12.07.2015 Views

4-folder ad volpi2014_online

4-folder ad volpi2014_online

4-folder ad volpi2014_online

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2VOLPIVOLPI3ADADVOLPIA EMOÇÃO DA COR"É bastante difícil encontrar-se um pintor de mais tranquilo e r<strong>ad</strong>ical alheamento de sua própriaobra. Isol<strong>ad</strong>o, trabalha com afinco e independência. Trabalha pela necessid<strong>ad</strong>e, imperiosa de seuespírito, como que gui<strong>ad</strong>o por estranhas forças que o impelem, subjugando todo o seu eu,narcotizando todas as suas energias. Absolutamente sincero, real, é um colorista de invulgarriqueza e dramaticid<strong>ad</strong>e (...). Sabe cantar as cores, mesmo as violentas, em sinfonia de exataorquestração. É sua psique de artista. Na sua produção todas as tonalid<strong>ad</strong>es se entrelaçampossuindo o timbre argentino da harmonia. (...) Sua pintura é ricamente construída, estranhamentedisciplin<strong>ad</strong>a, sem nenhuma concessão ao brilho, ao virtuosismo e nem mesmo à fantasia. Artepura, sem artifício. (...) Planimetria perfeita, colorido justo, atmosfera, vibratibilid<strong>ad</strong>e, são osatributos que vivem na sua tela e que se prolongam em todos os outros trabalhos. (...) Algumasde suas [obras] revelam gênio. São originais. Não copiam os modelos conhecidos. Perturb<strong>ad</strong>ora(s)na exuberância do colorido. Não que o artista seja um improvis<strong>ad</strong>or de sinfonias gritantes. Muitopelo contrário. É um regente que ordena todas as notas e harmonias em partitura clara, grandiosa,numa gama de perfeita unid<strong>ad</strong>e." 1Surpreendentemente, o texto acima, uma avaliação irretocável da obra de Volpi, foi escrita pelocrítico de arte Virgílio Maurício, em 1935 2 . O artigo, intitul<strong>ad</strong>o Volpi, o Wagner da pintura, foipublic<strong>ad</strong>o no jornal O Imparcial, e resgat<strong>ad</strong>o por Marco Antonio Mastrobuono no seu livro Alfredo– Pinturas e Bord<strong>ad</strong>os. 3O texto refere-se às suas paisagens, naturezas-mortas e retratos, mas deixa claro, para quemsabe ver, que o Volpi de 1975, com suas Ogivas vibrantes, já estava contido no Volpi de 1935.Artista de rara qualid<strong>ad</strong>e, ele envelheceu como um vinho de safra excepcional, aprofundandoaromas.Alfredo Volpi é uma rara unanimid<strong>ad</strong>e na arte brasileira. É talvez o artista que acumula o maiornúmero de retrospectivas e livros public<strong>ad</strong>os. Sua obra foi analis<strong>ad</strong>a, aplaudida, incens<strong>ad</strong>a edissec<strong>ad</strong>a por quase todos os críticos de arte do país, dos anos 1930 até hoje. Sempre teve<strong>ad</strong>mir<strong>ad</strong>ores fiéis, como o amigo e artista Ottone Zorlini, que chegou a realizar na sua casa umaretrospectiva de Volpi, apenas com obras de sua propried<strong>ad</strong>e; foi <strong>ad</strong>ot<strong>ad</strong>o pelo articul<strong>ad</strong>o grupodos artistas concretos nos anos 1950, e depois teve à sua volta os cham<strong>ad</strong>os “volpistas” - que oacompanharam até o fim. O grupo, composto por amigos, colecion<strong>ad</strong>ores e marchands, foi aorigem do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna que, entre outras ações, catalogou 2.239obras do artista, proporcionando aos pesquis<strong>ad</strong>ores um amplo material de estudo.Na realização desta exposição verifiquei que é muito raro alguém ter um só Volpi. A magia quese desprende de sua obra é tão poderosa que torna-se quase um vício. Em todas as casas, dostrinta colecion<strong>ad</strong>ores que cederam obras para esta mostra, ouvi a frase: “Os meus Volpis são osmais lindos que eu conheço”. E, muito além do cabotinismo, existe uma verd<strong>ad</strong>e nessa afirmação,pois a convivência com uma obra de Volpi vai revelando infinitas sutilezas: o grau de diluição das1Virgílio Maurício da Rocha (Lagoa da Canoa, 4 de abril de 1892 - Belo Horizonte, 13 de dezembro de 1937) foi um pintor, médico,jornalista, crítico de arte e escritor brasileiro. Fundou e manteve em São Paulo a revista O Mensário de Arte.2O Imparcial, São Paulo, 20 de maio de 19353Public<strong>ad</strong>o pelo Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna, São Paulo, 2013.


4VOLPIVOLPI5ADADtintas, a aplicação mais forte ou leve das pincel<strong>ad</strong>as, a harmonia das cores e muitas outrasfiligranas. Olhar atentamente um trabalho do artista é mergulhar no seu universo, é compreendera essência de sua famosa frase: “Meu problema é de forma, linha e cor”.Reconhecido em vida como um mestre, Volpi era muito tímido, queria apenas pintar. O crítico eestudioso de sua obra, Olívio Tavares de Araújo, relata que, convid<strong>ad</strong>o pelo então govern<strong>ad</strong>orPaulo Egydio Martins para almoçar no Palácio dos Bandeirantes, no dia de seus 80 anos, Volpiachou melhor convidá-lo para ir à sua casa. E ele foi. No fim do almoço, ao autografar umtrabalho para o govern<strong>ad</strong>or, perguntou ingenuamente: “Eh! Como é mesmo o seu nome?”.Recebeu inúmeras homenagens para as quais tinha que sair de casa, vestir-se bem, falar commuita gente, receber e agr<strong>ad</strong>ecer elogios. Não gostava de n<strong>ad</strong>a disso, e um dia desabafou comOlívio: “A Glória é uma coisa chata!”Volpi nasceu em Lucca, na Itália, em 14 de abril de 1896, era o terceiro filho de Ludovico di Luigie Giuseppa Gasparini. Sua família emigrou para o Brasil em outubro de 1898. Aos doze anos deid<strong>ad</strong>e foi trabalhar na seção de enc<strong>ad</strong>ernação de uma tipografia. Já gostava de misturar cores ebrincava com uma aquarela compr<strong>ad</strong>a com seu próprio dinheiro. Em 1912 começou a trabalharcomo pintor-decor<strong>ad</strong>or de residências. Lá aprendeu a misturar as tintas, preparar o reboco, emarcar os esboços. Em pouco tempo foi promovido a “decor<strong>ad</strong>or”. Seus primeiros trabalhospessoais datam de 1914 e eram realiz<strong>ad</strong>os sobre papelão, reproduzindo paisagens ou registrandosituações do seu cotidiano.Em 1918, a realização de uma decoração mural abriu novas possibilid<strong>ad</strong>es para o jovem artesão.O trabalho foi feito juntamente com o pintor Orlando Tarquínio e este incentivou Volpi a pintar,a buscar seu caminho como artista, mostrando a ele as possibilid<strong>ad</strong>es da “Grande Arte”,desvincul<strong>ad</strong>a do uso decorativo - uma distinção que ele guardaria para sempre. Há que seobservar que, essa busca se daria em nível bastante modesto. A educação formal de Volpi nãopassou do primário; ele sempre falou com forte sotaque, maltratando tanto o português quantoo italiano...e precisava trabalhar. Assim, ele não foi estudar numa ac<strong>ad</strong>emia, e vivia muito longedas experimentações dos nossos modernistas, mas tinha algum acesso ao que ocorria na Europa.Numa estratégia de sobrevivência, os imigrantes italianos viviam quase isol<strong>ad</strong>os. Seusrelacionamentos externos eram apenas volt<strong>ad</strong>os para o trabalho, afora isso falavam sua línguanatal, casavam entre si e liam jornais como o Fanfulla, mas, segundo o crítico Lorenzo Mammi:“Era um ambiente confuso e com frequência ingênuo, mas não desprovido de vivacid<strong>ad</strong>e nemde todo desatualiz<strong>ad</strong>o, graças sobretudo à intensa imigração de artistas europeus e ao vaivémdos bolsistas do est<strong>ad</strong>o que iam estudar na Europa.” O crítico também aponta as tendênciasvigentes no período: “Impressionistas, pontilistas e macchiaioli eram ali<strong>ad</strong>os naturais contra apintura ac<strong>ad</strong>êmica(...) Eram linguagens mais modernas, mesmo que os objetivos fossemmodestos, e as poéticas conserv<strong>ad</strong>oras.” 4Volpi praticava o que era conhecido na época como “manchas”, pinturas de observação, emgeral realiz<strong>ad</strong>as em suportes de pequenas dimensões e materiais simples como m<strong>ad</strong>eira oucartão. Trabalhava com pequenas pincel<strong>ad</strong>as, pastosas, iluminando detalhes, num vagoimpressionismo, mas, em algumas dessas obras já é possível perceber uma grande sensibilid<strong>ad</strong>e.Em 1925 ele participou de sua primeira exposição coletiva, no Palácio das Indústrias, e vendeuuma obra que retratava sua irmã costurando.trabalho... só via aquelas poesias que eles declamavam e mais n<strong>ad</strong>a... não trouxeram trabalhoaqui... 5Em 1927 Volpi conheceu Benedita da Conceição, cham<strong>ad</strong>a por todos de Judite, com quemviveria por 45 anos, até à morte dela. Seu casamento, formaliz<strong>ad</strong>o apenas em 1943 6 , foi mais umfator de isolamento de Volpi. Judite era negra e o relacionamento deles era encar<strong>ad</strong>o comrestrições pela socied<strong>ad</strong>e da época. Assim eles viviam num mundo próprio, cerc<strong>ad</strong>os apenaspelos amigos.Outro acontecimento decisivo ocorreu para Volpi em 1933. Ele foi apresent<strong>ad</strong>o a FranciscoRebolo, também pintor-decor<strong>ad</strong>or. Lev<strong>ad</strong>o por ele passou a frequentar as sessões de modelovivo no Palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde então se reuniam Mario Zanini, ManoelMartins, Humberto Rosa, Fúlvio Pennacchi, entre outros. Eles tinham muitos pontos em comum:eram imigrantes e precisavam trabalhar, mas queriam ser artistas, por isso dividiam custos doatelier e dos modelos, e partilhavam experiências pintando juntos os subúrbios da cid<strong>ad</strong>e deSão Paulo - com sua paisagem c<strong>ad</strong>a vez mais rala. Posteriormente ficaram conhecidos como oGrupo Santa Helena, sem que na época tivessem qualquer pretensão de ser um movimento.Mais do que qualquer técnica ou tema, o importante para Volpi foi a oportunid<strong>ad</strong>e de convivercom iguais, o que o levou a frequentar as principais exposições, a ter acesso a livros de arte e atrocar vivências. Também marcante foi o encontro com Ernesto de Fiori com o qual, mais do quetécnica, aprendeu um conceito que iria revolucionar sua obra: o de separar o “assunto” da“pintura”.Na segunda met<strong>ad</strong>e dos anos 1930 começou a viajar com frequência para Itanhaém, onde Juditeestava residindo por recomendação médica. A cid<strong>ad</strong>e praiana era pequena, com casas coloniaise uma bela luz. A disposição quase esquemática da arquitetura encontrava eco na pintura donaïf Emygdio de Souza que lá residia. Volpi começou a pintar junto com ele, <strong>ad</strong>mirando suacapacid<strong>ad</strong>e de síntese, de redução à essência. Foi um ponto de inflexão na obra de Volpi. Nesseperíodo o artista pintou muito a paisagem e o mar, mas aos poucos foi abandonando e deixouo “assunto”, deixou de observar a paisagem para pintar o que ficava retido em sua memória. Foium momento de abertura de muitas possibilid<strong>ad</strong>es, e o artista estava dividido entre elasbuscandoseu caminho.Revelando seu l<strong>ad</strong>o “antropófago”, Volpi também testou soluções que o encantaram em Matisse,Cézanne e Dufy, entre outros artistas. Mas, apesar de sua conhecida modéstia, Volpi nunca<strong>ad</strong>mitiu ter tido influência de ninguém - o que de certa forma é verd<strong>ad</strong>eiro, pois apenas <strong>ad</strong>ejoupor elas.No mês de abril de 1944, Volpi realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Itá, em SãoPaulo, com texto de apresentação de Mário Schenberg. Em fato inédito para a época vendeutodos os qu<strong>ad</strong>ros. Ao comentar a mostra Sérgio Milliet observa esse artista que está testandoalternativas: “(...) a grande varied<strong>ad</strong>e de telas expostas poderia ter provoc<strong>ad</strong>o algum<strong>ad</strong>esorientação no público. À primeira vista, essa obra que resulta em trinta anos de trabalho nãoapresenta uma linha precisa de evolução. Mas um exame atento destaca logo inúmerosdenomin<strong>ad</strong>ores comuns em todas as telas.” 7Ainda no mesmo período, outra mudança fundamental ocorreu na obra de Volpi, ele deixou deNo ano seguinte, lev<strong>ad</strong>o por amigos, assistiu à conferência ministr<strong>ad</strong>a por Marinetti, o teórico dofuturismo italiano, no teatro cassino Antártica, e sobre ela declarou anos depois: “mas eu não via4MAMMI, Lorenzo in Volpi. Cosac & Naif Edições, São Paulo, 1999.5Entrevista a R<strong>ad</strong>ha Abramo, 5 de abril de 1976.6Em todas as cronologias de Volpi public<strong>ad</strong>as até hoje, o casamento é dat<strong>ad</strong>o em 1942. Recente pesquisa de Marco AntonioMastrobuono localizou o documento original, de 1943, reproduzido integralmente no já cit<strong>ad</strong>o livro Alfredo – pinturas e bord<strong>ad</strong>os.7MILLIET, Sérgio in Diário crítico, 30 de abril de 1944


