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A Perspectiva Financeira do Balanced Scorecard e sua ...

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A PERSPECTIVA FINANCEIRA DO BALANCED SCORECARD ESUA CONTRIBUIÇÃO PARA A GESTÃO ECONÔMICA DEPEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS.JOSÉILTON SILVEIRA DA ROCHAUFSC – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAABSTRACTThis article focuses on some questions about rentability of the financial perspectiveof the balanced scorecard. It also focuses on questions about the conflicts among thebusiness units, questions about the trust worthiness of the information provided by thesystem, and questions about its operation and its tools. Moreover, it deals with strategictopics such as growth, harvest and maintenance of the small and medium companies, andthe stock values as indicator of performance. Finally, this article aims at providingtheoretical support for the possible contributions to be provided by the balanced scorecardfor the economical management of small and medium companies.Key words: Financial perspective, balanced scorecard, economical management, Smalland Medium Companies.Gestão EcmômicaINTRODUÇÃOAs mudanças ocorridas na economia trazem consigo a necessidade de se pensar emtermos de rentabilidade e não mais lucratividade. A abertura <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s e comoconseqüência: a alta competitividade, exige o aban<strong>do</strong>no da utilização de largas margens delucro para garantir a sobrevivência empresarial. A impossibilidade de auferir largasmargens, pelo menos por um longo prazo, revela que a manutenção <strong>do</strong> lucro deve ocorreratravés <strong>do</strong> giro das vendas, ou seja, ganhar menos, porém, mais vezes.Entretanto, neste merca<strong>do</strong> sem fronteiras, diminuir margens não é garantia de ummaior giro nas vendas, os clientes querem mais <strong>do</strong> que preço, exigem qualidade. Estamudança de enfoque, ainda não é o suficiente. Trabalhar sobre uma única perspectiva(financeira), mesmo que sob o enfoque da rentabilidade, não garante a elaboração deinformações e resulta<strong>do</strong>s suficientes para uma gestão eficaz.Portanto, além da natural necessidade que se faz presente nas empresas - semanterem em constante crescimento e abertas a quaisquer formas de aprendizagem, as


empresas devem analisar tanto a rentabilidade quanto à satisfação <strong>do</strong>s clientes internos eexternos e considerar nesta busca, o processo interno como base de apoio para a mudança.O <strong>Balanced</strong> <strong>Scorecard</strong>, ao agregar em um único sistema a perspectiva financeira,perspectiva <strong>do</strong>s clientes, <strong>do</strong> processo interno e de crescimento e aprendiza<strong>do</strong>, disponibilizaum sistema de informações que reflete, via indica<strong>do</strong>res e sob quatro enfoques, a realsituação da empresa, permitin<strong>do</strong> realizar mudanças essenciais na forma como a empresa sevia ou gerenciava.Permite ainda que a empresa acompanhe as mudanças ocorridas na economia,analisan<strong>do</strong>-as sob quatro diferentes enfoques, e adicionar outras perspectivas ao <strong>Scorecard</strong>quan<strong>do</strong> se fizerem necessárias.Das quatro perspectivas citadas, este artigo analisa apenas a perspectiva financeira eda <strong>sua</strong> contribuição ao gerenciamento econômico. Vale ressaltar que com o objetivo detraduzir as informações com uma maior tangibilidade possível, todas as perspectivas <strong>do</strong><strong>Balanced</strong> <strong>Scorecard</strong> devem em última instância ser traduzidas em indica<strong>do</strong>res financeiros,e que todas as perspectivas se iniciam a partir de objetivos financeiros.2 - BALANCED SCORECARDPara Norton & Kaplan (1997), o “<strong>Scorecard</strong> deve contar a história da estratégia,começan<strong>do</strong> pelos objetivos financeiros de longo prazo e relacionan<strong>do</strong>-os depois àseqüência de ações que precisam ser tomadas em relação aos processos financeiros, <strong>do</strong>sclientes, <strong>do</strong>s processos internos e, por fim, <strong>do</strong>s funcionários e sistemas, a fim de que, emlongo prazo, seja produzi<strong>do</strong> o desempenho econômico deseja<strong>do</strong>”. Vide figura 1 a seguir:ESTRATÉGIA AÇÕES RESULTADOESTRATÉGIARESULTADOProcessos FinanceirosObjetivosFinanceirosde L. PrazoProcessos <strong>do</strong>s ClientesProcessos InternosDesempenhoEconômicoDeseja<strong>do</strong>Processos Funcionáriose sistemasFigura 1 – Estratégia, Ações e Resulta<strong>do</strong>.


