PROGRAMA CADERNO DE RESUMOS - UFGD
PROGRAMA CADERNO DE RESUMOS - UFGD
PROGRAMA CADERNO DE RESUMOS - UFGD
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
I ENCONTRO DO GRUPO <strong>DE</strong> ESTUDOS<br />
INTERDISCIPLINARES <strong>DE</strong> LITERATURA E<br />
TEORIA LITERÁRIA – MÖEBIUS<br />
<strong>PROGRAMA</strong><br />
<strong>CA<strong>DE</strong>RNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RESUMOS</strong><br />
DOURADOS, 11 A 14 <strong>DE</strong> MAIO <strong>DE</strong> 2010<br />
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL DA GRAN<strong>DE</strong> DOURADOS (<strong>UFGD</strong>)<br />
0<br />
REALIZAÇÃO<br />
Universidade Federal da Grande Dourados (<strong>UFGD</strong>)<br />
Grupo de Estudos Interdisciplinares de Literatura e Teoria Literária<br />
– MÖEBIUS<br />
APOIO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO<br />
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico<br />
FUNAEPE – Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão<br />
da <strong>UFGD</strong><br />
FUN<strong>DE</strong>CT – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino,<br />
Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul<br />
PROEX – Pró-reitoria de Extensão da <strong>UFGD</strong><br />
APOIO CIENTÍFICO<br />
Grupo de Estudos Interdisciplinares de Literatura e Teoria Literária<br />
– MÖEBIUS<br />
1
Coordenação e Organização<br />
Coordenação geral<br />
Adna Candido de Paula<br />
Vice-coordenação<br />
Silvia Regina Gomes Miho<br />
Comissão organizadora<br />
Cristina Mascarenhas da Silva<br />
Débora Pereira Simões<br />
Fábio Luiz de Arruda Herrig<br />
Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi<br />
Marcos Danilo Graciano<br />
Roselene Berbigeier Feil<br />
Rosicley Andrade Coimbra<br />
Sandra Beatriz Reckziegel<br />
Thissiane Fioreto<br />
Equipe de Apoio<br />
Ana Aline Moreira Frich<br />
Ana Paula Pachega da Silva Albuquerque<br />
Andréa Maria da Silva Dutra<br />
Bianca de Oliveira Campos<br />
Bruna Alves dos Santos<br />
Carlos Eduardo da Silva<br />
2<br />
Cléia Lima de Souza<br />
Deisere Oliveira Antunes<br />
Edilson Aparecido dos Santos<br />
Elisângela B. Manfré Moreira<br />
Fernanda Moreira Bento<br />
Gilza da Silva Oliveira Cavalheiro<br />
Gislaine Aquino<br />
Grazielli Alves de Lima<br />
Jéssica Kur Fuchs<br />
Gleissy Kelly dos Santos Bueno<br />
Iva Carla Aveline Teixeira dos Santos<br />
Cristian de Oliveira Lopes<br />
Márcia Aparecida de Brito<br />
Cristiano Francisco Matos de Oliveira<br />
João Rocha<br />
Jociene Cristina de Souza<br />
Jordana Cristina Blos Xavier<br />
Juliana Santos de Souza<br />
Júnior de Sousa Lima<br />
Katia da Silva Vaes Adurê<br />
Kelly Rojas de Moraes<br />
Lucimar de Souza Arguelho<br />
Margarete A. Costa<br />
Markley Florentino Carvalho<br />
Mayara Regina Pereira Dau<br />
Andréia de Oliveira Alencar Iguma<br />
Odete Josiane Almada de Souza<br />
Rafaela Carolina Grance<br />
Rosa Vanderleia Lopes<br />
Rosana de Oliveira Matos<br />
Rose Prado<br />
Rosenilde de Queiroz Oliveira<br />
Rubia Araujo Gomes<br />
Taciane dos Santos Cardoso<br />
Vanessa de Lima<br />
3
Conselho Científico<br />
Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>)<br />
André Luís Lopes Borges de Mattos (UFVJM)<br />
Andréa Brunetto<br />
Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP)<br />
Áurea Rita de Ávila Lima Ferreira (<strong>UFGD</strong>)<br />
Célia Regina Delácio Fernandes (<strong>UFGD</strong>)<br />
Cláudio Guilarduci (UEMG)<br />
Cristiane Helena Parré Gonçalves (<strong>UFGD</strong>)<br />
Cristine Gorski Severo (UFSCar)<br />
Débora Pereira Simões (<strong>UFGD</strong>)<br />
Felipe Mansur (UERJ)<br />
Leoné Astride Barzotto (<strong>UFGD</strong>)<br />
Linda Catarina Gualda (UNESP)<br />
Lúcia Sander (UnB)<br />
Maria das Dores Capitão Vigário Marchi (<strong>UFGD</strong>)<br />
Mauro Rocha Baptista (UEMG)<br />
Moacir Amâncio (USP)<br />
Neurivaldo Campos Pedroso Júnior (UNIGRAN)<br />
Roselene Berbigeier Feil (<strong>UFGD</strong>)<br />
Rosicley Andrade Coimbra (<strong>UFGD</strong>)<br />
Rute Izabel Simões Conceição (<strong>UFGD</strong>)<br />
Susylene Dias de Araújo (UEMS)<br />
Sandra Luna (UFPA)<br />
Silvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>)<br />
Suzi Frankl Sperber (UNICAMP)<br />
Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti (<strong>UFGD</strong>)<br />
Thissiane Fioreto (<strong>UFGD</strong>)<br />
Gicelma da Fonseca Chacarosqui (<strong>UFGD</strong>)<br />
Wagner Corsino (UEMS)<br />
4<br />
SUMÁRIO<br />
Apresentação, 6<br />
Programação Geral, 9<br />
Programação Cultural, 14<br />
Programação dos Minicursos, 16<br />
Programação dos Simpósios Temáticos, 21<br />
Resumos, 45<br />
Mapa do Campus Universitário, 105<br />
5
Apresentação<br />
Este encontro apresenta-se como uma oportunidade, no<br />
âmbito geral, de reunir professores, pesquisadores e alunos de<br />
graduação e pós-graduação, de diferentes Instituições de Ensino<br />
Superior do Brasil a fim de discutir a temática e a prática dos estudos<br />
inter-, trans- e pluridisciplinares. No âmbito restrito, trata-se do<br />
primeiro encontro do Grupo de Estudos Interdisciplinares de<br />
Literatura e Teoria Literária - MÖEBIUS do CNPq, de caráter<br />
interinstitucional, que reúne pesquisadores cujos projetos se<br />
debruçam sobre reflexões acerca da interseção entre a literatura, a<br />
teoria literária e demais áreas do conhecimento: Literatura e<br />
Sagrado; Literatura e História; Literatura e Política; Literatura e<br />
Psicanálise; Literatura e Linguística; Literatura e Artes; Literatura e<br />
Filosofia. Nesta ocasião estarão reunidos os pesquisadores da<br />
<strong>UFGD</strong>, UNICAMP, USP, UFJF, UFVJM, UFSCAR e UEM que fazem<br />
parte do referido grupo de pesquisa.<br />
O foco de atenção do Grupo de Estudos Interdisciplinares de<br />
Literatura e Teoria Literária - MÖEBIUS são as relações inter-, trans-<br />
e pluridisciplinares dos estudos da Literatura e da Teoria Literária.<br />
De uma maneira geral, os projetos desenvolvidos pelos membros do<br />
grupo podem ser divididos em três grandes grupos: i) aqueles que<br />
6<br />
exercem a interdisciplinaridade e/ou a trans- e pluridisciplinaridades<br />
em suas análises de obras literárias e de outras produções<br />
discursivas; ii) aqueles que, voltados para os estudos da teoria<br />
literária, investigam as relações inter-, trans- e pluridisciplinares que<br />
subjazem às metodologias de aproximação dos textos literários; (iii)<br />
aqueles desenvolvidos por agentes de áreas de conhecimento<br />
distintas, que, sem perder o lócus da enunciação, estabelecem<br />
relações inter- e/ou pluridisciplinares com a literatura e a teoria<br />
literária. Através dessas diferentes abordagens, os problemas em<br />
comum, tais como a dimensão ética da interseção entre os saberes,<br />
a justa medida entre especializações e generalizações, o<br />
acolhimento no âmbito universitário dessas práticas, são<br />
problematizados ao ponto de se propor alguns parâmetros para tais<br />
práticas.<br />
7
<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />
GERAL<br />
8<br />
Programação<br />
Terça-feira – 11 de maio de 2010<br />
9h – 17h - Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />
Artes e Letras – FACALE<br />
14h – 17h – Reunião dos membros do Grupo MÖEBIUS<br />
19h – Cerimônia de Abertura<br />
Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />
19h 30 - Mesa-redonda:<br />
Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />
Tema: Estudos Interdisciplinares entre Literatura e Religião:<br />
Aproximações e Distinções<br />
A aproximação infinita do Absoluto: variações entre literatura,<br />
religião e suas respectivas abordagens<br />
Luís Henrique Dreher (UFJF)<br />
Sagrada e Profana - A Poesia Hebraica Medieval<br />
Moacir Amâncio (USP)<br />
Quantas margens tem o sagrado? Quantos encontros e<br />
desencontros da palavra perfazem a literatura?<br />
Suzi Frankl Sperber (UNICAMP)<br />
Moderadora: Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>)<br />
22h – Lançamento de livros<br />
9
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
8h – 12h – Minicursos<br />
Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />
(Ver programação específica adiante)<br />
9h – 12h – Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />
Artes e Letras – FACALE<br />
13h – 17h – Simpósios Temáticos<br />
Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />
Campus Universitário<br />
(Ver programação específica adiante)<br />
19h 30 - Mesa-redonda:<br />
Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />
Tema: Poéticas da Memória: Considerações Estéticas, Filológicas<br />
e Filosóficas<br />
Estudos Filológicos - Diálogos e Perspectivas<br />
Thissiane Fioreto (<strong>UFGD</strong>)<br />
Wittgenstein, Gertrude Stein, Bernstein: Poéticas Lógico-<br />
Filosóficas<br />
Silvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>)<br />
Ficção Memorialística: Questões Estruturais<br />
Milton Hermes (UEM)<br />
Moderadora: Lucinéia Contiero (<strong>UFGD</strong>)<br />
10<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
8h – 12h – Minicursos<br />
Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />
(Ver programação específica adiante)<br />
9h – 12h – Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />
Artes e Letras – FACALE<br />
13h – 17h – Simpósios Temáticos<br />
Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />
Campus Universitário<br />
(Ver programação específica adiante)<br />
19h – Apresentação Teatral<br />
Ofélia Explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia<br />
Roteiro e Performance: Lúcia Sander (UnB)<br />
Local: Anfiteatro da UEMS<br />
(Ver sinopse adiante)<br />
20h – Mesa-redonda:<br />
Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />
Tema: Literatura, Artes e Cultura: Tessituras de Caminhos<br />
Literatura e Cultura: Interfaces e Elos de Intermediação na<br />
Cultura Sul-mato-grossense<br />
Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi (<strong>UFGD</strong>)<br />
Literatura e Artes Cênicas: Uma Abordagem Interdisciplinar<br />
Lucinéia Contiero (<strong>UFGD</strong>)<br />
Artes e Cultura: A Dimensão Sensível da Identidade sob Forma<br />
de Expressão<br />
Rita de Cássia Pacheco Limberti (<strong>UFGD</strong>)<br />
Moderadora: Silvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>)<br />
11
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
8h – 12h – Minicursos<br />
Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />
(Ver programação específica adiante)<br />
9h – 12h – Credenciamento – Hall da Faculdade de Comunicação,<br />
Artes e Letras – FACALE<br />
13h – 17h – Simpósios Temáticos<br />
Local: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE<br />
Campus Universitário<br />
(Ver programação específica adiante)<br />
19h 30 - Mesa-redonda:<br />
Local: Anfiteatro da UEMS – Campus Universitário<br />
Tema: Narrativas e Discursos: Considerações acerca das<br />
Dimensões Ética e Política<br />
Os Conceitos “O Cuidado de Si” de Michel Foucault e “Homem<br />
Capaz” de Paul Ricoeur e as Implicações Ético-Políticas na<br />
Narrativas e nos Discursos<br />
Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>)<br />
Sujeito e Experiência: Considerações sobre os Aspectos Políticos<br />
das Narrativas Biográficas<br />
André Luiz Borges de Mattos (UFVJM)<br />
Línguas e Discursos: Questões de Dialogismo e de Poder<br />
Cristine Gorski Severo (UFSCar)<br />
Moderadora: Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP)<br />
22h – Encerramento Oficial e Coquetel<br />
12<br />
<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />
CULTURAL<br />
13
13 de maio<br />
Apresentação Teatral<br />
19h – Ofélia Explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia<br />
Local – Anfiteatro da UEMS<br />
Roteiro e Performance – Lúcia Sander (UnB)<br />
Sinopse:<br />
Ofélia Explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia. é uma<br />
paródia da personagem de Shakespeare em que Ofélia tem a<br />
chance de se explicar e contar sua história. A paródia recupera a<br />
voz e revela o segredo de Ofélia, uma Ofélia sobrevivente da onda<br />
de terror que dizimou a corte dinamarquesa, uma Ofélia que se<br />
esconde na periferia do Rio de Janeiro, envolvida no tráfico de<br />
armas, cantora de rap e artista performática cuja única performance<br />
é a encenação da própria morte. A duração da performance é de<br />
1h.<br />
Ofélia Explica inclui:<br />
O Batizado de Desdêmona<br />
A fuga de Cordélia<br />
O parto de Lady Macbeth<br />
14<br />
<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />
DOS<br />
MINICURSOS<br />
15
MINICURSO A<br />
Local – Sala 60301 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />
Título: Introdução às literaturas de Angola e Moçambique<br />
Coordenadora: Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP)<br />
Descrição: Este minicurso tem como objetivo a introdução dos<br />
participantes nas literaturas de Angola e Moçambique, na história<br />
destes países e nas questões teóricas mais permanentes no âmbito<br />
dos estudos das literaturas africanas. Pretende contribuir para a<br />
formação dos educadores brasileiros com relação a estas<br />
literaturas. Será dada ênfase ao estudo de história colonial e póscolonial,<br />
como também ao estudo das relações das literaturas<br />
africanas com suas tradições orais. Assim, abordaremos o<br />
colonialismo português, os processos de independência, as guerras<br />
civis de Angola e Moçambique e seu término. O foco estará nas<br />
relações das literaturas angolana e moçambicana com estes<br />
eventos históricos. Abordaremos também aspectos da literatura<br />
oral, com destaque para contos tradicionais moçambicanos e<br />
angolanos, tendo em vista a recriação de gêneros da oralidade na<br />
escrita.<br />
MINICURSO B<br />
Local – Sala 60302 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />
Título: Gengibre-Rizoma: narrativas orais para memória do corpodança<br />
Coordenadora: Carla Cristina Oliveira Ávila (<strong>UFGD</strong>)<br />
Descrição: O Grupo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino, Extensão<br />
e Arte (GENGIBRE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV)<br />
desenvolve projetos de pesquisa e extensão junto a comunidades<br />
de Congado da Zona da Mata Mineira. O GENGIBRE tem<br />
registrado narrativas dos ritos, cantos, gestuais e danças dessas<br />
comunidades, visando captar o seu manacial cultural para a<br />
reelaboração e composição de processos de criação artística. Esta<br />
oficina tem como foco principal, relatar e vivenciar experiências em<br />
processos de criação, por meio de dinâmicas corporais, embasadas<br />
principalmente em dança-performance, elaboradas pelo grupo<br />
interdisciplinar Gengibre. O público foco desta oficina é de<br />
professores, artistas e estudantes interessados na área de cultura e<br />
processos de criação em artes cênicas-dança.<br />
16<br />
MINICURSO C<br />
Local – Sala 60307 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />
Título: Drama Social: Tragédia Moderna?<br />
Coordenador: Sandra Luna (UFPA)<br />
Descrição: A partir de meados do século XVIII, com as revoluções<br />
liberais que redefiniram a vida social e artística no cenário europeu,<br />
posicionando a burguesia no centro da arena política e cultural, a<br />
tragédia clássica deixou de ser um paradigma relevante para a<br />
dramatização das dores humanas. Enquanto a Revolução Francesa<br />
varria do poder os reis e os nobres, o Romantismo também<br />
decapitava os personagens de alta estirpe do teatro trágico,<br />
abolindo convenções representativas da aristocracia, tais como o<br />
alto estilo e a linguagem versificada. Falando agora uma linguagem<br />
prosaica e centrada em temas da vida cotidiana, a burguesia<br />
adentra o cenário teatral e dramatiza as dores de um cotidiano que<br />
se encaminhará para um realismo jamais pressentido na tradição<br />
clássica. Morre a tragédia, nasce o drama social. Em tese. Nosso<br />
mini-curso visa acompanhar debates teórico-filosóficos sobre essa<br />
transmutação do teatro trágico, abordando autores e obras que<br />
possam legitimar, senão a certeza da resposta, certamente a<br />
pertinência da indagação: Drama social: tragédia moderna?<br />
MINICURSO D<br />
Local – Sala 60305 – 8h – FACALE – Campus Universitário<br />
Título: Portunhol Selvagem para Principiantes & Iniciados<br />
Coordenador: Artista - Douglas Diegues<br />
Descrição: O minicurso fará uma breve história do portunhol<br />
selvagem na América do Sul. A proposta é apresentar relações tais<br />
como “portunhol selvagem versus portunhol civilizado”, “portunhol &<br />
poro'u'nhol & portunhol selvagem”. Serão realizadas, no curso,<br />
leituras de textos, exercícios práticos: “primeiros passos en la selva<br />
selvaggia del portunhol salbaje”.<br />
17
<strong>PROGRAMA</strong>ÇÃO<br />
DOS<br />
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS<br />
18<br />
SIMPÓSIO A<br />
Temas e Perspectivas Teóricas dos Estudos Literários:<br />
Identidade, Alteridade, Ética, Estética e Linguagem<br />
Coordenadora: Adna Candido de PAULA (<strong>UFGD</strong>)<br />
No domínio da Teoria Literária há diferentes abordagens e linhas<br />
que problematizam temas em comuns com aportes teóricos<br />
diversificados, muitas vezes contraditórios. Este simpósio aposta na<br />
teia dialógica entre as teorias literárias – formalista, estruturalista,<br />
fenomenológica, sociológica, neomarxista, psicanalítica, estilística,<br />
filológica, desconstrucionista, culturalista, pós-colonialista,<br />
teológica-religiosa, entre outras – como possibilidade de ampliação<br />
do campo de investigação literário, ou não, e como respeito à<br />
natureza plural do objeto de investigação, as obras literárias. A fim<br />
de discutir e problematizar temas como a Identidade, a Alteridade, a<br />
Ética, a Estética e a Linguagem, as linhas teóricas da literatura<br />
estabelecem diálogo constante com outras áreas do conhecimento,<br />
tais como a História, a Psicanálise, a Geografia, a Política, a<br />
Filosofia, a Teologia, a Linguística, a Sociologia, entre outras. Cabe,<br />
portanto, analisar em que medida essas trocas disciplinares são<br />
produtivas, representam uma oportunidade de auto-reflexão para<br />
cada uma das disciplinas envolvidas e se elas se configuram como<br />
práticas inter-, trans- ou multidisciplinares. Estão convidados a<br />
participar desse debate e apresentar seus trabalhos todos os<br />
pesquisadores que identificam em suas pesquisas as práticas inter-,<br />
trans- ou multidisciplinares ao se debruçarem sobre os temas da<br />
Identidade, da Alteridade, da Ética, da Estética e da Linguagem.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60302 – FACALE – Campus Universitário<br />
Marcos Danilo Graciano (<strong>UFGD</strong>) – Uma Possível Ética no<br />
Romance L’enfant de sable de Tahar Ben Jelloun<br />
Fábio Luiz de Arruda Herrig (<strong>UFGD</strong>) – Selva Trágica: Problemas<br />
e Perspectivas<br />
Sandra Beatriz Reckiegel (<strong>UFGD</strong>) – Afeto e Transcendência em<br />
Fazes-me Falta de Inês Pedrosa<br />
19
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60302 – FACALE – Campus Universitário<br />
Maria Luíza Laboissière de Carvalho (PUC-GO) – Narrativas de<br />
Viagem e a “Questão do Outro”<br />
Sonia Inez G. Fernandez (UFSM) – Mario de Andrade: Um Caso<br />
de “Exercício Racional para a Liberdade”<br />
Adna Candido de Paula (<strong>UFGD</strong>) – Friedrich Schiller, Mikel<br />
Dufrenne e Paul Ricoeur: As Imbricações Literárias entre Ética e<br />
Estética<br />
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60302 – FACALE – Campus Universitário<br />
Cleber José de Oliveira (<strong>UFGD</strong>) – A Crônica do Modernismo à<br />
Contemporaneidade: Rupturas e Continuidades<br />
Carmelita Rodrigues Gomes (<strong>UFGD</strong>) – As Narrativas de Dicke à<br />
Luz da Crítica Estruturalista<br />
Jucimar Lopes (UEMS) – A Construção do Modelo de Herói<br />
SIMPÓSIO B<br />
Psicanálise e Literatura<br />
Coordenadora: Andréa BRUNETTO<br />
Por que a interface da psicanálise com a literatura? Qual a<br />
importância para a psicanálise? E para a literatura? Ainda que a<br />
psicanálise tenha influenciado muitos escritores que vieram depois<br />
de seu surgimento, foram escritos bons romances antes da<br />
psicanálise e continuarão a sê-lo ainda que, no futuro, ela venha a<br />
fracassar. Freud encontrou na Gradiva, de Jensen, uma perfeita<br />
amostra do lugar do inconsciente e Jacques Lacan, na homenagem<br />
escrita para Marguerite Duras, chamou-a de arrebatadora e<br />
encontrou em sua obra a melhor demonstração do que é o feminino<br />
e o amor. Nessa homenagem, alega que o romancista revela o que<br />
o psicanalista ensina. O que a psicanálise pode dar à literatura?<br />
Não é uma resposta fácil; fácil é saber o que ela não pode: tentar<br />
20<br />
encontrar, a partir de uma obra, as neuroses do autor, é grosseria e<br />
burrice, afirma Lacan. E o que a literatura pode dar aos<br />
psicanalistas? Para Freud, um psicanalista deveria ser alguém<br />
versado no conhecimento literário. Ele escreverá que “a instrução<br />
analítica abrangeria ramos do conhecimento distantes da medicina<br />
e que o médico não encontra em sua clínica: a história da<br />
civilização, a mitologia, a psicologia da religião e a ciência da<br />
literatura”. A literatura não diz nada aos homens satisfeitos com sua<br />
vida, àqueles que se contentam com a vida que têm. “A literatura é<br />
construída no espaço entre essa “vida injusta” que vivemos e os<br />
desejos incandescentes, também vividos por nós”, sustenta Vargas<br />
Llosa. Talvez esse seja um ponto em comum entre as duas: tanto a<br />
psicanálise quanto a literatura, estão às voltas com o vazio, com a<br />
insatisfação e as duas buscam saber sobre o ser. O que cada uma<br />
pode contribuir à outra são respostas que esperamos os trabalhos<br />
inscritos nesse simpósio possam responder.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 08 – FAED – Campus Universitário<br />
Francina Sousa (<strong>UFGD</strong>) – O Inefável contorno da alma nas dores<br />
do fígado<br />
Isloany Dias Machado (FCL) – A hora da estrela: o corpo, a<br />
palavra e a morte<br />
Daniel Foscasches (UFMS) – A palavra entre a lógica da letra e a<br />
sintaxe do inconsciente<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 08 – FAED – Campus Universitário<br />
Tiago Ravanello; Fernanda Brito Riveros de Oliveira; Juliana<br />
Dowe dos Santos Ferreira da Silva (UFMS) – Fantasia,<br />
desamparo e literatura: uma abordagem freudiana<br />
Maria Helena Beluque (<strong>UFGD</strong>) – Da infância à adolescência: a<br />
trajetória feminina contada pelo Mundo Maravilhoso da Psicanálise<br />
Andrea Brunetto – Depois de Auschwitz<br />
21
SIMPÓSIO C<br />
Literatura e Antropologia: Fronteiras e Intersecções<br />
Coordenadores: Suzi Frankl SPERBER (UNICAMP); Anita Martins<br />
Rodrigues de MORAES (USP/FAPESP); André Luís Lopes Borges<br />
de MATTOS (UFVJM)<br />
Este simpósio acolhe pesquisadores que queiram discutir acerca<br />
das possibilidades de diálogo entre antropologia e literatura tendo<br />
em vista:<br />
1) o aproveitamento literário de materiais etnográficos (obras<br />
literárias como Macunaíma, de Mário de Andrade, e mais recentes<br />
como Terra Sonâmbula, de Mia Couto, Nove noites, de Bernardo<br />
Carvalho, e Os papéis do inglês, de Ruy Duarte de Carvalho, são<br />
exemplos de produções literárias que se valem de etnografias para<br />
sua composição, por vezes encenando a própria elaboração<br />
etnográfica, como no caso dos dois últimos);<br />
2) a questão das relações entre oralidade e escrita (trata-se,<br />
especialmente, de atentar para a mescla entre oralidade e escrita<br />
em obras literárias, como no caso de Grande Sertão: Veredas, de<br />
Guimarães Rosa);<br />
3) a utilização de textos literários como fonte de pesquisa<br />
etnográfica (trata-se de levantar discussões acerca das relações<br />
entre texto literário, autor e contexto);<br />
4) o estudo de biografia e autobiografia (tanto críticos literários<br />
como antropólogos têm se ocupado destes gêneros);<br />
5) o problema da representação no âmbito da etnografia e da<br />
literatura (discurso ficcional versus não-ficcional, científico versus<br />
literário, representação objetiva versus subjetiva, etc.);<br />
6) relações entre teoria literária e teoria antropológica (como a<br />
teoria da literatura tem se valido de conceitos formulados no âmbito<br />
da antropologia e vice-versa).<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60301 – FACALE – Campus Universitário<br />
Aline Totoli (USP) – Os papéis do inglês tal e qual<br />
22<br />
Anita Martins Rodrigues de Moraes (USP) – Ficção e Etnografia:<br />
O Problema da Representação em Os papéis do inglês, de Ruy<br />
Duarte de Carvalho, e Nove Noites de Bernardo de Carvalho<br />
Márcio Zamboni (USP) – Quando os Agentes são Leitores:<br />
Refletindo sobre Referências Literárias no Campo Etnográfico<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60301 – FACALE – Campus Universitário<br />
Danilo de Oliveira Nascimento (UFMT) – A Juventude<br />
Republicana nas Crônicas de Raul Pompéia<br />
Vocalidade Rosiana (UNICAMP) – Erich Soares Nogueira<br />
Gracia Lee (UEMS) – O Desembarque de Granma no conto de<br />
Júlio Cortázar<br />
Suzi Frankl Sperber (UNICAMP) – A Terceira Margem do<br />
Amazonas: Hibridações no Mito do Eldorado em Romance de<br />
Milton Hatoum<br />
SIMPÓSIO D<br />
Práticas de Leitura e Escrita no Ensino de Língua e Literatura<br />
Coordenadores: Célia Regina Delácio FERNAN<strong>DE</strong>S (<strong>UFGD</strong>); Rute<br />
Izabel Simões CONCEIÇÃO (<strong>UFGD</strong>); Rogério Pereira (<strong>UFGD</strong>)<br />
A proposta deste Simpósio é reunir pesquisadores, professores,<br />
pós-graduandos e graduandos interessados na área do ensino de<br />
língua e de literatura e, consequentemente, de políticas públicas de<br />
leitura e de ensino de língua para discutir diferentes abordagens<br />
das referidas temáticas, de modo a garantir o direito de todos os<br />
educandos às práticas sociais de leitura e escrita. O debate acerca<br />
de estudos e pesquisas sobre questões pertinentes ao ato de ler e<br />
escrever, em suas diferentes facetas, almeja proporcionar aos<br />
participantes um espaço para discussão e para a socialização do<br />
conhecimento produzido no que diz respeito ao ensino da leitura e<br />
da escrita em diferentes níveis de escolarização. Com isso,<br />
esperamos contribuir para que o ato de ler e o de escrever sejam,<br />
de fato, direitos fundamentais da sociedade brasileira.<br />
23
Considerando a proposta explicitada, definimos os seguintes temas<br />
como integrantes do debate proposto por este simpósio: a) políticas<br />
públicas de leitura e de ensino de língua; b) práticas sociais de<br />
leitura e de escrita na escola; c) letramento literário na escola; d)<br />
formação de leitores-professores; e) metodologias para o ensino da<br />
língua e da literatura.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60308 – FACALE – Campus Universitário<br />
Ana Paula Pachega (<strong>UFGD</strong>) – O Ensino da Literatura: Prazer e<br />
