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Gestão da Qualidade em Meteorologia Aeronáutica - Redemet

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A necessi<strong>da</strong>de, os benefícios e o caminho para a implantação de um Sist<strong>em</strong>a de Gestão<strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de na prestação do serviço meteorológico à navegação aérea.A necessária proximi<strong>da</strong>de com o usuárioArtur Gonçalves Ferreira Maj QOEMETSubdepartamento de OperaçõesDivisão de Gerenciamento <strong>da</strong> navegação AéreaSeção de Planejamento Estratégicopln1.1@decea.gov.brA estreita relação entre a meteorologia e a comuni<strong>da</strong>de aeronáutica já v<strong>em</strong> d<strong>em</strong>uitos anos. Muitos Serviços Meteorológicos Nacionais (SMN) foram criados e crescerampara atender<strong>em</strong> às necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> aviação, que se ampliou e v<strong>em</strong> crescendo rapi<strong>da</strong>mentedesde os meados do século XX, quando observadores, previsores e pilotos se encontravamdiariamente nos centros meteorológicos dos aeroportos e, automaticamente, se estabeleciauma estreita relação entre prestador de serviço meteorológico e usuário, hoje cliente.Os t<strong>em</strong>pos mu<strong>da</strong>ram, <strong>em</strong> todos os sentidos. Devido à centralização e a automação,este contato cotidiano já não existe mais com a freqüência de outrora. Com a revoluçãotecnológica, grande parte <strong>da</strong> informação que os usuários necessitam pode ser obti<strong>da</strong> poroutros meios, como a Internet, <strong>em</strong> casa ou na <strong>em</strong>presa, s<strong>em</strong> o contato com os profissionaisde meteorologia. Hoje, os clientes <strong>da</strong> aviação são mais exigentes e os serviços d<strong>em</strong>eteorologia aeronáutica dev<strong>em</strong> se <strong>em</strong>penhar para proporcionar mais e melhores produtosa uma comuni<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong> vez mais exigente (Figura 1).Figura 1 – Clientes <strong>da</strong>s informações meteorológicasFonte: http://www.meted.ucar.edu/dlac2/mod1_es/print.htm#z1.0A melhor definição <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de é a do ciente e escutar a sua voz, é a melhor técnica!Para assegurar de que as necessi<strong>da</strong>des dos clientes são atendi<strong>da</strong>s e compreender melhor as


capaci<strong>da</strong>des, limitações e exigências de ca<strong>da</strong> um deles, é preciso melhorar a íntima relaçãoentre prestador de serviço de meteorologia aeronáutica e os seus clientes.Uma relação mais próxima pode melhorar a satisfação do cliente, que aprecia que seescute e se enten<strong>da</strong> às suas necessi<strong>da</strong>des, para que receba um serviço de melhor quali<strong>da</strong>de,com maior segurança e eficácia, quando o cliente compreenderá melhor a maneira como oprestador fornece um serviço, a importância <strong>da</strong> infraestrutura envolvi<strong>da</strong> para que se aten<strong>da</strong>às suas necessi<strong>da</strong>des e expectativas.Essa estreita relação também pode beneficiar muito o provedor, mediante a maiorsatisfação dos clientes, que apreciarão os serviços proporcionados, <strong>em</strong> lugar de buscaroutros fornecedores ou menores custos, na media<strong>da</strong> <strong>em</strong> que a maior satisfação no trabalhodesenvolvido, diferenciados, mediante a maior compreensão <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> to<strong>da</strong>cadeia produtiva, começando pela observação, pela previsão, pelo fornecimento <strong>da</strong>sinformações meteorológicas e pelos arquivamentos dos <strong>da</strong>dos, com o objetivo de formaruma climatologia confiável e acessível.O prestador de serviço meteorológico à navegação aérea deve tomar a incitativa deestabelecer algumas formas adequa<strong>da</strong>s de relacionamento com os clientes, formais ouinformais, como por ex<strong>em</strong>plo:- A