Analisan<strong>do</strong> a perspectiva financeira <strong>do</strong> <strong>Scorecard</strong> mais detalhadamente, algunsquestionamentos se fazem necessários para que haja uma efetiva contribuição ao processode gerenciamento econômico.Inicialmente, se os autores utilizam o termo “perspectiva financeira” e fazem uso deindica<strong>do</strong>res de rentabilidade e da<strong>do</strong>s contábeis ajusta<strong>do</strong>s; se enfoque é de rentabilidade enão lucratividade, se a questão é analisar, em última instância, “como deveríamos servistos pelos nossos acionistas para sermos bem sucedi<strong>do</strong>s financeiramente”, aterminologia mais adequada não seria perspectiva <strong>do</strong>s acionistas? ou perspectivaeconômica?Para uma melhor compreensão da abrangência da perspectiva financeira, a partirdeste momento ela será tratada como: <strong>Perspectiva</strong> Econômica/<strong>Financeira</strong>.Defende-se esta mudança de nomenclatura pelo fato de que se espera que estaperspectiva revele, não apenas, qual foi à remuneração sobre o capital investi<strong>do</strong> pelosacionistas, mas, o quanto foi agrega<strong>do</strong> de riqueza. É impossível obter esta informação comda<strong>do</strong>s financeiros. O objetivo não é medir o lucro, mas, o retorno sobre o investimento, oretorno econômico, não apenas o financeiro.Por exemplo:A empresa BSC S/A obteve um lucro no mês X de: $800.000,00Pode-se afirmar que esta informação não tem nenhum valor para os acionistas. Oque realmente eles necessitam saber é de quanto foi à remuneração sobre o capitalinvesti<strong>do</strong>. Há diferença? Sim! Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> montante investi<strong>do</strong>, este lucro divulga<strong>do</strong> de$800.000,00 pode representar um “prejuízo”, pois em uma outra opção de uso <strong>do</strong> capitalos investi<strong>do</strong>res poderiam ter auferi<strong>do</strong> um melhor resulta<strong>do</strong>.Considere que o investimento efetua<strong>do</strong> chegou a: $100.000.000,00 e que haviapossibilidade de auferir no merca<strong>do</strong>, em uma outra opção de investimento um retorno de12%aa, ou seja, $1.000.000,00 a.m. Neste caso a empresa deixou de agregar $200.000,00ou seja, economicamente apresentou um resulta<strong>do</strong> negativo – prejuízo, mesmo quefinanceiramente apresente $800.000,00 de lucro.Por outro la<strong>do</strong>, a situação poderia se agravar incorren<strong>do</strong>-se no erro ou por ter ailusão de é possível distribuir o lucro $800.000,00. Ao fazê-lo, na verdade a empresaestaria destruin<strong>do</strong> o seu patrimônio, pon<strong>do</strong> em risco a <strong>sua</strong> própria continuidade.Portanto, admite-se como premissa que para tomar decisões o acionista necessita deinformações econômicas, o que lhe possibilita conhecer o quanto foi agrega<strong>do</strong> ou não deriqueza.Ao elaborar os indica<strong>do</strong>res, a base de da<strong>do</strong>s financeira/contábil deve sofrer osajustes necessários para que possam refletir a realidade, como por exemplo: reconhecer ocusto de oportunidade; rever meto<strong>do</strong>logias utilizadas na depreciação; analisar asreavaliações e avaliações de ativos, dentre outras não menos importantes.A quantidade de ajustes que devem ser efetua<strong>do</strong>s varia de empresa para empresa,não há um modelo que possa ser aplica<strong>do</strong> como padrão para todas as empresas, as crenças