Práxis<br />
Andréia de Oliveira Alencar Iguma (<strong>UFGD</strong>) – Representações e<br />
Imagens de Leitura na Obra Beto, o Analfabeto<br />
Mayara Regina Pereira Dau (<strong>UFGD</strong>) – Para Amar os Livros<br />
Gleissy Kelly dos Santos Bueno (<strong>UFGD</strong>) – Imagens de Leitura e<br />
Docência na Obra A Caligrafia de Dona Sofia de André Neves<br />
Rute Izabel Simões Conceição (<strong>UFGD</strong>) – A Desconstrução do<br />
Modelo de Redação Escolar e a Devolução da Palavra ao Aluno<br />
Eliana Kefalás (UFAL) – Leitura Literária, Vocalidade Poética e<br />
Performance no Ensino de Literatura<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60308 – FACALE – Campus Universitário<br />
Angélica Silva de Oliveira (<strong>UFGD</strong>); Liliane Belo Monteiro<br />
(<strong>UFGD</strong>) – A Prática no PIBID: Comparando o Livro Didático com o<br />
ENEM<br />
Bruna Alves dos Santos (<strong>UFGD</strong>); Rosenilde de Queiroz Oliveira<br />
(<strong>UFGD</strong>) – Experiências do PIBID: As Diferenças entre as Questões<br />
do ENEM e os Exercícios do Livro Didático<br />
Francinette Correia Arteman (<strong>UFGD</strong>); Simone Peres Claus<br />
(<strong>UFGD</strong>) – Livro Didático e ENEM: Questões Interdisciplinares<br />
Marilena Aparecida Gubert (<strong>UFGD</strong>); Anísia Pedroso Alves<br />
(<strong>UFGD</strong>) – Uma Análise sobre a Nova Correção das Provas do<br />
ENEM<br />
Maisa Barbosa da Silva Cordeiro (<strong>UFGD</strong>) – O Processo de<br />
Seleção dos Acervos do PNBE 2008: Uma Abordagem Reflexiva<br />
24<br />
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60308 – FACALE – Campus Universitário<br />
Jolnei Cavalheiro (<strong>UFGD</strong>) – As Tendências de Relativização<br />
Utilizadas nos Textos Escritos e Reescritos por Acadêmicos de<br />
Letras<br />
Marielle Duarte Carvalho (<strong>UFGD</strong>) – Mapeamento das Peças<br />
Teatrais do Programa Nacional Biblioteca da Escola: 1999-2003<br />
Nizael F. de Almeida (<strong>UFGD</strong>) – Leitura Dramatizada, Uma<br />
Possibilidade no Ensino de Literatura para a Formação do Gosto<br />
Veronice Batista dos Santos (UFMS) – Análise do Poema<br />
“Despertar do Silêncio”, de Shirley Vilhalba<br />
Josiane Buzzio (UFMS) – Contando e Encantando<br />
Nubea Xavier (<strong>UFGD</strong>) – Menino de Engenho e Infância, Uma<br />
Representação Histórica da Criança<br />
SIMPÓSIO E<br />
Língua, Discurso e Poder<br />
Coordenadora: Cristine Gorski SEVERO (UFSCar)<br />
Este simpósio visa reunir trabalhos que articulem e problematizem a<br />
relação entre língua e/ou discurso e poder. Para tanto: (i) parte-se<br />
de uma compreensão de língua como uma realidade sóciohistórica,<br />
que integra tanto uma face estável, estrutural e repetível<br />
como uma outra ideológica, singular e única. Nessa direção, a<br />
materialidade linguística é vista como o ponto de apoio e de<br />
condição para a existência dos enunciados e a realização dos<br />
sentidos. Portanto, nesse caso, a estrutura linguística não é tida<br />
como fechada e estática, mas sim relativamente flexível e passível<br />
de modificações. (ii) Considera-se a noção de poder não como uma<br />
instituição ou prática exercida exclusivamente de forma autoritária e<br />
hierárquica que definiria, por exemplo, uma relação unilateral do<br />
Estado com os sujeitos, mas trata-se de relações de poder<br />
heterogêneas, múltiplas e disformes que circulam e produzem como<br />
efeitos discursos, modos de ser, pensar e de agir no mundo<br />
(FOUCAULT). Alguns temas enfocados pelo simpósio incluem: (a)<br />
heteroglossias e plurilinguismo – estratificações linguísticas e<br />
25
discursivas – em que processos de variação e de mudança são<br />
motivados por forças sócio-históricas e políticas de centralização e<br />
descentralização; (b) a variedade e complexidade de vozes sociais<br />
que habitam os diálogos interculturais em torno de questões<br />
étnicas, políticas, religiosas ou identitárias, colocando em tela as<br />
relações de poder e o dialogismo imbricados nestes diálogos. Os<br />
objetos de estudo podem incluir discursos circulantes pelas mídias,<br />
discursos institucionais (Estado, ciência, religião), discursos<br />
cotidianos e textos literários.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60310 – FACALE – Campus Universitário<br />
Aurora Quadros (UNIMONTES) – Configurações Estéticas da<br />
Liberdade e da Consciência: A Linguagem em Ambiente Acadêmico<br />
Digital<br />
Carollyne Cavanha Recalde (UEMS) – Literatura e Política: Quais<br />
os Meandros para Interpretar Maquiavel e Machado de Assis?<br />
Cristine Gorski Severo (UFSCar) – Língua, Discurso e Poder:<br />
Aproximações entre Foucault e Bakhtin<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60310 – FACALE – Campus Universitário<br />
Luciana Codognoto da Silva (<strong>UFGD</strong>) – Gênero e História das<br />
Mulheres: Mudanças, Permanências e Desafios<br />
Pedro Lopes (USP) – Entre Línguas e Sotaque: Um Estudo de<br />
Caso na África do Sul<br />
Luciana Rugosi Sousa (UFSCar); Thiago Rodrigues da Silva<br />
(UFSCar) – Samba: Questões de Ideologia e de Identidade<br />
SIMPÓSIO F<br />
Poéticas Contemporâneas: Corpo, Gênero, Arte e Poder<br />
Coordenadores: Débora Pereira SIMÕES (<strong>UFGD</strong>); Rosicley<br />
Andrade COIMBRA (<strong>UFGD</strong>/CAPES)<br />
26<br />
A literatura, enquanto manifestação estética do humano,<br />
proporciona o que se denomina de tríplice mimese. Durante as<br />
etapas de prefiguração, configuração e refiguração realidades se<br />
convergem, (re)animam e atuam na constituição do objeto de arte<br />
como porta-voz, talvez, dos recalques sociais ligados a questões<br />
envolvendo o corpo, o gênero, o poder e a cultura de uma época<br />
em que o pós-moderno desvela contrapontos e contradições vindos<br />
e suscitados por novos sujeitos da enunciação, novos agentes<br />
culturais de um corpo social vívido e dinâmico. No bojo das<br />
produções artísticas contemporâneas, referências a estas tensões<br />
apontam, ainda, para um processo de interpenetração e<br />
mutualidade cultural. Desse modo, as antes estáveis concepções<br />
identitárias passam a ser questionadas, subvertidas e revisadas<br />
não apenas por filósofos e intelectuais, mas também por<br />
prosadores, cineastas, poetas, pintores, músicos, teatrólogos,<br />
coreógrafos, escultores e outros representantes das demais formas<br />
de expressão cultural, que se aproximam das margens a fim de<br />
deslindar fronteiras. Nesse sentido, a proposta deste simpósio é<br />
oportunizar o encontro e o diálogo entre as múltiplas pesquisas que<br />
se voltam para os “dissidentes do cânone” e as hibridizações tão<br />
características da contemporaneidade, como meio de<br />
enfrentamento e transgressão de um poder fluidificado, porém não<br />
menos homogeneizador.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60318 – FACALE – Campus Universitário<br />
André Rezende Benatti (<strong>UFGD</strong>) – Aspectos da Escrita Feminina<br />
em Ivención de la Muerte, de Josefina Plá<br />
Débora Pereira Simões (<strong>UFGD</strong>) – Que Corpo é Esse? Leituras da<br />
Poesia de Flora Thomé e Raquel Naveira<br />
Andiara Maximiano (UEM) – A Construção de Personagens<br />
Femininas em Vozes num divertimento, de Luci Collin<br />
Adriana Lopes de Araújo (UEM) – Representação e Construção<br />
de Identidade em As doze cores do vermelho, de Helena Parente<br />
Cunha<br />
Rosicley Andrade Coimbra (<strong>UFGD</strong>) – Estouro e Libertação em<br />
Lavoura arcaica: Corpo, Poder e Individualidade<br />
27
SIMPÓSIO G<br />
O Discurso Religioso e suas Interfaces com o Literário<br />
Coordenadores: Áurea Rita de Ávila Lima FERREIRA (<strong>UFGD</strong>);<br />
Maria das Dores Capitão Vigário MARCHI (<strong>UFGD</strong>)<br />
O Simpósio tem por objetivo reunir trabalhos de pesquisa cujo foco<br />
de análise envolva temas relacionados à presença do discurso<br />
religioso em momentos literários diversos. Sob o enfoque da<br />
Linguística, da Literatura, da História Cultural, da Cultura busca-se<br />
proporcionar um espaço de apresentação e de debates em torno de<br />
estudos que investiguem, na literatura de matriz oral ou escrita,<br />
temas, práticas culturais, memórias que apontem elementos<br />
circulantes que enredem o sagrado, o religioso. O sagrado refletese<br />
no homem no seu fazer diário e nesse sentido investigar o modo<br />
como ele se manifesta e as interfaces entre esses vários modos de<br />
manifestação envolve a aplicação de teorias e métodos nem<br />
sempre fiéis a uma única disciplina ou a modelos epistemológicos<br />
inflexíveis na sua utilização. Numa perspectiva interdisciplinar,<br />
trabalhos de diferentes áreas do conhecimento que tenham como<br />
preocupação desvelar, identificar, problematizar a presença, a<br />
participação do sagrado surgem como uma possibilidade de<br />
constituir uma das vias fecundas para se compreender culturas<br />
visualizadas em tessituras discursivas singulares.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60305 – FACALE – Campus Universitário<br />
Artur Ataíde (UFPE) – O Êxtase e as Formas: Poesia,<br />
Transcendência e Retórica na Contemporaneidade<br />
Áurea Rita de Ávila Lima Ferreira (<strong>UFGD</strong>); Maria das Dores<br />
Capitão Vigário Marchi (<strong>UFGD</strong>) – Textos de Lobisomem: Cultura e<br />
Tradição<br />
Fábio Borges (UnB) – Apontamentos sobre Esoterismo em João<br />
Guimarães Rosa e Johann W. von Goethe: Um Estudo d’O Recado<br />
do Morro e d’O Conto da Serpente Verde e da Linda Lilie<br />
Flávio Adriano Nantes Nunes (UFMS) – Textos Sagrados vs<br />
Literatura: Os Sermões Bíblicos Proferidos pelo Pai em Lavoura<br />
Arcaica<br />
28<br />
SIMPÓSIO H<br />
Literatura, Teatro e Cinema: Interfaces e Limiares de<br />
Comunicação Mestiça<br />
Coordenadores: Gicelma Chacarosqui TORCHI (<strong>UFGD</strong>); Wagner<br />
Corsino (UFMS)<br />
As obras de arte se configuram como comunicação em linguagem<br />
artística. Sejam elas literatura, teatro, cinema, música, pintura,<br />
possuem uma linguagem que as organiza de modo particular. Este<br />
simpósio pretende refletir como as obras mestiças de literatura,<br />
teatro e cinema privilegiam um conjunto de procedimentos formais<br />
caracterizados pelo cruzamento de procedimentos estéticos de<br />
múltiplas origens, o que inclui a forte presença da contradição, do<br />
paradoxo, do desequilíbrio, gerando no receptor certo<br />
estranhamento no que diz respeito aos valores, modelos e<br />
referências que se encontram integrados na obra. Visa, também,<br />
ressaltar a importância de seus elos de intermediações na<br />
elaboração das identidades coletivas.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60311 – FACALE – Campus Universitário<br />
Aline Camara Zampieri (UFMS) – Humilde ou Malandragem:<br />
Aspectos Comuns entre Roseno e João Grilo<br />
Amanda Eliane Lamônica Araújo (UFMS) – O Projeto Político de<br />
Plínio Marcos: O Místico em Cena, Jesus Homem<br />
Anderson da Silva Andrade (<strong>UFGD</strong>); Marcos Lúcio de Sousa<br />
Góis (<strong>UFGD</strong>); Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi (<strong>UFGD</strong>)<br />
– Projeto Ogruledra: A Leitura Dramatizada como Proposta<br />
Extensionista<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60311 – FACALE – Campus Universitário<br />
Carin Cássia de Louro de Freitas (UFMS) – Dois Perdidos numa<br />
Noite Suja: Subalternidade e Dialogismo em Plínio Marcos<br />
29
Gizylene Clímaco de Castro (UFMS) – O Direito ao Grito: Uma<br />
Leitura de Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos<br />
Silvia Araújo Dettmer (UFMS); Willian Diego de Almeida (UFMS)<br />
– Direito a Cultura e a Educação: Uma Peça para Reflexão<br />
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60311 – FACALE – Campus Universitário<br />
Mônica Horta Azeredo (UnB) – A Representação da Heroína em<br />
Estamira e Estamira – para todos e para ninguém (Marcos Prado,<br />
2004)<br />
Rafael Tavares Peixoto (<strong>UFGD</strong>) – The Desolated and Tragic<br />
Heroes of Tennessee Williams<br />
Paulo Nogueira de Souza Júnior (UFMS); Wagner Corsino<br />
Enedino (UFMS) – Pontos Divergentes e Convergentes na<br />
Linguagem Teatral de Plínio Marcos<br />
SIMPÓSIO I<br />
O Pós-colonialismo e a Literatura: Algumas Perspectivas para<br />
o Local, o Regional e o Global<br />
Coordenadores: Leoné Astride BARZOTTO (<strong>UFGD</strong>); Susylene<br />
Dias de ARAUJO (UEMS)<br />
No período contemporâneo, a literatura pós-colonial rompe com as<br />
barreiras do tradicionalismo acadêmico e, enfim, passa a ser<br />
incorporada, respeitada e analisada no contexto intelectual global.<br />
Cabe a ela, na maioria das vezes, expor uma escrita de revide, que<br />
pelo poder da palavra faz ‘ouvir’ a voz do povo dantes colonizado,<br />
pois possibilita uma análise da realidade política, social, intelectual<br />
e cultural desses ‘atores sociais’ através de suas práticas cotidianas<br />
embrenhadas no texto literário. A língua e a literatura do<br />
colonizador são usadas pelos indivíduos “nativos” ou sujeitos<br />
colonizados para desmantelar essa dependência cultural e para<br />
resgatar suas origens, reconstruindo, aos poucos e da forma<br />
possível, a própria identidade, cultura e história. Assim, há a<br />
denúncia das estratégias de opressão pelas quais esses povos<br />
30<br />
foram depreciados nos anos de colonização e, até mesmo, depois<br />
da independência política, sob propostas neocolonialistas de países<br />
poderosos. A literatura torna-se, então, uma arma poderosa de<br />
contra-ataque que o sujeito do suposto “Terceiro Mundo” percebe<br />
ter em mãos. Tal perfil desafia o cânone ocidental vigente com<br />
vistas a romper com as regras literárias européias impostas; logo,<br />
invalida a suposição de que o europeu estaria no centro e o “nativo”<br />
naturalmente à margem. Busca, paralelamente, a solidificação de<br />
uma estética própria, visando dar voz e vez ao indivíduo destituído<br />
dela, como também reestruturar sua história e, consequentemente,<br />
permitir a discussão dessa temática em nível acadêmico mundial.<br />
Portanto, este simpósio visa reunir pesquisadores para debater<br />
acerca das críticas atuais que permeiam as análises desses textos<br />
de ruptura no âmbito do Pós-colonialismo e, mais precisamente, em<br />
obras literárias produzidas por autores brasileiros e/ou latinoamericanos<br />
no que tange a discussão cultural do local X regional X<br />
global.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60306 – FACALE – Campus Universitário<br />
Caroline Touro Beluque (<strong>UFGD</strong>) – Mediações entre Literatura e<br />
Cultura: A Produção Pós-colonialista de Plá e Barret<br />
Elismar Bertoluci de Araújo – Cruzando-Campo Trotando-Mundo:<br />
Fronteira e Hibridação Cultural na Narrativa de Hélio Serejo<br />
Mara Regina Pacheco (<strong>UFGD</strong>) – Hélio Serejo e a História do Mato<br />
Grosso do Sul<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60306 – FACALE – Campus Universitário<br />
Natália aparecida Tiezzi Martins dos Santos (UFMS) – Por Uma<br />
Visão não Metonímica de Cultura<br />
Rinaldo Vitor da Costa (<strong>UFGD</strong>) - Henfil e a Visão do Colonizador<br />
na Metrópole<br />
Kelly de Melo Nogueira (UEMS); Uma Leitura Pós-colonialista<br />
para Poemas Concebidos sem Pecado, de Manoel de Barros<br />
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
31
Local – Sala 60306 – FACALE – Campus Universitário<br />
Rodrigo do Prado Bittencourt (UNICAMP) – Dimensões Histórico-<br />
Sociais de A estória de Lélio e Lina<br />
Rony Márcio Cardoso Ferreira (UFMS) – O Trabalho da Tradução<br />
em Clarice Lispector: Uma Leitura Pós-colonial<br />
Sílvio Ruiz Paradiso (UEL) – A Imagem da Mulher Indiana nas<br />
Literaturas Pós-coloniais: Uma Análise em Mia Couto, Arundhati<br />
Roy e Rudyard Kipling<br />
SIMPÓSIO J<br />
J1. Literatura e Intertextualidade<br />
Coordenadora: Linda Catarina GUALDA (UNESP)<br />
Percebemos que na contemporaneidade as expressões artísticas<br />
sofrem os mais variados processos de hibridação, transculturação,<br />
tradução. Isso porque tais expressões sempre estão relacionadas<br />
às ações e às paixões do homem e, por esta razão, não são jamais<br />
desprovidas de interesses afetivos nem de implicação ética.<br />
Pensando nisso, analisar o papel da arte na sociedade de consumo<br />
e, principalmente, as relações que se estabelecem entre a literatura<br />
e outras formas de expressão torna-se tarefa extremamente<br />
importante. Tanto as obras literárias quanto outras artes lidam com<br />
a crise do nosso tempo: a alienação, o aborrecimento, a solidão e o<br />
absurdo. Num momento em que a literatura, diferentemente do que<br />
era no século XIX, deixou de ser o meio artístico de maior<br />
repercussão, faz-se necessário compreender as relações que ela<br />
estabelece com outros meios. Além disso, na era da<br />
interdisciplinaridade, nada mais saudável do que tentar ver a<br />
verbalidade da literatura pelo viés das outras artes, e a iconidade<br />
dessas pelo viés da literatura. Esse processo metamórfico que<br />
transforma obras de ficção em novas entidades artísticas é um<br />
processo baseado no fato de que mudanças são inevitáveis no<br />
momento em que se abandona o meio lingüístico e se passa para o<br />
visual. Embora original e tradução sejam diferentes enquanto<br />
linguagem, suas informações estéticas estarão ligadas entre si por<br />
uma relação de isomorfia (pontos de contato). Essas relações são<br />
32<br />
os elementos que romance e sua tradução possuem em comum,<br />
obviamente com as modificações necessárias para a realização de<br />
uma obra autônoma que dialogue com a obra de partida e não<br />
somente a reproduza. Nesse sentido, a leitura intersemiótica rejeita<br />
a noção de fidelidade e vê a obra alvo como uma tradução do texto<br />
de partida, não como reprodução apenas. Isso posto, este Grupo<br />
Temático intenciona discutir as relações entre a literatura e outras<br />
formas de expressão artística, tais como o cinema, a pintura, a<br />
escultura, a dança, a música, etc. Para isso, serão aceitos trabalhos<br />
cujo foco de análise recaia sobre a identificação das especificidades<br />
de cada um dos meios expressivos, propostas que lidam com as<br />
relações intersemióticas entre literatura e outra forma de expressão<br />
artística, bem como comunicações que discutam as técnicas e<br />
estratégias utilizadas por seus criadores para a criação da visão de<br />
mundo que veiculam.<br />
J2. Estudos Filológicos: Interseções entre Literatura e Língua<br />
Portuguesa<br />
Coordenadores: Cristiane Helena Parré GONÇALVES (<strong>UFGD</strong>);<br />
Thissiane FIORETO (<strong>UFGD</strong>)<br />
A filologia pode ser considerada como a ciência que estuda a língua<br />
e a literatura de um povo a partir de documentos escritos e, sendo<br />
assim, busca reconstituir os textos para melhor compreendê-los,<br />
divulgá-los e preservá-los. Inicialmente concebido como sinônimo<br />
de erudição e de amor à palavra, o termo Filologia agregou<br />
significados ao longo da História e o labor filológico tornou-se cada<br />
vez mais inter-, trans- e pluridisciplinar, num trabalho conjunto com<br />
outros ramos do conhecimento como a História, a Filosofia, a<br />
Lingüística, a Literatura, a Paleografia, entre outros. Partindo dessa<br />
definição inicial, o intuito deste simpósio é o de reunir trabalhos e de<br />
fomentar discussões em torno de temas relacionados aos estudos<br />
de literatura e de língua portuguesa, numa perspectiva filológica,<br />
sobretudo aqueles desenvolvidos sob uma abordagem histórica e<br />
interdisciplinar. Pretende-se, assim, resgatar as discussões<br />
relacionadas à Filologia Textual, que tem o texto literário como uma<br />
de suas principais fontes, e também recuperar os temas ligados à<br />
Filologia Portuguesa, especialmente a pesquisa da história de sua<br />
fonologia, morfologia e sintaxe, aliados aos estudos desenvolvidos<br />
pela Historiografia Lingüística, observando os aspectos descritivos<br />
33
da língua e seu funcionamento. Como a língua é uma estrutura ou<br />
um sistema de transformações, comporta leis, conservando-se ou<br />
enriquecendo-se por seu próprio jogo de transformações, sem,<br />
contudo, desviar-se de suas fronteiras. É nesse sentido que a<br />
Filologia e a Historiografia Lingüística permitem a verificação das<br />
transformações/evoluções que a língua sofre ao longo do tempo,<br />
pois a língua por ser capaz de transformar-se por si mesma, possui<br />
o seu próprio equilíbrio, conservando-se dentro de determinados<br />
limites.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60304 – FACALE – Campus Universitário<br />
Geovana Quinalha de Oliveira (UFMS) – Literatura e Cinema: O<br />
Passado (Re)Visitado<br />
Sílvia Ananias Onório Ribeiro (<strong>UFGD</strong>) – O Tema do Amor<br />
Idealizado: Em Álvares de Azevedo e Djavan<br />
Linda Catarina Gualda (UNESP) – A Relação Intersemiótica entre<br />
Literatura e Cinema: Elo e Confronto<br />
Cristina Mascarenhas da Silva (<strong>UFGD</strong>) – Orfeu Brasílico (1736):<br />
Uma Demonstração do Trabalho Filológico<br />
Rosana Santos (<strong>UFGD</strong>) – Língua Inglesa: Oralidade e Escrita<br />
SIMPÓSIO L<br />
Literatura e Arte nas Ficções da Subjetividade<br />
Coordenadores: Mauro Rocha BAPTISTA (UEMG); Cláudio<br />
GUILARDUCI (UEMG); Felipe MANSUR (UERJ)<br />
A constituição do sujeito moderno está marcada definitivamente<br />
pelo seu distanciamento de uma experiência própria do mundo.<br />
Com o advento da concepção cientificista, a realidade deixou de ser<br />
experimentada pelo homem para ser apresentada de forma<br />
legitimadora pela ciência. O sujeito deixa de fazer experiência para<br />
consumir uma certeza já previamente estabelecida pela sociedade.<br />
Não existe uma necessidade de que este sujeito se configure<br />
independente daquilo que lhe é proposto socialmente, ou seja, não<br />
existe a necessidade de que ele viva as suas próprias experiências,<br />
34<br />
uma vez que estas já foram previamente vividas, elas podem,<br />
agora, simplesmente ser apreendidas. Aos poucos, o<br />
desnecessário se transforma em veto. Uma vez que não é preciso<br />
experimentar por si mesmo, toda experiência pessoal passa a ser<br />
tomada como uma perda de tempo, e, no mundo moderno, este<br />
tempo capitalizado não é algo que se possa perder. Para não<br />
perder tempo, o homem moderno perde a experiência do tempo,<br />
isto é, racionaliza o tempo apenas de forma sincrônica e se<br />
esquece dos fragmentos. Neste simpósio nos propomos a analisar<br />
os fragmentos como possibilidade da criação artística e literária, e<br />
como reconquista da experiência pessoal. Pensamos no fragmento<br />
temporal como instauração do tempo presente, mas também no<br />
fragmento espacial que possibilita a sacralização de um ambiente<br />
no ritual religioso ou no jogo; na aporia como impossibilidade de se<br />
concluir uma obra, ou no aforismo como necessidade de demarcar<br />
a experiência em uma curta máxima; e na tensa divisão entre ficção<br />
e realidade, cotidiano e extraordinário, sagrado e profano, e na<br />
urgência de transitarmos por sobre a corda bamba que se estende<br />
nesta tensão. Propomos, assim, um espaço de discussão no qual<br />
as impossibilidades e incertezas da criação artística e literária<br />
possam ser observadas como o ambiente propício para se pensar o<br />
sujeito em toda a sua complexa constituição, rompendo com a<br />
limitadora visão imposta pelo conjunto através da valorização do<br />
fragmento, pois sua lógica nos leva a confrontar o acasional, o<br />
efêmero, o incompleto e o aleatório.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60312 – FACALE – Campus Universitário<br />
Cláudio Guilarduci (UEMG) – Processo Criativo: A Experiência no<br />
Jogo e na Arte<br />
Delvanir Lopes (UNESP) – Uma Leitura Filosófica de Solombra, de<br />
Cecília Meireles<br />
Felipe Mansur (UERJ) – A Ética da Ficção de Machado de Assis<br />
Carina Bertozzi de Lima (UEL) – Ciranda de Pedra: Uma Pequena<br />
Análise Sob a Luz de Schopenhauer<br />
35
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60312 – FACALE – Campus Universitário<br />
Eduardo Maia (UFPE) – Tempos Pós-filosóficos: Literatura e<br />
Crítica em Richard Rorty<br />
Mauro Rocha Baptista (UEMG) – Sancho, Quixote e a Questão da<br />
Experiência em Giorgio Agamben<br />
Moizeis Sobreira de Sousa (USP) – Século XVIII: Um Laboratório<br />
para o Romance Oitocentista<br />
SIMPÓSIO M<br />
Literatura, Artes e Mídias: As Produtivas Relações<br />
Coordenador: Neurivaldo Campos Pedroso Junior (UNIGRAN)<br />
A comparação entre as artes é um topois tão antigo em nossa<br />
cultura que remonta à aurora da civilização. Ao longo dos séculos,<br />
as comparações eram realizadas, sobretudo, com o propósito de se<br />
atestar a superioridade de uma arte sobre as demais. Contudo, a<br />
reflexão interartística foi, aos poucos, abandonando o<br />
estabelecimento de uma escala hierárquica e centrou-se nos pontos<br />
de confluência e divergência entre as artes. A instituicionalização<br />
dos Estudos Interartes nasceu em decorrência do fato de as artes,<br />
tais como, a Literatura, a Música, as Artes Plásticas, a Dança e o<br />
Teatro terem sido introduzidas no curriculum das escolas<br />
secundárias e superior (pensando, inicialmente, no caso dos países<br />
europeus). Diante disse, observa-se que o estudo de cada uma<br />
dessas artes ainda mantinha um contraprodutivo e paralisante<br />
isolamento com relação às demais, todavia, o surgimento dos<br />
conceitos de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade promoveu<br />
mudanças no interior dos Estudos Interartes. É importante<br />
apontarmos ainda para a ampliação, ocorrida nos últimos anos, no<br />
campo de atuação dos Estudos Interartes sofrida, principalmente,<br />
em decorrência da introdução do conceito de intermidialidade, na<br />
medida em que este se refere, não apenas àquilo que<br />
tradicionalmente designamos como “artes” (Literatura, Pintura,<br />
Música, Dança, Artes Plásticas, Cinema, Teatro, Arquitetura), mas,<br />
acaba por agregar outras mídias e seus textos. Com isso, vemos<br />
36<br />
figurar, lado a lado, as mídias impressas, o Cinema, a Televisão, o<br />
Rádio, o Vídeo, além das várias mídias eletrônicas e digitais.<br />
Pretendemos, neste simpósio, agregar reflexões que estejam<br />
centradas na correspondência e comparação entre diferentes as<br />
artes e mídias.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60307 – FACALE – Campus Universitário<br />
Daniel Rossi (UFMS) – Tempo Liberado? Ubiquidade Temporal em<br />
Trópico de Câncer<br />
Denize Helena Lazarin (UNICENTRO) – Da Palavra de Humbert à<br />
Imagem de Lolita: O Cinema como Criador do Mito da Ninfeta<br />
Edgar César Nolasco (UFMS); Willian Rolão Borges da Silva<br />
(UFMS) – Clarice Lispector Midiática<br />
Grazielli Alves de Lima (<strong>UFGD</strong>) – Um Olhar Interartístico: Raquel<br />
Naveira e Lídia Baís<br />
