e tradicionalmente construído sob inspiração da<br />

mimesis praxeos, imitação da própria vida, lugar por excelência<br />

para a representação do ser no mundo, o gênero dramático desde<br />

muito cedo motivou reflexões que enveredaram por múltiplos<br />

caminhos e engendraram multifacetadas tradições teórico-críticas,<br />

filosóficas, religiosas, históricas, cada uma dessas perspectivas<br />

legitimando a propriedade e a produtividade das incursões<br />

interdisciplinares ao seu domínio. Para além das intercessões<br />

validadas em sua própria esfera de arte literária, a relação entre a<br />

40<br />

dramaturgia e a cena amplia ainda mais significativamente o leque<br />

das inter-relações disciplinares, abrigando perspectivas que<br />

apontam para outras artes, aí incluídas a retórica, a música, a<br />

dança, a cenografia, a arte do ator, encampando, em tempos mais<br />

recentes, inovações tecnológicas, invenções midiáticas, enfim, são<br />

inúmeras as frentes disciplinares que se oferecem ao diálogo com o<br />

drama, arte plural, sobretudo quando se considera a multiplicidade<br />

de formas instauradas pelas diversas tradições dramáticas no teatro<br />

do tempo. O presente simpósio focaliza o drama em relação às<br />

múltiplas perspectivas que se abrem aos estudos desse gênero<br />

literário, aí incluídas as relações entre a dramaturgia e as variadas<br />

formas de artes e saberes implicados no universo do drama.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Anfiteatro A – FAED – Campus Universitário<br />

Fernandes Ferreira de Souza (UEMS) – O Drama Inglês antes de<br />

Shakespeare<br />

Carla Ávila (UFV/<strong>UFGD</strong>) – Itinerâncias e Inter-heranças de Terra<br />

Preta: Um Relato de Experiência em Criação Artística<br />

Ana Luisa Camino (UFPB) – Quem tem Medo de Tchekhov? – A<br />

Tradição pelo Piollin Grupo de Teatro<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Anfiteatro A – FAED – Campus Universitário<br />

Carlos Junior Gontijo Rosa (UNICAMP) – Adaptações de<br />

Tragédias: Drama à Vista<br />

Sandra Luna (UFPB) – As Mulheres de Ibsen na Moderna<br />

Dramaturgia Norte-americana: Nora Revivida<br />

Tamiris Batista Leite (UNESP) – Os Elementos Dramáticos em<br />

Sagarana: o duelo, de Paulo Thiago<br />

Lucinéia Contiero (<strong>UFGD</strong>) – Navalha na Carne: do Palco ao<br />

Cinema<br />

Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />

Local – Anfiteatro A – FAED – Campus Universitário<br />

41


Lúcia Sander (UnB) – A “Crítica em Performance”: Uma Forma<br />

Híbrida de Resgate de Escritoras e Personagens Femininas<br />

Esquecidas na Coxia do Tempo<br />

Suzi Frankl Sperber (UNICAMP) – Relações entre “Rei Lear”, de<br />

W. Shakespeare, o Eclesiastes<br />

Samarkandra Pereira dos Santos Pimentel (UFPB) – “Vão-te<br />

Amar. E Supor Tanta Coisa ao Teu Respeito”: Considerações<br />

acerca de Perdição: Exercício sobre Antígona, de Hélia Correira<br />

SIMPÓSIO P<br />

P1. Poesia e seus Papéis na Cultura Contemporânea<br />

Coordenadores: Silvia Regina Gomes MIHO (<strong>UFGD</strong>); Moacir<br />

Amâncio (USP)<br />

Este simpósio se propõe a discutir os diversos aspectos em que<br />

poesia contribui para a construção de um quadro cultural e social<br />

que questiona, repercute, redimensiona e conserva valores de<br />

ordem estética, etica, social, educacional. Serão aceitos trabalhos<br />

que tratem da criação, interpretação, tradução e do diálogo entre<br />

poesia, teoria e crítica literárias, poesia e linguística, poesia e novas<br />

mídias, poesia e contemporaneidade, em contextos da literatura<br />

nacional e internacional.<br />

P2. Literatura e Tecnologia: Reflexões sobre o Fazer e o Existir<br />

Literário na Era Digital<br />

Coordenadora: Roselene Berbigeier FEIL (<strong>UFGD</strong>)<br />

A proposta deste simpósio é discutir questões centrais que<br />

envolvem a literatura e a tecnologia na sociedade digital, dentre as<br />

quais: i) A literatura digital é uma nova literatura, diferente da<br />

literatura não digital?; ii) De que modo as novas tecnologias influem<br />

na comunicação e na criação literária?; iii) Qual o papel dos leitores<br />

em relação à “nova literatura”?; iv) Como se configura a consciência<br />

autoral?; v) Reformular-se-ão os gêneros literários na criação<br />

literária digital? e; vi) Porque é que a leitura no hipertexto é tão<br />

atraente para o público leitor, principalmente para o jovem leitor?<br />

Essas questões merecem ser discutidas, pois, o aparecimento das<br />

novas tecnologias da informação e, sobretudo, a inclusão digital nos<br />

42<br />

permite contar com um instrumento de extraordinária capacidade e<br />

abrangência para a comunicação da informação e, também, para a<br />

criação linguística e literária. A literatura, como atividade humana<br />

opera com a linguagem e com a experiência, não permanecendo<br />

alheia a esse conjunto de meios tecnológicos. As novas tecnologias<br />

além de tornarem possível a comunicação instantânea, o<br />

conhecimento acessível, as concordâncias e as discordâncias, a<br />

análise das variantes de uma mesma obra, as ligações entre obras,<br />

etc. da literatura que foi produzida à margem da Internet ou sem<br />

pensar na Internet. Relacionado a este aspecto temos as<br />

bibliotecas virtuais onde as obras não produzidas em meios digitais<br />

encontrando um espaço até então nunca pensado. Essas<br />

tecnologias permitiram à sociedade digital a existência de uma<br />

literatura exclusivamente comunicada pela web, é o caso das obras<br />

literárias que foram publicadas apenas na Internet, mas que não<br />

são obras interativas e que poderiam ter sido publicadas em papel;<br />

junto a estas, estão obras literárias interativas, hipertextuais e<br />

blogosféricas, uma tendência que se alastra na contemporaneidade<br />

a ponto de nos obrigar a uma reflexão sobre o fazer e o existir<br />

literário.<br />

Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60303 – FACALE – Campus Universitário<br />

Adriano de Souza (UFSM) – Elefante de Francisco Alvim: Poética<br />

do Improviso?<br />

Ana Maria Albernaz (USS) – Poesia e Pensamento no Grande<br />

Sertão<br />

Teresa Cabañas (UFSM) – Na Breve Existência do Intervalo: A<br />

poesia anacrônica de Maria Lúcia Dal Farra<br />

Tarsila Souza – O Espaço Romanesco n’O Lustre de Clarice<br />

Lispector<br />

Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />

Local – Sala 60303 – FACALE – Campus Universitário<br />

Ana Paula Macedo Cartapatti Kaimoti (UEMS-UNIGRAN) – A<br />

Cuidade Morena de Diegues e o Portunhol Selvagem: lengua<br />

poética em movimento<br />

43


Fábio Luís Chiqueto Barbosa (UNESP) – Microblogs, ipods e<br />

Aparelhos Celulares: Novas Fronteiras Literárias ou Quimeras do<br />

Século XXI?<br />

Roselene Berbigeier Feil (<strong>UFGD</strong>) – Querido Computador: Hoje<br />

Eu...<br />

Sílvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>) – Poesia e poéticas em meios<br />

eletrônicos.<br />

44<br />

<strong>RESUMOS</strong><br />

45


Resumos<br />

ALBERNAZ, Ana Maria. (USS). Poesia e Pensamento no Grande<br />

Sertão. Nossa comunicação parte da palavra pensante de Riobaldo:<br />

curso de travessia. Não apenas da sua mesma que decorre<br />

fundando e fundamentando a narrativa, seu contar; mas do ímpeto<br />

maior de atravessar da vida que no pensamento encontra seu lugar<br />

apropriado. “... para pensar longe, sou cão mestre – o senhor solte<br />

em minha frente uma idéia ligeira, e eu rastreio essa por fundo de<br />

todos os matos, amém!”. Sua estória desencoberta, que parte da<br />

encoberta doação propiciada no encontro amoroso com Diadorim, é<br />

favorecida também pelo encontro igualmente amoroso com o<br />

pensamento que reúne homem e pensar. Na iniciativa de contar<br />

meditativamente sua estória, é contada a estória da iniciativa de<br />

meditar. “O que é pra ser – são as palavras! Ah, porque. Por quê?”.<br />

Na identificação da palavra ao pensamento, já se coloca a questão<br />

acerca do pensar. A partir dela pensar é nomear, ou seja, distinguir<br />

por palavra, e pensar é perguntar-se, auto-indagação.<br />

ALBUQUERQUE, Ana Paula Pachega da Silva (<strong>UFGD</strong>). O ensino<br />

da literatura: prazer e práxis. O principal objetivo deste estudo é<br />

problematizar o ensino de literatura em sala de aula. Para isso,<br />

serão levantadas questões e indicadas possíveis respostas<br />

referentes às dificuldades que se dão, quanto ao processo de<br />

ensino de literatura, entre professores e alunos nas escolas. Com<br />

base nos aspectos teóricos apresentados pelos textos de autores<br />

que compõe a fortuna crítica dessa pesquisa, assim como pela<br />

experiência adquirida nos estágios, de observação e de regência,<br />

realizados em quatro escolas públicas de Ensino Médio noturno na<br />

cidade de Dourados/MS, buscou-se justificar e elaborar este<br />

trabalho. A análise foi concentrada na situação crítica do pouco<br />

gosto pela leitura demonstrado pelos alunos em sala de aula.<br />

ALMEIDA, Nizael F. de (<strong>UFGD</strong>). Leitura dramatizada, uma<br />

possibilidade no ensino de literatura para a formação do gosto. Este<br />

trabalho pretende sugerir a leitura dramatizada como técnica no<br />

ensino de literatura, objetivando a formação do gosto pela leitura.<br />

Entendendo leitura dramatizada como parte inicial de um processo<br />

de encenação de grande importância para a compreensão e<br />

entendimento do texto literário, por parte do aluno/ator, assim, a<br />

leitura dramática pretende facilitar a relação do leitor, aluno e<br />

46<br />

expectador, com o texto literário e suas minúcias. Por meio de uma<br />

técnica interativa pretendemos unir teatro e literatura para o<br />

desenvolvimento do gosto pela leitura, na tentativa de formar<br />

leitores críticos reflexivos, para tanto utilizaremos como base<br />

bibliográfica estudiosos da Lingüística e das Artes Cênicas,<br />

objetivando a interação entre essas duas áreas do conhecimento.<br />

ALVES, Andréia Lourenço (<strong>UFGD</strong>); PEREIRA, Maria Ceres<br />

(<strong>UFGD</strong>). O lugar das línguas em escola de fronteira. O Projeto<br />

Escolas Bilíngües Interculturais de Fronteira MEC/IPOL tem sido<br />

aplicado nas fronteiras brasileiras entre hispano-falantes. Muitas<br />

fronteiras são estabelecidas a partir de acidentes geográficos como<br />

rios, por exemplo. Nesses casos, há pontes que facilitam o acesso<br />

dos moradores em tais lugares. Há, entretanto, outras fronteiras<br />

chamadas secas cujas divisas se estabelecem por uma rua. Este é<br />

o caso da escola foco desta comunicação em que a escola<br />

brasileira participante do projeto, está a poucas quadras do país<br />

vizinho. Com a implantação do projeto, o português passou a ser a<br />

língua de ensino de conteúdos na escola paraguaia em “visita” uma<br />

vez semanal. Em contrapartida, a escola brasileira recebe<br />

professora paraguaia que,por sua vez, ministra conteúdos na língua<br />

castelhana. A experiência tem mostrado sucesso de tal maneira<br />

que, alunos têm explicitado atitudes positivas em relação às<br />

línguas, sem demonstrar desconforto por “ter que aprender”<br />

conteúdos em outra língua que não a sua. Nesta comunicação<br />

temos como objetivo discutir experiências de ensino bilíngüe a partir<br />

de relatos de professores participantes do projeto contrapondo com<br />

experiências manifestadas por professores indígenas e o ensino<br />

bilíngüe em suas escolas via Referencial Curricular para Escolas<br />

Indígenas – RCNEI. Trata-se de projeto em andamento no<br />

Programa de Mestrado em Letras/FACALE.<br />

ALVES, Joyce. (UEMS). Literatura e Pintura: As Imagens de Clarice<br />

Lispector em Água Viva. O objetivo deste trabalho é sublinhar a<br />

correspondência entre a literatura e a pintura que existe na obra<br />

Água viva, de Clarice Lispector. Por intermédio de uma linguagem<br />

plástica, esta narrativa consegue alcançar efeitos que são próprios<br />

da pintura e, nesse sentido, produz imagens distintas que podem<br />

ser associadas a quadros de diferentes estéticas. Procedimentos<br />

empregados no impressionismo, no expressionismo, no cubismo e,<br />

de um modo geral, na pintura moderna podem ser evidenciados na<br />

47


composição deste texto literário. Num movimento que vai da<br />

expressão poética à expressão plástica, Clarice se entrega, de<br />

forma particular, à pintura por meio da palavra.<br />

ANASTACIO, Elismar Bertoluci de Araújo. Cruzando-campo<br />

Trotando-mundo: Fronteira e hibridação cultural na narrativa de<br />

Helio Serejo. A presente comunicação tem como objetivo geral<br />

discutir, na narrativa de Hélio Serejo, como se dá o processo de<br />

hibridação cultural do homem cruza-campo e trota-mundo na<br />

fronteira Brasil-Paraguai. Para tanto, realizamos um recorte das<br />

seguintes obras de Hélio Serejo: “Carai Ervateiro”, “Pelas Orilhas da<br />

Fronteira”, “Vida de Erval”, “Prosa Rude”, “Pialando...no Más” e “No<br />

Mundo Bruto dos Ervais”, uma vez que os contos, causos, crônicas,<br />

textos informativos contidos nessas obras deslocam-se, sobretudo,<br />

da/na fronteira Brasil – Paraguai e seus personagens reais ou<br />

“falsificados” vivem uma espécie de nomadismo dispersivo em uma<br />

zona de fronteira imaginária, entrecortada – mata adentro - pelos<br />

caminhos da Companhia Mate Laranjeira. Os vãos que se abrem na<br />

narrativa, a partir do cruzar – contínuo e temporal – do sujeito na<br />

fronteira, poderá suscitar possíveis representações identitárias,<br />

ainda, pouco estudadas. Sustentará, pois, esta investigação, o<br />

enfoque teórico-literário advindo dos Estudos Culturais, já que<br />

trataremos de uma temática que transita pelas relações entre a<br />

literatura e aspecto de formação identitárias. Estudar a obra de<br />

Hélio Serejo é uma forma de (re)descobrir, nos intertísios, aspectos<br />

sócio-culturais velados pela história oficial, ainda mais quando se<br />

trata de uma fronteira “onde o Brasil já foi Paraguay”.<br />

ANDRA<strong>DE</strong>, Anderson da Silva (<strong>UFGD</strong>); GÓIS, Marcos Lúcio de<br />

Sousa (<strong>UFGD</strong>); TORCHI, Gicelma da Fonseca Chacarosqui<br />

(<strong>UFGD</strong>). Projeto Ogruledra - A Leitura Dramatizada como Proposta<br />

Extensionista. Esta comunicação objetiva apresentar o projeto de<br />

extensão O Grupo de Leitura Dramatizada (OGRULEDRA) da<br />

<strong>UFGD</strong>. A proposta consiste na leitura e montagem dramatizada de<br />

textos literários, principalmente de literatura regional, e se faz<br />

importante por considerar a leitura dramatizada como<br />

potencializadora das artes e por ser, igualmente, uma forma de<br />

ajudar a construir sujeitos críticos, capazes de refletir sobre o<br />

mundo em que vivem e atuam. Para tanto, utiliza-se a metodologia<br />

participativa, por acreditar que esta fortalece os laços de um grupo<br />

de trabalho, por meio das relações interpessoais e da valorização<br />

48<br />

do indivíduo. Os encontros de leitura e reflexão dos textos ocorrem<br />

duas vezes por semana (durante duas horas), nos quais são feitos<br />

não só o estudo efetivo das obras literárias previamente elencadas,<br />

bem como das formas de se colocar em movimento seus sentidos.<br />

Os resultados são apresentados, semestralmente, à comunidade<br />

em geral.<br />

ANDRA<strong>DE</strong>, Ivanise (UFMS). Meninas da Esquina – Análise<br />

Semiótica do diário de uma adolescente. A vida de adolescentes<br />

exploradas sexualmente é cheia de conflitos e desafios. No livro<br />

“Meninas da Esquina – Diário dos sonhos, dores e aventuras de<br />

seis adolescentes do Brasil” são elas próprias que, escrevendo ou<br />

gravando em áudio, compõem um diário de suas peripécias ao<br />

longo de 14 meses. A presente análise utiliza os recursos teóricos e<br />

metodológicos da Semiótica de linha Francesa para delinear os<br />

percursos narrativo e temático do diário do dia 17 de janeiro de<br />

2004 de Natasha, uma mãe adolescente em conflito com a filha e a<br />

família do pai da criança. Assim como tantas outras adolescentes,<br />

sua busca é por aceitação.<br />

ARAUJO, Adriana Lopes de (UEM). Representação e construção<br />

de identidades em “As doze cores do vermelho” de Helena Parente<br />

Cunha. O romance em estudo, intitulado “As doze cores do<br />

vermelho” de Helena Parente Cunha, traz em seu bojo discussões a<br />

respeito da invisibilidade histórica da mulher, do ser feminino<br />

fraturado pelos valores tradicionais de uma sociedade patriarcal,<br />

assim como o desejo de romper com a pressão do paradigma<br />

androcêntrico. Tal questionamento é visível, principalmente, na<br />

construção da personagem protagonista durante a narrativa. Ela<br />

encontra-se, todavia, dividida entre o lado de cá, da submissão e da<br />

marginalidade e o lado de lá, da transgressão. Ao permear por três<br />

momentos temporais dessa personagem, entre eles a infância<br />

(passado), juventude (presente) e maturidade (futuro), é que se<br />

torna imperativo destacar, na obra, a abordagem de questões como<br />

representação e identidade. Sendo assim, é que a análise basearse-á<br />

nos estudos de gênero e identidade.<br />

ARAÚJO, Amanda Eliane Lamônica (UFMS). O Projeto Político de<br />

Plínio Marcos: O Mistico em Cena, Jesus Homem. O teatro<br />

brasileiro passou por profundas transformações a partir da década<br />

de 40, seja no plano da forma, seja no plano do conteúdo. Com<br />

49


efeito, emergiram peças pautadas por preceitos de ordem<br />

psicanalítica, as quais foram importantes para o palco brasileiro.<br />

Além disso, o olhar lançado para as questões sociais e,<br />

fundamentalmente, a ruptura com o teatro tradicional, sobretudo<br />

nos moldes da chamada “peça bem feita” (ancorado nas regras das<br />

três unidades aristotélicas: ação, tempo e lugar) foram primordiais<br />

para a configuração de uma identidade da dramaturgia nacional. No<br />

que concerne à contemporaneidade, surgiram autores que<br />

trouxeram para o cerne das discussões a ordem política<br />

estabelecida, as relações familiares em crise e, especialmente, a<br />

preocupação com as questões relacionadas à subalternidade e<br />

identidade. O processo da renovação da linguagem teatral, aliada<br />

às transformações de ordem econômica, política e social trouxeram<br />

subsídios para a criação de novas possibilidades de realização<br />

cênica. Nesse segmento, ancorando-se nas contribuições de<br />

Palottini (1989), Ryngaert (1996, 1998), Pavis (1999) e Rosenfeld<br />

(1993, 1996) acerca do discurso teatral; nos critérios propostos por<br />

Prado (1972) – o que a personagem revela sobre si mesma, o que<br />

ela faz e o que os outros dizem a seu respeito e nos pressupostos<br />

teóricos de Bhabha (1998), Hall (1998, 2003), Jameson (2004),<br />

Cevasco (2003), Souza (2002) que circunscrevem os Estudos<br />

Culturais o objetivo deste trabalho é analisar os mecanismos<br />

dramáticos e culturais que estruturam o projeto político do<br />

dramaturgo Plínio Marcos na peça Jesus Homem (1981).<br />

ARNAL, Odirléia Lima (UFMS). Tropa de elite: as diferentes<br />

imagens do BOPE nos textos de imprensa na época do episódio<br />

com o ônibus 174 e após o filme de Padilha “Tropa de Elite”. O<br />

presente trabalho é parte da dissertação desenvolvida no Programa<br />

de Mestrado em Estudos de Linguagens (UFMS), que propõe um<br />

estudo dos sentidos produzidos na polêmica em torno do modelo de<br />

atuação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) a<br />

partir de dois episódios marcantes na história do batalhão: o<br />

incidente com o ônibus 174 e o lançamento do filme “Tropa de<br />

Elite”. Para a análise, pautar-nos-emos nos pressupostos teóricos e<br />

metodológicos da Análise do Discurso francesa, em especial nos<br />

conceitos cunhados por D. Maingueneau no interior da proposta de<br />

uma semântica global e seu conceito de interincompreensão, bem<br />

como nas bases de Pêcheux no estudo das condições de produção.<br />

A opção por trabalhar a polêmica em torno desses dois recortes<br />

pauta-se na hipótese de que neles estão envolvidos discursos em<br />

50<br />

torno de questões mais amplas no âmbito político, como, por<br />

exemplo, atribuir ao BOPE uma postura fascista.<br />

ARTEMAN, Francinette Correia (<strong>UFGD</strong>); CLAUS, Simone Peres<br />

(<strong>UFGD</strong>). Livro didático e ENEM: questões interdisciplinares. O livro<br />