e os valores inerentes a toda empresa é que irão determinar quais os ajustes que devem serefetua<strong>do</strong>s para espelhar para os acionistas, com confiabilidade, a real situação da empresa.3 - UMA QUESTÃO DE CONFIABILIDADEEm se tratan<strong>do</strong> de confiabilidade, desde que o homem começou a produzir bens,também teve início o problema da confiabilidade no bem, com os sistemas, inclusive osistema empresa e o de informações, não ocorre de maneira diferente. A confiabilidade éespecialmente importante no processo de mensuração, se não há confiabilidade ainformação não é, ou não deve ser usada.Para Mirshawka, Qualquer análise da confiabilidade de um sistema precisa sebasear sobre conceitos corretamente defini<strong>do</strong>s. Para ele, se definirmos confiabilidade comoa probabilidade de que o sistema desempenhe a função desejada pelo menos até o instantet, podemos escrever: C(t) = 1 – F(t) = P(T>t), onde C(t) é a função confiabilidade.Segun<strong>do</strong> Bergamo, “confiabilidade é a probabilidade de um produto executar;sem falhas, uma certa missão, sob certas condições, durante um determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> detempo”. Para ele, é fundamental garantir os quatro aspectos básicos da confiabilidade: “ovalor da probabilidade, o tempo de uso, o desempenho e as condições de operação”.Os objetivos e medidas da perspectiva financeira devem estar de acor<strong>do</strong> com aestratégia da empresa e para tanto a visão sistêmica é a<strong>do</strong>tada, pois permite vi<strong>sua</strong>lização daempresa como um to<strong>do</strong> e das <strong>sua</strong>s unidades de negócio, auferin<strong>do</strong> um maior grau deconfiabilidade nas informações.4 - O CONFLITO DE INTERESSES ENTRE AS UNIDADES DE NEGÓCIOUm outro fator a ser aborda<strong>do</strong> é como evitar o conflito de interesses e/ou oprotecionismo, se cada unidade de negócio determina seus objetivos e ainda, podemapresentar retornos diferencia<strong>do</strong>s por se encontrarem em estágios diferencia<strong>do</strong>s(Crescimento / Sustentação / Colheita).Para cada estágio o nível de cobrança ou exigência de retorno é diferencia<strong>do</strong>. Nãose pode esperar que uma unidade que esteja em fase de crescimento apresente retornosobre o investimento igual a uma unidade que está em fase de sustentação ou mesmo decolheita.Pode-se afirmar que não é interesse da divisão financeira investir em uma unidadeem fase de crescimento. Consideran<strong>do</strong> a necessidade de auferir maiores retornos serianormal identificar dentro da empresa unidades de negócios em fase de sustentação obten<strong>do</strong>preferência nos investimentos ante as unidades em fase de crescimento. Isso seria corretose a empresa a<strong>do</strong>tasse uma visão de curto prazo, entretanto no longo prazo é um erro.Acredita-se que é possível evitar a tomada de decisão errada, se os acionistas(investi<strong>do</strong>res) estiverem cientes da necessidade de investir na unidade em fase decrescimento e esperar que em longo prazo seja possível obter retorno <strong>do</strong> investimento. Paratanto se faz necessário à a<strong>do</strong>ção de um méto<strong>do</strong> gerencial para o controle de to<strong>do</strong> o processocom o PDCA por exemplo.