Joyce Alves (UEMS) – Literatura e Pintura: As Imagens de Clarice<br />
Lispector em Água Viva<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60307 – FACALE – Campus Universitário<br />
Leilane Hardoim Simões (UFMS) – Clarice: A Menina dos Olhos<br />
Márcia Maria de Brito (UFMS) – Espaço Cultural Glauce Rocha: A<br />
Abertura do Acervo Artístico-cultural em Mato Grosso do Sul<br />
Marcos Antônio Bessa Oliveira (UFMS) – Nas malhas da Rede:<br />
Os Aspectos de Lispector no Imaginário Virtual-Cultural<br />
Paula Gomes Macário (UNICAMP) – Três Canões: Um Estudo da<br />
Parceria Pierre Louÿs e Debussy<br />
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60307 – FACALE – Campus Universitário<br />
Petrilson Alan Pinheiro (UFMS) – Gêneros Digitais em Foco: Um<br />
Percurso Sócio-histórico Rumo ao Ensino<br />
Quelciane Ferreira Marucci (UFMS) – As Portas do Magma: A<br />
Literatura de Ficção Científica Brasileira na Tela do Computador<br />
37
Rafael Cardoso Ferreira (UFMS) – Macabéa e Pomme:<br />
Aproximações Femininas<br />
Sheyla Macedo (UNICAMP) – Sobrevivência pela Máquina da<br />
Escrita<br />
SIMPÓSIO N<br />
Estudos do Discurso: Questões de Subjetividade, de<br />
Identidade, de Cultura e de Preconceito<br />
Coordenadora: Rita de Cássia Pacheco LIMBERTI (<strong>UFGD</strong>)<br />
O simpósio “Estudos do discurso: questões de subjetividade, de<br />
identidade, de cultura e de preconceito” pretende discutir as marcas<br />
e manifestações de subjetividade, de identidade, de cultura e de<br />
preconceito nos/dos diferentes discursos, inclusive aqueles no/do<br />
texto literário. Serão tratadas questões tanto de superfície quanto<br />
de conteúdo, ou seja, do nível discursivo, do nível narrativo e/ou do<br />
nível das estruturas profundas dos textos. Embora este aparato<br />
teórico metodológico pertença à teoria semiótica greimasiana,<br />
outras formas de abordagens dos textos/discursos serão bem<br />
vindas, considerando que o feixe de correntes teóricas pode<br />
potencializar as provocações, as discussões e críticas, cumprindo<br />
assim, de forma mais eficaz a finalidade do próprio simpósio, qual<br />
seja: propiciar o entrecruzamento de olhares, a troca de saberes e o<br />
diálogo crítico, num espaço onde as diferenças são mais profícuas<br />
que as similaridades. A expectativa é de que o simpósio se torne<br />
um espaço de convergência de questões dos estudos do discurso,<br />
de modo a espraiar as fronteiras dos territórios teóricos, conceito<br />
emblemático que metaforiza, de forma lapidar, o imaginário<br />
acadêmico a respeito da falida “disciplinaridade”. Um simpósio que<br />
se propõe a tratar de questões como subjetividade, identidade,<br />
cultura e preconceito, pretende, no mínimo, refratar esses<br />
conceitos, questionar as práticas acadêmicas de abordagens<br />
teóricas e temáticas, bem como ressignificar um universo que se<br />
pretende continente, em conteúdo. Em outras palavras: orientar as<br />
discussões no sentido de desconstruir as representações<br />
simbólicas e as práticas ritualísticas que fundam a tradição da<br />
38<br />
academia, rompendo com modelos, em busca de uma conversa<br />
polifônica e aberta.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 11 – FAED – Campus Universitário<br />
Ana Maria dos Anjos Martins Barbosa (<strong>UFGD</strong>) – A Constituição<br />
do Sujeito em Livro de pré-coisas, de Manoel de Barros: Uma<br />
Leitura Sob o Olhar da Semiótica<br />
Bianca Cavichia Desidério (<strong>UFGD</strong>) – O Sentimento de<br />
Pertencimento do Migrante (Ou Estrangeiro) Fora de seu Espaço:<br />
Alguns Casos da Cidade de Dourados-MS<br />
Maria Aparecida da Silva Ramos (<strong>UFGD</strong>) – As Marcas da<br />
Subjetividade: O Eu e Os Outros no Discurso do Professor Indígena<br />
Daniela Raffo Scherer (UFMS) – Categorias Enunciativas em Tiras<br />
da Mafalda<br />
Dayana Lopes Russo (<strong>UFGD</strong>) – “Janjão”: Uma Análise na<br />
Perspectiva Semiótica<br />
Eliane Aparecida Miqueletti (UEMS) – A Desnutrição Infantil<br />
Indígena em Dourados no Olhar da Revista Cláudia<br />
Maria Ceres Pereira (<strong>UFGD</strong>) – Metodologia de Base<br />
Interpretativista na Pesquisa em Linguística Aplicada<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 11 – FAED – Campus Universitário<br />
Elza Carolina Beckman Piper (<strong>UFGD</strong>) – Subjetividade e Análise<br />
do Discurso: Uma Questão Epistemológica<br />
Euzenir Francisca da Silva (UFMS) – Aspectos Figurativos em A<br />
pata da gazela: Uma Abordagem Discursiva<br />
Geraldo Vicente Martins (UFMS) – Identidade no Espelho: Uma<br />
Leitura de “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa<br />
Irení Aparecida Moreira Brito (UEMS) – Os Discursos Sobre a<br />
Censura, Produzidos Durante a Democracia: Um Olhar Semiótico<br />
Ivanise Andrade (UFMS) – Meninas da Esquina – Análise<br />
Semiótica do Diário de Uma Adolescente<br />
João Vieira da Silva Neto (UFMS) – O Processo da Tradução<br />
Intercultural em A hora da estrela, de Clarice Lispector<br />
39
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
Local – Sala 11 – FAED – Campus Universitário<br />
Maria Aparecida Conti (UFU) – Uma História de Amor: A<br />
Representação Sígnica na Narrativa<br />
Olinda Siqueira Correa Viana (<strong>UFGD</strong>) – “Índios no Brasil: Quem<br />
são Eles?” – Um Estudo sobre o Preconceito Contra o Indígena a<br />
partir de Depoimentos em Vídeo<br />
Odirléia Lima Arnal (UFMS) – Tropa de Elite: As Diferentes<br />
Imagens do Bope nos Textos de Imprensa na Época do Episódio<br />
com o Ônibus 174 e após o Filme de Padilha “Tropa de Elite”<br />
Andréia Lourenço Alves (<strong>UFGD</strong>) – O Lugar das Línguas em<br />
Escola de Fronteira<br />
Santa Cariaga Portolan (<strong>UFGD</strong>) – Identidade: Uma Abordagem<br />
Étnica<br />
Tiago Marques Luiz (UFSC) – O Videoclipe Thriller, de Michael<br />
Jackson: Uma Sucinta Análise Semiótica<br />
SIMPÓSIO O<br />
Drama em Cena, Drama em Tela: A Literatura nas Artes do<br />
Espetáculo<br />
Coordenadores: Sandra LUNA (UFPB); Lúcia SAN<strong>DE</strong>R (UNB)<br />
O drama, gênero literário que consubstancia parte significativa das<br />
artes do espetáculo, desafia, desde as suas origens, limites<br />
disciplinares. Por sua condição fronteiriça, de texto produzido para<br />
a cena, o drama se constitui como objeto transdisciplinar, ainda<br />
quando focalizado sob a ótica mais restrita de fato literário.<br />
Originado no mito e tradicionalmente construído sob inspiração da<br />
mimesis praxeos, imitação da própria vida, lugar por excelência<br />
para a representação do ser no mundo, o gênero dramático desde<br />
muito cedo motivou reflexões que enveredaram por múltiplos<br />
caminhos e engendraram multifacetadas tradições teórico-críticas,<br />
filosóficas, religiosas, históricas, cada uma dessas perspectivas<br />
legitimando a propriedade e a produtividade das incursões<br />
interdisciplinares ao seu domínio. Para além das intercessões<br />
validadas em sua própria esfera de arte literária, a relação entre a<br />
40<br />
dramaturgia e a cena amplia ainda mais significativamente o leque<br />
das inter-relações disciplinares, abrigando perspectivas que<br />
apontam para outras artes, aí incluídas a retórica, a música, a<br />
dança, a cenografia, a arte do ator, encampando, em tempos mais<br />
recentes, inovações tecnológicas, invenções midiáticas, enfim, são<br />
inúmeras as frentes disciplinares que se oferecem ao diálogo com o<br />
drama, arte plural, sobretudo quando se considera a multiplicidade<br />
de formas instauradas pelas diversas tradições dramáticas no teatro<br />
do tempo. O presente simpósio focaliza o drama em relação às<br />
múltiplas perspectivas que se abrem aos estudos desse gênero<br />
literário, aí incluídas as relações entre a dramaturgia e as variadas<br />
formas de artes e saberes implicados no universo do drama.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Anfiteatro A – FAED – Campus Universitário<br />
Fernandes Ferreira de Souza (UEMS) – O Drama Inglês antes de<br />
Shakespeare<br />
Carla Ávila (UFV/<strong>UFGD</strong>) – Itinerâncias e Inter-heranças de Terra<br />
Preta: Um Relato de Experiência em Criação Artística<br />
Ana Luisa Camino (UFPB) – Quem tem Medo de Tchekhov? – A<br />
Tradição pelo Piollin Grupo de Teatro<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Anfiteatro A – FAED – Campus Universitário<br />
Carlos Junior Gontijo Rosa (UNICAMP) – Adaptações de<br />
Tragédias: Drama à Vista<br />
Sandra Luna (UFPB) – As Mulheres de Ibsen na Moderna<br />
Dramaturgia Norte-americana: Nora Revivida<br />
Tamiris Batista Leite (UNESP) – Os Elementos Dramáticos em<br />
Sagarana: o duelo, de Paulo Thiago<br />
Lucinéia Contiero (<strong>UFGD</strong>) – Navalha na Carne: do Palco ao<br />
Cinema<br />
Sexta-feira – 14 de maio de 2010<br />
Local – Anfiteatro A – FAED – Campus Universitário<br />
41
Lúcia Sander (UnB) – A “Crítica em Performance”: Uma Forma<br />
Híbrida de Resgate de Escritoras e Personagens Femininas<br />
Esquecidas na Coxia do Tempo<br />
Suzi Frankl Sperber (UNICAMP) – Relações entre “Rei Lear”, de<br />
W. Shakespeare, o Eclesiastes<br />
Samarkandra Pereira dos Santos Pimentel (UFPB) – “Vão-te<br />
Amar. E Supor Tanta Coisa ao Teu Respeito”: Considerações<br />
acerca de Perdição: Exercício sobre Antígona, de Hélia Correira<br />
SIMPÓSIO P<br />
P1. Poesia e seus Papéis na Cultura Contemporânea<br />
Coordenadores: Silvia Regina Gomes MIHO (<strong>UFGD</strong>); Moacir<br />
Amâncio (USP)<br />
Este simpósio se propõe a discutir os diversos aspectos em que<br />
poesia contribui para a construção de um quadro cultural e social<br />
que questiona, repercute, redimensiona e conserva valores de<br />
ordem estética, etica, social, educacional. Serão aceitos trabalhos<br />
que tratem da criação, interpretação, tradução e do diálogo entre<br />
poesia, teoria e crítica literárias, poesia e linguística, poesia e novas<br />
mídias, poesia e contemporaneidade, em contextos da literatura<br />
nacional e internacional.<br />
P2. Literatura e Tecnologia: Reflexões sobre o Fazer e o Existir<br />
Literário na Era Digital<br />
Coordenadora: Roselene Berbigeier FEIL (<strong>UFGD</strong>)<br />
A proposta deste simpósio é discutir questões centrais que<br />
envolvem a literatura e a tecnologia na sociedade digital, dentre as<br />
quais: i) A literatura digital é uma nova literatura, diferente da<br />
literatura não digital?; ii) De que modo as novas tecnologias influem<br />
na comunicação e na criação literária?; iii) Qual o papel dos leitores<br />
em relação à “nova literatura”?; iv) Como se configura a consciência<br />
autoral?; v) Reformular-se-ão os gêneros literários na criação<br />
literária digital? e; vi) Porque é que a leitura no hipertexto é tão<br />
atraente para o público leitor, principalmente para o jovem leitor?<br />
Essas questões merecem ser discutidas, pois, o aparecimento das<br />
novas tecnologias da informação e, sobretudo, a inclusão digital nos<br />
42<br />
permite contar com um instrumento de extraordinária capacidade e<br />
abrangência para a comunicação da informação e, também, para a<br />
criação linguística e literária. A literatura, como atividade humana<br />
opera com a linguagem e com a experiência, não permanecendo<br />
alheia a esse conjunto de meios tecnológicos. As novas tecnologias<br />
além de tornarem possível a comunicação instantânea, o<br />
conhecimento acessível, as concordâncias e as discordâncias, a<br />
análise das variantes de uma mesma obra, as ligações entre obras,<br />
etc. da literatura que foi produzida à margem da Internet ou sem<br />
pensar na Internet. Relacionado a este aspecto temos as<br />
bibliotecas virtuais onde as obras não produzidas em meios digitais<br />
encontrando um espaço até então nunca pensado. Essas<br />
tecnologias permitiram à sociedade digital a existência de uma<br />
literatura exclusivamente comunicada pela web, é o caso das obras<br />
literárias que foram publicadas apenas na Internet, mas que não<br />
são obras interativas e que poderiam ter sido publicadas em papel;<br />
junto a estas, estão obras literárias interativas, hipertextuais e<br />
blogosféricas, uma tendência que se alastra na contemporaneidade<br />
a ponto de nos obrigar a uma reflexão sobre o fazer e o existir<br />
literário.<br />
Quarta-feira – 12 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60303 – FACALE – Campus Universitário<br />
Adriano de Souza (UFSM) – Elefante de Francisco Alvim: Poética<br />
do Improviso?<br />
Ana Maria Albernaz (USS) – Poesia e Pensamento no Grande<br />
Sertão<br />
Teresa Cabañas (UFSM) – Na Breve Existência do Intervalo: A<br />
poesia anacrônica de Maria Lúcia Dal Farra<br />
Tarsila Souza – O Espaço Romanesco n’O Lustre de Clarice<br />
Lispector<br />
Quinta-feira – 13 de maio de 2010<br />
Local – Sala 60303 – FACALE – Campus Universitário<br />
Ana Paula Macedo Cartapatti Kaimoti (UEMS-UNIGRAN) – A<br />
Cuidade Morena de Diegues e o Portunhol Selvagem: lengua<br />
poética em movimento<br />
43
Fábio Luís Chiqueto Barbosa (UNESP) – Microblogs, ipods e<br />
Aparelhos Celulares: Novas Fronteiras Literárias ou Quimeras do<br />
Século XXI?<br />
Roselene Berbigeier Feil (<strong>UFGD</strong>) – Querido Computador: Hoje<br />
Eu...<br />
Sílvia Regina Gomes Miho (<strong>UFGD</strong>) – Poesia e poéticas em meios<br />
eletrônicos.<br />
44<br />
<strong>RESUMOS</strong><br />
45
Resumos<br />
ALBERNAZ, Ana Maria. (USS). Poesia e Pensamento no Grande<br />
Sertão. Nossa comunicação parte da palavra pensante de Riobaldo:<br />
curso de travessia. Não apenas da sua mesma que decorre<br />
fundando e fundamentando a narrativa, seu contar; mas do ímpeto<br />
maior de atravessar da vida que no pensamento encontra seu lugar<br />
apropriado. “... para pensar longe, sou cão mestre – o senhor solte<br />
em minha frente uma idéia ligeira, e eu rastreio essa por fundo de<br />
todos os matos, amém!”. Sua estória desencoberta, que parte da<br />
encoberta doação propiciada no encontro amoroso com Diadorim, é<br />
favorecida também pelo encontro igualmente amoroso com o<br />
pensamento que reúne homem e pensar. Na iniciativa de contar<br />
meditativamente sua estória, é contada a estória da iniciativa de<br />
meditar. “O que é pra ser – são as palavras! Ah, porque. Por quê?”.<br />
Na identificação da palavra ao pensamento, já se coloca a questão<br />
acerca do pensar. A partir dela pensar é nomear, ou seja, distinguir<br />
por palavra, e pensar é perguntar-se, auto-indagação.<br />
ALBUQUERQUE, Ana Paula Pachega da Silva (<strong>UFGD</strong>). O ensino<br />
da literatura: prazer e práxis. O principal objetivo deste estudo é<br />
problematizar o ensino de literatura em sala de aula. Para isso,<br />
serão levantadas questões e indicadas possíveis respostas<br />
referentes às dificuldades que se dão, quanto ao processo de<br />
ensino de literatura, entre professores e alunos nas escolas. Com<br />
base nos aspectos teóricos apresentados pelos textos de autores<br />
que compõe a fortuna crítica dessa pesquisa, assim como pela<br />
experiência adquirida nos estágios, de observação e de regência,<br />
realizados em quatro escolas públicas de Ensino Médio noturno na<br />
cidade de Dourados/MS, buscou-se justificar e elaborar este<br />
trabalho. A análise foi concentrada na situação crítica do pouco<br />
gosto pela leitura demonstrado pelos alunos em sala de aula.<br />
ALMEIDA, Nizael F. de (<strong>UFGD</strong>). Leitura dramatizada, uma<br />
possibilidade no ensino de literatura para a formação do gosto. Este<br />
trabalho pretende sugerir a leitura dramatizada como técnica no<br />
ensino de literatura, objetivando a formação do gosto pela leitura.<br />
Entendendo leitura dramatizada como parte inicial de um processo<br />
de encenação de grande importância para a compreensão e<br />
entendimento do texto literário, por parte do aluno/ator, assim, a<br />
leitura dramática pretende facilitar a relação do leitor, aluno e<br />
46<br />
expectador, com o texto literário e suas minúcias. Por meio de uma<br />
técnica interativa pretendemos unir teatro e literatura para o<br />
desenvolvimento do gosto pela leitura, na tentativa de formar<br />
leitores críticos reflexivos, para tanto utilizaremos como base<br />
bibliográfica estudiosos da Lingüística e das Artes Cênicas,<br />
objetivando a interação entre essas duas áreas do conhecimento.<br />
ALVES, Andréia Lourenço (<strong>UFGD</strong>); PEREIRA, Maria Ceres<br />
(<strong>UFGD</strong>). O lugar das línguas em escola de fronteira. O Projeto<br />
Escolas Bilíngües Interculturais de Fronteira MEC/IPOL tem sido<br />
aplicado nas fronteiras brasileiras entre hispano-falantes. Muitas<br />
fronteiras são estabelecidas a partir de acidentes geográficos como<br />
rios, por exemplo. Nesses casos, há pontes que facilitam o acesso<br />
dos moradores em tais lugares. Há, entretanto, outras fronteiras<br />
chamadas secas cujas divisas se estabelecem por uma rua. Este é<br />
o caso da escola foco desta comunicação em que a escola<br />
brasileira participante do projeto, está a poucas quadras do país<br />
vizinho. Com a implantação do projeto, o português passou a ser a<br />
língua de ensino de conteúdos na escola paraguaia em “visita” uma<br />
vez semanal. Em contrapartida, a escola brasileira recebe<br />
professora paraguaia que,por sua vez, ministra conteúdos na língua<br />
castelhana. A experiência tem mostrado sucesso de tal maneira<br />
que, alunos têm explicitado atitudes positivas em relação às<br />
línguas, sem demonstrar desconforto por “ter que aprender”<br />
conteúdos em outra língua que não a sua. Nesta comunicação<br />
temos como objetivo discutir experiências de ensino bilíngüe a partir<br />
de relatos de professores participantes do projeto contrapondo com<br />
experiências manifestadas por professores indígenas e o ensino<br />
bilíngüe em suas escolas via Referencial Curricular para Escolas<br />
Indígenas – RCNEI. Trata-se de projeto em andamento no<br />
Programa de Mestrado em Letras/FACALE.<br />
ALVES, Joyce. (UEMS). Literatura e Pintura: As Imagens de Clarice<br />
Lispector em Água Viva. O objetivo deste trabalho é sublinhar a<br />
correspondência entre a literatura e a pintura que existe na obra<br />
Água viva, de Clarice Lispector. Por intermédio de uma linguagem<br />
plástica, esta narrativa consegue alcançar efeitos que são próprios<br />
da pintura e, nesse sentido, produz imagens distintas que podem<br />
ser associadas a quadros de diferentes estéticas. Procedimentos<br />
empregados no impressionismo, no expressionismo, no cubismo e,<br />
de um modo geral, na pintura moderna podem ser evidenciados na<br />
47
composição deste texto literário. Num movimento que vai da<br />
expressão poética à expressão plástica, Clarice se entrega, de<br />
forma particular, à pintura por meio da palavra.<br />
ANASTACIO, Elismar Bertoluci de Araújo. Cruzando-campo<br />
Trotando-mundo: Fronteira e hibridação cultural na narrativa de<br />
Helio Serejo. A presente comunicação tem como objetivo geral<br />
discutir, na narrativa de Hélio Serejo, como se dá o processo de<br />
hibridação cultural do homem cruza-campo e trota-mundo na<br />
fronteira Brasil-Paraguai. Para tanto, realizamos um recorte das<br />
seguintes obras de Hélio Serejo: “Carai Ervateiro”, “Pelas Orilhas da<br />
Fronteira”, “Vida de Erval”, “Prosa Rude”, “Pialando...no Más” e “No<br />
Mundo Bruto dos Ervais”, uma vez que os contos, causos, crônicas,<br />
textos informativos contidos nessas obras deslocam-se, sobretudo,<br />
da/na fronteira Brasil – Paraguai e seus personagens reais ou<br />
“falsificados” vivem uma espécie de nomadismo dispersivo em uma<br />
zona de fronteira imaginária, entrecortada – mata adentro - pelos<br />
caminhos da Companhia Mate Laranjeira. Os vãos que se abrem na<br />
narrativa, a partir do cruzar – contínuo e temporal – do sujeito na<br />
fronteira, poderá suscitar possíveis representações identitárias,<br />
ainda, pouco estudadas. Sustentará, pois, esta investigação, o<br />
enfoque teórico-literário advindo dos Estudos Culturais, já que<br />
trataremos de uma temática que transita pelas relações entre a<br />
literatura e aspecto de formação identitárias. Estudar a obra de<br />
Hélio Serejo é uma forma de (re)descobrir, nos intertísios, aspectos<br />
sócio-culturais velados pela história oficial, ainda mais quando se<br />
trata de uma fronteira “onde o Brasil já foi Paraguay”.<br />
ANDRA<strong>DE</strong>, Anderson da Silva (<strong>UFGD</strong>); GÓIS, Marcos Lúcio de<br />
Sousa (<strong>UFGD</strong>); TORCHI, Gicelma da Fonseca Chacarosqui<br />
(<strong>UFGD</strong>). Projeto Ogruledra - A Leitura Dramatizada como Proposta<br />
Extensionista. Esta comunicação objetiva apresentar o projeto de<br />
extensão O Grupo de Leitura Dramatizada (OGRULEDRA) da<br />
<strong>UFGD</strong>. A proposta consiste na leitura e montagem dramatizada de<br />
textos literários, principalmente de literatura regional, e se faz<br />
importante por considerar a leitura dramatizada como<br />
potencializadora das artes e por ser, igualmente, uma forma de<br />
ajudar a construir sujeitos críticos, capazes de refletir sobre o<br />
mundo em que vivem e atuam. Para tanto, utiliza-se a metodologia<br />
participativa, por acreditar que esta fortalece os laços de um grupo<br />
de trabalho, por meio das relações interpessoais e da valorização<br />
48<br />
do indivíduo. Os encontros de leitura e reflexão dos textos ocorrem<br />
duas vezes por semana (durante duas horas), nos quais são feitos<br />
não só o estudo efetivo das obras literárias previamente elencadas,<br />
bem como das formas de se colocar em movimento seus sentidos.<br />
Os resultados são apresentados, semestralmente, à comunidade<br />
em geral.<br />
ANDRA<strong>DE</strong>, Ivanise (UFMS). Meninas da Esquina – Análise<br />
Semiótica do diário de uma adolescente. A vida de adolescentes<br />
exploradas sexualmente é cheia de conflitos e desafios. No livro<br />
“Meninas da Esquina – Diário dos sonhos, dores e aventuras de<br />
seis adolescentes do Brasil” são elas próprias que, escrevendo ou<br />
gravando em áudio, compõem um diário de suas peripécias ao<br />
longo de 14 meses. A presente análise utiliza os recursos teóricos e<br />
metodológicos da Semiótica de linha Francesa para delinear os<br />
percursos narrativo e temático do diário do dia 17 de janeiro de<br />
2004 de Natasha, uma mãe adolescente em conflito com a filha e a<br />
família do pai da criança. Assim como tantas outras adolescentes,<br />
sua busca é por aceitação.<br />
ARAUJO, Adriana Lopes de (UEM). Representação e construção<br />
de identidades em “As doze cores do vermelho” de Helena Parente<br />
Cunha. O romance em estudo, intitulado “As doze cores do<br />
vermelho” de Helena Parente Cunha, traz em seu bojo discussões a<br />
respeito da invisibilidade histórica da mulher, do ser feminino<br />
fraturado pelos valores tradicionais de uma sociedade patriarcal,<br />
assim como o desejo de romper com a pressão do paradigma<br />
androcêntrico. Tal questionamento é visível, principalmente, na<br />
construção da personagem protagonista durante a narrativa. Ela<br />
encontra-se, todavia, dividida entre o lado de cá, da submissão e da<br />
marginalidade e o lado de lá, da transgressão. Ao permear por três<br />
momentos temporais dessa personagem, entre eles a infância<br />
(passado), juventude (presente) e maturidade (futuro), é que se<br />
torna imperativo destacar, na obra, a abordagem de questões como<br />
representação e identidade. Sendo assim, é que a análise basearse-á<br />
nos estudos de gênero e identidade.<br />
ARAÚJO, Amanda Eliane Lamônica (UFMS). O Projeto Político de<br />
Plínio Marcos: O Mistico em Cena, Jesus Homem. O teatro<br />
brasileiro passou por profundas transformações a partir da década<br />
de 40, seja no plano da forma, seja no plano do conteúdo. Com<br />
49
efeito, emergiram peças pautadas por preceitos de ordem<br />
psicanalítica, as quais foram importantes para o palco brasileiro.<br />
Além disso, o olhar lançado para as questões sociais e,<br />
fundamentalmente, a ruptura com o teatro tradicional, sobretudo<br />
nos moldes da chamada “peça bem feita” (ancorado nas regras das<br />
três unidades aristotélicas: ação, tempo e lugar) foram primordiais<br />
para a configuração de uma identidade da dramaturgia nacional. No<br />
que concerne à contemporaneidade, surgiram autores que<br />
trouxeram para o cerne das discussões a ordem política<br />
estabelecida, as relações familiares em crise e, especialmente, a<br />
preocupação com as questões relacionadas à subalternidade e<br />
identidade. O processo da renovação da linguagem teatral, aliada<br />
às transformações de ordem econômica, política e social trouxeram<br />
subsídios para a criação de novas possibilidades de realização<br />
cênica. Nesse segmento, ancorando-se nas contribuições de<br />
Palottini (1989), Ryngaert (1996, 1998), Pavis (1999) e Rosenfeld<br />
(1993, 1996) acerca do discurso teatral; nos critérios propostos por<br />
Prado (1972) – o que a personagem revela sobre si mesma, o que<br />
ela faz e o que os outros dizem a seu respeito e nos pressupostos<br />
teóricos de Bhabha (1998), Hall (1998, 2003), Jameson (2004),<br />
Cevasco (2003), Souza (2002) que circunscrevem os Estudos<br />
Culturais o objetivo deste trabalho é analisar os mecanismos<br />
dramáticos e culturais que estruturam o projeto político do<br />
dramaturgo Plínio Marcos na peça Jesus Homem (1981).<br />
ARNAL, Odirléia Lima (UFMS). Tropa de elite: as diferentes<br />
imagens do BOPE nos textos de imprensa na época do episódio<br />
com o ônibus 174 e após o filme de Padilha “Tropa de Elite”. O<br />
presente trabalho é parte da dissertação desenvolvida no Programa<br />
de Mestrado em Estudos de Linguagens (UFMS), que propõe um<br />
estudo dos sentidos produzidos na polêmica em torno do modelo de<br />
atuação do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) a<br />
partir de dois episódios marcantes na história do batalhão: o<br />
incidente com o ônibus 174 e o lançamento do filme “Tropa de<br />
Elite”. Para a análise, pautar-nos-emos nos pressupostos teóricos e<br />
metodológicos da Análise do Discurso francesa, em especial nos<br />
conceitos cunhados por D. Maingueneau no interior da proposta de<br />
uma semântica global e seu conceito de interincompreensão, bem<br />
como nas bases de Pêcheux no estudo das condições de produção.<br />
A opção por trabalhar a polêmica em torno desses dois recortes<br />
pauta-se na hipótese de que neles estão envolvidos discursos em<br />
50<br />
torno de questões mais amplas no âmbito político, como, por<br />
exemplo, atribuir ao BOPE uma postura fascista.<br />
ARTEMAN, Francinette Correia (<strong>UFGD</strong>); CLAUS, Simone Peres<br />
(<strong>UFGD</strong>). Livro didático e ENEM: questões interdisciplinares. O livro<br />
didático utilizado hoje nas escolas é um suporte aos educadores,<br />
traz questões variadas, interdisciplinares, que contribuem muito<br />
com a metodologia e a prática docente. O objetivo desse trabalho é<br />
realizar uma sucinta comparação entre questões abordadas no livro<br />
didático e questões elaboradas para o ENEM, ou seja, as<br />
semelhanças e distinções existentes entre ambas as questões. Há<br />
