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análise econômica do cultivo da soja em grão: 1990-2003 - Unileste

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1ANÁLISE ECONÔMICA DO CULTIVO DA SOJA EM GRÃO: <strong>1990</strong>-<strong>2003</strong>Francisco Carlos Cunha CassuceMestre <strong>em</strong> Economia Aplica<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa; Professor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa- UFVFábio Mussi SilvaMestre <strong>em</strong> Economia Aplica<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa; Professor <strong>do</strong> Centro Universitário <strong>do</strong> Leste de MinasGerais / <strong>Unileste</strong>-MGRESUMOA cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão exerce hoje, grande importância na economia brasileira, tanto no que serefere à geração de divisas, quanto na sua relação com a produção de carnes no país. A partir <strong>da</strong>í,realizou-se uma análise econômica, visan<strong>do</strong> determinar quais os principais fatores determinantespara o crescimento <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong> no país, e se essa cultura v<strong>em</strong> se mostran<strong>do</strong> lucrativa para oprodutor, no perío<strong>do</strong> de análise. Os estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> para os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Mato Grosso, MatoGrosso <strong>do</strong> Sul, Goiás, Paraná e Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Constatou-se que o aumento de produção tantopara o Brasil como para os esta<strong>do</strong>s de Mato Grosso, Goiás e Paraná teve como principal causa oaumento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, já para os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, e Rio Grande <strong>do</strong> Sul, oincr<strong>em</strong>ento <strong>da</strong> produção deve-se mais à elevação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de. Outro fato, é que a cultura <strong>da</strong><strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão se mostrou extr<strong>em</strong>amente lucrativa no perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>. A soma <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>sapontam para um crescimento ain<strong>da</strong> maior para a produção de <strong>soja</strong>.Palavras-chave: <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão, Brasil, produtivi<strong>da</strong>de, lucrativi<strong>da</strong>de.PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIAA cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong> t<strong>em</strong> grande importância para o Brasil, principalmente quan<strong>do</strong> se refere na geraçãode divisas. Segun<strong>do</strong> Câmara (1998), a <strong>soja</strong> foi introduzi<strong>da</strong> no Brasil <strong>em</strong> 1892, na Bahia, nãod<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> bons resulta<strong>do</strong>s. Apenas <strong>em</strong> 1949, no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, é que a <strong>soja</strong> apresentouresulta<strong>do</strong>s satisfatórios, possibilitan<strong>do</strong> pela primeira vez a exportação.De acor<strong>do</strong> com Coelho (1998), após a crise <strong>do</strong> abastecimento <strong>da</strong> agricultura, de 1961 a 1963, e amu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> política econômica <strong>em</strong> 1964, o governo deu início a uma política de diversificação <strong>da</strong>sexportações de bens agrícolas, impl<strong>em</strong>entan<strong>do</strong> políticas de crédito rural e crian<strong>do</strong> agênciastecnológicas. Estes incentivos foram <strong>em</strong> grande parte, direciona<strong>do</strong>s para a produção de <strong>soja</strong>, ten<strong>do</strong>esta cultura um desenvolvimento significativo sobretu<strong>do</strong> volta<strong>do</strong> para exportação a partir de então.Segun<strong>do</strong> Porcile et. al. (2000), atualmente a <strong>soja</strong> é o principal produto agropecuáriobrasileiro i , responsável por 20% <strong>da</strong> produção mundial, perden<strong>do</strong> apenas para os EUA, que produzcerca de 48% <strong>da</strong> produção mundial de <strong>soja</strong> (<strong>da</strong><strong>do</strong>s de 200).É importante destacar que, de acor<strong>do</strong> com Bueno (2001/2002), a produção brasileira de <strong>soja</strong> v<strong>em</strong>crescen<strong>do</strong> e o Brasil v<strong>em</strong> deslocan<strong>do</strong>, nos últimos anos, os EUA no merca<strong>do</strong> mundial de <strong>soja</strong> <strong>em</strong>grão, e <strong>da</strong><strong>da</strong> a taxa de crescimento atual, o Brasil tende a ser o maior produtor de <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão já nofinal <strong>do</strong> ano de <strong>2003</strong>, ultrapassan<strong>do</strong> os EUA.