Um outro fator deve ser considera<strong>do</strong> para que tal consciência seja auferida, énecessário que a empresa não esteja direcionada para medição de resulta<strong>do</strong> com base nalucratividade, mas sim, na rentabilidade e ainda, que a gestão não esteja direcionada pormedidas de desempenho base lucro (curto prazo), mas de agregação de valor (longo prazo).5 - A UNIDADE DE NEGÓCIO E A FERRAMENTA OPERACIONALAinda em se tratan<strong>do</strong> de unidades de negócios, que ferramenta, dentre as váriaspossíveis, deve ser utilizada para viabilizar, operacionalmente, as coletas de da<strong>do</strong>s?Com o objetivo de ser o mais direto possível, acredita-se que o ABC – custeiobasea<strong>do</strong> em atividades é a que mais se adequa as necessidades de informações, associa<strong>do</strong>ao gerenciamento basea<strong>do</strong> no valor – VBM (Value Based Management), que permite autilização <strong>do</strong> EVA (Economic Value Added, marca registrada da Stern Stwart Co) comoindica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> valor econômico agrega<strong>do</strong>.6 - VBM – Value Based ManagementAbordagem gerencial onde as ações estão guiadas para a agregação de valor. Nestesistema de gestão há incentivos, os funcionários podem se tornar agentes de mudança devalor, não há limitação de remuneração e os acionistas são protegi<strong>do</strong>s através de umdepósito da remuneração variável numa conta diferida que pode ser perdida se os ganhosque criaram a remuneração variável não forem sustenta<strong>do</strong>s. A VBM promove umamudança de comportamento, to<strong>do</strong>s os funcionários passam a participar da criação deriqueza em virtude da natureza <strong>do</strong> risco da remuneração variável.O indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> quanto foi agrega<strong>do</strong> de riqueza é mensura<strong>do</strong> pelo EVA - EconomicValue Added. Segun<strong>do</strong> EHRBAR (1999), “ é muito mais <strong>do</strong> que uma simples medida dedesempenho. É a estrutura para um sistema completo de gerência financeira eremuneração variável que pode orientar cada decisão tomada por um empresa...” e aomesmo tempo “ o EVA é o lucro da forma pela qual os acionistas o medem ... o EVA éuma medida daqueles lucros verdadeiros...”O conceito <strong>do</strong> EVA foi desenvolvi<strong>do</strong> por Joel Stern e Bernnett G. Stewart, durantea década de 80, ambos da empresa de consultoria Stern & Stewart, que tem como base dedivulgação o livro “The Quest of Value”.Concebemos o EVA como uma medida <strong>do</strong> lucro residual, o resulta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>, overdadeiro lucro da empresa; e a VBM (Value Based Management), como sistema degestão que orienta decisões e se baseia no valor agrega<strong>do</strong>, que faz uso <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r EVApara tornar tangível os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com as ações implementadas. O EVA é umíndice financeiro não um sistema de gestão, o que muda a forma de gestão da empresa é aVBM (Value Based Management), o EVA apenas revela o resulta<strong>do</strong> desta gestão.Outras siglas e expressões revelam em última análise a mesma idéia <strong>do</strong> EVA, comopor exemplo: AEVA – Adjusted Economic Value Added e o REVA – Refined EconomicValue Added, que são adaptações <strong>do</strong> EVA, visan<strong>do</strong> superar dificuldades específicas. Hátambém o TSR (Total Shareholder Return); CVA (Cash Value Added) e o SVA(Shareholder Value Return) este último, idéia <strong>do</strong> Dr. Alfred Rapapport e <strong>do</strong> LEK/Alkar


Consulting Group, é uma proposta de descontar fluxos de caixa estima<strong>do</strong>s futuros para opresente e calcular o valor da empresa.O EVA apesar de ser uma medida interna valorizada por diversos autores pela <strong>sua</strong>simplicidade e operacionalidade, apresenta limitações, uma forte limitação em se tratan<strong>do</strong><strong>do</strong> ambiente scorecard é o fato de ser um indica<strong>do</strong>r de curto prazo, não considera os fluxosfuturos – se em um determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> à empresa não agregou valor não implicanecessariamente que no futuro isto não possa acontecer.Visan<strong>do</strong> suprir esta limitação sugere-se que alia<strong>do</strong> ao EVA à empresa faça uso deum indica<strong>do</strong>r externo de longo prazo. Recomenda-se o uso <strong>do</strong> MVA – Market ValueAdded (valor de merca<strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>) que é a diferença entre o valor de merca<strong>do</strong> da empresae o capital emprega<strong>do</strong>.Neste ambiente é o fato de que pelo ABC requerer um ambiente de gestão baseadaem atividades – ABM, pode parecer que em primeira instância que a utilização de umagestão baseada no valor – VBM se faça incompatível.Entretanto, concebe-se que a <strong>sua</strong> utilização é plenamente possível. O ABM(gerenciamento basea<strong>do</strong> na atividade) e o VBM (gerenciamento basea<strong>do</strong> no valor) secomplementam, um permite a gestão das atividades o outro permite que se obtenha o valoragrega<strong>do</strong> de riqueza nestas atividades.Para PAMPLONA (2000), “O sistema de custeio basea<strong>do</strong> em atividades, que emconjunto com outras ferramentas - entre estas se pode destacar gestão baseada ematividades (ABM), análise de processos empresarial (BPA), análise de valor de processo(PVA) - está inseri<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> que se chama gestão total <strong>do</strong>s custos (TCM). O ABM nadamais é <strong>do</strong> que a outra face <strong>do</strong> ABC, enquanto o sistema ABC calcula os custos, dentro daestrutura baseada em processos/atividades, o ABM busca gerir estas atividadesdirecionan<strong>do</strong> os esforços de melhoria contínua”.Portanto, o ABC – Custeio Basea<strong>do</strong> em Atividade, permite identificar os recursosque as atividades consomem e o EVA – valor econômico agrega<strong>do</strong>, como medida,permitirá identificar quanto foi agrega<strong>do</strong> de riqueza por esta atividade ou pelo conjunto deatividades que fazem parte da unidade de negócio, independentemente <strong>do</strong> o seu temaestratégico.7 - TEMAS ESTRATÉGICOS DA PERSPECTIVA FINANCEIRAHá três temas estratégicos que norteiam a perspectiva econômica:‣ Crescimento e mix de receita;‣ Redução de custos/melhoria de produtividade e‣ Utilização <strong>do</strong>s ativos/ estratégia de investimento.