programação de voo de familiarização, preferencialmente na cabine, s<strong>em</strong>pre que ascondições de segurança permitam, para obter uma visão pormenoriza<strong>da</strong> sobre os probl<strong>em</strong>asque o t<strong>em</strong>po possa causar à tripulação e ao vôo e discutir os desafios <strong>da</strong> observação e <strong>da</strong>previsão;- Visitas aos centros de controle de tráfego aéreo, visando melhor entendimento <strong>da</strong>squestões de monitoramento do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> benefício do gerenciamento <strong>da</strong> navegação aérea;- Visita aos centros operacionais <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas aéreas para que se possa verificar como asinformações meteorológicas são utiliza<strong>da</strong>s no planejamento dos voos;- Participação <strong>em</strong> cursos de reciclag<strong>em</strong> para pilotos, com o objetivo de trocar informaçõessobre os produtos meteorológicos e verificar a possibili<strong>da</strong>de de melhorar a prestação doserviço meteorológico, assim como analisar os acidentes e incidentes aeronáuticos que, porventura, envolvam a meteorologia.- Participar de ativi<strong>da</strong>des que envolvam a aviação geral e a de desporto aéreo, com oobjetivo de divulgar o acesso às informações meteorológicas; e- Visitas a outros centros e instituições meteorológicas para troca de informações sobreprevisão e a melhor forma de divulgá-las aos clientes.As reuniões multilaterais formais dev<strong>em</strong> ser organiza<strong>da</strong>s com os representantes dosclientes <strong>da</strong> aviação e seus representantes legais. Dev<strong>em</strong> ser regulares e realiza<strong>da</strong>s pelomenos duas vezes ao ano. O encontro propiciará um ambiente adequado para se discutir osmais recentes projetos <strong>em</strong> desenvolvimento pelo prestador <strong>em</strong> prol do cliente e examinar aquali<strong>da</strong>de e a oportuni<strong>da</strong>de dos serviços meteorológicos prestados, b<strong>em</strong> como a análise doatual cenário e as perspectivas futuras, assim como a implantação <strong>da</strong>s melhores práticasadota<strong>da</strong>s por outros provedores.


Uma parte importante do relacionamento global com o cliente é o recebimento <strong>da</strong>sinformações sobre a quali<strong>da</strong>de dos serviços fornecidos. O prestador deve incentivar os seusclientes e outros utilizadores a reclamar<strong>em</strong> <strong>da</strong>s eventuais deficiências na prestação deserviço meteorológico. Ao ser<strong>em</strong> diagnostica<strong>da</strong>s, as possíveis deficiências dev<strong>em</strong> sersana<strong>da</strong>s rapi<strong>da</strong>mente e, assim que for possível, o cliente deve ser informado.Melhores serviçosNa reali<strong>da</strong>de, o Regulamento Técnico <strong>da</strong> OMM (Organização MeteorológicaMundial), Volume II, abarca somente os serviços à navegação área internacional. Noentanto, é sinalizado nos capítulos anteriores desse Guia que essas definições constitu<strong>em</strong>também a base para a prestação de serviço à navegação aérea nacional. Analogamente, arigor, as disposições <strong>da</strong> OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) e <strong>da</strong> OMMsobre a prestação de serviços meteorológicos a navegação aérea segu<strong>em</strong> as mesmas linhas.Na maioria dos países, os serviços adequados às necessi<strong>da</strong>des dos distintos clientessão proporcionados pelo setor privado, que “agrega valor” à informação geral, que éforneci<strong>da</strong> amplamente pelos serviços meteorológicos. No entanto, estes serviçosmeteorológicos públicos dev<strong>em</strong>, também, proporcionar os melhores serviços aos seusclientes, mesmo s<strong>em</strong> a necessi<strong>da</strong>de de se “gerar lucros”, <strong>em</strong> uma base comercial.Entretanto, t<strong>em</strong>os que ter <strong>em</strong> mente que, mesmo no setor público, a recuperação doscustos é necessária, por meio <strong>da</strong>s tarifas de navegação aérea, pois a manutenção de umserviço meteorológico e os investimentos para a melhoria <strong>da</strong> observação, <strong>da</strong> previsão e <strong>da</strong>climatologia é relativamente caro para a socie<strong>da</strong>de.Os operadores dos serviços meteorológicos dev<strong>em</strong> estar s<strong>em</strong>pre atentos às novasd<strong>em</strong>an<strong>da</strong>s de seus clientes, inovando com a apresentação e divulgação de informações maisespecíficas, tais como:- Cartas de t<strong>em</strong>po significativo e de vento <strong>em</strong> altitude para a documentação de vôo queabarqu<strong>em</strong> áreas específicas e que correspon<strong>da</strong>m às zonas dos mapas <strong>da</strong> WAFS, mas quepod<strong>em</strong> ser mias adequa<strong>da</strong>s para os vôos regionais e nacionais (Cabe ressaltar que asinformações para a produção dessas cartas dev<strong>em</strong> ser procedentes dos WAFC <strong>em</strong> formadigital).- Sist<strong>em</strong>as informatizados que compil<strong>em</strong> e proporcion<strong>em</strong> documentação de vôo maisadequa<strong>da</strong> para determinados vôos e/ou rotas especificados pelas companhias aéreas.- Produtos e serviços nacionais para atender às necessi<strong>da</strong>des específicas dos serviços denavegação aérea, tais como: informação freqüente e atualiza<strong>da</strong> sobre o desenvolvimento desist<strong>em</strong>as convectivos sobre uma determina<strong>da</strong> área, rota ou setor de aproximação;prognósticos de aeródromos mais a<strong>da</strong>ptados a reali<strong>da</strong>de de nossos mais importantesaeroportos; previsão de informações procedentes <strong>da</strong>s redes de detecção de descargasatmosféricas; prognósticos de curtíssimo prazo para os aeródromos <strong>em</strong> novo formato, <strong>em</strong>lugar de códigos mais antigos como TAF.


- Serviços mais adequados e a<strong>da</strong>ptados para atender as necessi<strong>da</strong>des específicas <strong>da</strong> aviaçãogeral e desportiva.Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> <strong>Meteorologia</strong> AeronáuticaDesde nov<strong>em</strong>bro de 2001, o Anexo 3 <strong>da</strong> OACI e o Regulamento Técnico <strong>da</strong> OMM[C.3.1] já apresentavam novas disposições relativas à gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Na Seção 2.2[C.3.1], recomen<strong>da</strong>va-se que a “autori<strong>da</strong>de meteorológica designa<strong>da</strong> estabeleça e apliqueum sist<strong>em</strong>a adequa<strong>da</strong>mente organizado de quali<strong>da</strong>de” e que “deveria se basear nas normasde garantia de quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> série 9000 <strong>da</strong> Organização Internacional de Normatização(ISO) e ser certificado por uma organização aprova<strong>da</strong>”.É importante reconhecer que essa recomen<strong>da</strong>ção, passou a ser norma, com a entra<strong>da</strong><strong>em</strong> vigor <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> 75 ao Anexo 3, <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro deste ano, que estabelece que ca<strong>da</strong>Estado deve implantar um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de na prestação de serviçometeorológicos à navegação aérea internacional, até nov<strong>em</strong>bro de 2012, incluindo a suacertificação.A OMM está estabelecendo seu próprio marco de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de (QMS/MET)para proporcionar as diretrizes e recomen<strong>da</strong>ções aplicáveis à elaboração de el<strong>em</strong>entos degestão de quali<strong>da</strong>de na prestação de serviço meteorológico, para as operações aéreas a nívelnacional e internacional. A implantação do QMS/MET também t<strong>em</strong> a intenção de melhorara quali<strong>da</strong>de e eficiência <strong>da</strong> prestação de serviços meteorológicos, tendo <strong>em</strong> conta s<strong>em</strong>pre