6VOLPIVOLPI7ADADl<strong>ad</strong>o o óleo e passou a trabalhar com a têmpera. O artista, que já preparava os chassis e as telaspara suas obras, passou a criar também as suas tintas. A têmpera é uma técnica antiga na qualos pigmentos são mistur<strong>ad</strong>os a um aglutinante, em geral o ovo. Seu tempo de secagem é muitorápido o que faz com que o tracej<strong>ad</strong>o do pincel torne-se visível. Volpi resgatou todo oaprendiz<strong>ad</strong>o de pintor-decor<strong>ad</strong>or de afrescos da sua juventude e incorporou as característicasda têmpera ao seu trabalho, obtendo um result<strong>ad</strong>o inteiramente pessoal que se tornaria suamarca. A técnica também deu a ele uma cultiv<strong>ad</strong>a liberd<strong>ad</strong>e pois não era mais preciso usar ascores industriais e aguardar o demor<strong>ad</strong>o processo de secagem da tinta a óleo. Com o tempo seudomínio da têmpera foi atingindo a excepcionalid<strong>ad</strong>e, e iria torná-lo dono e senhor da Cor.Contribuiu ainda mais para isso a sua única viagem à Europa, em 1950, na qual conheceu a obr<strong>ad</strong>e Giotto, Piero della Francesca e Margaritone - mestres da têmpera. Todos os relatos sobre oartista registram as muitas visitas que fez a Pádua para visitar a Capella degli Scrovegni.No início da déc<strong>ad</strong>a de 1950 Volpi acentuou a dimensão bidimensional de suas telas. Iniciou aspinturas de fach<strong>ad</strong>as e na sequência verticalizou as imagens, que se desdobraram em faixas,numa síntese c<strong>ad</strong>a vez maior. A originalid<strong>ad</strong>e de sua obra não passou desapercebida da crítica.Encant<strong>ad</strong>o com o trabalho do artista, o crítico e colecion<strong>ad</strong>or Theon Spanudis apresentou Volpipara a também crítica Maria Eugênia Franco, e ela chamou Mário Pedrosa para conhecer oartista. Em 1953, o crítico inglês Herbert Re<strong>ad</strong>, do júri da Bienal Internacional de São Paulo,defendeu com entusiasmo a obra de Volpi. E ex-aequo com Di Cavalcanti ele recebeu o prêmiode Melhor Pintor Nacional.Dessa época são os primeiros mastros e bandeiras pint<strong>ad</strong>os por Volpi, inspir<strong>ad</strong>o pela visão deuma festa junina: “(...) estava só, esperando o horário do trem, de m<strong>ad</strong>rug<strong>ad</strong>a, fui dar uma volta,então tive este impacto, vi aquelas bandeiras. Tudo fech<strong>ad</strong>o com essas bandeiras, me emocionouisso... Fiz uma tentativa, então compus as fach<strong>ad</strong>as com as bandeiras. Mais tarde, então, conseguiresolver só com bandeiras.” 8A obra de Volpi também despertou o interesse dos artistas concretos que, naquele momento,se articulavam com muita força. Décio Vieira e Fiaminghi tinham ateliê próximo à casa do artistae estavam sempre com ele, assim como Waldemar Cordeiro, Mário Pedrosa e Haroldo deCampos. Estimul<strong>ad</strong>o por eles, Volpi realizou, no final da déc<strong>ad</strong>a de 1950, uma série de pinturasde rigor bidimensional conhecida como a “fase concreta” de sua obra.Comentando a sua relação com o concretismo, em entrevista à Folha de S. Paulo, de 28 desetembro de 1975, disse Volpi: “(...) A questão é que sempre pintei as minhas pinturas que‘saem’, nunca fui atrás de corrente alguma. Os concretistas me convidaram, fui expor com eles...mas nunca pensei em seguir alguém ou qualquer corrente.”Apesar da afirmação, o fato é que Volpi teve nesse período uma produção de característicasconcretistas, com o uso de formas e cores puras. Mas, não por muito tempo... breve eleabandonou a composição ortogonal, suas linhas <strong>ad</strong>quiriram luminosid<strong>ad</strong>e e vibração, e acontenção de cores se desfez.Em 1958 realizou afrescos para a capela de Nossa Senhora de Fátima das Pioneiras Sociais, aprimeira igreja a funcionar em Brasília. Para o projeto de Oscar Niemeyer, uma singular tenda deconcreto, Volpi criou um afresco comovente, com uma santa entre bandeirinhas, em suavesrosas e azuis. 9Na déc<strong>ad</strong>a de 1960, na retom<strong>ad</strong>a do tema das fach<strong>ad</strong>as e bandeiras, Volpi introduziu o movimentonas suas composições: o vento enfuna as bandeirinhas; sacode mastros e fitas... A cor cresce eas formas se simplificam, janelas e portas tornam-se apenas sugestões.Outros elementos, como velas e barcos, aparecem em vagas alusões, assim descritas por Clarivaldo Pr<strong>ad</strong>o Vall<strong>ad</strong>ares: “São as telas à têmpera, desses últimos 5 anos, em que o espaço constróido espelho das águas, de reflexos geometriz<strong>ad</strong>os e orden<strong>ad</strong>os, com um mínimo de interferênci<strong>ad</strong>escritiva, quando muito, uma ponta de mastro, ou uma flâmula de gávea, ou o espectro de umbarco.” 10Mas as pálidas cores se transformam, o movimento torna-se mais efetivo, fitas agitam-se aovento por entre mastros listr<strong>ad</strong>os, que balançam nas águas. Desse embate, entre encontros evazios, nasce a cham<strong>ad</strong>a fase cinética, com tons contrastantes e acentu<strong>ad</strong>a presença de corescomo o preto, o branco e o vermelho.Paralelamente Volpi faz experiências com as bandeirinhas, não mais vistas como um elementofigurativo, mas como um módulo: um qu<strong>ad</strong>r<strong>ad</strong>o do qual foi tir<strong>ad</strong>o um triângulo. E o artista ascoloca alinh<strong>ad</strong>as, enfileir<strong>ad</strong>as, estrutur<strong>ad</strong>as por mastros, justapostas, em formações triangulares,e em jogos óticos com o uso de vaz<strong>ad</strong>os. Usa todas as cores: claríssimas, escuras, fortementecontrast<strong>ad</strong>as, ou apenas complementares. E gr<strong>ad</strong>ua as pincel<strong>ad</strong>as, que podem ser fortes, sutis,muito aparentes, horizontais ou em ebulição.Em me<strong>ad</strong>os de 1970, já com 80 anos, Volpi realiza as cham<strong>ad</strong>as Ogivas, e nelas entrega-seinteiramente à Cor. São construções que se repetem, praticamente idênticas, e nas quais Volpifaz infinitas permutações cromáticas.O artista ainda assistiu à grande exposição, no Museu de Arte Moderna de São Paulo,comemorativa dos seus 90 anos, falecendo em 28 de Maio de 1988.Apesar do grande número de obras, esta exposição, apresent<strong>ad</strong>a na Galeria Almeida e Dale, éapenas um recorte da obra de Volpi. Não estão represent<strong>ad</strong>os, por exemplo, seus santos em<strong>ad</strong>onas, a fase negra, ou os l<strong>ad</strong>rilhos. Em contrapartida, a mostra propicia a compreensão doprocesso de trabalho do artista ao fazer um mergulho em alguns temas que ele tratouobsessivamente: o percurso das casarios às fach<strong>ad</strong>as verticaliz<strong>ad</strong>as, a curta mas marcanteexperiência concreta, a trajetória dos mastros à pintura cinética e a das bandeirinhas às ogivas.Foi bastante difícil selecionar entre belíssimas obras coloc<strong>ad</strong>as às disposição pela generosid<strong>ad</strong>edos colecion<strong>ad</strong>ores. A todos agr<strong>ad</strong>eço.Volpi era um homem simples, mas nem um pouco ingênuo, e sua simplicid<strong>ad</strong>e era de naturezamonástica. Segundo o mestre do ascetismo Evágrio Pôntico “um monge é assim cham<strong>ad</strong>oporque conversa com Deus noite e dia e não imagina senão as coisas de Deus, sem n<strong>ad</strong>a possuirna terra. É solitário e se dirige a Deus em oração e contemplação incessante.” N<strong>ad</strong>a descreveriamelhor o artista:Alfredo Volpi era um monge da Arte.Denise MattarCur<strong>ad</strong>ora8Volpi em entrevista coorden<strong>ad</strong>a por Mário Schenberg, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, no dia 2 de abril de 19719Os afrescos, não mais existem, foram recobertos com cam<strong>ad</strong>as de tinta, a mando dos p<strong>ad</strong>res da capela.10Texto de apresentação do catálogo da exposição de Volpi na Petite Galerie, Rio de Janeiro, 1970.