didático utilizado hoje nas escolas é um suporte aos educadores,<br />

traz questões variadas, interdisciplinares, que contribuem muito<br />

com a metodologia e a prática docente. O objetivo desse trabalho é<br />

realizar uma sucinta comparação entre questões abordadas no livro<br />

didático e questões elaboradas para o ENEM, ou seja, as<br />

semelhanças e distinções existentes entre ambas as questões. Há<br />

também uma proposta de verificação das mudanças de conteúdos<br />

pedagógicos nos livros didáticos no decorrer de duas décadas, a<br />

interpretação de texto, a utilização de temas atuais. Enfim, como<br />

esses conteúdos eram e como são trabalhados no livro didático<br />

atualmente.<br />

ATAÍ<strong>DE</strong>, Artur (UFPE). O êxtase e as formas: poesia,<br />

transcendência e retórica na contemporaneidade. Com a<br />

consolidação das obras de Derrida, Foucault ou do último Barthes,<br />

todo discurso, seja ele científico, filosófico ou religioso, passa a ser<br />

reconhecido estritamente como tal: como discurso. Ou seja: um<br />

enunciado situado, parcial, respeitante, acima de tudo, ao universo<br />

da cultura, ao habitat simbólico em que se dão as relações de poder<br />

humanas. A pretensão de verdade por parte de qualquer instância<br />

discursiva, nesse contexto, torna-se então uma questão de política:<br />

são “teologias do significado” (Barthes), sempre ideologicamente<br />

espúrias. O nosso trabalho corresponde à tentativa de, diante da<br />

relação de obras como a de San Juan de la Cruz, Blake ou Murilo<br />

Mendes com o transcendente, e do impacto estético que ainda<br />

surtem, propor um terceiro caminho além do dogmatismo ingênuo<br />

ou da condenação política, reservando ao discurso místico um lugar<br />

lícito no pensamento atual. Para tanto, contamos com alguns<br />

aliados imprevistos, como Nietzsche, Rorty e Píndaro.<br />

ÁVILA, Carla. (UFV/<strong>UFGD</strong>). Itinerâncias e Inter-heranças de Terra<br />

Preta: Um Relato de Experiência em Criação Artística. Este artigo<br />

relata a tragetória do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino,<br />

Extensão e Arte – GENGIBRE da Universidade Federal de Viçosa<br />

(UFV) e como este desenvolve projetos junto a comunidades de<br />

Congado da Zona da Mata Mineira. O objetivo deste artigo é<br />

51


promover a reflexão dos fazeres interdisciplinares do grupo,<br />

composto por graduandos das áreas de Dança, Geografia, História,<br />

Comunicação Social e Jornalismo, e pós graduandos em Extensão<br />

Rural. A partir de pesquisas de campo e dos registros orais das<br />

narrativas dos ritos, cantos, gestuais e danças dessas<br />

comunidades. Além desta exposição, pretende-se apontar a<br />

relevância do manacial cultural destas comunidades para a<br />

reelaboração e composição de processos de criação artística.<br />

AZEREDO, Mônica Horta. (UnB). A representação da heroína em<br />

Estamira e Estamira - para todos e para ninguém (Marcos Prado,<br />

2004). Os filmes Estamira (longa-metragem) e Estamira - para<br />

todos e para ninguém (média-metragem), ambos de Marcos Prado,<br />

são instrumentos de significação e produção de novas identidades<br />

na medida em que buscam representar a história de Estamira e seu<br />

grupo. Proponho refletir sobre como o diretor, ao lançar mão de<br />

uma abordagem mestiça, representa o real e constrói a imagem de<br />

heroína para esta mulher. A análise leva em conta a importância da<br />

obra do filósofo Friedrich W. Nietzsche, Assim Falou Zaratustra –<br />

um livro para todos e para ninguém, flagrantemente referenciado<br />

nas obras. As manobras cinematográficas pontuais que levam o<br />

espectador a, simbolicamente, tomar o lugar do<br />

diretor/entrevistador, fundam uma atmosfera onde merece destaque<br />

o sentido psicológico da narrativa. Ao misturar elementos do<br />

cinema, do teatro e da psicologia, as obras produzem um<br />

sentimento de « perturbação » no receptor e o incitam a, ele<br />

próprio, rever sua(s) identidade(s).<br />

BAPTISTA, Mauro Rocha. (UEMG). Sancho, Quixote e a questão<br />

da experiência em Giorgio Agamben. Nesta apresentação<br />

pretendemos analisar a impossibilidade de se fazer experiência no<br />

mundo moderno, esta análise será feita a partir do jogo criado por<br />

Giorgio Agamben entre Quixote e seu escudeiro. Enquanto Dom<br />

Quixote de’la Mancha gira o mundo fazendo experiências sem<br />

conseguir dominá-las para si, seu fiel escudeiro Sancho Pança<br />

acumula as experiências feitas por seu mestre, conseguindo,<br />

portanto, ter experiência, contudo, em sua necessidade consciente<br />

de se afastar das loucuras quixotescas ele as tem sem jamais fazêlas.<br />

Por isso ele se surpreende quando ao apresentar a<br />

inadequação do uso de uma bacia como se fosse um elmo escuta<br />

do cavaleiro da triste figura a resposta de que ambos são o mesmo.<br />

52<br />

Com sua resposta Quixote demonstra que faz a experiência da<br />

bacia no ambiente lúdico do como se ela fosse um elmo, algo que<br />

não pode ser compreendido pelo instruído, mas não inteligente<br />

Sancho.<br />

BARBOSA, Ana Maria dos Anjos Martins (<strong>UFGD</strong>). A constituição<br />

do sujeito em Livro de pré-coisas, de Manoel de Barros: uma leitura<br />

sob o olhar da semiótica. Este estudo busca revelar a constituição<br />

do sujeito que se manifesta na apropriação da cultura e foi baseado<br />

na análise da personagem Bernardo, presente em vários textos de<br />

Manoel de Barros. Para isso, elegeu-se como aporte teórico Fiorin,<br />

Maingueneau, entre outros, e, num viés histórico, buscou-se uma<br />

interlocução com outros autores como González Rey (2003), que<br />

trata da subjetividade do sujeito, e Alves (2003), ao abordar a<br />

questão da singularidade e universalidade do sujeito regional.<br />

Confirmou-se assim que os textos acerca da personagem Bernardo,<br />

em diversas obras de Manoel de Barros, configuram-se como uma<br />

viabilidade de desvelar uma identidade regional. Este artigo está<br />

vinculado ao simpósio Estudos do discurso: questões de<br />

subjetividade, de identidade, de cultura e de preconceito.<br />

BARBOSA, Fábio Luís Chiqueto. (UNESP). Microblogs, Ipods e<br />

Aparelhos Celulares: Novas Fronteiras Literárias ou Quimeras do<br />

Século XXI? Uma das vertentes das atividades literárias mais<br />

recentes tem se concentrado na exploração dos limites da literatura<br />

em face do advento de novas tecnologias. Em 2010, e<br />

considerando-se a velocidade com que a evolução da tecnologia –<br />

da informática, sobretudo – acachapa a sociedade, a referência ao<br />

hipertexto começa já a perder sua aura de novidade, lugar que<br />

passa a ser ocupado por uma literatura produzida no contexto dos<br />

meios de comunicação, mais especificamente no contexto de<br />

aparelhos de comunicação como o telefone celular e os ipods ou<br />

ainda nas conjunturas das plataformas de redes sociais e de<br />

microblogs da internet, tais como o twitter. A presente contribuição<br />

procura definir alguns parâmetros teóricos para a compreensão do<br />

tema, considerando, para tanto, ocorrências atuais destas<br />

expressões literárias no Brasil e na Alemanha.<br />

BELUQUE, Caroline Touro (<strong>UFGD</strong>). Mediações entre Literatura e<br />

Cultura: A produção pós-colonialista de Plá e Barret. A proposta<br />

central desta comunicação é refletir e problematizar sobre as<br />

53


culturas em situação de contato, particularmente em espaços<br />

colonizados e pós-colonizados, como é o caso dos países<br />

circunvizinhos Brasil e Paraguai. Diante destes contatos, novas<br />

relações identitárias acontecem, possibilitando assim, uma nova<br />

situação, quer seja cultural, política ou social caracterizada por<br />

resistências ou conformações. Nosso foco, particular, serão as<br />

produções literárias na fronteira Brasil versus Paraguai, no qual<br />

retratam a cor local e evidenciam esta transição entre o local e o<br />

global. Para tanto, são articuladas discussões sobre a literatura<br />

pós-colonial , principalmente embasadas nas teorias propostas por<br />

Thomas Bonnici e Walter Mignolo. Também se dispõe a observar e<br />

discutir a produção pós-colonialista na região “Brasiguai”,<br />

principalmente dos autores Josefina Plá e Rafael Barret.<br />

BELUQUE, Maria Helena Touro (<strong>UFGD</strong>). Da infância à<br />

adolescência: a trajetória feminina contada pelo Mundo Maravilhoso<br />

da Psicanálise. O presente trabalho é composto pela perspectiva<br />

intervalar entre Literatura e Psicanálise. De um lado, a Literatura<br />

enquanto representação da realidade, mostrando, nos contos de<br />

fadas, o universo mágico e enigmático que está para além da<br />

simples apresentação do bem em oposição ao mal., chegando a<br />

atingir instâncias de que muito se ocupa a Psicanálise. Por outro<br />

lado, está essa corrente teórica pautada em bases freudianas que,<br />

de forma coerente, recupera, nos contos de fadas, elementos que<br />

favorecem o entendimento humano, principalmente sobre as bases<br />

mais profundas da psique. Tendo os contos de fadas como<br />

auxiliadores do equilíbrio psíquico e favorecedores na resolução<br />

dos conflitos inconscientes, pensamos em retratar como situa-se,<br />

neste contexto, a trajetória feminina. Passando por contos que<br />

expõem alguns conflitos enfrentados pela mulher, como<br />

Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida, entre outros, e segundo<br />

a perspectiva de análise de Bettelhein, buscaremos elucidar a<br />

importância de tais contos na formação do Sujeito Mulher.<br />

BENATTI, André Rezende (<strong>UFGD</strong>). Aspectos da Escrita Feminina<br />

em Ivención de la Muerte, de Josefina Plá. Esta comunicação é<br />

uma análise dos poemas que compõe a obra Invención de la<br />

Muerte, de Josefina Plá, publicado em 1965. Sob o olhar da escrita<br />

feminina, pretendemos destacar a importância da poetisa na<br />

literatura paraguaia e sua relevância no panorama da literatura<br />

hispano-americana. Para tal apresentamos um panorama histórico<br />

54<br />

da poesia hispano-americana e paraguaia, bem como a articipação<br />

da mulher em ambas, destacamos alguns aspectos teóricos da<br />

escrita feminina, para por fim trazermos uma análise dos poemas<br />

que compõe a obra Invención de la Muerte, sob a ótica da escrita<br />

feminina, dando um maior destaque para os temas da morte, do<br />

corpo e da memória.<br />

BITTENCOURT, Rodrigo do Prado (UNICAMP). Dimensões<br />

Histórico-Sociais de “A estória de Lélio e Lina”. Ao lermos “A estória<br />

de Lélio e Lina”, vemos um jovem que busca refazer sua vida em<br />

um novo local e lá conhece uma senhora que o ajuda a enfrentar<br />

seus problemas. Mais que isso, vemos o contato do tradicional e do<br />

moderno. Mudanças que deixam Lélio inseguro. Lina o ajuda a se<br />

integrar ao mundo que o angustia. Assim, busco entender a<br />

integração social e a individualidade, nesse texto de Guimarães<br />

Rosa; analisando aspectos históricos e sociais que se relacionam à<br />

vida íntima das personagens e à sua visão de mundo.<br />

BORGES, Fábio (UnB). Apontamentos sobre esoterismo em João<br />

Guimarães Rosa e Johann W. von Goethe: um estudo d’O Recado<br />

do Morro e d’O Conto da Serpente Verde e da Linda Lilie. Em 1795,<br />

Goethe publica “Das Märchen” – ou “O Conto da Serpente Verde e<br />

da Linda Lilie” – numa coletânea intitulada As Conversações de<br />

Emigrantes Alemães, onde apresenta muito do que aprendeu sobre<br />

esoterismo franco-maçom na condição de membro da Grande Loja<br />

de Weimar. Dizia que após 99 tentativas de interpretação do<br />

substrato metafísico do conto apresentaria suas intenções, desafio<br />

que atiçou muitos de seus admiradores. Cento e sessenta e um<br />

anos depois, João Guimarães Rosa publica Corpo de Baile (1956),<br />

coletânea que contém a novela “O Recado do Morro”. Esta estória<br />

sertaneja pode ser lida como um panorama dos conhecimentos<br />

esotéricos do escritor – ele também era franco-maçom – e, talvez,<br />

como uma tentativa de re-interpretar algumas das questões<br />

formuladas por Goethe em “Das Märchen”. Desse modo, propõe-se<br />

uma leitura do modo como alguns dos temas, símbolos e alegorias<br />

comuns a franco-maçonaria são abordados nas referidas obras<br />

literárias dos escritores em questão.<br />

BRITO, Irení Aparecida Moreira (UEMS). Os discursos sobre a<br />

censura, produzidos durante a democracia: um olhar semiótico.<br />

Neste trabalho, que faz parte do Simpósio: Estudos do discurso:<br />

55


questões de subjetividade, de identidade, de cultura e de<br />

preconceito, apresenta-se uma análise do discurso produzido pela<br />

Revista Veja sobre a tentativa, por parte dos órgãos<br />

Governamentais, de censurar os meios de comunicação. A análise<br />

ancora-se na reportagem de capa, publicada pela revista em 18 de<br />

agosto de 2004, edição 1867, intitulada “A tentação autoritária”. O<br />

objetivo é analisar como o texto aborda a questão do autoritarismo<br />

e da censura, durante um período democrático, a partir do olhar<br />

para um passado não muito distante da história brasileira, o período<br />

dominado pela Ditadura Militar. Utiliza-se como aporte teóricometodológico<br />

a semiótica greimasiana, atendo-se ao nível<br />

discursivo do percurso gerativo de sentido, sobretudo à tematização<br />

e à figurativização.<br />

BRITO, Marcia Maria de. (UFMS). Espaço Cultural Glauce Rocha:<br />

A Abertura do acervo Artístico-cultural em Mato Grosso Do Sul.<br />

Tendo por escopo o espaço cultural Glauce Rocha, da cidade<br />

universitária UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul<br />

em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, este trabalho<br />

procurará analisar de forma concisa o acervo artístico-cultural do<br />

espaço citado, por meio de algumas manifestações culturais como<br />

peças teatrais, musicais, espetáculos de dança e seções de<br />

cinema. Para tanto, tomaremos como suporte crítico a obra<br />

Planetas em boca: escritos efêmeros sobre Arte, Cultura e<br />

Literatura, de Hugo Achugar. Na verdade, esperamos, com isso,<br />

traçar um perfil do que se entende por memória e cultura locais em<br />

Mato Grosso do Sul.<br />

BRUNETTO, Andréa. Depois de Auschwitz. Imre Kertész, ganhador<br />

do prêmio Nobel da literatura de 2002, era um garoto de quatorze<br />

anos quando, a caminho do trabalho – já instituído pelos nazistas –<br />

é preso e enviado a Auschwitz. Depois, com o joelho machucado, é<br />

reenviado a Buchewald, e no terceiro campo, o de Zeitz, é<br />

resgatado pelos aliados. Construiu toda uma obra em que o tema<br />

dos Campos de Concentração é onipresente e ele próprio designase<br />

como o sobrevivente de Auschwitz. Sem destino, Fiasco e<br />

Kadish compõem a trilogia na qual constrói sua identificação como<br />

o ‘sobreviente de Auschwitz’. No livro A língua exilada conta que<br />

Auschwitz destruiu sua noção de pátria, nação, povo, que sente que<br />

é de lugar nenhum. “Ante uma aparição como Auschwitz, a lógica,<br />

indiscutivelmente, não nos leva longe: parece que a razão declara<br />

56<br />

falência”. Com a obra de Kertész, este trabalho pretende mostrar a<br />

construção de uma identidade e sua destituição, feita pelo próprio<br />

sujieto, o autor, que em um de seus últimos livros pôde dizer que a<br />

identidade não tem “nenhum significado, não é judeu de lugar<br />

nenhum, é diferente de todos e sua identidade é escrever. Como a<br />

escrita pode sustentar a identidade de um sujeito? Manter sua vida,<br />

seu lugar, dar-lhe um nome? Pergunta que esboçaremos, com<br />

nosso artigo, uma resposta.<br />

BUENO, Gleissy Kelly dos Santos (<strong>UFGD</strong>). Imagens de leitura e<br />

docência na obra A Caligrafia de Dona Sofia de André Neves. O<br />

presente artigo tem por objetivo analisar a obra A Caligrafia de<br />

Dona Sofia de André Neves. Dada a importância da materialidade<br />

da obra produzida para crianças, também será analisado o diálogo<br />

entre texto e ilustração. Vale ressaltar que este trabalho é fruto de<br />

minha pesquisa de mestrado a ser desenvolvida na Faculdade de<br />

Comunicação, Artes e Letras da <strong>UFGD</strong>, no interior do projeto<br />

