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O uso do Sistema de Posicionamento Global (GPS) - UniFOA

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REVISTA PRÁXISano IV, nº 7 - janeiro 2012 49O <strong>uso</strong> <strong>do</strong> <strong>Sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>Posicionamento</strong> <strong>Global</strong> (<strong>GPS</strong>) como ferramenta para Educação AmbientalThe use of <strong>Global</strong> Positioning System (<strong>GPS</strong>) as a tool for Environmental EducationDaniel <strong>de</strong> Sampaio 1Maria <strong>de</strong> Fátima Alves <strong>de</strong> Oliveira 2ResumoEste trabalho é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma pesquisa que tem como objetivo criar uma meto<strong>do</strong>logia para construção <strong>de</strong>mapas utilizan<strong>do</strong> <strong>GPS</strong>. Essa meto<strong>do</strong>logia é uma tentativa <strong>de</strong> diminuir o gran<strong>de</strong> hiato que há entre os conteú<strong>do</strong>sensina<strong>do</strong>s em sala e sua real aplicabilida<strong>de</strong> no cotidiano. Os alunos <strong>do</strong> 1º ano <strong>do</strong> Ensino Médio foram escolhi<strong>do</strong>spara a realização <strong>de</strong>sta proposta, pois o currículo <strong>de</strong>sta referida série abrange o ensino <strong>de</strong> Cartografia e <strong>de</strong>questões ambientais. O objetivo é promover a Alfabetização Cartográfica utilizan<strong>do</strong> a Educação Ambiental paramostrar aos alunos como os conceitos estuda<strong>do</strong>s em sala são utiliza<strong>do</strong>s no cotidiano. O projeto foi estrutura<strong>do</strong>em três fases: na primeira foram trabalha<strong>do</strong>s os conteú<strong>do</strong>s normais <strong>do</strong> programa em sala. Na segunda fase osalunos foram para a rua com um <strong>GPS</strong> e máquina fotográfica para marcarem pontos <strong>de</strong> interesse e fotografarem asocorrências registradas. Na terceira fase os da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s foram transferi<strong>do</strong>s para os computa<strong>do</strong>res, on<strong>de</strong> foramconfecciona<strong>do</strong>s diversos tipos <strong>de</strong> mapas com os da<strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s em campo. Os alunos conseguiram assimilarmelhor os conceitos, signos e significa<strong>do</strong>s com a meto<strong>do</strong>logia utilizada em comparação quan<strong>do</strong> há apenas aulasteóricas. Os comentários positivos <strong>de</strong> alunos e professores nos levam a pensar que a meto<strong>do</strong>logia utilizada obteveêxito.Pavavras-chave: Educação Ambiental, Alfabetização Cartográfica, <strong>GPS</strong>.AbstractThis work is a result of research that aims to create a metho<strong>do</strong>logy for building maps using <strong>GPS</strong>. This metho<strong>do</strong>logyis an attempt to reduce the wi<strong>de</strong> gap that exists between the content taught in class and its real applicability in dailylife. Stu<strong>de</strong>nts in 1st year of secondary school were chosen to implement this proposal because the curriculum of thisseries covers the teaching of cartography and environmental issues. The goal is to promote literacy using CartographicEnvironmental Education to show stu<strong>de</strong>nts how the concepts studied in class are used in everyday life. The project wasstructured in three phases: the first were worked normal content of the program in the classroom. In the second phase thestu<strong>de</strong>nts were on the road with a <strong>GPS</strong> and camera to mark points of interest and photographing the events recor<strong>de</strong>d. Inthe third phase the data collected were transferred to computers, where they ma<strong>de</strong> different types of maps with the datarecor<strong>de</strong>d in the field. Stu<strong>de</strong>nts were able to better assimilate the concepts, symbols and meanings with the metho<strong>do</strong>logyused for comparison when there are only theoretical. The positive comments from stu<strong>de</strong>nts and teachers lead us to thinkthat the metho<strong>do</strong>logy was successful.Keywords: Environmental Education, Cartographic Literacy, <strong>GPS</strong>.1Gradua<strong>do</strong> em Geografia, pós-gradua<strong>do</strong> em Geo-História e Preservação <strong>do</strong> Meio Ambiente, mestran<strong>do</strong> em Ensino em Ciências da Saú<strong>de</strong> e <strong>do</strong> MeioAmbiente <strong>do</strong> UNIFOA – Centro Universitário <strong>de</strong> Volta Re<strong>do</strong>nda.2Professora <strong>do</strong> LAEFIB/IOC/Fiocruz e <strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong> Profissional em Ensino em Ciências da Saú<strong>de</strong> e <strong>do</strong> Meio Ambiente <strong>do</strong> UNIFOA – Centro Universitário<strong>de</strong> Volta Re<strong>do</strong>nda.


