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análise do desempenho de equações de infiltração e de métodos ...

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OLIVEIRA, MURIEL BATISTA DEAnálise <strong>do</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> <strong>de</strong> equações <strong>de</strong>infiltração e <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo para solos em uma baciahidrográfica <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá-RJ. [Rio <strong>de</strong>Janeiro] 2005XXII, 198 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,M.Sc., Engenharia Civil, 2005)Tese - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong>Janeiro, COPPE1. Equações <strong>de</strong> infiltração2. Infiltrômetro duplo anel3. Umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo4. Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campoI. COPPE/UFRJ II. Título ( série )ii


Aos meus pais Nery Simões <strong>de</strong> Oliveira e Elisabete Batista <strong>de</strong> Oliveira, por terem <strong>de</strong>da<strong>do</strong> o apoio e as condições necessárias para ser hoje quem sou e superar os <strong>de</strong>safiosque me foram propostos durante a elaboração <strong>de</strong>sse trabalho.iii


AGRADECIMENTOSA Deus, por ter me da<strong>do</strong> energia e coragem para a realização <strong>de</strong>ste trabalho.A COPPE/UFRJ, pela oportunida<strong>de</strong> concedida para a realização <strong>do</strong> curso.À Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Solos, napessoa <strong>de</strong> José Ronal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong> pelo apoio técnico e financeiro para a realização <strong>do</strong>strabalhos <strong>de</strong> campo.Aos Professores Otto Corrêa Rotunno Filho e Theophilo Benedicto OttoniFilho, pela orientação, apoio <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>, ensinamentos transmiti<strong>do</strong>s e especialmente porterem me confia<strong>do</strong> a tarefa <strong>de</strong> execução <strong>de</strong>ste trabalho.Ao Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),pela concessão <strong>de</strong> minha bolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.Aos pesquisa<strong>do</strong>res e técnicos da EMBRAPA Solos, nas pessoas <strong>de</strong> SilvioBhering; A<strong>do</strong>il<strong>do</strong> S. Melo, pelo empréstimo <strong>do</strong>s infiltrômetros, Rachel B. Pra<strong>do</strong>,Fabiano Araújo e ao bolsista Márcio Rangel pelo apoio nos trabalhos <strong>de</strong> campo.Aos laboratoristas da EMBRAPA Solos, em especial a Júlio Kornetz, peloeficiente trabalho na análise das amostras <strong>de</strong> solos.A Nelson Fernan<strong>de</strong>s e Andréia da UFRJ, pelo auxílio e ensinamentos naconstrução <strong>do</strong>s tensiômetros.Em especial a Alex Guimarães Marinho, pela <strong>de</strong>dicação na realização <strong>do</strong>strabalhos <strong>de</strong> campo e pelo apoio constante na fase final <strong>de</strong>ste trabalho.A amiga Marta Vasconcellos Ottoni, pelos ensinamentos transmiti<strong>do</strong>s, apoio eamiza<strong>de</strong> durante to<strong>do</strong> o curso, e principalmente, pelo companheirismo na realização <strong>do</strong>strabalhos <strong>de</strong> campo.iv


Aos amigos <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá, em especial a Penha Faria, Sônia Marinho eAna Maria Marinho e Dalto Marinho, que contribuíram muito para a realização <strong>do</strong>strabalhos <strong>de</strong> campo.A Prefeitura Municipal <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá, na pessoa <strong>de</strong> José Hylen Ney, e<strong>do</strong>s colegas <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> Planejamento e Engenharia, pela compreensão, on<strong>de</strong> muitasvezes tive que <strong>de</strong>ixar meu trabalho na Prefeitura para me <strong>de</strong>dicar a conclusão <strong>de</strong>stapesquisa.Aos colegas, funcionários e professores da área <strong>de</strong> Recursos Hídricos daCOPPE/UFRJ e <strong>do</strong> DRHIMA/UFRJ, em especial aos amigos Carlos Jaime Bemfeito,Ana Sílvia Pereira, Betina Maciel e Iene Christie Figueire<strong>do</strong>.Em especial, a Alexsandro Ferreira, pela oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r realizar estetrabalho no esta<strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.A sempre amiga Mônica Santos Carrion, pela amiza<strong>de</strong> sincera <strong>de</strong> sempre epelo companheirismo, mesmo com toda distância, nos momentos mais difíceis <strong>de</strong>stacaminhada, bem como a Bárbara Nunes.Aos amigos Arman<strong>do</strong> Roeda e Lúcia Roeda, pelo apoio dispensa<strong>do</strong>.Aos meus pais, Nery Simões <strong>de</strong> Oliveira e Elisabete Batista <strong>de</strong> Oliveira, minhairmã, Valessa Batista <strong>de</strong> Oliveira, e minha vó Elda Batista que mesmo à distância,sempre <strong>de</strong>ram apoio e estiveram presentes na realização <strong>de</strong>ste trabalho.trabalho.A to<strong>do</strong>s que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização <strong>do</strong> presentev


Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte <strong>do</strong>s requisitos necessáriospara a obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> Mestre em Ciências (M.Sc.).ANÁLISE DO DESEMPENHO DE EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO E DEMÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO PARA SOLOSEM UMA BACIA HIDROGRÁFICA DE SÃO JOSÉ DE UBÁ-RJMuriel Batista <strong>de</strong> OliveiraAgosto/2005Orienta<strong>do</strong>res: Otto Corrêa Rotunno FilhoPrograma: Engenharia CivilTheophilo Benedicto Ottoni FilhoO conhecimento das curvas <strong>de</strong> infiltração é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na hidrologia,no manejo <strong>de</strong> solo e água em bacias hidrográficas e na engenharia <strong>de</strong> irrigação. No quese refere à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (CC), tanto seu conceito como <strong>de</strong>terminação têm si<strong>do</strong>amplamente investiga<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> maneira a se obter um valor que represente, com um certonível <strong>de</strong> confiança, o limite máximo <strong>de</strong> água disponível no solo para uso vegetal. Nestetrabalho, foram realiza<strong>do</strong>s 51 testes <strong>de</strong> infiltração, com o emprego <strong>de</strong> infiltrômetros <strong>de</strong>duplo anel, e 26 testes <strong>de</strong> CC in situ, utilizan<strong>do</strong>-se tabuleiros <strong>de</strong> 1 m², em treze solosrepresentativos <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica, em São José <strong>de</strong> Ubá (RJ). A partir <strong>do</strong>s testes<strong>de</strong> infiltração, avaliou-se a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> 7 equações <strong>de</strong> infiltração (Philip, Kostiakov,Kostiakov-Lewis, Horton, Soil Conservation Service (SCS), Polinomial e Green-Ampt).Os testes <strong>de</strong> CC, por sua vez, permitiram a comparação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> in situ com o méto<strong>do</strong>que utiliza as umida<strong>de</strong>s nas tensões <strong>de</strong> 0,006 MPa (microporosida<strong>de</strong>) e 0,033 MPa.Adicionalmente, comparou-se a umida<strong>de</strong> medida nos tabuleiros com a umida<strong>de</strong> sob osanéis, após 48 horas <strong>do</strong> término <strong>do</strong>s testes (CC no infiltrômetro), bem como com a CCcalculada por uma pe<strong>do</strong>função linear a partir da microporosida<strong>de</strong>. Os resulta<strong>do</strong>sindicaram que as equações que apresentaram um bom <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> foram a Polinomial,SCS, Kostiakov, Kostiakov-Lewis e Green-Ampt, sem diferenças significativas entre asqualida<strong>de</strong>s médias <strong>de</strong> seus ajustes. Em relação aos 4 méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da CC,os que melhor representaram a forma in situ foram, na or<strong>de</strong>m, o da pe<strong>do</strong>função, daumida<strong>de</strong> na tensão <strong>de</strong> 0,033 MPa e da umida<strong>de</strong> nos infiltrômetros (subtraída <strong>de</strong> um fatorconstante <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica).vi


Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of therequirements for the <strong>de</strong>gree of Master of Science (M. Sc.).PERFORMANCE ANALYSIS OF INFILTRATION EQUATIONS AND OFMETHODS OF DETERMINATION OF FIELD CAPACITY FOR SOILS AT AWATERSHED IN THE SÃO JOSÉ DE UBÁ COUNTY (STATE OF RIO DEJANEIRO, BRAZIL)Muriel Batista <strong>de</strong> OliveiraAugust/2005Advisors: Otto Corrêa Rotunno FilhoTheophilo Benedicto Ottoni FilhoDepartment: Civil EngineeringThe knowledge of infiltration curves is of great importance in hydrology, forsoil and water management at the watershed scale and in the irrigation engineering. Inaddition, with respect to field capacity, both its concept and <strong>de</strong>termination have beenextensively addressed in the literature, in such a way to <strong>de</strong>fine the value whichcorresponds to the maximum threshold of soil water content for vegetation use at aaccepted confi<strong>de</strong>nce level. In this work, 51 infiltration tests were accomplished, bymeans of the use of <strong>do</strong>uble ring infiltrometers, and 26 tests of field capacity were<strong>de</strong>veloped in situ, using boards of 1 m², at thirteen representative soils of a watershed, inSão José of Ubá county (RJ). The performance of 7 infiltration equations was evaluated(Philip, Kostiakov, Kostiakov-Lewis, Horton, Soil Conservation Service (SCS),Polinomial and Green-Ampt). On the other hand, the field capacity experiment allowedto compare the in situ method with the method which uses the soil moisture at thetensions of 0,006 MPa (microporosity) and 0,033 MPa. Moreover, the soil moisturemeasurements obtained in the boards were compared with the soil moisture information<strong>de</strong>fined by the rings, after 48 hours of the end of the tests (field capacity in theinfiltrometer). In addition, the field capacity was <strong>de</strong>fined by a linear pe<strong>do</strong>function base<strong>do</strong>n microporosity. The results indicated that the equations that presented a goodperformance were the Polinomial, SCS, Kostiakov, Kostiakov-Lewis and Green-Ampt,without significant differences among the average qualities of their adjustments. Whencomparing the four field capacity methods with the in situ method, the best results in a<strong>de</strong>creasing or<strong>de</strong>r, were those corresponding to the pe<strong>do</strong>function, to the soil moisture atthe tension of 0,033 MPa, and to the soil moisture measured in the infiltrometer reducedby a constant factor of 3% of volumetric water content.vii


SUMÁRIO1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................12 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................................................72.1 - DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO TERRENO ...............................................................................................72.2 - O SOLO ..............................................................................................................................................112.2.1 - Textura <strong>do</strong> Solo.........................................................................................................................122.2.2 - Estrutura <strong>do</strong> Solo......................................................................................................................132.3 - ÍNDICES CARACTERÍSTICOS DE UM SOLO..........................................................................................142.3.1 - Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sóli<strong>do</strong>s (ρ s ) ........................................................................................................162.3.2 - Densida<strong>de</strong> Global ou Densida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Solo (ρ b ).........................................................................162.3.3 - Índice <strong>de</strong> Vazios (ε) e Porosida<strong>de</strong> (η)......................................................................................172.3.4 - Índices Relativos ao Conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> Água <strong>do</strong> Solo .....................................................................192.4 - O ESTADO ENERGÉTICO DA ÁGUA NO SOLO.....................................................................................222.4.1 - Potencial Gravitacional ...........................................................................................................242.4.2 - Potencial <strong>de</strong> Pressão ................................................................................................................252.4.3 - Potencial Matricial...................................................................................................................262.4.4 - Outros Potenciais .....................................................................................................................302.5 - ESCOAMENTO DA ÁGUA ATRAVÉS DO SOLO.....................................................................................312.5.1 - A lei <strong>de</strong> Darcy ...........................................................................................................................312.5.2 - Condutivida<strong>de</strong> Hidráulica e Permeabilida<strong>de</strong>..........................................................................33viii