COLHEITACRESCIMENTOSUSTENTAÇÃOAUMENTO DA RECEITAMELHORIA DOS CUSTOSE DA PRODUTIVIDADEINCREMENTO DA UTILIZAÇÃODOS ATIVOS E RED. DE RISCOSNOVAS RELAÇÕESNOVOS PRODUTOSNOVAS APLICAÇÕESNOVA ESTRATÉGIA PREÇOSNOVO MIX DE PROD. E SERVIÇOAUMENTO DA PRODUTIVIDADE DA RECEITAREDUÇÃO DAS DESPESAS OPERACIONAISMELHORIA DO MIX DE CANAISREDUÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOSCICLO DE CAIXAELIMINAR ASFORMASDE REDUNDÂNCIASDE ATIVOS FÍSICOS EINTELECTUAISUm questionamento necessário sobre estes temas é se eles são suficientes, noscorecard, para as estratégias de Crescimento, Sustentação e Colheita?Inicialmente pode-se afirmar que sim, até mesmo porque as unidades a<strong>do</strong>tam umaestratégia de cada vez e correlaciona o tema que melhor traduz seu objetivo. Nada impedeque ao migrar de um estágio para outro, a unidade de negócio repense a <strong>sua</strong> estratégia, estaação é recomendada pelos idealiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>Balanced</strong> <strong>Scorecard</strong>, Norton & Kaplan (1997):“o posicionamento das divisões numa categoria financeira não é imutável. Umaprogressão normal, que poder se desenvolver por várias décadas, conduz a unidade dafase de crescimento à fase de sustentação, à fase de colheita e por fim, à fase de saída”.8 - O VALOR DAS AÇÕES COMO INDICADOR PARA A AVALIAÇÃO DE UMEMPREENDIMENTOUm último questionamento diz respeito ao valor das ações. Ele pode ser utiliza<strong>do</strong>como um indica<strong>do</strong>r? Ele revela realmente o crescimento/sucesso de uma empresa? ouainda, revela o quanto foi agrega<strong>do</strong> de riqueza no empreendimento?O valor das ações ao ser utiliza<strong>do</strong> como um indica<strong>do</strong>r desperta questionamentosainda não respondi<strong>do</strong>s, como por exemplo: é o valor das ações é um bom indica<strong>do</strong>r dasituação econômico - financeira da empresa?Para Ehrbar, Sim. Indica o uso <strong>do</strong> MVA – Market Value Added, ou seja, defende autilização <strong>do</strong> valor de merca<strong>do</strong> das empresas como uma medida de agregação de riqueza,cuja base é o valor das ações da empresa no merca<strong>do</strong> aberto, pensamento compartilha<strong>do</strong>pelos autores deste e pela Stern Stwart Co.