50REVISTA PRÁXISano IV, nº 7 - janeiro 20121. IntroduçãoA nova proposta <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> Ministério da Educação(MEC) através <strong>do</strong> Exame Nacional <strong>do</strong> Ensino Médio(ENEM) valoriza o aprendiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s alia<strong>do</strong>s tantoa situações problemas <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong>s estudantes, quanto ao<strong>uso</strong> <strong>de</strong> novas tecnologias educacionais. Nas aulas <strong>de</strong> Geografia,alguns alunos apresentam dificulda<strong>de</strong>s em relacionar osconteú<strong>do</strong>s aprendi<strong>do</strong>s em sala <strong>de</strong> aula para resolver situaçõesque ocorrem a sua volta, por ignorar a interpretação e análise<strong>de</strong> mapas. Eles não conseguem i<strong>de</strong>ntificar os principais elementosque compõem um mapa, fazer a leitura <strong>de</strong> escala eabstrair os principais signos e significa<strong>do</strong>s que os mapas apresentam.Assim não fazem uma correta interpretação <strong>do</strong> mapa.Na tentativa <strong>de</strong> diminuir essa dificulda<strong>de</strong>, utilizamosuma meto<strong>do</strong>logia diferenciada que faz parte <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong>pesquisa <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvida no programa com osalunos <strong>do</strong> 1º ano <strong>do</strong> Ensino Médio <strong>de</strong> uma escola pública,localiza<strong>do</strong> em Barra Mansa, esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, aoapresentar o tema.A propósito, Berg (2006) comenta a importância <strong>de</strong>se mapear a região on<strong>de</strong> se vive, pois enriquece o ponto<strong>de</strong> vista pessoal e se consegue perceber to<strong>do</strong>s os elementosnaturais e culturais que estão inseri<strong>do</strong>s nesse território. Porisso a opção por se trabalhar a construção <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> Biorregiãoé apresentada nesse projeto.A busca <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>ve fazer parte<strong>do</strong> cotidiano escolar para aten<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong> atual, poiscom a evolução da técnica e novas formas <strong>de</strong> relações entreas pessoas, a escola precisa estar pronta para aten<strong>de</strong>r aessa nova realida<strong>de</strong> e buscar novas formas <strong>de</strong> ensino queintegrem o <strong>uso</strong> <strong>de</strong> instrumentos tecnológicos no processo<strong>de</strong> ensino/aprendizagem. Carvalho (2011) nos lembra que:“Compartilhan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa intencionalida<strong>de</strong> educativa, o projetopolítico-pedagógico <strong>de</strong> uma Educação Ambiental (EA)crítica po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>scrito como a formação <strong>de</strong> um sujeitocapaz <strong>de</strong> “ler” seu ambiente e interpretar as relações, os conflitose os problemas aí presentes”.A escola <strong>do</strong> século XXI precisa contribuir para a construçãoda cidadania. Mas o <strong>de</strong>safio da escola, principalmentea pública, <strong>de</strong> construir um cidadão consciente é complexo<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à heterogeneida<strong>de</strong> sociocultural <strong>do</strong>s alunos emrelação à ida<strong>de</strong> e valores. Teixeira (2009, p. 184) ao abordaro tema comenta:“Estamos forman<strong>do</strong> hoje os profissionais <strong>do</strong> futuro e não dámais para pensar/fazer essa formação sem consi<strong>de</strong>rar, no mínimo,3 aspectos: o mun<strong>do</strong> e sua comunicação global atravésda Teleinformática; o mun<strong>do</strong> e sua socieda<strong>de</strong> global atravésda Interdisciplinarida<strong>de</strong>; e o mun<strong>do</strong> e sua ciência global através<strong>do</strong> conhecimento <strong>de</strong> uma Realida<strong>de</strong> Complexa”.Para Pontuschka (2001), a Geografia no ensino fundamentale médio precisa formar uma criança e um jovemque <strong>de</strong>verão se movimentar bem no mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> hoje, com