2.5.3 - Equação Geral <strong>do</strong> Fluxo para Meios Satura<strong>do</strong>s.....................................................................342.5.4 - Escoamento em Meio Não Satura<strong>do</strong>........................................................................................362.5.5- Relações entre Condutivida<strong>de</strong>, Tensão e Umida<strong>de</strong> ..................................................................393 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................................423.1 - INFILTRAÇÃO – PENETRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO COM INUNDAÇÃO...............................................423.1.1 - Consi<strong>de</strong>rações Gerais ..............................................................................................................423.1.2 - Comportamento da Infiltração.................................................................................................433.1.3 - Infiltração Básica .....................................................................................................................463.1.4 - Relações entre Infiltração <strong>de</strong> Chuva, Precipitação e Escoamento Superficial ......................473.1.5 - Medições <strong>de</strong> Infiltração............................................................................................................513.1.6 - Principais Causas da Variação da Infiltração........................................................................573.1.7 - Equações <strong>de</strong> Infiltração............................................................................................................633.2 - ÁGUA DISPONÍVEL E CAPACIDADE DE CAMPO .................................................................................733.2.1 - Consi<strong>de</strong>rações Gerais ..............................................................................................................733.2.2 - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo .............................................................................................................743.3 - VARIABILIDADE ESPACIAL................................................................................................................834 - MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................................884.1 - DESCRIÇÃO DA ÁREA E DOS LOCAIS PARA OS TESTES DE CAMPO....................................................884.2 - TESTES DE INFILTRAÇÃO ...................................................................................................................934.2.1 -Plano Experimental ...................................................................................................................944.2.2 -Execução <strong>do</strong>s Testes..................................................................................................................94ix


4.3 - TESTES DE CAPACIDADE DE CAMPO IN SITU......................................................................................974.4 - MANUSEIO DAS AMOSTRAS.............................................................................................................1074.4.1 - Amostras Deformadas ............................................................................................................1074.4.2 - Amostras In<strong>de</strong>formadas..........................................................................................................1074.5 - MÉTODOS DE ANÁLISE DE SOLO .....................................................................................................1084.6 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS.................................................................................................................1094.6.1 - Equações <strong>de</strong> Infiltração..........................................................................................................1094.6.2 - Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Determinação da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo ..........................................................1105 - RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................................1135.1 – DESEMPENHO DAS EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO............................................................................1135.1.1 - Desempenho Operacional <strong>do</strong> Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> Infiltrômetro <strong>de</strong> Duplo Anel................................1135.1.2 - Comportamento Geral das Curvas <strong>de</strong> Infiltração .................................................................1135.1.3 - Equações <strong>de</strong> Infiltração..........................................................................................................1185.2 - COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO ..........................1405.2.1 - Análise <strong>do</strong>s Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Determinação da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo ......................................1405.2.2 - Avaliação <strong>do</strong>s Méto<strong>do</strong>s para Outros Solos............................................................................1596 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.........................................................................................1636.1 - CONCLUSÕES ...................................................................................................................................1636.2 - RECOMENDAÇÕES............................................................................................................................1647 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................166APÊNDICES ..............................................................................................................................................184x


APÊNDICE A - DESCRIÇÃO DOS SOLOS REPRESENTATIVOS DAS BACIAS DE SANTA MARIA E CAMBIOCÓ.................................................................................................................................................................184APÊNDICE B - DESCRIÇÃO PEDOLÓGICA DAS ORDENS DE SOLO QUE APARECEM NAS BACIAS DE SANTAMARIA E CAMBIOCÓ................................................................................................................................185APÊNDICE C - DESCRIÇÃO DOS HORIZONTES DOS 13 SOLOS ESTUDADOS, COM A PROFUNDIDADE DERETIRADA DAS AMOSTRAS NOS TESTES DE INFILTRAÇÃO E CAPACIDADE DE CAMPO IN SITU..................186APÊNDICE D - MAPA DE SOLOS DA REGIÃO ESTUDADA ..........................................................................187APÊNDICE E - DADOS DOS 51 TESTES DE INFILTRAÇÃO ..........................................................................188APÊNDICE F - VALORES DOS PARÂMETROS DAS SETE EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ...............................195APÊNDICE G - DADOS DE UMIDADE VOLUMÉTRICA (CM³/CM³) UTILIZADOS NO ESTUDO 1 DOS MÉTODOSDE COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO ........................................................................................196APÊNDICE H - DADOS DE UMIDADE VOLUMÉTRICA (CM³/CM³) UTILIZADOS NO ESTUDO 2 DOS MÉTODOSDE COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO ........................................................................................197APÊNDICE I - LÂMINAS DE INFILTRAÇÃO (CM) NOS INFILTRÔMETROS CONSIDERANDO AS ADIÇÕES DEÁGUA........................................................................................................................................................198xi


LISTA DE FIGURASFIGURA 2.1 – OCORRÊNCIA DE ÁGUA SUB-SUPERFICIAL..................................................................................8FIGURA 2.2 – AQÜÍFERO FREÁTICO ................................................................................................................10FIGURA 2.3 – AQÜÍFERO ARTESIANO..............................................................................................................11FIGURA 2.4 – MATRIZ POROSA DO SOLO ........................................................................................................12FIGURA 2.5 – CLASSIFICAÇÃO TEXTURAL DO SOLO EM FRAÇÕES DE ACORDO COM O TAMANHO DASPARTÍCULAS. .........................................................................................................................................13FIGURA 2.6 – O SOLO COMO UM SISTEMA TRIFÁSICO.....................................................................................15FIGURA 2.7 – FENÔMENOS DE CAPILARIDADE E DE ADSORÇÃO.....................................................................26FIGURA 2.8 – CURVAS DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO...............................................................................28FIGURA 2.9 – HISTERESE ................................................................................................................................29FIGURA 2.10 – RELAÇÃO ENTRE TEOR DE UMIDADE, POTENCIAL MATRICIAL E CONDUTIVIDADE HIDRÁULICARELATIVA..............................................................................................................................................39FIGURA 3.1 – PERFIL DE UMEDECIMENTO DO SOLO DURANTE A INFILTRAÇÃO .............................................44FIGURA 3.2 – TAXA DE INFILTRAÇÃO E INFILTRAÇÃO ACUMULADA EM FUNÇÃO DO TEMPO PARA UM MESMOSOLO, SOB DUAS CONDIÇÕES INICIAIS DE UMIDADE: SECO E ÚMIDO ....................................................45FIGURA 3.3 – ESQUEMA DE DECOMPOSIÇÃO DE UMA CHUVA ENTRE OS COMPONENTES DO CICLOHIDROLÓGICO........................................................................................................................................48FIGURA 3.4 – INFILTRAÇÃO PARA UMA CHUVA DE INTENSIDADE CONSTANTE..............................................50FIGURA 3.5 – DISTRIBUIÇÃO DA UMIDADE AO LONGO DO PERFIL DO SOLO DURANTE A INFILTRAÇÃO.........69FIGURA 4.1 – LOCALIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO.............................................................................89FIGURA 4.2 – BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO DOMINGOS, SÃO JOSÉ DE UBÁ - RJ .................................90xii


FIGURA 4.3 – BACIA HIDROGRÁFICA DE SANTA MARIA E CAMBIOCÓ, SÃO JOSÉ DE UBÁ - RJ ....................90FIGURA 4.4 – LOCALIZAÇÃO DOS PERFIS DE SOLOS, NA BACIA DE SANTA MARIA (AZUL) E CAMBIOCÓ(VERMELHO), SÃO JOSÉ DE UBÁ - RJ ...................................................................................................91FIGURA 4.5 – CONFIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA DOS TESTES REALIZADOS ......................................................92FIGURA 4.6 – TESTES REALIZADOS EM CAMPO ..............................................................................................92FIGURA 4.7 – ASPECTO DO INFILTRÔMETRO DUPLO ANEL .............................................................................95FIGURA 4.8 – RETIRADA DE AMOSTRAS INDEFORMADAS COM O USO DO ANEL DE KOPECKY.......................97FIGURA 4.9 – ASPECTO DO TABULEIRO ..........................................................................................................98FIGURA 4.10 – VISTA GERAL DE UMA SUBÁREA (P27, SITE 2), DEPOIS DE ENCERRADO OS TESTES DEINFILTRAÇÃO E DE CAPACIDADE DE CAMPO .........................................................................................99FIGURA 4.11 – SOLO P04. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES.....................................100FIGURA 4.12 – SOLO P05. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES.....................................100FIGURA 4.13 – SOLO P06. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DE UM TESTE EXTRA (OTTONI, ET AL.,2004)...................................................................................................................................................101FIGURA 4.14 – SOLO P15. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES.....................................101FIGURA 4.15 – SOLO P20. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES.....................................102FIGURA 4.16 – SOLO P21. (A)VISTA GERAL DA ÁREA, (B) PERFIL ABERTO (LEVANTAMENTO DOSHORIZONTES) ......................................................................................................................................102FIGURA 4.17 – SOLO P22. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES (C) PERFIL ABERTO(LEVANTAMENTO DOS HORIZONTES)..................................................................................................103FIGURA 4.18 – SOLO P24. (A) VISTA GERAL DA ÁREA, (B) EXECUÇÃO DOS TESTES, (C) RETIRADA DEAMOSTRAS ..........................................................................................................................................104FIGURA 4.19 – SOLO P27. (A) VISTA GERAL DA ÁREA E EXECUÇÃO DOS TESTES (B) ÁREA COBERTA APÓS OTÉRMINO DOS TESTES..........................................................................................................................105xiii


FIGURA 4.20 – SOLO P32. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES.....................................105FIGURA 4.21 – SOLO P34. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES.....................................106FIGURA 4.22 – SOLO P36. VISTA GERAL DA ÁREA.......................................................................................106FIGURA 4.23 – SOLO PE. (A) VISTA GERAL DA ÁREA (B) EXECUÇÃO DOS TESTES ......................................107FIGURA 5.1 – VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA (VIB) DOS SOLOS ESTUDADOS (CM/H).....................115FIGURA 5.2 – CURVAS MÉDIAS DE INFILTRAÇÃO INTERPOLADAS PELA EQUAÇÃO DE KOSTIAKOV-LEWIS,PARA OS SOLOS COM MÁXIMO E MÍNIMO VIB, BEM COMO CURVA DE INFILTRAÇÃO MÉDIA GLOBAL,CONSIDERANDO TODOS OS SOLOS REPRESENTATIVOS TESTADOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DE SANTAMARIA E CAMBIOCÓ...........................................................................................................................116FIGURA 5.3 – (A) DADOS E CURVAS DE INFILTRAÇÃO (EQUAÇÕES DE KOSTIAKOV-LEWIS) ACUMULADAPARA O SOLO COM MÁXIMO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA VIB - P20 E, (B) IDEM PARA O SOLO COMMÍNIMO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA VIB - P36............................................................................117FIGURA 5.4 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 04, INFILTRÔMETRO 3. .........................................................................127FIGURA 5.5 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 05, INFILTRÔMETRO 4. .........................................................................128FIGURA 5.6 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 06, INFILTRÔMETRO 3. .........................................................................129FIGURA 5.7 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 15, INFILTRÔMETRO 1. .........................................................................130FIGURA 5.8 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 20, INFILTRÔMETRO 2. .........................................................................131FIGURA 5.9 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 21, INFILTRÔMETRO 4. .........................................................................132FIGURA 5.10 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 22, INFILTRÔMETRO 3. .........................................................................133xiv