2Embora o estu<strong>do</strong> se refira à <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão, um esboço <strong>do</strong> complexo de <strong>soja</strong> e <strong>do</strong>s custos de produção,deixa ain<strong>da</strong> mais claro, a relevância deste produto para a economia brasileira.O complexo <strong>da</strong> <strong>soja</strong> assumiu grande importância a partir <strong>do</strong>s anos 70. Compreenden<strong>do</strong>principalmente, o farelo de <strong>soja</strong> e o óleo de <strong>soja</strong>, mais volta<strong>do</strong> este, para o merca<strong>do</strong> interno, ocomplexo <strong>da</strong> <strong>soja</strong> deve seu desenvolvimento às políticas de crédito subsidia<strong>do</strong> pelo governo, quetinha como objetivo o aumento <strong>da</strong>s exportações e a diversificação na pauta de exportações.No que diz respeito ao merca<strong>do</strong> mundial, as perspectivas <strong>do</strong> complexo de <strong>soja</strong>, após os anos 70,estiveram muito volta<strong>do</strong>s para o merca<strong>do</strong> europeu, uma vez que estes são os principaisimporta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> farelo de <strong>soja</strong>.Destaca-se na evolução <strong>do</strong> complexo de <strong>soja</strong> as indústrias esmaga<strong>do</strong>ras, que tiveram um papelfun<strong>da</strong>mental no desenvolvimento <strong>do</strong> complexo e no aumento <strong>da</strong> produção <strong>do</strong> <strong>cultivo</strong> <strong>da</strong> <strong>soja</strong>. Taisindústrias localizavam-se próximas às regiões produtoras. Na déca<strong>da</strong> de 70 fixavam-se basicamentena Região Sul e a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80 essas indústrias começam a ser implanta<strong>da</strong>s nas regiões defronteira, como o Centro Oeste.Fator que também contribuiu para o desenvolvimento <strong>do</strong> complexo de <strong>soja</strong> foi a articulação <strong>da</strong>indústria de esmagamento com a ativi<strong>da</strong>de integra<strong>da</strong> de pecuária, principalmente de suínos e aves,uma vez que a <strong>soja</strong> é um insumo básico na elaboração de rações para estes animais ii . Marcan<strong>do</strong>assim o início <strong>da</strong> transformação <strong>da</strong> <strong>soja</strong> como proteína vegetal <strong>em</strong> <strong>soja</strong> proteína animal.Com o aumento deste complexo e a expansão <strong>da</strong> produção de suínos e aves, havia a necessi<strong>da</strong>de deque se aumentasse a produção de <strong>soja</strong>. Como conseqüência a <strong>soja</strong> passa a ser cultiva<strong>da</strong> mais <strong>em</strong>grandes latifúndios, principalmente na região Centro Oeste, ganhan<strong>do</strong> <strong>em</strong> escala de produção. Osincentivos públicos também contribuíram para este aumento, mas a maior contribuição para amodernização e aumento <strong>da</strong> produção foi através <strong>do</strong>s investimentos <strong>em</strong> pesquisas e a<strong>do</strong>ção de novastécnicas, desenvolven<strong>do</strong> novas varie<strong>da</strong>des que possibilitaram o aumento <strong>da</strong> produção, e redução decustos.Segun<strong>do</strong> Rizzi & Paula, (2000), já nos anos 90, houve um enfraquecimento <strong>da</strong>s transnacionais(devi<strong>do</strong> à crise <strong>do</strong>s anos 80), que coordenavam a indústria esmaga<strong>do</strong>ra, entran<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong>indústrias nacionais como a Ceval, Sadia, Perdigão, Braswey e Olvebra, passaram a <strong>do</strong>minar omerca<strong>do</strong> e a promover a verticalização <strong>do</strong> complexo de <strong>soja</strong> e a integrar a cadeia de <strong>soja</strong> com a decarnes. Além disso, tais <strong>em</strong>presas começam a investir <strong>em</strong> novos produtos como margarina <strong>em</strong>aionese, deriva<strong>da</strong>s <strong>do</strong> óleo de <strong>soja</strong>.Como já foi enfatiza<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> a importância <strong>da</strong> <strong>soja</strong> para a cadeia agro-industrial e na geração dedivisas, é de fun<strong>da</strong>mental importância que ela apresente baixos custos de produção, aumentan<strong>do</strong>assim sua competitivi<strong>da</strong>de no merca<strong>do</strong> internacional.Segun<strong>do</strong> ABAG (1993), um <strong>do</strong>s pontos que prejudica a competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong> brasileira, são oseleva<strong>do</strong>s custos de transporte. Isto se deve basicamente às péssimas condições <strong>da</strong>s estra<strong>da</strong>sbrasileiras iii . Uma alternativa para baratear tais custos, seria a criação de ferrovias, ligan<strong>do</strong>principalmente o Centro Oeste aos portos brasileiros. Outro fator que eleva os custos de produção<strong>da</strong> <strong>soja</strong>, são as per<strong>da</strong>s nas colheitas e o armazenamento de grãos iv .Contu<strong>do</strong>, <strong>do</strong>is fatos recentes vêm contribuin<strong>do</strong> para a redução <strong>do</strong>s custos, que são, a produção <strong>da</strong><strong>soja</strong> trangênica, ou geneticamente modifica<strong>da</strong>, e a a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> plantio direto v . A <strong>soja</strong> trangênica t<strong>em</strong>como vantag<strong>em</strong>, a redução de custos no que tange controle de pragas e o fácil manuseio vi . Contu<strong>do</strong>esta varie<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> enfrenta muita resistência por parte <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.