acomplexa realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste final <strong>de</strong> milênio, e ainda prepará--los para enfrentar outras transformações que estão por vir.A construção <strong>de</strong> mapas alia<strong>do</strong>s a projetos <strong>de</strong> educação ambientalajudam o aluno a perceber melhor o local on<strong>de</strong> vive,estabelecer novas relações e <strong>de</strong>senvolver senso crítico.A Lei 9.795/99 reafirma esse pensamento no parágrafoterceiro <strong>do</strong> oitavo artigo, on<strong>de</strong> encontramos: o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> instrumentos e meto<strong>do</strong>logias, visan<strong>do</strong> à incorporaçãoda dimensão ambiental, <strong>de</strong> forma interdisciplinar, nosdiferentes níveis e modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino (BRASIL, 1999).A produção <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> Biorregião po<strong>de</strong> contribuir nãosó com o ensino <strong>de</strong> geografia, mas com várias disciplinas.Outro aspecto importante é a utilização <strong>de</strong> recursos tecnológicosno processo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem, hoje essencialpara promover uma educação mais próxima da realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>aluno.Ainda segun<strong>do</strong> Pontuschka (op. cit.), “conhecer os alunos,as representações sociais e os saberes que trazem são asprimeiras tarefas <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> qualquer disciplina”. Mapeara Biorregião vai ao encontro <strong>de</strong>sse pensamento, pois, noprocesso <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um mapa <strong>de</strong> Biorregião se faz necessárioconhecer as pessoas que ali vivem e suas representaçõese saberes, porque são esses valores que moldam o espaçogeográfico. Os objetos ali presentes são a expressão materialda ação da socieda<strong>de</strong> sobre o seu espaço socialmente construí<strong>do</strong>.Deixar <strong>de</strong> la<strong>do</strong> essa interpretação da relação homem xmeio no processo histórico não levará o aluno a refletir sobreo local em que vive e não será possível, então, <strong>de</strong>senvolver ameto<strong>do</strong>logia proposta <strong>do</strong> mapeamento da Biorregião.Reigota (2009) observou que “os problemas ambientaisforam cria<strong>do</strong>s por homens e mulheres e <strong>de</strong>les virão àssoluções”. Estas não serão obras <strong>de</strong> gênios, <strong>de</strong> políticos outecnocratas, mas sim <strong>de</strong> cidadãos e cidadãs. Por isso trabalhara educação ambiental na escola é um importante caminho<strong>de</strong> conscientização ambiental e em consequência, <strong>de</strong>construção da cidadania.Rodrigues (2008) numa análise sobre a importânciada educação ambiental na formação da cidadania, diz que“a politização da EA po<strong>de</strong> abrir caminhos para a construção<strong>de</strong> uma sustentabilida<strong>de</strong> emancipatória baseada na <strong>de</strong>fesada vida em largo senti<strong>do</strong>, da liberda<strong>de</strong> e da justiça social”.Em adição a esse pensamento, mapear a Biorregião estimulao aluno a refletir o meio a sua volta e a partir <strong>de</strong>ssa observaçãopo<strong>de</strong> analisar com maior consciência os problemasque o cercam. A busca por melhorias das condições <strong>do</strong> localem que se vive é um direito <strong>de</strong> qualquer cidadão, mas parapropor mudanças é preciso conhecer o que está a sua volta.Um caminho a seguir para melhor compreensão da Biorre-