8VOLPIVOLPI9ADVOLPITHE EMOTION OF COLORAD“It is very difficult to find a painter who ismore tranquil and r<strong>ad</strong>ically distant from hisown work. Isolated, he works with dedicationand independence. His work is an imperiousneed of his spirit, as though guided bystrange forces that impel him, subjugatinghis entire being, draining all his energy. Absolutelysincere and true, he is a colorist ofuncommon wealth and drama. (...) He knowshow to play with colors, even the violentones, in a symphony of precise orchestration.This is his artist´s psyche. In his production,all the tones are interwoven, possessingthe clear timbre of harmony. (...) His paintingis richly constructed, strangely disciplined,without any concession to brilliance, to virtuosityor even to fantasy. Pure art, with noartifice. (...) Perfect planimetry, exact colors,atmosphere and vibratory are attributesthat live on his canvas and that are prolongedin all his other works. (...). Some ofhis [works] reveal his genius. They are original.They do not copy known models. Disturbingin the exuberance of their coloring.Not that the artist improvises screechingsymphonies. Much to the contrary. He is themaestro who arranges all the notes and harmonieson a clear, grandiose musical score,with a scale of perfect unity.” 1Surprisingly, the text above, an irreproachableand perfect evaluation of Volpi´s work,was written by art critic Virgílio Maurício, in1935 2 . The article, entitled Volpi, o Wagnerda pintura (Volpi, the Wagner of painting),was published in the O Imparcial (The Impartial)newspaper, and retrieved by MarcoAntonio Mastrobuono in his book Alfredo –Pinturas e Bord<strong>ad</strong>os (Alfredo – Paintingsand Embroideries). 3The text refers to his landscapes, still-lifeand portraits, but makes it clear to whoeverwants to see, that the Volpi of 1975, with hisvibrant Ogives, alre<strong>ad</strong>y lived in the Volpi of1935. An artist of rare quality, he aged likewine from an exceptional harvest, intensifyingthe aromas.Alfredo Volpi is a rare unanimity in Brazilianart. He is perhaps the artist to have accumulatedthe greatest number of retrospectivesand books published. His work has been analyzed,applauded, fawned upon and dissectedby almost all the art critics in thecountry, from the thirties to date. He has alwaysh<strong>ad</strong> faithful <strong>ad</strong>mirers, like his friendand artist Ottone Zorlini, who even held aretrospective of Volpi in his home, only withthe works that he owned; he was <strong>ad</strong>optedby the articulate group of concretist artistsin the 1950s, and then was surrounded bythe so-called “volpistas” – who accompaniedhim until the end. This group of friends,collectors and marchands founded the AlfredoVolpi Institute of Modern Art which,among other activities, catalogued 2,239works of art by the artist, offering researchersample material to be studied.When organizing this exhibition, I noticedthat it is very rare for someone to have onlyone Volpi. The magic that exudes from hiswork is so powerful that it becomes almostan <strong>ad</strong>diction. In the homes of all thirty collectorswho loaned their woks to this exhibition,I heard the affirmation: “My Volpis arethe most beautiful that I know of”. And, farfrom being presumptuous, there is truth inthese statements, since living with a work ofVolpi reveals infinite subtleties: the level ofdilution of the paints, the stronger or lighterapplication of strokes, the harmony of colorsand many other filigree details. To look attentivelyat an artist´s work is to dive intohis universe, it is to understand the essenceof his famous words: “My problem is of form,line and color.”Recognized in life as a master, Volpi wasvery shy, wishing only to paint. Critic andscholar of his work, Olívio Tavares de Araújo,reports that, invited by the then governorPaulo Egydio Martins to have lunch at thePalácio dos Bandeirantes on his 80th birthday,Volpi thought it better to invite him tohis home. And he went. At the end of themeal, when autographing a work of art forthe governor, he naively asked: “Eh! What isyour name again?”He received countless tributes for which heh<strong>ad</strong> to leave his house, dress up, speak tomany people, receive and be thankful forcompliments. He didn´t like that at all, andone day he confessed to Olívio: “Glory is abothersome thing!”Volpi was born in Lucca, in Italy, on April 14,1896, and was the third child of Ludovico diLuigi and Giuseppa Gasparini. His family immigratedto Brazil in October, 1898. When hewas twelve years old he went to work in thebinding section of typography. He alre<strong>ad</strong>yliked to mix colors and played with a set ofwatercolors that he h<strong>ad</strong> bought with his ownmoney. In 1912, he began to work as an interiordecorator-painter in homes. There helearned to mix paints, prepare plaster, andmake outlines. In a short time he was promotedto “decorator”. His first personalworks date from 1914 and were m<strong>ad</strong>e oncardboard, reproducing landscapes or registeringeveryday scenes.In 1918, the production of a mural decorationopened new possibilities for the young artisan.The work was carried out jointly withpainter Orlando Tarquínio, who encouragedVolpi to paint, to seek his way as an artist,showing him the possibilities of the “GreatArt”, divested of decorative uses – a distinctionthat he would keep forever. It must benoted that this search would happen on avery modest level. Volpi´s formal educationnever went beyond primary school; he alwaysspoke with a strong accent, mistreatingboth the Portuguese and Italianlanguages ...and he needed to work. Thus,he did not study in any ac<strong>ad</strong>emy, and liveddistant from the experimentations of ourmodernists, but he h<strong>ad</strong> some access to whatwas happening in Europe. To survive, theItalian immigrants lived almost isolated.Their external relationships were only forwork, apart from this they spoke their nativelanguage, married among themselves andre<strong>ad</strong> newspapers such as the Fanfulla, but,according to critic Lorenzo Mammi: “It was aconfused and frequently naive atmosphere,but not wanting in vivacity nor entirely outdated,thanks, above all, to the intense immigrationof European artists and the comeand go of state scholarship students whowent to study in Europe.” The critic alsohighlights the trends that were present atthe time: “Impressionists, pointillists andmacchiaioli were natural allies against ac<strong>ad</strong>emicpainting(...). These were more modernlanguages, although the objectives weremodest and the poetics conservative.” 4Volpi practiced what at the time was knownas “manchas”, paintings from observation,generally created on small sized supportsand on simple materials such as wood orcards. He worked with small, pasty strokes,illuminating details, in a vague impressionism,but, in some of these works it is alre<strong>ad</strong>ypossible to perceive great sensibility. In 1925he took part in his first collective exhibitionat the Palácio das Indústrias and sold a workthat depicted his sister sewing.In the following year, invited by friends, heattended the conference proffered by Marinetti,theorist of Italian futurism, at the casino-theaterAntártica, and years later saidabout this: “but I saw no work... I only sawthose poems that he recited nothing else...they brought no work here... 5In 1927, Volpi met Benedita da Conceição,known by everyone as Judite, with whom hewould live for 45 years, until her death. Hismarriage, only formalized in 1943 6 , was anotherfactor for Volpi´s isolation. Judite wasblack and their relationship was seen withrestrictions by society at the time. So theylived in their own world, surrounded only bytheir friends.Another decisive incident for Volpi happenedin 1933. He was introduced to FranciscoRebolo, also a decorator-painter. Led byhim, he began to attend session of live modelsat the Palacete Santa Helena, on the Sésquare, where at the time Mario Zanini, ManoelMartins, Humberto Rosa and FúlvioPennacchi would get together. They h<strong>ad</strong>many points in common: they were immigrantsand needed to work, but they wantedto be artists, and so they divided the costs ofthe studio and the models, and shared experiencespainting together in the suburbs ofthe city of São Paulo – with its increasinglybare landscape. Later they became knownas the Santa Helena Group, though at thetime they h<strong>ad</strong> no intention of becoming amovement.More than any technique or theme, it wasimportant for Volpi to have the opportunityto be in contact with his equals, which ledhim to frequent the most important exhibitions,and to have access to books of art andexchange experiences. Also important wasthe meeting with Ernesto de Fiori withwhom, more than technique, he learned theconcept that would revolutionize his work:to separate the “subject” from the “painting”.In the second half of the dec<strong>ad</strong>e of 1930 hebegan to frequently travel to Itanhaém,where Judite was living upon medical recommendation.The beach city was small, withcolonial houses and h<strong>ad</strong> a lovely light. Thealmost schematic disposition of the architecturefound an echo in the paintings of naïfEmygdio de Souza who lived there. Volpi beganto paint together with him, <strong>ad</strong>miring hisability for synthesis, reduction to essence. Itwas a point of inflection in Volpi´s work.During this period the artist often paintedthe small city and the sea, but he slowly beganto abandon the “subject”, he stoppedobserving the landscape and began paintingwhat he retained in his memory. It was a momentthat opened many possibilities, and theartist was divided among them - trying tofind his way.Revealing his “anthropophagus” side, Volpialso tested solutions that he found charmingin Matisse, Cézanne and Dufy, among otherartists. However, despite his famed modesty,Volpi never <strong>ad</strong>mitted having been influencedby anyone – which, in a way, is true, since heonly passed briefly through them.In the month of April, in 1944, Volpi held hisfirst solo exhibition, at the Galeria Itá, in SãoPaulo, with an introductory text by MárioSchenberg. He sold all his paintings, whichwas unusual at the time. Commenting theexhibition, Sérgio Milliet, observes this artistwho is experimenting alternatives: “(...) thegreat variety of canvases exhibited couldhave provoked some disorientation for thepublic. At first sight, this work that representsthirty years of labor does not present a preciseline of evolution. But careful examinationsoon shows countless common denominatorsin all the canvases.” 