Nos casos das empresas com passivo a descoberto, o valor de merca<strong>do</strong> podetraduzir um resulta<strong>do</strong> e o seu patrimônio tangível uma outra realidade.Para Damodaran (1997), “To<strong>do</strong> ativo, seja financeiro ou real, tem valor. A chavepara investir nesses ativos e gerenciá-los com sucesso não reside na compreensão <strong>do</strong>montante desse valor, mas nas fontes <strong>do</strong> valor”.Empresas com valor de merca<strong>do</strong> alto, sem quase nenhum ativo permanente, como éo caso de algumas empresas que operam via internet (Econet), apresentam um valor demerca<strong>do</strong> altos e sucessivos prejuízos, nestes casos, o uso <strong>do</strong> valor das ações para aavaliação da empresa requer cuida<strong>do</strong>s especiais.9 - CONCLUSÃOOs indica<strong>do</strong>res econômicos são os mais adequa<strong>do</strong>s para traduzir em termostangíveis as conquistas da empresa, mas, devem refletir tanto as conquistas na perspectivaeconômica, quanto na <strong>do</strong>s clientes, processos internos, crescimento e aprendizagem etcque em conjunto refletem o quanto foi ou não agrega<strong>do</strong> de riqueza.Se o objetivo não é medir o lucro, mas, o retorno sobre o investimento, mas, oretorno econômico, não o financeiro, recomenda-se a utilização da nomenclatura –perspectiva econômica.Os objetivos e medidas da perspectiva financeira devem estar de acor<strong>do</strong> com aestratégia da empresa e para tanto a visão sistêmica deve ser a<strong>do</strong>tada, para permitir avi<strong>sua</strong>lização da empresa como um to<strong>do</strong> e das <strong>sua</strong>s unidades de negócio, auferin<strong>do</strong> ummaior grau de confiabilidade nas informações.Indica-se a a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> MVA – Market Value Added (valor de merca<strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>)que é a diferença entre o valor de merca<strong>do</strong> da empresa e o capital emprega<strong>do</strong>, paraconsiderações de fluxos futuros de valor agrega<strong>do</strong>.Esperar que a perspectiva econômica seja a resposta a to<strong>do</strong>s os questionamentos,seria incorrer no velho erro, avaliar o desempenho da empresa única e exclusivamenteatravés de medidas financeiras tradicionais. A perspectiva econômica deve ser o ponto departida, e seus indica<strong>do</strong>res a linguagem final para todas as perspectivas para que sejapossível usufruir de todas as contribuições que possam emanar desta perspectiva.Finalmente é importante lembrar que neste momento busca-se preencher as lacunascom explicações econômicas, mas outras perspectivas, tais como: <strong>do</strong> cliente, <strong>do</strong> processointerno, aprendiza<strong>do</strong> e crescimento etc devem ser vi<strong>sua</strong>lizadas em conjunto para umcompreensão da real situação como um to<strong>do</strong> e da contribuição da perspectiva “financeira”para gestão econômica.BIBLIOGRAFIABERGAMO Filho, Valentino. Confiabilidade Básica e Prática. São Paulo: Ed. EdgardBlücher Ltda. 1997.


CAMPOS, José Antonio. Cenário Balancea<strong>do</strong>: painel de indica<strong>do</strong>res para a gestãoestratégica <strong>do</strong>s negócios. São Paulo: Ed. Aquariana. 1998.CATELLI, Arman<strong>do</strong>. (Coordena<strong>do</strong>r) Controla<strong>do</strong>ria: uma abordagem da gestão econômica– GECON. São Paulo: Ed. Atlas. 1999.DAMODARAN, Aswath. Investiment Valuation – Tools and techniques for determiningthe value of any asset. Tradução de Bazán Tecnologia lingüística. Rio de Janeiro. Ed:Qualitymark. 1997.EHRBAR Al. EVA: valor econômico agrega<strong>do</strong>: a verdadeira chave para a criação deriqueza. Tradução de Bazán Tecnologia Lingüistica. Rio de Janeiro: Ed. Qualitymark.1999.ERDMANN Rolf Hermann. Organizações de sistemas de produção. Florianópolis: Ed.Insular. 1998.KAPLAN, Robert., S. & NORTON, David, P. A Estratégia em Ação – <strong>Balanced</strong><strong>Scorecard</strong>. Tradução Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho. Rio de Janiero: Ed.Campus, 1997.MIRSHAWKA, Vitor. Pesquisa Operacional. São Paulo – SP: Ed. Nobel 1980.PAMPLONA, Edson de Oliveira. Integração entre os sistemas de custeio basea<strong>do</strong> ematividades (ABC) e custo da qualidade. Escola Federal de Engenharia de Itajubá –MG e -Mail: pamplona@iem.efei.br 2000.

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