FIGURA 5.11 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 24, INFILTRÔMETRO 4. .........................................................................134FIGURA 5.12 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 27, INFILTRÔMETRO 2. .........................................................................135FIGURA 5.13 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 32, INFILTRÔMETRO 1. .........................................................................136FIGURA 5.14 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 34, INFILTRÔMETRO 1. .........................................................................137FIGURA 5.15 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL 36, INFILTRÔMETRO 2. .........................................................................138FIGURA 5.16 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA AJUSTANDO OS DADOS DE UM TESTE DEINFILTRAÇÃO PARA O PERFIL E, INFILTRÔMETRO 3. ...........................................................................139FIGURA 5.17 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO ..............................................143FIGURA 5.18 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 1%......................................143FIGURA 5.19 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 2%......................................144FIGURA 5.20 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 3% .....................................144FIGURA 5.21 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 4%......................................145FIGURA 5.22 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 5% .....................................145FIGURA 5.23 – CC IN SITU X UMIDADE À 0,006 MPA ...................................................................................146FIGURA 5.24 – CC IN SITU X UMIDADE À 0,033 MPA ...................................................................................146FIGURA 5.25 (A) – PEDOFUNÇÃO LINEAR DA CAPACIDADE DE CAMPO À PARTIR DA UMIDADE À TENSÃO DE0,006 MPA..........................................................................................................................................147FIGURA 5.25 (B) – CC IN SITU X PEDOFUNÇÃO À PARTIR DA MICROPOROSIDADE........................................147FIGURA 5.26 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO ..............................................150xv


FIGURA 5.27 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 1%......................................150FIGURA 5.28 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 2%......................................151FIGURA 5.29 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 3%......................................151FIGURA 5.30 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 4%......................................152FIGURA 5.31 – CC IN SITU (TABULEIRO) X CC MEDIDA NO INFILTRÔMETRO – 5%......................................152FIGURA 5.32 – CC IN SITU X UMIDADE À 0,006 MPA ...................................................................................153FIGURA 5.33 – CC IN SITU X UMIDADE À 0,033 MPA ...................................................................................153FIGURA 5.34 (A) – PEDOFUNÇÃO LINEAR DA CAPACIDADE DE CAMPO À PARTIR DA UMIDADE À TENSÃO DE0,006 MPA..........................................................................................................................................154FIGURA 5.34 (B) – CC IN SITU X PEDOFUNÇÃO À PARTIR DA MICROPOROSIDADE........................................154FIGURA 5.35 – CC IN SITU X PEDOFUNÇÃO OU X UMIDADE À 0,033 MPA OU X CC NO INFILTRÔMETRO – 3%DE UMIDADE, NOS 13 SOLOS ESTUDADOS ...........................................................................................159FIGURA 5.36 – CC IN SITU (SEROPÉDICA) X PEDOFUNÇÃO (SÃO JOSÉ DE UBÁ) ..........................................161FIGURA 5.37 – CC IN SITU (SEROPÉDICA) X UMIDADE À 0,033 MPA ...........................................................161FIGURA 5.38 – CC IN SITU (FORMAÇÃO BARREIRAS) X PEDOFUNÇÃO (SÃO JOSÉ DE UBÁ) ........................162FIGURA 5.39 – CC IN SITU (FORMAÇÃO BARREIRAS) X UMIDADE À 0,033 MPA .........................................162xvi


LISTA DE TABELASTABELA 3.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS CLASSES DE DRENAGEM .........................................................................47TABELA 4.1 – DESCRIÇÃO GERAL DOS SOLOS ESTUDADOS............................................................................93TABELA 4.2 – EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO .................................................................................................109TABELA 5.1 – INFILTRAÇÃO ACUMULADA (I) AO FIM DO EXPERIMENTO COM DURAÇÃO T E VELOCIDADE DEINFILTRAÇÃO BÁSICA (VIB) NOS PERFIS DE SOLO ESTUDADOS (MÉDIAS DE 4 REPETIÇÕES, COMEXCEÇÃO DO PE, ONDE HOUVE 3 REPETIÇÕES) ..................................................................................114TABELA 5.2 – VALORES MÉDIOS DOS 51 ERROS MÉDIOS QUADRÁTICOS (EMQ), EM CENTÍMETROS DELÂMINA DE INFILTRAÇÃO, PARA AS SETE EQUAÇÕES ESTUDADAS .....................................................119TABELA 5.3 – VALORES MÉDIOS DOS ERROS MÉDIOS QUADRÁTICOS (EMQ), EM CENTÍMETROS DE LÂMINADE INFILTRAÇÃO, POR PERFIL DE SOLO E PARA AS SETE EQUAÇÕES ESTUDADAS...............................121TABELA 5.4 – INFILTRAÇÃO ACUMULADA E ERROS RELATIVOS (%) DE INFILTRAÇÃO ACUMULADA, PORPERFIL DE SOLO, PARA AS SETE EQUAÇÕES ESTUDADAS.....................................................................124TABELA 5.5 – VALORES DA MÉDIA E DOS COEFICIENTES DE VARIAÇÃO (%) DOS PARÂMETROS DAS SETEEQUAÇÕES ESTUDADAS. AS UNIDADES SÃO PARA I (CM), T (MIN) E VIB (CM/MIN)...........................125TABELA 5.6 – RESULTADOS DO TESTE DE WILCOXON E DAS ESTATÍSTICAS R² E EMQ PARA TODOS OSDADOS DE UMIDADE (ESTUDO 1), VISANDO A COMPARAÇÃO DOS DIFERENTES MÉTODOS DEDETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO COM O MÉTODO IN SITU ...............................................142TABELA 5.7 – RESULTADOS DO TESTE DE WILCOXON E DAS ESTATÍSTICAS R² E EMQ, APENAS PARA OSCASOS ENVOLVENDO OS LOCAIS ONDE OS INFILTRÔMETROS RECEBERAM UMA LÂMINA SIGNIFICATIVADE ÁGUA (SUPERIOR A 15 CM), VISANDO A COMPARAÇÃO DOS DIFERENTES MÉTODOS DEDETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO COM O MÉTODO IN SITU ...............................................149TABELA 5.8 – ERROS MÉDIOS QUADRÁTICOS NA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO IN SITU NOPERFIL POR 3 MÉTODOS DISTINTOS .....................................................................................................157xvii


TABELA 5.9 – RESULTADOS DO TESTE DE WILCOXON E DAS ESTATÍSTICAS R² E EMQ PARA OS DADOS DESOLOS DE SEROPÉDICA E DA FORMAÇÃO BARREIRAS, VISANDO A COMPARAÇÃO DE DOIS MÉTODOS DEDETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO COM O MÉTODO IN SITU ...............................................160xviii


LISTA DE SÍMBOLOSMINÚSCULAS ROMANASα - Constante da equação <strong>de</strong> Horton [L 3 T -1 ]ϑ - Constante da equação <strong>de</strong> Horton [T -1 ]c - Constante da equação <strong>do</strong> SCS [L]c 1 - Constante da equação <strong>de</strong> Green-Ampt [LT -1 ]d - Diâmetro efetivo <strong>do</strong>s poros [L3/L 3 ]i - Taxa <strong>de</strong> infiltração [LT -1 ]i c - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> equilíbrio [LT -1 ]i o - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração inicial [LT -1 ]i p - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração [LT -1 ]g - Aceleração da gravida<strong>de</strong> [LT -2 ]h - Teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> em relação à massa [M/M]f - Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuva [LT -1 ]k - Permeabilida<strong>de</strong> intrínseca [L 2 ]k i - Permeabilida<strong>de</strong> efetiva em relação a fase i [L 2 ]k a - Permeabilida<strong>de</strong> efetiva em relação ao ar [L 2 ]k w - Permeabilida<strong>de</strong> efetiva em relação à água [L 2 ]k ri - Permeabilida<strong>de</strong> relativa [L 2 /L 2 ]k ra - Permeabilida<strong>de</strong> relativa ao ar [L 2 /L 2 ]k rw - Permeabilida<strong>de</strong> relativa à água [L 2 /L 2 ]m a - Massa <strong>de</strong> ar em uma amostra <strong>de</strong> solo[M]m s - Massa <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s em uma amostra <strong>de</strong> solo [M]m t - Massa total <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> solo [M]m v - Massa <strong>de</strong> vazios[M]m w - Massa <strong>de</strong> água em uma amostra <strong>de</strong> solo[M]p - Pressão relativa [ML -1 T -2 ]q - Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo ou fluxo darciano [LT -1 ]xix


q x - Componente no eixo x da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo [LT -1 ]q y - Componente no eixo y da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo [LT -1 ]q z - Componente no eixo z da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo [LT -1 ]r e - Excesso <strong>de</strong> chuva [LT -1 ]t - Tempo [T]t 0 - Instante inicial [T]t f - Instante final <strong>de</strong> chuva [T]t p - Instante <strong>de</strong> saturação da superfície [T]v - Velocida<strong>de</strong> média real <strong>do</strong> escoamento [LT -1 ]z - Profundida<strong>de</strong>; potencial gravitacional. [L]z f - Profundida<strong>de</strong> da frente úmida [L]MAIÚSCULAS ROMANASA s - Área da seção transversal <strong>de</strong> uma coluna <strong>de</strong> água [L 2 ]D - Difusivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo [L 2 T -1 ]E g - Energia potencial gravitacional [ML 2 T -2 ]E p - Energia potencial <strong>de</strong>vida à pressão [ML 2 T -2 ]H 0 - Carga hidráulica na superfície [L]H - Lâmina d’água acumulada sobre a superfície [L]I - Volume <strong>de</strong> infiltração acumula<strong>do</strong> [L]K - Condutivida<strong>de</strong> hidráulica [LT -1 ]K r- Condutivida<strong>de</strong> hidráulica relativaK sat - Condutivida<strong>de</strong> hidráulica à saturação natural [LT -1 ]L - Altura da coluna [L]Q - Taxa volumétrica <strong>de</strong> água [L 3 T -1 ]R e- Número <strong>de</strong> ReynoldsS - Grau <strong>de</strong> saturação [L 3 /L 3 ]S e - Saturação efetiva [L 3 /L 3 ]S ref - Saturação residual [L 3 /L 3 ]V a - Volume <strong>de</strong> ar conti<strong>do</strong> numa amostra <strong>de</strong> solo [L 3 ]xx