Imagens de escola e de leitura na literatura infanto-juvenil,<br />

coordenado pela professora Célia Regina Delácio Fernandes no<br />

qual estudo as representações docentes presentes nas obras de<br />

literatura infanto-juvenil compradas para o Programa Nacional<br />

Biblioteca da Escola – PNBE/2008.<br />

BUZZIO, Josiane (UFMS). Contando e encantando. As<br />

transformações pelas quais a sociedade vem passando nas últimas<br />

décadas - consequencia do progresso e do boom tecnológico -<br />

provocaram mudanças sociais e comportamentais com reflexos no<br />

ambiente escolar, inclusive nas relações professor/aluno. Ditas<br />

transformações foram responsáveis também por mudanças nos<br />

métodos de ensino. Em nossa sociedade de consumo, onde os<br />

indivíduos são cada vez mais seduzidos pela imagem, pela<br />

velocidade da tecnologia mediadora da informação, pelos apelos<br />

consumistas e tantas outras facilidades, estimular a leitura, facilitar<br />

o acesso a ela é fundamental. O presente trabalho pretende<br />

possibilitar uma reflexão sobre o processo de formação de leitores<br />

enfocando a “contação” de histórias como estratégia eficiente, que<br />

sobreviveu ao tempo, e tem sido amplamente utilizada nas escolas<br />

nos últimos tempos.<br />

CABAÑAS, Teresa. (UFSM). Na breve existência do intervalo. A<br />

poesia anacrônica de Maria Lúcia Dal Farra. No quadro da vida<br />

57


contemporânea, a dinâmica produtiva encerra a experiência<br />

sensível na órbita do relógio produtivo, criando um mundo<br />

perceptivo direcionado pelo automatismo e a homogeneização, e<br />

caracterizado pela agitação e o burburinho, pelo passageiro e fluido<br />

que incita à mudança contínua do mesmo indistinto. Ações<br />

contrárias e esses direcionamentos são rotuladas de perda de<br />

tempo, um tempo valorizado como bem pecuniário. Nesse contexto<br />

de constrangimento da sensibilidade, propostas poéticas como a de<br />

Maria Lúcia Dal Farra re-introduzem uma outra experiência<br />

temporal, ligada à contemplação e à memória, à imaginação e ao<br />

devaneio, no âmbito da simplicidade dos fatos miúdos admirados<br />

na sua gratuidade. A presente proposta de comunicação se<br />

interessa pelos aspectos que nos livros de poesia da autora - Livro<br />

de auras (1994) e Livro de possuídos (2002) - recolocam o tempo<br />

vagaroso da exploração interior como uma espécie de anacronismo<br />

beligerante, breve intervalo posto contra o turbilhão temporal que<br />

nos devora.<br />

CAMINO, Ana Luisa. (UFPB). Quem tem medo de Tchekhov? – A<br />

tradução da tradição pelo Piollin Grupo de Teatro. Em 1896,<br />

Tchekhov escreve A gaivota, peça na qual o metateatro é tema e<br />

elemento desencadeador dos conflitos centrais. Os jovens Trepliov,<br />

escritor simbolista, e Nina, atriz, estreiam no teatro diante do olhar<br />

reacionário de Arkádina, renomada atriz clássica, mãe de Trepliov.<br />

Na peça, a tensão resultante das posturas estéticas opostas reflete<br />

e potencializa o drama humano do choque de gerações. Em 2006,<br />

o Piollin Grupo de Teatro (PB), monta, a partir de Tchekhov, o<br />

espetáculo “A gaivota (alguns rascunhos)”, e oferece uma reflexão<br />

sobre a viabilidade e significado da representação em nossos dias.<br />

Se no texto apresenta-se a tensão entre divergentes caminhos<br />

estéticos de representação da realidade, na cena essa discussão<br />

desloca-se do 'como' para o 'ainda é possível?'. Neste trabalho,<br />

analisa-se o diálogo criativo e criador do Piollin Grupo de Teatro<br />

com a obra de Tchekhov, privilegiando a observação dos signos<br />

que remetem à própria tradição teatral.<br />

CARVALHO, Maria Luíza Ferreira Laboissière de. (PUCGO).<br />

Narrativas de Viagem e a “Questão do Outro”. O objetivo deste<br />

trabalho é o de situar nos relatos de viagem e na literatura de<br />

viajantes a problemática da alteridade uma vez que a relação com o<br />

outro é sempre paradoxal e que não se dá numa mesma dimensão.<br />

58<br />

A metodologia empregada fundamenta-se nos postulados de<br />

Todorov, em A conquista da América: a questão do outro, 2003.<br />

Afirma o autor que para dar conta das diferenças existentes no real,<br />

é preciso pelo menos três eixos, nos quais pode ser situada a<br />

problemática da alteridade. Primeiramente, um julgamento de valor<br />

(um plano axiológico); em segundo lugar, a ação de aproximação<br />

ou de distanciamento em relação ao outro (plano praxiológico). Em<br />

terceiro lugar, o fato de conhecer ou ignorar a identidade do outro<br />

(plano epistemológico). As três dimensões conquistar, amar e<br />

conhecer são, segundo Todorov, comportamentos autônomos. O<br />

corpus constitui-se de trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha e<br />

excertos da obra de Las Casas. Os resultados da análise indicam a<br />

predominância de alguns dos eixos estabelecidos por Todorov que<br />

contribuem para revelar as variadas dimensões da visualização do<br />

outro no processo de identificação e de reconhecimento da<br />

alteridade entre colonizados e colonizadores.<br />

CARVALHO, Marielle Duarte (<strong>UFGD</strong>); FERNAN<strong>DE</strong>S, Célia Regina<br />

Delácio (<strong>UFGD</strong>). Mapeamento das peças teatrais do programa<br />

Nacional Biblioteca da Escola: 1999-2003. Esta comunicação<br />

pretende discutir resultados parciais do trabalho de Iniciação<br />

Científica (PIBIC-<strong>UFGD</strong>) intitulado O teatro infantil no Programa<br />

Nacional Biblioteca da Escola: 1999-2003, em andamento desde<br />

agosto de 2009, cujo objetivo principal é mapear as peças teatrais<br />

infantis selecionadas para integrarem os acervos do PNBE nos<br />

anos de 1999, 2001, 2002 e 2003, levantando subsídios para a<br />

elaboração da história do teatro infantil brasileiro. Com base em<br />

documentos oficiais (Relatórios, Portarias, Resoluções e Editais),<br />

foram identificadas as peças teatrais adquiridas pelo governo para<br />

as escolas públicas pelo PNBE/1999, 2001, 2002 e 2003;<br />

analisados os critérios que são considerados relevantes na seleção<br />

e na compra desses acervos e, por fim, averiguados quais autores<br />

e quais editoras foram contemplados nos acervos delimitados pela<br />

pesquisa.<br />

CASTRO, Gizylene Clímaco de. (UFMS). O Direito ao Grito: Uma<br />

Leitura de Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos.<br />

Ancorando-se nas contribuições de Ryngaert (1996, 1998), Pavis<br />

(1999) Rosenfeld (1993, 1996) acerca das noções que configuram o<br />

discurso teatral e nos estudos de Quijano (1978) sobre o conceito<br />

de marginalização, o objetivo deste trabalho é demonstrar a<br />

59


existência de invariantes que estruturam o projeto estético-político<br />

do dramaturgo Plínio Marcos na peça Quando as máquinas param<br />

(1967). Por meio da análise e interpretação de contornos<br />

identitários, sociais, ideológicos e histórico-culturais delineados obra<br />

será possível estabelecer relações entre as marcas discursivas<br />

emitidas pelas personagens e a ideologia do seu criador;<br />

observando as influências do meio em que vivem, bem como a<br />

ordem política e econômica do país à época em que a peça foi<br />

produzida .<br />

CAVALHEIRO, Jolnei (<strong>UFGD</strong>). As tendências de relativização<br />

utilizadas nos textos escritos e reescritos por acadêmicos de letras.<br />

Pretendemos, com esta comunicação, apresentar os resultados do<br />

nosso trabalho de iniciação científica "Estudos das estratégias de<br />

relativização em textos escritos e reescritos por acadêmicos de<br />

Letras-habilitação Português/Inglês". Este trabalho vincula-se ao<br />

projeto de pesquisa "Ensino aprendizagem da escrita: estudo da<br />

didática da reescrita e de seu impacto na qualidade textual", em<br />

andamento no curso de Letras FACALE/<strong>UFGD</strong>. Nosso objetivo foi o<br />

de analisar e descrever as estratégias de relativização utilizadas em<br />

textos escritos e rescritos por sujeitos altamente escolarizados<br />

(alunos do 3º ano do curso de Letras FACALE/<strong>UFGD</strong>). O corpus é<br />

formado por 24 textos escritos em primeira versão e 82 reescritos<br />

por acadêmicos matriculados na disciplina Prática de Ensino em<br />

Língua Portuguesa II, durante o segundo semestre de 2008. Os<br />

resultados apontam quais as tendências de relativização mais<br />

utilizadas nos textos escritos por acadêmicos de Letras.<br />

COIMBRA, Rosicley Andrade (<strong>UFGD</strong>). Estouro e libertação em<br />

Lavoura arcaica: corpo, poder e individualidade. Na Idade Média, o<br />

corpo era tido como um signo de corrupção, responsável pela<br />

danação do homem; a ideologia não explicava nem comentava a<br />

vida corporal, negava-a; criando assim um abismo incomensurável<br />

entre a palavra e o corpo. O material corporal representava a parte<br />

mais suja e grosseira que o corpo pudesse produzir, podendo ser<br />

considerado como uma denúncia de um ato pecaminoso. O corpo<br />

era então perseguido: tocá-lo de maneira diferente seria escurecêlo<br />

diante da luz. Em Lavoura arcaica (1975), de Raduan Nassar,<br />

temos toda uma ordem religiosa de recato ao corpo, uma<br />

preocupação em protegê-lo das trevas que ardem do lado de fora<br />

do mundo familiar. O objetivo desta comunicação é apontar a<br />

60<br />

quebra de paradigma feita pelo narrador-personagem André, um<br />

filho pródigo, ao desobedecer as ordens paterna violando as<br />

cercanias que protegem o corpo das trevas. É através desta<br />

profanação ao corpo protegido pela luz que ele emerge como<br />

indivíduo, e através da individualidade requerendo o direito sobre o<br />

próprio corpo resistindo assim ao poder do pai. O corpo como<br />

resistência, com direito a fala, tendo a palavra a seu lado: são estes<br />

os matizes que nortearão esta discussão.<br />

CONCEIÇÃO, Rute Izabel Simões (<strong>UFGD</strong>). A desconstrução do<br />

modelo de redação escolar e a devolução da palavra ao aluno. Esta<br />

comunicação está vinculada às reflexões realizadas na pesquisa<br />

“Ensino-Aprendizagem da Escrita: estudo da didática da reescrita e<br />

de seu impacto na qualidade textual”, em andamento na Faculdade<br />

de Comunicação, artes e Letras (<strong>UFGD</strong>). O recorte teórico da<br />

pesquisa sustentou-se em uma abordagem sócio-histórica e<br />

ideológica da linguagem, conforme asseveram Bakhtin/Volochínov<br />

e Bakhtin (1995 e 2003). A análise dos dados apoiou-se nos<br />

aportes do chamado paradigma indiciário, segundo propõe<br />

Ginzburg (1998), bem como nas qualidades discursivas propostas<br />

por Guedes (2007) e utilizadas como categorias de análise<br />

qualitativa dos textos. Os resultados da análise evidenciam que, ao<br />

longo da escolarização, os alunos, em vez de desenvolverem seu<br />

próprio discurso na escrita, vão reproduzindo certos modelos de<br />

redação, a partir dos modelos oferecidos e valorizados pela escola,<br />

especialmente nas aulas de língua Portuguesa. A desconstrução<br />

desse modelo de redação escolar faz parte do processo de<br />

reconstrução discursiva que pretende devolver ao aluno a sua<br />

palavra, o seu discurso.<br />

CONTI, Maria Aparecida (UFU). Uma história de amor: a<br />

representação sígnica na narratividade. A transformação em texto<br />

televisivo, para a microssérie “Hoje é dia de Maria”, de narrativas<br />

resgatadas da tradição oral, mostram a tentativa de desvelar a<br />

cultura presente na Memória discursiva, identificada, também, nas<br />

danças dramáticas realizadas nas festas tradicionais e folguedos,<br />

entre outros elementos folclóricos da microssérie, formando um<br />

genuíno e interessante trabalho literário com características<br />

culturais do povo brasileiro. Focalizaremos o drama vivido pelas<br />

personagens Maria e o Pássaro/Amado, selecionadas da primeira<br />

jornada da microssérie, para realizarmos este trabalho. Centrando<br />

61


nossa atenção nas duas personagens, estabelecemos o recorte da<br />

obra (escrita e midiática) como “corpus” de análise. Nesse recorte,<br />

queremos enfatizar o fator “encantamento” para falar das relações<br />

de representação e do papel da História e da Memória no processo<br />

discursivo de quatro episódios. Tomaremos o texto da microssérie<br />

como obra literária (no sentido barthesiano) para trabalharmos a<br />

teoria da narrativa ficcional na perspectiva da Análise do Discurso.<br />

CONTIERO, Lucinéia. (<strong>UFGD</strong>). Navalha na Carne: do Palco ao<br />

Cinema. Plínio Marcos é um dos melhores dramaturgos brasileiros,<br />

e também o mais censurado nos anos de ditadura. Além da<br />

linguagem ousada, carregada de gírias e palavrões, o autor levou<br />

para os palcos a impactante miséria econômica e cultural nunca<br />

antes tratada tão cruamente. Através de um discurso<br />

essencialmente verbal, a fauna da escória, com prostitutas,<br />

cafetões, bandidos, pivetes, desempregados, dão margem à<br />

composição de perfis e constituem uma espécie de identidade<br />

marginal. Nesta comunicação busco verificar em que medida a<br />

originalidade dramatúrgica pliniana, forjada pelas personagens<br />

violentas da peça escrita em 1967 foi retomada em filme homônino<br />

(1997), de Neville de Almeida. Proponho uma análise comparativa<br />

entre o texto e o filme Navalha na Carne procurando compreender o<br />

modo como se efetua a adaptação da sintaxe narrativa ficcional<br />

dramática para a sintaxe narrativa fílmica.<br />

COR<strong>DE</strong>IRO, Maisa Barbosa da Silva (<strong>UFGD</strong>); FERNAN<strong>DE</strong>S, Célia<br />

Regina Delácio (<strong>UFGD</strong>). O processo de seleção dos acervos do<br />

PNBE 2008: uma abordagem reflexiva. Este trabalho analisa o<br />

edital de convocação para inscrição de obras de literatura no<br />

processo de avaliação e seleção para o Programa Nacional<br />

Biblioteca da Escola – PNBE 2008. O objetivo é observar quais os<br />

critérios norteadores utilizados para classificar obras de qualidade<br />

durante o processo seletivo dos livros que foram enviados às<br />

escolas estaduais e municipais. Também será abordado, com o<br />

intuito de mostrar a importância de políticas públicas para a<br />

formação de leitores literários, um breve histórico de dois<br />

programas responsáveis pelo envio de livros às bibliotecas<br />

escolares: o PNSL, já extinto e o PNBE. Esta pesquisa foi realizada<br />

como etapa do projeto de iniciação científica, financiado pelo PIBIC<br />

– CNPq, intitulado A leitura no acervo do Programa Nacional<br />

Biblioteca da Escola – 2008: ensino fundamental, vinculado ao<br />

62<br />

projeto de pesquisa Imagens de escola e de leitura na literatura<br />

infanto-juvenil, coordenado pela professora Profa. Dra. Célia Regina<br />

Delácio Fernandes.<br />

COSTA, Rinaldo Vitor da (<strong>UFGD</strong>). Henfil e a Visão do Colonizado<br />

na Metrópole. A visão nutrida pelo brasileiro parece ser marcada<br />

pela visão dual entre o colonizador e colonizado, europeu<br />

sofisticado e selvagem afro-ameríndio. Historicamente percebe-se<br />

um grande anseio do país em parecer branco, europeu e<br />

desenvolvido, não obstante as raízes em grande parte afroameríndias.<br />

Essa dualidade é perceptível e culturalmente intrigante<br />

como demonstra Henfil em O Diário de um Cucaracha, livro em que<br />

revela através de cartas o sentimento de ser latino americano nos<br />

EUA na década de 1970. A permanência nos EUA é reveladora do<br />

Robinson Crusoé e o Sexta-Feira que habitam o brasileiro da classe<br />

média e sua auto-imagem.<br />

DAU, Mayara Regina Pereira (<strong>UFGD</strong>). Para amar os livros. O<br />

presente artigo parte dos resultados de uma pesquisa realizada no<br />

ano de 2009 com jovens de Dourados, MS. As entrevistas<br />

basearam-se em questões relacionadas às aulas de Literatura e<br />

teve como norte a reflexão sobre as aulas dessa disciplina e os<br />

conteúdos estudados. Ao final, foi possível conhecer as<br />

preferências de leitura dos jovens entrevistados e seus reclames<br />

sobre o ensino da Literatura, com foco, muitas vezes, nas escolas<br />

literárias, desconsiderando as suas preferências de leitura. Nesse<br />

sentido, esse artigo reflete se essas aulas contribuem para<br />

despertar o interesse ou os distancia da leitura. Portanto, pensamos<br />

ser importante dar atenção às falas desses alunos e considerar<br />

suas obras preferidas. Acreditamos ser essa uma interessante<br />

forma de iniciá-los nos livros, ensinando-os primeiro a amar a leitura<br />

e assim apresentá-los para a chamada “grande literatura”.<br />

<strong>DE</strong>SIDÉRIO, Bianca Cavichia (<strong>UFGD</strong>). O sentimento de<br />

pertencimento do migrante (ou estrangeiro) fora de seu espaço:<br />

alguns casos da cidade de Dourados – MS. A pesquisa tem por<br />

objetivo analisar os relatos de seis descendentes de italianos que,<br />

vindos de regiões diversas, fixaram raízes na cidade sul-matogrossense<br />

de Dourados. A análise tem por foco a observação dos<br />

processos discursivos que apontam ao grau de pertencimento (e<br />

não-pertencimento) experimentado por um “estrangeiro”, isto é, por<br />

63


uma pessoa que, há anos, vive em um local diferente daquele que<br />

lhe é de origem. Tendo em mente a heterogeneidade que constitui<br />

não somente a base da formação da cidade de Dourados, mas que<br />

também perpassa o cerne de cada sujeito que aqui fixou suas<br />

raízes, suas configurações, é que o trabalho busca, através de<br />

conceitos da Semiótica e da Análise do Discurso, observar, pelo<br />

discurso, de que maneira dá-se o entrelaçamento das premissas<br />

desses estrangeiros às configurações da cidade de Dourados,<br />

revelando, assim, casos de contextos “individuais” que perpassam<br />

as experiências coletivas da cidade.<br />

<strong>DE</strong>TTMER, Silvia Araújo (UFMS); ALMEIDA, Willian Diego de.<br />

(UFMS). Direito a Cultura e a Educação: Uma Peça para Reflexão.<br />

A Constituição Federal de 1988 estatui que o Estado garantirá a<br />

todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes<br />

de cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a<br />

difusão das manifestações culturais, destacadamente as populares,<br />

indígenas e afro-brasileiras e de outros grupos participantes do<br />

processo civilizatório nacional. Neste sentido, constituem patrimônio<br />

cultural brasileiro os bens da natureza material e imaterial<br />

portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos<br />

diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se<br />

incluem as formas de expressão e aspectos importantes da cultura<br />

nacional. No tocante a doutrina jurídica, Canotilho (1984), José<br />

Afonso da Silva (2001) trazem a ordenação constitucional da<br />

cultura, enfocando que criar cultura, no fundo, consiste em<br />

transformar realidades naturais ou sociais, mediante a impregnação<br />

de valores. Essa constituição cultural formada por referências<br />

culturais, projetadas no teatro, no cinema e na literatura, repercute<br />

no desenvolvimento do indivíduo, na formação educacional do povo<br />

e se materializa no processo educacional do espírito humano de<br />

forma expressiva que se reflete no todo social. Esse processo de<br />

reconstrução visa ao desenvolvimento da pessoa humana que<br />

implica na boa formação moral, espiritual e intelectual cumulada ao<br />

crescimento integral para um melhor exercício da cidadania e<br />

aptidão para o trabalho. Este trabalho objetiva analisar as interfaces<br />

entre direito a cultura, efetivação desse direito e educação de um<br />

povo.<br />

FEIL, Roselene Berbigeier. (<strong>UFGD</strong>). Querido Computador: Hoje<br />

Eu... Muitas vezes aqueles que dizem “Querido caderno” ou<br />

64<br />

“Querido diário” tem dificuldade para se dirigir assim, com o mesmo<br />

afeto e proximidade, a um computador. Ele parece ter mais<br />

consciência e personalidade, como um organismo vivo e<br />

intimidador, se acende, se apaga, dialoga e interage, prega peças e<br />

vigia, se revelando como uma presença quase física, mais forte que<br />

a do caderno, que preenche as vidas solitárias, que faz companhia<br />

nas madrugadas, que leva para todos os mundos e, que promove<br />

encontros com os amigos. Certamente, fatores a se considerar<br />

quando se discute a emergência desse recurso tecnológico como<br />

um possível substituto para o diário convencional. Neste trabalho,<br />

pretende-se debater sobre o prazer do ato de escrever e a riqueza<br />

do registro nos dois suportes, sobre a privacidade do que se diz,<br />

sobre a função terapêutica de expressar-se sem um interlocutor<br />

definido, num processo de fuga e reconstrução de si mesmo, sobre<br />

o distanciamento que a tela proporciona que, por vezes, funciona<br />

como um espelho, onde o indivíduo se observa, ao mesmo tempo<br />

de dentro e de fora. Reconstrução no sentido de poder editar-se,<br />

colar-se, corrigir-se e mudar de opinião a cada entrada, a<br />

possibilidade de “(re)trabalhar” as frases e os parágrafos dando a si<br />

próprio uma precisão deliberada e, se ainda assim não estiver<br />

satisfeito, deletar-se. É preciso ressaltar que essa precisão na<br />

(re)construção de si e da rotina apaga importantes marcas<br />

sentimentais, perdem-se muitas referências que eram agregadas ao<br />

diário em papel: colar imagens, flores secas, papéis de bala são<br />

coisas impossíveis no computador, que tem a capacidade<br />

emocional, neste sentido, mais restrita. Como se pode observar,<br />

muitos são os prós e os contras de se escrever em ambos os<br />

suportes, o que propicia amplo espaço para reflexões teóricas,<br />

como as que serão apresentadas no embasamento das discussões<br />

aqui propostas. Além do estudo teórico, serão apresentados os<br />

resultados de uma pesquisa sobre esta temática, pesquisa esta que<br />

foi conduzida por Philippe Lejeune e que faz parte de O Pacto<br />

Autobiográfico: de Rousseau à Internet (2008).<br />

FERNAN<strong>DE</strong>Z, Sonia Inez G. (UFSM). Mário de Andrade – um caso<br />

de “exercício racional para a liberdade”. O fim a alcançar, segundo<br />

o método proposto por Espinosa, no Tratado da Correção do<br />

Intelecto é o sumo Bem, ou seja, o conhecimento da união que a<br />

mente tem com toda a Natureza. O que equivale dizer, conforme a<br />

proposição XXVIII da Ética IV que “o bem supremo da alma é o<br />

conhecimento de Deus, e a suprema virtude da alma é conhecer a<br />

65


Deus”. A consciência artística que tentou conciliar o individual ao<br />

coletivo fez de Mário de Andrade um caso raro de intelectual<br />

brasileiro para quem a perfeição, a felicidade, a alegria ou Deus, se<br />

quisermos, era sinônimo de busca do conhecimento do verdadeiro<br />

na cultura brasileira. Com base nessas aproximações propomos a<br />

leitura do poema “Lundu do escritor difícil” (A costela do Grã Cão, in<br />

Poesias Completas, 1987).<br />

FERREIRA, Áurea Rita de Ávila Lima (<strong>UFGD</strong>); MARCHI, Maria das<br />