3O plantio direto, por sua vez, reduz os custos com o uso de máquinas, impl<strong>em</strong>entos, defensivosagrícolas e gastos com mão de obra. De acor<strong>do</strong> com Coelho (1998), o plantio direto traz tambémganhos econômicos uma vez que reduz as per<strong>da</strong>s <strong>do</strong> solo devi<strong>do</strong> à erosão, eleva a capaci<strong>da</strong>de deinfiltração de água no solo, reduz os efeito <strong>da</strong>nosos causa<strong>do</strong>s pela ação <strong>do</strong> sol, aumenta a matériaorgânica e a ativi<strong>da</strong>de biológica vii .De acor<strong>do</strong> com Gomes (2001), análises de produtivi<strong>da</strong>de, área planta<strong>da</strong>, preços relativos, são defun<strong>da</strong>mental importância para determinar o comportamento <strong>da</strong> produção, e verificar a lucrativi<strong>da</strong>de<strong>do</strong>s produtores.OBJETIVOSO trabalho teve como objetivo analisar o desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão para o Brasil no perío<strong>do</strong>que compreende os anos de <strong>1990</strong>/<strong>2003</strong>.Especificamente pretende-se:a) Analisar a evolução <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> e <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de para o Brasil e para os esta<strong>do</strong>sprodutores <strong>do</strong> Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Paraná, Rio Grande <strong>do</strong> Sul e Goiás;b) Analisar o desenvolvimento <strong>da</strong> produção per capta, para o Brasil, no perío<strong>do</strong> de <strong>1990</strong> a <strong>2003</strong>;c) Verificar a evolução <strong>do</strong> preço recebi<strong>do</strong> pelo produtor, a nível nacional;d) Analisar a evolução <strong>do</strong>s termos de troca;e) Determinar se o crescimento <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong> foi mais influencia<strong>do</strong> pela aumento <strong>da</strong> áreaplanta<strong>da</strong>, ou pelo elevação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de;METODOLOGIAModelo TeóricoDa<strong>do</strong> que os preços agrícolas sofr<strong>em</strong> inúmeras flutuações, sobretu<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à sazonali<strong>da</strong>de, nãot<strong>em</strong> como o produtor agrícola buscar a estabili<strong>da</strong>de de preços. Na ver<strong>da</strong>de, o que realmente importapara o produtor é a estabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> lucro, ao longo de determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> Debertin (1986), o lucro <strong>do</strong> produtor agrícola é <strong>da</strong><strong>do</strong> pela diferença entre sua receita brutae seu custo total, ou seja:π = RT – CT (1)onde, π é o lucro, RT é a receita total <strong>do</strong> produtor e CT representa o custo total.A equação (1) também pode ser escrita por:


π = P y Y- P x X (2)4<strong>em</strong> que, P y é o preço <strong>do</strong> produto, Y é o volume produzi<strong>do</strong>, X representa uma cesta de insumos, e P xé o preço desta cesta de insumos.Para a maximização de seu lucro, deve-se diferenciar a equação (2) de mo<strong>do</strong> que:(dπ/dX) = 0; (d 2 π/dX 2 ) < 0onde, (dπ/dx) é a deriva<strong>da</strong> <strong>do</strong> lucro <strong>em</strong> relação ao fator X e (d 2 π/dx 2 ) representa a segun<strong>da</strong> deriva<strong>da</strong><strong>do</strong> lucro <strong>em</strong> relação ao fator X.Atenden<strong>do</strong> ambas as condições o produtor estará maximizan<strong>do</strong> seu lucro. Logo, derivan<strong>do</strong>-se aequação (2) <strong>em</strong> relação a X t<strong>em</strong>-se:(dπ/dX) = P y *(dY/dX) – P x *(dX/dX) (3)onde, (dY/dX)é o produto marginal (PMg), ou produtivi<strong>da</strong>de. Igualan<strong>do</strong> (dπ/dx) a zero, encontra-se:P y *(dY/dX) – P x *(dX/dX) = 0P y *(dY/dX) = P xPMg = (P x /P y ) (4)De acor<strong>do</strong> com Pindyck & Rubinfeld (1991), a equação (4) mostra que para a maximização <strong>do</strong>lucro, é necessário analisar, juntamente a produtivi<strong>da</strong>de e os preços relativos.Modelo EmpíricoPara se determinar a produtivi<strong>da</strong>de, estabelece a razão entre a produção e a área planta<strong>da</strong> de <strong>soja</strong>,<strong>em</strong> um <strong>da</strong><strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, de mo<strong>do</strong> que:PRODUTIVIDADE = [PRODUÇÃO/ÁREA PLANTADA]A análise de preços relativos, por sua vez, é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela razão entre o preço <strong>do</strong> insumo e opreço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>em</strong> um <strong>da</strong><strong>do</strong> perío<strong>do</strong>:


5PREÇO RELATIVO = (P x /P y )Comparan<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s de preços relativos e produtivi<strong>da</strong>de, pôde-se determinar o queocorreu com o lucro <strong>do</strong> produtor de <strong>soja</strong> neste perío<strong>do</strong>.Para determinar o que influenciou o aumento <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong>, isto é, qual fator tev<strong>em</strong>aior influencia, o aumento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, ou a elevação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, calculo-se TaxasGeométricas de Crescimento (TGC) para a produtivi<strong>da</strong>de, área planta<strong>da</strong> e preços relativos.A TGC é calcula<strong>da</strong> utilizan<strong>do</strong> a seguinte fórmula deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong> mat<strong>em</strong>ática financeira.Y t = Y 0 (1+r) t (5)onde r é a TGC, Y 0 é o valor inicial <strong>da</strong> produção, Y t é o valor <strong>da</strong> produção no t<strong>em</strong>po t.De acor<strong>do</strong> com Gujarati (2000), aplican<strong>do</strong> logaritmo <strong>em</strong> (5) t<strong>em</strong>-se:lnYt = lnY 0 + t ln(1+r) (6)Chaman<strong>do</strong>, lnYt de Y*, e ln(1+r) de B 1 (B 1 é a taxa instantânea de crescimento) e lnY 0 de B 0 , t<strong>em</strong>se:Y*=B 0 + B 1 t (7)A Taxa Geométrica de crescimento é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:r = e B1 –1 (8)A equação (7) é estima<strong>da</strong> através de regressão linear pelo méto<strong>do</strong> de Mínimo Quadra<strong>do</strong>sOrdinários (MQO).De acor<strong>do</strong> com Hill et al (1999), a equação (7) deve seguir os pressupostos básicos de média <strong>do</strong>erro aleatório igual a zero, variância constante, covariância <strong>do</strong>s erros igual a zero, ausência d<strong>em</strong>ulticolineari<strong>da</strong>de, etc.