V s - Volume <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> solo [L 3 ]V t - Volume total <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> solo [L 3 ]V v - Volume vazio [L 3 ]V w - Volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> solo [L 3 ]MINÚSCULAS GREGASγ w - Peso específico da água [M L -2 T 2 ]ε - Índice <strong>de</strong> vazios [L 3 / L 3 ]η - Porosida<strong>de</strong> [L 3 / L 3 ]η e - Porosida<strong>de</strong> efetiva [L 3 / L 3 ]θ - Teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo [L 3 / L 3 ]θ a - Conteú<strong>do</strong> volumétrico <strong>de</strong> ar [L 3 / L 3 ]θ i - Teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> inicial [L 3 / L 3 ]θ res - Teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> residual [L 3 / L 3 ]θ sat - Teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> à saturação natural [L 3 / L 3 ]θ t - Umida<strong>de</strong> para o solo totalmente satura<strong>do</strong> [L 3 / L 3 ]λ - Índice <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> tamanho <strong>do</strong>s poros [L]µ - Viscosida<strong>de</strong> dinâmica <strong>do</strong> flui<strong>do</strong> [M L -1 T -1 ]ρ a - Massa específica <strong>do</strong> ar [M L -3 ]ρ b - Densida<strong>de</strong> global [M L -3 ]ρ s - Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s [M L -3 ]ρ w - Massa específica da água [M L -3 ]ψ - Potencial matricial ou tensão <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> [L]ψ a - Pressão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> ar [L]ψ b - Pressão <strong>de</strong> borbulhamento [L]ψ w - Pressão <strong>de</strong> entrada da água[L]φ g - Potencial gravitacional [L]φ m - Potencial matricial [L]φ o - Potencial osmótico [L]xxi


φ p - Potencial <strong>de</strong> pressão [L]φ f - Potencial matricial na frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento [L]MAIÚSCULAS GREGASΦ - Potencial total [L]xxii


1 - INTRODUÇÃOO solo é o reservatório natural <strong>de</strong> água para as plantas e todas as práticas <strong>de</strong>manejo na agricultura visam promover condições i<strong>de</strong>ais para o crescimento das culturas.Por ser um reservatório aberto para a atmosfera e para os horizontes e camadas maisprofundas <strong>do</strong> terreno, muitos investiga<strong>do</strong>res têm procura<strong>do</strong> quantificar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>armazenamento <strong>de</strong>sses reservatórios (retenção <strong>de</strong> água), como também os fluxos queocorrem tanto na superfície (infiltração e evaporação), quanto no interior <strong>do</strong> solo(redistribuição <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e drenagem interna). Esses fluxos que ocorrem <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>solo fazem parte <strong>de</strong> importantes processos <strong>do</strong> ciclo hidrológico. Finda<strong>do</strong> o processo dainfiltração, por exemplo, o movimento da água <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> solo não cessaimediatamente e po<strong>de</strong> persistir por muito tempo. Esse movimento pós-infiltração é<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> drenagem interna ou redistribuição <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e se caracteriza emaumentar a umida<strong>de</strong> das camadas mais profundas pela água contida nas camadassuperficiais inicialmente ume<strong>de</strong>cidas (JURY et al., 1991, cita<strong>do</strong>s por LOYOLA ePREVEDELLO, 2003).A compreensão e a avaliação <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> água nosperfis <strong>de</strong> solo são muito úteis para a ciência <strong>do</strong> solo e engenharia civil, particularmenteem assuntos relaciona<strong>do</strong>s com a irrigação, drenagem, erosão, biologia da fauna e flora<strong>do</strong> solo, lixiviação <strong>de</strong> elementos orgânicos e inorgânicos, poluição <strong>do</strong> solo e da água,<strong>de</strong>ntre outros, porque a água que drena <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> solo po<strong>de</strong> ser um importante fatorcausa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> vários problemas ambientais (PINTO, 2000).As estimativas da taxa e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> drenagem que contribuem paraas camadas mais profundas <strong>do</strong> solo são muito investigadas e o conhecimento <strong>de</strong> fatoresque <strong>de</strong>terminam as perdas <strong>de</strong> água <strong>do</strong> solo por drenagem interna po<strong>de</strong> permitir a a<strong>do</strong>ção<strong>de</strong> técnicas que objetivem controlá-las. Outra questão importante é um melhorentendimento das taxas <strong>de</strong> recarga <strong>de</strong> aqüíferos, a partir da avaliação das taxas <strong>de</strong>drenagem interna. Além disso, essas estimativas constituem po<strong>de</strong>rosos instrumentos <strong>de</strong>1


estu<strong>do</strong>s para técnicos <strong>de</strong> áreas afins ou interessa<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s hidrológicos, medianteuso em programas <strong>de</strong> computação.A água, que po<strong>de</strong> tornar-se um fator limitante na produção agrícola,principalmente nas épocas secas, <strong>de</strong>ve merecer a atenção <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res para queseja usada o mais racionalmente possível. Tanto a escassez, quanto o excesso <strong>de</strong> águapo<strong>de</strong> ocasionar uma redução na produção vegetal.O vegetal, através <strong>de</strong> seu sistema radicular, absorve a água <strong>do</strong> solo, utiliza<strong>do</strong>-aem processos metabólicos e em transpiração. Assim, é necessário que o solo contenhaágua em quantida<strong>de</strong> suficiente para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s vegetais. Por outrola<strong>do</strong>, os solos recebem essa água através das chuvas ou <strong>de</strong> irrigações. Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>irrigações, é conveniente saber, com relativa segurança, quan<strong>do</strong> e quanto <strong>de</strong> água se<strong>de</strong>ve adicionar ao solo para que seu uso seja tão econômico e sustentável quantopossível. Contu<strong>do</strong>, para isto, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que se tenha conhecimento dadisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo para a planta.Na relação solo-água-planta, <strong>do</strong>is níveis <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo são importantes: oteor máximo <strong>de</strong> água prontamente disponível no solo, e o teor mínimo armazena<strong>do</strong>disponível à planta. Esses <strong>do</strong>is níveis <strong>de</strong> água no solo são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo e ponto <strong>de</strong> murcha, respectivamente.O conhecimento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> infiltração tem gran<strong>de</strong> valor para a hidrologia epara a engenharia <strong>de</strong> água e solo. A infiltração po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a passagem <strong>de</strong>água da superfície para o interior <strong>do</strong> solo, constituin<strong>do</strong>-se num <strong>do</strong>s mais importantesprocessos que compõem o ciclo hidrológico, por ser fator <strong>de</strong>terminante dadisponibilização <strong>de</strong> água para as culturas, da recarga <strong>do</strong>s aqüíferos subterrâneos, daocorrência e magnitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> escoamento superficial e <strong>do</strong> manejo e conservação <strong>do</strong> solo eda água.Segun<strong>do</strong> SKAGGS e KHALEEL (1982), uma boa mo<strong>de</strong>lagem <strong>do</strong> movimento daágua no solo só po<strong>de</strong> ser conseguida a partir <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>lagem a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> processo2


<strong>de</strong> infiltração. O mesmo ocorre com a mo<strong>de</strong>lagem <strong>do</strong> excesso <strong>de</strong> água precipitada emuma bacia hidrográfica, que é converti<strong>do</strong> em escoamento superficial.Caracterizar todas as variáveis que influenciam a infiltração é um processo<strong>de</strong>mora<strong>do</strong> e difícil. A intensida<strong>de</strong> com que algumas variáveis afetam o processo <strong>de</strong>infiltração, ainda hoje, não é bem <strong>de</strong>finida. Sen<strong>do</strong> assim, diversos mo<strong>de</strong>los, teóricos ouempíricos, têm si<strong>do</strong> propostos com o objetivo <strong>de</strong> simplificar o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>sses processos.Os solos apresentam gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> espacial, ainda que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> pequenas áreas.Como resulta<strong>do</strong> disso e também das variações temporais das proprieda<strong>de</strong>s superficiais<strong>do</strong> solo, a infiltração é um processo muito complexo, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito apenas <strong>de</strong>forma aproximada, mediante, principalmente, o uso <strong>de</strong> equações matemáticas quecalculam a variação da lâmina infiltrada com o tempo, como aborda-se no <strong>de</strong>correr<strong>de</strong>ste trabalho.É sabi<strong>do</strong> que o fluxo e a taxa <strong>de</strong> variação da umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo <strong>de</strong>crescem com otempo, após o processo <strong>de</strong> infiltração. Verifica-se que o fluxo nos perfis <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>profundida<strong>de</strong> compatível com o comprimento da zona radicular efetiva, da maioria dasculturas (cerca <strong>de</strong> 1,00 m), torna-se <strong>de</strong>sprezível, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns dias, caso seja inibi<strong>do</strong>o processo <strong>de</strong> evapotranspiração <strong>do</strong> solo. Esse fato permitiu que o conceito <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo fosse sugeri<strong>do</strong>.Em 1931, VEIHMEYER e HENDRICKSON <strong>de</strong>finiram a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campocomo “a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água retida pelo solo após a drenagem <strong>de</strong> seu excesso, quan<strong>do</strong>a velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte praticamente cessa, o que ocorre geralmente<strong>de</strong> <strong>do</strong>is a três dias após a chuva ou irrigação, em solos permeáveis <strong>de</strong> estrutura etextura uniformes”. Recentemente, com o <strong>de</strong>senvolvimento das teorias <strong>do</strong> movimentoda água <strong>do</strong> solo e com as técnicas experimentais mais precisas, esse conceito tem si<strong>do</strong>consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> arbitrário e não uma proprieda<strong>de</strong> intrínseca <strong>do</strong> solo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> mo<strong>do</strong><strong>de</strong> sua <strong>de</strong>terminação (REICHARDT, 1985).A <strong>de</strong>finição prática <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (teor <strong>de</strong> água da camadainicialmente ume<strong>de</strong>cida alguns dias após a infiltração, não haven<strong>do</strong> extrações porevapotranspiração) não leva em conta fatores como a umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo antes da3