7Still during this period, another fundamentalchange occurs in Volpi´s work, he left oilsaside and began to work with têmpera. Theartist, who alre<strong>ad</strong>y prepared the frames andthe canvases for his work, began to also preparehis paints. Têmpera is an ancient techniquein which the pigments are mixed withan agglutinant, generally egg. Its drying timeis very short, which makes the stroke of thepaintbrush visible. Volpi retrieved all he thath<strong>ad</strong> learned as a decorator-painter of frescoswhen he was young and incorporated thecharacteristics of têmpera to his work, obtainingan entirely personal result that wouldbecome his signature. The technique alsogave him a cultivated freedom, since it wasno longer necessary to use industrial colorsand wait for the long drying process of oilpaints. In time, his dominium of têmpera wasachieved magnificently, and would transformhim into master and lord of Color.To this also contributed his only trip to Europe,in 1950, when he became acquaintedwith the works of Giotto, Piero della Francescaand Margaritone – masters of têmpera. Allthe reports on the artist register his manytrips to P<strong>ad</strong>ua to visit the Capella degli Scrovegni.Early in the dec<strong>ad</strong>e of 1950, Volpi accentuatedthe bi-dimensionality of his canvasses. Hebegan painting faç<strong>ad</strong>es and then verticalizedthe images, which unfolded into strips, in anincreasing synthesis. The originality of hiswork did not go unnoticed by the critics. Enchantedby the artist´s work, critic and collectorTheon Spanudis introduced Volpi tothe also critic Maria Eugênia Franco, and shecalled Mário Pedrosa to meet the artist. In1953, English critic Herbert Re<strong>ad</strong>, a memberof the jury of the International Biennial ofSão Paulo, enthusiastically defended Volpi´swork. And ex-aequo with Di Cavalcanti he receivedthe award of Best National Painter.From then we have the first flagpoles andflags painted by Volpi, inspired by the visionof a June festival: “(...) I was alone, waitingfor the arrival of the train, in the early morning,and went for a stroll, when I h<strong>ad</strong> this impact,I saw those flags. Everything wasclosed with these flags, I was moved... I m<strong>ad</strong>ean attempt, and then I composed the faç<strong>ad</strong>eswith the flags. Later, I managed to solve itonly with flags.” 8Volpi´s work also awakened the interest ofconcrete artists who, at that time, were articulatingstrongly. Décio Vieira and Fiaminghih<strong>ad</strong> a studio near the artist´s home and werealways with him, as was Waldemar Cordeiro,Mário Pedrosa and Haroldo de Campos. Thusstimulated, Volpi created, at the end of thedec<strong>ad</strong>e of 1950, a series of paintings of bi-dimensionalrigor known as the “concretephase” of his work.Commenting his relationship with concretismin an interview to the Folha de S. Paulonewspaper, of September 28, 1975, Volpisaid: “(...) The point is that I always paintedmy paintings which ‘come out’, I never followedany current. The concrete artists invitedme, and I exhibited with them... but Inever thought of following anyone or anycurrent.”Despite this affirmation, the fact is thatVolpi´s production, during this period, h<strong>ad</strong>characteristics of concretism, with the use ofpure colors and forms. But, not for long...soon he abandoned the orthogonal composition,his lines acquiring luminosity and vibration,and the restrained colors wereabandoned.In 1958, he m<strong>ad</strong>e frescoes for the Nossa Senhor<strong>ad</strong>e Fátima das Pioneiras Sociais chapel,the first church established in Brasília. ForOscar Niemeyer´s project, a sole concretetent, Volpi created a touching fresco of asaint among flags, in soft hues of pink andblue. 9In the dec<strong>ad</strong>e of 1960, when reviving thetheme of faç<strong>ad</strong>es and flags, Volpi <strong>ad</strong>dedmovement to his compositions: little flagsflutter in the wind; swaying flagpoles and ribbons...Color grows and the forms becomesimpler; windows and doors become meresuggestions.Other elements such as sails and boats arevaguely alluded to, and are so described byClarival do Pr<strong>ad</strong>o Vall<strong>ad</strong>ares: “They aretêmpera canvases, over the last 5 years, inwhich space is built in reflecting shallowpools, from geometric and ordered reflexes,with minimum descriptive interference, atmost the tip of a mast, or a pennant on thetopsail, or the specter of a boat.” 10But the pale colors are transformed, movementbecomes more effective, ribbons flutterin the wind between striped mastsswaying in the waters. From this battle, betweenencounters and emptiness, is born theso called kinetic phase, with contrastingtones and an accentuated presence of colorssuch as black, white and red.Simultaneously, Volpi experiments with thelittle flags, no longer seen as figurative elements,but as a module: a square from whichwas taken a triangle. And the artist alignsthem, lining them up, structured by flagpoles,juxtaposed, in triangular formations,and with optical arrangements with the useof hollow spaces. He uses every color: verylight, dark, strongly contrasting, or just complementary.And he gr<strong>ad</strong>es his stokes, whichmay be strong, subtle, very apparent, horizontalor in ebullition.In the mid 1970s, when he was alre<strong>ad</strong>y 80years old, Volpi created the so-called Ogives,and in them he gives himself entirely to Color.They are constructions that repeat themselves,are practically identical and in whichVolpi make infinite chromatic permutations.The artist also saw the important exhibitionat the Museum of Modern Art of São Paulo tocelebrate his 90th birthday, passing away onMay 28, 1988.In spite of the great number of works, thisexhibition, shown at the Almeida e Dale Gallery,is only a selection of Volpi´s works. Itdoesn´t show, for example, his saints andm<strong>ad</strong>onnas, his black phase, or the tiles. Onthe other hand, the exhibition offers an understandingof the artist´s work processwhen he dives into some themes that he usesobsessively: the path from rows of houses tovertical faç<strong>ad</strong>es, the short but importantconcrete experience, and the trajectory fromflagpoles to kinetic painting and from littleflags to ogives. It was very difficult to chooseamong the beautiful works of art placed atour disposal by the generosity of the collectors.We thank them all.Volpi was a simple man, but not naive at all,and his simplicity was of a monastic nature.According to the master of asceticismEvágrio Pôntico “a monk is so named becausehe speaks with God night and day andonly imagines things of God, without possessinganything on earth. He is solitary andspeaks to God through unceasing contemplationand prayer.” Nothing describes theartist better:Alfredo Volpi was a monk for Art.Denise MattarCurator1Virgílio Maurício da Rocha (Lagoa da Canoa, April 4, 1892 - Belo Horizonte,December 13, 1937) was a Brazilian painter, physician, journalist, art criticand writer. He founded and maintained in São Paulo the O Mensário de Artemagazine.2O Imparcial, São Paulo, May 20, 19353Published by the Alfredo Volpi Institute of Modern Art, São Paulo, 2013.4MAMMI, Lorenzo in Volpi. Cosac & Naif Edições, São Paulo, 1999.5Interview to R<strong>ad</strong>ha Abramo, April 5, 1976.6In all the Volpi´s timelines published to date, his marriage is dated as 1942.A recent research by Marco Antonio Mastrobuono located the original document,from 1943, reproduced entirely in the above-mentioned book Alfredo– Paintings and Embroideries.7MILLIET, Sérgio in Diário Crítico, April 30, 19448Volpi in an interview coordinated by Mário Schenberg, at the Museu da Imageme do Som de São Paulo, on April 2, 19719The frescos, that no longer exist, were covered with layers of paint, by orderof the priests of the chapel.10Introductory text for the catalogue of Volpi´s exhibition at the Petite Galerie,Rio de Janeiro, 1970.