também uma proposta de verificação das mudanças de conteúdos<br />
pedagógicos nos livros didáticos no decorrer de duas décadas, a<br />
interpretação de texto, a utilização de temas atuais. Enfim, como<br />
esses conteúdos eram e como são trabalhados no livro didático<br />
atualmente.<br />
ATAÍ<strong>DE</strong>, Artur (UFPE). O êxtase e as formas: poesia,<br />
transcendência e retórica na contemporaneidade. Com a<br />
consolidação das obras de Derrida, Foucault ou do último Barthes,<br />
todo discurso, seja ele científico, filosófico ou religioso, passa a ser<br />
reconhecido estritamente como tal: como discurso. Ou seja: um<br />
enunciado situado, parcial, respeitante, acima de tudo, ao universo<br />
da cultura, ao habitat simbólico em que se dão as relações de poder<br />
humanas. A pretensão de verdade por parte de qualquer instância<br />
discursiva, nesse contexto, torna-se então uma questão de política:<br />
são “teologias do significado” (Barthes), sempre ideologicamente<br />
espúrias. O nosso trabalho corresponde à tentativa de, diante da<br />
relação de obras como a de San Juan de la Cruz, Blake ou Murilo<br />
Mendes com o transcendente, e do impacto estético que ainda<br />
surtem, propor um terceiro caminho além do dogmatismo ingênuo<br />
ou da condenação política, reservando ao discurso místico um lugar<br />
lícito no pensamento atual. Para tanto, contamos com alguns<br />
aliados imprevistos, como Nietzsche, Rorty e Píndaro.<br />
ÁVILA, Carla. (UFV/<strong>UFGD</strong>). Itinerâncias e Inter-heranças de Terra<br />
Preta: Um Relato de Experiência em Criação Artística. Este artigo<br />
relata a tragetória do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino,<br />
Extensão e Arte – GENGIBRE da Universidade Federal de Viçosa<br />
(UFV) e como este desenvolve projetos junto a comunidades de<br />
Congado da Zona da Mata Mineira. O objetivo deste artigo é<br />
51
promover a reflexão dos fazeres interdisciplinares do grupo,<br />
composto por graduandos das áreas de Dança, Geografia, História,<br />
Comunicação Social e Jornalismo, e pós graduandos em Extensão<br />
Rural. A partir de pesquisas de campo e dos registros orais das<br />
narrativas dos ritos, cantos, gestuais e danças dessas<br />
comunidades. Além desta exposição, pretende-se apontar a<br />
relevância do manacial cultural destas comunidades para a<br />
reelaboração e composição de processos de criação artística.<br />
AZEREDO, Mônica Horta. (UnB). A representação da heroína em<br />
Estamira e Estamira - para todos e para ninguém (Marcos Prado,<br />
2004). Os filmes Estamira (longa-metragem) e Estamira - para<br />
todos e para ninguém (média-metragem), ambos de Marcos Prado,<br />
são instrumentos de significação e produção de novas identidades<br />
na medida em que buscam representar a história de Estamira e seu<br />
grupo. Proponho refletir sobre como o diretor, ao lançar mão de<br />
uma abordagem mestiça, representa o real e constrói a imagem de<br />
heroína para esta mulher. A análise leva em conta a importância da<br />
obra do filósofo Friedrich W. Nietzsche, Assim Falou Zaratustra –<br />
um livro para todos e para ninguém, flagrantemente referenciado<br />
nas obras. As manobras cinematográficas pontuais que levam o<br />
espectador a, simbolicamente, tomar o lugar do<br />
diretor/entrevistador, fundam uma atmosfera onde merece destaque<br />
o sentido psicológico da narrativa. Ao misturar elementos do<br />
cinema, do teatro e da psicologia, as obras produzem um<br />
sentimento de « perturbação » no receptor e o incitam a, ele<br />
próprio, rever sua(s) identidade(s).<br />
BAPTISTA, Mauro Rocha. (UEMG). Sancho, Quixote e a questão<br />
da experiência em Giorgio Agamben. Nesta apresentação<br />
pretendemos analisar a impossibilidade de se fazer experiência no<br />
mundo moderno, esta análise será feita a partir do jogo criado por<br />
Giorgio Agamben entre Quixote e seu escudeiro. Enquanto Dom<br />
Quixote de’la Mancha gira o mundo fazendo experiências sem<br />
conseguir dominá-las para si, seu fiel escudeiro Sancho Pança<br />
acumula as experiências feitas por seu mestre, conseguindo,<br />
portanto, ter experiência, contudo, em sua necessidade consciente<br />
de se afastar das loucuras quixotescas ele as tem sem jamais fazêlas.<br />
Por isso ele se surpreende quando ao apresentar a<br />
inadequação do uso de uma bacia como se fosse um elmo escuta<br />
do cavaleiro da triste figura a resposta de que ambos são o mesmo.<br />
52<br />
Com sua resposta Quixote demonstra que faz a experiência da<br />
bacia no ambiente lúdico do como se ela fosse um elmo, algo que<br />
não pode ser compreendido pelo instruído, mas não inteligente<br />
Sancho.<br />
BARBOSA, Ana Maria dos Anjos Martins (<strong>UFGD</strong>). A constituição<br />
do sujeito em Livro de pré-coisas, de Manoel de Barros: uma leitura<br />
sob o olhar da semiótica. Este estudo busca revelar a constituição<br />
do sujeito que se manifesta na apropriação da cultura e foi baseado<br />
na análise da personagem Bernardo, presente em vários textos de<br />
Manoel de Barros. Para isso, elegeu-se como aporte teórico Fiorin,<br />
Maingueneau, entre outros, e, num viés histórico, buscou-se uma<br />
interlocução com outros autores como González Rey (2003), que<br />
trata da subjetividade do sujeito, e Alves (2003), ao abordar a<br />
questão da singularidade e universalidade do sujeito regional.<br />
Confirmou-se assim que os textos acerca da personagem Bernardo,<br />
em diversas obras de Manoel de Barros, configuram-se como uma<br />
viabilidade de desvelar uma identidade regional. Este artigo está<br />
vinculado ao simpósio Estudos do discurso: questões de<br />
subjetividade, de identidade, de cultura e de preconceito.<br />
BARBOSA, Fábio Luís Chiqueto. (UNESP). Microblogs, Ipods e<br />
Aparelhos Celulares: Novas Fronteiras Literárias ou Quimeras do<br />
Século XXI? Uma das vertentes das atividades literárias mais<br />
recentes tem se concentrado na exploração dos limites da literatura<br />
em face do advento de novas tecnologias. Em 2010, e<br />
considerando-se a velocidade com que a evolução da tecnologia –<br />
da informática, sobretudo – acachapa a sociedade, a referência ao<br />
hipertexto começa já a perder sua aura de novidade, lugar que<br />
passa a ser ocupado por uma literatura produzida no contexto dos<br />
meios de comunicação, mais especificamente no contexto de<br />
aparelhos de comunicação como o telefone celular e os ipods ou<br />
ainda nas conjunturas das plataformas de redes sociais e de<br />
microblogs da internet, tais como o twitter. A presente contribuição<br />
procura definir alguns parâmetros teóricos para a compreensão do<br />
tema, considerando, para tanto, ocorrências atuais destas<br />
expressões literárias no Brasil e na Alemanha.<br />
BELUQUE, Caroline Touro (<strong>UFGD</strong>). Mediações entre Literatura e<br />
Cultura: A produção pós-colonialista de Plá e Barret. A proposta<br />
central desta comunicação é refletir e problematizar sobre as<br />
53
culturas em situação de contato, particularmente em espaços<br />
colonizados e pós-colonizados, como é o caso dos países<br />
circunvizinhos Brasil e Paraguai. Diante destes contatos, novas<br />
relações identitárias acontecem, possibilitando assim, uma nova<br />
situação, quer seja cultural, política ou social caracterizada por<br />
resistências ou conformações. Nosso foco, particular, serão as<br />
produções literárias na fronteira Brasil versus Paraguai, no qual<br />
retratam a cor local e evidenciam esta transição entre o local e o<br />
global. Para tanto, são articuladas discussões sobre a literatura<br />
pós-colonial , principalmente embasadas nas teorias propostas por<br />
Thomas Bonnici e Walter Mignolo. Também se dispõe a observar e<br />
discutir a produção pós-colonialista na região “Brasiguai”,<br />
principalmente dos autores Josefina Plá e Rafael Barret.<br />
BELUQUE, Maria Helena Touro (<strong>UFGD</strong>). Da infância à<br />
adolescência: a trajetória feminina contada pelo Mundo Maravilhoso<br />
da Psicanálise. O presente trabalho é composto pela perspectiva<br />
intervalar entre Literatura e Psicanálise. De um lado, a Literatura<br />
enquanto representação da realidade, mostrando, nos contos de<br />
fadas, o universo mágico e enigmático que está para além da<br />
simples apresentação do bem em oposição ao mal., chegando a<br />
atingir instâncias de que muito se ocupa a Psicanálise. Por outro<br />
lado, está essa corrente teórica pautada em bases freudianas que,<br />
de forma coerente, recupera, nos contos de fadas, elementos que<br />
favorecem o entendimento humano, principalmente sobre as bases<br />
mais profundas da psique. Tendo os contos de fadas como<br />
auxiliadores do equilíbrio psíquico e favorecedores na resolução<br />
dos conflitos inconscientes, pensamos em retratar como situa-se,<br />
neste contexto, a trajetória feminina. Passando por contos que<br />
expõem alguns conflitos enfrentados pela mulher, como<br />
Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida, entre outros, e segundo<br />
a perspectiva de análise de Bettelhein, buscaremos elucidar a<br />
importância de tais contos na formação do Sujeito Mulher.<br />
BENATTI, André Rezende (<strong>UFGD</strong>). Aspectos da Escrita Feminina<br />
em Ivención de la Muerte, de Josefina Plá. Esta comunicação é<br />
uma análise dos poemas que compõe a obra Invención de la<br />
Muerte, de Josefina Plá, publicado em 1965. Sob o olhar da escrita<br />
feminina, pretendemos destacar a importância da poetisa na<br />
literatura paraguaia e sua relevância no panorama da literatura<br />
hispano-americana. Para tal apresentamos um panorama histórico<br />
54<br />
da poesia hispano-americana e paraguaia, bem como a articipação<br />
da mulher em ambas, destacamos alguns aspectos teóricos da<br />
escrita feminina, para por fim trazermos uma análise dos poemas<br />
que compõe a obra Invención de la Muerte, sob a ótica da escrita<br />
feminina, dando um maior destaque para os temas da morte, do<br />
corpo e da memória.<br />
BITTENCOURT, Rodrigo do Prado (UNICAMP). Dimensões<br />
Histórico-Sociais de “A estória de Lélio e Lina”. Ao lermos “A estória<br />
de Lélio e Lina”, vemos um jovem que busca refazer sua vida em<br />
um novo local e lá conhece uma senhora que o ajuda a enfrentar<br />
seus problemas. Mais que isso, vemos o contato do tradicional e do<br />
moderno. Mudanças que deixam Lélio inseguro. Lina o ajuda a se<br />
integrar ao mundo que o angustia. Assim, busco entender a<br />
integração social e a individualidade, nesse texto de Guimarães<br />
Rosa; analisando aspectos históricos e sociais que se relacionam à<br />
vida íntima das personagens e à sua visão de mundo.<br />
BORGES, Fábio (UnB). Apontamentos sobre esoterismo em João<br />
Guimarães Rosa e Johann W. von Goethe: um estudo d’O Recado<br />
do Morro e d’O Conto da Serpente Verde e da Linda Lilie. Em 1795,<br />
Goethe publica “Das Märchen” – ou “O Conto da Serpente Verde e<br />
da Linda Lilie” – numa coletânea intitulada As Conversações de<br />
Emigrantes Alemães, onde apresenta muito do que aprendeu sobre<br />
esoterismo franco-maçom na condição de membro da Grande Loja<br />
de Weimar. Dizia que após 99 tentativas de interpretação do<br />
substrato metafísico do conto apresentaria suas intenções, desafio<br />
que atiçou muitos de seus admiradores. Cento e sessenta e um<br />
anos depois, João Guimarães Rosa publica Corpo de Baile (1956),<br />
coletânea que contém a novela “O Recado do Morro”. Esta estória<br />
sertaneja pode ser lida como um panorama dos conhecimentos<br />
esotéricos do escritor – ele também era franco-maçom – e, talvez,<br />
como uma tentativa de re-interpretar algumas das questões<br />
formuladas por Goethe em “Das Märchen”. Desse modo, propõe-se<br />
uma leitura do modo como alguns dos temas, símbolos e alegorias<br />
comuns a franco-maçonaria são abordados nas referidas obras<br />
literárias dos escritores em questão.<br />
BRITO, Irení Aparecida Moreira (UEMS). Os discursos sobre a<br />
censura, produzidos durante a democracia: um olhar semiótico.<br />
Neste trabalho, que faz parte do Simpósio: Estudos do discurso:<br />
55
questões de subjetividade, de identidade, de cultura e de<br />
preconceito, apresenta-se uma análise do discurso produzido pela<br />
Revista Veja sobre a tentativa, por parte dos órgãos<br />
Governamentais, de censurar os meios de comunicação. A análise<br />
ancora-se na reportagem de capa, publicada pela revista em 18 de<br />
agosto de 2004, edição 1867, intitulada “A tentação autoritária”. O<br />
objetivo é analisar como o texto aborda a questão do autoritarismo<br />
e da censura, durante um período democrático, a partir do olhar<br />
para um passado não muito distante da história brasileira, o período<br />
dominado pela Ditadura Militar. Utiliza-se como aporte teóricometodológico<br />
a semiótica greimasiana, atendo-se ao nível<br />
discursivo do percurso gerativo de sentido, sobretudo à tematização<br />
e à figurativização.<br />
BRITO, Marcia Maria de. (UFMS). Espaço Cultural Glauce Rocha:<br />
A Abertura do acervo Artístico-cultural em Mato Grosso Do Sul.<br />
Tendo por escopo o espaço cultural Glauce Rocha, da cidade<br />
universitária UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul<br />
em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, este trabalho<br />
procurará analisar de forma concisa o acervo artístico-cultural do<br />
espaço citado, por meio de algumas manifestações culturais como<br />
peças teatrais, musicais, espetáculos de dança e seções de<br />
cinema. Para tanto, tomaremos como suporte crítico a obra<br />
Planetas em boca: escritos efêmeros sobre Arte, Cultura e<br />
Literatura, de Hugo Achugar. Na verdade, esperamos, com isso,<br />
traçar um perfil do que se entende por memória e cultura locais em<br />
Mato Grosso do Sul.<br />
BRUNETTO, Andréa. Depois de Auschwitz. Imre Kertész, ganhador<br />
do prêmio Nobel da literatura de 2002, era um garoto de quatorze<br />
anos quando, a caminho do trabalho – já instituído pelos nazistas –<br />
é preso e enviado a Auschwitz. Depois, com o joelho machucado, é<br />
reenviado a Buchewald, e no terceiro campo, o de Zeitz, é<br />
resgatado pelos aliados. Construiu toda uma obra em que o tema<br />
dos Campos de Concentração é onipresente e ele próprio designase<br />
como o sobrevivente de Auschwitz. Sem destino, Fiasco e<br />
Kadish compõem a trilogia na qual constrói sua identificação como<br />
o ‘sobreviente de Auschwitz’. No livro A língua exilada conta que<br />
Auschwitz destruiu sua noção de pátria, nação, povo, que sente que<br />
é de lugar nenhum. “Ante uma aparição como Auschwitz, a lógica,<br />
indiscutivelmente, não nos leva longe: parece que a razão declara<br />
56<br />
falência”. Com a obra de Kertész, este trabalho pretende mostrar a<br />
construção de uma identidade e sua destituição, feita pelo próprio<br />
sujieto, o autor, que em um de seus últimos livros pôde dizer que a<br />
identidade não tem “nenhum significado, não é judeu de lugar<br />
nenhum, é diferente de todos e sua identidade é escrever. Como a<br />
escrita pode sustentar a identidade de um sujeito? Manter sua vida,<br />
seu lugar, dar-lhe um nome? Pergunta que esboçaremos, com<br />
nosso artigo, uma resposta.<br />
BUENO, Gleissy Kelly dos Santos (<strong>UFGD</strong>). Imagens de leitura e<br />
docência na obra A Caligrafia de Dona Sofia de André Neves. O<br />
presente artigo tem por objetivo analisar a obra A Caligrafia de<br />
Dona Sofia de André Neves. Dada a importância da materialidade<br />
da obra produzida para crianças, também será analisado o diálogo<br />
entre texto e ilustração. Vale ressaltar que este trabalho é fruto de<br />
minha pesquisa de mestrado a ser desenvolvida na Faculdade de<br />
Comunicação, Artes e Letras da <strong>UFGD</strong>, no interior do projeto<br />
Imagens de escola e de leitura na literatura infanto-juvenil,<br />
coordenado pela professora Célia Regina Delácio Fernandes no<br />
qual estudo as representações docentes presentes nas obras de<br />
literatura infanto-juvenil compradas para o Programa Nacional<br />
Biblioteca da Escola – PNBE/2008.<br />
BUZZIO, Josiane (UFMS). Contando e encantando. As<br />
transformações pelas quais a sociedade vem passando nas últimas<br />
décadas - consequencia do progresso e do boom tecnológico -<br />
provocaram mudanças sociais e comportamentais com reflexos no<br />
ambiente escolar, inclusive nas relações professor/aluno. Ditas<br />
transformações foram responsáveis também por mudanças nos<br />
métodos de ensino. Em nossa sociedade de consumo, onde os<br />
indivíduos são cada vez mais seduzidos pela imagem, pela<br />
velocidade da tecnologia mediadora da informação, pelos apelos<br />
consumistas e tantas outras facilidades, estimular a leitura, facilitar<br />
o acesso a ela é fundamental. O presente trabalho pretende<br />
possibilitar uma reflexão sobre o processo de formação de leitores<br />
enfocando a “contação” de histórias como estratégia eficiente, que<br />
sobreviveu ao tempo, e tem sido amplamente utilizada nas escolas<br />
nos últimos tempos.<br />
CABAÑAS, Teresa. (UFSM). Na breve existência do intervalo. A<br />
poesia anacrônica de Maria Lúcia Dal Farra. No quadro da vida<br />
57
contemporânea, a dinâmica produtiva encerra a experiência<br />
sensível na órbita do relógio produtivo, criando um mundo<br />
perceptivo direcionado pelo automatismo e a homogeneização, e<br />
caracterizado pela agitação e o burburinho, pelo passageiro e fluido<br />
que incita à mudança contínua do mesmo indistinto. Ações<br />
contrárias e esses direcionamentos são rotuladas de perda de<br />
tempo, um tempo valorizado como bem pecuniário. Nesse contexto<br />
de constrangimento da sensibilidade, propostas poéticas como a de<br />
Maria Lúcia Dal Farra re-introduzem uma outra experiência<br />
temporal, ligada à contemplação e à memória, à imaginação e ao<br />
devaneio, no âmbito da simplicidade dos fatos miúdos admirados<br />
na sua gratuidade. A presente proposta de comunicação se<br />
interessa pelos aspectos que nos livros de poesia da autora - Livro<br />
de auras (1994) e Livro de possuídos (2002) - recolocam o tempo<br />
vagaroso da exploração interior como uma espécie de anacronismo<br />
beligerante, breve intervalo posto contra o turbilhão temporal que<br />
nos devora.<br />
CAMINO, Ana Luisa. (UFPB). Quem tem medo de Tchekhov? – A<br />
tradução da tradição pelo Piollin Grupo de Teatro. Em 1896,<br />
Tchekhov escreve A gaivota, peça na qual o metateatro é tema e<br />
elemento desencadeador dos conflitos centrais. Os jovens Trepliov,<br />
escritor simbolista, e Nina, atriz, estreiam no teatro diante do olhar<br />
reacionário de Arkádina, renomada atriz clássica, mãe de Trepliov.<br />
Na peça, a tensão resultante das posturas estéticas opostas reflete<br />
e potencializa o drama humano do choque de gerações. Em 2006,<br />
o Piollin Grupo de Teatro (PB), monta, a partir de Tchekhov, o<br />
espetáculo “A gaivota (alguns rascunhos)”, e oferece uma reflexão<br />
sobre a viabilidade e significado da representação em nossos dias.<br />
Se no texto apresenta-se a tensão entre divergentes caminhos<br />
estéticos de representação da realidade, na cena essa discussão<br />
desloca-se do 'como' para o 'ainda é possível?'. Neste trabalho,<br />
analisa-se o diálogo criativo e criador do Piollin Grupo de Teatro<br />
com a obra de Tchekhov, privilegiando a observação dos signos<br />
que remetem à própria tradição teatral.<br />
CARVALHO, Maria Luíza Ferreira Laboissière de. (PUCGO).<br />
Narrativas de Viagem e a “Questão do Outro”. O objetivo deste<br />
trabalho é o de situar nos relatos de viagem e na literatura de<br />
viajantes a problemática da alteridade uma vez que a relação com o<br />
outro é sempre paradoxal e que não se dá numa mesma dimensão.<br />
58<br />
A metodologia empregada fundamenta-se nos postulados de<br />
Todorov, em A conquista da América: a questão do outro, 2003.<br />
Afirma o autor que para dar conta das diferenças existentes no real,<br />
é preciso pelo menos três eixos, nos quais pode ser situada a<br />
problemática da alteridade. Primeiramente, um julgamento de valor<br />
(um plano axiológico); em segundo lugar, a ação de aproximação<br />
ou de distanciamento em relação ao outro (plano praxiológico). Em<br />
terceiro lugar, o fato de conhecer ou ignorar a identidade do outro<br />
(plano epistemológico). As três dimensões conquistar, amar e<br />
conhecer são, segundo Todorov, comportamentos autônomos. O<br />
corpus constitui-se de trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha e<br />
excertos da obra de Las Casas. Os resultados da análise indicam a<br />
predominância de alguns dos eixos estabelecidos por Todorov que<br />
contribuem para revelar as variadas dimensões da visualização do<br />
outro no processo de identificação e de reconhecimento da<br />
alteridade entre colonizados e colonizadores.<br />
CARVALHO, Marielle Duarte (<strong>UFGD</strong>); FERNAN<strong>DE</strong>S, Célia Regina<br />
Delácio (<strong>UFGD</strong>). Mapeamento das peças teatrais do programa<br />
Nacional Biblioteca da Escola: 1999-2003. Esta comunicação<br />
pretende discutir resultados parciais do trabalho de Iniciação<br />
Científica (PIBIC-<strong>UFGD</strong>) intitulado O teatro infantil no Programa<br />
Nacional Biblioteca da Escola: 1999-2003, em andamento desde<br />
agosto de 2009, cujo objetivo principal é mapear as peças teatrais<br />
infantis selecionadas para integrarem os acervos do PNBE nos<br />
anos de 1999, 2001, 2002 e 2003, levantando subsídios para a<br />
elaboração da história do teatro infantil brasileiro. Com base em<br />
documentos oficiais (Relatórios, Portarias, Resoluções e Editais),<br />
foram identificadas as peças teatrais adquiridas pelo governo para<br />
as escolas públicas pelo PNBE/1999, 2001, 2002 e 2003;<br />
analisados os critérios que são considerados relevantes na seleção<br />
e na compra desses acervos e, por fim, averiguados quais autores<br />
e quais editoras foram contemplados nos acervos delimitados pela<br />
pesquisa.<br />
CASTRO, Gizylene Clímaco de. (UFMS). O Direito ao Grito: Uma<br />
Leitura de Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos.<br />
Ancorando-se nas contribuições de Ryngaert (1996, 1998), Pavis<br />
(1999) Rosenfeld (1993, 1996) acerca das noções que configuram o<br />
discurso teatral e nos estudos de Quijano (1978) sobre o conceito<br />
de marginalização, o objetivo deste trabalho é demonstrar a<br />
59
existência de invariantes que estruturam o projeto estético-político<br />
do dramaturgo Plínio Marcos na peça Quando as máquinas param<br />
(1967). Por meio da análise e interpretação de contornos<br />
identitários, sociais, ideológicos e histórico-culturais delineados obra<br />
será possível estabelecer relações entre as marcas discursivas<br />
emitidas pelas personagens e a ideologia do seu criador;<br />
observando as influências do meio em que vivem, bem como a<br />
ordem política e econômica do país à época em que a peça foi<br />
produzida .<br />
CAVALHEIRO, Jolnei (<strong>UFGD</strong>). As tendências de relativização<br />
utilizadas nos textos escritos e reescritos por acadêmicos de letras.<br />
Pretendemos, com esta comunicação, apresentar os resultados do<br />
nosso trabalho de iniciação científica "Estudos das estratégias de<br />
relativização em textos escritos e reescritos por acadêmicos de<br />
Letras-habilitação Português/Inglês". Este trabalho vincula-se ao<br />
projeto de pesquisa "Ensino aprendizagem da escrita: estudo da<br />
didática da reescrita e de seu impacto na qualidade textual", em<br />
andamento no curso de Letras FACALE/<strong>UFGD</strong>. Nosso objetivo foi o<br />
de analisar e descrever as estratégias de relativização utilizadas em<br />
textos escritos e rescritos por sujeitos altamente escolarizados<br />
(alunos do 3º ano do curso de Letras FACALE/<strong>UFGD</strong>). O corpus é<br />
formado por 24 textos escritos em primeira versão e 82 reescritos<br />
por acadêmicos matriculados na disciplina Prática de Ensino em<br />
Língua Portuguesa II, durante o segundo semestre de 2008. Os<br />
resultados apontam quais as tendências de relativização mais<br />
utilizadas nos textos escritos por acadêmicos de Letras.<br />
COIMBRA, Rosicley Andrade (<strong>UFGD</strong>). Estouro e libertação em<br />
Lavoura arcaica: corpo, poder e individualidade. Na Idade Média, o<br />
corpo era tido como um signo de corrupção, responsável pela<br />
danação do homem; a ideologia não explicava nem comentava a<br />
vida corporal, negava-a; criando assim um abismo incomensurável<br />
entre a palavra e o corpo. O material corporal representava a parte<br />
mais suja e grosseira que o corpo pudesse produzir, podendo ser<br />
considerado como uma denúncia de um ato pecaminoso. O corpo<br />
era então perseguido: tocá-lo de maneira diferente seria escurecêlo<br />
diante da luz. Em Lavoura arcaica (1975), de Raduan Nassar,<br />
temos toda uma ordem religiosa de recato ao corpo, uma<br />
preocupação em protegê-lo das trevas que ardem do lado de fora<br />
do mundo familiar. O objetivo desta comunicação é apontar a<br />
60<br />
quebra de paradigma feita pelo narrador-personagem André, um<br />
filho pródigo, ao desobedecer as ordens paterna violando as<br />
cercanias que protegem o corpo das trevas. É através desta<br />
profanação ao corpo protegido pela luz que ele emerge como<br />
indivíduo, e através da individualidade requerendo o direito sobre o<br />
próprio corpo resistindo assim ao poder do pai. O corpo como<br />
resistência, com direito a fala, tendo a palavra a seu lado: são estes<br />
os matizes que nortearão esta discussão.<br />
CONCEIÇÃO, Rute Izabel Simões (<strong>UFGD</strong>). A desconstrução do<br />
modelo de redação escolar e a devolução da palavra ao aluno. Esta<br />
comunicação está vinculada às reflexões realizadas na pesquisa<br />
“Ensino-Aprendizagem da Escrita: estudo da didática da reescrita e<br />
de seu impacto na qualidade textual”, em andamento na Faculdade<br />
de Comunicação, artes e Letras (<strong>UFGD</strong>). O recorte teórico da<br />
pesquisa sustentou-se em uma abordagem sócio-histórica e<br />
ideológica da linguagem, conforme asseveram Bakhtin/Volochínov<br />
e Bakhtin (1995 e 2003). A análise dos dados apoiou-se nos<br />
aportes do chamado paradigma indiciário, segundo propõe<br />
Ginzburg (1998), bem como nas qualidades discursivas propostas<br />
por Guedes (2007) e utilizadas como categorias de análise<br />
qualitativa dos textos. Os resultados da análise evidenciam que, ao<br />
longo da escolarização, os alunos, em vez de desenvolverem seu<br />
próprio discurso na escrita, vão reproduzindo certos modelos de<br />
redação, a partir dos modelos oferecidos e valorizados pela escola,<br />
especialmente nas aulas de língua Portuguesa. A desconstrução<br />
desse modelo de redação escolar faz parte do processo de<br />
reconstrução discursiva que pretende devolver ao aluno a sua<br />
palavra, o seu discurso.<br />
CONTI, Maria Aparecida (UFU). Uma história de amor: a<br />
representação sígnica na narratividade. A transformação em texto<br />
televisivo, para a microssérie “Hoje é dia de Maria”, de narrativas<br />
resgatadas da tradição oral, mostram a tentativa de desvelar a<br />