infiltração, profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> molhamento, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água aplicada, heterogeneida<strong>de</strong><strong>do</strong> perfil, entre outros, que po<strong>de</strong>m intervir no processo <strong>de</strong> drenagem interna <strong>do</strong> perfil(REICHARDT, 1985). Apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, o conceito <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo éconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por muitos como um critério prático e útil para o limite superior <strong>de</strong> águaque um solo po<strong>de</strong> reter para uso vegetal. Nessas condições, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo<strong>de</strong>ve, necessariamente, ser <strong>de</strong>terminada no campo e o interessa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve estar ciente daslimitações <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s.Como a meto<strong>do</strong>logia padrão para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo é insitu (OLIVEIRA e MELO, 1971), além <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandar exaustivos trabalhos <strong>de</strong> campo erequerer a aplicação <strong>de</strong> um volume apreciável <strong>de</strong> água, o que dificulta sua operação,também requer que os testes <strong>de</strong> campo sejam repeti<strong>do</strong>s para outros locais <strong>do</strong> mesmosolo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à questão da variabilida<strong>de</strong> espacial das proprieda<strong>de</strong>s pe<strong>do</strong>lógicas. Talvariabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> levar a eleva<strong>do</strong>s erros se o número <strong>de</strong> repetições não for suficientenas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> características e proprieda<strong>de</strong>s pe<strong>do</strong>lógicas. To<strong>do</strong>s esses fatores,são usa<strong>do</strong>s para justificar a pouca freqüência com que os testes <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campoin situ são realiza<strong>do</strong>s.Devi<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os inconvenientes que a medição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situapresenta, diversos procedimentos alternativos têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s em laboratório,visan<strong>do</strong> obter resulta<strong>do</strong>s que se aproximem <strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em condições <strong>de</strong> campo. Poroutro la<strong>do</strong>, as <strong>de</strong>terminações em laboratório, por envolverem fluxos em pequenasamostras in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> solo, não representam integralmente o processo <strong>de</strong> drenageminterna <strong>do</strong> perfil, que é o que <strong>de</strong>termina a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, fazen<strong>do</strong> com queinexista um méto<strong>do</strong> padrão, bem sucedi<strong>do</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação laboratorial.O presente estu<strong>do</strong> é basea<strong>do</strong> em testes <strong>de</strong> infiltração e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campoin situ, realiza<strong>do</strong>s em treze solos no município <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá – RJ, visan<strong>do</strong>complementar as ações <strong>do</strong> Projeto “Planejamento Participativo da Sub-bacia <strong>do</strong> Rio SãoDomingos”, RJ (GEPARMBH, 2003), que <strong>de</strong>senvolve ações integradas e participativascom a comunida<strong>de</strong> local em nível <strong>de</strong> microbacia hidrográfica, introduzin<strong>do</strong> técnicas4


conservacionistas e conscientizan<strong>do</strong>-a <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>as ina<strong>de</strong>quadas técnicas <strong>de</strong> manejo e conservação <strong>do</strong> solo e água usadas na região.Nesse contexto, este trabalho tem <strong>do</strong>is objetivos: o primeiro é fazer uma análise<strong>do</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> <strong>de</strong> sete equações <strong>de</strong> infiltração, a saber, Philip, Kostiakov, Kostiakov-Lewis, Horton, Soil Conservation Service – SCS, Polinomial e Green-Ampt. O segun<strong>do</strong>objetivo é comparar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ com as umida<strong>de</strong>s obtidas emlaboratório nas tensões <strong>de</strong> 0,006 MPa e 0,033 MPa, bem como com os da<strong>do</strong>s da função(pe<strong>do</strong>função) linear a partir da umida<strong>de</strong> na tensão <strong>de</strong> 0,006 MPa e, também, com osda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo obti<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração, usan<strong>do</strong>meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>senvolvida neste trabalho. Essa última análise comparativa justifica-sepelo fato <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> infiltração ser muito mais corriqueiro e operacional que os testes insitu da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.A estrutura <strong>do</strong> trabalho está apresentada na seqüência:No Capítulo II, Fundamentação Teórica, é feita uma revisão quanto aosprincípios físicos <strong>do</strong> escoamento da água através <strong>do</strong> solo, sen<strong>do</strong> abordadas algumasproprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo e as equações utilizadas para <strong>de</strong>screver o fenômeno <strong>de</strong> infiltraçãoem meios satura<strong>do</strong>s e não satura<strong>do</strong>s.No Capítulo III, é mostrada uma revisão bibliográfica sobre infiltração,incluin<strong>do</strong> as equações que serão utilizadas para análise <strong>do</strong> processo. São feitas, também,algumas consi<strong>de</strong>rações sobre água disponível, dan<strong>do</strong>-se ênfase à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.Por último, neste capítulo, será abordada a questão da variabilida<strong>de</strong> espacial dasproprieda<strong>de</strong>s hídricas <strong>do</strong> solo, em particular, <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> infiltração.No Capítulo IV, faz-se uma caracterização geral da região escolhida, a baciahidrográfica <strong>do</strong> rio São Domingos, afluente <strong>do</strong> rio Muriaé. Nessa bacia localiza-se omunicípio <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá (RJ) e as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Maria e Cambiocó, on<strong>de</strong>foram realizadas quatro campanhas <strong>de</strong> campo entre os meses <strong>de</strong> abril e novembro <strong>de</strong>2004. Apresenta-se também a meto<strong>do</strong>logia para os testes <strong>de</strong> infiltração e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> campo in situ. Serão aborda<strong>do</strong>s, também, o tratamento e os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análise das5


amostras <strong>de</strong> solos e as análises estatísticas feitas para se avaliar o <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> dasequações <strong>de</strong> infiltração, bem como a comparação <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> medição dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.No Capítulo V, são apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s da aplicação da meto<strong>do</strong>logia aostestes <strong>de</strong> infiltração e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, e feitas a análise e discussão <strong>do</strong> trabalho.No Capítulo VI, serão feitas as consi<strong>de</strong>rações finais <strong>de</strong>ste trabalho, sen<strong>do</strong>sugeridas algumas proposições para estu<strong>do</strong>s futuros.O presente trabalho inclui também apêndices on<strong>de</strong> estão apresenta<strong>do</strong>s a<strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> solo estuda<strong>do</strong>s, o mapa <strong>de</strong> solos da região, os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong>infiltração, os valores <strong>do</strong>s parâmetros das sete equações <strong>de</strong> infiltração, os da<strong>do</strong>sutiliza<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s 1 e 2 <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comparação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, aslâminas <strong>de</strong> água infiltradas nos infiltrômetros <strong>de</strong> duplo anel, e o mapa <strong>de</strong> solos daregião.6


2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICAO solo e a água são <strong>do</strong>is recursos fundamentais da agricultura. Para um bom<strong>de</strong>senvolvimento das culturas é necessário que um solo possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>química 1 seja capaz <strong>de</strong> manter uma quantida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ar e água, bem como a<strong>de</strong>quadasproprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>do</strong> solo e regime térmico. Assim, é cada vez mais importanteque se aprofun<strong>de</strong>m e disseminem os conhecimentos relativos às proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo esuas interações com a água, planta e atmosfera.Neste capítulo, serão apresentadas algumas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo, bem como asequações que <strong>de</strong>screvem o escoamento em meios satura<strong>do</strong>s e não satura<strong>do</strong>s.2.1 - Distribuição da Água no TerrenoA expressão águas sub-superficiais é geralmente empregada para <strong>de</strong>signar a águaexistente na porção subterrânea da terra (BEAR, 1979; CLEARY, 1989). Na Figura 2.1,po<strong>de</strong>-se observar sua distribuição num perfil homogêneo <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica.1Po<strong>de</strong>-se dizer que um solo é possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> química quan<strong>do</strong> ele contém quantida<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas das váriassubstâncias necessárias à nutrição das plantas. Tal fertilida<strong>de</strong>, embora essencial, por si só não assegura o sucesso <strong>do</strong>scultivos ou o crescimento ótimo das raízes das plantas nele cultivadas (HILLEL,1980).7


Figura 2.1 – Ocorrência <strong>de</strong> água sub-superficial(Fonte: LINSLEY et al., 1982)Essencialmente, a água existente abaixo da superfície po<strong>de</strong> ser encontrada nazona saturada, on<strong>de</strong> os vazios <strong>do</strong> solo estão totalmente preenchi<strong>do</strong>s por água, ou na zonanão saturada 2 , ou zona <strong>de</strong> aeração, on<strong>de</strong> os vazios contêm água e/ou ar.A zona não saturada é subdividida em outras três regiões distintas quanto àocorrência <strong>de</strong> água. A primeira, e mais superficial, é a zona das raízes, sujeita a gran<strong>de</strong>salterações em seu conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água em função <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> infiltração,transpiração vegetal e evaporação. Sua extensão é <strong>de</strong>terminada pela máximaprofundida<strong>de</strong> da qual a água ainda po<strong>de</strong> retornar à superfície através das raízes ou porefeito <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong>. Por simplicida<strong>de</strong>, a espessura <strong>de</strong>ssa região é admitida comosen<strong>do</strong> igual ao comprimento médio das raízes, hipótese também utilizada por alguns2Procura-se evitar a expressão zona não saturada, substituin<strong>do</strong>-a por zona <strong>de</strong> aeração ou zona va<strong>do</strong>sa, já que épossível a ocorrência <strong>de</strong> camadas impermeáveis ou semipermeáveis, em seu interior, fazen<strong>do</strong> surgir regiões saturadas<strong>de</strong>ntro da zona não saturada.8


mo<strong>de</strong>los hidrológicos (CANEDO, 1974; CORREIA, 1984), po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> variar <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>20 centímetros (vegetação rasteira) até 10 metros (florestas).A segunda região da zona não saturada, a zona intermediária, surge on<strong>de</strong> olençol freático é profun<strong>do</strong> e separa a zona das raízes da franja capilar. Ela écaracterizada por uma menor variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, geralmente seencontran<strong>do</strong> com teores próximos à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo. Ainda que, às vezes, possanão existir, a zona intermediária po<strong>de</strong> alcançar profundida<strong>de</strong>s superiores a 300 metros,em regiões áridas.A terceira região da zona não saturada, a franja capilar, situa-se imediatamenteacima <strong>do</strong> lençol freático, on<strong>de</strong> a pressão absoluta é inferior à atmosférica. A elevação dafranja capilar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da estrutura e da granulometria <strong>do</strong> material que constitui o solo:quanto mais fino o solo, maior o efeito capilar e, conseqüentemente, maior a alturaatingida. De um mo<strong>do</strong> geral, a ascensão capilar é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> centímetros em areias,chegan<strong>do</strong> a alguns metros em solos argilosos (BEAR, 1979).Separan<strong>do</strong> a zona não saturada da zona saturada, o lençol freático, ou superfíciefreática, constitui-se em uma superfície irregular, saturada e livre 3 . De mo<strong>do</strong> maispreciso, é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como o local <strong>do</strong>s pontos on<strong>de</strong> a pressão absoluta é igual àatmosférica, isto é, a pressão relativa é igual a zero (BEAR, 1979; CLEARY, 1989).A zona saturada inicia-se imediatamente abaixo <strong>do</strong> lençol freático.Diferentemente da franja capilar, a pressão absoluta nessa faixa é igual ou superior àatmosférica. DAVIS e DE WIEST (1966) preferem chamá-la <strong>de</strong> zona freática,<strong>de</strong>finin<strong>do</strong>-a como a região on<strong>de</strong> a água po<strong>de</strong> ser captada através <strong>de</strong> poços. A Figura 2.2mostra como a água po<strong>de</strong> ocorrer no subsolo no caso <strong>de</strong> um aqüífero freático.3O lençol freático é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma superfície livre por permanecer em contato direto com a atmosfera através <strong>do</strong>svazios <strong>do</strong> material permeável acima <strong>de</strong>le (CLEARY, 1989).9