Dores Capitão Vigário (<strong>UFGD</strong>). Textos de lobisomem: cultura e<br />

tradição. Em narrativas orais recolhidas em Mato Grosso do Sul e<br />

em narrativas de textos autorais estabelecem-se limites, tênues às<br />

vezes, criam-se personagens, organizam-se histórias, e confere-se<br />

legitimidade para crenças, costumes que vão compondo um tecido<br />

cultural nacional. Num giro de olhar sobre os textos autorais Fogo<br />

Morto e O Coronel e o Lobisomem e sobre os textos recolhidos em<br />

Mato Grosso do Sul, verifica-se a presença de renovação e ao<br />

mesmo tempo de conservação na construção da personagem<br />

sobrenatural Lobisomem. Os textos orais e os escritos vão se<br />

mostrando como um discurso privilegiado de acesso ao imaginário<br />

de diferentes épocas, povos, culturas, de diálogo com o acervo de<br />

manifestações culturais populares. Reafirma-se a compreensão de<br />

que o multiculturalismo vem configurando-se no bojo de diálogos<br />

intertextuais, interdiscursivos assinalando que os universos culturais<br />

têm funcionado cada vez mais como vasos comunicantes sem que,<br />

no entanto, as particularidades locais e regionais, admitam ser<br />

ofuscadas (CANCLINI, 2000).<br />

FERREIRA, Rafael Cardoso. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cezar.<br />

(UFMS). Macabéa e Pomme: Aproximações Femininas. Clarice<br />

Lispector traduziu, em 1974, o livro A rendeira, do francês Pascal<br />

Lainé. Depois, em 1977, a escritora brasileira publicou o livro A hora<br />

da estrela. Além de várias outras aproximações possíveis entre os<br />

livros, uma que nos chama a atenção dá-se entre as protagonistas<br />

femininas Macabéa e Pomme. Priorizando essa aproximação,<br />

nosso artigo apontará as semelhanças entre ambas as<br />

personagens femininas. Desde já, postulamos que tal aproximação<br />

dá-se, principalmente, pela característica física e social das<br />

personagens, bem como pelas profissões subalternas<br />

desenvolvidas tanto por Macabéa quanto por Pomme. Como se não<br />

bastasse, o lugar no qual ambas estão inseridas dentro da<br />

66<br />

sociedade aproxima-as ainda mais. Além dessas supostas<br />

aproximações, procuraremos destacar outras que se dão no nível<br />

da narrativa.<br />

FERREIRA, Rony Márcio Cardoso (UFMS); NOLASCO, Edgar<br />

Cézar (UFMS). O trabalho da tradução em Clarice Lispector: uma<br />

leitura pós-colonial. O ensaio a ser apresentado visa uma<br />

explanação teórico-crítica acerca da tradução efetuada por Clarice<br />

Lispector na década de 70. Tomar-se-á o livro A hora da estrela<br />

(1977) como uma tradução cultural do livro A rendeira, de Pascal<br />

Lainé, que Clarice traduziu em 1974. Assim, o ensaio se voltará<br />

para os estudos da tradução enviesados pela Literatura Comparada<br />

e os Estudos Pós-Coloniais. É de salutar importância salientar que<br />

a discussão não será a respeito da tradução lingüística realizada<br />

pela escritora, mas sim acerca de como a tradução levada a cabo<br />

suplementa a produção literária de Clarice. Neste caso, o referido<br />

ensaio defenderá que o fato da intelectual ter traduzido o livro<br />

francês pode ter sido a gênese desencadeadora de toda a história<br />

resultante no livro de 1977. Também serão trazidos à pauta da<br />

discussão as noções de reescrita, apropriação e propriedade no<br />

trabalho da citação, inerentes à tradução transcriativa da intelectual.<br />

Flávio Adriano Nantes Nunes (UFMS). Textos sagrados vs<br />

literatura: os sermões bíblicos proferidos pelo pai em Lavoura<br />

arcaica. A teopoética, um ramo da literatura comparada, tem como<br />

objeto de investigação a relação entre a figura de Deus e a<br />

literatura; esta representa uma série de faces d’Aquele se valendo<br />

das narrativas bíblicas. O nosso trabalho demonstrará, por<br />

intermédio de uma análise comparativista, a relação entre alguns<br />

sermões dispostos na Bíblia – entendidos aqui como a palavra de<br />

Deus – e os proferidos por Iohána, patriarca da família. Para<br />

estruturar nosso discurso, lançaremos mãos de algumas<br />

proposições acerca da construção do texto literário que se vale de<br />

outros textos para se arquitetar. As palavras de Leyla Perrone-<br />

Moisés (2006), em seu As flores da escrivaninha, são categóricas<br />

ao abordar sobre o nascedouro da literatura: “A literatura nasce da<br />

literatura; cada obra nova é uma continuação, por consentimento ou<br />

contestação, das obras anteriores, dos gêneros e temas já<br />

existentes” (p.78). Na esteira do pensamento de Perrone-Moisés,<br />

Antoine Compagnon, no livro O trabalho da citação, afirma que a<br />

escrita literária, desde sempre palimpséstica, constitui-se de “[...]<br />

colagem e glosa, citação e comentário” (p. 30). A partir do<br />

67


pensamento de ambos os críticos, queremos pensar que Raduan<br />

Nassar utilizou-se dos escritos sagrados, mais especificamente dos<br />

sermões divinos, para perpetrar a lavoura dos sermões disposta no<br />

interior de Lavoura arcaica.<br />

FOSCACHES, Daniel (UFMS). A palavra entre a lógica da letra e a<br />

sintaxe do inconsciente. Esse artigo estabelece um paralelo entre a<br />

maneira de se conceber as expressões da linguagem – sobretudo a<br />

palavra – na representação escrita da literatura e na representação<br />

falada do inconsciente, sob a perspectiva da lingüística de<br />

Saussure e da psicanálise de Freud e Lacan. O social deve ser<br />

sempre respeitado nas construções literárias, no sentido de estas<br />

terem que utilizar de regras produzidas e aceitáveis coletivamente<br />

para que consiga transmitir o que se pretende; já no nível das<br />

expressões do inconsciente, apesar de este também ser construído<br />

no bojo das relações sociais, o modo como os significantes se<br />

articulam, marcam os sujeitos e se expressam, respeita menos as<br />

convenções e as regras gramaticais do que a história do sujeito e a<br />

forma como este se relaciona com o Outro.<br />

FREITAS, Carin Cássia de Louro de (UFMS). Dois Perdidos numa<br />

Noite Suja: Subalternidade e Dialogismo em Plínio Marcos. O<br />

objetivo deste trabalho é demonstrar a existência de invariantes que<br />

estruturam o projeto estético do dramaturgo contemporâneo Plínio<br />

Marcos na peça Dois perdidos numa noite suja (1992) de modo a<br />

estabelecer homologias entre as estruturas artísticas e as<br />

estruturas mentais dos personagens, e ainda, mencionar a<br />

aproximação do texto pliniano com a poética do autor italiano<br />

Alberto Moravia, no conto O terror de Roma (1985). Com efeito, a<br />

pesquisa centra-se nas contribuições de Palottini (1989), Ryngaert<br />

(1996, 1998), Pavis (1999) e Rosenfeld (1993, 1996) acerca das<br />

noções que configuram o discurso teatral; nos critérios propostos<br />

por Prado (1972, ampliado pelos estudos de Spivak (1985, 1988),<br />

Beverley (2004), Achugar (2006), sobre o conceito de<br />

subalternidade e nos pressupostos teóricos de Bakhtin (1997, 1998)<br />

aliados pelos estudos de Barros & Fiorin (1994) no que se refere ao<br />

dialogismo.<br />

GOMES, Carmelita Rodrigues. (<strong>UFGD</strong>). As Narrativas de Dicke à<br />

Luz da Crítica Estruturalista. A presente comunicação está<br />

vinculada ao objeto de minha pesquisa de mestrado realizada no<br />

68<br />

Programa de Pós-graduação – Mestrado em Letras da <strong>UFGD</strong>. O<br />

objetivo central desta comunicação é investigar como se constitui a<br />

narrativa dentro dos romances de Ricardo Guilherme Dicke, mais<br />

precisamente na obra “Caieira” (1978) e “Madona dos Páramos”<br />

(1981). Para tanto, será considerada a análise estrutural da<br />

narrativa enfatizando as contribuições dos teóricos Tzvetan Todorov<br />

e Gérard Genette no que tange a narrativa como história e discurso<br />

e em que aspecto a estrutura defendida por eles contribui para<br />

formar um todo coerente. Uma das finalidades é verificar como<br />

cada um dos elementos presentes tais como a metáfora, o<br />

monólogo, a descrição cumpre com a função de ressignificar o<br />

objeto - objetivo principal da metodologia estruturalista.<br />

GRACIANO, Marcos Danilo. (<strong>UFGD</strong>). Uma Possível Orientação<br />

Ética no Romance L'enfant de Sable de Tahar Ben Jelloun. O<br />

presente trabalho objetiva analisar uma “possível” orientação ética<br />

no romance L’Enfant de Sable de Tahar Ben Jelloun. A partir desse<br />

objetivo, busca-se inserir esta análise no domínio da relação entre<br />

ética e estética, problematizando os conceitos tais como a<br />

interdisciplinaridade, entre filosofia, religião e literatura, e a relação<br />

entre identidade e alteridade. Tahar Ben Jelloun em todas as suas<br />

produções se interessa muito pelas disfunções sexuais de maneira<br />

geral e, toda a sua obra é sempre povoada de personagens<br />

marginais, à procura da sua identidade sexual e social. Em sua<br />

maestria como contador de histórias, Ben Jelloun nos apresenta<br />

uma escrita concisa, mas plena de imagens poéticas e líricas, que<br />

envolve o leitor no seu universo mágico. Narradores duvidosos e<br />

diferentes pontos de vista sobre a mesma história contribuem<br />

também para uma atmosfera mística. O livro apresentado na<br />

realidade é uma narrativa de um fato real, um reflexo dos costumes<br />

e da tradição de um povo. Há uma multiculturalidade colocada em<br />

jogo neste trabalho, cujo enfoque é a relação dialética entre<br />

identidade e alteridade.<br />

GUALDA, Linda Catarina. (UNESP). A Relação Intersemiótica<br />

Entre Literatura e Cinema: Elo e Confronto. Um estudo comparativo<br />

entre literatura e cinema só se realiza pelo fato de existirem<br />

algumas aproximações entre ambas as artes, sendo a estrutura<br />

narrativa e a impressão de realidade um dos principais elos entre as<br />

duas. Para muitos teóricos, o código que um romance e sua<br />

tradução fílmica mais compartilham é o código narrativo e esse<br />

69


discurso narrativo é uma camada autônoma de significação com<br />

uma estrutura que pode ser isolada da linguagem específica que o<br />

transmite. De fato, o romance e o filme são basicamente iguais em<br />

termos de capacidade de significar. Os dois meios usam e<br />

distorcem o tempo e o espaço, e ambos tendem a usar a linguagem<br />

figurativa ou metafórica. Entretanto, muitas são as disparidades<br />

entre uma linguagem e outra: a palavra e a fotograma, a<br />

representação de imagens ao invés da reprodução de imagens, as<br />

diferenças na noção de tempo e imagem, entre outras. Pensando<br />

nisso, fica claro que a verbalidade da literatura muitas vezes não<br />

pode ser traduzida para a iconicidade do cinema. Isto posto, o<br />

objetivo desta comunicação é discutir as relações entre literatura e<br />

cinema em níveis teóricos, considerando que ambas as artes<br />

possuem elos e diferenças. Da mesma maneira que a literatura foi a<br />

expressão artística de maior repercussão nos séculos XIX e XX, o<br />

cinema desponta hoje como a arte universal, aquela que agrega o<br />

maior número de interessados. Nesse sentido, o estudo comparado<br />

entre essas duas expressões permite uma análise da extraordinária<br />

contribuição que uma arte traz à outra.<br />

GUBERT, Marilena Aparecida (<strong>UFGD</strong>); ALVES, Anisia Pedroso.<br />

Uma análise sobre a nova correção das provas do ENEM. A<br />

proposta dessa comunicação tem como ponto de partida as<br />

correções das provas do Exame Nacional do Ensino Médio –<br />

ENEM. A idéia é enfocar o chamado Boletim Individual de<br />

Resultados, que é enviado via correio para os alunos que prestaram<br />

o Exame. Como o nome indica, o Boletim informa a performance do<br />

aluno na Prova. Nossa proposta compara os Boletins de 2008 e<br />

2009. A primeira coisa que nos chama a atenção é a interpretação<br />

dos dados que aparece no Boletim do ENEM 2008 que é clara,<br />

didática e acessível ao aluno, o que contrasta com o<br />

correspondente a 2009, que traz uma simples comunicação de<br />

resultado sem análise ou interpretação, aspecto que, dentre outros,<br />

dificulta a compreensão dos resultados da prova e,<br />

conseqüentemente, o desempenho do aluno. O objetivo é contribuir<br />

para a compreensão das mudanças do novo ENEM, recentemente<br />

implantadas.<br />

GUILARDUCI, Cláudio. (UEMG), processo criativo: a experiência<br />

no jogo e na arte. Para reflexão sobre as impossibilidades e<br />

incertezas da criação artística para pensar o sujeito a partir da<br />

70<br />

noção de fragmento, tema do simpósio literatura e arte nas ficções<br />

da subjetividade, é necessário seguir alguns caminhos<br />

benjaminianos. A noção de “constelação” – pontos isolados, tais<br />

como estrelas perdidas na imensidão de um universo escuro, só<br />

pode receber um nome quando algum traçado os une construindo<br />

uma imagem – que Benjamin utilizou em sua teoria da verdade para<br />

discutir que os sentidos construídos do passado revelam a<br />

compreensão do presente. É no detalhe, no resto e na ruína que<br />

será possível configurar formas outras de entendimento da história.<br />

Nesse sentido, partindo do pressuposto de que jogo e arte são<br />

representações elaboradas em espaços vazios que não admitem a<br />

linearidade temporal, mas que possibilitam fazer experiência e, por<br />

conseguinte, formular conhecimento, que se pretende refletir sobre<br />

o processo criativo existente na Arte e no Jogo.<br />

HERRIG, Fábio Luiz de Arruda. (<strong>UFGD</strong>). Selva Trágica: Problemas<br />

e Perspectivas. A interdisciplinaridade se impõe aos olhos dos<br />

pesquisadores das mais diversas áreas, nessa esteira, este<br />

trabalho se propõe abordar a obra Selva trágica, de Hernâni<br />

Donato, através de uma visão que passeia por diversas áreas do<br />

saber: Literatura, Cinema, História e Filosofia. A respeito desta<br />

última, vale salientar que ela surge da proposta do filósofo francês<br />

Paul Ricoeur, que postula uma análise do texto através do conflito<br />

das interpretações, que visa o diálogo entre as mais diversas<br />

teorias, para que assim se possa forma uma teia dialógica,<br />

enriquecendo a abordagem teórica. Ademais, não se pretende<br />

apresentar resultados neste trabalho, apenas problemas e<br />

perspectivas, que por sua vez, serão elaboradas no decorrer do<br />

curso de mestrado.<br />

IGUMA, Andréia de Oliveira Alencar (<strong>UFGD</strong>); FERNAN<strong>DE</strong>S, Célia<br />

Regina Delácio (<strong>UFGD</strong>). Representações e imagens de leitura na<br />