cultura presente na Memória discursiva, identificada, também, nas<br />
danças dramáticas realizadas nas festas tradicionais e folguedos,<br />
entre outros elementos folclóricos da microssérie, formando um<br />
genuíno e interessante trabalho literário com características<br />
culturais do povo brasileiro. Focalizaremos o drama vivido pelas<br />
personagens Maria e o Pássaro/Amado, selecionadas da primeira<br />
jornada da microssérie, para realizarmos este trabalho. Centrando<br />
61
nossa atenção nas duas personagens, estabelecemos o recorte da<br />
obra (escrita e midiática) como “corpus” de análise. Nesse recorte,<br />
queremos enfatizar o fator “encantamento” para falar das relações<br />
de representação e do papel da História e da Memória no processo<br />
discursivo de quatro episódios. Tomaremos o texto da microssérie<br />
como obra literária (no sentido barthesiano) para trabalharmos a<br />
teoria da narrativa ficcional na perspectiva da Análise do Discurso.<br />
CONTIERO, Lucinéia. (<strong>UFGD</strong>). Navalha na Carne: do Palco ao<br />
Cinema. Plínio Marcos é um dos melhores dramaturgos brasileiros,<br />
e também o mais censurado nos anos de ditadura. Além da<br />
linguagem ousada, carregada de gírias e palavrões, o autor levou<br />
para os palcos a impactante miséria econômica e cultural nunca<br />
antes tratada tão cruamente. Através de um discurso<br />
essencialmente verbal, a fauna da escória, com prostitutas,<br />
cafetões, bandidos, pivetes, desempregados, dão margem à<br />
composição de perfis e constituem uma espécie de identidade<br />
marginal. Nesta comunicação busco verificar em que medida a<br />
originalidade dramatúrgica pliniana, forjada pelas personagens<br />
violentas da peça escrita em 1967 foi retomada em filme homônino<br />
(1997), de Neville de Almeida. Proponho uma análise comparativa<br />
entre o texto e o filme Navalha na Carne procurando compreender o<br />
modo como se efetua a adaptação da sintaxe narrativa ficcional<br />
dramática para a sintaxe narrativa fílmica.<br />
COR<strong>DE</strong>IRO, Maisa Barbosa da Silva (<strong>UFGD</strong>); FERNAN<strong>DE</strong>S, Célia<br />
Regina Delácio (<strong>UFGD</strong>). O processo de seleção dos acervos do<br />
PNBE 2008: uma abordagem reflexiva. Este trabalho analisa o<br />
edital de convocação para inscrição de obras de literatura no<br />
processo de avaliação e seleção para o Programa Nacional<br />
Biblioteca da Escola – PNBE 2008. O objetivo é observar quais os<br />
critérios norteadores utilizados para classificar obras de qualidade<br />
durante o processo seletivo dos livros que foram enviados às<br />
escolas estaduais e municipais. Também será abordado, com o<br />
intuito de mostrar a importância de políticas públicas para a<br />
formação de leitores literários, um breve histórico de dois<br />
programas responsáveis pelo envio de livros às bibliotecas<br />
escolares: o PNSL, já extinto e o PNBE. Esta pesquisa foi realizada<br />
como etapa do projeto de iniciação científica, financiado pelo PIBIC<br />
– CNPq, intitulado A leitura no acervo do Programa Nacional<br />
Biblioteca da Escola – 2008: ensino fundamental, vinculado ao<br />
62<br />
projeto de pesquisa Imagens de escola e de leitura na literatura<br />
infanto-juvenil, coordenado pela professora Profa. Dra. Célia Regina<br />
Delácio Fernandes.<br />
COSTA, Rinaldo Vitor da (<strong>UFGD</strong>). Henfil e a Visão do Colonizado<br />
na Metrópole. A visão nutrida pelo brasileiro parece ser marcada<br />
pela visão dual entre o colonizador e colonizado, europeu<br />
sofisticado e selvagem afro-ameríndio. Historicamente percebe-se<br />
um grande anseio do país em parecer branco, europeu e<br />
desenvolvido, não obstante as raízes em grande parte afroameríndias.<br />
Essa dualidade é perceptível e culturalmente intrigante<br />
como demonstra Henfil em O Diário de um Cucaracha, livro em que<br />
revela através de cartas o sentimento de ser latino americano nos<br />
EUA na década de 1970. A permanência nos EUA é reveladora do<br />
Robinson Crusoé e o Sexta-Feira que habitam o brasileiro da classe<br />
média e sua auto-imagem.<br />
DAU, Mayara Regina Pereira (<strong>UFGD</strong>). Para amar os livros. O<br />
presente artigo parte dos resultados de uma pesquisa realizada no<br />
ano de 2009 com jovens de Dourados, MS. As entrevistas<br />
basearam-se em questões relacionadas às aulas de Literatura e<br />
teve como norte a reflexão sobre as aulas dessa disciplina e os<br />
conteúdos estudados. Ao final, foi possível conhecer as<br />
preferências de leitura dos jovens entrevistados e seus reclames<br />
sobre o ensino da Literatura, com foco, muitas vezes, nas escolas<br />
literárias, desconsiderando as suas preferências de leitura. Nesse<br />
sentido, esse artigo reflete se essas aulas contribuem para<br />
despertar o interesse ou os distancia da leitura. Portanto, pensamos<br />
ser importante dar atenção às falas desses alunos e considerar<br />
suas obras preferidas. Acreditamos ser essa uma interessante<br />
forma de iniciá-los nos livros, ensinando-os primeiro a amar a leitura<br />
e assim apresentá-los para a chamada “grande literatura”.<br />
<strong>DE</strong>SIDÉRIO, Bianca Cavichia (<strong>UFGD</strong>). O sentimento de<br />
pertencimento do migrante (ou estrangeiro) fora de seu espaço:<br />
alguns casos da cidade de Dourados – MS. A pesquisa tem por<br />
objetivo analisar os relatos de seis descendentes de italianos que,<br />
vindos de regiões diversas, fixaram raízes na cidade sul-matogrossense<br />
de Dourados. A análise tem por foco a observação dos<br />
processos discursivos que apontam ao grau de pertencimento (e<br />
não-pertencimento) experimentado por um “estrangeiro”, isto é, por<br />
63
uma pessoa que, há anos, vive em um local diferente daquele que<br />
lhe é de origem. Tendo em mente a heterogeneidade que constitui<br />
não somente a base da formação da cidade de Dourados, mas que<br />
também perpassa o cerne de cada sujeito que aqui fixou suas<br />
raízes, suas configurações, é que o trabalho busca, através de<br />
conceitos da Semiótica e da Análise do Discurso, observar, pelo<br />
discurso, de que maneira dá-se o entrelaçamento das premissas<br />
desses estrangeiros às configurações da cidade de Dourados,<br />
revelando, assim, casos de contextos “individuais” que perpassam<br />
as experiências coletivas da cidade.<br />
<strong>DE</strong>TTMER, Silvia Araújo (UFMS); ALMEIDA, Willian Diego de.<br />
(UFMS). Direito a Cultura e a Educação: Uma Peça para Reflexão.<br />
A Constituição Federal de 1988 estatui que o Estado garantirá a<br />
todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes<br />
de cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a<br />
difusão das manifestações culturais, destacadamente as populares,<br />
indígenas e afro-brasileiras e de outros grupos participantes do<br />
processo civilizatório nacional. Neste sentido, constituem patrimônio<br />
cultural brasileiro os bens da natureza material e imaterial<br />
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos<br />
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se<br />
incluem as formas de expressão e aspectos importantes da cultura<br />
nacional. No tocante a doutrina jurídica, Canotilho (1984), José<br />
Afonso da Silva (2001) trazem a ordenação constitucional da<br />
cultura, enfocando que criar cultura, no fundo, consiste em<br />
transformar realidades naturais ou sociais, mediante a impregnação<br />
de valores. Essa constituição cultural formada por referências<br />
culturais, projetadas no teatro, no cinema e na literatura, repercute<br />
no desenvolvimento do indivíduo, na formação educacional do povo<br />
e se materializa no processo educacional do espírito humano de<br />
forma expressiva que se reflete no todo social. Esse processo de<br />
reconstrução visa ao desenvolvimento da pessoa humana que<br />
implica na boa formação moral, espiritual e intelectual cumulada ao<br />
crescimento integral para um melhor exercício da cidadania e<br />
aptidão para o trabalho. Este trabalho objetiva analisar as interfaces<br />
entre direito a cultura, efetivação desse direito e educação de um<br />
povo.<br />
FEIL, Roselene Berbigeier. (<strong>UFGD</strong>). Querido Computador: Hoje<br />
Eu... Muitas vezes aqueles que dizem “Querido caderno” ou<br />
64<br />
“Querido diário” tem dificuldade para se dirigir assim, com o mesmo<br />
afeto e proximidade, a um computador. Ele parece ter mais<br />
consciência e personalidade, como um organismo vivo e<br />
intimidador, se acende, se apaga, dialoga e interage, prega peças e<br />
vigia, se revelando como uma presença quase física, mais forte que<br />
a do caderno, que preenche as vidas solitárias, que faz companhia<br />
nas madrugadas, que leva para todos os mundos e, que promove<br />
encontros com os amigos. Certamente, fatores a se considerar<br />
quando se discute a emergência desse recurso tecnológico como<br />
um possível substituto para o diário convencional. Neste trabalho,<br />
pretende-se debater sobre o prazer do ato de escrever e a riqueza<br />
do registro nos dois suportes, sobre a privacidade do que se diz,<br />
sobre a função terapêutica de expressar-se sem um interlocutor<br />
definido, num processo de fuga e reconstrução de si mesmo, sobre<br />
o distanciamento que a tela proporciona que, por vezes, funciona<br />
como um espelho, onde o indivíduo se observa, ao mesmo tempo<br />
de dentro e de fora. Reconstrução no sentido de poder editar-se,<br />
colar-se, corrigir-se e mudar de opinião a cada entrada, a<br />
possibilidade de “(re)trabalhar” as frases e os parágrafos dando a si<br />
próprio uma precisão deliberada e, se ainda assim não estiver<br />
satisfeito, deletar-se. É preciso ressaltar que essa precisão na<br />
(re)construção de si e da rotina apaga importantes marcas<br />
sentimentais, perdem-se muitas referências que eram agregadas ao<br />
diário em papel: colar imagens, flores secas, papéis de bala são<br />
coisas impossíveis no computador, que tem a capacidade<br />
emocional, neste sentido, mais restrita. Como se pode observar,<br />
muitos são os prós e os contras de se escrever em ambos os<br />
suportes, o que propicia amplo espaço para reflexões teóricas,<br />
como as que serão apresentadas no embasamento das discussões<br />
aqui propostas. Além do estudo teórico, serão apresentados os<br />
resultados de uma pesquisa sobre esta temática, pesquisa esta que<br />
foi conduzida por Philippe Lejeune e que faz parte de O Pacto<br />
Autobiográfico: de Rousseau à Internet (2008).<br />
FERNAN<strong>DE</strong>Z, Sonia Inez G. (UFSM). Mário de Andrade – um caso<br />
de “exercício racional para a liberdade”. O fim a alcançar, segundo<br />
o método proposto por Espinosa, no Tratado da Correção do<br />
Intelecto é o sumo Bem, ou seja, o conhecimento da união que a<br />
mente tem com toda a Natureza. O que equivale dizer, conforme a<br />
proposição XXVIII da Ética IV que “o bem supremo da alma é o<br />
conhecimento de Deus, e a suprema virtude da alma é conhecer a<br />
65
Deus”. A consciência artística que tentou conciliar o individual ao<br />
coletivo fez de Mário de Andrade um caso raro de intelectual<br />
brasileiro para quem a perfeição, a felicidade, a alegria ou Deus, se<br />
quisermos, era sinônimo de busca do conhecimento do verdadeiro<br />
na cultura brasileira. Com base nessas aproximações propomos a<br />
leitura do poema “Lundu do escritor difícil” (A costela do Grã Cão, in<br />
Poesias Completas, 1987).<br />
FERREIRA, Áurea Rita de Ávila Lima (<strong>UFGD</strong>); MARCHI, Maria das<br />
Dores Capitão Vigário (<strong>UFGD</strong>). Textos de lobisomem: cultura e<br />
tradição. Em narrativas orais recolhidas em Mato Grosso do Sul e<br />
em narrativas de textos autorais estabelecem-se limites, tênues às<br />
vezes, criam-se personagens, organizam-se histórias, e confere-se<br />
legitimidade para crenças, costumes que vão compondo um tecido<br />
cultural nacional. Num giro de olhar sobre os textos autorais Fogo<br />
Morto e O Coronel e o Lobisomem e sobre os textos recolhidos em<br />
Mato Grosso do Sul, verifica-se a presença de renovação e ao<br />
mesmo tempo de conservação na construção da personagem<br />
sobrenatural Lobisomem. Os textos orais e os escritos vão se<br />
mostrando como um discurso privilegiado de acesso ao imaginário<br />
de diferentes épocas, povos, culturas, de diálogo com o acervo de<br />
manifestações culturais populares. Reafirma-se a compreensão de<br />
que o multiculturalismo vem configurando-se no bojo de diálogos<br />
intertextuais, interdiscursivos assinalando que os universos culturais<br />
têm funcionado cada vez mais como vasos comunicantes sem que,<br />
no entanto, as particularidades locais e regionais, admitam ser<br />
ofuscadas (CANCLINI, 2000).<br />
FERREIRA, Rafael Cardoso. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cezar.<br />
(UFMS). Macabéa e Pomme: Aproximações Femininas. Clarice<br />
Lispector traduziu, em 1974, o livro A rendeira, do francês Pascal<br />
Lainé. Depois, em 1977, a escritora brasileira publicou o livro A hora<br />
da estrela. Além de várias outras aproximações possíveis entre os<br />
livros, uma que nos chama a atenção dá-se entre as protagonistas<br />
femininas Macabéa e Pomme. Priorizando essa aproximação,<br />
nosso artigo apontará as semelhanças entre ambas as<br />
personagens femininas. Desde já, postulamos que tal aproximação<br />
dá-se, principalmente, pela característica física e social das<br />
personagens, bem como pelas profissões subalternas<br />
desenvolvidas tanto por Macabéa quanto por Pomme. Como se não<br />
bastasse, o lugar no qual ambas estão inseridas dentro da<br />
66<br />
sociedade aproxima-as ainda mais. Além dessas supostas<br />
aproximações, procuraremos destacar outras que se dão no nível<br />
da narrativa.<br />
FERREIRA, Rony Márcio Cardoso (UFMS); NOLASCO, Edgar<br />
Cézar (UFMS). O trabalho da tradução em Clarice Lispector: uma<br />
leitura pós-colonial. O ensaio a ser apresentado visa uma<br />
explanação teórico-crítica acerca da tradução efetuada por Clarice<br />
Lispector na década de 70. Tomar-se-á o livro A hora da estrela<br />
(1977) como uma tradução cultural do livro A rendeira, de Pascal<br />
Lainé, que Clarice traduziu em 1974. Assim, o ensaio se voltará<br />
para os estudos da tradução enviesados pela Literatura Comparada<br />
e os Estudos Pós-Coloniais. É de salutar importância salientar que<br />
a discussão não será a respeito da tradução lingüística realizada<br />
pela escritora, mas sim acerca de como a tradução levada a cabo<br />
suplementa a produção literária de Clarice. Neste caso, o referido<br />
ensaio defenderá que o fato da intelectual ter traduzido o livro<br />
francês pode ter sido a gênese desencadeadora de toda a história<br />
resultante no livro de 1977. Também serão trazidos à pauta da<br />
discussão as noções de reescrita, apropriação e propriedade no<br />
trabalho da citação, inerentes à tradução transcriativa da intelectual.<br />
Flávio Adriano Nantes Nunes (UFMS). Textos sagrados vs<br />
literatura: os sermões bíblicos proferidos pelo pai em Lavoura<br />
arcaica. A teopoética, um ramo da literatura comparada, tem como<br />
objeto de investigação a relação entre a figura de Deus e a<br />
literatura; esta representa uma série de faces d’Aquele se valendo<br />
das narrativas bíblicas. O nosso trabalho demonstrará, por<br />
intermédio de uma análise comparativista, a relação entre alguns<br />
sermões dispostos na Bíblia – entendidos aqui como a palavra de<br />
Deus – e os proferidos por Iohána, patriarca da família. Para<br />
estruturar nosso discurso, lançaremos mãos de algumas<br />
proposições acerca da construção do texto literário que se vale de<br />
outros textos para se arquitetar. As palavras de Leyla Perrone-<br />
Moisés (2006), em seu As flores da escrivaninha, são categóricas<br />
ao abordar sobre o nascedouro da literatura: “A literatura nasce da<br />
literatura; cada obra nova é uma continuação, por consentimento ou<br />
contestação, das obras anteriores, dos gêneros e temas já<br />
existentes” (p.78). Na esteira do pensamento de Perrone-Moisés,<br />
Antoine Compagnon, no livro O trabalho da citação, afirma que a<br />
escrita literária, desde sempre palimpséstica, constitui-se de “[...]<br />
colagem e glosa, citação e comentário” (p. 30). A partir do<br />
67
pensamento de ambos os críticos, queremos pensar que Raduan<br />
Nassar utilizou-se dos escritos sagrados, mais especificamente dos<br />
sermões divinos, para perpetrar a lavoura dos sermões disposta no<br />
interior de Lavoura arcaica.<br />
FOSCACHES, Daniel (UFMS). A palavra entre a lógica da letra e a<br />
sintaxe do inconsciente. Esse artigo estabelece um paralelo entre a<br />
maneira de se conceber as expressões da linguagem – sobretudo a<br />
palavra – na representação escrita da literatura e na representação<br />
falada do inconsciente, sob a perspectiva da lingüística de<br />
Saussure e da psicanálise de Freud e Lacan. O social deve ser<br />
sempre respeitado nas construções literárias, no sentido de estas<br />
terem que utilizar de regras produzidas e aceitáveis coletivamente<br />
para que consiga transmitir o que se pretende; já no nível das<br />
expressões do inconsciente, apesar de este também ser construído<br />
no bojo das relações sociais, o modo como os significantes se<br />
articulam, marcam os sujeitos e se expressam, respeita menos as<br />
convenções e as regras gramaticais do que a história do sujeito e a<br />
forma como este se relaciona com o Outro.<br />
FREITAS, Carin Cássia de Louro de (UFMS). Dois Perdidos numa<br />
Noite Suja: Subalternidade e Dialogismo em Plínio Marcos. O<br />
objetivo deste trabalho é demonstrar a existência de invariantes que<br />
estruturam o projeto estético do dramaturgo contemporâneo Plínio<br />
Marcos na peça Dois perdidos numa noite suja (1992) de modo a<br />
estabelecer homologias entre as estruturas artísticas e as<br />
estruturas mentais dos personagens, e ainda, mencionar a<br />
aproximação do texto pliniano com a poética do autor italiano<br />
Alberto Moravia, no conto O terror de Roma (1985). Com efeito, a<br />
pesquisa centra-se nas contribuições de Palottini (1989), Ryngaert<br />
(1996, 1998), Pavis (1999) e Rosenfeld (1993, 1996) acerca das<br />
noções que configuram o discurso teatral; nos critérios propostos<br />
por Prado (1972, ampliado pelos estudos de Spivak (1985, 1988),<br />
Beverley (2004), Achugar (2006), sobre o conceito de<br />
subalternidade e nos pressupostos teóricos de Bakhtin (1997, 1998)<br />
aliados pelos estudos de Barros & Fiorin (1994) no que se refere ao<br />
dialogismo.<br />
GOMES, Carmelita Rodrigues. (<strong>UFGD</strong>). As Narrativas de Dicke à<br />
Luz da Crítica Estruturalista. A presente comunicação está<br />
vinculada ao objeto de minha pesquisa de mestrado realizada no<br />
68<br />
Programa de Pós-graduação – Mestrado em Letras da <strong>UFGD</strong>. O<br />
objetivo central desta comunicação é investigar como se constitui a<br />
narrativa dentro dos romances de Ricardo Guilherme Dicke, mais<br />
precisamente na obra “Caieira” (1978) e “Madona dos Páramos”<br />
(1981). Para tanto, será considerada a análise estrutural da<br />
narrativa enfatizando as contribuições dos teóricos Tzvetan Todorov<br />
e Gérard Genette no que tange a narrativa como história e discurso<br />
e em que aspecto a estrutura defendida por eles contribui para<br />
formar um todo coerente. Uma das finalidades é verificar como<br />
cada um dos elementos presentes tais como a metáfora, o<br />
monólogo, a descrição cumpre com a função de ressignificar o<br />
objeto - objetivo principal da metodologia estruturalista.<br />
GRACIANO, Marcos Danilo. (<strong>UFGD</strong>). Uma Possível Orientação<br />
Ética no Romance L'enfant de Sable de Tahar Ben Jelloun. O<br />
presente trabalho objetiva analisar uma “possível” orientação ética<br />
no romance L’Enfant de Sable de Tahar Ben Jelloun. A partir desse<br />
objetivo, busca-se inserir esta análise no domínio da relação entre<br />
ética e estética, problematizando os conceitos tais como a<br />
interdisciplinaridade, entre filosofia, religião e literatura, e a relação<br />
entre identidade e alteridade. Tahar Ben Jelloun em todas as suas<br />
produções se interessa muito pelas disfunções sexuais de maneira<br />
geral e, toda a sua obra é sempre povoada de personagens<br />
marginais, à procura da sua identidade sexual e social. Em sua<br />
maestria como contador de histórias, Ben Jelloun nos apresenta<br />
uma escrita concisa, mas plena de imagens poéticas e líricas, que<br />
envolve o leitor no seu universo mágico. Narradores duvidosos e<br />
diferentes pontos de vista sobre a mesma história contribuem<br />
também para uma atmosfera mística. O livro apresentado na<br />
realidade é uma narrativa de um fato real, um reflexo dos costumes<br />
e da tradição de um povo. Há uma multiculturalidade colocada em<br />
jogo neste trabalho, cujo enfoque é a relação dialética entre<br />
identidade e alteridade.<br />
GUALDA, Linda Catarina. (UNESP). A Relação Intersemiótica<br />
Entre Literatura e Cinema: Elo e Confronto. Um estudo comparativo<br />
entre literatura e cinema só se realiza pelo fato de existirem<br />
algumas aproximações entre ambas as artes, sendo a estrutura<br />
narrativa e a impressão de realidade um dos principais elos entre as<br />
duas. Para muitos teóricos, o código que um romance e sua<br />
tradução fílmica mais compartilham é o código narrativo e esse<br />
69
discurso narrativo é uma camada autônoma de significação com<br />
uma estrutura que pode ser isolada da linguagem específica que o<br />
transmite. De fato, o romance e o filme são basicamente iguais em<br />
termos de capacidade de significar. Os dois meios usam e<br />
distorcem o tempo e o espaço, e ambos tendem a usar a linguagem<br />
figurativa ou metafórica. Entretanto, muitas são as disparidades<br />
entre uma linguagem e outra: a palavra e a fotograma, a<br />
representação de imagens ao invés da reprodução de imagens, as<br />
diferenças na noção de tempo e imagem, entre outras. Pensando<br />
nisso, fica claro que a verbalidade da literatura muitas vezes não<br />
pode ser traduzida para a iconicidade do cinema. Isto posto, o<br />
objetivo desta comunicação é discutir as relações entre literatura e<br />
cinema em níveis teóricos, considerando que ambas as artes<br />
possuem elos e diferenças. Da mesma maneira que a literatura foi a<br />
expressão artística de maior repercussão nos séculos XIX e XX, o<br />
cinema desponta hoje como a arte universal, aquela que agrega o<br />
maior número de interessados. Nesse sentido, o estudo comparado<br />
entre essas duas expressões permite uma análise da extraordinária<br />
contribuição que uma arte traz à outra.<br />
GUBERT, Marilena Aparecida (<strong>UFGD</strong>); ALVES, Anisia Pedroso.<br />
Uma análise sobre a nova correção das provas do ENEM. A<br />
proposta dessa comunicação tem como ponto de partida as<br />
correções das provas do Exame Nacional do Ensino Médio –<br />
ENEM. A idéia é enfocar o chamado Boletim Individual de<br />
Resultados, que é enviado via correio para os alunos que prestaram<br />
o Exame. Como o nome indica, o Boletim informa a performance do<br />
aluno na Prova. Nossa proposta compara os Boletins de 2008 e<br />
2009. A primeira coisa que nos chama a atenção é a interpretação<br />
dos dados que aparece no Boletim do ENEM 2008 que é clara,<br />
didática e acessível ao aluno, o que contrasta com o<br />
correspondente a 2009, que traz uma simples comunicação de<br />
resultado sem análise ou interpretação, aspecto que, dentre outros,<br />
dificulta a compreensão dos resultados da prova e,<br />
conseqüentemente, o desempenho do aluno. O objetivo é contribuir<br />
para a compreensão das mudanças do novo ENEM, recentemente<br />
implantadas.<br />
GUILARDUCI, Cláudio. (UEMG), processo criativo: a experiência<br />
no jogo e na arte. Para reflexão sobre as impossibilidades e<br />
incertezas da criação artística para pensar o sujeito a partir da<br />
70<br />
noção de fragmento, tema do simpósio literatura e arte nas ficções<br />
da subjetividade, é necessário seguir alguns caminhos<br />
benjaminianos. A noção de “constelação” – pontos isolados, tais<br />
como estrelas perdidas na imensidão de um universo escuro, só<br />
pode receber um nome quando algum traçado os une construindo<br />
uma imagem – que Benjamin utilizou em sua teoria da verdade para<br />
discutir que os sentidos construídos do passado revelam a<br />
compreensão do presente. É no detalhe, no resto e na ruína que<br />
será possível configurar formas outras de entendimento da história.<br />
Nesse sentido, partindo do pressuposto de que jogo e arte são<br />
representações elaboradas em espaços vazios que não admitem a<br />
linearidade temporal, mas que possibilitam fazer experiência e, por<br />
conseguinte, formular conhecimento, que se pretende refletir sobre<br />
o processo criativo existente na Arte e no Jogo.<br />
HERRIG, Fábio Luiz de Arruda. (<strong>UFGD</strong>). Selva Trágica: Problemas<br />
e Perspectivas. A interdisciplinaridade se impõe aos olhos dos<br />
pesquisadores das mais diversas áreas, nessa esteira, este<br />
trabalho se propõe abordar a obra Selva trágica, de Hernâni<br />
Donato, através de uma visão que passeia por diversas áreas do<br />
saber: Literatura, Cinema, História e Filosofia. A respeito desta<br />
última, vale salientar que ela surge da proposta do filósofo francês<br />
Paul Ricoeur, que postula uma análise do texto através do conflito<br />
das interpretações, que visa o diálogo entre as mais diversas<br />
teorias, para que assim se possa forma uma teia dialógica,<br />
enriquecendo a abordagem teórica. Ademais, não se pretende<br />
apresentar resultados neste trabalho, apenas problemas e<br />
perspectivas, que por sua vez, serão elaboradas no decorrer do<br />
curso de mestrado.<br />
IGUMA, Andréia de Oliveira Alencar (<strong>UFGD</strong>); FERNAN<strong>DE</strong>S, Célia<br />
Regina Delácio (<strong>UFGD</strong>). Representações e imagens de leitura na<br />
obra Beto, o Analfabeto. A obra Beto, o Analfabeto, selecionado<br />
pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola – PNBE no ano de<br />
2009 retrata a história de um super herói “diferente” que tinha<br />
sempre em companhia diversos livros. A análise desta, parte da<br />
noção de que a leitura é muito mais do que decodificação de<br />
códigos, ela se faz presente no cotidiano da maioria das pessoas, e<br />
se tornou requisito indispensável para a participação na sociedade.<br />
Como disse Chartier (1999, p.77) ler é apropriar-se do inventar e<br />
produzir significados, reforçando que ler não é repetir, traduzir,<br />
71
memorizar e/ou copiar ideias transmitidas pelos diferentes tipos de<br />
textos, mas que a leitura pode propiciar ao leitor através de seus<br />
diferentes gêneros uma localização cultural, contribuindo de<br />
maneira única para a formação de um leitor crítico e competente ao<br />
articular o mundo das palavras com o seu eu mais profundo e a<br />
comunidade onde ele se insere.<br />
JUNIOR, Paulo Nogueira de Souza. (UFMS); ENEDINO, Wagner<br />
Corsino. (UFMS). Pontos Divergentes e Convergentes na<br />