Figura 2.2 – Aqüífero freático(Fonte: VILLELA e MATTOS, 1975)É na zona saturada que surgem os aqüíferos, formações geológicas que contêmágua, e esta po<strong>de</strong> mover-se em quantida<strong>de</strong>s suficientes para permitir o aproveitamentoeconômico (LINSLEY, 1958). Em função da presença ou não <strong>de</strong> uma superfíciefreática, os aqüíferos po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s como não confina<strong>do</strong>s ou confina<strong>do</strong>s. Umaqüífero não confina<strong>do</strong>, também chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> freático ou livre, é aquele que está emcontato com o ar atmosférico e cujo limite superior, portanto, é uma superfície freática.O nível <strong>de</strong> água em um poço que penetre um aqüífero livre é igual à posição dasuperfície freática naquele ponto.Por sua vez, os aqüíferos confina<strong>do</strong>s, ou artesianos 4 (Figura 2.3), são limita<strong>do</strong>spor camadas <strong>de</strong> material impermeável. Quan<strong>do</strong> um poço perfura a camada confinante<strong>do</strong> aqüífero, o nível da água eleva-se até a superfície piezométrica, superfície imagináriaon<strong>de</strong> a pressão iguala-se à atmosférica, situada acima <strong>do</strong> limite físico superior <strong>do</strong>aqüífero 5 . Os chama<strong>do</strong>s poços artesianos surgentes ou jorrantes ocorrem quan<strong>do</strong> a4Em muitos textos, o termo artesiano é usa<strong>do</strong> apenas para <strong>de</strong>screver poços surgentes (BEAR, 1979).5Utiliza-se a expressão superfície potenciométrica <strong>de</strong> um aqüífero (CLEARY, 1989) para se referenciar ao local <strong>do</strong>spontos on<strong>de</strong> a pressão se iguala à atmosférica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser verificada através <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> água <strong>de</strong> poços penetrantesno aqüífero. Em aqüíferos livres, a superfície potenciométrica é o próprio lençol freático.10


superfície piezométrica está acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> solo, fluin<strong>do</strong> naturalmente, semnecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bombeamento.Figura 2.3 – Aqüífero artesiano(Fonte: VILLELA e MATTOS, 1975)2.2 - O SoloO conceito <strong>de</strong> solo varia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a sua utilização: para o agrônomo, solo éo meio necessário para o <strong>de</strong>senvolvimento da planta; para o engenheiro, é o materialque serve <strong>de</strong> base ou fundação para obras civis; para o geólogo, é o produto <strong>de</strong> alteraçãodas rochas da superfície; e para o hidrólogo, o solo é o meio poroso que abriga a águasubterrânea e a água para uso vegetal.O solo consiste na camada mais externa da crosta terrestre e está sujeito à ação<strong>do</strong> clima, da fauna, da flora e da espécie humana. O solo é um sistema disperso, trifásicoe heterogêneo (HILLEL, 1970), portanto, um sistema complexo, constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong>minerais, matéria orgânica, líqui<strong>do</strong>s e gases, os quais interagem permanentemente,causan<strong>do</strong> alterações em suas proprieda<strong>de</strong>s, e conseqüentemente, nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>solo.11


A disposição e o arranjo ou a organização das partículas sólidas <strong>do</strong> solo<strong>de</strong>terminam as características <strong>do</strong>s vazios ou poros, interliga<strong>do</strong>s por capilares, nos quaisa água e o ar serão armazena<strong>do</strong>s e movimenta<strong>do</strong>s. A Figura 2.4 mostra essa estruturageometricamente in<strong>de</strong>finida e permeável, <strong>de</strong>nominada matriz porosa <strong>do</strong> solo.Figura 2.4 – Matriz porosa <strong>do</strong> solo(Fonte: CANEDO, 1989)2.2.1 - Textura <strong>do</strong> SoloA textura refere-se à distribuição das partículas <strong>do</strong> solo quanto ao seu tamanho,envolven<strong>do</strong> conotações quantitativas e qualitativas. As proporções <strong>de</strong> partículasgrosseiras, médias e finas, que são <strong>de</strong>nominadas respectivamente, <strong>de</strong> areia, silte e argila,<strong>de</strong>terminam combinações que serão utilizadas para classificar o solo segun<strong>do</strong> a suatextura ou granulometria. Na Figura 2.5 são mostradas a nomenclatura e as faixasgranulométricas, segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>is critérios comumente aceitos na literatura. No Brasil, éa<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o critério <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Agricultura <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.Para a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> tamanho das partículas existentes em um da<strong>do</strong> solo,proce<strong>de</strong>-se a análise granulométrica ou textural, que é realizada por peneiramentossucessivos até que restem apenas partículas iguais ou menores ao diâmetro <strong>de</strong> 0,05 mmou 0,02 mm. Para separar partículas <strong>de</strong> diâmetro menor (silte e argila), utiliza-se,geralmente, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> sedimentação em água. A <strong>de</strong>terminação tradicional da textura12


<strong>do</strong> solo fornece uma indicação da fração <strong>de</strong> argila presente no solo, mas nada revelaquanto às suas características químicas.Classificação da Socieda<strong>de</strong> Internacional <strong>de</strong> Ciência <strong>do</strong> Solo2,0 0,20,02 0,002GrossaFinaCascalhoSilte ArgilaAreiammAreiaCascalhoMuitogrossaGrossa Média FinaMuitoFinaSilteArgila2,0 1,0 0,5 0,25 0,1 0,050,002mmClassificação <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Agricultura <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>sFigura 2.5 – Classificação textural <strong>do</strong> solo em frações <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o tamanho daspartículas.(Fonte: HILLEL, 1970)2.2.2 - Estrutura <strong>do</strong> SoloA estrutura <strong>do</strong> solo é, em geral, <strong>de</strong>finida como o arranjo relativo, a organizaçãoou a orientação das partículas no solo. Não existe meio <strong>de</strong> avaliar a estrutura <strong>do</strong> solo porprocesso direto único, pois a distribuição das partículas <strong>de</strong>ntro da matriz porosa é por<strong>de</strong>mais complexa para possibilitar qualquer caracterização geométrica simples(HILLEL, 1970; KLAR, 1984; REICHARDT, 1985).Dessa forma, o conceito <strong>de</strong> estrutura é bastante qualitativo e <strong>de</strong>scritivo. Fala-se,portanto, em solo bem estrutura<strong>do</strong> e solo mal estrutura<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong> boaestrutura aquele que é constituí<strong>do</strong> por vários agrega<strong>do</strong>s, geralmente <strong>de</strong> forma granular eque se esboroa com extrema facilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> úmi<strong>do</strong>. Solo sem estrutura é geralmente,13


massivo, pesa<strong>do</strong> para ser trabalha<strong>do</strong>, com problemas <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> raízes(REICHARDT, 1990).A estrutura <strong>do</strong>s solos po<strong>de</strong> agrupar-se em três tipos principais: grãos simples –partículas completamente <strong>de</strong>sunidas umas das outras; maciça ou massiva – as partículassão unidas entre si, forman<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s blocos, sen<strong>do</strong> comuns aos subsolos pesa<strong>do</strong>s,encontra<strong>do</strong>s em regiões úmidas e on<strong>de</strong> a água se move muito lentamente; agregada – éum tipo intermediário entre os <strong>do</strong>is anteriores e, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> várias formase tamanhos, as partículas são unidas <strong>de</strong> forma mais ou menos estável entre si. Algunsautores <strong>de</strong>screvem esse tipo <strong>de</strong> estrutura subdividin<strong>do</strong>-a <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a forma cúbica,granular, laminar ou prismática <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s, ou ainda, <strong>de</strong> forma quantitativa, atravésda medição <strong>do</strong>s tamanhos <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s. Há outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> separação e<strong>de</strong>terminação, em que se usa a distribuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s poros, mas nenhum é aceitouniversalmente.A estrutura é altamente dinâmica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> variar muito no tempo, em resposta amudanças nas condições naturais ou nas práticas <strong>de</strong> manejo <strong>do</strong> solo. Tem importância<strong>de</strong>cisiva na <strong>de</strong>terminação da produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, uma vez que ela po<strong>de</strong> afetaracentuadamente os regimes da água, <strong>do</strong> ar e <strong>do</strong> calor, no campo. A estrutura exerceinfluência, também, sobre as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>do</strong> solo, que, por sua vez, afetam agerminação e o <strong>de</strong>senvolvimento das raízes <strong>do</strong>s vegetais, além da eficiência <strong>do</strong>strabalhos <strong>de</strong> campo, tais como a aradura, a semeadura, a irrigação, a drenagem, entreoutros.2.3 - Índices Característicos <strong>de</strong> um SoloAs três fases normais da matéria estão presentes em um solo: a fase sólida,constituída pelas partículas <strong>de</strong> solo; a fase líquida, constituída pela água ou pela solução<strong>do</strong> solo; e a fase gasosa, constituída pelo ar conti<strong>do</strong> no solo. Diversas relações sãoempregadas para expressar as proporções entre elas. A Figura 2.6 apresentaesquematicamente o diagrama da constituição <strong>de</strong> um solo, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir as relaçõesentre massa e volume das três fases <strong>do</strong> solo.14


V wV tV vV aARÁGUAm a ≅ 0m wm tV sSÓLIDOSm sFigura 2.6 – O solo como um sistema trifásico(Fonte: HILLEL, 1971)No diagrama, as três fases estão separadas proporcionalmente aos volumes queocupam, facilitan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminação das relações entre elas. Os volumes (V) <strong>de</strong> cadafase estão representa<strong>do</strong>s à esquerda e as massas (m) à direita. A quantida<strong>de</strong> V t é ovolume total <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> solo; V v é o volume <strong>de</strong> vazios, volume igual aoocupa<strong>do</strong> pelos poros <strong>do</strong> solo, isto é, a soma <strong>do</strong>s volumes ocupa<strong>do</strong>s pelo ar e pela água;V a é o volume <strong>de</strong> ar conti<strong>do</strong> numa amostra <strong>de</strong> solo; V w é o volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong> umaamostra <strong>de</strong> solo; e, V s é o volume <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> solo. Da mesma forma,m t é a massa total <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> solo; m a é a massa <strong>de</strong> ar em uma amostra <strong>de</strong> solo;m w é a massa <strong>de</strong> água em uma amostra <strong>de</strong> solo; e, m s é a massa <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s em umaamostra <strong>de</strong> solo.Em princípio, as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água e <strong>do</strong> ar po<strong>de</strong>m variar. A evaporação po<strong>de</strong>fazer diminuir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, substituin<strong>do</strong>-a por ar, e a compressão <strong>do</strong> solo po<strong>de</strong>provocar a saída <strong>de</strong> ar e <strong>de</strong> água, reduzin<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> vazios. O solo, no que se refereàs partículas que o constituem, permanece o mesmo, mas o seu esta<strong>do</strong> se altera. Asdiversas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> em que se encontra.Com base no diagrama, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir os termos emprega<strong>do</strong>s usualmente paraexpressar as inter-relações quantitativas <strong>do</strong>s três constituintes primários <strong>do</strong> solo. Nos15