asnecessi<strong>da</strong>des do cliente. O sist<strong>em</strong>a deve se basear <strong>em</strong> um conjunto completo e hierárquicode procedimentos e práticas documentados pela OMM e incluir sist<strong>em</strong>as de gestão paradirecionar e controlar os serviços básicos e especializados proporcionados pelos serviçosmeteorológicos nacionais, com respeito à quali<strong>da</strong>de dos <strong>da</strong>dos, produtos e serviçosmeteorológicos e afins.No caso <strong>da</strong> prestação de serviços meteorológicos à navegação aérea, a OMM nãoestá só nesta difícil e importante tarefa, pois a produção <strong>da</strong>s orientações está sendo feitaconjuntamente com a OACI.Princípios de um QMS/META série de normas 9000 <strong>da</strong> ISO estabelece oito princípios essenciais para a implantaçãode um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, dentro do contexto de um serviço meteorológico.a) Atenção ao cliente:Os serviços meteorológicos têm que compreender as necessi<strong>da</strong>des atuais e futuras deseus usuários ou clientes que receb<strong>em</strong> os seus serviços. Isso compreende também osclientes internos.b) Liderança:A alta direção do serviço meteorológico t<strong>em</strong> que estabelecer claramente a orientação doserviço meteorológico e determinar as diretrizes para que todos os profissionaisestejam alinhados no trabalho de garantir a orientação e alcançar os objetivos traçados.


c) Participação dos profissionais:Os profissionais, <strong>em</strong> todos os níveis, são a essência de um serviço meteorológico e suaplena participação permite utilizar as suas capaci<strong>da</strong>des <strong>em</strong> benefício do serviçometeorológico.d) Métodos e processos:As ativi<strong>da</strong>des e os recursos correspondentes ao serviço meteorológico dev<strong>em</strong> serencarados como processos. Esses pod<strong>em</strong> ser operacionais, científicos e administrativos.Só exist<strong>em</strong> porque são expectativas que irão se completar para <strong>da</strong>r satisfação ao cliente.e) Método de sist<strong>em</strong>a de gestão:A identificação, compreensão e gestão de processos inter-relacionados como sist<strong>em</strong>acontribu<strong>em</strong> para a eficácia e eficiência do serviço meteorológico para alcançar os seusobjetivos.f) Melhora contínua:A melhora contínua do rendimento global do serviço meteorológico deve ser umobjetivo permanente.g) Método de adoção de decisões:As decisões efetivas dev<strong>em</strong> se basear <strong>em</strong> análises de <strong>da</strong>dos e de informações, jamais <strong>em</strong>crendices e suposições não fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s.h) Boa relação com os provedores:O serviço meteorológico e seus provedores são interdependentes e uma relaçãoharmoniosa melhora a capaci<strong>da</strong>de de ambos na busca <strong>da</strong> criação de valores.Benefícios <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>deOs oitos princípios essenciais anteriormente mencionados se conformam <strong>em</strong> muitasformas de uma gestão moderna, orienta<strong>da</strong> <strong>em</strong> lograr uma boa gestão de um serviçometeorológico, proporcionando um bom serviço ao cliente. Aplicando esses princípios,pode-se obter os seguintes benefícios:- Cumprimento <strong>da</strong>s prescrições jurídicas e regulamentares, como o Anexo 3 <strong>da</strong> OACI eo Regulamento Técnico <strong>da</strong> OMM [C.3.1].- Determinação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos usuários, além de suas expectativas.- Garantia de que as expectativas de seus clientes sejam atendi<strong>da</strong>s.- Cumprimento <strong>da</strong>s obrigações contratuais.- Harmonização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des com uma visão <strong>em</strong>presarial.- Adoção de medi<strong>da</strong>s corretivas quando falham os procedimentos ou medi<strong>da</strong>spreventivas quando há a probabili<strong>da</strong>de de falhar<strong>em</strong>.- Melhora contínua do rendimento.