REVISTA PRÁXISano IV, nº 7 - janeiro 2012 51gião é o aluno ser um agente participativo <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>mapeamento da Biorregião <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um projeto interdisciplinar<strong>de</strong> educação ambiental. Como <strong>de</strong>screve Stefanello(2009) “o estu<strong>do</strong> através das representações espaciais possibilitauma melhor compreensão <strong>do</strong> or<strong>de</strong>namento espacial,fazen<strong>do</strong> com que o aluno conheça e <strong>do</strong>mine o espaço geográfico”.E essa compreensão <strong>do</strong> espaço geográfico em que oaluno está inseri<strong>do</strong> o ajudará a agir melhor sobre o mesmo eestabelecen<strong>do</strong> relações mais conscientes no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s.Sem dúvida, quan<strong>do</strong> o aluno participa <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>construção <strong>do</strong> mapa, os signos e significa<strong>do</strong>s são compreendi<strong>do</strong>scom mais facilida<strong>de</strong>. Conforme Duarte (2002), “ai<strong>de</strong>ia associada ao estímulo físico forma o que se enten<strong>de</strong>por “signo”, que transmite a mensagem”. Po<strong>de</strong>mos percebernesse conceito que o símbolo representa no mapa umai<strong>de</strong>ia, que chamamos <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>. Ainda segun<strong>do</strong> Duarte(op. cit.) “a “i<strong>de</strong>ia” é o pensamento a ser transmiti<strong>do</strong> peloremetente, conhecida como significa<strong>do</strong>”.Ao analisar as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver novas meto<strong>do</strong>logiasno processo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem, Steffanello(2009, p. 105) nos diz:Mas, a questão é: como ensinar geografia com aulas interessantese ao mesmo tempo esbarran<strong>do</strong> em dificulda<strong>de</strong>scomo a falta <strong>de</strong> recursos pedagógicos – globo, mapas,equipamentos audiovisuais, <strong>de</strong> informática, <strong>GPS</strong> – ou,ainda, “competin<strong>do</strong>” com o que as novas tecnologias apresentamaos nossos alunos fora da escola?Dessa forma a meto<strong>do</strong>logia proposta aten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>mandada nova socieda<strong>de</strong> tecnológica que utiliza cada vez maisrecursos no seu cotidiano. E essa proposta meto<strong>do</strong>lógica<strong>de</strong> trabalhar com recursos tecnológicos têm a vantagem <strong>de</strong>tornar a aula mais interessante contribuin<strong>do</strong> com o melhoraprendiza<strong>do</strong> para os alunos.Continuan<strong>do</strong> com o pensamento <strong>de</strong> Stefanello (2009):Nesse senti<strong>do</strong>, o ensino em sala <strong>de</strong> aula é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safioe exige <strong>do</strong> professor, além <strong>de</strong> aulas expositivas dialogadas,uma didática diferenciada capaz <strong>de</strong> envolver os seusalunos, fazen<strong>do</strong> com que eles sejam participativos, críticose que <strong>de</strong> fato produzam o saber geográfico escolar.2. Meto<strong>do</strong>logia2.1 Local e sujeito:Os alunos <strong>do</strong> primeiro ano <strong>do</strong> Ensino Médio <strong>do</strong> ColégioEstadual Vila Maria, localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> BarraMansa, esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, foram escolhi<strong>do</strong>s para trabalharemcom essa meto<strong>do</strong>logia, pois os conteú<strong>do</strong>s aborda<strong>do</strong>sno projeto são integrantes da gra<strong>de</strong> curricular <strong>de</strong>sta série.No total foram 25 alunos que participaram da pesquisa.2.2 Desenvolvimento da ativida<strong>de</strong>:No primeiro momento foram ministradas aulas <strong>de</strong>cartografia básica em sala, on<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os conceitos básicoscomo, latitu<strong>de</strong>, longitu<strong>de</strong>, coor<strong>de</strong>nada geográfica, carta,mapa, <strong>GPS</strong>, entre outros, foram aborda<strong>do</strong>s. Essas aulastêm como objetivo promover a alfabetização cartográficanos alunos para que eles possam <strong>de</strong>senvolver o projeto e aomesmo tempo não fiquem sem os conteú<strong>do</strong>s já <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s noprograma escolar.As primeiras aulas são teóricas e nada se distinguem <strong>de</strong>uma aula convencional <strong>do</strong> Ensino Médio, em que os conteú<strong>do</strong>ssão aborda<strong>do</strong>s em sala. O único recurso didático diferenteutiliza<strong>do</strong> para facilitação da aprendizagem é o data show.Após a parte teórica ser