10VOLPIVOLPI11ADADSempre pintei o que senti, a minha pintura aos poucos foi setransformando, começa com a natureza, depois aos poucos vaisaindo fora, às vezes continua, eu nunca penso no que estoufazendo. Penso só no problema da linha, da forma, da cor. N<strong>ad</strong>amais... Meus qu<strong>ad</strong>ros têm uma construção, o problema é só depintura, não representam n<strong>ad</strong>a. Isso vem aos poucos, é uma coisalenta, é um problema, toda a vida foi assim.Alfredo VolpiI have always painted what I felt, my painting, little by little, transformed itself, it begins withnature, then slowly drifts away, at times it continues, I never think of what I am doing. I onlythink of the problem of line, of form, of color. Nothing else... My paintings have a structure, theproblem is solely the painting, they don´t represent anything. This comes little by little, it issomething slow, it´s a problem, it has always been so.Alfredo VolpiBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>as com mastrosTêmpera sobre tela134,5 x 67 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


12VOLPIVOLPI13ADADSem títuloÓleo sobre cartão46 x 39 cmDéc<strong>ad</strong>a de 20/30Coleção Airton QueirozPaisagensÓleo sobre tela44,5 x 54,2 cmDéc<strong>ad</strong>a de 30Coleção Orandi Momesso


14VOLPIVOLPI15ADADPaisagemÓleo sobre m<strong>ad</strong>eira40 x 52 cmDéc<strong>ad</strong>a de 1930Coleção Yolanda QueirozPaisagensÓleo sobre tela39 x 48 cmDéc<strong>ad</strong>a de 20/30Coleção Mastrobuono


16VOLPIVOLPI17ADADCasariosTêmpera sobre tela32,8,5 x 46 cmDéc<strong>ad</strong>a de 40Coleção particularCasariosÓleo sobre tela64,6 x 81,6 cmDéc<strong>ad</strong>a de 40Coleção L<strong>ad</strong>i Biezus


18VOLPIVOLPI19ADADEu não falo, eu pinto.Alfredo VolpiI don´t talk, I paint.Alfredo VolpiSem títuloÓleo sobre cartão41 x 35,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 30Coleção particular


20VOLPIVOLPI21ADADSem títuloÓleo sobre cartão26 x 36 cmDéc<strong>ad</strong>a de 20/30Coleção particularCasariosTêmpera sobre tela39 x 49 cmDéc<strong>ad</strong>a de 30Coleção particular


22VOLPIVOLPI23ADADCasariosÓleo sobre cartão27 x 34,6 cmDéc<strong>ad</strong>a de 40Coleção MastrobuonoCasariosTêmpera sobre tela48 x 64 cmDéc<strong>ad</strong>a de 40Coleção Airton Queiroz


24VOLPIVOLPI25ADADO volume destrói a cor.Alfredo VolpiVolume destroys color.Alfredo VolpiFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela55,6 x 27,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção Mastrobuono


26VOLPIVOLPI27ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela75 x 45 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particularFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela116,4 x 72,9 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particular


28VOLPIVOLPI29ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela48 x 73,2 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particularFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela116 x 72,8 cmDéc<strong>ad</strong>a 50Coleção particular


30VOLPIVOLPI31ADADPinto por necessid<strong>ad</strong>e pessoal.Alfredo VolpiI paint for a personal need.Alfredo VolpiBrinquedosTêmpera sobre tela73,1 x 116,2 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção Mastrobuono


32VOLPIVOLPI33ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela73 x 36,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção MastrobuonoFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela73 x 47 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção Paula e Silvio Frota


34VOLPIVOLPI35ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela105 x 70 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particularFach<strong>ad</strong>as com bandeiras e arcosTêmpera sobre tela50 x 73 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particular


36VOLPIVOLPI37ADADumrouxinegrocantano azul Volpiuma asavioletaa escanteiotriângulanobrancovolpinvesteum vermelhode vermelhose iça abandeirabrancaroságua orosa eabrepara estecantoondeo rouxinegroogivando-seazulae:requ<strong>ad</strong>ros qu<strong>ad</strong>rosvolpilúminosharoldo de camposjulho 1972ConcretosTêmpera sobre tela69 x 103,2 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particular


38VOLPIVOLPI39ADADElementos geométricosTêmpera sobre tela73,3 x 36,8 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção L<strong>ad</strong>i BiezusElementos geométricosTêmpera sobre tela73 x 36,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção L<strong>ad</strong>i Biezus


40VOLPIVOLPI41ADADConcretosTêmpera sobre tela72,8 x 72,8 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particularConcretoTêmpera sobre tela74 X 42 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção Igor Queiroz


42VOLPIVOLPI43ADADConcretosTêmpera sobre tela72,2 x 108,8 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção L<strong>ad</strong>i BiezusElementos geométricosTêmpera sobre tela105,2 x 70,1 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção Orandi Momesso


44VOLPIVOLPI45ADADBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela54,5 x 15,1 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Orandi MomessoFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela85 x 50 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção G. F. Forbes


46VOLPIVOLPI47ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela71,8 x 48 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela79 x 69,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção Mastrobuono


48VOLPIVOLPI49ADADElementos de fach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela75,3 x 55 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção MastrobuonoFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela100 x 71,4 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Airton Queiroz


50VOLPIVOLPI51ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela107,3 x 72 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Liecil OliveiraFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela72 x 36 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção L<strong>ad</strong>i Biezus


52VOLPIVOLPI53ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela46,5 x 32,2 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela50 x 31 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


54VOLPIVOLPI55ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela23 x 34 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Simone Schapira WajmanFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela48 x 32 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção G. F. Forbes


56VOLPIVOLPI57ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela61 x 86 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção G. F. ForbesElementos de fach<strong>ad</strong>aTêmpera sobre tela138 x 70 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


58VOLPIVOLPI59ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela67,6 x 136 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela136 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Jaime Roviralta


60VOLPIVOLPI61ADADFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela117 x 56 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção particularFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela48,5 x 72,2 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção particular


62VOLPIVOLPI63ADADPara mim, só existe a cor..."assunto" não é pintura.Alfredo VolpiFor me, there´s only color... a “subject” isn´t painting.Alfredo VolpiFach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre tela101,9 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


64VOLPIVOLPI65ADADSó um isol<strong>ad</strong>o, só, é que podesaber se tem ou não o que dizer.Alfredo VolpiOnly a loner, on his own, can know if he has anything to say or not.Alfredo VolpiElementos de fach<strong>ad</strong>asTêmpera sobre cartão33 x 24,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Mastrobuono


66VOLPIVOLPI67ADADElementos geométricosTêmpera sobre tela115 x 72.0 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particularElementos geométricosTêmpera sobre tela136 x 67,9 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


68VOLPIVOLPI69ADADElementos geométricosTêmpera sobre tela135,7 x 67,9 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularElementos geométricosTêmpera sobre tela102 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Airton Queiroz


70VOLPIVOLPI71ADADElementos naúticosTêmpera sobre tela67,4 x 134,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Igor QueirozElementos naúticosTêmpera sobre tela67,5 x 135 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


72VOLPIVOLPI73ADADFaixas e mastrosTêmpera sobre tela102 x 72 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularFaixas e mastrosTêmpera sobre tela135 x 67,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


74VOLPIVOLPI75ADADFaixas e mastrosTêmpera sobre tela48 x 33 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Berenice ArvaniFaixas e mastrosTêmpera sobre tela110 x 75 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Marcio Lobão


76VOLPIVOLPI77ADADFaixas e mastrosTêmpera sobre tela72 x 48 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção G. F. ForbesFaixas e mastrosTêmpera sobre tela136,3 x 67,7 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


78VOLPIVOLPI79ADADFaixas e mastrosTêmpera sobre tela101,9 x 67,3 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularFaixas e mastrosTêmpera sobre tela67,5 x 136 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70/80Coleção Igor Queiroz


80VOLPIVOLPI81ADADCinéticos/MosaicosTêmpera sobre tela47,9 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60/70Coleção Orandi MomessoCinéticos/MosaicosTêmpera sobre tela68 x 136 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Marcio Lobão


82VOLPIVOLPI83ADADMeu problema é de forma, linha e cor.Alfredo VolpiMy problem is the form, the line and the color.Alfredo VolpiCinéticos/MosaicosTêmpera sobre tela68 x 136 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


84VOLPIVOLPI85ADADBandeirinhas com mastrosTêmpera sobre tela67,5 x 103 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Segismundo GontijoBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>as com mastrosTêmpera sobre tela89,8 x 135 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção L<strong>ad</strong>i Biezus


86VOLPIVOLPI87ADADBandeirinhas com mastrosTêmpera sobre tela59,5 x 84,5 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>as com mastrosTêmpera sobre tela108 x 70 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Mastrobuono


88VOLPIVOLPI89ADADBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>as com mastrosTêmpera sobre tela70 x 140 cmDéc<strong>ad</strong>a de 60Coleção Mastrobuono


90VOLPIVOLPI91ADADBandeirinhasTêmpera sobre tela33 x 24 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularBandeirinhasTêmpera sobre tela73 x 49 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


92VOLPIVOLPI93ADADBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>as com mastrosTêmpera sobre tela31 x 45 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularBandeirinhas com mastrosTêmpera sobre tela47,9 x 71,9 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70/80Coleção particular


94VOLPIVOLPI95ADADBandeirinhas estrutur<strong>ad</strong>as com mastrosTêmpera sobre tela68 x 135,3 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70/80Coleção Paula e Silvio FrotaBandeirinhas com mastrosTêmpera sobre tela68,8 x 135,8 cmDéc<strong>ad</strong>a de 80Coleção particular


96VOLPIVOLPI97ADADOgivasTêmpera sobre tela68 x 102 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularOgivasTêmpera sobre tela85 x 113 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