obra Beto, o Analfabeto. A obra Beto, o Analfabeto, selecionado<br />

pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola – PNBE no ano de<br />

2009 retrata a história de um super herói “diferente” que tinha<br />

sempre em companhia diversos livros. A análise desta, parte da<br />

noção de que a leitura é muito mais do que decodificação de<br />

códigos, ela se faz presente no cotidiano da maioria das pessoas, e<br />

se tornou requisito indispensável para a participação na sociedade.<br />

Como disse Chartier (1999, p.77) ler é apropriar-se do inventar e<br />

produzir significados, reforçando que ler não é repetir, traduzir,<br />

71


memorizar e/ou copiar ideias transmitidas pelos diferentes tipos de<br />

textos, mas que a leitura pode propiciar ao leitor através de seus<br />

diferentes gêneros uma localização cultural, contribuindo de<br />

maneira única para a formação de um leitor crítico e competente ao<br />

articular o mundo das palavras com o seu eu mais profundo e a<br />

comunidade onde ele se insere.<br />

JUNIOR, Paulo Nogueira de Souza. (UFMS); ENEDINO, Wagner<br />

Corsino. (UFMS). Pontos Divergentes e Convergentes na<br />

Linguagem Teatral de Plínio Marcos. Com base nos estudos de<br />

Zola (1982) e Rosenfeld (1993, 1996) no que tange os aspectos<br />

que regulamentam o Naturalismo, nos pressupostos teóricos de<br />

Palottini (1989), Ryngaert (1996, 1998) e Pavis (1999) acerca dos<br />

modos como se configura o discurso teatral, e nas contribuições de<br />

Mendes (2009) e Enedino (2009) sobre a poética do dramaturgo<br />

contemporâneo Plínio Marcos, este trabalho tem por finalidade<br />

expor as diferenças e as similaridades no que se refere à linguagem<br />

exercida pelas personagens contidas no teatro pliniano. Dessa<br />

forma, serão enfocadas as peças O abajur lilás (1969) e Balada de<br />

um palhaço (1986). Nestas obras, se acentua uma linguagem<br />

totalmente dispare, pois se observa considerável mudança no<br />

projeto estético do autor. Na primeira, o autor faz uso de um<br />

discurso notadamente marcado pela marginalidade e singular<br />

violência verbal, a qual revela uma linguagem despida de<br />

ornamentos; procurando retratar, sem lentes embelezadoras,<br />

aqueles que estão à margem da sociedade. No que se refere à<br />

segunda obra, o dramaturgo recorre a um discurso permeado de<br />

lirismo e reflexão da arte. Com efeito, em ambas as peças, Plínio<br />

Marcos mantém traços do seu projeto artístico: o de falar às<br />

massas atribuindo ao texto dramático um forte apelo político-social.<br />

KAIMOTI, Ana Paula Macedo Cartapatti. (UEMS-UNIGRAN). A<br />

Ciudade Morena de Diegues e o Portunhol Selvagem: Lengua<br />

Poetica em movimento. O cenário da produção poética<br />

contemporânea testemunha a construção de uma línguamovimento,<br />

o “Portunhol Selvagem” (AMARANTE, 2009), a partir da<br />

qual poetas-prosadores de pontos variados do Brasil, Paraguai e<br />

Argentina e de suportes variados, que vão do livro à world wide<br />

web, reinventam o quadro cultural das regiões fronteiriças comuns<br />

aos falantes do espanhol, do guarani e do português. Visto de<br />

longe, o movimento configura uma cartografia literária específica,<br />

72<br />

local e global, que revê os valores nos quais se baseiam,<br />

tradicionalmente, as relações entre o centro e a periferia. Mais de<br />

perto, propomos a leitura de um dos poetas que compõem essa<br />

nova cartografia, Douglas Diegues, particularmente do soneto<br />

salvage que inicia a obra Dá gusto andar desnudo por estas selvas<br />

(2002), no qual essa lengua poetica movimenta-se em múltiplas<br />

direções e expõe as contradiçoes do processo no qual o próprio e o<br />

alheio são constituídos e reelaborados.<br />

LAZARIN, Denize Helena. (UNICENTRO). Da palavra de Humbert<br />

à imagem de Lolita: o cinema como criador do mito da ninfeta. Esta<br />

investigação tem como foco a análise da criação e difusão do mito<br />

Lolita pelo cinema através de duas adaptações cinematográficas do<br />

romance de Nabokov (1955): uma produzida por Stanley Kubrick<br />

em 1962 e outra por Adrian Lyne em 1997. Sabendo que, neste<br />

caso, o horizonte de expectativa é formado principalmente através<br />

dos textos fílmicos, e não do texto literário, o que prevalece é a<br />

interpretação favorável à menina-ninfeta que seduz o adulto como<br />

vemos nos textos fílmicos, e não ao pedófilo que alicia a criança<br />

como lemos no texto literário. Neste sentido, a obra de Nabokov é<br />

submersa pelas expectativas geradas pelos textos fílmicos,<br />

exigindo deste estudo uma desmistificação em torno da<br />

personagem Lolita. Para verificar como a alteração, a supressão e o<br />

acréscimo de trechos nas versões cinematográficas recriam uma<br />

nova obra nos baseamos em estudos de Barthes (1980), Kobs<br />

(2007) e Vickers (2008).<br />

LEE, Gracia (UEMS). O desembarque de Granma no conto de Julio<br />

Cortázar. O presente trabalho refere-se a uma análise do conto<br />

“Reunión” de Júlio Cortázar na qual abordará o contexto<br />

histórico/social presentes no mesmo. Este conto foi publicado em<br />

1966 no livro Todos los fuegos el fuego. Nele o autor faz uma clara<br />

celebração à Revolução Cubana, mais especificamente ao foto<br />

histórico conhecido como o “desembarque de Granma”. Porém,<br />

Cortázar, em nenhum momento, menciona o nome deste fato, mas<br />

é possível assimilar com as características dos personagens e pela<br />

descrição do ambiente. Diante disso, a análise consistirá em<br />

compará-lo com o fato real. É resultado de uma pesquisa<br />

bibliográfica e tem como suporte básico a obra Teoria do Conto de<br />

Nádia Battella Gotlib e o livro sobre a Revolução Cubana de Gott.<br />

73


LEITE, Tamiris Batista. (UNESP). Os Elementos Dramáticos em<br />

Sagarana: O Duelo, Filme de Paulo Thiago. A partir das reflexões<br />

tecidas sobre o drama no teatro em Uma anatomia do drama (1978)<br />

de Martin Esslin, buscaremos mostrar quais são os elementos<br />

dramáticos em Sagarana: o duelo (1973), de direção, roteiro e<br />

produção de Paulo Thiago. Valer-nos-emos de teóricos da narrativa<br />

como Claude Brémond (1971; 1972) e Gerard Genette (1979), e de<br />

estudiosos do cinema como Marcel Martin (2007), Jacques Aumont<br />

(1995), Robert Stam (2008) e Linda Seger (2007). Nosso intuito é<br />

chamar a atenção para as características intrínsecas da construção<br />

desta obra cinematográfica, no estudo da transposição dos<br />

elementos ficcionais e compositivos constantes do conto Duelo de<br />

Guimarães Rosa, inserido na obra Sagarana (1946), que serviu<br />

como fonte de adaptação livre, além de outras associações que<br />

podemos traçar com diferentes obras do escritor, em função da<br />

poeticidade da obra literária.<br />

LIMA, Carina Bertozzi de. (UEL). Ciranda de Pedra: Uma Pequena<br />

Análise sob a Luz de Schopenhauer. O artigo se propõe a fazer<br />

uma pequena análise literária da obra Ciranda de Pedra, de Lygia<br />

Fagundes Telles, à luz da teoria filosófica de Arthur Schopenhauer.<br />

Procuramos apreender na obra nuances do pensamento de<br />

Schopenhauer no que tange a um profundo pessimismo que<br />

permeia as relações sociais entre os personagens. A ação da<br />

Vontade, principal tema do pensamento deste filósofo, também é<br />

observada na forma como os personagens são conduzidos na<br />

trama. Em vidas onde o eterno pêndulo da Vontade oscila entre a<br />

satisfação de desejos e o tédio, as relações amorosas e sociais<br />

entre os personagens nada mais são que a ação desta força<br />

conduzindo os seres humanos a agir segundo a Sua determinação.<br />

LIMA, Grazielli Alves de. (<strong>UFGD</strong>); SANTOS, Paulo Sergio Nolasco<br />

dos. (<strong>UFGD</strong>). Um Olhar Interartístico: Raquel Naveira e Iídia Baís.<br />

Direcionar um olhar investigativo para duas expressões relevantes<br />

da cultura sul-mato-grossense exerce, no mínimo, demasiado<br />

fascínio. De um lado temos a precurssora das obras plásticas sulmato-grossenses;<br />

do outro, uma escritora de abordagens<br />

extremamente plurais. Naveira, fascinada por Lídia, retrata de<br />

maneira poética, as particularidades da vida e da obra da artista,<br />

propagando, dessa forma, a personagem intrigante; a artista de<br />

74<br />

alma amarrada e flagelada. Dentro da pluralidade temática de<br />

Naveira, escolhemos as abordagens que revelam os aspectos<br />

pictórico-poéticos em sua obra. Naveira tem-se mostrado porta-voz<br />

das correspondências interartísticas, pois encontramos em sua<br />

poética um considerável acervo de poesias que nos remetem a<br />

artes plásticas. A fim de exemplificar essa correspondência<br />

interartística de Raquel Naveira e Lídia Baís, selecionamos para a<br />

presente comunicação os poemas “Confissão de uma monja” e<br />

“Fazenda das moças” de Fonte Luminosa; e “Pensão Pimentel” e<br />

“Sacristia” de Via sacra.<br />

LOPES, Delvanir. (UNESP). Uma Leitura Filosófica de Solombra,<br />

de Cecília Meireles. Obra da maturidade ceciliana, Solombra (1963)<br />

é um livro enigmático, porque seus poemas trabalham o tempo todo<br />

com a ambiguidade. Nem Sol nem Sombra, mas Sol-Ombra. A<br />

partir desse dado, e referenciados por escritos de Martin Heidegger<br />

(1889-1976), filósofo da existência, analisamos os poemas da obra.<br />

O ideário filosófico é útil na medida em que amplia o horizonte do<br />

leitor e as possibilidades de leitura dos poemas. Portanto, a<br />

intenção primeira é um estudo literário, mostrando a pertinência de<br />

uma chave de leitura que parte da filosofia, e que auxilia no<br />

desvelamento dos enigmas propostos em Solombra. Alguns temas<br />

cecilianos como: a existência, o estar-no-mundo, efemeridade, a<br />

morte e a poesia, também fazem parte do universo heideggeriano,<br />

daí a razão porque a aproximação entre ambos, literatura e filosofia,<br />

torna-se possível e cada um deles pode iluminar o outro.<br />

LOPES, Jucimar. (UEMS). A Construção do Modelo de Herói. O<br />

Herói é uma figura imprescindível na realidade social e os valores<br />

que lhe são atribuídos variam conforme o contexto sócio histórico.<br />

No homem concreto, o Herói assume o posto de figura arquetípica,<br />

funcionando como parte da estrutura psicossocial nas organizações<br />

sociais, e assim, cada indivíduo lhe atribui características<br />

particulares. Contudo, no todo social, essa figura terá atributos<br />

muito semelhantes porque é a partir do fator cultural que seu<br />

conceito é formado. Como as artes em geral são meios que<br />

exprimem os sentimentos humanos, conseguintemente, as<br />

qualidades do herói social estarão presentes no herói literário,<br />

permitindo-nos analisá-lo a partir do viés literário.<br />

75


LOPES, Pedro (USP). Entre línguas e sotaques: um estudo de caso<br />

na África do Sul. A África do Sul é um país com uma história<br />

recente inflamada por lutas por direitos. O fim do Apartheid e a<br />

criação de ações afirmativas marcam importantes lances nesse<br />

campo. Este trabalho enfoca algumas recentes reverberações<br />

desses marcos nas experiências da vida de jovens, na Cidade do<br />

Cabo. Nesse contexto, a competência em diferentes línguas e<br />

sotaques emerge como uma estratégia de disputa social,<br />

econômica e identitária, carregada de representações que<br />

rememoram os longos anos da política de racismo legal. Por meio<br />

da análise de entrevistas realizadas na pesquisa “Relations among<br />

“race”, sexuality and gender in different local and national contexts”,<br />

financiada por Fundação Ford e CNPq, pretende-se explorar essas<br />

estratégias enquanto manobras possíveis num complexo campo de<br />

poder. Esta comunicação se insere no contexto de minha pesquisa<br />

de iniciação científica, que desenvolvo desde 2008, sob orientação<br />

da Professora Laura Moutinho, tendo contado com bolsa FFLCH e<br />

Santander.<br />

LUIZ, Tiago Marques (UFSC). O videoclipe thriller, de Michael<br />

Jackson: uma sucinta análise semiótica. O videoclipe é um suporte<br />

de linguagem relativamente recente, que conta com diversos<br />

recursos de significação, tanto verbais quanto não verbais.<br />

Considerando seu alto grau de aceitação e de veiculação, bem<br />

como sua recente aparição, acredita-se que trabalhos de análise e<br />

estudos possam contribuir para a consolidação do lugar desse<br />

veículo enquanto suporte de significação. Será tomado como objeto<br />

de análise semiótica, o videoclipe “Thriller”, de Michael Jackson,<br />

com base na semiótica textual de Algirdas Julien Greimas. A<br />

metodologia consiste na análise dos efeitos de ficção e realidade<br />

presentes no videoclipe, como também os processos semióticos de<br />

produção de sentido com os quais o videoclipe conta em suas<br />

ambas produção e recepção. Dentre os níveis que compõem a<br />

semiótica textual, a análise se restringirá respectivamente aos<br />

níveis fundamental e narrativo.<br />

LUNA, Sandra. (UFPB). As Mulheres de Ibsen na Moderna<br />

Dramaturgia Norte-americana: Nora Revivida. Ibsen adentra a<br />

história do teatro como o mais influente dramaturgo dos tempos<br />

modernos. Para se ter uma idéia do impacto de suas produções<br />

em relação aos impasses vivenciados pelo teatro romântico,<br />

76<br />

considere-se a forma como Ibsen encontrou soluções dramáticas<br />

para tramas que não mais admitiam protagonistas nobres, mas<br />

ainda precisavam de heróis, não mais consentiam em uma<br />

linguagem retórica elevada, mas ainda careciam de poesia. As<br />

peças de Ibsen consubstanciam, ao mesmo tempo, os sonhos dos<br />

românticos e as desilusões dos realistas, delineando a poesia do<br />

palco para o drama social. Vislumbrando no próprio projeto<br />

romântico a solução para o heroísmo dramático, Ibsen instilou<br />

doses tão elevadas de liberdade e vontade consciente em seus<br />

protagonistas, que estes transcenderam seus textos, influenciando<br />

o teatro das décadas seguintes. Este trabalho segue os passos de<br />

Nora, que deixa sua Casa de Bonecas para assumir novos papéis<br />

na dramaturgia Norte-Americana do século XX.<br />

MACÁRIO, Paula Gomes. (UNICAMP). Três Canções: Um Estudo<br />

da Parceria Pierre Louÿs e Debussy. O trabalho que se apresenta<br />

está inserido em um estudo mais amplo, meu doutoramento a<br />

respeito do escritor francês Pierre Louÿs (1879 – 1925). Pouco<br />

conhecido do público brasileiro, Louÿs faz parte de uma galeria de<br />

figuras um tanto tênues no contexto dos estudos literários. No<br />

entanto, sua obra a um só tempo ornamental e subversiva possui<br />

valiosos pontos de interesse. Um desses pontos é o conhecimento<br />

e a habilidade deste escritor como esteta e o conseqüente<br />

envolvimento de sua obra com o universo das artes em geral. Um<br />

dos episódios atraentes de sua produção é, sem dúvida, a parceria<br />

com o músico Claude Debussy, que gerou, em especial, um<br />

conjunto de peças chamado Três canções de Bilitis. Objeto sobre o<br />

qual nos debruçamos interessados no intercâmbio entre música e<br />

poesia e, ainda mais, no que a história desta amizade e parceria<br />

pode revelar sobre a criação dos dois artistas.<br />

MACEDO, Sheyla (UNICAMP). Sobrevivência pela Máquina da<br />

Escrita. Este trabalho pretende compartilhar, no simpósio<br />

“Literatura, artes e mídias: as produtivas relações” percursos da<br />

pesquisa “Sobrevivência pela máquina da escrita”, cujo enfoque foi<br />

a chamada de um pensamento das artes e da filosofia – com A<br />

invenção de Morel (Casares, 2008) e Sobre a verdade e a mentira<br />

(Nietzsche, 2007) – para conversar implicações políticas das<br />

apostas linguageiras da divulgação científica. Quando pressupõe<br />

que o pensamento elabora a si mesmo sem tatear a temporalidade<br />

das palavras que o constitui, utilizando a linguagem utilitariamente<br />

77


no registro, a divulgação científica se envolve em ironias que<br />

trazemos para serem pensadas com os conceitos de vida<br />

(oralidade) e morte (escrita) da palavra com Rancière e<br />

Deleuze&Guattari. Nossa problemática é a necessidade de<br />

correspondências representativas, onde questionamos a<br />

potencialidade crítica da desordenação destas, não absolutamente,<br />

mas em frestas – quases que acontecem onde as fronteiras entre<br />

arte e política se tornam indiscerníveis.<br />

MACHADO, Isloany Dias (FCL-MS). A hora da estrela: o corpo, a<br />

palavra e a morte. Este trabalho tem como objetivo compreender<br />

como a literatura, em sua interface com a psicanálise, fala do corpo.<br />

Para tanto, partimos da obra “A Hora da Estrela”, da autora Clarice<br />

Lispestor. Nesta obra, Lispector fala de Macabéa, uma moça que<br />

tinha um viver “ralo”. A personagem não quer saber sobre si e a<br />

única vez que se pergunta “quem sou eu?” fica tão estupefata que<br />

para completamente de pensar. Vai vivendo até o momento em que<br />

se vê diante de afirmações de uma cartomante que a fazem pensar<br />

à força. É o momento crucial do livro, pois o corpo de Macabéa é<br />

dado em sacrifício quando as palavras passam a invadi-lo mais<br />

intensamente. É possível compreender, ao longo desta obra de<br />

Lispector, como o corpo é atravessado pela linguagem, assim como<br />

na afirmativa lacaniana de que o corpo só existe pela incorporação<br />

da estrutura da linguagem. Trabalharemos também a articulação do<br />

romance com a questão da debilidade do imaginário, partindo do<br />

Seminário RSI de Lacan, em que afirma que os seres falantes são<br />

destinados à debilidade e que sem a linguagem, nem<br />

suspeitaríamos dessa imbecilidade. O livro provoca um riso<br />

nervoso, que faz com que o leitor reflita sobre a crueza de um corpo<br />

no qual as palavras estão sufocadas.<br />

MAIA, Eduardo. (UFPE). Tempos Pós-filosóficos: Literatura e<br />

Crítica Literária em Richard Rorty. Pretendemos discutir as relações<br />

estabelecidas entre Filosofia, Literatura e Crítica Cultural pelo<br />

pensador neopragmatista norte-americano Richard Rorty.<br />

Mostraremos o lugar privilegiado que as narrativas literárias e a<br />

crítica cultural assumem na visão de mundo pós-religioso e pósfilosófico<br />

de Rorty em seu livro Contingência, ironia e solidariedade,<br />

de 1989. É patente, na obra desse filósofo tão peculiar (e talvez<br />

seja até impróprio classificá-lo como tal), a maior relevância que a<br />

literatura assume frente à filosofia, e a maior importância atribuída à<br />

78<br />

crítica literária e cultural em comparação com o discurso filosófico<br />

argumentativo. Essa proeminência é resultado do poder que a<br />

literatura tem de colocar a ética em contexto, como “um exercício<br />

prático de construção moral e política”. O romance, gênero<br />

especialmente analisado pelo autor na obra citada, seria o sinônimo<br />

de "utopia democrática" e de raciocínio ético colocado diante de<br />

circunstâncias reconhecíveis da experiência humana individual e<br />

social.<br />

MANSUR, Felipe. (UERJ). A Ética da Ficção de Machado de Assis.<br />

O trabalho procurará analisar a ironia na obra de Machado de Assis<br />

como um constitutivo ético fundamental para a afirmação de sua<br />

literatura. Através da leitura de Memórias póstumas de Brás Cubas,<br />

pretende-se demonstrar de que maneira a opção estética realizada<br />

por Machado afirma-se como uma reação ao primado realista do<br />

século XIX. Profundo conhecedor de filosofia e questionador dos<br />

modismos estéticos e ideológicos de seu tempo, Machado de Assis<br />

soube, através de sua ficção, construir um mundo incomum à sua<br />

época, revelando a consciência em um sujeito capaz de ir muito<br />

além do cientificismo e do positivismo até então vigentes no<br />

pensamento oitocentista.<br />

MARTINS, Geraldo Vicente (UFMS). Identidade no espelho: uma<br />

leitura de “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa. À luz da<br />

semiótica discursiva, focalizando alguns dos elementos do nível<br />

discursivo, o presente trabalho pretende discutir a constituição da<br />

identidade do sujeito protagonista de “A terceira margem do rio”,<br />

conto presente no livro Primeiras estórias, do escritor mineiro<br />

Guimarães Rosa. Toma-se como ponto de partida para as<br />

discussões a hipótese de que tal identidade forja-se com base em<br />

um viés negativo, posto em relevo na confrontação entre as<br />

características que se desdobram do agir da personagem citada e<br />

da figura paterna, que o acompanha ao longo de toda a narrativa.<br />

É, portanto, a formação às avessas dessa identidade que a análise<br />

buscará evidenciar.<br />

MARUCCI, Quelciane Ferreira. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cézar.<br />

(UFMS). As Portas do Magma: A Literatura de Ficção Científica<br />

Brasileira na Tela do Computador. A ficção científica brasileira não<br />

mais gravita somente nos conhecidos livros impressos. Sobrevive<br />

agora também nas terras subterrâneas dos blogs e bibliotecas<br />

virtuais. É o caso do e-book As portas do magma, de Miguel<br />

79


Carqueija e Jorge Luiz Calife. Esse livro eletrônico está disponível<br />

no site www.scarium.com.br gratuitamente. Encontra-se, nessa<br />

narrativa, uma homenagem aos enredos de histórias que discorrem<br />

sobre a existência de outros mundos, ou seja, civilizações<br />

desconhecidas que existem despercebidas sob a superfície da<br />

Terra. Como exemplo desse tipo de narrativa, podemos mencionar<br />

a obra Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. Para tanto,<br />

analisaremos o e-book sob a perspectiva da teoria de ficção<br />

científica e também sob a ótica em torno da cibercultura.<br />

MIHO, Sílvia Regina Gomes (<strong>UFGD</strong>). Poesia e poéticas em meios<br />

eletrônicos. Esta comunicação tem como objetivo tecer algumas<br />

considerações a respeito de poéticas contemporâneas e suas<br />

relações com os meios eletrônicos e digitais. Partindo do conceito<br />

de poética desenvolvido por Bernstein (1991), e as idéias<br />

defendidas por Hayles (2008), tentaremos examinar as relações<br />

formais existentes entre poéticas da segunda metade do século xx<br />

e o início do século XXi, enfocando, principalmente, a poesia norteamericana<br />

a partir dos movimentos “New American Poetry”, da<br />

década de 1970 e LANGUAGE Poetry, da década de 1980,<br />

comparando-os com poemas e textos críticos em meios eletrônicos<br />

MIQUELETTI, Eliane Aparecida (UEMS). A desnutrição infantil<br />

indígena em Dourados no olhar da revista Claudia. Este trabalho<br />

integra o Simpósio: Estudos do discurso: questões de subjetividade,<br />

de identidade, de cultura e de preconceito e apresenta a leitura de<br />

parte da reportagem “Bebês morrendo de fome e nada acontece”<br />

divulgada pela revista CLAUDIA em julho de 2007. O texto trata dos<br />

casos de desnutrição infantil indígena em Dourados. O objetivo é<br />

observar como um veículo de circulação nacional aborda a temática<br />

da desnutrição. O embasamento teórico buscado é o da Semiótica<br />

greimasiana. A análise efetuada se concentrará no nível discursivo<br />

do percurso gerativo de sentido, este integra as projeções da<br />

enunciação no texto e a sua cobertura semântica onde se verifica a<br />

escolha de temas e de figuras.<br />

MORAES, Anita Martins Rodrigues de (USP-FAPESP). Ficção e<br />

etnografia: o problema da representação em Os papéis do inglês,<br />

de Ruy Duarte de Carvalho, e Nove noites, de Bernardo Carvalho.<br />

Seja na elaboração de etnografias, seja na elaboração de romances<br />

e textos de crítica literária, convive-se com o problema da natureza<br />

80<br />

das relações entre discurso e realidade de maneira permanente.<br />

Pretende-se, aqui, lidar com essa questão a partir do estudo e<br />

comparação de dois romances contemporâneos: Os papéis do<br />

inglês (2000), de Ruy Duarte de Carvalho, e Nove noites (2002), de<br />

Bernardo Carvalho. Ambos, recorrendo a estratégias<br />

composicionais por vezes semelhantes, problematizam a esperada<br />

objetividade tanto do discurso etnográfico como romanesco,<br />

boicotando um paradigma de representação realista que se<br />

manteve com bastante vigor em ambos os domínios discursivos ao<br />

longo do século XX.<br />

MOURA, Andiara Maximiano de (UEM). A construção de<br />

personagens femininas em Vozes num divertimento, de Luci Collin.<br />

Devido à tradição patriarcal, a mulher foi, durante muito tempo,<br />

subjugada e/ou silenciada em múltiplas frentes sociais, dentre elas<br />

do universo cultural e literário. Tendo isso em vista, bem<br />

como nosso trabalho de monografia, orientado pela Profa. Dra.<br />

Lúcia Osana Zolin, e o projeto de pesquisa “A personagem na<br />

literatura de autoria feminina paranaense” que ela vem<br />

desenvolvendo com o apoio da Fundação Araucária, do qual<br />

participo, essa comunicação objetiva tecer algumas reflexões sobre<br />

o modo de construção de personagens femininas que integram<br />

contos da obra Vozes num divertimento, da escritora paranaense<br />

Luci Collin. Busca-se verificar em que medida a escritora subverte a<br />

imagem tradicional de mulher nesses contos, quais as marcas<br />

ideológicas que tais personagens carregam consigo, se reduplicam,<br />

questionam ou ironizam os papéis tradicionais de gênero nesse<br />

início do século XXI. Para nos desincumbirmos dessa tarefa,<br />

buscamos suporte teórico nos conceitos operatórios fornecidos pela<br />

Crítica Literária Feminista.<br />

NASCIMENTO, Danilo de Oliveira (UFMT). A juventude republicana<br />

nas crônicas de Raul Pompéia. Durante seus últimos cinco anos de<br />

vida, Raul Pompéia (1863-1895) dedicou-se integralmente ao<br />

jornalismo. Em suas crônicas políticas, ele destaca a presença da<br />

“juventude acadêmica” como fator importante na luta contra a<br />

escravidão e na consolidação do regime republicano e ainda<br />

divulgou os ideais republicanos com respeito à educação política,<br />

artística e moral de crianças e adolescentes e com a formação do<br />

“homem progressista” ou do “cidadão ativo” a partir da sua<br />

adequação “aos tempos modernos” (HILSDORF, 2003, p. 60).<br />

81


Crônicas como a de Raul Pompéia, no final do séc. XIX,<br />

exemplificarão a percepção progressiva da faixa etária como<br />

“problema da modernidade” e como “fenômeno da sociedade<br />

moderna” (MANNHEIM, 1982, p. 47) e reconhecida como “força de<br />

renovação histórica” ou “necessidade social” (IMÍ<strong>DE</strong>O, 1982, p.<br />