trabalhada em sala, o segun<strong>do</strong>passo foi ensinar aos alunos como manusear um aparelho<strong>de</strong> <strong>GPS</strong>. Como os conceitos básicos <strong>de</strong>sse instrumento jáhaviam si<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>s em sala, não foi necessária umanova aula teórica para o assunto. Os alunos foram leva<strong>do</strong>spelo professor <strong>de</strong> Geografia para o pátio da escola on<strong>de</strong> foirealizada uma aula prática. Nessa ativida<strong>de</strong> os alunos apren<strong>de</strong>rama ligar o aparelho, utilizar as principais funções e fazera leitura <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s que o aparelho fornece.Essa etapa foi muito simples, pois essa nova geraçãoestá crescen<strong>do</strong> em um mun<strong>do</strong> cada vez mais tecnológico,on<strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> aparelhos fazem parte <strong>do</strong> cotidiano <strong>de</strong>les,seja em suas casas ou nas ruas. Logo, manusear o <strong>GPS</strong>foi uma tarefa simples para os alunos, pois o mesmo se assemelhamuito a um aparelho celular e todas as suas funçõesaparecem <strong>de</strong> forma simples na tela.A primeira função importante <strong>do</strong> <strong>GPS</strong> ensinada paraos alunos foi a <strong>de</strong> marcar waypoints. Isto é, fazer uma marcavirtual em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> lugar <strong>do</strong> espaço geográfico.O aparelho <strong>de</strong> <strong>GPS</strong> registra a latitu<strong>de</strong>, longitu<strong>de</strong>, altitu<strong>de</strong>,data e hora <strong>do</strong> local on<strong>de</strong> o waypoint foi marca<strong>do</strong>.O processo <strong>de</strong> criação <strong>do</strong>s waypoint possui uma vantagempara este trabalho, pois o aparelho possui váriossímbolos para serem atribuí<strong>do</strong>s aos pontos para facilitar avisualização e a diferenciação das referidas marcações.Esse recurso facilita aos alunos apren<strong>de</strong>rem os conceitos <strong>de</strong>signo e significa<strong>do</strong>, que são essenciais ao estu<strong>do</strong> da cartografiapara análise e interpretação <strong>de</strong> mapas. Com os alunosparticipan<strong>do</strong> da construção <strong>do</strong> mapa inserin<strong>do</strong> pontos <strong>de</strong>interesse, fica mais fácil trabalhar a interpretação <strong>do</strong>s mesmos,pois eles passam a compreen<strong>de</strong>r o que são os signosinseri<strong>do</strong>s em cada mapa e o que eles representam.


54REVISTA PRÁXISano IV, nº 7 - janeiro 2012realização <strong>do</strong> planejamento, manejo e/ou gerenciamento <strong>de</strong> umespaço específico. Outra possibilida<strong>de</strong> que o programa GoogleEarth fornece foi a inserção das fotos em cada ponto percorri<strong>do</strong>.Os pontos que foram marca<strong>do</strong>s em campo aparecem na imagem<strong>de</strong> satélite, também com cores e forma diferentes, e os alunosacrescentaram as fotos correspon<strong>de</strong>ntes a cada ponto. Com essaferramenta, to<strong>do</strong>s os leitores que forem utilizar esses da<strong>do</strong>s, serãocapazes <strong>de</strong>, além <strong>de</strong> observarem os diferentes problemas constata<strong>do</strong>sem cada bueiro, po<strong>de</strong>rão ver uma foto <strong>do</strong> local.Para trabalhar com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> geoprocessamento, foi pedi<strong>do</strong>aos alunos que inserissem no mapa os principais pontos comerciais<strong>do</strong> bairro. Eles <strong>de</strong>veriam utilizar a mesma estratégia anterior<strong>de</strong> criar signos para cada marcação que consi<strong>de</strong>rassem importantes.Escolheram representar, a título <strong>de</strong> exercício, padaria, supermerca<strong>do</strong>,farmácia e as lojas <strong>do</strong> bairro. Esta ativida<strong>de</strong> é importantepara o processo da alfabetização cartográfica, pois <strong>de</strong>monstraque os alunos conseguiram interpretar os signos e significa<strong>do</strong>sque os mapas apresentam, que existem diversos tipos <strong>de</strong> mapase os mesmos po<strong>de</strong>m