Linguagem Teatral de Plínio Marcos. Com base nos estudos de<br />
Zola (1982) e Rosenfeld (1993, 1996) no que tange os aspectos<br />
que regulamentam o Naturalismo, nos pressupostos teóricos de<br />
Palottini (1989), Ryngaert (1996, 1998) e Pavis (1999) acerca dos<br />
modos como se configura o discurso teatral, e nas contribuições de<br />
Mendes (2009) e Enedino (2009) sobre a poética do dramaturgo<br />
contemporâneo Plínio Marcos, este trabalho tem por finalidade<br />
expor as diferenças e as similaridades no que se refere à linguagem<br />
exercida pelas personagens contidas no teatro pliniano. Dessa<br />
forma, serão enfocadas as peças O abajur lilás (1969) e Balada de<br />
um palhaço (1986). Nestas obras, se acentua uma linguagem<br />
totalmente dispare, pois se observa considerável mudança no<br />
projeto estético do autor. Na primeira, o autor faz uso de um<br />
discurso notadamente marcado pela marginalidade e singular<br />
violência verbal, a qual revela uma linguagem despida de<br />
ornamentos; procurando retratar, sem lentes embelezadoras,<br />
aqueles que estão à margem da sociedade. No que se refere à<br />
segunda obra, o dramaturgo recorre a um discurso permeado de<br />
lirismo e reflexão da arte. Com efeito, em ambas as peças, Plínio<br />
Marcos mantém traços do seu projeto artístico: o de falar às<br />
massas atribuindo ao texto dramático um forte apelo político-social.<br />
KAIMOTI, Ana Paula Macedo Cartapatti. (UEMS-UNIGRAN). A<br />
Ciudade Morena de Diegues e o Portunhol Selvagem: Lengua<br />
Poetica em movimento. O cenário da produção poética<br />
contemporânea testemunha a construção de uma línguamovimento,<br />
o “Portunhol Selvagem” (AMARANTE, 2009), a partir da<br />
qual poetas-prosadores de pontos variados do Brasil, Paraguai e<br />
Argentina e de suportes variados, que vão do livro à world wide<br />
web, reinventam o quadro cultural das regiões fronteiriças comuns<br />
aos falantes do espanhol, do guarani e do português. Visto de<br />
longe, o movimento configura uma cartografia literária específica,<br />
72<br />
local e global, que revê os valores nos quais se baseiam,<br />
tradicionalmente, as relações entre o centro e a periferia. Mais de<br />
perto, propomos a leitura de um dos poetas que compõem essa<br />
nova cartografia, Douglas Diegues, particularmente do soneto<br />
salvage que inicia a obra Dá gusto andar desnudo por estas selvas<br />
(2002), no qual essa lengua poetica movimenta-se em múltiplas<br />
direções e expõe as contradiçoes do processo no qual o próprio e o<br />
alheio são constituídos e reelaborados.<br />
LAZARIN, Denize Helena. (UNICENTRO). Da palavra de Humbert<br />
à imagem de Lolita: o cinema como criador do mito da ninfeta. Esta<br />
investigação tem como foco a análise da criação e difusão do mito<br />
Lolita pelo cinema através de duas adaptações cinematográficas do<br />
romance de Nabokov (1955): uma produzida por Stanley Kubrick<br />
em 1962 e outra por Adrian Lyne em 1997. Sabendo que, neste<br />
caso, o horizonte de expectativa é formado principalmente através<br />
dos textos fílmicos, e não do texto literário, o que prevalece é a<br />
interpretação favorável à menina-ninfeta que seduz o adulto como<br />
vemos nos textos fílmicos, e não ao pedófilo que alicia a criança<br />
como lemos no texto literário. Neste sentido, a obra de Nabokov é<br />
submersa pelas expectativas geradas pelos textos fílmicos,<br />
exigindo deste estudo uma desmistificação em torno da<br />
personagem Lolita. Para verificar como a alteração, a supressão e o<br />
acréscimo de trechos nas versões cinematográficas recriam uma<br />
nova obra nos baseamos em estudos de Barthes (1980), Kobs<br />
(2007) e Vickers (2008).<br />
LEE, Gracia (UEMS). O desembarque de Granma no conto de Julio<br />
Cortázar. O presente trabalho refere-se a uma análise do conto<br />
“Reunión” de Júlio Cortázar na qual abordará o contexto<br />
histórico/social presentes no mesmo. Este conto foi publicado em<br />
1966 no livro Todos los fuegos el fuego. Nele o autor faz uma clara<br />
celebração à Revolução Cubana, mais especificamente ao foto<br />
histórico conhecido como o “desembarque de Granma”. Porém,<br />
Cortázar, em nenhum momento, menciona o nome deste fato, mas<br />
é possível assimilar com as características dos personagens e pela<br />
descrição do ambiente. Diante disso, a análise consistirá em<br />
compará-lo com o fato real. É resultado de uma pesquisa<br />
bibliográfica e tem como suporte básico a obra Teoria do Conto de<br />
Nádia Battella Gotlib e o livro sobre a Revolução Cubana de Gott.<br />
73
LEITE, Tamiris Batista. (UNESP). Os Elementos Dramáticos em<br />
Sagarana: O Duelo, Filme de Paulo Thiago. A partir das reflexões<br />
tecidas sobre o drama no teatro em Uma anatomia do drama (1978)<br />
de Martin Esslin, buscaremos mostrar quais são os elementos<br />
dramáticos em Sagarana: o duelo (1973), de direção, roteiro e<br />
produção de Paulo Thiago. Valer-nos-emos de teóricos da narrativa<br />
como Claude Brémond (1971; 1972) e Gerard Genette (1979), e de<br />
estudiosos do cinema como Marcel Martin (2007), Jacques Aumont<br />
(1995), Robert Stam (2008) e Linda Seger (2007). Nosso intuito é<br />
chamar a atenção para as características intrínsecas da construção<br />
desta obra cinematográfica, no estudo da transposição dos<br />
elementos ficcionais e compositivos constantes do conto Duelo de<br />
Guimarães Rosa, inserido na obra Sagarana (1946), que serviu<br />
como fonte de adaptação livre, além de outras associações que<br />
podemos traçar com diferentes obras do escritor, em função da<br />
poeticidade da obra literária.<br />
LIMA, Carina Bertozzi de. (UEL). Ciranda de Pedra: Uma Pequena<br />
Análise sob a Luz de Schopenhauer. O artigo se propõe a fazer<br />
uma pequena análise literária da obra Ciranda de Pedra, de Lygia<br />
Fagundes Telles, à luz da teoria filosófica de Arthur Schopenhauer.<br />
Procuramos apreender na obra nuances do pensamento de<br />
Schopenhauer no que tange a um profundo pessimismo que<br />
permeia as relações sociais entre os personagens. A ação da<br />
Vontade, principal tema do pensamento deste filósofo, também é<br />
observada na forma como os personagens são conduzidos na<br />
trama. Em vidas onde o eterno pêndulo da Vontade oscila entre a<br />
satisfação de desejos e o tédio, as relações amorosas e sociais<br />
entre os personagens nada mais são que a ação desta força<br />
conduzindo os seres humanos a agir segundo a Sua determinação.<br />
LIMA, Grazielli Alves de. (<strong>UFGD</strong>); SANTOS, Paulo Sergio Nolasco<br />
dos. (<strong>UFGD</strong>). Um Olhar Interartístico: Raquel Naveira e Iídia Baís.<br />
Direcionar um olhar investigativo para duas expressões relevantes<br />
da cultura sul-mato-grossense exerce, no mínimo, demasiado<br />
fascínio. De um lado temos a precurssora das obras plásticas sulmato-grossenses;<br />
do outro, uma escritora de abordagens<br />
extremamente plurais. Naveira, fascinada por Lídia, retrata de<br />
maneira poética, as particularidades da vida e da obra da artista,<br />
propagando, dessa forma, a personagem intrigante; a artista de<br />
74<br />
alma amarrada e flagelada. Dentro da pluralidade temática de<br />
Naveira, escolhemos as abordagens que revelam os aspectos<br />
pictórico-poéticos em sua obra. Naveira tem-se mostrado porta-voz<br />
das correspondências interartísticas, pois encontramos em sua<br />
poética um considerável acervo de poesias que nos remetem a<br />
artes plásticas. A fim de exemplificar essa correspondência<br />
interartística de Raquel Naveira e Lídia Baís, selecionamos para a<br />
presente comunicação os poemas “Confissão de uma monja” e<br />
“Fazenda das moças” de Fonte Luminosa; e “Pensão Pimentel” e<br />
“Sacristia” de Via sacra.<br />
LOPES, Delvanir. (UNESP). Uma Leitura Filosófica de Solombra,<br />
de Cecília Meireles. Obra da maturidade ceciliana, Solombra (1963)<br />
é um livro enigmático, porque seus poemas trabalham o tempo todo<br />
com a ambiguidade. Nem Sol nem Sombra, mas Sol-Ombra. A<br />
partir desse dado, e referenciados por escritos de Martin Heidegger<br />
(1889-1976), filósofo da existência, analisamos os poemas da obra.<br />
O ideário filosófico é útil na medida em que amplia o horizonte do<br />
leitor e as possibilidades de leitura dos poemas. Portanto, a<br />
intenção primeira é um estudo literário, mostrando a pertinência de<br />
uma chave de leitura que parte da filosofia, e que auxilia no<br />
desvelamento dos enigmas propostos em Solombra. Alguns temas<br />
cecilianos como: a existência, o estar-no-mundo, efemeridade, a<br />
morte e a poesia, também fazem parte do universo heideggeriano,<br />
daí a razão porque a aproximação entre ambos, literatura e filosofia,<br />
torna-se possível e cada um deles pode iluminar o outro.<br />
LOPES, Jucimar. (UEMS). A Construção do Modelo de Herói. O<br />
Herói é uma figura imprescindível na realidade social e os valores<br />
que lhe são atribuídos variam conforme o contexto sócio histórico.<br />
No homem concreto, o Herói assume o posto de figura arquetípica,<br />
funcionando como parte da estrutura psicossocial nas organizações<br />
sociais, e assim, cada indivíduo lhe atribui características<br />
particulares. Contudo, no todo social, essa figura terá atributos<br />
muito semelhantes porque é a partir do fator cultural que seu<br />
conceito é formado. Como as artes em geral são meios que<br />
exprimem os sentimentos humanos, conseguintemente, as<br />
qualidades do herói social estarão presentes no herói literário,<br />
permitindo-nos analisá-lo a partir do viés literário.<br />
75
LOPES, Pedro (USP). Entre línguas e sotaques: um estudo de caso<br />
na África do Sul. A África do Sul é um país com uma história<br />
recente inflamada por lutas por direitos. O fim do Apartheid e a<br />
criação de ações afirmativas marcam importantes lances nesse<br />
campo. Este trabalho enfoca algumas recentes reverberações<br />
desses marcos nas experiências da vida de jovens, na Cidade do<br />
Cabo. Nesse contexto, a competência em diferentes línguas e<br />
sotaques emerge como uma estratégia de disputa social,<br />
econômica e identitária, carregada de representações que<br />
rememoram os longos anos da política de racismo legal. Por meio<br />
da análise de entrevistas realizadas na pesquisa “Relations among<br />
“race”, sexuality and gender in different local and national contexts”,<br />
financiada por Fundação Ford e CNPq, pretende-se explorar essas<br />
estratégias enquanto manobras possíveis num complexo campo de<br />
poder. Esta comunicação se insere no contexto de minha pesquisa<br />
de iniciação científica, que desenvolvo desde 2008, sob orientação<br />
da Professora Laura Moutinho, tendo contado com bolsa FFLCH e<br />
Santander.<br />
LUIZ, Tiago Marques (UFSC). O videoclipe thriller, de Michael<br />
Jackson: uma sucinta análise semiótica. O videoclipe é um suporte<br />
de linguagem relativamente recente, que conta com diversos<br />
recursos de significação, tanto verbais quanto não verbais.<br />
Considerando seu alto grau de aceitação e de veiculação, bem<br />
como sua recente aparição, acredita-se que trabalhos de análise e<br />
estudos possam contribuir para a consolidação do lugar desse<br />
veículo enquanto suporte de significação. Será tomado como objeto<br />
de análise semiótica, o videoclipe “Thriller”, de Michael Jackson,<br />
com base na semiótica textual de Algirdas Julien Greimas. A<br />
metodologia consiste na análise dos efeitos de ficção e realidade<br />
presentes no videoclipe, como também os processos semióticos de<br />
produção de sentido com os quais o videoclipe conta em suas<br />
ambas produção e recepção. Dentre os níveis que compõem a<br />
semiótica textual, a análise se restringirá respectivamente aos<br />
níveis fundamental e narrativo.<br />
LUNA, Sandra. (UFPB). As Mulheres de Ibsen na Moderna<br />
Dramaturgia Norte-americana: Nora Revivida. Ibsen adentra a<br />
história do teatro como o mais influente dramaturgo dos tempos<br />
modernos. Para se ter uma idéia do impacto de suas produções<br />
em relação aos impasses vivenciados pelo teatro romântico,<br />
76<br />
considere-se a forma como Ibsen encontrou soluções dramáticas<br />
para tramas que não mais admitiam protagonistas nobres, mas<br />
ainda precisavam de heróis, não mais consentiam em uma<br />
linguagem retórica elevada, mas ainda careciam de poesia. As<br />
peças de Ibsen consubstanciam, ao mesmo tempo, os sonhos dos<br />
românticos e as desilusões dos realistas, delineando a poesia do<br />
palco para o drama social. Vislumbrando no próprio projeto<br />
romântico a solução para o heroísmo dramático, Ibsen instilou<br />
doses tão elevadas de liberdade e vontade consciente em seus<br />
protagonistas, que estes transcenderam seus textos, influenciando<br />
o teatro das décadas seguintes. Este trabalho segue os passos de<br />
Nora, que deixa sua Casa de Bonecas para assumir novos papéis<br />
na dramaturgia Norte-Americana do século XX.<br />
MACÁRIO, Paula Gomes. (UNICAMP). Três Canções: Um Estudo<br />
da Parceria Pierre Louÿs e Debussy. O trabalho que se apresenta<br />
está inserido em um estudo mais amplo, meu doutoramento a<br />
respeito do escritor francês Pierre Louÿs (1879 – 1925). Pouco<br />
conhecido do público brasileiro, Louÿs faz parte de uma galeria de<br />
figuras um tanto tênues no contexto dos estudos literários. No<br />
entanto, sua obra a um só tempo ornamental e subversiva possui<br />
valiosos pontos de interesse. Um desses pontos é o conhecimento<br />
e a habilidade deste escritor como esteta e o conseqüente<br />
envolvimento de sua obra com o universo das artes em geral. Um<br />
dos episódios atraentes de sua produção é, sem dúvida, a parceria<br />
com o músico Claude Debussy, que gerou, em especial, um<br />
conjunto de peças chamado Três canções de Bilitis. Objeto sobre o<br />
qual nos debruçamos interessados no intercâmbio entre música e<br />
poesia e, ainda mais, no que a história desta amizade e parceria<br />
pode revelar sobre a criação dos dois artistas.<br />
MACEDO, Sheyla (UNICAMP). Sobrevivência pela Máquina da<br />
Escrita. Este trabalho pretende compartilhar, no simpósio<br />
“Literatura, artes e mídias: as produtivas relações” percursos da<br />
pesquisa “Sobrevivência pela máquina da escrita”, cujo enfoque foi<br />
a chamada de um pensamento das artes e da filosofia – com A<br />
invenção de Morel (Casares, 2008) e Sobre a verdade e a mentira<br />
(Nietzsche, 2007) – para conversar implicações políticas das<br />
apostas linguageiras da divulgação científica. Quando pressupõe<br />
que o pensamento elabora a si mesmo sem tatear a temporalidade<br />
das palavras que o constitui, utilizando a linguagem utilitariamente<br />
77
no registro, a divulgação científica se envolve em ironias que<br />
trazemos para serem pensadas com os conceitos de vida<br />
(oralidade) e morte (escrita) da palavra com Rancière e<br />
Deleuze&Guattari. Nossa problemática é a necessidade de<br />
correspondências representativas, onde questionamos a<br />
potencialidade crítica da desordenação destas, não absolutamente,<br />
mas em frestas – quases que acontecem onde as fronteiras entre<br />
arte e política se tornam indiscerníveis.<br />
MACHADO, Isloany Dias (FCL-MS). A hora da estrela: o corpo, a<br />
palavra e a morte. Este trabalho tem como objetivo compreender<br />
como a literatura, em sua interface com a psicanálise, fala do corpo.<br />
Para tanto, partimos da obra “A Hora da Estrela”, da autora Clarice<br />
Lispestor. Nesta obra, Lispector fala de Macabéa, uma moça que<br />
tinha um viver “ralo”. A personagem não quer saber sobre si e a<br />
única vez que se pergunta “quem sou eu?” fica tão estupefata que<br />
para completamente de pensar. Vai vivendo até o momento em que<br />
se vê diante de afirmações de uma cartomante que a fazem pensar<br />
à força. É o momento crucial do livro, pois o corpo de Macabéa é<br />
dado em sacrifício quando as palavras passam a invadi-lo mais<br />
intensamente. É possível compreender, ao longo desta obra de<br />
Lispector, como o corpo é atravessado pela linguagem, assim como<br />
na afirmativa lacaniana de que o corpo só existe pela incorporação<br />
da estrutura da linguagem. Trabalharemos também a articulação do<br />
romance com a questão da debilidade do imaginário, partindo do<br />
Seminário RSI de Lacan, em que afirma que os seres falantes são<br />
destinados à debilidade e que sem a linguagem, nem<br />
suspeitaríamos dessa imbecilidade. O livro provoca um riso<br />
nervoso, que faz com que o leitor reflita sobre a crueza de um corpo<br />
no qual as palavras estão sufocadas.<br />
MAIA, Eduardo. (UFPE). Tempos Pós-filosóficos: Literatura e<br />
Crítica Literária em Richard Rorty. Pretendemos discutir as relações<br />
estabelecidas entre Filosofia, Literatura e Crítica Cultural pelo<br />
pensador neopragmatista norte-americano Richard Rorty.<br />
Mostraremos o lugar privilegiado que as narrativas literárias e a<br />
crítica cultural assumem na visão de mundo pós-religioso e pósfilosófico<br />
de Rorty em seu livro Contingência, ironia e solidariedade,<br />
de 1989. É patente, na obra desse filósofo tão peculiar (e talvez<br />
seja até impróprio classificá-lo como tal), a maior relevância que a<br />
literatura assume frente à filosofia, e a maior importância atribuída à<br />
78<br />
crítica literária e cultural em comparação com o discurso filosófico<br />
argumentativo. Essa proeminência é resultado do poder que a<br />
literatura tem de colocar a ética em contexto, como “um exercício<br />
prático de construção moral e política”. O romance, gênero<br />
especialmente analisado pelo autor na obra citada, seria o sinônimo<br />
de "utopia democrática" e de raciocínio ético colocado diante de<br />
circunstâncias reconhecíveis da experiência humana individual e<br />
social.<br />
MANSUR, Felipe. (UERJ). A Ética da Ficção de Machado de Assis.<br />
O trabalho procurará analisar a ironia na obra de Machado de Assis<br />
como um constitutivo ético fundamental para a afirmação de sua<br />
literatura. Através da leitura de Memórias póstumas de Brás Cubas,<br />
pretende-se demonstrar de que maneira a opção estética realizada<br />
por Machado afirma-se como uma reação ao primado realista do<br />
século XIX. Profundo conhecedor de filosofia e questionador dos<br />
modismos estéticos e ideológicos de seu tempo, Machado de Assis<br />
soube, através de sua ficção, construir um mundo incomum à sua<br />
época, revelando a consciência em um sujeito capaz de ir muito<br />
além do cientificismo e do positivismo até então vigentes no<br />
pensamento oitocentista.<br />
MARTINS, Geraldo Vicente (UFMS). Identidade no espelho: uma<br />
leitura de “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa. À luz da<br />
semiótica discursiva, focalizando alguns dos elementos do nível<br />
discursivo, o presente trabalho pretende discutir a constituição da<br />
identidade do sujeito protagonista de “A terceira margem do rio”,<br />
conto presente no livro Primeiras estórias, do escritor mineiro<br />
Guimarães Rosa. Toma-se como ponto de partida para as<br />
discussões a hipótese de que tal identidade forja-se com base em<br />
um viés negativo, posto em relevo na confrontação entre as<br />
características que se desdobram do agir da personagem citada e<br />
da figura paterna, que o acompanha ao longo de toda a narrativa.<br />
É, portanto, a formação às avessas dessa identidade que a análise<br />
buscará evidenciar.<br />
MARUCCI, Quelciane Ferreira. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cézar.<br />
(UFMS). As Portas do Magma: A Literatura de Ficção Científica<br />
Brasileira na Tela do Computador. A ficção científica brasileira não<br />
mais gravita somente nos conhecidos livros impressos. Sobrevive<br />
agora também nas terras subterrâneas dos blogs e bibliotecas<br />
virtuais. É o caso do e-book As portas do magma, de Miguel<br />
79
Carqueija e Jorge Luiz Calife. Esse livro eletrônico está disponível<br />
no site www.scarium.com.br gratuitamente. Encontra-se, nessa<br />
narrativa, uma homenagem aos enredos de histórias que discorrem<br />
sobre a existência de outros mundos, ou seja, civilizações<br />
desconhecidas que existem despercebidas sob a superfície da<br />
Terra. Como exemplo desse tipo de narrativa, podemos mencionar<br />
a obra Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. Para tanto,<br />
analisaremos o e-book sob a perspectiva da teoria de ficção<br />
científica e também sob a ótica em torno da cibercultura.<br />
MIHO, Sílvia Regina Gomes (<strong>UFGD</strong>). Poesia e poéticas em meios<br />
eletrônicos. Esta comunicação tem como objetivo tecer algumas<br />
considerações a respeito de poéticas contemporâneas e suas<br />
relações com os meios eletrônicos e digitais. Partindo do conceito<br />
de poética desenvolvido por Bernstein (1991), e as idéias<br />
defendidas por Hayles (2008), tentaremos examinar as relações<br />
formais existentes entre poéticas da segunda metade do século xx<br />
e o início do século XXi, enfocando, principalmente, a poesia norteamericana<br />
a partir dos movimentos “New American Poetry”, da<br />
década de 1970 e LANGUAGE Poetry, da década de 1980,<br />
comparando-os com poemas e textos críticos em meios eletrônicos<br />
MIQUELETTI, Eliane Aparecida (UEMS). A desnutrição infantil<br />
indígena em Dourados no olhar da revista Claudia. Este trabalho<br />
integra o Simpósio: Estudos do discurso: questões de subjetividade,<br />
de identidade, de cultura e de preconceito e apresenta a leitura de<br />
parte da reportagem “Bebês morrendo de fome e nada acontece”<br />
divulgada pela revista CLAUDIA em julho de 2007. O texto trata dos<br />
casos de desnutrição infantil indígena em Dourados. O objetivo é<br />
observar como um veículo de circulação nacional aborda a temática<br />
da desnutrição. O embasamento teórico buscado é o da Semiótica<br />
greimasiana. A análise efetuada se concentrará no nível discursivo<br />
do percurso gerativo de sentido, este integra as projeções da<br />
enunciação no texto e a sua cobertura semântica onde se verifica a<br />
escolha de temas e de figuras.<br />
MORAES, Anita Martins Rodrigues de (USP-FAPESP). Ficção e<br />
etnografia: o problema da representação em Os papéis do inglês,<br />
de Ruy Duarte de Carvalho, e Nove noites, de Bernardo Carvalho.<br />
Seja na elaboração de etnografias, seja na elaboração de romances<br />
e textos de crítica literária, convive-se com o problema da natureza<br />
80<br />
das relações entre discurso e realidade de maneira permanente.<br />
Pretende-se, aqui, lidar com essa questão a partir do estudo e<br />
comparação de dois romances contemporâneos: Os papéis do<br />
inglês (2000), de Ruy Duarte de Carvalho, e Nove noites (2002), de<br />
Bernardo Carvalho. Ambos, recorrendo a estratégias<br />
composicionais por vezes semelhantes, problematizam a esperada<br />
objetividade tanto do discurso etnográfico como romanesco,<br />
boicotando um paradigma de representação realista que se<br />
manteve com bastante vigor em ambos os domínios discursivos ao<br />
longo do século XX.<br />
MOURA, Andiara Maximiano de (UEM). A construção de<br />
personagens femininas em Vozes num divertimento, de Luci Collin.<br />
Devido à tradição patriarcal, a mulher foi, durante muito tempo,<br />
subjugada e/ou silenciada em múltiplas frentes sociais, dentre elas<br />
do universo cultural e literário. Tendo isso em vista, bem<br />
como nosso trabalho de monografia, orientado pela Profa. Dra.<br />
Lúcia Osana Zolin, e o projeto de pesquisa “A personagem na<br />
literatura de autoria feminina paranaense” que ela vem<br />
desenvolvendo com o apoio da Fundação Araucária, do qual<br />
participo, essa comunicação objetiva tecer algumas reflexões sobre<br />
o modo de construção de personagens femininas que integram<br />
contos da obra Vozes num divertimento, da escritora paranaense<br />
Luci Collin. Busca-se verificar em que medida a escritora subverte a<br />
imagem tradicional de mulher nesses contos, quais as marcas<br />
ideológicas que tais personagens carregam consigo, se reduplicam,<br />
questionam ou ironizam os papéis tradicionais de gênero nesse<br />
início do século XXI. Para nos desincumbirmos dessa tarefa,<br />
buscamos suporte teórico nos conceitos operatórios fornecidos pela<br />
Crítica Literária Feminista.<br />
NASCIMENTO, Danilo de Oliveira (UFMT). A juventude republicana<br />
nas crônicas de Raul Pompéia. Durante seus últimos cinco anos de<br />
vida, Raul Pompéia (1863-1895) dedicou-se integralmente ao<br />
jornalismo. Em suas crônicas políticas, ele destaca a presença da<br />
“juventude acadêmica” como fator importante na luta contra a<br />
escravidão e na consolidação do regime republicano e ainda<br />
divulgou os ideais republicanos com respeito à educação política,<br />
artística e moral de crianças e adolescentes e com a formação do<br />
“homem progressista” ou do “cidadão ativo” a partir da sua<br />
adequação “aos tempos modernos” (HILSDORF, 2003, p. 60).<br />
81
Crônicas como a de Raul Pompéia, no final do séc. XIX,<br />
exemplificarão a percepção progressiva da faixa etária como<br />
“problema da modernidade” e como “fenômeno da sociedade<br />
moderna” (MANNHEIM, 1982, p. 47) e reconhecida como “força de<br />
renovação histórica” ou “necessidade social” (IMÍ<strong>DE</strong>O, 1982, p.<br />
173).<br />
NETO, João Vieira da Silva (UFMS). O processo da tradução<br />
intercultural em a hora da estrela, de Clarice Lispector.<br />
Compreendendo a tradução como prática sociocultural a qual leva<br />
em consideração as reflexões no processo de construção da obra<br />
literária, o objetivo deste trabalho é analisar os aspectos que<br />
circunscrevem a constituição da tradução cultural na obra The hour<br />
of the star, de Giovanni Pontiero com A hora da estrela, de Clarice<br />
Lispector. Ao analisar a obra clariciana e comparar com a sua<br />
tradução para a língua inglesa, observa-se a envergadura das<br />
discussões acerca da função da tradução de textos literários. Esta<br />
pesquisa propõe, ainda, a compreensão das condições de<br />
produção, das situações sócio-históricas e das imposições<br />
ideológicas que atravessam o ofício do tradutor. Nesse viés, tornase<br />
necessário compreender o papel deste profissional como agente<br />
do processo, o qual atribui ao texto de partida, elementos culturais<br />
ideologicamente marcados, bem como a influência do contexto, a<br />
intertextualidade e a historicidade.<br />
NOGUEIRA, Erich Soares (UNICAMP). Vocalidade rosiana. A<br />
comunicação abordará, inicialmente, o conceito de Vocalidade<br />
(diferenciando-o de oralidade) a partir de determinadas reflexões<br />
sobre a noção de voz na área da teoria literária (tal como nos<br />
estudos de Paul Zumthor e Roland Barthes) e da<br />
filosofia/antropologia (em autores como Giorgio Aganbem, Adriana<br />
Cavarero e Corrado Bologna). Pontuadas as questões mais<br />
fundamentais da relação entre o conceito de voz e o discurso<br />
literário, serão analisados alguns breves episódios narrativos da<br />
obra de Guimarães Rosa – extraídos de “Meu tio o Iauaretê”,<br />
“Recado do Morro” e “Buriti” - que sinalizam a especificidade de<br />
uma vocalidade rosiana, que se constitui tanto no plano da<br />