98VOLPIVOLPI99ADADOgivasTêmpera sobre tela70 x 35 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particularOgivasTêmpera sobre tela135,9 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


100VOLPIVOLPI101ADADOgivasTêmpera sobre tela135,5 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção MastrobuonoOgivasTêmpera sobre tela136 x 68 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção particular


102VOLPIVOLPI103ADADMinhas bandeirinhasnão são bandeirinhas;são só o problem<strong>ad</strong>as bandeirinhas.Alfredo VolpiMy little flags aren´t little flags; they´re only the problem of the little flags.Alfredo VolpiOgivasTêmpera sobre tela73 x 40 cmDéc<strong>ad</strong>a de 70Coleção Almeida e Dale


104VOLPIVOLPI105ADADAbsolutamente sincero, real, é um colorist<strong>ad</strong>e invulgar riqueza e dramaticid<strong>ad</strong>e.Virgílio Maurício, 1935É a linguagem espontânea e tocante de umasensibilid<strong>ad</strong>e singela, a exprimir sua concepçãodas coisas, e não apenas impressão instantânea,visual ou místico-contemplativa.Mário Schenberg, 1944Ninguém melhor do que ele coloca uma notavibrante, vermelha, ou amarela, num últimoplano, e aí a mantém presa, com segurança,dentro de uma barreira sabida de verdes friospastosos ou de terras amortecidas.Sergio Milliet, 1944No caso de Volpi, o espaço cri<strong>ad</strong>or é a cormesma, com sua vibração, expansão elimitação.Mário Pedrosa, 1957Aos olhos de quem quer ver, sua obra vaiacordando, em nós, um pouco dessa partepura, sede de nossos sentidos primeiros,onde todo o mistério ilógico da cor daforma e da forma da cor propõe um desafiopacífico à sensibilid<strong>ad</strong>e de c<strong>ad</strong>a um.Willys de Castro, 1960As bandeirinhas estão para Volpi, como agarrafa para Morandi: um pretexto parausar formas e cores.Murilo Mendes, 1963Um prodígio de resistência e delic<strong>ad</strong>ezalentamente: foi dando têmpera ao tempo.Décio Pignatari, 1972Todo o desenvolvimento da obra de Volpi érealmente o caminho da desmaterializaçãoa partir da luz e através da cor.Aracy Amaral, 1972As formas de Volpi são sempre puras,enxutas, elementares e essenciais, de umapureza algo infantil e virginal.Theon Spanudis, 1975A pintura de Volpi se comporta muitosemelhantemente à música de Mozart:simples, melodiosa, acessível desde oprimeiro contato com o ouvido – masinfinitamente rica e complexa na hora daanálise.Olívio Tavares de Araújo, 1981E a cor em Volpi (...) consegue ser a corabstrata, significante de um Matisse ou deum Albers, e a cor afetiva, evocativa, comoteria sido para os fauves e para nossoGuignard.Ligia Canongia, 1988O modernismo de Volpi é um modernismoda memória, afetivo e artesanal, de marchalenta e voz mansa.Lorenzo Mammi, 1999Volpi (...) não privilegiava a dimensão“ótica” das cores, mas uma qualid<strong>ad</strong>e dematéria, uma dimensão perceptiva quedava o grão e a temperatura dessas cores.Sônia Salztein, 2000A semelhança de suas cores com aaparência dos afrescos que ele tantoapreciava revela seu interesse pela criaçãode experiências que evoquem um tempolongamente sediment<strong>ad</strong>o.Rodrigo Naves, 2008O componente essencial da pintura deVolpi são as questões relacion<strong>ad</strong>as com acor, que sempre foi o seu principal veículoexpressivo.Vanda Klabin, 2009PaisagensTêmpera sobre tela81,3 x 65,4 cmDéc<strong>ad</strong>a de 50Coleção particular


106VOLPIVOLPI107ADAlfredo Volpi(1896 – 1988)Alfredo Volpi nasce em Lucca, Itália, a 14 de abril de 1896.Era o terceiro filho de Ludovico di Luigi e Giuseppa Gasparini.Em outubro de 1898, a família Volpi emigrou para o Brasil.Teto da Capela Morganti,Piracicaba, pint<strong>ad</strong>a por Volpi,déc<strong>ad</strong>a de 1930Arquivo Olívio Tavares de AraújoVolpi jovem, déc<strong>ad</strong>a de 1920Arquivo Olívio Tavares de Araújo1911-1914 Frequenta a escola até os doze anos, quando vai trabalhar na seçãode enc<strong>ad</strong>ernação de uma tipografia. Torna-se ajudante em pintur<strong>ad</strong>ecorativa de residências e logo é promovido a “decor<strong>ad</strong>or”.Faz suas primeiras pinturas em m<strong>ad</strong>eira e papelão: pequenas paisagense cenas do cotidiano.1918-1925 Realiza com Orlando Tarquínio a decoração mural para o Hospital Militar,SP. O artista estimula Volpi a pintar. Participa da Segunda ExposiçãoGeral de Belas Artes da Socied<strong>ad</strong>e Paulista de Belas Artes.1927 Conhece Benedita da Conceição (Judite) com quem se casaria em 1943.1933 Participa da XXXIX Exposição Geral de Belas Artes, RJ, recebendo aMedalha de Bronze. Conhece Francisco Rebolo.1934 Participa do 1 o Salão Paulista de Belas Artes. Frequenta as sessõesde modelo vivo no Palacete Santa Helena, com Rebolo, Zanini,Manoel Martins, Humberto Rosa, Pennacchi, Bon<strong>ad</strong>ei e ClóvisGraciano, entre outros. Juntos os artistas pintam paisagens dosarredores de São Paulo. O nome Grupo Santa Helena foi cri<strong>ad</strong>oapenas em 1941, pelo crítico Sérgio Milliet.1935 Expõe no III Salão Paulista de Belas Artes, recebendo aMedalha de Bronze.Pinta paisagens, retratos e naturezas-mortas com acentos impressionistas.Volpi e amigos no Jardim da Luz,SP, déc<strong>ad</strong>a de 1920Arquivo Olívio Tavares de AraújoJudite jovem, déc<strong>ad</strong>a de 1920Arquivo Olívio Tavares de AraújoRebolo, Volpi, Paulo Rossi-Osir, NelsonNóbrega e Mário Zanini, déc<strong>ad</strong>a de 1930Arquivo Olívio Tavares de Araújo1936 Participa da “Exposição de pequenos qu<strong>ad</strong>ros” da Socied<strong>ad</strong>e Paulista de Belas Artes, e doIV Salão Paulista de Belas Artes.1937 Faz parte da 1 a Exposição da Família Artística Paulista. Bruno Giorgi, recém-cheg<strong>ad</strong>o da Europa,aprecia o trabalho de Volpi e o apresenta a Sérgio Milliet. Conhece Ernesto de Fiori.1938 Pinta a capela da Usina Morganti, Piracicaba. Participa do 2 o Salão de Maio,SP e do IV Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, SP.1939 Participa do II Salão da Família Artística Paulista e do V Salão do Sindicatodos Artistas Plásticos, SP. Nos fins de semana viaja a Itanhaém paraencontrar Judite, que, por recomendação médica, mudara-se para a cid<strong>ad</strong>epraiana. Lá conhece o pintor naïf Emygdio de Souza.Em Itanhaém, começa a delinear um caminho inteiramente pessoal parasua arte.1940 Participa do III Salão da Família Artística Paulista e do XLVI Salão Nacionalde Belas Artes, ambos no Rio de Janeiro. Expõe no VI Salão do Sindicatodos Artistas Plásticos, SP e no Salão de Belas Artes, RS.1941 Visita a “Exposição de Arte Francesa” onde aprecia obras de Van Gogh, Cézanne, Dufye Matisse, entre outros. Participa do 1 o Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, SP.Recebe Medalha de Prata no XLVII Salão Nacional de Belas Artes, RJ, e o primeiro prêmioem concurso do SPHAN. Participa do I Salão da Osirarte, SP.1942 Expõe no XLVIII Salão Nacional de Belas Artes, RJ e no VII Salão do Sindicato dos ArtistasPlásticos, SP. Conhece Mário Schenberg, que <strong>ad</strong>quire uma marinha de Itanhaém.1943 Casa-se com Judite. Nasce a sua filha Eugênia Maria.Expõe no XLIX Salão Nacional de Belas Artes eparticipa da exposição da Osirarte realiz<strong>ad</strong>a no MNBAambas no Rio de Janeiro. Participa da “Exposiçãoantieixista”, SP.1944 Realiza a sua primeira exposição individual naGaleria Itá, SP com texto de apresentação de MárioSchenberg. Mário de Andr<strong>ad</strong>e <strong>ad</strong>quire uma marinha.Participa da “Exposição de Arte Moderna”, BH, do IXSalão do Sindicato dos Artistas Plásticos e de novacoletiva do Ateliê Osirarte. Integra a “Exposição depintura moderna brasileira” envi<strong>ad</strong>a à Inglaterra.É um período de experimentação: reduz a forma e começa a usar a têmpera.Judite e Volpi, déc<strong>ad</strong>a de 1950Arquivo Olívio Tavares de Araújo1945 Expõe em coletivas na Galeria Benedetti e na Galeria Itapetininga, SP. Com outros artistastrabalha na decoração de baile de Carnaval cuja renda destina-se à fundação do Clube dosArtistas e Amigos da Arte.1946 Inaugura individual na Domus, a primeira galeria de arte moderna de São Paulo. Particip<strong>ad</strong>e mostras coletivas no Chile e na Argentina. Recebe o prêmio Mário de Andr<strong>ad</strong>e no XSalão do Sindicato dos Artistas Plásticos, SP.1947 Participa de coletiva na Galeria Domus, SP, do XI Salão do Sindicato dos Artistas, SP e da“Exposición de Osirarte” em Mendoza, Argentina.1948 Expõe no XII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos na Galeria Domus, SP e na coletiva“Art club”, na Galeria Livros de Arte, SP.1949 Participa de coletiva na sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil, RJ e da “Exposiçãode pintura paulista”, RJ. Executa duas pinturas murais no Hospital São Luis Gonzaga, SP.Participa do Primeiro Salão Baiano de Belas Artes, BA.1950 Participa da XXV Bienal de Veneza. Viaja para a Europa, com Mário Zanini e Paulo RossiOsir, lá permanecendo por 6 meses. Fica mais tempo na Itália apreciando Giotto, Pierodella Francesca e Margaritone d’Arezzo.Inicia as pinturas de fach<strong>ad</strong>as e acentua o processo de redução da forma.1951 Participa de coletiva do Ateliê Osirarte, SP. Expõe no I Salão Paulista de Arte Moderna, SPe na I Bienal de São Paulo. Executa pinturas murais e desenha os vitrais da capela do CristoOperário, SP. O psicanalista e crítico de arte Theon Spanudis descobre Volpi, compra comregularid<strong>ad</strong>e a sua produção e a divulga entre a crítica de arte.AD