173).<br />

NETO, João Vieira da Silva (UFMS). O processo da tradução<br />

intercultural em a hora da estrela, de Clarice Lispector.<br />

Compreendendo a tradução como prática sociocultural a qual leva<br />

em consideração as reflexões no processo de construção da obra<br />

literária, o objetivo deste trabalho é analisar os aspectos que<br />

circunscrevem a constituição da tradução cultural na obra The hour<br />

of the star, de Giovanni Pontiero com A hora da estrela, de Clarice<br />

Lispector. Ao analisar a obra clariciana e comparar com a sua<br />

tradução para a língua inglesa, observa-se a envergadura das<br />

discussões acerca da função da tradução de textos literários. Esta<br />

pesquisa propõe, ainda, a compreensão das condições de<br />

produção, das situações sócio-históricas e das imposições<br />

ideológicas que atravessam o ofício do tradutor. Nesse viés, tornase<br />

necessário compreender o papel deste profissional como agente<br />

do processo, o qual atribui ao texto de partida, elementos culturais<br />

ideologicamente marcados, bem como a influência do contexto, a<br />

intertextualidade e a historicidade.<br />

NOGUEIRA, Erich Soares (UNICAMP). Vocalidade rosiana. A<br />

comunicação abordará, inicialmente, o conceito de Vocalidade<br />

(diferenciando-o de oralidade) a partir de determinadas reflexões<br />

sobre a noção de voz na área da teoria literária (tal como nos<br />

estudos de Paul Zumthor e Roland Barthes) e da<br />

filosofia/antropologia (em autores como Giorgio Aganbem, Adriana<br />

Cavarero e Corrado Bologna). Pontuadas as questões mais<br />

fundamentais da relação entre o conceito de voz e o discurso<br />

literário, serão analisados alguns breves episódios narrativos da<br />

obra de Guimarães Rosa – extraídos de “Meu tio o Iauaretê”,<br />

“Recado do Morro” e “Buriti” - que sinalizam a especificidade de<br />

uma vocalidade rosiana, que se constitui tanto no plano da<br />

linguagem quanto tematicamente e que pode ser um importante<br />

vetor de análise da obra do autor mineiro.<br />

82<br />

NOGUEIRA, Kelly de Melo (UEMS); ARAUJO, Susylene Dias de<br />

(UEMS). Uma leitura pós-colonialista para Poemas Concebidos<br />

Sem Pecado de Manoel de Barros. Este trabalho aborda questões<br />

que envolvem características peculiares da literatura póscolonialista<br />

brasileira a partir de uma leitura do livro Poemas<br />

Concebidos Sem Pecado de Manoel de Barros. A referida obra,<br />

composta por quatro partes distintas, apresenta um retrato<br />

autobiográfico de infância do autor, vivida na cidade de Corumbá.<br />

Destaca-se também como obra inaugural, daí a importância de<br />

novas leituras que surgem em novas perspectivas. De acordo com<br />

Teresa Nicolau Teles (Sem data) o pós-colonialismo analisa os<br />

efeitos políticos, sociais, culturais e filosóficos do colonialismo<br />

principalmente nos países colonizados, possibilitando aos escritores<br />

dessas nações a re-invenção da representação, o que será<br />

demonstrado a partir das análises dos poemas selecionados pelo<br />

corpus.<br />

NOLASCO, Edgar Cézar. (UFMS); SILVA, Willian Rolão Borges da.<br />

(UFMS). Clarice Lispector Midiática. É um consenso dos estudos<br />

biográficos em torno da vida e da obra da escritora Clarice Lispector<br />

que ela, antes mesmo de começar a escrever, já trabalhava na<br />

imprensa brasileira. Desse modo, tendo por base o que postula a<br />

crítica biográfica, este ensaio intenta apontar a importância que o<br />

meio midiático (Jornais, revistas etc) teve para a construção do “bio”<br />

literário e intelectual da escritora. Sua leitura assenta-se nas<br />

biografias da escritora, bem como nos livros organizados a<br />

posteriori, que contemplam parte dos textos publicados na imprensa<br />

brasileira. Entre as biografias, destacamos a de Nádia Batella<br />

Gotlib, intitulada Clarice: uma vida que se conta. Já entre os livros,<br />

mencionamos Só para mulheres e Correio Feminino, ambos<br />

organizados por Aparecida Maria Nunes, os quais contêm textos<br />

inéditos da escritora publicados na imprensa brasileira.<br />

OLIVEIRA, Angélica Silva de (<strong>UFGD</strong>); MONTEIRO, Liliane<br />

Belo (<strong>UFGD</strong>). A prática no PIBID: Comparando o livro didático com<br />

o ENEM. Este trabalho busca estabelecer algumas relações entre o<br />

livro didático de língua portuguesa e o Exame Nacional do Ensino<br />

Médio – ENEM. Propõe-se fazer uma comparação entre os dois,<br />

analisando questões retiradas de ambos, dando destaque ao<br />

aspecto disciplinar das questões do primeiro em contraste com o<br />

aspecto interdisciplinar das questões do segundo. Para tanto, parte<br />

83


da nossa experiência no PIBID, que utiliza questões do ENEM,<br />

trabalhadas com os alunos do Ensino Médio em duas Escolas<br />

Estaduais da cidade de Dourados – MS. Sabe-se que as aulas de<br />

língua portuguesa são baseadas no livro didático, o gênero<br />

predominante da "tradição escolar", e objeto cultural contraditório,<br />

que gera polêmicas e críticas de muitos setores, mas que tem sido<br />

sempre considerado como um instrumento fundamental no<br />

processo de escolarização. Um ponto fraco do livro didático parece<br />

ser seu aspecto predominantemente disciplinar. Em contraste, o<br />

ENEM, criado em 1998, traz questões em que predominam a<br />

interdisciplinaridade. Seu objetivo, dentre outros, é avaliar o<br />

desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Nesse<br />

sentido, o Exame cobra do estudante, sobretudo, o foco em<br />

competência leitora, conhecimentos de atualidade e (o mais<br />

importante para nós) a capacidade de relacionar matérias<br />

diferentes. O trabalho destacará os contrastes entre ambos.<br />

OLIVEIRA, Cleber José de Oliveira (<strong>UFGD</strong>). A crônica do<br />

Modernismo a Contemporaneidade: rupturas e continuidades. Esse<br />

trabalho compara crônicas de Rubem Braga e Arnaldo Jabor,<br />

respectivamente, cronistas modernista e contemporâneo. Parte da<br />

hipótese geral de que a contemporaneidade corresponde a uma<br />

etapa especifica da vida brasileira, em que algumas características<br />

são dominantes, a saber, a crise da Tradição Republicana,<br />

internacionalização crescente e aprofundamento da<br />

democratização. Parte também da hipótese de que as mudanças<br />

nas relações sociais correspondem a mudanças nos gêneros<br />

discursivos. Assume que seus textos são crônicas de momentos<br />

histórico-discursivos diferentes, e de relações de comunicação<br />

literárias diferentes – à luz de Bakhtin (2002); mostra as<br />

especificidades e continuidades desses momentos em um e outro<br />

autor, tentando contribuir para uma hipótese geral, a saber: em que<br />

medida é possível demarcar fronteiras críticas entre a literatura<br />

modernista e a literatura contemporânea.<br />

OLIVEIRA, Eliana Kefalás (UFAL). Leitura literária, vocalidade<br />

poética e performance no ensino de literatura. Este trabalho tem o<br />

intuito de fomentar perspectivas teóricas e metodológicas que<br />

priorizem, no ensino de literatura, um contato efetivo com o texto,<br />

evitando dessa forma limitar esse ensino a atividades<br />

excessivamente informativas (e classificadoras) sobre o texto<br />

84<br />

literário. A proposta é tecer considerações em torno das noções de<br />

vocalidade poética e de performance na leitura literária discutidas<br />

por Zumthor (2000, 2005), de forma a conceber o letramento<br />

literário como uma experiência sensorial, formadora e<br />

transformadora (LARROSA, 2003; RANGEL, 2005). Tem-se como<br />

propósito ainda entrelaçar essas abordagens teóricas a algumas<br />

perspectivas metodológicas de experiências de leitura em sala de<br />

aula desenvolvidas na Educação Básica (com alunos do ensino<br />

fundamental e médio) e em Cursos de Formação de Professores,<br />

nas quais procurou-se explorar tanto a vocalidade poética quanto a<br />

performance através de leituras em voz alta e em movimento.<br />

OLIVEIRA, Geovana Quinalha de. (UFMS). Literatura e Cinema: O<br />

Passado (Re)Visitado. O presente trabalho tem por objetivo pontuar<br />

as relações intertextuais (recortes, intersecções, confluências,<br />

seleções, divergências e emancipações) desdobradas no trabalho<br />

de adaptação do livro O menino do pijama listrado: uma fábula, de<br />

John Boyne (2007) para o cinema (2008), ademais de analisar<br />

criticamente ambos artefatos associados ao conceito de memória.<br />

Na contemporaneidade, os debates em torno da ação mnemônica<br />

encaminham outras discussões inexoráveis ao seu discurso, como<br />

a história, o esquecimento, a identidade e a alteridade. Tais<br />

categorias proporcionam uma exploração da temática<br />

memorialística enquanto território de escombros em que novas<br />

formas de pensar a história e as identidades vão surgindo,<br />

deflagrando um movimento de ruínas em que o passado é posto em<br />

xeque.<br />

OLIVEIRA, Marcos Antônio Bessa. (UFMS); NOLASCO, Edgar<br />

Cézar. (UFMS). Nas malhas da rede: os espectros de Lispector no<br />

imaginário virtual-cultural. Cada artista “amador” cria a seu modo,<br />

ou à sua memória, um desenho, uma pintura ou ainda uma<br />

caricatura da escritora Clarice Lispector. São esses trabalhos que<br />

tentaremos analisar neste ensaio, priorizando a influência que os<br />

espectros da escritora, ou de sua obra, teriam na memória dos<br />

artistas, quer estes sejam consagrados, como De Chirico e Carlos<br />

Scliar, quer sejam “artistas-amadores”, principalmente os que<br />

circulam pela internet. Utilizando as teorias da biografia cultural,<br />

principalmente aquelas envoltas à memória, da semiótica e outras<br />

que acharmos necessárias, analisaremos tais trabalhos na intenção<br />

de identificar de que artifício os artistas se valeram para criar cada<br />

85


um o “seu” espectro da escritora. Embasados pelo que propõe o<br />

pensamento da crítica cultural é que propomos que alguns desses<br />

trabalhos artísticos, além de apresentarem as influências da obra<br />

da autora, ainda refletem a relação de transferência pessoal de<br />

cada artista com a escritora e sua obra.<br />

PACHECO, Mara Regina (<strong>UFGD</strong>). Hélio Serejo e a história do Mato<br />

Grosso do Sul. A história de um povo não nasce da criação política,<br />

da vontade do Estado, ou das iniciativas de homens importantes,<br />

mas sim, emerge do embate das ações dos homens em conjunto,<br />

seja ela por necessidades materiais ou não. A obra de Hélio Serejo<br />

retrata as condições históricas da fronteira Brasil/Paraguai do pós<br />

Guerra do Paraguai, o desenvolvimento econômico do sul do<br />

Estado e da fronteira, juntamente com uma nova fase do modo<br />

capitalista de produção dessa região (a exploração da erva-mate)<br />

com a instalação da Companhia Mate Laranjeira. Serejo contempla<br />

nas suas obras a diáspora, sobretudo de gaúchos e paraguaios,<br />

como força de trabalho para a exploração ervateira, relatos e<br />

registros de impressões da história da formação do Estado, que por<br />

nele ter nascido e vivido, revela a imensa riqueza das vivências de<br />

seus habitantes, expostas nas informações detalhadas sobre os<br />

usos, os costumes, trabalho e o lazer dos fronteiriços.<br />

PARADISO, Silvio Ruiz (UEL). A imagem da mulher indiana nas<br />

literaturas pós-coloniais: Uma análise em Mia Couto, Arundhati Roy<br />

e Rudyard Kipling. Não há como dissociar os estudos pós-coloniais<br />

com os estudos acerca da mulher na literatura. Tanto os estudos<br />

femininos quanto os estudos pós-coloniais são críticas que surgiram<br />

no século XX, em decorrência dos Estudos Culturais. Tais<br />

movimentos procuram analogamente desconstruir a ideologia<br />

imperialista e patriarcal no cânone literário hegemônico, para então<br />

entendê-lo e modificar suas estruturas. Um exemplo é a imagem da<br />

mulher indiana na cultura colonial, que muitas vezes tem sua<br />

representação sob a ótica da opressão, do silêncio e até mesmo da<br />

subversão, estratégias para denúncia e contra-ataque literário. Este<br />

artigo analisará as representações da mulher indiana na literatura<br />

pós-colonial, em especial com as personagens Dia Kumari, de O<br />

outro pé da sereia (2006), de Mia Couto; Bisesa do conto Beyound<br />

the pale (1888), de Rudyard Kipling e Ammu, de The God of Small<br />

Things (1997), de Arundhati Roy.<br />

86<br />

PAULA, Adna Candido de. (<strong>UFGD</strong>). Friedrich Schiller, Mikel<br />

Dufrenne e Paul Ricoeur: As Imbricações Literárias entre Ética e<br />

Estética. A relação entre ética e estética está posta desde a Idade<br />

Clássica, notadamente, desde a Poética de Aristóteles. Esta<br />

afirmação coloca a obra do filósofo grego na gênese das<br />

considerações sobre o “valor” e a “natureza” do objeto literário. A<br />

dupla dulce et utile de Horácio também estabelece conexão direta<br />

com a ética e com a estética, no que consta das investigações<br />

sobre o valor e a natureza da obra literária. Contudo, apesar de ser<br />

estudada há séculos, esta relação não é estática, pelo contrário, ela<br />

se molda e se renova constantemente. A imbricação entre ética e<br />

estética é estabelecida e compreendida, em diferentes contextos<br />

históricos, a partir de mudanças impostas pelas dimensões social,<br />

religiosa, política e cultural. A partir desta atestação, esta<br />

comunicação irá estabelecer um diálogo entre os pressupostos de<br />

Schiller, Dufrenne e Ricoeur, três filósofos que se inserem na<br />

tradição dos estudos sobre o vínculo entre ética e estética. O<br />

objetivo da comunicação é apresentar o eixo dessa tradição dos<br />

estudos literários e apontar para a necessidade da leitura e releitura<br />

das obras que fazem parte dessa tradição a fim de se compreender<br />

a dinâmica de conceitos tais como o “valor” e a “natureza” da<br />

literatura.<br />

PEIXOTO, Rafael Tavares. (<strong>UFGD</strong>).The Desolated and Tragic<br />

Heroes of Tennessee Williams. Tennessee Williams is an elegiac<br />

writer, a poet of nostalgia who laments the loss of a past idealized in<br />

the memory. As the leading dramatist of the Southern Renaissance<br />

in American letters, he draws on the myth of the old south. The aim<br />

of this article is to comment about the necessity of comprehension<br />

with the excluded from the society – a theme which is elucidated in<br />

Williams’ theater especially in The Glass Menagerie and A Streetcar<br />

Named Desire --. His most memorable characters are women, faded<br />

belles such Amanda Wingfield and Blanche Dubois whose old<br />

fashioned manners and charm suggest a wishful recollection of<br />

priviledged antebellum life.<br />

PEREIRA, Maria Ceres (<strong>UFGD</strong>). Metodologia de base<br />

interpretativista na pesquisa em lingüística aplicada. Investigações<br />

em Lingüística Aplicada – Entre Política Lingüística à Educação<br />

Bilíngüe. O Caso do Tekohá Kuera do MS - projeto de pesquisa e<br />

de formação de professores indígenas (área da linguagem) é<br />

87


aprovado pela CAPES sob número 18. Há sub-projetos a ele<br />

vinculados cuja metodologia de pesquisa é de base qualitativa do<br />

tipo etnográfico, de pesquisa participante e do tipo estudo de caso.<br />

Parte-se do pressuposto da necessidade de entender a partir dos<br />

princípios etnográficos, o que está acontecendo nos contextos<br />

pesquisados/observados. Buscar (re)construir os significados<br />

sociais a partir das narrativas, das entrevistas semi-estruturadas e<br />

das notas de campo. Os projetos individuais que compõe as<br />

investigações em lingüística aplicada são de mestrandos do<br />

Programa de Letras da FACALE/<strong>UFGD</strong> e, igualmente de<br />

acadêmicos bolsistas do projeto/CAPES voltados para contextos<br />

sociolinguisticamente complexos onde as relações lingüísticas e<br />

culturais são os grandes desafios. O objetivo desta proposta é a de<br />

demonstrar a inserção em campo e a aplicação dos instrumentos<br />

de coleta considerando o descompasso cultural entre<br />

pesquisadores/sujeitos envolvidos.<br />

PIMENTEL, Samarkandra Pereira dos Santos. (UFPB). “Vão-te<br />

amar. E supor tanta coisa ao teu respeito”: Considerações acerca<br />

de Perdição: Exercício sobre Antígona, de Hélia Correia. Muitos<br />

foram os mitos que alicerçaram as peças dos grandes<br />

tragediógrafos gregos e que, mesmo com o passar dos séculos,<br />

continuam servindo de matéria-prima para os dramaturgos de hoje.<br />

O mito de Antígona é exemplar: Brecht e Anouilh, em meados do<br />

século XX e uma dezena de escritores portugueses, também<br />

dramaturgos, lançaram o seu olhar para o mito da filha da Casa<br />

Real de Tebas. A nossa proposta é analisar a peça Perdição:<br />

Exercício sobre Antígona (1991), de Hélia Correia, atentando para<br />

as características inovadoras, tanto estruturais, quanto temáticas de<br />

sua composição e as possíveis relações intertextuais com a peça<br />

de Sófocles e com outros dramas modernos.<br />

PINHEIRO, Petrilson Alan. (UFMS). Gêneros Digitais em Foco: Um<br />

Percurso Sócio-histórico Rumo ao Ensino. O objetivo deste trabalho<br />

é, num primeiro momento, realizar uma discussão de caráter sóciohistórico<br />

que aponte o que seriam as três grandes fases na história<br />

da constituição dos gêneros discursivos: suas origens na Retórica<br />

aristotélica; sua redefinição a partir da invenção da escrita<br />

tipográfica no século XV; e sua “transformação” em gêneros digitais<br />

com o advento da internet. Num segundo momento, busca-se<br />

repensar o uso desses gêneros digitais à luz do processo de<br />

88<br />

ensino-aprendizagem. Como base teórica, adota-se perspectiva<br />

sócio-histórica de linguagem, cuja formação se estende desde a<br />

retórica aristotélica, perpassa a visão bakhtiniana dos gêneros<br />

discursivos e é ressignificada em teorias mais recentes que lidam<br />

com os gêneros digitais. Este trabalho se insere, portanto, no<br />

campo da Línguística Aplicada, uma vez que busca não apenas<br />

refletir acerca da questão da formação dos gêneros digitais, mas<br />

também situá-los como instrumentos e objetos de ensino na escola.<br />

PIPER, Elza Carolina Beckman (<strong>UFGD</strong>). Subjetividade e Análise do<br />

