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curiosidade sobre aflatoxinas

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4www.cib.org.brC I BCONSELHO DE INFORMAÇÕES SOBRE BIOTECNOLOGIATOXINASIngestão de aflatoxina pode causar câncerA presença dessamicotoxina nosalimentos contribui<strong>sobre</strong>maneira paraque mais de um terçodos casos deneoplasias tenharelação com a dietaPerda na produção deamendoim já foi de 50%por causa da <strong>aflatoxinas</strong> <strong>aflatoxinas</strong> continuam sendoobjeto de grande atençãoquando se trata das Amicotoxicoses, manifestações clínicasocasionadas pelo consumo dealimentos contaminados commicotoxinas. A aflatoxina B1 (AFB1)está epidemiologicamente associada àalta incidência de câncer hepático,<strong>sobre</strong>tudo em países tropicais. Alémdisso, estima-se que cerca de 35% doscasos de neoplasias tenham relaçãodireta com a dieta. Evidentemente, apresença dessas toxinas nos alimentos éconsiderada um fator importante emtais estatísticas.A grande suscetibilidade doamendoim ao fungo Aspergillus flavuslevou as entidades sanitárias a criarum rígido sistema de controle demicotoxinas nesse produto e em seusderivados, já que setrata de itensbastante consumidosnos países tropicais.Assim, aporcentagem daprodução deamendoim afetadapela aflatoxina, quejá foi de 50%, caiupara 20%. “Emboraos estudos <strong>sobre</strong>esse alimentoestejam maisavançados, acontaminação também ocorre emmilho e em outros tipos de cereais esementes”, assinala a química edoutora em qualidade dos alimentosFungo Aspergillus se desenvolveprincipalmente no milhoMyrna Sabino, que é pesquisadora doInstituto Adolfo Lutz.Vários estudos <strong>sobre</strong> a incidência de<strong>aflatoxinas</strong> em amendoim e em seusderivados também têm sidodesenvolvidos no Brasil. Já estáprovado que a contaminação dependemuito das condições climáticas. Nosanos chuvosos, até 80% da produçãopode ser infectada com tais toxinas,obrigando as empresas que utilizamessa matéria-prima a importaramendoim de outros países, comoEstados Unidos e Argentina. Oexemplo mostra que a diminuição daexposição da população a <strong>aflatoxinas</strong> –e a conseqüente redução dos riscospara a saúde –, somente é possível comum trabalho com os produtores dealimentos e com ações eficientes devigilância sanitária.DIVULGAÇÃOO CIB é uma organização não-governamental e umaassociação civil sem fins lucrativos e sem nenhumaconotação político-partidária ou ideológica. Seuobjetivo é divulgar informações técnico-científicas<strong>sobre</strong> biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores dasociedade com o tema. É meta do CIB, também, estabelecer-se como fonte de informações parajornalistas, pesquisadores, empresas e instituições interessadas em biotecnologia. Para tanto, possuium grupo de conselheiros, formado por cientistas e especialistas de diversas áreas de atuação.• Veja mais informações no nosso site: www.cib.org.brwww.cib.org.brCoordenação geralEditor executivoEditor médicoConselho editorialColaboradoresGerência TécnicaFotografia / coordenaçãoDesigner gráficoApoio operacionalEugênio AraújoAntonio Celso VillariDr. Paulo Augusto de Almeida JunqueiraJanio Santurio (UFSM)Marta Taniwaki (Ital)Myrna Sabino (Instituto Adolfo Lutz)Débora MarquesGuilherme SierraTatiana EngelbrechtVinícius CarvalhoCacalo KfouriSérgio BritoJacqueline Ambrósio