108VOLPIVOLPI109ADAD1952 Expõe na XXVI Bienal de Veneza, recebendo prêmiode Aquisição. Participa da mostra “Volpi, Zanini,Rossi”, no Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro, SP.Recebe a Medalha de Prata e Isenção de Júri no1 o Salão Nacional de Arte Moderna, RJ.1953 Participa da II Bienal de São Paulo e recebe o prêmioMelhor Pintor Nacional, ex-aequo com Di Cavalcanti.Recebe também prêmio de aquisição da Unesco.1954 Participa da XXVII Bienal de Veneza e da “ExposiçãoBrasileira”, na Galleria Nazionale d’Arte Moderna, emRoma. Viaja à Bahia com Theon Spanudis.Produz uma série de trabalhos inspir<strong>ad</strong>os em detalhes da arquitetura barroca e começa apintar mastros e bandeiras.1955 Inaugura sua terceira exposição individual na Galeria Tenreiro, SP. Participa de exposição noCarnegie Institute, Pittsburgh, da III Bienal de São Paulo e do IV Salão Paulista de Arte Moderna.1956 Realiza exposição individual no MAM-SP. Participa da exposição “Quatro mestres, quatrovisões: “Barsotti, Ianelli, Tomie, Volpi”, na Simões de Assis Galeria de Arte, PR. É descobertopelos concretistas e tem contato com artistas e poetas, especialmente Fiaminghi e DécioVieira. Participa como artista convid<strong>ad</strong>o da 1 a Exposição Nacional de Arte Concreta, noMAM-SP.Visita do poeta Ungaretti, (da esquerda par<strong>ad</strong>ireita) Volpi, Ungaretti, Mario Schenberg,Ermelindo Fiaminghi, Haroldo de Campos eDécio Pignatari, déc<strong>ad</strong>a de 1960.Foto Calixto. Arquivo Olívio Tavares de AraújoAfresco de Volpi. Capela deNossa Senhora de Fátima, Brasília, DFArquivo Público do Distrito FederalVolpi e Di Cavalcanti recebendo do presidente GetúlioVargas e de Ciccillo Matarazzo o prêmio de MelhorPintor Nacional, II Bienal de São Paulo, 1953/4Arquivo Olívio Tavares de AraújoProduz a cham<strong>ad</strong>a fase concreta na qual exercita soluções formais com rigor geométrico.1957 Participa da IV Bienal de São Paulo. Integra a exposição “ArteModerno del Brasil” que itinera pela América Latina. Mário Pedrosaorganiza no MAM-RJ a primeira retrospectiva de Volpi reunindo cerc<strong>ad</strong>e sessenta trabalhos. Participa da edição carioca da I Exposição deArte Concreta, MEC, RJ.1958 Recebe o Prêmio Nacional Guggenheim para o Brasil. Realizaafrescos e desenha paramentos para a capela de Nossa Senhora deFátima, Brasília, DF, projeto de Oscar Niemeyer.Retoma o tema das fach<strong>ad</strong>as e bandeirinhas.1959 Ottone Zorlini realiza exposição de obras antigas de Volpi. Particip<strong>ad</strong>e exposições em Nova York e em Tóquio. Inaugura individual naGaleria Gea, RJ. Integra a mostra “Quarenta artistas do Brasil”, SP. Émembro do júri de seleção da V Bienal de São Paulo.1960 Inaugura individual na Galeria São Luiz, SP. Willys de Castro, fazo design do catálogo e o texto de apresentação da mostra ondeescreve frase que fica famosa: “Volpi pinta Volpis”.Suas bandeirinhas, junto a fach<strong>ad</strong>as, mastros e barcos começam a<strong>ad</strong>quirir movimento.1961 É homenage<strong>ad</strong>o com Sala Especial na VI Bienal de São Paulo; sãoapresent<strong>ad</strong>as cerca de noventa obras; o texto de apresentação é deMário Schenberg.1962 Participa da XXXI Bienal de Veneza. Realiza individual na Petite Galerie, RJ. Participa daPrimeira Bienal Americana de Arte apresent<strong>ad</strong>a em Córdoba e Buenos Aires, Argentina. Otexto de apresentação é de Antônio Bento.1963 Expõe no Studium Generale, Stuttgart, Alemanha, com texto de apresentação de MaxBense. Participa de mostra na Galeria Seta, SP e na galeria do Instituto dos Arquitetosdo Brasil, SP. Murilo Mendes organiza exposição individual na Galleria d’Arte della “CasaBrasil”, em Roma.1964 Participa da XXXII Bienal de Veneza.1965 Realiza exposição individual na Petite Galerie, RJ.1966 É homenage<strong>ad</strong>o com sala especial na I Bienal Nacional deArtes Plásticas, BA; Theon Spanudis escreve o texto deapresentação. Integra a mostra “O Grupo Santa Helenahoje”, na Galeria de Arte 4 Planetas, SP.Executa o afresco Visão de Dom Bosco, no Palácio doItamaraty, em Brasília.1967 Participa da exposição “A Família Artística Paulista: trinta anos depois”, no Auditório Itália, SP.1968 Participa da exposição “Coleção Tamagni”, no MAM-SP.1969 Abre a individual “20 anos (1948-1968) na pintura de Alfredo Volpi”, na Galeria CosmeVelho, SP. Texto de apresentação de Maria Eugênia Franco.1970 Participa do Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM-SP. Recebe o prêmio Melhor Pintor.Integra mostra da Galeria Astréia, SP. Expõe na Petite Galerie, RJ com apresentação deClarival do Pr<strong>ad</strong>o Vall<strong>ad</strong>ares.A cor começa a predominar sobre a forma, embora continue a usar os mesmos elementos:fach<strong>ad</strong>as, bandeirinhas e mastros.1971 Expõe na Galeria Ralph Camargo, SP e na Galeria Astréia, SP. Recebe prêmio Golfinho deOuro pela melhor exposição realiz<strong>ad</strong>a em 1970.A partir do movimento incorpor<strong>ad</strong>o a mastros e fitas, cria a fase conhecida como cinética.1972 Falece sua mulher, Judite.Participa das coletivas “Semana de 22 - Antecedentes e consequências”,MASP, “Temática brasileira”, Paço das Artes, SP “Grupo Santa Helena:desenhos”, Azulão Galeria, SP. A Galeria Barcinski, RJ, apresenta aexposição “Alfredo Volpi: alguns trabalhos selecion<strong>ad</strong>os (1925/1972)”.O MAM-RJ realiza exposição de cerca de 200 obras do artista comcur<strong>ad</strong>oria de Aracy Amaral.1973 Participa da exposição “Oito pintores do Grupo Santa Helena”, naGaleria Uirapuru, SP. Participa da 1 a Exposição Brasil-Japão de ArtesPlásticas, SP. Expõe na Galeria Cosme Velho, SP.Recebe a Medalha Anchieta; o título de Grão-Mestre da Ordemdo Rio Branco; a Ordem do Mérito da República Italiana; o prêmioPersonalid<strong>ad</strong>e Global do Governo do Est<strong>ad</strong>o e o prêmio da AssociaçãoPaulista de Críticos de Arte.Afresco Visão de Dom Bosco, noPalácio do Itamaraty, Brasília, DF.Volpi na déc<strong>ad</strong>a de 1970Arquivo Olívio Tavares de Araújo