itens subseqüentes, serão apresenta<strong>do</strong>s os índices utiliza<strong>do</strong>s ao longo <strong>de</strong>ste trabalhorelaciona<strong>do</strong>s com o estu<strong>do</strong> da água nos solos, pois esses <strong>de</strong>sempenham um importantepapel no estu<strong>do</strong> das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s solos, uma vez que estas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s seusconstituintes e das proporções relativas entre eles, assim como da interação <strong>de</strong> uma fasecom as outras.2.3.1 - Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sóli<strong>do</strong>s (ρ s )mρs=Vss(2.1)Conhecida também como <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média das partículas sólidas, po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>finida como sen<strong>do</strong> a relação entre a massa <strong>do</strong> solo seco 6 e o volume das partículas ou<strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da estrutura e <strong>do</strong>s espaços porosos <strong>do</strong> soloocupa<strong>do</strong>s pela água e pelo ar, porém, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da composição da fração sólida <strong>do</strong> solo.O conhecimento <strong>de</strong>sse índice é importante para os cálculos <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sedimentação das partículas, da porosida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> um solo e <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong>solo (KLAR, 1984). Sua <strong>de</strong>terminação po<strong>de</strong> ser feita através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> picnômetrocom água (EMBRAPA, 1979).2.3.2 - Densida<strong>de</strong> Global ou Densida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Solo (ρ b )ρbm=Vts=Vsm+ Vsw+ Va(2.2)A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> global ou simplesmente <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, relaciona a massa <strong>de</strong>sóli<strong>do</strong>s e o volume total <strong>de</strong> uma amostra. É um da<strong>do</strong> indispensável para a análise <strong>de</strong>vários fatores físicos <strong>do</strong> solo. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo é afetada pela estrutura, grau <strong>de</strong>6O termo solo seco refere-se ao que sofreu secagem, até o ponto <strong>de</strong> equilíbrio, em uma estufa a 105-110°C. O soloseco ao ar livre contém, em geral, uma porção <strong>de</strong> água maior <strong>do</strong> que aquele que sofreu secagem na estufa, fenômenoesse que é atribuí<strong>do</strong> também, à higroscopicida<strong>de</strong>.16


compactação e pelas características <strong>de</strong> contração e expansão <strong>do</strong> solo que, por sua vez,são controladas pela umida<strong>de</strong> (KLAR, 1984; DIAS JUNIOR e MOZART, 1997).Quanto mais estrutura<strong>do</strong> e maior o teor <strong>de</strong> matéria orgânica <strong>do</strong> solo, menor será sua<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. Em solos expansivos (argilosos), a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> global varia com o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong>água.É reconhecida também como massa especifica global (REICHARDT, 1990). Emtextos <strong>de</strong> mecânica <strong>do</strong>s solos, é comum <strong>de</strong>signá-la como peso especifico aparente. A<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> global é menor que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s.A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada por meio da utilização <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>snão <strong>de</strong>strutivos, como a sonda <strong>de</strong> nêutrons, radiação gama e tomografiacomputa<strong>do</strong>rizada, ou por meio <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>strutivos tais como o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> anelvolumétrico (cilindro <strong>de</strong> Uhland) e o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> torrão parafina<strong>do</strong> (DIAS JUNIOR eMOZART, 1997).A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> global <strong>de</strong> um solo úmi<strong>do</strong> é <strong>de</strong>finida como a razão entre a massatotal (água e sóli<strong>do</strong>s) e o volume total. É <strong>de</strong> pouca aplicação prática servin<strong>do</strong> para aprogramação <strong>de</strong> ensaios ou para a análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> areia que possam vir a saturar(PINTO, 2000).2.3.3 - Índice <strong>de</strong> Vazios (ε) e Porosida<strong>de</strong> (η)Índice <strong>de</strong> vazios é a relação entre o volume <strong>de</strong> vazios e o volume das partículassólidas. Não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> diretamente, mas é calcula<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>s outrosíndices. Juntamente com o índice <strong>de</strong> vazios, a porosida<strong>de</strong>, porosida<strong>de</strong> total, volume total<strong>de</strong> poros ou espaço poroso (porção <strong>do</strong> volume <strong>do</strong> solo não ocupa<strong>do</strong> por sóli<strong>do</strong>s), é um<strong>do</strong>s índices que po<strong>de</strong> traduzir a capacida<strong>de</strong> máxima <strong>do</strong> solo <strong>de</strong> reter água. Esses <strong>do</strong>isparâmetros são expressos por:17


ε =Vw+ VVsaVv=V −Vtv(2.3)eη =VVvtVw+ Va=V + V + Vswa(2.4)resultan<strong>do</strong> em:εη = 1+ ε(2.5)A vantagem <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> vazios sobre a porosida<strong>de</strong> é que qualquer alteração novolume <strong>do</strong>s poros modifica apenas o numera<strong>do</strong>r, ao passo que uma alteração no volume<strong>de</strong> poros, expressa em termos <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>, modificará tanto o numera<strong>do</strong>r quanto o<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r da equação <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição. Assim, ε é preferi<strong>do</strong> na Mecânica <strong>do</strong>s Solos,enquanto que η é o índice usa<strong>do</strong> com mais freqüência na Física <strong>do</strong> Solo com aplicaçãona área agrícola.A relação entre porosida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> aparente po<strong>de</strong> ser escrita como:ηρ − ρs b= = 1ρsρb−ρs(2.6)As características <strong>do</strong> espaço poroso <strong>de</strong> um solo estão intimamente ligadas aosprocessos físicos-mecânicos e biológicos que ocorrem no solo. Os poros <strong>do</strong> solo, além<strong>de</strong> serem importantes por controlar o regime hídrico, também interferem nos regimes <strong>de</strong>ar, temperatura e nutrientes <strong>do</strong>s terrenos (KLAR, 1984).O tamanho, a forma e as combinações <strong>do</strong>s poros variam consi<strong>de</strong>ravelmente. Elesresultam das forças <strong>de</strong> penetração das raízes, água e organismos, da expansão <strong>de</strong> gases,da expansão e contração da matriz porosa e raízes, da organização e da própriaporosida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s. Basicamente, referem-se aos vazios inter e intra-agrega<strong>do</strong>s.18


Do ponto <strong>de</strong> vista da drenagem, o valor da porosida<strong>de</strong> em si po<strong>de</strong> não ser muitorelevante. A distribuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s poros, entretanto, influi diretamente no fluxo<strong>de</strong> ar e água no solo. Regra geral, solos <strong>de</strong> textura mais grosseira apresentam baixovalor <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong> e são mais permeáveis por apresentarem altos valores <strong>de</strong>macroporosida<strong>de</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, solos com alto teor <strong>de</strong> argila e porosida<strong>de</strong> elevadapo<strong>de</strong>m ser pouco permeáveis se a porcentagem <strong>de</strong> macroporosida<strong>de</strong> for baixa. Quantomaior a microporosida<strong>de</strong>, geralmente maior é a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo em armazenar águapara uso vegetal. Assim, os solos <strong>de</strong> textura fina têm maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong>água disponível que os solos <strong>de</strong> textura mais grosseira.2.3.4 - Índices Relativos ao Conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> Água <strong>do</strong> SoloO conhecimento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água existente em um solo, ou umida<strong>de</strong>, éfundamental para as pesquisas <strong>de</strong> irrigação, erosão, hidrologia e drenagem. A umida<strong>de</strong>po<strong>de</strong> ser expressa <strong>de</strong> várias formas, normalmente sen<strong>do</strong> apresentada como a razão entrevolumes ou massas das três fases que constituem o solo. A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>índice em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros reflete, geralmente, as facilida<strong>de</strong>s e dificulda<strong>de</strong>s parasua obtenção. A seguir, estão relaciona<strong>do</strong>s alguns <strong>do</strong>s índices mais emprega<strong>do</strong>s.• Teor <strong>de</strong> Umida<strong>de</strong> em Relação à Massa (h)mh =mws(2.7)Geralmente expressa em porcentagem, esta é a massa <strong>de</strong> água em relação àmassa <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> solo, sen<strong>do</strong> geralmente conhecida como conteú<strong>do</strong> gravimétrico<strong>de</strong> água, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> a mais comumente empregada enquanto usa<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong>gravimétrico 7 para a <strong>de</strong>terminação da água <strong>do</strong> solo (HILLEL, 1970). Des<strong>de</strong> o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação direta da água <strong>do</strong> solo, em basesvolumétricas, os físicos passaram a dar preferência a outros índices.7O méto<strong>do</strong> gravimétrico consiste na pesagem das amostras <strong>de</strong> solo antes e <strong>de</strong>pois da secagem em estufa.19


• Teor <strong>de</strong> Umida<strong>de</strong> em Relação ao Volume (θ)θ =VVwt=VwVw+ Va+ Vs(2.8)Conheci<strong>do</strong> também como conteú<strong>do</strong> volumétrico <strong>de</strong> água, θ é avalia<strong>do</strong> com ovolume total <strong>do</strong> solo em vez <strong>de</strong> ter como base apenas no volume das partículas. Emsolos argilosos expansivos, o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água em volume, no ponto <strong>de</strong> saturação, po<strong>de</strong>exce<strong>de</strong>r a porosida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo seco, uma vez que os poros aumentam <strong>de</strong> volume quan<strong>do</strong>úmi<strong>do</strong>s. Em hidrologia, para expressar o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água, é mais conveniente oemprego <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> em relação ao volume <strong>do</strong> que o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> emrelação a massa, por mostrar-se mais diretamente adaptável ao cálculo <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> água aplicadas ao solo pela chuva ou através <strong>de</strong> irrigação, ou das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>leretiradas pela evapotranspiração ou pela drenagem (HILLEL, 1970).Alguns valores assumi<strong>do</strong>s pelo teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s. O teor <strong>de</strong>umida<strong>de</strong> à saturação total, θ t , é atingi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> V w for igual a V t . O teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> àsaturação natural, θ sat , é sempre menor que θ t , pois consi<strong>de</strong>ra a permanência <strong>de</strong> umacerta quantida<strong>de</strong> residual <strong>de</strong> ar. Já o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> residual, θ res , refere-se aquantida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> água no solo quan<strong>do</strong> seco ao ar.• Grau <strong>de</strong> Saturação (S) e Saturação Efetiva(S e )VS =VwvVw=V + Vwa(2.9)Esse índice expressa o volume <strong>de</strong> água em relação ao volume <strong>de</strong> poros. O grau<strong>de</strong> saturação varia <strong>de</strong> zero a um (100%), ou seja, <strong>de</strong> solo completamente seco, comto<strong>do</strong>s os poros ocupa<strong>do</strong>s por ar, à situação em que to<strong>do</strong>s os poros encontram-sepreenchi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> água (solo satura<strong>do</strong>).Especialmente ao se trabalhar com solos expansivos, utiliza-se o grau <strong>de</strong>saturação no lugar <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, pois esta é uma forma <strong>de</strong> se contornar problemas20


<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s à variação da porosida<strong>de</strong> (WARRICK, MULLEN e NIELSEN, 1977). Épossível calcular o grau <strong>de</strong> saturação a partir <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> atual e da porosida<strong>de</strong><strong>do</strong> solo, através da relação:θS =η(2.10)Conceitualmente equivalente ao teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> residual, expressa-se comosaturação residual (S res ):S =resθ resη(2.11)A umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo po<strong>de</strong> ser expressa ainda através da saturação efetiva (S e ),<strong>de</strong>terminada por:S eθ −θ=η −θresres(2.12)ouSeS − S= 1 − Sresres(2.13)• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo e Ponto <strong>de</strong> Murcha PermanenteCapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água retida pelo solo após a drenagemter ocorri<strong>do</strong> ou cessada em um solo previamente satura<strong>do</strong> por chuva ou irrigação(COUTO, 2002), sustada a evapotranspiração.Ponto <strong>de</strong> Murcha Permanente é o limite inferior da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água àsplantas (BOEDT e VERHEYE, 1985), ou seja, é o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> para o qual as raízesnão conseguem mais retirar água <strong>do</strong> solo.21