C I B CONSELHO DE INFORMAÇÕES SOBRE BIOTECNOLOGIA www.cib.org.br 3LEGISLAÇÃOLei aperta o controle de qualidade dos alimentosO Brasil fecha o cerco às micotoxinas e amplia a fiscalizaçãoAs micotoxinas têm sidofreqüentemente associadas asurtos de moléstias animais e,em alguns casos, são causadoras dedoenças em seres humanos. Por isso,as autoridades de saúde no mundotodo têm desenvolvido ações paradiminuir a ingestão desses compostos.A contaminação dos alimentos podeocorrer no campo, antes e depois dacolheita, e durante o transporte e oarmazenamento do produto. “Ossistemas de análise no Brasil vêm sedesenvolvendo nos últimos anos,facilitando a detecção e a quantificaçãoda contaminação, mas ainda temos umlongo caminho pela frente”, avalia apesquisadora Myrna Sabino, doInstituto Adolfo Lutz.Existe uma norma que vale paratodo o Mercosul (Resolução Mercosulnº 56/94), internacionalizada peloMinistério da Saúde pela Resoluçãoda Diretoria Colegiada (RDC 274) daAnvisa, de 15 de outubro de 2002,segundo a qual o amendoim, o milho eos derivados de tais alimentos nãoA origem das micotoxinaspodem ter micotoxinas em quantidadesuperior a 20 ppb. Além disso, oMinistério da Agricultura editou aInstrução Normativa nº 10, que instituio Plano Nacional de Segurança eQualidade dos Produtos de OrigemVegetal.No Brasil, até 2002 o limite máximodessas toxinas em alimentos era de30 mg/kg, somatório das <strong>aflatoxinas</strong>B1 e G1. A partir daquele ano, o Paísestabeleceu o teto de 20 mg/kg para oconjunto das <strong>aflatoxinas</strong> B1, B2, G1 eG2. “Já avançamos bastante, apesar dea legislação ser voltada apenas paraalguns produtos”, observa Myrna. “Dequalquer forma, ainda estamos longeda Europa, por exemplo, onde o limitede micotoxinas é de 4 mg/kg e ondeaté frutas secas e condimentos entramnesse controle”, compara.A presença de <strong>aflatoxinas</strong> tem sidoreportada principalmente em milho,nozes, amendoim, frutas secas,temperos, figo, óleos vegetais, cacau,arroz e algodão. No Brasil, essas são asúnicas micotoxinas cujos níveismáximos em alimentos estão previstosna legislação, embora a ocratoxinavenha sendo relatada em até 50% dasamostras de milho, trigo, arroz e feijãoanalisadas em vários Estados.A prevenção das micotoxinas,particularmente das <strong>aflatoxinas</strong>, é umproblema de controle de qualidade.Segundo a pesquisadora do AdolfoLutz, não é possível assegurar o grausatisfatório de sanidade dos produtossem uma vigilância constante dessescontaminantes. “O controle dos níveisde micotoxinas nos alimentos énecessário não só para a proteção dasaúde pública, como também paraorientar as ações governamentais”,entende Myrna.Detectados pela primeira vez na década de 60, esses compostos causaram a morte de milhares de aves na InglaterraDIVULGAÇÃOAcima, fungo Fusarium, queproduz mais de cem micotoxinas.Ao lado, amostra de milhocontaminado com a aflatoxina.As micotoxinas compreendem umconjunto complexo de substânciastóxicas, produzidas por fungos,diferenciando-se das toxinas bacterianas pornão terem natureza protéica nem seremimunogênicas. A toxicidade de certosmetabólitos para aves foi primeiramentereconhecida em 1960, na Inglaterra, devido àmortalidade de mais de 100 mil perus de umaenfermidade desconhecida, chamada deDoença X dos Perus. Os exames revelaram queo agente causador era uma toxina presente nafarinha de amendoim, que fazia parte da raçãoque os animais comiam.Mas os problemas provocados pelasmicotoxinas são ainda mais antigos. Nas dezpragas do Egito, há evidências da presença detais substâncias nos alimentos. Na evoluçãohistórica da micotoxicologia, chama a atençãoo episódio denominado Fogo de Santo Antonio,ocorrido na Idade Média. Hoje é conhecido oenvolvimento de cereais contaminados com ofungo Claviceps purpurea, que acometeu apopulação de países da Europa, especialmenteos franceses. As vítimas procuravam o Santuáriode Santo Antonio, na França, para se curar.Nos anos de 1941 a 1945, a aleucia tóxicaalimentar fez um grande número de enfermos,tendo matado mais de 100 mil russos. Osresponsáveis foram os tricotecenos, micotoxinasproduzidas por espécies de Fusarium. Maisrecentemente, nos períodos de 1957 e 1968, anefropatia dos Bálcãs, que atingiu váriospaíses do Leste Europeu, foi causada pelaingestão de alimentos que continham aocratoxina A.Ainda hoje, enormes prejuízos econômicosdecorrem da utilização de produtoscontaminados com essas substâncias tóxicas.Quando não provocam a morte de aves emprocessos de intoxicação aguda, asmicotoxinas determinam diminuição de peso eda postura, aumento da suscetibilidade adoenças infecciosas e parasitárias e problemasreprodutivos, entre outros. Tais conseqüênciassão mais acentuadas nos países de climatropical úmido, que reúnem condiçõesadequadas para o desenvolvimento de fungos.FALE COM O CIBSe você tem sugestões de temas a serem abordados nas próximas edições, entre em contato conosco. E-mail da redação: faleconosco@cib.org.brEndereço: R. André Ampére, 34 - Unidade 12 - Brooklin Paulista - São Paulo - CEP: 04562-080

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