linguagem quanto tematicamente e que pode ser um importante<br />
vetor de análise da obra do autor mineiro.<br />
82<br />
NOGUEIRA, Kelly de Melo (UEMS); ARAUJO, Susylene Dias de<br />
(UEMS). Uma leitura pós-colonialista para Poemas Concebidos<br />
Sem Pecado de Manoel de Barros. Este trabalho aborda questões<br />
que envolvem características peculiares da literatura póscolonialista<br />
brasileira a partir de uma leitura do livro Poemas<br />
Concebidos Sem Pecado de Manoel de Barros. A referida obra,<br />
composta por quatro partes distintas, apresenta um retrato<br />
autobiográfico de infância do autor, vivida na cidade de Corumbá.<br />
Destaca-se também como obra inaugural, daí a importância de<br />
novas leituras que surgem em novas perspectivas. De acordo com<br />
Teresa Nicolau Teles (Sem data) o pós-colonialismo analisa os<br />
efeitos políticos, sociais, culturais e filosóficos do colonialismo<br />
principalmente nos países colonizados, possibilitando aos escritores<br />
dessas nações a re-invenção da representação, o que será<br />
demonstrado a partir das análises dos poemas selecionados pelo<br />
corpus.<br />
NOLASCO, Edgar Cézar. (UFMS); SILVA, Willian Rolão Borges da.<br />
(UFMS). Clarice Lispector Midiática. É um consenso dos estudos<br />
biográficos em torno da vida e da obra da escritora Clarice Lispector<br />
que ela, antes mesmo de começar a escrever, já trabalhava na<br />
imprensa brasileira. Desse modo, tendo por base o que postula a<br />
crítica biográfica, este ensaio intenta apontar a importância que o<br />
meio midiático (Jornais, revistas etc) teve para a construção do “bio”<br />
literário e intelectual da escritora. Sua leitura assenta-se nas<br />
biografias da escritora, bem como nos livros organizados a<br />
posteriori, que contemplam parte dos textos publicados na imprensa<br />
brasileira. Entre as biografias, destacamos a de Nádia Batella<br />
Gotlib, intitulada Clarice: uma vida que se conta. Já entre os livros,<br />
mencionamos Só para mulheres e Correio Feminino, ambos<br />
organizados por Aparecida Maria Nunes, os quais contêm textos<br />
inéditos da escritora publicados na imprensa brasileira.<br />
OLIVEIRA, Angélica Silva de (<strong>UFGD</strong>); MONTEIRO, Liliane<br />
Belo (<strong>UFGD</strong>). A prática no PIBID: Comparando o livro didático com<br />
o ENEM. Este trabalho busca estabelecer algumas relações entre o<br />
livro didático de língua portuguesa e o Exame Nacional do Ensino<br />
Médio – ENEM. Propõe-se fazer uma comparação entre os dois,<br />
analisando questões retiradas de ambos, dando destaque ao<br />
aspecto disciplinar das questões do primeiro em contraste com o<br />
aspecto interdisciplinar das questões do segundo. Para tanto, parte<br />
83
da nossa experiência no PIBID, que utiliza questões do ENEM,<br />
trabalhadas com os alunos do Ensino Médio em duas Escolas<br />
Estaduais da cidade de Dourados – MS. Sabe-se que as aulas de<br />
língua portuguesa são baseadas no livro didático, o gênero<br />
predominante da "tradição escolar", e objeto cultural contraditório,<br />
que gera polêmicas e críticas de muitos setores, mas que tem sido<br />
sempre considerado como um instrumento fundamental no<br />
processo de escolarização. Um ponto fraco do livro didático parece<br />
ser seu aspecto predominantemente disciplinar. Em contraste, o<br />
ENEM, criado em 1998, traz questões em que predominam a<br />
interdisciplinaridade. Seu objetivo, dentre outros, é avaliar o<br />
desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Nesse<br />
sentido, o Exame cobra do estudante, sobretudo, o foco em<br />
competência leitora, conhecimentos de atualidade e (o mais<br />
importante para nós) a capacidade de relacionar matérias<br />
diferentes. O trabalho destacará os contrastes entre ambos.<br />
OLIVEIRA, Cleber José de Oliveira (<strong>UFGD</strong>). A crônica do<br />
Modernismo a Contemporaneidade: rupturas e continuidades. Esse<br />
trabalho compara crônicas de Rubem Braga e Arnaldo Jabor,<br />
respectivamente, cronistas modernista e contemporâneo. Parte da<br />
hipótese geral de que a contemporaneidade corresponde a uma<br />
etapa especifica da vida brasileira, em que algumas características<br />
são dominantes, a saber, a crise da Tradição Republicana,<br />
internacionalização crescente e aprofundamento da<br />
democratização. Parte também da hipótese de que as mudanças<br />
nas relações sociais correspondem a mudanças nos gêneros<br />
discursivos. Assume que seus textos são crônicas de momentos<br />
histórico-discursivos diferentes, e de relações de comunicação<br />
literárias diferentes – à luz de Bakhtin (2002); mostra as<br />
especificidades e continuidades desses momentos em um e outro<br />
autor, tentando contribuir para uma hipótese geral, a saber: em que<br />
medida é possível demarcar fronteiras críticas entre a literatura<br />
modernista e a literatura contemporânea.<br />
OLIVEIRA, Eliana Kefalás (UFAL). Leitura literária, vocalidade<br />
poética e performance no ensino de literatura. Este trabalho tem o<br />
intuito de fomentar perspectivas teóricas e metodológicas que<br />
priorizem, no ensino de literatura, um contato efetivo com o texto,<br />
evitando dessa forma limitar esse ensino a atividades<br />
excessivamente informativas (e classificadoras) sobre o texto<br />
84<br />
literário. A proposta é tecer considerações em torno das noções de<br />
vocalidade poética e de performance na leitura literária discutidas<br />
por Zumthor (2000, 2005), de forma a conceber o letramento<br />
literário como uma experiência sensorial, formadora e<br />
transformadora (LARROSA, 2003; RANGEL, 2005). Tem-se como<br />
propósito ainda entrelaçar essas abordagens teóricas a algumas<br />
perspectivas metodológicas de experiências de leitura em sala de<br />
aula desenvolvidas na Educação Básica (com alunos do ensino<br />
fundamental e médio) e em Cursos de Formação de Professores,<br />
nas quais procurou-se explorar tanto a vocalidade poética quanto a<br />
performance através de leituras em voz alta e em movimento.<br />
OLIVEIRA, Geovana Quinalha de. (UFMS). Literatura e Cinema: O<br />
Passado (Re)Visitado. O presente trabalho tem por objetivo pontuar<br />
as relações intertextuais (recortes, intersecções, confluências,<br />
seleções, divergências e emancipações) desdobradas no trabalho<br />
de adaptação do livro O menino do pijama listrado: uma fábula, de<br />
John Boyne (2007) para o cinema (2008), ademais de analisar<br />
criticamente ambos artefatos associados ao conceito de memória.<br />
Na contemporaneidade, os debates em torno da ação mnemônica<br />
encaminham outras discussões inexoráveis ao seu discurso, como<br />
a história, o esquecimento, a identidade e a alteridade. Tais<br />
categorias proporcionam uma exploração da temática<br />
memorialística enquanto território de escombros em que novas<br />
formas de pensar a história e as identidades vão surgindo,<br />
deflagrando um movimento de ruínas em que o passado é posto em<br />
xeque.<br />
OLIVEIRA, Marcos Antônio Bessa. (UFMS); NOLASCO, Edgar<br />
Cézar. (UFMS). Nas malhas da rede: os espectros de Lispector no<br />
imaginário virtual-cultural. Cada artista “amador” cria a seu modo,<br />
ou à sua memória, um desenho, uma pintura ou ainda uma<br />
caricatura da escritora Clarice Lispector. São esses trabalhos que<br />
tentaremos analisar neste ensaio, priorizando a influência que os<br />
espectros da escritora, ou de sua obra, teriam na memória dos<br />
artistas, quer estes sejam consagrados, como De Chirico e Carlos<br />
Scliar, quer sejam “artistas-amadores”, principalmente os que<br />
circulam pela internet. Utilizando as teorias da biografia cultural,<br />
principalmente aquelas envoltas à memória, da semiótica e outras<br />
que acharmos necessárias, analisaremos tais trabalhos na intenção<br />
de identificar de que artifício os artistas se valeram para criar cada<br />
85
um o “seu” espectro da escritora. Embasados pelo que propõe o<br />
pensamento da crítica cultural é que propomos que alguns desses<br />
trabalhos artísticos, além de apresentarem as influências da obra<br />
da autora, ainda refletem a relação de transferência pessoal de<br />
cada artista com a escritora e sua obra.<br />
PACHECO, Mara Regina (<strong>UFGD</strong>). Hélio Serejo e a história do Mato<br />
Grosso do Sul. A história de um povo não nasce da criação política,<br />
da vontade do Estado, ou das iniciativas de homens importantes,<br />
mas sim, emerge do embate das ações dos homens em conjunto,<br />
seja ela por necessidades materiais ou não. A obra de Hélio Serejo<br />
retrata as condições históricas da fronteira Brasil/Paraguai do pós<br />
Guerra do Paraguai, o desenvolvimento econômico do sul do<br />
Estado e da fronteira, juntamente com uma nova fase do modo<br />
capitalista de produção dessa região (a exploração da erva-mate)<br />
com a instalação da Companhia Mate Laranjeira. Serejo contempla<br />
nas suas obras a diáspora, sobretudo de gaúchos e paraguaios,<br />
como força de trabalho para a exploração ervateira, relatos e<br />
registros de impressões da história da formação do Estado, que por<br />
nele ter nascido e vivido, revela a imensa riqueza das vivências de<br />
seus habitantes, expostas nas informações detalhadas sobre os<br />
usos, os costumes, trabalho e o lazer dos fronteiriços.<br />
PARADISO, Silvio Ruiz (UEL). A imagem da mulher indiana nas<br />
literaturas pós-coloniais: Uma análise em Mia Couto, Arundhati Roy<br />
e Rudyard Kipling. Não há como dissociar os estudos pós-coloniais<br />
com os estudos acerca da mulher na literatura. Tanto os estudos<br />
femininos quanto os estudos pós-coloniais são críticas que surgiram<br />
no século XX, em decorrência dos Estudos Culturais. Tais<br />
movimentos procuram analogamente desconstruir a ideologia<br />
imperialista e patriarcal no cânone literário hegemônico, para então<br />
entendê-lo e modificar suas estruturas. Um exemplo é a imagem da<br />
mulher indiana na cultura colonial, que muitas vezes tem sua<br />
representação sob a ótica da opressão, do silêncio e até mesmo da<br />
subversão, estratégias para denúncia e contra-ataque literário. Este<br />
artigo analisará as representações da mulher indiana na literatura<br />
pós-colonial, em especial com as personagens Dia Kumari, de O<br />
outro pé da sereia (2006), de Mia Couto; Bisesa do conto Beyound<br />
the pale (1888), de Rudyard Kipling e Ammu, de The God of Small<br />
Things (1997), de Arundhati Roy.<br />
86<br />
PAULA, Adna Candido de. (<strong>UFGD</strong>). Friedrich Schiller, Mikel<br />
Dufrenne e Paul Ricoeur: As Imbricações Literárias entre Ética e<br />
Estética. A relação entre ética e estética está posta desde a Idade<br />
Clássica, notadamente, desde a Poética de Aristóteles. Esta<br />
afirmação coloca a obra do filósofo grego na gênese das<br />
considerações sobre o “valor” e a “natureza” do objeto literário. A<br />
dupla dulce et utile de Horácio também estabelece conexão direta<br />
com a ética e com a estética, no que consta das investigações<br />
sobre o valor e a natureza da obra literária. Contudo, apesar de ser<br />
estudada há séculos, esta relação não é estática, pelo contrário, ela<br />
se molda e se renova constantemente. A imbricação entre ética e<br />
estética é estabelecida e compreendida, em diferentes contextos<br />
históricos, a partir de mudanças impostas pelas dimensões social,<br />
religiosa, política e cultural. A partir desta atestação, esta<br />
comunicação irá estabelecer um diálogo entre os pressupostos de<br />
Schiller, Dufrenne e Ricoeur, três filósofos que se inserem na<br />
tradição dos estudos sobre o vínculo entre ética e estética. O<br />
objetivo da comunicação é apresentar o eixo dessa tradição dos<br />
estudos literários e apontar para a necessidade da leitura e releitura<br />
das obras que fazem parte dessa tradição a fim de se compreender<br />
a dinâmica de conceitos tais como o “valor” e a “natureza” da<br />
literatura.<br />
PEIXOTO, Rafael Tavares. (<strong>UFGD</strong>).The Desolated and Tragic<br />
Heroes of Tennessee Williams. Tennessee Williams is an elegiac<br />
writer, a poet of nostalgia who laments the loss of a past idealized in<br />
the memory. As the leading dramatist of the Southern Renaissance<br />
in American letters, he draws on the myth of the old south. The aim<br />
of this article is to comment about the necessity of comprehension<br />
with the excluded from the society – a theme which is elucidated in<br />
Williams’ theater especially in The Glass Menagerie and A Streetcar<br />
Named Desire --. His most memorable characters are women, faded<br />
belles such Amanda Wingfield and Blanche Dubois whose old<br />
fashioned manners and charm suggest a wishful recollection of<br />
priviledged antebellum life.<br />
PEREIRA, Maria Ceres (<strong>UFGD</strong>). Metodologia de base<br />
interpretativista na pesquisa em lingüística aplicada. Investigações<br />
em Lingüística Aplicada – Entre Política Lingüística à Educação<br />
Bilíngüe. O Caso do Tekohá Kuera do MS - projeto de pesquisa e<br />
de formação de professores indígenas (área da linguagem) é<br />
87
aprovado pela CAPES sob número 18. Há sub-projetos a ele<br />
vinculados cuja metodologia de pesquisa é de base qualitativa do<br />
tipo etnográfico, de pesquisa participante e do tipo estudo de caso.<br />
Parte-se do pressuposto da necessidade de entender a partir dos<br />
princípios etnográficos, o que está acontecendo nos contextos<br />
pesquisados/observados. Buscar (re)construir os significados<br />
sociais a partir das narrativas, das entrevistas semi-estruturadas e<br />
das notas de campo. Os projetos individuais que compõe as<br />
investigações em lingüística aplicada são de mestrandos do<br />
Programa de Letras da FACALE/<strong>UFGD</strong> e, igualmente de<br />
acadêmicos bolsistas do projeto/CAPES voltados para contextos<br />
sociolinguisticamente complexos onde as relações lingüísticas e<br />
culturais são os grandes desafios. O objetivo desta proposta é a de<br />
demonstrar a inserção em campo e a aplicação dos instrumentos<br />
de coleta considerando o descompasso cultural entre<br />
pesquisadores/sujeitos envolvidos.<br />
PIMENTEL, Samarkandra Pereira dos Santos. (UFPB). “Vão-te<br />
amar. E supor tanta coisa ao teu respeito”: Considerações acerca<br />
de Perdição: Exercício sobre Antígona, de Hélia Correia. Muitos<br />
foram os mitos que alicerçaram as peças dos grandes<br />
tragediógrafos gregos e que, mesmo com o passar dos séculos,<br />
continuam servindo de matéria-prima para os dramaturgos de hoje.<br />
O mito de Antígona é exemplar: Brecht e Anouilh, em meados do<br />
século XX e uma dezena de escritores portugueses, também<br />
dramaturgos, lançaram o seu olhar para o mito da filha da Casa<br />
Real de Tebas. A nossa proposta é analisar a peça Perdição:<br />
Exercício sobre Antígona (1991), de Hélia Correia, atentando para<br />
as características inovadoras, tanto estruturais, quanto temáticas de<br />
sua composição e as possíveis relações intertextuais com a peça<br />
de Sófocles e com outros dramas modernos.<br />
PINHEIRO, Petrilson Alan. (UFMS). Gêneros Digitais em Foco: Um<br />
Percurso Sócio-histórico Rumo ao Ensino. O objetivo deste trabalho<br />
é, num primeiro momento, realizar uma discussão de caráter sóciohistórico<br />
que aponte o que seriam as três grandes fases na história<br />
da constituição dos gêneros discursivos: suas origens na Retórica<br />
aristotélica; sua redefinição a partir da invenção da escrita<br />
tipográfica no século XV; e sua “transformação” em gêneros digitais<br />
com o advento da internet. Num segundo momento, busca-se<br />
repensar o uso desses gêneros digitais à luz do processo de<br />
88<br />
ensino-aprendizagem. Como base teórica, adota-se perspectiva<br />
sócio-histórica de linguagem, cuja formação se estende desde a<br />
retórica aristotélica, perpassa a visão bakhtiniana dos gêneros<br />
discursivos e é ressignificada em teorias mais recentes que lidam<br />
com os gêneros digitais. Este trabalho se insere, portanto, no<br />
campo da Línguística Aplicada, uma vez que busca não apenas<br />
refletir acerca da questão da formação dos gêneros digitais, mas<br />
também situá-los como instrumentos e objetos de ensino na escola.<br />
PIPER, Elza Carolina Beckman (<strong>UFGD</strong>). Subjetividade e Análise do<br />
Discurso: uma questão epistemológica. Na terceira época da<br />
análise do discurso, Pêcheux pretende descobrir novos<br />
procedimentos de análise a partir da consideração da subjetividade<br />
e da contextualização presentes no sujeito e no sentido. Ele tanto<br />
articula as três regiões que constituem o quadro epistemológico da<br />
AD: materialismo histórico, lingüística e teoria do discurso; quanto<br />
define a forma-sujeito pelo atravessamento da teoria psicanalítica<br />
da subjetividade. Dado o caráter transdisciplinar da Análise do<br />
Discurso, para compreender a noção de subjetividade precisamos<br />
nos aproximar da teoria da psicanálise, mesmo que<br />
superficialmente, esclarecendo alguns conceitos e pressupostos.<br />
Neste trabalho propomo-nos a discutir o fato de que os<br />
psicanalistas que se aproximam da AD se apóiam na leitura dos<br />
teóricos renomados da lingüística e do discurso, evidenciando a<br />
interdependência do conhecimento científico.<br />
PORTOLAN, Santa Cariaga (<strong>UFGD</strong>). Identidade: uma abordagem<br />
étnica. O presente artigo tem por objetivo propor uma reflexão<br />
sobre “identidade”, não apenas pelo fato desse tema ter um papel<br />
central nas ciências humanas e sociais, mas, principalmente, pelo<br />
fato de ser um elemento definidor do sujeito social. O sujeito tratado<br />
neste trabalho é o índio Guarani que reside no município de<br />
Dourados. Pretendemos saber como esse sujeito étnico se revela<br />
em oposição ao Outro. Esse tipo de identidade étnica se dá sobre<br />
um terreno contraditório, se de um lado esses sujeitos vivem sob o<br />
efeito de perdas culturais, de outro, neste mesmo campo, eles<br />
buscam sua identificação.<br />
QUADROS, Aurora (UNIMONTES). Configurações estéticas da<br />
liberdade e da consciência: a linguagem em ambiente<br />
acadêmico digital. Este ensaio trata da observação e análise de<br />
89
ecursos expressivos e discursivos em diálogos de cursos<br />
mediados por computador. O ponto de partida é a recorrência<br />
de certos usos em enunciados postados pelos próprios alunos,<br />
professores e tutores em ambiente eletrônico. Em vez de uma<br />
abordagem terminológica ou gramatical prescritiva, observam-se<br />
algumas peculiaridades interdisciplinares estéticas, semânticas<br />
e discursivas da expressão verbal, que apresentam nos<br />
exemplos selecionados modos de ser e agir. O objetivo deste<br />
trabalho consiste em apresentar a conclusão curiosa desse<br />
olhar. O que se ressalta como um dos produtos cognitivos<br />
alcançados é a sistematização sobre o efeito da escrita, a qual<br />
pondera estrategicamente duas configurações de relação com o<br />
discurso do poder: na organização discursiva, a atitude informal<br />
do jogo com as palavras; no posicionamento ideológico, as<br />
chamadas ao comprometimento científico, que buscam manter a<br />
postura da consciência acadêmica.<br />
RAMOS, Maria Aparecida da Silva (<strong>UFGD</strong>); LIMBERTI, Rita de<br />
Cássia A. Pacheco (<strong>UFGD</strong>). As marcas da subjetividade: o eu e os<br />
outros no discurso do professor indígena. Este trabalho discute, a<br />
partir de uma abordagem Semiótica, as marcas de subjetividade em<br />
discurso de professores indígenas com a finalidade de perceber as<br />
relações que se estabelecem entre o eu e o outro. Para a<br />
constituição do corpus para a análise foram selecionadas<br />
sequências narrativas extraídas de três entrevistas de professores<br />
indígenas concedidas, em 2003, ao antropólogo Luís Donisete<br />
Benzi Grupioni e publicadas no Em Aberto, que é um espaço para<br />
publicação monotemática do Instituto Nacional de Estudos e<br />
Pesquisas Educacionais (Inep). Essas sequências são marcadas<br />
linguisticamente pelo emprego de pronomes – eu, você, a gente,<br />
nós, eles - que funcionam como marcas de subjetividade e<br />
inscrevem os sujeitos e os outros no discurso.<br />
RAVANELLO, Tiago; OLIVEIRA, Fernanda Brito Riveros de;<br />
SILVA, Juliana Dowe dos Santos Ferreira da. Fantasia, desamparo<br />
e literatura: uma abordagem freudiana. Assim como Freud utiliza<br />
muitas referências literárias como suporte em sua obra, ele analisa<br />
a importância destas como oferta de material sobre o humano para<br />
a constituição do conhecimento psicanalítico, bem como a<br />
importância da fantasia para a construção das obras criativas e<br />
encantadoras, dando à literatura uma das formas mais desejosas<br />
90<br />
de funcionamento e atualização do inconsciente. Assim, a literatura<br />
assume essa ambigüidade de ocultar para tornar-se encantadora,<br />
mas, concomitantemente, superar e desvelar as fantasias que já<br />
foram obrigadas a serem abandonadas na infância, como<br />
possibilidade de retorno a formas primitivas de realização do<br />
desejo. Da mesma forma, Freud identifica no desamparo da cria<br />
humana, a hilflosigkeit, a origem de todos os preceitos éticos e<br />
morais com a finalidade de estruturação mínima dos laços culturais.<br />
Assim, propomos uma abordagem que permita ao mesmo tempo a<br />
delimitação dos papéis do desamparo, da morte e do fantasiar<br />
como formas criativas de elaboração do que viria a ser uma estética<br />
delimitada não como estudo do belo, mas, como define Freud, das<br />
qualidades do sentir. A aproximação entre psicanálise e literatura,<br />
neste sentido, é remetida à possibilidade de utilização dos recursos<br />
literários como meios de reestruturação das subjetividades.<br />
Semelhantemente, tal proposta se coaduna com o axioma maior do<br />
edifício lacaniano de repensar os fenômenos inconscientes<br />
enquanto estruturados como uma linguagem. Para tanto,<br />
retomamos a proposta do que se tornou conhecido como Discurso<br />
de Roma de voltar o estudo psicanalítico para sua firmação no<br />
campo da linguagem e na observação e delimitação dos efeitos da<br />
função da fala.<br />
RECAL<strong>DE</strong>, Carollyne Cavanha (UEMS). Literatura e política: quais<br />
os meandros para interpretar Maquiavel e Machado de Assis?<br />
Buscando estabelecer um diálogo entre Literatura e Ciências<br />
Sociais analisar-se-á a obra de Maquiavel, O Príncipe e o conto de<br />
Machado de Assis, Teoria do Medalhão. A perspectiva do trabalho<br />
é fazer uma análise dos elementos da escrita literária sob uma ótica<br />
político-sociológica. Importante uso também se fará da História,<br />
uma vez que se faz necessário procurar conhecer e perceber os<br />
elementos que marcaram as relações humanas que, por sua vez<br />
contribuíram e contribuem para as transformações da sociedade.<br />
Entrelaçar essas três instâncias do saber permitirá uma interação<br />
entre o mundo histórico, social e literário.<br />
RECKZIEGEL, Sandra Beatriz. (<strong>UFGD</strong>). Afeto e Transcendência<br />
em 'Fazes-me Falta' de Inês Pedrosa. O presente projeto de<br />
pesquisa tenciona aprofundar as questões entre o universo do<br />
sagrado e a obra ficcional 'Fazes-me Falta' de Inês Pedrosa.<br />
Buscar, igualmente, ampliar o entendimento da relação do sagrado<br />
91
dentro do romance e sua configuração na modernidade, bem como<br />
analisar e discutir o estatuto dos afetos no mundo contemporâneo<br />
presentes. Compreendendo as relações éticas que circundam o<br />
sagrado dentro do romance, e a que essas relações nos levam na<br />
modernidade, e qual a importância da revisão ética dentro do<br />
mundo moderno no qual as personagens – a personagem feminina<br />
crente e o personagem masculino descrente - do romance estão<br />
inseridas.<br />
RIBEIRO, Sílvia Ananias Onório. (<strong>UFGD</strong>). O Tema do Amor<br />
Idealizado: Em Álvares de Azevedo e Djavan. A segunda fase do<br />
Romantismo, conhecida como ultra-romântica, foi um período<br />
literário conturbado e exacerbado, apresentando como<br />
características peculiares: o tédio pela vida, o pessimismo, o<br />
sentimentalismo exagerado, a morte, a exacerbação da<br />
sensibilidade, entre outros sentimentos negativos. Este trabalho tem<br />
por finalidade enfocar a segunda geração romântica no Brasil, em<br />
especial, o poeta Álvares de Azevedo e sua obra Lira dos vinte<br />
anos da qual se trata de um poema para análise. Para contrapor<br />
com esse poeta uma música do compositor contemporâneo Djavan,<br />
verificando o contexto histórico pós-moderno a que pertence. O<br />
objetivo do trabalho é, através dessas análises, exporem a<br />
concepção de amor idealizado da época do romantismo até os dias<br />
de hoje, mostrando pontos de intertextualidade entre o poema e a<br />
música e focalizando especificamente a visão do amor idealizado<br />
no poema “AT...” de Álvares de Azevedo e na música “Meu bem<br />
querer” do cantor contemporâneo Djavan.<br />
ROSA, Carlos Junior Gontijo. (UNICAMP). Adaptações de<br />
Tragédias: Drama à Vista. Este trabalho procura estabelecer um<br />
paralelo entre a tragédia grega As Troianas, de Eurípides, e duas<br />
de suas adaptações modernas, ambas homônimas, mas em<br />
linguagens distintas: uma elaborada a partir de técnica de dançateatro<br />
pelo Grupo de Pesquisa Ar Cênico, do Departamento de<br />
Artes Corporais da Universidade Estadual de Campinas em 2005, e<br />
outra cinematográfica, dirigida por Michael Cacoyannis em 1971.<br />
Após comentários sobre o texto trágico, elaboramos um estudo<br />
comparativo tomando por base alguns elementos constituintes da<br />
estrutura trágica e sua utilização nas adaptações, bem como<br />
algumas discussões modernas acerca do tema trágico, como a<br />
92<br />
função da mulher e a adequação do mito à audiência<br />
contemporânea.<br />
ROSSI, Daniel. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cézar (UFMS). Tempo<br />
liberado? Ubiquidade temporal em Trópico de câncer. Trópico de<br />
câncer é reconhecido, dentre outras características, por introduzir<br />
um tempo sui generis na narrativa. Verdadeiros blocos de prosa,<br />
como dizia Blanchot, Miller trabalha com um tempo ubíquo e<br />
delirante, onde a linearidade do tempo é ramificada em várias<br />
direções: passado, presente e futuro se entrelaçando<br />
indefinidamente. O objetivo desta comunicação é rastrear esse<br />
“tempo estranho”, zigue-zagueante, a partir de questionamentos<br />
oriundos da filosofia, procurando trabalhar em um espaço relacional<br />
entre estas duas áreas do conhecimento. Para tanto, utilizaremos<br />
os trabalhos de Gilles Deleuze, Peter Pál Pelbart e Maurice<br />
Blanchot, buscando embasamento teórico para as considerações<br />
tecidas nesta comunicação.<br />
RUSSO, Dayana Lopes (<strong>UFGD</strong>). “Janjão”: Uma análise na<br />
perspectiva semiótica. Esta comunicação pretende tecer reflexões<br />
acerca da teoria semiótica, quanto aos conceitos de realidade,<br />
percepção, ficção, verdade, subjetividade, entre outros, com base<br />
teórica nos seguintes escritores: Gustave Krause, Diana Luz, Rita<br />
