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caderno 22 - História da Medicina - UBI

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MEDICINA NA BEIRA INTERIOR DA PRÉ-HISTÓRIA AO SÉCULO XXIA CRIANÇAAPROXIMAÇÕES VÁRIAS SOB O PONTO DE VISTA HISTÓRICOJoão-Maria Nabais *PREÂMBULOA criança, igual a qualquer pessoa humana, éum ser aparentemente frágil e pouco resistente mascapaz de interagir com o ambiente e provocar asreacções mais díspares <strong>da</strong>s pessoas à sua volta– todos nós, já estivemoscomprometidos talcomo ela, algures nopercurso <strong>da</strong>s nossas vi<strong>da</strong>s.Sujeito de direitose caprichos, gosta deser ouvido de imediatonas suas diferentes exteriorizaçõese comportamentosou seja, nasprimeiras formas de comunicaçãoe de relaçãocom o mundo exterior: osorriso, o choro, irritabili<strong>da</strong>de,alegria, tristeza, raiva, etc.. Muitas vezes, nãopassa de um pequeno grande ditador que se compraza manipular e a chantagear emocionalmentea corte de observadores indulgentes, enfeitiçadospelas várias formas de sedução que utiliza de modoelaborado e lúdico, logo desde muito cedo e ao longodo seu desenvolvimento, para atingir quase sempreos objectivos mais básicos: alimentação, bemestar,atenção e outras formas de amor que podempassar simplesmente pelo colo de um adulto. Numambiente familiar seguro e tranquilo, acções e cui<strong>da</strong>dosespeciais incluem intervenções nas váriasáreas de apoio à saúde, nutrição, educação e assistênciasocial. Estas são as ver<strong>da</strong>deiras bases paragarantir à criança um começo de vi<strong>da</strong> favorável,acompanhado de um progresso harmónico tantofísico como psíquico, associado aos aspectos emocionais,cognitivos, intelectuais e sociais, sem nuncaperder de vista, as características culturais específicasde ca<strong>da</strong> criança integra<strong>da</strong> na célula familiar deuma comuni<strong>da</strong>de, isto é, a etnologia cultural.Entre outros factores importantes, estão osestímulos que essas crianças recebem ao longodos anos, a começar nas horas primordiais apôs onascimento, assim como o incentivo ao aleitamentomaterno, à vacinação atempa<strong>da</strong>, ao apoio veiculadono interior <strong>da</strong> família, à condição <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de e donível de escolari<strong>da</strong>dedos pais, etc., etc..O desenvolvimentoinfantil é um conceitoque toma como axioma,o facto <strong>da</strong> criançaser o actor principal doaperfeiçoamento <strong>da</strong>sua evolução, durantetodo o período do crescimento.Ou seja, apósa gestação, o recémnascidocomo ser individual,único, insubstituívelembora dependente, não é proprie<strong>da</strong>de dealguém, embora sobre isto, muitos pais e demaistécnicos, nem sequer alguma vez tenham paradopara pensar e reflectir.Desde o tempo crucial do nascimento e mesmoantes durante todo o período fetal, a competênciaorgânica <strong>da</strong> criança (do latim creantìa, ou de creáre,“criar; fazer crescer”) e até uma boa parte <strong>da</strong> sua essênciacomo ente biológico, são submetidos a umacontínua interdependência e a uma intervenção, socialmenteaceite e geneticamente determina<strong>da</strong>.É um tempo de grande cometimento e compromissofísico e mental, de modo especial nos primeirosanos de vi<strong>da</strong>, traduzindo-se por uma constelaçãode múltiplas modificações morfológicas epsicológicas, envolvendo mu<strong>da</strong>nças graduais contínuasdo comportamento que de novo se acentuamcom a puber<strong>da</strong>de pela aquisição <strong>da</strong>s bases <strong>da</strong>personali<strong>da</strong>de normal do adulto, tudo isto, acompanhadopela maturação complementar <strong>da</strong>s característicassexuais secundárias.5

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