A análise <strong>da</strong> população per capta, por sua vez, é feita por meio <strong>da</strong> elaboração <strong>do</strong> índice:PRODUÇÃO DE SOJA PER CAPTA = (PRODUÇÃO TOTAL DE SOJA / POPULAÇÃO)6RESULTADOS E DISCUSSÕESO trabalho analisou a evolução <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão, para o perío<strong>do</strong> de <strong>1990</strong> a <strong>2003</strong>. Esteestu<strong>do</strong> foi feito para os esta<strong>do</strong>s de Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Paraná, Rio Grande <strong>do</strong> Sul,Goiás, que compreend<strong>em</strong>, basicamente, 90% <strong>da</strong> produção nacional, e para o Brasil como um to<strong>do</strong>.Os preços foram deflaciona<strong>do</strong>s pelo índice IGP-DI com <strong>da</strong>ta base de agosto de 1994. As Tabelasconten<strong>do</strong> os valores de produção, produtivi<strong>da</strong>de, área planta<strong>da</strong> e preços, são apresenta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> anexo.A FIG. 1 apresenta a evolução <strong>da</strong> produção, durante o perío<strong>do</strong> de <strong>1990</strong> a <strong>2003</strong>, para os esta<strong>do</strong>s epara o Brasil.F i g u r a 1 : E v o l u ç ã o d a p r o d u ç ã o d e s o ja , p a r a o s p r i n c ip a i s e s t a d o sp r o d u t o r e s e p a r a o B r a s il , p a r a o p e r í o d o d e 1 9 9 0 / 2 0 0 36 0 0 0 0 , 0 05 0 0 0 0 , 0 0MTM SG Oprodução (<strong>em</strong> mil tonela<strong>da</strong>s)4 0 0 0 0 , 0 03 0 0 0 0 , 0 02 0 0 0 0 , 0 0P RR SB R A S IL1 0 0 0 0 , 0 00 , 0 0<strong>1990</strong>/911992/931994/951996/971998/992000/0120002/03a n oFonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor.A FIG. 1 mostra que a produção de <strong>soja</strong> cresceu significativamente, no Brasil, principalmente noperío<strong>do</strong> após 1999, sain<strong>do</strong> de 15394,5 mil tonela<strong>da</strong>s <strong>em</strong> <strong>1990</strong> para 52209,7 mil tonela<strong>da</strong>s <strong>em</strong> <strong>2003</strong>.O maior crescimento foi observa<strong>do</strong> a partir de 1999, onde a produção foi de 30765 mil tonela<strong>da</strong>s.Entre os esta<strong>do</strong>s, destacam-se, Paraná e principalmente, Mato Grosso, que é atualmente o maiorprodutor com aproxima<strong>da</strong>mente 30% <strong>da</strong> produção nacional, que produziu <strong>em</strong> 1999 produzia 7534,4mil tonela<strong>da</strong>s, passan<strong>do</strong> a produzir 13434,90 <strong>em</strong> <strong>2003</strong> viii .Os d<strong>em</strong>ais esta<strong>do</strong>s apresentaram um bom des<strong>em</strong>penho, principalmente a partir de 1999, comdestaque para o modesto crescimento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul.A FIG. 2 apresenta a evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de para os mesmos esta<strong>do</strong>s e para o país, durante omesmo perío<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> anteriormente.


7Figura 2: Evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, para os esta<strong>do</strong>s e para oBrasil, no perío<strong>do</strong> de <strong>1990</strong>/<strong>2003</strong>Produtivi<strong>da</strong>de (<strong>em</strong> Kg/ha)3500,003000,002500,002000,001500,001000,00500,00MTMSGOPRRSBRASIL0,00<strong>1990</strong>/911991/921992/931993/941994/951995/961996/971997/981998/991999/20002000/012001/0220002/03anoFonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor.Como é observa<strong>do</strong>, a produtivi<strong>da</strong>de (<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong> Kg por hectare) <strong>da</strong> <strong>soja</strong> no Brasil aumentou de formaconstante e suave, e foi supera<strong>da</strong> pelo aumento de produtivi<strong>da</strong>de de praticamente to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s,exceto para o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, <strong>em</strong>bora este tenha apresenta<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> crescimento deprodutivi<strong>da</strong>de a partir de 2002. Deve-se, ain<strong>da</strong>, destacar que <strong>em</strong>bora o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso tenhaapresenta<strong>do</strong> aumento de produção, principalmente no perío<strong>do</strong> de 1999 a <strong>2003</strong>, o mesmo apresentouque<strong>da</strong> de produtivi<strong>da</strong>de a partir de 2001.A FIG. 3, apresenta a evolução <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> de <strong>soja</strong> para os esta<strong>do</strong>s e para o Brasil.Como pode ser nota<strong>do</strong>, a área planta<strong>da</strong> no país cresceu muito, principalmente a partir de 1999,ten<strong>do</strong> maior ênfase após 2001, quan<strong>do</strong> sain<strong>do</strong> de 13158 mil hectares <strong>em</strong> 1999 para 18534 milhectares <strong>em</strong> <strong>2003</strong>. Os esta<strong>do</strong>s que mais contribuíram para o aumento desta área são os de MatoGrosso, Rio Grande <strong>do</strong> Sul e Paraná. Nos d<strong>em</strong>ais esta<strong>do</strong>s, a área planta<strong>da</strong> se manteve praticamenteestável, durante o perío<strong>do</strong>.Figura 3: Evolução <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> de <strong>soja</strong>, para os esta<strong>do</strong>s e para oBrasil, no perío<strong>do</strong> de <strong>1990</strong>/<strong>2003</strong>Área planta<strong>da</strong> (<strong>em</strong> mil hectares)20000,0018000,0016000,0014000,0012000,0010000,008000,006000,004000,002000,000,00MTMSGOPRRSBRASIL<strong>1990</strong>/911991/921992/931993/941994/951995/961996/971997/98ano1998/991999/20002000/012001/0220002/03Fonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor.