Limberti, entre outros. Além disso, desenvolve análise da<br />
representação e identidade do conto “Janjão”, da obra “Contos<br />
crioulos” (1998) do escritor regionalista do sul do Mato Grosso do<br />
Sul, Hélio Serejo. A análise no conto “Janjão” se fundamentará na<br />
relação entre sujeitos e objetos, as quais desenvolveram as<br />
significações do texto, o sujeito quanto ao seu querer e suas<br />
modalizações. Ainda, a partir destas noções semióticas, se tecerá<br />
considerações sobre o peão do erval, “Janjão”, quanto sua<br />
representação e identidade no universo do ervateiro.<br />
SAN<strong>DE</strong>R, Lucia V. (UnB). A “Crítica em Performance”: uma forma<br />
híbrida de resgate de escritoras e personagens femininas<br />
esquecidas na coxia do tempo. A comunicação focaliza uma<br />
modalidade alternativa de comentário crítico sobre literatura<br />
dramática e teatro que se serve da linguagem e dos recursos do<br />
teatro e, assim, produz um espetáculo em vez de uma explicação.<br />
Ao encenar o argumento crítico, a “Crítica em Performance” cruza<br />
as fronteiras que separam a literatura e a crítica, destinadas à<br />
93
página, do teatro e do cinema, que residem no palco e na tela. Essa<br />
forma híbrida de comentário crítico apropria-se de recursos<br />
extraliterários tradicionalmente inacessíveis à prática crítica<br />
convencional e atravessa as barreiras que separam a arte da<br />
escrita das artes do espetáculo. Partindo do pressuposto de que<br />
crítica é criação, é recriação, de que a escrita crítica é a ficção de<br />
quem escreve inspirada na ficção de quem já escreveu ou fez<br />
alguma arte, a comunicação argumenta que a “Crítica em<br />
Performance” pode ser uma alternativa mais adequada para tratar a<br />
experiência fugaz do teatro, esse conjunto de sensações vividas em<br />
grupo, em um espaço próprio, no tempo presente, e que resiste à<br />
descrição, à reprodução, à documentação. No curso da<br />
comunicação serão comentados alguns trabalhos de “Crítica em<br />
Performance” relacionados ao projeto de resgate de escritoras e<br />
personagens femininas esquecidas ou soterradas pela cultura. São<br />
eles: a performance solo Susan Glaspell: entre nós / entre linhas<br />
(2001-2003) sobre a vida e obra da escritora de teatro norteamericana<br />
esquecida por mais de meio século; o filme Susan<br />
(2005) sobre o teatro de Susan Glaspell; a performance solo Ofélia<br />
explica ou O renascimento segundo Ofélia & Cia. (2008-2010) em<br />
que à personagem de Shakespeare é dada a vez e a voz para<br />
contar a sua história, parcialmente contada em Hamlet e<br />
negligenciada pela literatura crítica; e os vídeo clipes ou “Clipes<br />
Literários” de performances curtas sobre a escrita de Clarice<br />
Lispector e a poesia de Elizabeth Bishop (2006 e 2007). No curso<br />
da comunicação vários clipes serão exibidos ao público presente.<br />
SANTOS, Bruna Alves dos (<strong>UFGD</strong>); OLIVEIRA, Rosenilde de<br />
Queiroz (<strong>UFGD</strong>). Experiências do PIBID: As diferenças entre as<br />
questões do ENEM e os exercícios do livro didático. Este trabalho<br />
compara algumas questões do ENEM (Exame Nacional do Ensino<br />
Médio), com alguns exercícios propostos em livros didáticos de<br />
língua portuguesa, mostrando assim as diferenças existentes entre<br />
ambos. Nesse sentido, analisa competências e habilidades julgadas<br />
necessárias para compreender as questões do ENEM e os<br />
referidos exercícios do livro didático, mostrando, sobretudo<br />
aspectos interdisciplinares da primeira em confronto com aspectos<br />
disciplinares das demais. As análises levam em conta nossa<br />
experiência como bolsista do PIBID (Programa Institucional de<br />
Bolsas de Iniciação à Docência), no qual trabalhamos questões do<br />
94<br />
ENEM com os alunos da Escola Estadual de Dourados (MS)<br />
Professor Celso Müller do Amaral.<br />
SANTOS, Natália Aparecida Tiezzi Martins dos (UFMS);<br />
NOLASCO, Edgar Cézar (UFMS). Por uma visão não metonímica<br />
de cultura. Este artigo faz parte do projeto de pesquisa financiado<br />
pelo CNPq/UFMS “Cultura Local”, cujo plano de trabalho intitula-se<br />
“(In) Definições Culturais nas Culturas Locais de Mato Grasso do<br />
Sul”. Este trabalho visa estabelecer uma relação entre a figura de<br />
linguagem denominada metonímia e a conceituação de cultura na<br />
sociedade pós-moderna. A metonímia caracteriza-se por ser um<br />
recurso lingüístico no qual se recorta uma parte da realidade<br />
tomando-a como sendo correspondente ao todo. Deve-se dizer que<br />
nossa reflexão objetiva romper com essa visão metonímica de<br />
cultura e dessa forma enfatizar que a cultura local tem de ser lida a<br />
partir do local. Esse local a que nos referimos está delimitado<br />
geograficamente pela região que compreende o estado de Mato<br />
Grosso do Sul, literariamente pela obra Onde Cantam as Seriemas<br />
de Otávio Gonçalves e recortado teoricamente pela perspectiva dos<br />
Estudos Culturais.<br />
SANTOS, Rosana (<strong>UFGD</strong>). Língua inglesa: oralidade e escrita. O<br />
objetivo deste artigo foi compreender as causas das dificuldades no<br />
aprendizado da pronúncia e ortografia da língua inglesa, com base<br />
em estudos bibliográficos, assim como sugerir formas de superar<br />
estas dificuldades. Fez-se estudo da evolução histórica desta<br />
língua perpassando pelos períodos Old English, Middle English,<br />
Modern English e pela Great Vowel Shift. Discutiu-se o uso da<br />
transcrição fonética através do International Phonetic Alphabet<br />
como instrumento facilitador da aprendizagem da língua inglesa<br />
quanto à pronúncia. Os resultados deste estudo sugerem que o<br />
empréstimo de vocabulários ocorrido na evolução deste idioma e a<br />
ocorrência da Great Vowel Shift são as causas do distanciamento<br />
entre a oralidade e a escrita desta língua e acredita-se que o<br />
International Phonetic Alphabet e a transcrição fonética podem<br />
servir de instrumentos de apoio para facilitar a aprendizagem da<br />
pronúncia do idioma em foco.<br />
SANTOS, Veronice Batista dos (UFMS); MAEDA, Raimunda<br />
Madalena Araújo (UFMS). Análise do Poema Despertar do Silêncio,<br />
de Shirley Vilhalba. O presente trabalho tem com objetivo analisar o<br />
95
poema Despertar do Silêncio, de Shirley Vilhalva. Essa autora, que<br />
é surda, afirma que renasceu quando conheceu a Língua Brasileira<br />
de Sinais – LIBRAS. De acordo com a autora, o medo que tinha das<br />
pessoas desapareceu, pois, por intermédio dessa linguagem a<br />
mesma encontrou o seu lugar no mundo. Para a maioria das<br />
pessoas a língua de sinais não passa de um conjunto de gestos e<br />
mímicas, mas a verdade é que a Libras é uma língua autônoma,<br />
com estrutura e gramática próprias, que permite ao surdo se<br />
comunicar dentro da comunidade surda e a interagir com ouvintes<br />
que dominam a linguagem de sinais. A partir de 24 de abril de 2002,<br />
a LIBRAS tornou-se oficialmente a língua do surdo brasileiro.<br />
Assim, quando as pessoas ouvintes e surdas conhecem e aceitam<br />
essa linguagem, elas aceitam a alteridade do surdo que se sente<br />
seguro, verdadeiro cidadão com identidade própria. Quando nos<br />
reportamos à historia da educação do surdo temos a verdadeira<br />
dimensão do quanto eles viveram anos de opressão e segregação,<br />
sem contar as ideias equivocadas sobre suas capacidades<br />
intelectuais e psicológicas. Houve épocas em que os surdos não<br />
eram considerados seres humanos pelo fato de não conseguirem<br />
falar. Atualmente, a língua de sinais resgatou a cultura e a<br />
identidade surda. Assim, a análise do poema Despertar do Silêncio<br />
pode nos levar a mergulhar um pouco nos sentimentos de uma<br />
pessoa com surdez.<br />
SCHERER, Daniela Raffo (UFMS). Categorias enunciativas em<br />
tiras da Mafalda. A aceitabilidade e a utilização das histórias em<br />
quadrinhos e das tiras, ou tirinhas como são mais comumente<br />
conhecidas, em suportes variados, têm chamado a atenção dos<br />
estudiosos da linguística e da semiótica, como se pode verificar<br />
pelo surgimento de inúmeros estudos realizados<br />
contemporaneamente que as tomam por objeto. Considerando que<br />
se trata de um gênero cuja constituição se dá a partir de recursos<br />
icônico-verbais, a pesquisa delineada no projeto Categorias<br />
enunciativas em tiras da Mafalda tem como objetivo principal<br />
investigar o processo de produção de sentido em dez tiras da<br />
personagem Mafalda, criadas pelo cartunista argentino Quino. Para<br />
alcançar tal finalidade, a análise desse corpus será desenvolvida<br />
tomando como base a exploração das três categorias enunciativas<br />
– pessoa, espaço e tempo –, a partir dos procedimentos de<br />
instauração responsáveis para cada uma delas, seguindo-se a<br />
96<br />
proposta de trabalho de Fiorin (1999), cujos estudos se<br />
fundamentam em postulados da teoria semiótica discursiva.<br />
SEVERO, Cristine Gorski (UFSCar). Língua, discurso e poder:<br />
Aproximações entre Foucault e Bakhtin. Pretende-se discutir a<br />
relação intrínseca entre discurso, língua e poder, tomando-se como<br />
aporte teórico os trabalhos de Mikhail Bakhtin e de Michel Foucault.<br />
Trata-se de propor uma articulação entre esses filósofos em torno<br />
dos temas de poder, identidade e linguagem, focalizando as<br />
dimensões políticas e éticas de seus trabalhos e suas implicações<br />
para os estudos lingüístico-discursivos. Algumas concepções<br />
abordadas incluem as noções bakhtinianas de tema-significação,<br />
ideologia, carnavalização e forças centrípetas e centrífugas, e as<br />
noções foucaultianas de poder, resistência e modos de<br />
subjetivação. A título de ilustração, faz-se um exercício de reflexão<br />
sobre a situação de política linguística do Timor Leste a partir das<br />
categorias teóricas apresentadas.<br />
SILVA, Cristina Mascarenhas da (<strong>UFGD</strong>). Orfeu brasílico (1736):<br />
uma demonstração do trabalho filológico. Esta comunicação tem a<br />
finalidade de apresentar a obra Orfeu Brasílico (1736), opúsculo<br />
escrito em homenagem à Anchieta na ocasião em que o religioso<br />
recebeu o título de Venerável. A obra será analisada sob uma<br />
perspectiva filológica, focando em duas das três etapas do trabalho<br />
filológico: a Crítica Textual e a Crítica Histórico-Literária. A Crítica<br />
Textual tem por objetivo o resgate do texto, de modo que se chegue<br />
à vontade mais próxima do autor, nesse sentido serão<br />
apresentadas as transcrições e as primeiras traduções realizadas<br />
do documento. Já o trabalho da Crítica Histórico-Literária visa a<br />
análise do livro dentro de seu contexto histórico e literário, desse<br />
modo, serão abordadas as manifestações da Poética Clássica em<br />
Orfeu Brasílico, haja vista que no contexto em que a obra foi<br />
produzida havia uma predileção pelo retorno dos clássicos gregos e<br />
latinos.<br />
SILVA, Euzenir Francisca da (UFMS). Aspectos figurativos em “A<br />
pata da gazela”: uma abordagem discursiva. Este trabalho tem<br />
como objetivo abordar alguns aspectos da figuratividade presentes<br />
na obra literária “A pata da gazela”, do escritor brasileiro José de<br />
Alencar. Para tanto, tomo como fundamentação teórica a semiótica<br />
discursiva, cujos estudos iniciados por A. J. Greimas levaram a<br />
97
configura-se como uma teoria da significação, preocupada em<br />
desvelar os mecanismos constitutivos do sentido no discurso. A<br />
obra em questão, cujo enredo desenvolve-se em torno de quatro<br />
personagens centrais, Horácio, Leopoldo, Laura e Amélia,<br />
apresenta figuras e temas que dialogam para dar vida a um<br />
romance nascido a partir da simples perda de uma botina.<br />
Recorrendo ao instrumental da semiótica discursiva, mais<br />
especificamente ao que volta para o nível discursivo, faremos uma<br />
breve análise dessas questões relacionadas à figuratividade,<br />
visando a uma avaliação do agir dos atores em função dos objetos<br />
que se propõem a alcançar no decorrer da narrativa.<br />
SILVA, Luciana Codognoto da (<strong>UFGD</strong>). Gênero e história das<br />
mulheres: mudanças, permanências e desafios. Essa pesquisa<br />
objetiva evidenciar o percurso das representações sociais no<br />
estabelecimento e legitimação da (in) visibilidade feminina ao longo<br />
da história e, sobretudo na determinação de papéis de homens e<br />
mulheres na sociedade. Abordamos esses aspectos a partir do<br />
diálogo com a história e a psicologia mediante a perspectiva dos<br />
estudos de gênero, expresso pelas contribuições de Saffioti, Perrot,<br />
Moscovici, Scott e Foucault enquanto pontos para possíveis<br />
questionamentos acerca das mulheres enquanto protagonistas de<br />
suas próprias histórias. Entendemos que as Representações<br />
Sociais se estabelecem e se legitimam nos discursos cotidianos,<br />
sendo estes internalizados por homens e mulheres e repercutidos<br />
em comportamentos “ditos” pela sociedade como femininos e<br />
masculinos, propiciando, por sua vez, a desigualdade baseada não<br />
no gênero, mas nas relações de poder envolvendo a natureza dos<br />
corpos, sendo esses espaços – o do corpo e o da linguagem - os<br />
depositários das relações de poder entre os sexos.<br />
SIMÕES, Debora Pereira (<strong>UFGD</strong>). Que corpo é esse? Leituras da<br />
poesia de Flora Thomé e Raquel Naveira. A ainda pouco estudada<br />
literatura produzida em Mato Grosso do Sul possui, entre seus<br />
maiores poetas, os nomes de Flora Egídio Thomé e Raquel<br />
Naveira. Portadoras de peculiaridades nas suas formas de<br />
descrever, por meio de seus poemas, o corpo e as maneiras pelas<br />
quais este se relaciona com o lócus em que está inserido, estes<br />
podem se constituir como espelhos líricos da realidade circundante.<br />
Diante disso e das constantes aproximações entre o estudo literário<br />
e demais manifestações do conhecimento humano, pretende-se<br />
98<br />
apresentar os objeto de arte selecionados da obra das autoras<br />
desvelando contrapontos e vínculos nas formas como ambas criam<br />
actantes, contemporâneos ou não, multifacetados.<br />
SIMÕES, Leilane Hardoim. (UFMS); NOLASCO, Edgar Cézar.<br />
(UFMS). Clarice: A Menina dos Olhos. A escritora Clarice Lispector<br />
escreve Água Viva em 1973, uma obra biográfica. Partiremos,<br />
então, desse livro para fazermos uma análise crítica de como ela<br />
constrói a própria imagem. E, posteriormente, a compararemos com<br />
o que a crítica construiu ao longo do tempo a respeito da escritora.<br />
Para isso usaremos como aporte teórico Edgar Cézar Nolasco, um<br />
clariciano assumido, e quatro de seus livros, que trazem como<br />
temática a escritora Clarice Lispector: Caldo de cultura, Restos de<br />
ficção: a criação biográfica-literária de Clarice Lispector, Espectros<br />
de Clarice: uma homenagem, Clarice Lispector: nas entrelinhas da<br />
escritura, esse último por se tratar diretamente da obra Água Viva.<br />
SOUSA, Francina (FCL/MS - AFCL). O inefável contorno da alma<br />
nas dores do fígado: uma leitura de Dostoievski. É por meio da<br />
aproximação entre literatura e psicanálise que será desenvolvido<br />
este trabalho, sob a perspectiva de que muitas vezes a literatura,<br />
especificamente, e a arte de forma mais geral, se antecipam às<br />
descobertas da psicanálise. Freud já intuía que o artista desvela<br />
aquilo que a ciência ainda não fora capaz de demonstrar e a obra<br />
Memórias do Subsolo de Dostoievski é um desses casos, pois<br />
expressa a angústia e beleza do ser humano, ontologicamente<br />
dividido, nunca plenamente satisfeito, animado por algo que lhe<br />
escapa: o desejo. Através de seu inquietante personagem,<br />
Dostoievski expressa o gozo e a amargura do ser. A aparente<br />
crítica perpetrada por Memórias do Subsolo ao racionalismo e ao<br />
positivismo é apenas o teor manifesto de uma percepção latente<br />
que condensa a própria noção freudiana de inconsciente, o saber<br />
sobre a divisão do sujeito e do gozo proporcionado pelo sintoma.<br />
SOUSA, Luciana Rugoni (UFSCar); SILVA, Thiago Rodrigues da<br />
(UFSCar). Samba: questões de ideologia e de identidade. As<br />
melodias e letras de músicas tanto exteriorizam os sentimentos e<br />
características de determinada sociedade, demonstrando a cultura<br />
de um povo – mesmo que este esteja frequentemente preso a um<br />
sistema que tende a censurar suas vontades –, como também<br />
influenciam a realidade cultural. Essas melodias e letras<br />
99
estabelecem uma relação dialógica com a realidade social, com<br />
outras formas culturais e com os sujeitos. E é esse caráter<br />
dialógico, seguindo as teorias de Mikhail Bakhtin, presente nas mais<br />
diversas esferas de atividade, que sinaliza os processos de<br />
formação e transformação cultural e ideológico. Buscamos, desta<br />
forma, na história do Samba (inicialmente considerado como<br />
musicas introduzidas pelos escravos africanos), e na análise de<br />
algumas letras e melodias, o entendimento do confronto entre o<br />
oficial e o não-oficial na constituição de uma dada faceta da<br />
identidade brasileira.<br />
SOUSA, Moizeis Sobreira de (USP). Século XVIII: Um Laboratório<br />
para o Romance Oitocentista. O romance inscreve-se numa<br />
vigorosa tradição que estende raízes desde a Antiguidade Clássica,<br />
passando pela Idade Média, até chegar à Idade Moderna, pósrevolucionária.<br />
Tentar refazer esse longo percurso seria tarefa<br />
fadada ao insucesso, contudo, é possível fazer um recorte temporal<br />
menor, tendo em vista a melhor compreensão desse fenômeno que<br />
revolucionou a ordem discursiva. Considerando que a ascensão do<br />
romance português se deu em meados do século XIX, em estreita<br />
articulação com a prática romanesca franco-inglesa do século XVIII,<br />
parece proveitoso estabelecer um diálogo com este século.<br />
Levando em consideração esse aspecto, esta comunicação tem por<br />
objetivo apontar, em linhas gerais, a influência que a narrativa do<br />
século XVIII, em particular a obra do filósofo francês Voltaire,<br />
exerceu sobre a produção ficcional de Camilo Castelo Branco,<br />
verificando em que medida o diálogo com essa narrativa contribuiu<br />
para a implantação do romance em Portugal.<br />
SOUZA, Adriano de. (UFSM). Elefante de Francisco Alvim: poética<br />
do improviso? O estudo parte da obra Elefante (2000), do poeta<br />
Francisco Alvim, e propõe problematizar a afirmação do poeta<br />
Cacaso, segundo a qual a poesia de Alvim é um improviso. Para<br />
isso, desenvolve-se uma possível abordagem, tendo em vista de<br />
que forma o discurso poético de Elefante é perceptivelmente<br />
desmetaforizado ao passo que cede o espaço “nobre” da<br />
enunciação a falas e personas supostamente banais e sem<br />
transcendência. Além disso, pretende-se apresentar como humor e<br />
ironia se fazem presentes na forma dos poemas e de que maneira<br />
são produzidos a partir da desmetaforização, contribuindo ou não<br />
para o recurso da comunicabilidade poética. A pertinência crítica de<br />
100<br />
tal abordagem pretende se sustentar em função da necessidade,<br />
em termos de crítica literária, de se construírem estratégias<br />
analíticas e interpretativas em conformidade à problemática que<br />
essa poética apresenta ao leitor contemporâneo justamente por se<br />
valer de outros recursos de representação que não os tradicionais<br />
da poesia lírica moderna ocidental.<br />
SOUZA, Fernandes Ferreira de. (UEMS). O Drama Inglês antes de<br />
Shakespeare. O presente trabalho objetiva evidenciar a relevância<br />
e a influência do teatro medieval na obra de Shakespeare assim<br />
como na de outros grandes dramaturgos. A sociedade do início da<br />
Idade Média baseava-se em um rígido teor cristão, o que propiciou<br />
o surgimento das primeiras obras teatrais britânicas, conhecidas<br />
como “mistérios” e “moralidades” e mais tarde “milagres”. A<br />
princípio, a função dessas representações era exclusivamente<br />
didática, era uma ferramenta que o clero utilizava, através do ritual<br />
e da música até mesmo porque a liturgia, em latim, não era<br />
compreendida pelo povo em geral. Os mistérios refletiam os<br />
interesses e problemas terrenos do homem. As moralidades<br />
exibiam o conflito entre forças contrárias, mas que coexistem no<br />
homem, exigindo dele uma opção, enquanto os milagres eram<br />
representações da vida dos santos, em especial de Nossa Senhora.<br />
SOUZA, Tarsila. O Espaço Romanesco N’o Lustre de Clarice<br />
Lispector. O presente trabalho enfatiza o espaço como elemento de<br />
destaque no romance O Lustre, de Clarice Lispector. Como forma<br />
de atingir o propósito do estudo, verificou-se o conceito de espaço<br />
como um elemento fundamental na narrativa. O procedimento<br />
metodológico abarcou estudos teóricos que tratam do espaço, ao<br />
mesmo tempo em que apresentou um eixo experimental, que<br />
consistiu na leitura direcionada da obra, com propósito de entender<br />
como os espaços se constroem, relacionando-os à trajetória da<br />
protagonista Virgínia. Clarice Lispector, ao reconhecer que a<br />
palavra é limitada diante da ânsia de conhecimento, do<br />
autoconhecimento e da comunicação (Eu - Outro), procura<br />
transgredir essas limitações na sua escritura. Este trabalho tem<br />
como base o estudo de aspectos específicos do seu segundo<br />
romance, O Lustre, no que diz respeito à construção do espaço.<br />
SPERBER, Suzi Frankl (UNICAMP). A terceira margem do<br />
Amazonas: Hibridações no mito do Eldorado em romance de Milton<br />
101
Hatoum. Milton Hatoum escreveu Órfãos do Eldorado com uma<br />
estrutura de não-ditos, mistérios, personagens até certo ponto<br />
inapreensíveis. Proponho que isto decorre de que o mito do<br />
Eldorado, a que Hatoum recorre, é hibridizado com elementos do<br />
passado grego (Hesíodo), elementos mais ancestrais, do período<br />
colonial e de referências indígenas, como a Terra sem Males e o<br />
conceito de perspectivismo proposto por Viveiros de Castro.<br />
SPERBER, Suzi Frankl. (UNICAMP). Relações entre “Rei Lear”, de<br />
W. Shakespeare, o Eclesiastes. Relações entre “Rei Lear”, de W.<br />
Shakespeare, o Eclesiastes, tomando como tópicos “as ilusões da<br />
vida humana”; “precariedade da vida humana Sabedoria e<br />
insensatez”; “as vicissitudes do presente”; “justiça e retribuição”;<br />
“exploração e concorrência desleal”; “a solidão e seus<br />
inconvenientes”; “o poder político e seus riscos”; “sábio e as<br />
arbitrariedades da corte” e “as previsões da adversidade”.<br />
TOTOLI, Aline (USP). Os papéis do inglês tal e qual. A proposta<br />
dessa comunicação é resultado da pesquisa que venho<br />
desenvolvendo desde setembro de 2009 sob a orientação de Anita<br />
Martins Rodrigues de Moraes e com auxilio da FAPESP:<br />
“Desmedidas: um estudo sobre o narrador na obra do escritor Ruy<br />
Duarte de Carvalho”. Proponho, deste modo, a partir de uma<br />
analise atenta do narrador presente em Os papéis do inglês discutir<br />
como se relacionam o discurso etnográfico e o discurso ficcional.<br />
Para isso, pensarei a relação entre a utilização da parodia e a<br />
encenação de uma crise da representação tanto no discurso<br />
literário quanto no discurso etnográfico, que se supõe imparcial.<br />
VIANA, Olinda Siqueira Correa (<strong>UFGD</strong>); LIMBERTI, Rita de Cássia<br />
Aparecida Pacheco (<strong>UFGD</strong>). “Índios no Brasil: quem são eles?” -<br />
um estudo sobre o preconceito contra o indígena a partir de<br />
depoimentos em vídeo. Muitos brasileiros ainda hoje têm uma visão<br />
distorcida sobre quem realmente são os povos indígenas habitantes<br />
do território brasileiro. O preconceito é patente, deixando claro o<br />
total desconhecimento sobre quem são os indígenas. Há quem<br />
pense que os povos indígenas estão errados ao exigirem seus<br />
direitos e há, ainda, aqueles que os consideram como “povos<br />
atrasados”. A partir dos depoimentos exibidos no vídeo “Índios no<br />
Brasil: quem são eles?”, objeto de nossa análise, é possível<br />
perceber tais conceitos nas falas das pessoas entrevistadas.<br />
102<br />
Acrescente-se a tal situação o fato de muitos indígenas negarem<br />
sua própria identidade para evitar tais preconceitos. Com base em<br />
literatura especializada, este trabalho problematiza esta visão<br />
estereotipada que prevalece no Brasil ainda nos dias atuais.<br />
XAVIER, Nubea (<strong>UFGD</strong>). Menino de engenho e Infância, uma<br />
representação histórica da criança. O artigo trata das reflexões<br />
acerca das Memórias de infância: a representação da criança sob<br />
uma perspectiva literária, em que se almeja obter o conceito de<br />
infância a partir das obras literárias Infância e Meninos de Engenho.<br />
As obras propõem uma análise da tessitura da narrativa, em que se<br />
buscará por meio da Nova História Cultural considerar as emoções<br />
e a própria cultura, obtendo a heterogeneidade e as formas<br />
simbólicas sobre a infância. A relevância desse estudo se fez a<br />
partir da análise das obras literárias em conformidade, com as<br />
identidades culturais da criança, elaboradas a partir das lembranças<br />
de José Lins do Rego e Graciliano Ramos, obtendo assim, a<br />
representação da criança, dentro de uma perspectiva entre a Nova<br />
História Cultural e a Literatura.<br />
ZAMBONI, Marcio (USP). Quando os Agentes são Leitores:<br />
refletindo sobre referências literárias no campo etnográfico. A<br />
proposta dessa comunicação é discutir os desafios envolvidos na<br />
interpretação de situações onde os agentes recorrem a referências<br />
literárias no contexto do trabalho de campo etnográfico, situações<br />
que se mostraram curiosamente recorrentes na pesquisa<br />
“Homossexualidades em Camadas Altas da Cidade de São Paulo”,<br />
que venho desenvolvendo desde Junho de 2008 sob a orientação<br />
de Laura Moutinho e com o financiamento da FAPESP. A<br />
argumentação deve se desenvolver em torno de um caso particular,<br />
no qual um etrevistado fez referência à “Plataforma 9 e meia” da<br />
série de livros juvenis “Harry Potter” na explicação de uma espécie<br />
itinerante de experiência da sexualidade.<br />
ZAMPIERI, Aline Camara (UFMS). Humilde ou Malandragem:<br />
Aspectos Comuns Entre Roseno e João Grilo. Em sua Dialética da<br />
malandragem, Antonio Candido (1970) destaca a personagem<br />
Leonardo de Memórias de um sargento de milícias de Manuel<br />
Antônio de Almeida (de 1852) o primeiro malandro da novelística<br />
brasileira. Mais tarde vimos aparecer obras, como Macunaíma de<br />
Mario de Andrade (de 1928), que enfatizam o caráter do herói<br />
103
asileiro. A partir da análise das características do malandro<br />
segundo Antônio Candido e do herói humilde de Anatol Rosenfeld<br />
(1996) em O mito e o herói no moderno teatro brasileiro tentaremos<br />
aproximar gêneros e os personagens – no que tange ao caráter –<br />
João Grilo de Auto da Compadecida de Ariano Suassuna (2000) e<br />
Roseno de Meu tio Roseno, a cavalo de Wilson Bueno (2000).<br />
104<br />
MAPA DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO<br />
105