110VOLPIVOLPI111ADAD1974 Expõe na Galeria de Arte Ipanema, RJ, com apresentação de José Roberto Teixeira Leite.Participa da exposição “Quatorze artistas do Brasil moderno”, no MEC, SP.1975 O MAM-SP apresenta retrospectiva de Volpi, com mais de trezentas obras. O texto deapresentação é de Paulo Mendes de Almeida. Participa das mostras “Quarenta anos doGrupo Santa Helena”, Paço das Artes, SP e “O modernismo de 1917 a 1930”, Museu LasarSegall, SP.Recebe a Medalha Pero Vaz de Caminha.1976 Expõe na Galeria Cosme Velho, SP e participa da mostra “Os artistas e a Olivetti” noMASP. O MAC José Pancetti de Campinas realiza a retrospectiva “Volpi: a visãoessencial”, com texto e cur<strong>ad</strong>oria de Olívio Tavares de Araújo. Realiza individual noInstituto dos Arquitetos do Brasil, RS. Integra asexposicões coletivas: “Arte brasileira do século XX:caminhos e tendências”, na Galeria Arte Global, SP, e“Brasil - Artistas do século XX”, em Paris. Participa doPanorama da Arte Atual Brasileira, no MAM-SP, da mostra“Coleção Theon Spanudis”, no MAC-USP, de “Os salões”no Museu Lasar Segall, SP e “Santeiros Imaginários”, noPaço das Artes, SP.No aniversário de 80 anos na Galeria Cosme Velho, SP, 1976Arquivo Olívio Tavares de AraújoRecebe a Ordem do Ipiranga e é homenage<strong>ad</strong>o na CâmaraMunicipal de São Paulo pelo seu 80 O aniversário.1977 Participa da exposição “Grupo Santa Helena - Grupo Seibi”, na Fundação Armando ÁlvaresPente<strong>ad</strong>o, SP. Integra a exposição “Projeto construtivo brasileiro na arte”, organiz<strong>ad</strong>a porAracy Amaral, na Pinacoteca do Est<strong>ad</strong>o de São Paulo.Recebe o troféu Personalid<strong>ad</strong>e Global, o diploma Bandeirante do Brasil e o troféu FranciscoMatarazzo Sobrinho.1978 Integra a mostra “As bienais e a abstração: a déc<strong>ad</strong>a de 50”, Museu Lasar Segall, SP. AGaleria Cosme Velho Galeria realiza a exposição “Alfredo Volpi: construtivismo. Têmperas”.Integra a exposição “Arte agora III – América Latina: geometria sensível”, organiz<strong>ad</strong>a porRoberto Pontual.Recebe medalha da Legião de Honra Giuseppe Garibaldi.1979 Participa da XV Bienal de São Paulo. Expõe na Galeria Ipanema,RJ. Integra as coletivas: “Coleção Theon Spanudis”, no MAC-USP”,“Quatro coloristas: Volpi, Boese, Barsotti, Thomaz”, na GaleriaChristina Faria de Paula, SP e “Desenhos nos anos 40”, na BibliotecaMunicipal Mário de Andr<strong>ad</strong>e, SP.Volpi entrega-se ao delírio da cor, na série conhecida como Ogivas.Volpi e Rebolo, início da déc<strong>ad</strong>a de 1980Arquivo Olívio Tavares de Araújo1980 Expõe na Galeria Oswaldo Goeldi, Brasília, DF. A galeria A Ponte, SP,realiza a exposição “Volpi: as pequenas grandes obras” com texto deapresentação de Olívio Tavares de Araújo. No Rio de Janeiro a GaleriaAcervo faz a mostra “Têmperas de Alfredo Volpi”.1981 Participa das exposições coletivas: “Arte transcendente”,no MAM-SP, “Do moderno ao contemporâneo naColeção Gilberto Chateaubriand”, no MAM-RJ, “ArtistasBrasileiros da primeira met<strong>ad</strong>e do século XX”, naFundação Pierre Chalita, AL, “Rebolo e os pintores doSanta Helena”, na Dan Galeria, SP. E das individuais:“Volpi metafísico” no Metrô, SP, e “Os primeiros anos ea déc<strong>ad</strong>a de 20”, na Galeria Cosme Velho, SP.1982 Expõe na Galeria Ipanema, RJ e participa das coletivas“Marinhas e Ribeirinhas”, no Museu Lasar Segall, SP e“Do Modernismo à Bienal”, no MAM-SP.1984 Integra as exposições “Retrato e auto-retrato da arte brasileira. Coleção GilbertoChateaubriand”, no MAM-SP, “Tr<strong>ad</strong>ição e Ruptura”, organiz<strong>ad</strong>a pela Fundação Bienal deSão Paulo, “Os Grandes Mestres do Abstracionismo Brasileiro”, organiz<strong>ad</strong>a pela Socied<strong>ad</strong>ede Amigos dos Museus do Brasil, e apresent<strong>ad</strong>a em M<strong>ad</strong>ri, Roma, Milão, Haia, Lisboa,Paris, Londres, Nova York e Washington. A Galeria Oscar Seráphico, DF, realiza exposiçãoindividual do artista.1985 A Dan Galeria, SP, faz a exposição “Volpi 89 anos”. A Galeria Bonino, RJ, apresenta amostra “Alfredo Volpi: 1960-1985”. Integra as exposições: “Obras raras”, na Galeria RalphCamargo, “Quatro mestres, quatro visões: Barsotti, Ianelli, Tomie, Volpi”, na Simões deAssis Galeria de Arte, PR e a sala especial “A arte e seus materiais” no VIII Salão Nacionalde Artes Plásticas, Funarte, RJ.A Pinacoteca do Est<strong>ad</strong>o de São Paulo realiza a exposição“Osirarte” onde são apresent<strong>ad</strong>os azulejos pint<strong>ad</strong>os por Volpi.1986 O MAC-USP apresenta a exposição “Alfredo Volpi: 90 anos.Um Registro documental por Calixto”. Olívio Tavares de Araújoorganiza a retrospectiva “Volpi 90 anos” no MAM-SP. Integra aexposição “Sete déc<strong>ad</strong>as da presença italiana na arte brasileira”,no Paço Imperial do Rio de Janeiro.Recebe o Prêmio Artes Plásticas Gabriela Mistral, da Organizaçãodos Est<strong>ad</strong>os Americanos.1987 A Galeria Contorno, RJ realiza a exposição “A. Volpi - Obrasde diferentes déc<strong>ad</strong>as”, participa da mostra “Modernid<strong>ad</strong>e: artebrasileira do século XX”, realiz<strong>ad</strong>a no Museu de Arte Modern<strong>ad</strong>a Cid<strong>ad</strong>e de Paris, França.O crítico Theon Spanudis, o colecion<strong>ad</strong>orL<strong>ad</strong>i Biezus e Volpi, s.d.Arquivo Olívio Tavares de AraújoVolpi e Olívio Tavares de Araújo,déc<strong>ad</strong>a de 1980Arquivo Olívio Tavares de Araújo1988 Integra a versão brasileira da exposição “Modernid<strong>ad</strong>e: arte brasileir<strong>ad</strong>o século XX”, no MAM-SP, e a mostra “Brasiliana: o homem e aterra”, na Pinacoteca do Est<strong>ad</strong>o de São Paulo.Alfredo Volpi falece em São Paulo, SPa 28 de maio de 1988.Volpi, Fiaminghi, Isaac Krasilchik e Arcangelo Ianelli,na casa do artista, déc<strong>ad</strong>a de 1980.Arquivo Breno KrasilchikVolpi na déc<strong>ad</strong><strong>ad</strong>e 1960Cronologia compil<strong>ad</strong>a por Denise Mattar, a partir do catálogo Volpi, MAM-SP, 1972,org. Aracy Amaral, e da cronologia elabor<strong>ad</strong>a por Aida Cordeiro para o livro Volpi,Sonia Salztein, Ed Campos Gerais – Silvia Roesler, Rio de Janeiro, 2000.


Créditos CreditsREALIZAÇÃO EXECUTIONGaleria de Arte Almeida e DaleCURADORIA Under the curatorship ofDenise MattarPROJETO EXPOGRÁFICO E ILUMINAÇÃOEXHIBITION DESIGN AND LIGHTINGGuilherme IsnardFOTOGRAFIA PHOTOGRAPHYBruno MacedoJaime AcioliJoão AngeliniSérgio GueriniDing MusaEQUIPE CREWEunice Maria JesusMaria do Socorro dos Santos MacedoMiriam Cristina Vieira LemesPRODUÇÃO EXECUTIVA EXECUTIVE PRODUCTIONMonica TachotteASSISTENTE DE PRODUÇÃO PRODUCTION ASSISTANTDaniela SchweikertTEXTO TextDenise MattarDESIGN GRÁFICO GRAPHIC DESIGNMMO - Identid<strong>ad</strong>e CorporativaASSESSORIA DE IMPRENSA PRESS OFFICERA4 ComunicaçãoMONTAGEM MOUNTINGCarlos Rodrigues - LulaEdivaldo Fernandes – MagrãoTRADUÇÃO TRANSLATIONMonica K. Higgins MillsAGRADECIMENTOS ACKNOWLEDGEMENTSAirton QueirozBerenice ArvaniBreno KrasilchikCristina FerrazEmerson LeãoEmílio OdebrechtGeraldo de Figueiredo ForbesHilda AraújoIgor QueirozInstituto Alfredo Volpi de Arte ModernaJaime RoviraltaJosé Roberto MalufL<strong>ad</strong>i BiezusLiecil OliveiraLuiz EstevãoMarcelo XavierMárcio LobãoMarco Antonio MastrobuonoMarcos Ribeiro SimonMaurizio MauroOlívio Tavares de AraújoOrandi MomessoPaulo DarzéPedro MastrobuonoRaul ForbesReynaldo Dabus AbuchamRicardo SimonRoberta AraújoRoberto BaumgartSegismundo Marques GontijoSilvio FrotaSimone Schapira WajmanSylvio NeryVera FerrazYolanda QueirozZeev HorovitzGALERIA DE ARTE ALMEIDA E DALER. Caconde, 152 • Jd. Paulista • São Paulo • SP • CEP 01425-010Telefone: +55 11 3882-7120 • galeria@almeidaedale.com.brwww.almeidaedale.com.brDIREITOS AUTORAIS: todos os direitos autorais foram pagos em 13 de fevereiro de 2014, diretamente no espólio de Alfredo Volpi, em curso perante a 8ª Vara daFamília e Sucessões da Capital. Nossos especiais agr<strong>ad</strong>ecimentos, a saber:1) ao Dr. Rodrigo S. Gouveia, que representou a Galeria Almeida & Dale em juízo;2) ao espólio de Alfredo Volpi, na pessoa de seu inventariante dativo, Dr. Guilherme Chaves Sant'Anna;3) à Djanira Volpi, na pessoa de seu <strong>ad</strong>vog<strong>ad</strong>o, Dr. Sidney Maccariello;4) ao espólio de Alfredo Charles Volpi, na pessoa de sua <strong>ad</strong>vog<strong>ad</strong>a, Dra. Vânia Araújo;5) ao Instituto Volpi, na pessoa de seu diretor jurídico, Dr. Pedro Mastrobuono6) e à todas as demais partes habilit<strong>ad</strong>as no inventário do artista que, ao concordarem com o depósito judicial efetu<strong>ad</strong>o, possibilitaram a realização desta importanteexposição, sua divulgação e respectivo catálogo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!