-A auditoria externa realiza<strong>da</strong> por um terceiro é uma poderosa ferramenta paraestabelecer credibili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>r confiança às partes interessa<strong>da</strong>s na quali<strong>da</strong>de dosserviços.Como realizar a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>deAs experiências dos serviços meteorológicos que já implantaram o QMS/METindicam uma série de medi<strong>da</strong>s essências e que dev<strong>em</strong> ser adota<strong>da</strong>s para a implantaçãode um sist<strong>em</strong>a de gestão, tais como:- Obter o compromisso <strong>da</strong> alta direção: é primordial o compromisso formal eassinado <strong>da</strong> alta direção. Para isso, se requer um ver<strong>da</strong>deiro compromisso e nãomeramente verbal, pois deverá haver reserva de recursos e, neste caso, todo o pessoalobservará que a alta direção está comprometi<strong>da</strong> no processo.- Designar um diretor de quali<strong>da</strong>de e estabelecer uma estrutura de projeto: amelhor maneira de estabelecer um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de é gerenciá-lo comoum projeto. Naturalmente, deve-se designar um gerente do projeto e um comitê degestão, com especialistas <strong>da</strong>s áreas envolvi<strong>da</strong>s.- Firmar um compromisso financeiro: para aplicar um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>det<strong>em</strong> que se dispor de recursos financeiros.- Fazer com que as pessoas conheçam melhor a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de: a melhormaneira de se superar qualquer resistência do pessoal e de obter seu comprometimentoé fomentar reuniões, melhorar o conhecimento geral dos envolvidos e mostrar os riscosvinculados à falta de domínio de suas ativi<strong>da</strong>des e não manter a confiança dos clientes<strong>em</strong> seus produtos, assim como os benefícios <strong>da</strong> eficiência e <strong>da</strong> eficácia que virão apartir <strong>da</strong> implantação de um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Na meteorologia, <strong>em</strong> geral,os profissionais se sent<strong>em</strong> orgulhosos de sua profissão e, como cientistas, pod<strong>em</strong> nãoconsiderar a necessi<strong>da</strong>de de melhorar a sua eficiência no trabalho operacional.- Eleger um consultor para orientar o processo: uma equipe de especialistas <strong>em</strong>meteorologista não pode e não necessita converter-se <strong>em</strong> especialistas <strong>em</strong> quali<strong>da</strong>de.Com a aju<strong>da</strong> de um consultor especializado o trabalho será facilitado no que dizrespeito à elaboração de um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, mas é importantereconhecer que esse sist<strong>em</strong>a deverá pertencer ao serviço meteorológico, ao seu pessoal,e não ao consultor.- Determinar o marco do sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e designar representantes<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> diversas esferas: <strong>em</strong> todo o sist<strong>em</strong>a de quali<strong>da</strong>de se necessita deel<strong>em</strong>entos básicos, como a elaboração de manual de quali<strong>da</strong>de e um marco paradocumentar procedimentos, vínculos com as documentações existentes (incluindomanuais e guias <strong>da</strong> OMM e <strong>da</strong> OACI), estabelecimento de registros de quali<strong>da</strong>de, etc.- Transmitir formação sobre o sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de: todo pessoalenvolvido dever ter certa formação sobre o sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e esta deverá