Discurso: uma questão epistemológica. Na terceira época da<br />

análise do discurso, Pêcheux pretende descobrir novos<br />

procedimentos de análise a partir da consideração da subjetividade<br />

e da contextualização presentes no sujeito e no sentido. Ele tanto<br />

articula as três regiões que constituem o quadro epistemológico da<br />

AD: materialismo histórico, lingüística e teoria do discurso; quanto<br />

define a forma-sujeito pelo atravessamento da teoria psicanalítica<br />

da subjetividade. Dado o caráter transdisciplinar da Análise do<br />

Discurso, para compreender a noção de subjetividade precisamos<br />

nos aproximar da teoria da psicanálise, mesmo que<br />

superficialmente, esclarecendo alguns conceitos e pressupostos.<br />

Neste trabalho propomo-nos a discutir o fato de que os<br />

psicanalistas que se aproximam da AD se apóiam na leitura dos<br />

teóricos renomados da lingüística e do discurso, evidenciando a<br />

interdependência do conhecimento científico.<br />

PORTOLAN, Santa Cariaga (<strong>UFGD</strong>). Identidade: uma abordagem<br />

étnica. O presente artigo tem por objetivo propor uma reflexão<br />

sobre “identidade”, não apenas pelo fato desse tema ter um papel<br />

central nas ciências humanas e sociais, mas, principalmente, pelo<br />

fato de ser um elemento definidor do sujeito social. O sujeito tratado<br />

neste trabalho é o índio Guarani que reside no município de<br />

Dourados. Pretendemos saber como esse sujeito étnico se revela<br />

em oposição ao Outro. Esse tipo de identidade étnica se dá sobre<br />

um terreno contraditório, se de um lado esses sujeitos vivem sob o<br />

efeito de perdas culturais, de outro, neste mesmo campo, eles<br />

buscam sua identificação.<br />

QUADROS, Aurora (UNIMONTES). Configurações estéticas da<br />

liberdade e da consciência: a linguagem em ambiente<br />

acadêmico digital. Este ensaio trata da observação e análise de<br />

89


ecursos expressivos e discursivos em diálogos de cursos<br />

mediados por computador. O ponto de partida é a recorrência<br />

de certos usos em enunciados postados pelos próprios alunos,<br />

professores e tutores em ambiente eletrônico. Em vez de uma<br />

abordagem terminológica ou gramatical prescritiva, observam-se<br />

algumas peculiaridades interdisciplinares estéticas, semânticas<br />

e discursivas da expressão verbal, que apresentam nos<br />

exemplos selecionados modos de ser e agir. O objetivo deste<br />

trabalho consiste em apresentar a conclusão curiosa desse<br />

olhar. O que se ressalta como um dos produtos cognitivos<br />

alcançados é a sistematização sobre o efeito da escrita, a qual<br />

pondera estrategicamente duas configurações de relação com o<br />

discurso do poder: na organização discursiva, a atitude informal<br />

do jogo com as palavras; no posicionamento ideológico, as<br />

chamadas ao comprometimento científico, que buscam manter a<br />

postura da consciência acadêmica.<br />

RAMOS, Maria Aparecida da Silva (<strong>UFGD</strong>); LIMBERTI, Rita de<br />

Cássia A. Pacheco (<strong>UFGD</strong>). As marcas da subjetividade: o eu e os<br />

outros no discurso do professor indígena. Este trabalho discute, a<br />

partir de uma abordagem Semiótica, as marcas de subjetividade em<br />

discurso de professores indígenas com a finalidade de perceber as<br />

relações que se estabelecem entre o eu e o outro. Para a<br />

constituição do corpus para a análise foram selecionadas<br />

sequências narrativas extraídas de três entrevistas de professores<br />

indígenas concedidas, em 2003, ao antropólogo Luís Donisete<br />

Benzi Grupioni e publicadas no Em Aberto, que é um espaço para<br />

publicação monotemática do Instituto Nacional de Estudos e<br />

Pesquisas Educacionais (Inep). Essas sequências são marcadas<br />

linguisticamente pelo emprego de pronomes – eu, você, a gente,<br />

nós, eles - que funcionam como marcas de subjetividade e<br />

inscrevem os sujeitos e os outros no discurso.<br />

RAVANELLO, Tiago; OLIVEIRA, Fernanda Brito Riveros de;<br />

SILVA, Juliana Dowe dos Santos Ferreira da. Fantasia, desamparo<br />

e literatura: uma abordagem freudiana. Assim como Freud utiliza<br />

muitas referências literárias como suporte em sua obra, ele analisa<br />

a importância destas como oferta de material sobre o humano para<br />

a constituição do conhecimento psicanalítico, bem como a<br />

importância da fantasia para a construção das obras criativas e<br />

encantadoras, dando à literatura uma das formas mais desejosas<br />

90<br />

de funcionamento e atualização do inconsciente. Assim, a literatura<br />

assume essa ambigüidade de ocultar para tornar-se encantadora,<br />

mas, concomitantemente, superar e desvelar as fantasias que já<br />

foram obrigadas a serem abandonadas na infância, como<br />

possibilidade de retorno a formas primitivas de realização do<br />

desejo. Da mesma forma, Freud identifica no desamparo da cria<br />

humana, a hilflosigkeit, a origem de todos os preceitos éticos e<br />

morais com a finalidade de estruturação mínima dos laços culturais.<br />

Assim, propomos uma abordagem que permita ao mesmo tempo a<br />

delimitação dos papéis do desamparo, da morte e do fantasiar<br />

como formas criativas de elaboração do que viria a ser uma estética<br />

delimitada não como estudo do belo, mas, como define Freud, das<br />

qualidades do sentir. A aproximação entre psicanálise e literatura,<br />

neste sentido, é remetida à possibilidade de utilização dos recursos<br />

literários como meios de reestruturação das subjetividades.<br />

Semelhantemente, tal proposta se coaduna com o axioma maior do<br />

edifício lacaniano de repensar os fenômenos inconscientes<br />

enquanto estruturados como uma linguagem. Para tanto,<br />

retomamos a proposta do que se tornou conhecido como Discurso<br />

de Roma de voltar o estudo psicanalítico para sua firmação no<br />

campo da linguagem e na observação e delimitação dos efeitos da<br />

função da fala.<br />

RECAL<strong>DE</strong>, Carollyne Cavanha (UEMS). Literatura e política: quais<br />

os meandros para interpretar Maquiavel e Machado de Assis?<br />

Buscando estabelecer um diálogo entre Literatura e Ciências<br />

Sociais analisar-se-á a obra de Maquiavel, O Príncipe e o conto de<br />

Machado de Assis, Teoria do Medalhão. A perspectiva do trabalho<br />

é fazer uma análise dos elementos da escrita literária sob uma ótica<br />

político-sociológica. Importante uso também se fará da História,<br />

uma vez que se faz necessário procurar conhecer e perceber os<br />

elementos que marcaram as relações humanas que, por sua vez<br />

contribuíram e contribuem para as transformações da sociedade.<br />

Entrelaçar essas três instâncias do saber permitirá uma interação<br />

entre o mundo histórico, social e literário.<br />

RECKZIEGEL, Sandra Beatriz. (<strong>UFGD</strong>). Afeto e Transcendência<br />

em 'Fazes-me Falta' de Inês Pedrosa. O presente projeto de<br />

pesquisa tenciona aprofundar as questões entre o universo do<br />

sagrado e a obra ficcional 'Fazes-me Falta' de Inês Pedrosa.<br />

Buscar, igualmente, ampliar o entendimento da relação do sagrado<br />

91


dentro do romance e sua configuração na modernidade, bem como<br />

analisar e discutir o estatuto dos afetos no mundo contemporâneo<br />

presentes. Compreendendo as relações éticas que circundam o<br />

sagrado dentro do romance, e a que essas relações nos levam na<br />

modernidade, e qual a importância da revisão ética dentro do<br />

mundo moderno no qual as personagens – a personagem feminina<br />

crente e o personagem masculino descrente - do romance estão<br />

inseridas.<br />

RIBEIRO, Sílvia Ananias Onório. (<strong>UFGD</strong>). O Tema do Amor<br />

Idealizado: Em Álvares de Azevedo e Djavan. A segunda fase do<br />

Romantismo, conhecida como ultra-romântica, foi um período<br />

literário conturbado e exacerbado, apresentando como<br />

características peculiares: o tédio pela vida, o pessimismo, o<br />

sentimentalismo exagerado, a morte, a exacerbação da<br />

sensibilidade, entre outros sentimentos negativos. Este trabalho tem<br />

por finalidade enfocar a segunda geração romântica no Brasil, em<br />

especial, o poeta Álvares de Azevedo e sua obra Lira dos vinte<br />

anos da qual se trata de um poema para análise. Para contrapor<br />

com esse poeta uma música do compositor contemporâneo Djavan,<br />

verificando o contexto histórico pós-moderno a que pertence. O<br />

objetivo do trabalho é, através dessas análises, exporem a<br />

concepção de amor idealizado da época do romantismo até os dias<br />

de hoje, mostrando pontos de intertextualidade entre o poema e a<br />

música e focalizando especificamente a visão do amor idealizado<br />

no poema “AT...” de Álvares de Azevedo e na música “Meu bem<br />

querer” do cantor contemporâneo Djavan.<br />

ROSA, Carlos Junior Gontijo. (UNICAMP). Adaptações de<br />

Tragédias: Drama à Vista. Este trabalho procura estabelecer um<br />

paralelo entre a tragédia grega As Troianas, de Eurípides, e duas<br />

de suas adaptações modernas, ambas homônimas, mas em<br />

linguagens distintas: uma elaborada a partir de técnica de dançateatro<br />

pelo Grupo de Pesquisa Ar Cênico, do Departamento de<br />

Artes Corporais da Universidade Estadual de Campinas em 2005, e<br />

outra cinematográfica, dirigida por Michael Cacoyannis em 1971.<br />

Após comentários sobre o texto trágico, elaboramos um estudo<br />

comparativo tomando por base alguns elementos constituintes da<br />

estrutura trágica e sua utilização nas adaptações, bem como<br />

algumas discussões modernas acerca do tema trágico, como a<br />

92<br />

função da mulher e a adequação do mito à audiência<br />

contemporânea.<br />

ROSSI, Daniel. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cézar (UFMS). Tempo<br />

liberado? Ubiquidade temporal em Trópico de câncer. Trópico de<br />

câncer é reconhecido, dentre outras características, por introduzir<br />

um tempo sui generis na narrativa. Verdadeiros blocos de prosa,<br />

como dizia Blanchot, Miller trabalha com um tempo ubíquo e<br />

delirante, onde a linearidade do tempo é ramificada em várias<br />

direções: passado, presente e futuro se entrelaçando<br />

indefinidamente. O objetivo desta comunicação é rastrear esse<br />

“tempo estranho”, zigue-zagueante, a partir de questionamentos<br />

oriundos da filosofia, procurando trabalhar em um espaço relacional<br />

entre estas duas áreas do conhecimento. Para tanto, utilizaremos<br />

os trabalhos de Gilles Deleuze, Peter Pál Pelbart e Maurice<br />

Blanchot, buscando embasamento teórico para as considerações<br />

tecidas nesta comunicação.<br />

RUSSO, Dayana Lopes (<strong>UFGD</strong>). “Janjão”: Uma análise na<br />

perspectiva semiótica. Esta comunicação pretende tecer reflexões<br />

acerca da teoria semiótica, quanto aos conceitos de realidade,<br />

percepção, ficção, verdade, subjetividade, entre outros, com base<br />

teórica nos seguintes escritores: Gustave Krause, Diana Luz, Rita<br />

Limberti, entre outros. Além disso, desenvolve análise da<br />

representação e identidade do conto “Janjão”, da obra “Contos<br />

crioulos” (1998) do escritor regionalista do sul do Mato Grosso do<br />

Sul, Hélio Serejo. A análise no conto “Janjão” se fundamentará na<br />

relação entre sujeitos e objetos, as quais desenvolveram as<br />

significações do texto, o sujeito quanto ao seu querer e suas<br />

modalizações. Ainda, a partir destas noções semióticas, se tecerá<br />

considerações sobre o peão do erval, “Janjão”, quanto sua<br />

representação e identidade no universo do ervateiro.<br />

SAN<strong>DE</strong>R, Lucia V. (UnB). A “Crítica em Performance”: uma forma<br />

híbrida de resgate de escritoras e personagens femininas<br />

esquecidas na coxia do tempo. A comunicação focaliza uma<br />

modalidade alternativa de comentário crítico sobre literatura<br />

dramática e teatro que se serve da linguagem e dos recursos do<br />

teatro e, assim, produz um espetáculo em vez de uma explicação.<br />

Ao encenar o argumento crítico, a “Crítica em Performance” cruza<br />

as fronteiras que separam a literatura e a crítica, destinadas à<br />

93


página, do teatro e do cinema, que residem no palco e na tela. Essa<br />

forma híbrida de comentário crítico apropria-se de recursos<br />

extraliterários tradicionalmente inacessíveis à prática crítica<br />

convencional e atravessa as barreiras que separam a arte da<br />

escrita das artes do espetáculo. Partindo do pressuposto de que<br />

crítica é criação, é recriação, de que a escrita crítica é a ficção de<br />

quem escreve inspirada na ficção de quem já escreveu ou fez<br />

alguma arte, a comunicação argumenta que a “Crítica em<br />

Performance” pode ser uma alternativa mais adequada para tratar a<br />

experiência fugaz do teatro, esse conjunto de sensações vividas em<br />

grupo, em um espaço próprio, no tempo presente, e que resiste à<br />

descrição, à reprodução, à documentação. No curso da<br />

comunicação serão comentados alguns trabalhos de “Crítica em<br />

Performance” relacionados ao projeto de resgate de escritoras e<br />

personagens femininas esquecidas ou soterradas pela cultura. São<br />

eles: a performance solo Susan Glaspell: entre nós / entre linhas<br />

(2001-2003) sobre a vida e obra da escritora de teatro norteamericana<br />

esquecida por mais de meio século; o filme Susan<br />

(2005) sobre o teatro de Susan Glaspell; a performance solo Ofélia<br />

explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia. (2008-2010) em<br />

que à personagem de Shakespeare é dada a vez e a voz para<br />

contar a sua história, parcialmente contada em Hamlet e<br />

negligenciada pela literatura crítica; e os vídeo clipes ou “Clipes<br />

Literários” de performances curtas sobre a escrita de Clarice<br />

Lispector e a poesia de Elizabeth Bishop (2006 e 2007). No curso<br />

da comunicação vários clipes serão exibidos ao público presente.<br />

SANTOS, Bruna Alves dos (<strong>UFGD</strong>); OLIVEIRA, Rosenilde de<br />

Queiroz (<strong>UFGD</strong>). Experiências do PIBID: As diferenças entre as<br />

questões do ENEM e os exercícios do livro didático. Este trabalho<br />

compara algumas questões do ENEM (Exame Nacional do Ensino<br />

Médio), com alguns exercícios propostos em livros didáticos de<br />

língua portuguesa, mostrando assim as diferenças existentes entre<br />

ambos. Nesse sentido, analisa competências e habilidades julgadas<br />

necessárias para compreender as questões do ENEM e os<br />

referidos exercícios do livro didático, mostrando, sobretudo<br />

aspectos interdisciplinares da primeira em confronto com aspectos<br />

disciplinares das demais. As análises levam em conta nossa<br />

experiência como bolsista do PIBID (Programa Institucional de<br />

Bolsas de Iniciação à Docência), no qual trabalhamos questões do<br />

94<br />

ENEM com os alunos da Escola Estadual de Dourados (MS)<br />

Professor Celso Müller do Amaral.<br />

SANTOS, Natália Aparecida Tiezzi Martins dos (UFMS);<br />

NOLASCO, Edgar Cézar (UFMS). Por uma visão não metonímica<br />

de cultura. Este artigo faz parte do projeto de pesquisa financiado<br />

pelo CNPq/UFMS “Cultura Local”, cujo plano de trabalho intitula-se<br />

“(In) Definições Culturais nas Culturas Locais de Mato Grasso do<br />

Sul”. Este trabalho visa estabelecer uma relação entre a figura de<br />

linguagem denominada metonímia e a conceituação de cultura na<br />

sociedade pós-moderna. A metonímia caracteriza-se por ser um<br />

recurso lingüístico no qual se recorta uma parte da realidade<br />

tomando-a como sendo correspondente ao todo. Deve-se dizer que<br />

nossa reflexão objetiva romper com essa visão metonímica de<br />

cultura e dessa forma enfatizar que a cultura local tem de ser lida a<br />

partir do local. Esse local a que nos referimos está delimitado<br />

geograficamente pela região que compreende o estado de Mato<br />

Grosso do Sul, literariamente pela obra Onde Cantam as Seriemas<br />

de Otávio Gonçalves e recortado teoricamente pela perspectiva dos<br />

Estudos Culturais.<br />

SANTOS, Rosana (<strong>UFGD</strong>). Língua inglesa: oralidade e escrita. O<br />

objetivo deste artigo foi compreender as causas das dificuldades no<br />

aprendizado da pronúncia e ortografia da língua inglesa, com base<br />

em estudos bibliográficos, assim como sugerir formas de superar<br />

estas dificuldades. Fez-se estudo da evolução histórica desta<br />

língua perpassando pelos períodos Old English, Middle English,<br />

Modern English e pela Great Vowel Shift. Discutiu-se o uso da<br />

transcrição fonética através do International Phonetic Alphabet<br />

como instrumento facilitador da aprendizagem da língua inglesa<br />

quanto à pronúncia. Os resultados deste estudo sugerem que o<br />

empréstimo de vocabulários ocorrido na evolução deste idioma e a<br />

ocorrência da Great Vowel Shift são as causas do distanciamento<br />

entre a oralidade e a escrita desta língua e acredita-se que o<br />

International Phonetic Alphabet e a transcrição fonética podem<br />

servir de instrumentos de apoio para facilitar a aprendizagem da<br />

pronúncia do idioma em foco.<br />

SANTOS, Veronice Batista dos (UFMS); MAEDA, Raimunda<br />

Madalena Araújo (UFMS). Análise do Poema Despertar do Silêncio,<br />

de Shirley Vilhalba. O presente trabalho tem com objetivo analisar o<br />

95


poema Despertar do Silêncio, de Shirley Vilhalva. Essa autora, que<br />

é surda, afirma que renasceu quando conheceu a Língua Brasileira<br />

de Sinais – LIBRAS. De acordo com a autora, o medo que tinha das<br />

pessoas desapareceu, pois, por intermédio dessa linguagem a<br />

mesma encontrou o seu lugar no mundo. Para a maioria das<br />

pessoas a língua de sinais não passa de um conjunto de gestos e<br />

mímicas, mas a verdade é que a Libras é uma língua autônoma,<br />

com estrutura e gramática próprias, que permite ao surdo se<br />

comunicar dentro da comunidade surda e a interagir com ouvintes<br />

que dominam a linguagem de sinais. A partir de 24 de abril de 2002,<br />

a LIBRAS tornou-se oficialmente a língua do surdo brasileiro.<br />

Assim, quando as pessoas ouvintes e surdas conhecem e aceitam<br />

essa linguagem, elas aceitam a alteridade do surdo que se sente<br />

seguro, verdadeiro cidadão com identidade própria. Quando nos<br />

reportamos à historia da educação do surdo temos a verdadeira<br />

dimensão do quanto eles viveram anos de opressão e segregação,<br />

sem contar as ideias equivocadas sobre suas capacidades<br />

intelectuais e psicológicas. Houve épocas em que os surdos não<br />

eram considerados seres humanos pelo fato de não conseguirem<br />

falar. Atualmente, a língua de sinais resgatou a cultura e a<br />

identidade surda. Assim, a análise do poema Despertar do Silêncio<br />

pode nos levar a mergulhar um pouco nos sentimentos de uma<br />

pessoa com surdez.<br />

SCHERER, Daniela Raffo (UFMS). Categorias enunciativas em<br />

tiras da Mafalda. A aceitabilidade e a utilização das histórias em<br />

quadrinhos e das tiras, ou tirinhas como são mais comumente<br />

conhecidas, em suportes variados, têm chamado a atenção dos<br />

estudiosos da linguística e da semiótica, como se pode verificar<br />

pelo surgimento de inúmeros estudos realizados<br />

contemporaneamente que as tomam por objeto. Considerando que<br />

se trata de um gênero cuja constituição se dá a partir de recursos<br />

icônico-verbais, a pesquisa delineada no projeto Categorias<br />

enunciativas em tiras da Mafalda tem como objetivo principal<br />

investigar o processo de produção de sentido em dez tiras da<br />

personagem Mafalda, criadas pelo cartunista argentino Quino. Para<br />

alcançar tal finalidade, a análise desse corpus será desenvolvida<br />

tomando como base a exploração das três categorias enunciativas<br />

– pessoa, espaço e tempo –, a partir dos procedimentos de<br />

instauração responsáveis para cada uma delas, seguindo-se a<br />

96<br />

proposta de trabalho de Fiorin (1999), cujos estudos se<br />

fundamentam em postulados da teoria semiótica discursiva.<br />

SEVERO, Cristine Gorski (UFSCar). Língua, discurso e poder:<br />

Aproximações entre Foucault e Bakhtin. Pretende-se discutir a<br />

relação intrínseca entre discurso, língua e poder, tomando-se como<br />

aporte teórico os trabalhos de Mikhail Bakhtin e de Michel Foucault.<br />

Trata-se de propor uma articulação entre esses filósofos em torno<br />

dos temas de poder, identidade e linguagem, focalizando as<br />

dimensões políticas e éticas de seus trabalhos e suas implicações<br />

para os estudos lingüístico-discursivos. Algumas concepções<br />

abordadas incluem as noções bakhtinianas de tema-significação,<br />

ideologia, carnavalização e forças centrípetas e centrífugas, e as<br />

noções foucaultianas de poder, resistência e modos de<br />

subjetivação. A título de ilustração, faz-se um exercício de reflexão<br />

sobre a situação de política linguística do Timor Leste a partir das<br />

categorias teóricas apresentadas.<br />

SILVA, Cristina Mascarenhas da (<strong>UFGD</strong>). Orfeu brasílico (1736):<br />