8Procurou-se analisar a evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> de <strong>soja</strong> para ca<strong>da</strong> esta<strong>do</strong>isola<strong>da</strong>mente e para o Brasil, na tentativa de se fazer alguma inferência sobre o que esta sen<strong>do</strong> feitopara aumentar a produção. Para isto utilizou-se Taxas geométricas de Crescimento (TGC). Deacor<strong>do</strong> com a Tabela 1, pôde-se concluir o que influenciou mais a produção.Tabela 1: Comparação entre as Taxas de Crescimento Geométrico para a Produtivi<strong>da</strong>de,Área Planta<strong>da</strong>, relativo a esta<strong>do</strong>s e ao país, referente ao per.Taxa Geométrica de Crescimento (<strong>em</strong> %)Esta<strong>do</strong>s e país Produtivi<strong>da</strong>de Área Planta<strong>da</strong>MT 2,43% * 10,02% *MS 2,5% * 1,75% ***GO 3,33% * 7,76% *PR 3,44% * 5,41% *RS 4,04% *** 0,52% nsBrasil 3,43% * 4,77% *Fonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor* significante a 1%*** significante a 10%ns não significanteDe acor<strong>do</strong> com a TAB. 1, apenas os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul e <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul,apresentaram taxas de crescimento de produtivi<strong>da</strong>de maior que a taxa de crescimento <strong>da</strong> áreaplanta<strong>da</strong>, <strong>em</strong>bora este ultimo apresente taxas próximas, indican<strong>do</strong> que o aumento <strong>da</strong> produção,nestes esta<strong>do</strong>s, deve-se mais ao aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de.Os d<strong>em</strong>ais esta<strong>do</strong>s apresentaram taxas de crescimento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> b<strong>em</strong> superior às taxas decrescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, indican<strong>do</strong> que nos mesmos, o aumento <strong>da</strong> produção foi alcança<strong>do</strong>,principalmente, devi<strong>do</strong> ao aumento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>. Destaca-se o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso, principalprodutor nacional, com uma taxa de crescimento <strong>da</strong> área de 10,02%, b<strong>em</strong> superior à taxa observa<strong>da</strong>para a produtivi<strong>da</strong>de que é de 2,43% no perío<strong>do</strong>. Isto se deve possivelmente ao fato, desta ser umaregião de fronteira, e que só pôde se expandir devi<strong>do</strong> ao desenvolvimento de técnicas e tecnologiasnos últimos anos, que viabilizass<strong>em</strong> o <strong>cultivo</strong> de produtos nestas áreas (uma vez que esta apresentasolo frágil) ix , explican<strong>do</strong> assim a eleva<strong>da</strong> taxa de crescimento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, superan<strong>do</strong> a taxa deprodutivi<strong>da</strong>de. E ain<strong>da</strong> fato <strong>da</strong> terra, <strong>em</strong> regiões de fronteira ser mais barata, também explica isto.Nos d<strong>em</strong>ais esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Região Centro Oeste (com exceção <strong>do</strong> Mato G. <strong>do</strong> Sul), observa-se efeitos<strong>em</strong>elhante mostran<strong>do</strong> que nestas regiões de fronteira, o aumento <strong>da</strong> produção foi mais direciona<strong>do</strong>para aumento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, <strong>do</strong> que para aumentos de produtivi<strong>da</strong>de, muito <strong>em</strong>bora estes venhamacontecen<strong>do</strong>.No caso brasileiro a taxa de crescimento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> também se mostrou superior <strong>do</strong> que a taxade crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, para o perío<strong>do</strong>, muito <strong>em</strong>bora elas estejam b<strong>em</strong> próximas. Pode-seafirmar que o aumento <strong>da</strong> produção, no perío<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>, foi mais direciona<strong>do</strong> ao aumento <strong>da</strong> área