ser altera<strong>do</strong>s para representarem/localizaremdiferentes tipos <strong>de</strong> informações. Segun<strong>do</strong> Simielli (2007, p.98):“o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stas noções contribui para a <strong>de</strong>smistificaçãoda cartografia como apresenta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> mapasprontos e acaba<strong>do</strong>s. O objetivo das representações <strong>do</strong>smapas e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>senhos é transmitir informações e não sersimplesmente objeto <strong>de</strong> reprodução”.4. ConclusõesO trabalho realiza<strong>do</strong> pelos alunos e os comentáriosque surgiram sobre o mesmo nos permitiu indicar que oobjetivo da ativida<strong>de</strong> foi atingi<strong>do</strong>, pois os alunos conseguiramconstruir mapas utilizan<strong>do</strong> o <strong>GPS</strong>, e consequentemente,facilitan<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem quan<strong>do</strong>da análise <strong>do</strong>s signos/significa<strong>do</strong>s que os mapas possuem.A meto<strong>do</strong>logia agra<strong>do</strong>u tanto aos professores quanto osalunos, pois os alunos se sentiram motiva<strong>do</strong>s com essa abordagemtecnológica e prática <strong>de</strong> relacionar conteú<strong>do</strong>s. Tambémos professores que acompanharam o <strong>de</strong>senvolvimento ea participação <strong>do</strong>s alunos nas ativida<strong>de</strong>s propostas gostaram<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> final <strong>do</strong> projeto. As limitações <strong>do</strong> trabalho ficarampor conta das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recursos disponíveis naescola. Só havia uma máquina fotográfica e 8 computa<strong>do</strong>respara uma turma <strong>de</strong> 25 alunos. Como a escola não possui umaparelho <strong>GPS</strong>, o professor <strong>de</strong> Geografia emprestou o instrumentopara realização da pesquisa. Outro importante fatoré o pouco tempo disponível para a realização da ativida<strong>de</strong>,pois como são apenas duas aulas por semana na turma, nãopo<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> avaliar os alunos, cumprir o conteú<strong>do</strong> enão sobra muito tempo para realizar projetos <strong>de</strong>ssa natureza.5. Referências1. BERG, Peter. Como mapear a sua própria biorregião.In: STONE, Michael K.; BARLOW, Zenobia (Orgs.).Alfabetização Ecológica: a educação das crianças paraum mun<strong>do</strong> sustentável. São Paulo: Cultrix, 2006.2. BRASIL. Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental.Lei nº 9.795. 1999 (Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm. Acesso em 27/02/11).3. CARVALHO, Isabel Cristina <strong>de</strong> Moura. Educaçãoambiental: a formação <strong>do</strong> sujeito ecológico. 5. ed.São Paulo: Cortez, 2011.4. DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos <strong>de</strong> Cartografia.Florianópolis: Editora da UFSC, 2002.5. FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. São Paulo:Oficina <strong>de</strong> Textos, 2008.6. LOCH, Ruth E. Nogueira. Cartografia: representação,comunicação e visualização <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s espaciais.Florianópolis: Editora da UFSC, 2006.7. PONTUSCHKA, Nídia Nacib. A geografia: pesquisa eensino. In CARLOS, Ana Fani Alessandri (org). NovosCaminhos da Geografia. São Paulo: Contexto, 2001.8. REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.9. RODRIGUES, Angélica Cosenza. A Educação Ambientale o fazer interdisciplinar na escola. Juiz <strong>de</strong>Fora: Junqueira & Marin, 2008.10. STEFANELLO, Ana Clarissa. Didática e avaliação da aprendizagemno ensino <strong>de</strong> geografia. São Paulo: Saraiva, 2009.11. TEIXEIRA, Elizabeth. As três meto<strong>do</strong>logias: acadêmica,da ciência e da pesquisa. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.En<strong>de</strong>reço para Correspondência:Daniel <strong>de</strong> Sampaio - professordaniel<strong>de</strong>sampaio@yahoo.com.brRua Prefeito João Luiz, 957Sauda<strong>de</strong> - Barra Mansa - RJCEP: 27350-350

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