ser mais intensa para os representantes <strong>da</strong> equipe de especialistas <strong>em</strong> meteorologia queestarão realizando as auditorias internas.- Revisar os processos e a documentação existente: a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>decompreende uma visão <strong>da</strong> organização orienta<strong>da</strong> nos processos. Muitas organizaçõespod<strong>em</strong> já dispor de uma série de processos e documentos devi<strong>da</strong>mente desenvolvidos <strong>em</strong>apeados, facilitando o trabalho. O necessário é a análise de ca<strong>da</strong> processo e descrevêlo<strong>em</strong> um formato normalizado; revisar e/ou criar documentação ad hoc.- Estabelecer um circuito de quali<strong>da</strong>de: a gestão de quali<strong>da</strong>de envolve um ciclo deplanejamento, realização, verificação e atuação para a melhora contínua, conhecidocomo ciclo PDCA (Figura 2). Deve-se estabelecer indicadores de quali<strong>da</strong>de, junto comprocedimentos de falha e um registro de ação corretiva para ser ter a segurança de quetodo o probl<strong>em</strong>a ou reclamação do cliente seja tratado devi<strong>da</strong>mente e de que o sist<strong>em</strong>aseja melhorado. Caso seja necessário, deve-se modificar o modo de operação e osprocedimentos adotados.Figura 2 – Ciclo PDCAFonte: http://www.etnainformatica.com.br/sgq.html- Formar auditores internos e auditar o sist<strong>em</strong>a: deve-se formar um grupo depessoas capazes de realizar auditorias internas de quali<strong>da</strong>de, preferencialmenteespecialistas <strong>em</strong> meteorologia. Essas auditorias são considera<strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des d<strong>em</strong>elhora do sist<strong>em</strong>a, <strong>em</strong> lugar de investigações para tratar de surpreender alguém quenão quer ser surpreendido. Para o auditor é apenas “dizer o que faz e provar que faz oque diz”.- Melhorar os documentos de trabalho: sobre a base dos resultados <strong>da</strong>s auditoriasinternas e <strong>da</strong> experiência adquiri<strong>da</strong>, deve-se melhorar os documentos e os processos detrabalho existentes.


- Auditoria de certificação: a organização deve se preparar para solicitar a certificaçãode quali<strong>da</strong>de de algum organismo exterior. A certificação de um sist<strong>em</strong>a de gestão <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de consiste na d<strong>em</strong>onstração de que um processo de determinado serviço está<strong>em</strong> conformi<strong>da</strong>de com determinados requisitos especificados.ConclusãoComo parte de um novo enfoque dos serviços ininterruptos, orientados à prestaçãode serviços meteorológicos e aos clientes, que se aplica à observação, à previsão e àclimatologia, a OMM e a OACI estão foca<strong>da</strong>s nas boas práticas e fomentando que seusM<strong>em</strong>bros implant<strong>em</strong> os sist<strong>em</strong>as de gestão holísticos, tais como a gestão de riscos, agestão <strong>da</strong> segurança operacional e a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.A gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de é um sist<strong>em</strong>a permanente e de longo prazo, voltado para asatisfação do cliente e pela melhoria contínua dos serviços gerados pela organização. Agestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de efetiva obriga a participação de todos os m<strong>em</strong>bros de umaorganização.Por fim, para que a prestação de serviço meteorológico seja leva<strong>da</strong> a sério pelossetores industriais, comerciais, sociais e comunitários, ter<strong>em</strong>os que ser capazes deaplicar e operar, de maneira coerente, sist<strong>em</strong>as, procedimentos e práticas de gestãointernacionalmente reconheci<strong>da</strong>s.Referências bibliográficasEmen<strong>da</strong> nº 75 ao Anexo 3 - Servicio Meteorológico para la Navegación AéreainternacionalDoc 7475/2 - Modus Vivendi concertado entre la Organización de Aviación CivilInternacional y la Organización Meteorológica MundialOMM No 49 - Reglamento Técnico Volumen II, Servicio Meteorológico para laNavegación Aérea InternacionalNorma Internacional ISO 9001:2008Doc. 9873 - Guía del Sist<strong>em</strong>a de Gestión de la Cali<strong>da</strong>d para el suministro del serviciometeorológico para la navegación aérea internacional. Principios y directrices OMM

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