9planta<strong>da</strong> <strong>do</strong> que ao aumento de produtivi<strong>da</strong>de, porém esta influencia não é tão significativa como asapresenta<strong>da</strong>s na maioria <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Região Centro Oeste.A análise de preços reais <strong>da</strong> <strong>soja</strong> ao produtor, é <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo FIG. 4 a seguir. O preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> aoprodutor atinge seu pico no ano de 1992 (referente no FIG. 4 ao nº 3, no eixo <strong>da</strong>s ordena<strong>da</strong>s),inician<strong>do</strong> a partir <strong>da</strong>í um processo de que<strong>da</strong>. Na metade <strong>do</strong> ano de 1994, o preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> esboça umapequena reação, mas é a partir de 1999 que o preço começa uma recuperação, retornan<strong>do</strong> a seuvalor de pico <strong>em</strong> 2002/<strong>2003</strong>.A explicação para este comportamento pode ser <strong>da</strong><strong>da</strong>, admitin<strong>do</strong>-se primeiramente que a <strong>soja</strong> é umacommodity, e como tal t<strong>em</strong> seu preço influencia<strong>do</strong> por acontecimentos internacionais. Sen<strong>do</strong> assim,acredita-se que, devi<strong>do</strong> ao fato <strong>do</strong> Brasil, após 1993, se firmar, juntamente com os EUA, comogrande produtor mundial de <strong>soja</strong>, o Brasil passa a influenciar no preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, e seu aumento naprodução provoca uma que<strong>da</strong> no preço deste produto. Já a partir de 1999, o Brasil começa adeslocar os EUA no merca<strong>do</strong> mundial de <strong>soja</strong>, e isto alia<strong>do</strong> a probl<strong>em</strong>as enfrenta<strong>do</strong>s pelosprodutores norte-americanos, reduz a oferta deste produto, aumentan<strong>do</strong> o preço.Figura 4:Evolução <strong>do</strong> preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> ao produtor, noperío<strong>do</strong> de 1900/<strong>2003</strong>.Preço (real) <strong>da</strong> <strong>soja</strong> ao produto(R$/Kg)0,80,60,40,201 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14Ano 1=<strong>1990</strong>Fonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autorA análise de preços relativos foi feita para o perío<strong>do</strong> de 1994 a <strong>2003</strong>, devi<strong>do</strong> a impossibili<strong>da</strong>de deconseguir <strong>da</strong><strong>do</strong>s para os perío<strong>do</strong>s de <strong>1990</strong> a 1993, levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta a razão entre, o preço de um<strong>do</strong>s principais insumos, que é o adubo de plantio NPK 4 -14 – 8 (Pnpk) , e o preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> aoprodutor (Ps). Uma relação maior que 1, neste caso, representa uma per<strong>da</strong> para o produtor, ou seja,a r<strong>em</strong>uneração <strong>da</strong> <strong>soja</strong> esta sen<strong>do</strong> menor que os gastos com insumo. Tal relação é apresenta<strong>da</strong> noFIG. 5.


10Figura 5: Evolução <strong>do</strong>s preços relativos, na cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, para operío<strong>do</strong> de 1994/<strong>2003</strong>Preço Relativo(Pnpk/Ps)0,60,40,201 2 3 4 5 6 7 8 9 10ANO (1=1994)Fonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostram que os preços relativos apresentam uma tendência mais ou menos estável, <strong>em</strong>torno de 0,5 <strong>em</strong> 1999, inician<strong>do</strong> a partir <strong>da</strong>i, uma tendência de que<strong>da</strong>, aproximan<strong>do</strong>-se de 0,4 <strong>em</strong><strong>2003</strong>. Como pode ser visto, a relação preço NPK 4 –14 - 8 e preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> é s<strong>em</strong>pre inferior a 1 ecom tendência de que<strong>da</strong>,principalmente a partir de 1999, d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> que, para o caso desteinsumo, a r<strong>em</strong>uneração <strong>da</strong> <strong>soja</strong> esta sen<strong>do</strong> maior que os gastos com o mesmo.A TAB. 2 apresenta as Taxas Geométricas de Crescimento, para a produtivi<strong>da</strong>de e preço relativo.Tabela 2: Comparação entre as Taxas de Crescimento Geométrico para a Produtivi<strong>da</strong>de ePreço Relativo, relativo ao Brasil , no perío<strong>do</strong> de 1994/<strong>2003</strong>Taxa Geométrica de Crescimento (TGC ao ano)Produtivi<strong>da</strong>de (<strong>soja</strong>)Preço Relativo (<strong>soja</strong>)Brasil 2,84% * -0,916% nsFonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor*- significativo a 1%ns- Não significativoComo pode ser observa<strong>do</strong>, a TGC, ao ano, para o preço relativo não se mostrou significativa, já aTGC <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de para o perío<strong>do</strong> foi 2,84%. Contu<strong>do</strong>, acredita-se que, através <strong>da</strong> análise <strong>do</strong>FIG. 5, pode-se afirmar que, diante <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, e <strong>da</strong> tendência de que<strong>da</strong> <strong>do</strong>spreços relativos, sobretu<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong> de 1999/<strong>2003</strong>, há uma tendência de aumento <strong>do</strong> lucro <strong>do</strong>produtor de <strong>soja</strong>.Por fim, encerra-se a análise <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong> no Brasil, observan<strong>do</strong> a evolução per capta <strong>da</strong>produção no perío<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>. Esta evolução pode ser visualiza<strong>da</strong>, através <strong>do</strong> FIG. 6 a seguir.Como pode ser observa<strong>do</strong>, a produção per capta (Ton/hab) apresenta uma tendência de crescimento.Esta tendência tornou-se ain<strong>da</strong> mais acentua<strong>da</strong> a partir de 1999, onde era de 0,2 tonela<strong>da</strong>s porhabitante, passan<strong>do</strong> <strong>em</strong> apenas 4 anos para mais de 0,3 tonela<strong>da</strong>s por habitante. Isto é observa<strong>do</strong>devi<strong>do</strong> ao fato de neste perío<strong>do</strong> ter ocorri<strong>do</strong> um aumento de produtivi<strong>da</strong>de, e de área planta<strong>da</strong>,incentiva<strong>do</strong> pelo aumento nos preços, e pela que<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção norte-americana.


