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CPV seu pé direito também na Medicina UNIFESP – 17/12/2009

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<strong>CPV</strong> <strong>seu</strong> pé <strong>direito</strong> também <strong>na</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>UNIFESP</strong> – <strong>17</strong>/<strong>12</strong>/<strong>2009</strong>15REDAÇÃOLeia os textos seguintes e reflita sobre as questões por eles propostas.Texto 1www.raulmarinhog.files.wordpress.com/<strong>2009</strong>/03/novela1.jpg Adaptado.Texto 2Considerar a telenovela um produto cultural alie<strong>na</strong>nte é um tremendo preconceito da universidade. Quem acha que novelaalie<strong>na</strong> está <strong>na</strong> verdade chamando o povo de débil mental. Bobagem imagi<strong>na</strong>r que alguém é induzido a pensar que a vida é ummar de rosas só por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta qualidade técnica, ealgumas delas são verdadeiras obras de arte.Ela é educativa no sentido de levantar certas discussões para um público relativamente pouco informado. Na década de 70,os autores faziam isso de maneira mais sutil. Nos dias atuais, sem a censura, as discussões podem ser mais abertas. O problemanão está no que a novela transmite, mas <strong>na</strong> maneira como o assunto é debatido. O que precisa mudar com a máxima urgênciaé essa situação em que os educadores ignoram a existência da novela. As novelas estão aí, fazem um sucesso da<strong>na</strong>do e mexemcom a cabeça da moçada. Eu diria até que alie<strong>na</strong>m menos que os telejor<strong>na</strong>is.Como a novela é considerada um subproduto, as pessoas preferem dizer que foram a um concerto de música clássica a dizerque ficaram em casa vendo novela, como <strong>na</strong> verdade gostariam. A pessoa pode até ter dormido durante o concerto, mas achaque é mais chique. Uma bobagem, porque a telenovela é o grande produto cultural brasileiro, maior que a literatura e a música.Trechos adaptados da entrevista da professora Maria Aparecida Baccega, da USP, à revista Veja, em 24/01/1996.Texto 3Não vejo novelas. A última que me prendeu ao sofá foi escrita pelo Dias Gomes, que era um craque. Hoje, 15 segundos denovela bastam para me matar de tédio. Os mesmos perso<strong>na</strong>gens, o mesmo enredo, as mesmas caretas, as mesmas frases idiotas,as mesmas ce<strong>na</strong>s toscas, a mesma história chata.As novelas são ridículas. Há um provérbio – que dizem ser francês – que assegura que “o ridículo mata”.Roberto Gomes. Gazeta do Povo, 16/08/<strong>2009</strong>.<strong>CPV</strong> unifesp09dez


16<strong>UNIFESP</strong> – <strong>17</strong>/<strong>12</strong>/<strong>2009</strong> <strong>CPV</strong> <strong>seu</strong> pé <strong>direito</strong> também <strong>na</strong> Medici<strong>na</strong>Texto 4A dramatização e a representação da vida conquistaram – não por acaso – o privilégio do melhor horário noturno, pois mexemcom mecanismos mentais muito fortes e decisivos. A telenovela não é uma imposição forçada nem um mecanismo de fuga. Nãose confunde com o sono, com o uso da droga ou do álcool nem tenta escapar das obrigações sociais; ao contrário, o grande públicobusca, pela telenovela, entrar inteiramente no social, no conhecimento e no domínio das regras da sociedade.J.S.R. Goodlad, autor dessa tese, afirma que o motivo de se assistir às telenovelas é que por meio delas as pessoas podemorde<strong>na</strong>r e organizar sua vivência social segundo o que é permitido <strong>na</strong> sociedade, ou seja, de acordo com o “comportamento socialadequado”.Se o drama, segundo ele, assumiu anteriormente a função social através dos mitos, dos contos populares e dos rituais, é atelenovela que hoje atua como método de controle social.Diante de uma vida problemática e sem esperanças, da necessidade de ganhar dinheiro, de ter uma casa ou um negóciopróprio, de encontrar um companheiro, diante das exigências do trabalho, das contas a pagar e dos compromissos, a esferaemotiva das pessoas retrai-se. A vida que a televisão mostra é então, para o homem e para a mulher, uma verdadeira troca, comvantagens, de sua vida real. (...) Ela é o alimento espiritual desse corpo cansado, sugado e exaurido pelo trabalho industrial <strong>na</strong>linha de montagem, pelo trabalho burocrático no banco ou <strong>na</strong> repartição, pelo trabalho enfadonho dos escritórios e das lojas.Ciro Marcondes Filho, Televisão: a vida pelo vídeo.Com base <strong>na</strong>s informações e reflexões apresentadas nos textos de apoio e em <strong>seu</strong>s próprios conhecimentos, elabore uma dissertaçãoargumentativa, em prosa e em norma padrão, sobre o seguinte tema:A telenovela brasileira: conscientização ou alie<strong>na</strong>ção?COMENTÁRIO DO <strong>CPV</strong>A prova de redação da <strong>UNIFESP</strong>/2010 manteve <strong>seu</strong> modelo tradicio<strong>na</strong>l, oferecendo aos candidatos uma coletânea como basepara elaboração de um texto dissertativo que, neste ano, deveria discutir sobre o tema: A telenovela brasileira: conscientizaçãoou alie<strong>na</strong>ção?Era importante observar que a coletânea propunha uma reflexão a partir de alguns textos que criticavam e outros que defendiam atelenovela. Assim, o candidato poderia escolher entre três possibilidades de abordagem: defender a novela como um instrumentode alie<strong>na</strong>ção; defender que a novela é fruto da cultura brasileira e contribui para conscientização a respeito das questões sociaise políticas; ou ainda, defender que a novela pode induzir tanto à alie<strong>na</strong>ção quanto à conscientização.Para defender a tese da alie<strong>na</strong>ção, o candidato deveria evidenciar que a novela leva o telespectador a um conformismo diante daidealização da vida, já que, em função disso, muitos cidadãos tendem a acreditar que <strong>seu</strong>s problemas decorrem da falta de sortee deixam de participar da vida pública, não se interessando por questões políticas e sociais que, se reivindicadas e solucio<strong>na</strong>das,poderiam contribuir para uma melhor condição de vida de todos os brasileiros. Além disso, o candidato poderia ressaltar que anovela impõe modos de pensar e agir, padronizando as referências sociais e os comportamentos, contribuindo para a expansãoda indústria cultural.Caso o candidato optasse pela abordagem da conscientização, deveria defender — como apontava o texto 01 da coletânea —que afirmar que a novela alie<strong>na</strong> é, <strong>na</strong> verdade, chamar o povo de limitado. Além disso, o candidato poderia destacar que seriaingênuo imagi<strong>na</strong>r que alguém é induzido a pensar que a vida é perfeita em função, exclusivamente, de um enredo açucarado.O telespectador, nesse caso, não se deixa levar pela ficção, ao contrário disso, por meio da novela, o público mais carente deformação e informações tem a oportunidade de entrar em contato com questões sociais relevantes, já que, muitas vezes, as novelasabordam temas bastante polêmicos.No caso de uma abordagem intermediária, o candidato deveria destacar que a novela pode contribuir, tanto para afastar otelespectador do <strong>seu</strong> exercício de cidadania, quanto para informá-lo a respeito do contexto em que está inserido.<strong>CPV</strong> unifesp09dez

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