oas notas para correspon<strong>de</strong>r a um professor <strong>de</strong>dicado, visando “premiá-lo” pelo esforçoem ensinar.Santos (1997) nos coloca <strong>que</strong> “as posturas dos professores são <strong>de</strong>finidoras <strong>da</strong>satitu<strong>de</strong>s dos estu<strong>da</strong>ntes. O professor através <strong>de</strong> sua ação po<strong>de</strong> formar simpatias <strong>ou</strong>antipatias em relação a <strong>de</strong>terminados conteúdos e isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> suaprópria relação com o conteúdo <strong>que</strong> ele ensina” (Santos, 1997, p. 254). Ou seja, ocomportamento do professor é bastante <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong> postura <strong>que</strong> os estu<strong>da</strong>ntes terãopara com o conteúdo. Carrijo (1995) nos coloca <strong>que</strong> “o bom professor <strong>de</strong> ciências”<strong>de</strong>monstra satisfação com o conteúdo e com a <strong>aula</strong>, faz pesquisa e conhece <strong>ou</strong>tras ciências.Com isso, muito <strong>da</strong> motivação do <strong>aluno</strong> vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>da</strong> própria motivação do professorem conhecer e ensinar ciências. Um professor <strong>que</strong> aparente <strong>de</strong>sinteresse pela <strong>de</strong>scoberta <strong>da</strong>ciência e pela tarefa <strong>de</strong> fazer os estu<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong>scobrirem-na dificilmente obterá sucesso aotentar motivar seus <strong>aluno</strong>s.Carrijo (1995) ain<strong>da</strong> coloca como características do “bom professor <strong>de</strong> ciências” teranimação e senso <strong>de</strong> humor, <strong>de</strong>ixar o <strong>aluno</strong> expressar-se (os resultados <strong>da</strong> <strong>que</strong>stão 11concor<strong>da</strong>m), <strong>não</strong> se ater apenas à <strong>aula</strong> expositiva (<strong>que</strong>stão 19), <strong>leva</strong>r os estu<strong>da</strong>ntes emexcursões, trazer coisas além do livro, e <strong>não</strong> fixar-se em informação, mas em trazerdiscussão. Também <strong>de</strong>ve mostrar <strong>de</strong>senvolvimento no conteúdo, e <strong>não</strong> ficar repetindocoisas <strong>que</strong> o <strong>aluno</strong> já sabe.O aspecto <strong>da</strong> dose certa <strong>de</strong> disciplina também é importante, segundo os resultados<strong>da</strong> <strong>que</strong>stão 22. Porém, como mostra Thomaz (1996), o autoritarismo faz o estu<strong>da</strong>nte <strong>não</strong><strong>gostar</strong> <strong>da</strong> <strong>aula</strong> e inclusive tornar-se avesso à matéria. Thomaz (1996) também nos mostra<strong>que</strong> a exigência <strong>de</strong> memorização, sem correspondência com o cotidiano do estu<strong>da</strong>nte, po<strong>de</strong><strong>de</strong>smotivá-lo.Outro aspecto importante <strong>que</strong> se conclui é <strong>que</strong> o <strong>aluno</strong> <strong>não</strong> <strong>de</strong>testa <strong>Física</strong> como secostuma pensar. Ele tem curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, gosta dos problemas <strong>de</strong>safiadores e consi<strong>de</strong>raimportante apren<strong>de</strong>r <strong>Física</strong>. Nós, professores, é <strong>que</strong> às vezes <strong>de</strong>sestimulamos nossosestu<strong>da</strong>ntes com <strong>aula</strong>s e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s maçantes e monótonas, e é <strong>da</strong> natureza do adolescenteevitar isso. Tanto <strong>que</strong> o uso <strong>de</strong> recursos e exemplos variados, trabalho em grupo,experimentos, problemas complexos e <strong>de</strong>safiadores e o livro didático são bem recebidospelos estu<strong>da</strong>ntes.Segundo Buchweitz (1997), a utilização <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> ensino variados comoví<strong>de</strong>os didáticos, experimentos <strong>de</strong> laboratório e leituras do livro <strong>de</strong> texto, além <strong>da</strong> <strong>aula</strong>9
expositiva, é muito bem aceita pelos estu<strong>da</strong>ntes, fato <strong>que</strong> é reforçado pelos resultados <strong>da</strong>s<strong>que</strong>stões 2, 19 e 23. De acordo com esses resultados e o autor, o uso <strong>de</strong> diferentes recursosproporcionam uma aprendizagem mais significativa e a tornam mais agradável para osestu<strong>da</strong>ntes.Embora alguns resultados obtidos neste trabalho estejam <strong>de</strong> acordo com conclusõese idéias <strong>de</strong> <strong>ou</strong>tros autores, ain<strong>da</strong> <strong>não</strong> po<strong>de</strong>m ser generalizados. Há p<strong>ou</strong>cas pesquisas feitassobre a importância do lado afetivo para a aprendizagem, particularmente sobre amotivação dos estu<strong>da</strong>ntes, em comparação com o número <strong>de</strong> investigações relaciona<strong>da</strong>scom o domínio cognitivo. Isso nos <strong>leva</strong> a concor<strong>da</strong>r com Santos (1997), argumentando afavor <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> mais pesquisas sobre aspectos afetivos e emocionais <strong>que</strong> ocorremnas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, na área <strong>de</strong> ciências. Além disso, neste trabalho também fic<strong>ou</strong>caracterizado <strong>que</strong> alguns pontos po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem ser pesquisados mais a fundo por <strong>não</strong>terem sido obti<strong>da</strong>s respostas conclusivas. Temas como o conforto <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> <strong>aula</strong>,aparência do professor, o papel <strong>da</strong> <strong>aula</strong> <strong>de</strong>monstrativa <strong>ou</strong> do computador em sala <strong>de</strong> <strong>aula</strong>merecem pesquisas próprias.Referências BibliográficasBUCHWEITZ, Bernardo – O uso <strong>de</strong> diferentes recursos <strong>de</strong> ensino na aprendizagem <strong>de</strong><strong>Física</strong> - Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Educação, 6(9):99-114, 1997CARRIJO, Inês Luci Machado – Do professor “i<strong>de</strong>al” <strong>de</strong> Ciências ao professor possível –Ensino em Re-vista, 4(1):65-71, 1995McINERNEY, Dennis M e <strong>ou</strong>tros – Cultural perspectives on school motivation: There<strong>leva</strong>nce and application of goal theory – American Educational Research J<strong>ou</strong>rnal –34(1):207-236, 1997OLIVEIRA, Irene Estevão – Motivação e Incentivação: Aspectos Psicológicos e Didáticos– Curriculum – Rio <strong>de</strong> Janeiro, 10(1): 7-27, 1971PILETTI, Claudino – Didática geral, 18 a ed. - São Paulo - Cortez, 1995SANTOS, Flávia M. T. – Afeto, emoção e motivação: uma nova agen<strong>da</strong> para a pesquisaem ensino <strong>de</strong> ciências. – Atas do I Encontro Nacional <strong>de</strong> Pesquisa em Ensino <strong>de</strong> Ciências,Águas <strong>de</strong> Lindóia, SP, p. 249-255, 1997THOMAZ, Tereza Cristina Farias – Não <strong>gostar</strong> <strong>de</strong> matemática: <strong>que</strong> fenômeno é esse? –Dissertação <strong>de</strong> Mestrado – PUCRS, Porto Alegre, 199610