11Figura 6: Evolução <strong>da</strong> produção per capta <strong>da</strong> <strong>soja</strong>(Ton/hab)Produção per capta (Ton/hab)0,40,30,20,1-1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14Ano (1=<strong>1990</strong>)Fonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s pelo autor.CONCLUSÃOA produção de <strong>soja</strong> no Brasil, assim como nos d<strong>em</strong>ais esta<strong>do</strong>s produtores, <strong>em</strong> particular o MatoGrosso, principal produtor, aumentou consideravelmente nos últimos anos, principalmente a partirde 1999. Este aumento de produção tanto para o Brasil como para os esta<strong>do</strong>s de Mato Grosso, Goiáse Paraná teve como principal causa o aumento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, já para os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Mato Grosso<strong>do</strong> Saul, e Rio Grande <strong>do</strong> Sul, o incr<strong>em</strong>ento <strong>da</strong> produção deve-se mais à elevação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de.Para to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s e para o Brasil observa-se um aumento de produtivi<strong>da</strong>de, destacan<strong>do</strong>-se osesta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, que apresentou produtivi<strong>da</strong>de inferior à <strong>do</strong> país como um to<strong>do</strong> e a <strong>do</strong>Mato Grosso, com maior índice. A área planta<strong>da</strong> também aumentou consideravelmente para oBrasil e principalmente para os esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s regiões de fronteira, Mato Grosso e Goiás. Este aumentot<strong>em</strong> inicio <strong>em</strong> 1999, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> uma grande salto a partir de 2001, e acredita-se que muito desteincentiva<strong>do</strong> pelo quadro internacional, apresentan<strong>do</strong> crise na produção americana.O preço <strong>da</strong> <strong>soja</strong> se mantêm, no <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de <strong>1990</strong>/<strong>2003</strong>, entre 0,6 (R$/Kg) e 0,4 (R$/Kg). Contu<strong>do</strong>deve-se comentar que após ter enfrenta<strong>do</strong> uma que<strong>da</strong>, entre 1993 e 1999, t<strong>em</strong> início, a partir <strong>da</strong>í,uma tendência de elevação <strong>do</strong> preço, muito liga<strong>da</strong> com o panorama internacional.A análise <strong>do</strong>s preços relativos (a razão entre, o preço <strong>do</strong> adubo de plantio NPK 4 – 14 - 8 e o preço<strong>da</strong> <strong>soja</strong>), mostram que a r<strong>em</strong>uneração <strong>da</strong> <strong>soja</strong> t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> superior aos gastos com o insumo. Istojuntamente com a constatação de aumento de produtivi<strong>da</strong>de, contribui para elevação nos lucros <strong>do</strong>produtor de <strong>soja</strong>.Diante <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e <strong>do</strong>s possíveis aumentos de lucro, como nãopoderia ser diferente a produção per capta apresentou uma elevação durante o perío<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>,principalmente a partir de 1999, quan<strong>do</strong> se t<strong>em</strong> um salto de 0,2 ton/hab, para 0,3ton/hab <strong>em</strong> <strong>2003</strong>.O des<strong>em</strong>penho <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, tanto a nível nacional, como por esta<strong>do</strong>, assim como to<strong>da</strong>agricultura brasileira no perío<strong>do</strong>, mostrou-se excelente. Fica claro que o desenvolvimento detécnicas, possibilitan<strong>do</strong> o <strong>cultivo</strong> <strong>em</strong> novas áreas e conseqüent<strong>em</strong>ente incentivan<strong>do</strong> o aumento <strong>da</strong>área planta<strong>da</strong>, e tecnologias de ponta são as grandes responsáveis pelo aumento <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong>no país. A <strong>soja</strong> aparece como principal produto agrícola brasileiro, e com potencial para crescer <strong>em</strong>produção, produtivi<strong>da</strong>de e área planta<strong>da</strong>. Com este des<strong>em</strong>penho apresenta<strong>do</strong> principalmente nos


12últimos anos, juntamente com os d<strong>em</strong>ais produtos <strong>do</strong> setor, v<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> o carro chefe <strong>da</strong> economiabrasileira, atuan<strong>do</strong> como estabiliza<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s sucessivas crises, pelas quais o país t<strong>em</strong> passa<strong>do</strong>, atuan<strong>do</strong>na geração de divisas, e através de seu enorme complexo, na geração de <strong>em</strong>pregos.Diante <strong>do</strong> enorme potencial para crescer, apresenta<strong>do</strong> pela cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, justifica-se as previsõesde que, já para o fim <strong>do</strong> ano de <strong>2003</strong>, o Brasil venha a ser o maior produtor de <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, deslocan<strong>do</strong> os EUA, no merca<strong>do</strong> mundial de <strong>soja</strong>.APENDICETabela 1 A : Área planta<strong>da</strong> de <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão (mil hectares)ANO MT MS GO PR RS BRASIL<strong>1990</strong>/91 2370,00 2270,00 2100,00 1840,00 720,00 1580,001991/92 2400,00 <strong>1990</strong>,00 2200,00 1900,00 1950,00 2027,001992/93 2450,00 2090,00 2000,00 2360,00 2030,00 2150,001993/94 2490,00 2200,00 2190,00 2525,00 1800,00 2179,001994/95 2370,00 2210,00 1900,00 2610,00 2040,00 2221,001995/96 2460,00 2420,00 2250,00 2700,00 1570,00 2175,001996/97 2730,00 2500,00 2500,00 2630,00 1620,00 2299,001997/98 2750,00 2100,00 2520,00 2550,00 2100,00 2384,001998/99 2800,00 2600,00 2580,00 2789,00 1520,00 2367,001999/2000 3020,00 2100,00 2800,00 2516,00 1650,00 2395,002000/01 3090,00 2940,00 2700,00 3060,00 2395,00 2751,002001/02 3020,00 2750,00 2850,00 2887,00 1700,00 2567,0020002/03 2930,00 2900,00 2930,00 3016,00 2640,00 2817,00Fonte: CONAB