uma demonstração do trabalho filológico. Esta comunicação tem a<br />

finalidade de apresentar a obra Orfeu Brasílico (1736), opúsculo<br />

escrito em homenagem à Anchieta na ocasião em que o religioso<br />

recebeu o título de Venerável. A obra será analisada sob uma<br />

perspectiva filológica, focando em duas das três etapas do trabalho<br />

filológico: a Crítica Textual e a Crítica Histórico-Literária. A Crítica<br />

Textual tem por objetivo o resgate do texto, de modo que se chegue<br />

à vontade mais próxima do autor, nesse sentido serão<br />

apresentadas as transcrições e as primeiras traduções realizadas<br />

do documento. Já o trabalho da Crítica Histórico-Literária visa a<br />

análise do livro dentro de seu contexto histórico e literário, desse<br />

modo, serão abordadas as manifestações da Poética Clássica em<br />

Orfeu Brasílico, haja vista que no contexto em que a obra foi<br />

produzida havia uma predileção pelo retorno dos clássicos gregos e<br />

latinos.<br />

SILVA, Euzenir Francisca da (UFMS). Aspectos figurativos em “A<br />

pata da gazela”: uma abordagem discursiva. Este trabalho tem<br />

como objetivo abordar alguns aspectos da figuratividade presentes<br />

na obra literária “A pata da gazela”, do escritor brasileiro José de<br />

Alencar. Para tanto, tomo como fundamentação teórica a semiótica<br />

discursiva, cujos estudos iniciados por A. J. Greimas levaram a<br />

97


configura-se como uma teoria da significação, preocupada em<br />

desvelar os mecanismos constitutivos do sentido no discurso. A<br />

obra em questão, cujo enredo desenvolve-se em torno de quatro<br />

personagens centrais, Horácio, Leopoldo, Laura e Amélia,<br />

apresenta figuras e temas que dialogam para dar vida a um<br />

romance nascido a partir da simples perda de uma botina.<br />

Recorrendo ao instrumental da semiótica discursiva, mais<br />

especificamente ao que volta para o nível discursivo, faremos uma<br />

breve análise dessas questões relacionadas à figuratividade,<br />

visando a uma avaliação do agir dos atores em função dos objetos<br />

que se propõem a alcançar no decorrer da narrativa.<br />

SILVA, Luciana Codognoto da (<strong>UFGD</strong>). Gênero e história das<br />

mulheres: mudanças, permanências e desafios. Essa pesquisa<br />

objetiva evidenciar o percurso das representações sociais no<br />

estabelecimento e legitimação da (in) visibilidade feminina ao longo<br />

da história e, sobretudo na determinação de papéis de homens e<br />

mulheres na sociedade. Abordamos esses aspectos a partir do<br />

diálogo com a história e a psicologia mediante a perspectiva dos<br />

estudos de gênero, expresso pelas contribuições de Saffioti, Perrot,<br />

Moscovici, Scott e Foucault enquanto pontos para possíveis<br />

questionamentos acerca das mulheres enquanto protagonistas de<br />

suas próprias histórias. Entendemos que as Representações<br />

Sociais se estabelecem e se legitimam nos discursos cotidianos,<br />

sendo estes internalizados por homens e mulheres e repercutidos<br />

em comportamentos “ditos” pela sociedade como femininos e<br />

masculinos, propiciando, por sua vez, a desigualdade baseada não<br />

no gênero, mas nas relações de poder envolvendo a natureza dos<br />

corpos, sendo esses espaços – o do corpo e o da linguagem - os<br />

depositários das relações de poder entre os sexos.<br />

SIMÕES, Debora Pereira (<strong>UFGD</strong>). Que corpo é esse? Leituras da<br />

poesia de Flora Thomé e Raquel Naveira. A ainda pouco estudada<br />

literatura produzida em Mato Grosso do Sul possui, entre seus<br />

maiores poetas, os nomes de Flora Egídio Thomé e Raquel<br />

Naveira. Portadoras de peculiaridades nas suas formas de<br />

descrever, por meio de seus poemas, o corpo e as maneiras pelas<br />

quais este se relaciona com o lócus em que está inserido, estes<br />

podem se constituir como espelhos líricos da realidade circundante.<br />

Diante disso e das constantes aproximações entre o estudo literário<br />

e demais manifestações do conhecimento humano, pretende-se<br />

98<br />

apresentar os objeto de arte selecionados da obra das autoras<br />

desvelando contrapontos e vínculos nas formas como ambas criam<br />

actantes, contemporâneos ou não, multifacetados.<br />

SIMÕES, Leilane Hardoim. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cézar.<br />

(UFMS). Clarice: A Menina dos Olhos. A escritora Clarice Lispector<br />

escreve Água Viva em 1973, uma obra biográfica. Partiremos,<br />

então, desse livro para fazermos uma análise crítica de como ela<br />

constrói a própria imagem. E, posteriormente, a compararemos com<br />

o que a crítica construiu ao longo do tempo a respeito da escritora.<br />

Para isso usaremos como aporte teórico Edgar Cézar Nolasco, um<br />

clariciano assumido, e quatro de seus livros, que trazem como<br />

temática a escritora Clarice Lispector: Caldo de cultura, Restos de<br />

ficção: a criação biográfica-literária de Clarice Lispector, Espectros<br />

de Clarice: uma homenagem, Clarice Lispector: nas entrelinhas da<br />

escritura, esse último por se tratar diretamente da obra Água Viva.<br />

SOUSA, Francina (FCL/MS - AFCL). O inefável contorno da alma<br />

nas dores do fígado: uma leitura de Dostoievski. É por meio da<br />

aproximação entre literatura e psicanálise que será desenvolvido<br />

este trabalho, sob a perspectiva de que muitas vezes a literatura,<br />

especificamente, e a arte de forma mais geral, se antecipam às<br />

descobertas da psicanálise. Freud já intuía que o artista desvela<br />

aquilo que a ciência ainda não fora capaz de demonstrar e a obra<br />

Memórias do Subsolo de Dostoievski é um desses casos, pois<br />

expressa a angústia e beleza do ser humano, ontologicamente<br />

dividido, nunca plenamente satisfeito, animado por algo que lhe<br />

escapa: o desejo. Através de seu inquietante personagem,<br />

Dostoievski expressa o gozo e a amargura do ser. A aparente<br />

crítica perpetrada por Memórias do Subsolo ao racionalismo e ao<br />

positivismo é apenas o teor manifesto de uma percepção latente<br />

que condensa a própria noção freudiana de inconsciente, o saber<br />

sobre a divisão do sujeito e do gozo proporcionado pelo sintoma.<br />

SOUSA, Luciana Rugoni (UFSCar); SILVA, Thiago Rodrigues da<br />

(UFSCar). Samba: questões de ideologia e de identidade. As<br />

melodias e letras de músicas tanto exteriorizam os sentimentos e<br />

características de determinada sociedade, demonstrando a cultura<br />

de um povo – mesmo que este esteja frequentemente preso a um<br />

sistema que tende a censurar suas vontades –, como também<br />

influenciam a realidade cultural. Essas melodias e letras<br />

99


estabelecem uma relação dialógica com a realidade social, com<br />

outras formas culturais e com os sujeitos. E é esse caráter<br />

dialógico, seguindo as teorias de Mikhail Bakhtin, presente nas mais<br />

diversas esferas de atividade, que sinaliza os processos de<br />

formação e transformação cultural e ideológico. Buscamos, desta<br />

forma, na história do Samba (inicialmente considerado como<br />

musicas introduzidas pelos escravos africanos), e na análise de<br />

algumas letras e melodias, o entendimento do confronto entre o<br />

oficial e o não-oficial na constituição de uma dada faceta da<br />

identidade brasileira.<br />

SOUSA, Moizeis Sobreira de (USP). Século XVIII: Um Laboratório<br />

para o Romance Oitocentista. O romance inscreve-se numa<br />

vigorosa tradição que estende raízes desde a Antiguidade Clássica,<br />

passando pela Idade Média, até chegar à Idade Moderna, pósrevolucionária.<br />

Tentar refazer esse longo percurso seria tarefa<br />

fadada ao insucesso, contudo, é possível fazer um recorte temporal<br />

menor, tendo em vista a melhor compreensão desse fenômeno que<br />

revolucionou a ordem discursiva. Considerando que a ascensão do<br />

romance português se deu em meados do século XIX, em estreita<br />

articulação com a prática romanesca franco-inglesa do século XVIII,<br />

parece proveitoso estabelecer um diálogo com este século.<br />

Levando em consideração esse aspecto, esta comunicação tem por<br />

objetivo apontar, em linhas gerais, a influência que a narrativa do<br />

século XVIII, em particular a obra do filósofo francês Voltaire,<br />

exerceu sobre a produção ficcional de Camilo Castelo Branco,<br />

verificando em que medida o diálogo com essa narrativa contribuiu<br />

para a implantação do romance em Portugal.<br />

SOUZA, Adriano de. (UFSM). Elefante de Francisco Alvim: poética<br />

do improviso? O estudo parte da obra Elefante (2000), do poeta<br />

Francisco Alvim, e propõe problematizar a afirmação do poeta<br />

Cacaso, segundo a qual a poesia de Alvim é um improviso. Para<br />

isso, desenvolve-se uma possível abordagem, tendo em vista de<br />

que forma o discurso poético de Elefante é perceptivelmente<br />

desmetaforizado ao passo que cede o espaço “nobre” da<br />

enunciação a falas e personas supostamente banais e sem<br />

transcendência. Além disso, pretende-se apresentar como humor e<br />

ironia se fazem presentes na forma dos poemas e de que maneira<br />

são produzidos a partir da desmetaforização, contribuindo ou não<br />

para o recurso da comunicabilidade poética. A pertinência crítica de<br />

100<br />

tal abordagem pretende se sustentar em função da necessidade,<br />

em termos de crítica literária, de se construírem estratégias<br />

analíticas e interpretativas em conformidade à problemática que<br />

essa poética apresenta ao leitor contemporâneo justamente por se<br />

valer de outros recursos de representação que não os tradicionais<br />

da poesia lírica moderna ocidental.<br />

SOUZA, Fernandes Ferreira de. (UEMS). O Drama Inglês antes de<br />

Shakespeare. O presente trabalho objetiva evidenciar a relevância<br />

e a influência do teatro medieval na obra de Shakespeare assim<br />

como na de outros grandes dramaturgos. A sociedade do início da<br />

Idade Média baseava-se em um rígido teor cristão, o que propiciou<br />

o surgimento das primeiras obras teatrais britânicas, conhecidas<br />

como “mistérios” e “moralidades” e mais tarde “milagres”. A<br />

princípio, a função dessas representações era exclusivamente<br />

didática, era uma ferramenta que o clero utilizava, através do ritual<br />

e da música até mesmo porque a liturgia, em latim, não era<br />

compreendida pelo povo em geral. Os mistérios refletiam os<br />

interesses e problemas terrenos do homem. As moralidades<br />

exibiam o conflito entre forças contrárias, mas que coexistem no<br />

homem, exigindo dele uma opção, enquanto os milagres eram<br />

representações da vida dos santos, em especial de Nossa Senhora.<br />

SOUZA, Tarsila. O Espaço Romanesco N’o Lustre de Clarice<br />

Lispector. O presente trabalho enfatiza o espaço como elemento de<br />

destaque no romance O Lustre, de Clarice Lispector. Como forma<br />

de atingir o propósito do estudo, verificou-se o conceito de espaço<br />

como um elemento fundamental na narrativa. O procedimento<br />

metodológico abarcou estudos teóricos que tratam do espaço, ao<br />

mesmo tempo em que apresentou um eixo experimental, que<br />

consistiu na leitura direcionada da obra, com propósito de entender<br />

como os espaços se constroem, relacionando-os à trajetória da<br />

protagonista Virgínia. Clarice Lispector, ao reconhecer que a<br />

palavra é limitada diante da ânsia de conhecimento, do<br />

autoconhecimento e da comunicação (Eu - Outro), procura<br />

transgredir essas limitações na sua escritura. Este trabalho tem<br />

como base o estudo de aspectos específicos do seu segundo<br />

romance, O Lustre, no que diz respeito à construção do espaço.<br />

SPERBER, Suzi Frankl (UNICAMP). A terceira margem do<br />

Amazonas: Hibridações no mito do Eldorado em romance de Milton<br />

101


Hatoum. Milton Hatoum escreveu Órfãos do Eldorado com uma<br />

estrutura de não-ditos, mistérios, personagens até certo ponto<br />

inapreensíveis. Proponho que isto decorre de que o mito do<br />

Eldorado, a que Hatoum recorre, é hibridizado com elementos do<br />

passado grego (Hesíodo), elementos mais ancestrais, do período<br />

colonial e de referências indígenas, como a Terra sem Males e o<br />

conceito de perspectivismo proposto por Viveiros de Castro.<br />

SPERBER, Suzi Frankl. (UNICAMP). Relações entre “Rei Lear”, de<br />

W. Shakespeare, o Eclesiastes. Relações entre “Rei Lear”, de W.<br />

Shakespeare, o Eclesiastes, tomando como tópicos “as ilusões da<br />

vida humana”; “precariedade da vida humana Sabedoria e<br />

insensatez”; “as vicissitudes do presente”; “justiça e retribuição”;<br />

“exploração e concorrência desleal”; “a solidão e seus<br />

inconvenientes”; “o poder político e seus riscos”; “sábio e as<br />

arbitrariedades da corte” e “as previsões da adversidade”.<br />

TOTOLI, Aline (USP). Os papéis do inglês tal e qual. A proposta<br />

dessa comunicação é resultado da pesquisa que venho<br />

desenvolvendo desde setembro de 2009 sob a orientação de Anita<br />

Martins Rodrigues de Moraes e com auxilio da FAPESP:<br />

“Desmedidas: um estudo sobre o narrador na obra do escritor Ruy<br />

Duarte de Carvalho”. Proponho, deste modo, a partir de uma<br />

analise atenta do narrador presente em Os papéis do inglês discutir<br />

como se relacionam o discurso etnográfico e o discurso ficcional.<br />

Para isso, pensarei a relação entre a utilização da parodia e a<br />

encenação de uma crise da representação tanto no discurso<br />

literário quanto no discurso etnográfico, que se supõe imparcial.<br />

VIANA, Olinda Siqueira Correa (<strong>UFGD</strong>); LIMBERTI, Rita de Cássia<br />

Aparecida Pacheco (<strong>UFGD</strong>). “Índios no Brasil: quem são eles?” -<br />

um estudo sobre o preconceito contra o indígena a partir de<br />

depoimentos em vídeo. Muitos brasileiros ainda hoje têm uma visão<br />

distorcida sobre quem realmente são os povos indígenas habitantes<br />

do território brasileiro. O preconceito é patente, deixando claro o<br />

total desconhecimento sobre quem são os indígenas. Há quem<br />

pense que os povos indígenas estão errados ao exigirem seus<br />

direitos e há, ainda, aqueles que os consideram como “povos<br />

atrasados”. A partir dos depoimentos exibidos no vídeo “Índios no<br />

Brasil: quem são eles?”, objeto de nossa análise, é possível<br />

perceber tais conceitos nas falas das pessoas entrevistadas.<br />

102<br />

Acrescente-se a tal situação o fato de muitos indígenas negarem<br />

sua própria identidade para evitar tais preconceitos. Com base em<br />

literatura especializada, este trabalho problematiza esta visão<br />

estereotipada que prevalece no Brasil ainda nos dias atuais.<br />

XAVIER, Nubea (<strong>UFGD</strong>). Menino de engenho e Infância, uma<br />

representação histórica da criança. O artigo trata das reflexões<br />

acerca das Memórias de infância: a representação da criança sob<br />

uma perspectiva literária, em que se almeja obter o conceito de<br />

infância a partir das obras literárias Infância e Meninos de Engenho.<br />

As obras propõem uma análise da tessitura da narrativa, em que se<br />

buscará por meio da Nova História Cultural considerar as emoções<br />

e a própria cultura, obtendo a heterogeneidade e as formas<br />

simbólicas sobre a infância. A relevância desse estudo se fez a<br />

partir da análise das obras literárias em conformidade, com as<br />

identidades culturais da criança, elaboradas a partir das lembranças<br />

de José Lins do Rego e Graciliano Ramos, obtendo assim, a<br />

representação da criança, dentro de uma perspectiva entre a Nova<br />

História Cultural e a Literatura.<br />

ZAMBONI, Marcio (USP). Quando os Agentes são Leitores:<br />

refletindo sobre referências literárias no campo etnográfico. A<br />

proposta dessa comunicação é discutir os desafios envolvidos na<br />

interpretação de situações onde os agentes recorrem a referências<br />

literárias no contexto do trabalho de campo etnográfico, situações<br />

que se mostraram curiosamente recorrentes na pesquisa<br />

“Homossexualidades em Camadas Altas da Cidade de São Paulo”,<br />

que venho desenvolvendo desde Junho de 2008 sob a orientação<br />

de Laura Moutinho e com o financiamento da FAPESP. A<br />

argumentação deve se desenvolver em torno de um caso particular,<br />

no qual um etrevistado fez referência à “Plataforma 9 e meia” da<br />

série de livros juvenis “Harry Potter” na explicação de uma espécie<br />

itinerante de experiência da sexualidade.<br />

ZAMPIERI, Aline Camara (UFMS). Humilde ou Malandragem:<br />

Aspectos Comuns Entre Roseno e João Grilo. Em sua Dialética da<br />

malandragem, Antonio Candido (1970) destaca a personagem<br />

Leonardo de Memórias de um sargento de milícias de Manuel<br />

Antônio de Almeida (de 1852) o primeiro malandro da novelística<br />

brasileira. Mais tarde vimos aparecer obras, como Macunaíma de<br />

Mario de Andrade (de 1928), que enfatizam o caráter do herói<br />

103


asileiro. A partir da análise das características do malandro<br />

segundo Antônio Candido e do herói humilde de Anatol Rosenfeld<br />

(1996) em O mito e o herói no moderno teatro brasileiro tentaremos<br />

aproximar gêneros e os personagens – no que tange ao caráter –<br />

João Grilo de Auto da Compadecida de Ariano Suassuna (2000) e<br />

Roseno de Meu tio Roseno, a cavalo de Wilson Bueno (2000).<br />

104<br />

MAPA DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO<br />

105

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