Tabela 2 A : Produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão (Kg/ha)13ANO MT MS GO PR RS BRASIL<strong>1990</strong>/91 2370,00 2270,00 2100,00 1840,00 720,00 1580,001991/92 2400,00 <strong>1990</strong>,00 2200,00 1900,00 1950,00 2027,001992/93 2450,00 2090,00 2000,00 2360,00 2030,00 2150,001993/94 2490,00 2200,00 2190,00 2525,00 1800,00 2179,001994/95 2370,00 2210,00 1900,00 2610,00 2040,00 2221,001995/96 2460,00 2420,00 2250,00 2700,00 1570,00 2175,001996/97 2730,00 2500,00 2500,00 2630,00 1620,00 2299,001997/98 2750,00 2100,00 2520,00 2550,00 2100,00 2384,001998/99 2800,00 2600,00 2580,00 2789,00 1520,00 2367,001999/2000 3020,00 2100,00 2800,00 2516,00 1650,00 2395,002000/01 3090,00 2940,00 2700,00 3060,00 2395,00 2751,002001/02 3020,00 2750,00 2850,00 2887,00 1700,00 2567,0020002/03 2930,00 2900,00 2930,00 3016,00 2640,00 2817,00Fonte: CONAB


Tabela 3 A : Produção de <strong>soja</strong> <strong>em</strong> grão (mil tonela<strong>da</strong>s)14ANO MT MS GO PR RS BRASIL<strong>1990</strong>/91 2607,00 2299,70 1659,00 3617,40 2354,00 15394,501991/92 3484,80 1929,30 1804,00 3415,30 5791,50 19418,601992/93 4197,80 2229,00 1968,00 4720,00 6293,00 23042,101993/94 4970,00 2439,80 2387,10 5327,80 5691,60 25059,201994/95 5440,10 2426,40 2133,10 5534,80 6150,60 25934,101995/96 4686,80 2045,90 2046,20 6241,10 4402,30 23189,701996/97 5721,30 2155,80 2478,00 6565,50 4769,60 26160,001997/98 7150,00 2281,70 3372,00 7191,00 6615,60 31369,901998/99 7134,40 2740,10 3417,70 7723,30 4764,40 30765,001999/2000 8456,00 2323,90 4072,60 7134,40 4965,00 32344,602000/01 9640,80 3129,60 4158,00 8623,10 7113,20 38431,802001/02 11636,70 3278,60 5379,10 9478,00 5579,20 41916,9020002/03 13434,90 4079,70 6359,60 10792,80 9487,40 52209,70Fonte: CONAB


15Tabela 4 A : Preço reais de <strong>soja</strong>, Ps, (R$/Kg), preços reais de NPK 4 – 14 - 8, deflaciona<strong>do</strong>s peloIGP-DI, com <strong>da</strong>ta base de agosto de 1994, Pnpk, (R$/Kg) e preços relativos (Pnpk/Ps).ANO Ps Pnpk (Pnpk/Ps)1994 0,52 0,266444 0,521995 0,391 0,182936 0,3911996 0,504 0,197212 0,5041997 0,541 0,198054 0,5411998 0,437 0,188422 0,4371999 0,458 0,227567 0,4582000 0,439 0,218747 0,4392001 0,49 0,230425 0,492002 0,605 0,236141 0,605<strong>2003</strong> 0,599 0,239412 0,599Fonte: IPEADATA, FGV, IEA.i Ver ROESSING & GUEDES (1993), AGRIANUAL (1999).ii Ver PARAVISI (2000), BERTRAND (1987).iii Ver CALLEIA (2000).iv Ver COSTA & MESQUITA (2001).v Ver EMBRAPA (1999).vi Ver JEZOVSEK (1998).vii Ver SILVA (2000).viiiVer AGRIANUAL (1998), AGRIANUAL (1999), AGRIANUAL (2000) e AGRIANUAL (2001).ix Ver SICSÚ & LIMA (2000)BIBLIOGRAFIAABAG. Associação Brasileira de Agribusiness. Segurança alimentar: uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> deagribusiness. São Paulo: ABAG, 1993.AGRIANUAL, Anuário estatístico <strong>da</strong> agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria eComércio, 1998, 1999, 2001, 2001..BERTRAND, J.P. O Mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>soja</strong>. São Paulo: Hucitec: Edusp, 1987.BUENO, A.J.T. Renova<strong>da</strong>s as perspectivas de recuperação. A Granja <strong>do</strong> Ano. Porto Alegre, n. 16,p. 12-17, 2001/2002.CÂMARA, G.M.S. Orig<strong>em</strong>, difusão geográfica e importância <strong>da</strong> <strong>soja</strong>. In: CÂMARA, G.M.S. Soja:tecnologia <strong>da</strong> produção. Piracicaba: USP, 1998. p. 1-25.CALLEIA, E. Soja a baixo custo. Agroanalysis. Rio de Janeiro: v. 20, n. 5, p.16-17, mai. 2000.COELHO, C.N. O princípio <strong>do</strong> desenvolvimento sustenta<strong>do</strong> na agricultura brasileira. Revista dePolítica Agrícola, v.7, n. 2, p. 7-16, abr/jun. 1998.


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