Definições mais precisas <strong>de</strong>sses conceitos serão apresentadas no item 2.4.3 e nopróximo capítulo.2.4 - O Esta<strong>do</strong> Energético da Água no SoloO esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> energia da água é, logo após a umida<strong>de</strong>, a característica maisimportante <strong>do</strong> solo, especialmente sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> escoamento. As duasprincipais formas <strong>de</strong> energia hidráulica são a cinética e a potencial. Uma vez que omovimento da água no solo é muito lento, sua energia cinética, que é proporcional aoquadra<strong>do</strong> da velocida<strong>de</strong> é, em geral, consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>sprezível. Assim, é suficiente ocálculo da energia potencial da água <strong>do</strong> solo na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> seu esta<strong>do</strong> e <strong>de</strong> seumovimento em cada ponto no solo.A energia potencial da água <strong>do</strong> solo varia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> amplos limites, sen<strong>do</strong> asdiferenças <strong>de</strong> energia potencial entre <strong>do</strong>is pontos o fator <strong>de</strong>terminante da tendência daágua fluir <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> solo. Na natureza, a tendência <strong>do</strong>s corpos é <strong>de</strong> se <strong>de</strong>slocar <strong>de</strong> umponto <strong>de</strong> energia potencial alta para um ponto <strong>de</strong> baixa energia potencial. A água <strong>do</strong>solo segue essa tendência, procuran<strong>do</strong> atingir um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> equilíbrio em relação aomeio. Portanto, não é a quantida<strong>de</strong> absoluta <strong>de</strong> energia potencial existente na água que éimportante em si, mas sim o gradiente <strong>de</strong> energia que está presente nas diferentesregiões <strong>do</strong> solo.A energia potencial <strong>de</strong> um corpo é <strong>de</strong>vida a sua posição em vários campos <strong>de</strong>força, não só o gravitacional. Tratam-se <strong>de</strong> campos <strong>de</strong> força os responsáveis pelosfenômenos da tensão superficial, capilarida<strong>de</strong> e adsorção (REICHARDT, 1990). Essesfenômenos são o resulta<strong>do</strong> da interação da matriz <strong>do</strong> solo com a água, da presença <strong>de</strong>solutos, entre outros.22


O conceito <strong>de</strong> potencial total da água <strong>do</strong> solo Φ expressa a energia potencial daágua <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> ponto em relação a um esta<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência 8 , po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como a soma <strong>de</strong> contribuições <strong>de</strong>vidas a diferentes efeitos:Φ = φg+ φ + φpm+ φ + ...o(2.14)em que Φ é o potencial total, φ g é o potencial gravitacional, φ p é o potencial <strong>de</strong> pressão,φ m é o potencial matricial e φ o é o potencial osmótico. As reticências indicam apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se incluir outros efeitos 9 no cálculo <strong>do</strong> potencial total, ainda que, namaioria das vezes, sejam irrelevantes.Nem to<strong>do</strong>s os diferentes potenciais indica<strong>do</strong>s acima atuam <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>.Seus gradientes po<strong>de</strong>m nem sempre se mostrar igualmente efetivos no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>provocar o fluxo <strong>de</strong> água.A energia é uma gran<strong>de</strong>za extensiva 10 , isto é, proporcional à extensão <strong>do</strong> sistemaao qual está associada. Por esta razão, representa-se o potencial total da água, bem comosuas componentes, por meio <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa, volume oupeso. A energia por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume, dimensionalmente, equivale a uma pressão, e asunida<strong>de</strong>s mais empregadas são atmosfera, bária e pascal. A energia por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesopo<strong>de</strong> ser expressa na forma <strong>de</strong> pressão, em termos <strong>de</strong> altura da coluna <strong>de</strong> águaequivalente, isto é, sua carga hidráulica.Em textos <strong>de</strong> hidrologia (LINSLEY, KOHLER e PAULHUS, 1982; SOUZAPINTO et al., 1976), Águas Subterrâneas (BEAR, 1979) e Mecânica <strong>do</strong>s Solos(CAPPUTO, 1967), é comum <strong>de</strong>parar-se com referências às categorias assumidas pelaágua: água gravitacional, capilar ou higroscópica. Para os físicos <strong>de</strong> solos, no entanto, autilização <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> potencial total da água elimina esse tipo <strong>de</strong> classificação8O esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência usa<strong>do</strong> geralmente, é o <strong>de</strong> um reservatório hipotético <strong>de</strong> água pura e livre, à pressãoatmosférica, à mesma temperatura da água <strong>do</strong> solo (ou qualquer outra temperatura especificada) e a uma constanteelevação (HILLEL, 1970).9Como exemplo <strong>de</strong> outros efeitos potenciais, po<strong>de</strong>-se citar o potencial térmico e o potencial elétrico.10São exemplos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas extensivas a massa, o volume e o peso <strong>de</strong> um corpo. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, pressão e atemperatura, são gran<strong>de</strong>zas intensivas, ou seja, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da extensão <strong>do</strong> sistema.23


arbitrária e ina<strong>de</strong>quada quanto aos fenômenos ocorri<strong>do</strong>s no solo. Segun<strong>do</strong> HILLEL(1971) e REICHARDT (1985), com exceção das alterações <strong>de</strong> fase, a água é a mesmaem qualquer posição e tempo <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> solo, não se distinguin<strong>do</strong> por sua forma, massim por seu esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> energia, ou seja, por seu potencial.2.4.1 - Potencial GravitacionalO potencial gravitacional da água em um ponto <strong>do</strong> solo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da posiçãoocupada por ele em relação ao campo gravitacional, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> umplano <strong>de</strong> referência arbitrário. É comum tomar-se como referência <strong>de</strong> posição asuperfície <strong>do</strong> solo. Assim, o potencial gravitacional <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos localiza<strong>do</strong>s aonível <strong>do</strong> solo será igual a zero. Os pontos acima da superfície terão potencial positivo,enquanto os abaixo terão potencial negativo. Portanto, o potencial gravitacionalin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições químicas e da pressão da água <strong>do</strong> solo, ou ainda da suaquantida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ele, somente da elevação relativa.Embora esteja sempre presente, a importância <strong>do</strong> potencial gravitacional na<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> potencial total da água será relativa, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da magnitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<strong>de</strong>mais componentes. De mo<strong>do</strong> geral, po<strong>de</strong>-se afirmar que o potencial gravitacionalassume máxima importância em solos satura<strong>do</strong>s e próximos da saturação. Para solosnão satura<strong>do</strong>s, a componente mais importante será a matricial, vista no item 2.4.3.A energia gravitacional <strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong> água m w , <strong>de</strong> volume V w , a umaprofundida<strong>de</strong> z abaixo da superfície será:E= −m. g.z = −ρ. V . g zg ww w.(2.15)Expressan<strong>do</strong>-se o potencial gravitacional em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>volume (equivalente a uma pressão), tem-se:24


Egφg= = −ρw.g.zVw(2.16)Da mesma forma, expressan<strong>do</strong>-se em termos da carga hidráulica:φgEg=ρ . V . gww= −z(2.17)sen<strong>do</strong> a última forma a mais utilizada para representar o potencial gravitacional.2.4.2 - Potencial <strong>de</strong> PressãoEsta componente é consi<strong>de</strong>rada apenas quan<strong>do</strong> a pressão que atua sobre a água<strong>do</strong> solo é superior à atmosférica, isto é, para pressões manométricas positivas, o queocorre on<strong>de</strong> existe saturação <strong>de</strong> água. A existência <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> solo satura<strong>do</strong> <strong>de</strong>altura H sobre um da<strong>do</strong> ponto, provoca o surgimento <strong>de</strong> uma pressão hidrostática.Ten<strong>do</strong> como referencial a pressão atmosférica, a pressão atuante será:p = ρw. g.H(2.18)A energia potencial <strong>de</strong> um volume <strong>de</strong> água V w <strong>do</strong> solo será:E = p.pV w(2.19)Expressan<strong>do</strong> o potencial por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume tem-se:pVφ = .Vwp=wp(2.20)que vem a ser a própria pressão. Representan<strong>do</strong>-o na forma <strong>de</strong> carga hidráulica:25


pφ = ρ.gp=H(2.21)2.4.3 - Potencial MatricialO potencial matricial 11 da água no solo é resultante <strong>do</strong> efeito combina<strong>do</strong> dasforças capilares e <strong>de</strong> adsorção (HILLEL, 1971; REICHARDT, 1985), que, surgidas<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ação entre a água e as partículas sólidas, atraem e fixam a água no solo,diminuin<strong>do</strong> sua energia potencial em relação à chamada água livre.Além <strong>do</strong> fenômeno <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong>, o solo manifesta também o fenômeno <strong>de</strong>adsorção. A água nos meniscos capilares encontra-se em equilíbrio com a água <strong>do</strong>sfilmes <strong>de</strong> adsorção e a modificação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les implica a modificação <strong>do</strong>outro (Figura 2.7).Figura 2.7 – Fenômenos <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> adsorção(Fonte: HILLEL, 1971)É importante salientar que, embora em hidrologia o termo mais usa<strong>do</strong> sejapotencial capilar (BEAR, 1979; CHOW, MAIDMENT e MAYS, 1988; CANEDO,11O potencial matricial também é conheci<strong>do</strong> como tensão <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, potencial capilar, pressão capilar, tensão ousucção capilar, entre outros.26


1989), os físicos <strong>de</strong> solos (HILLEL, 1971; REICHARDT, 1985), julgam-noina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, preferin<strong>do</strong> empregar potencial matricial, uma referência ao efeitoresultante das interações água-matriz sólida.A textura, a estrutura e o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo são fundamentais na<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> potencial matricial. Para um solo satura<strong>do</strong>, fora da franja capilar, nãoexistem meniscos e a adsorção também é nula, sen<strong>do</strong> nula, nessas condições, acomponente matricial. Com a saída <strong>de</strong> água, o solo vai se tornan<strong>do</strong> não satura<strong>do</strong> e o arrepõe a água inicialmente nos poros maiores. Aparecem meniscos e a capilarida<strong>de</strong>começa a atuar. Como conseqüência, a componente matricial torna-se cada vez maisnegativa. Para valores baixos <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, a água apresenta-se, principalmente, na forma<strong>de</strong> filmes, cobrin<strong>do</strong> as partículas <strong>de</strong> solo e o fenômeno <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> terimportância.Devi<strong>do</strong> à complexida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>screvê-lo matematicamente, o potencial matricialé <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma experimental através <strong>de</strong> diversos equipamentos, sen<strong>do</strong> osprincipais os tensiômetros, os funis <strong>de</strong> placa porosa e a câmara <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> Richards.Os <strong>do</strong>is últimos equipamentos baseiam-se na aplicação <strong>de</strong> uma tensão ao solo, a fim <strong>de</strong>retirar da amostra <strong>de</strong> solo um volume <strong>de</strong> água. Para cada valor <strong>de</strong> potencial matricial φ m ,no equilíbrio, existe um valor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no solo. Varian<strong>do</strong>-se a pressão ou a tensão emedin<strong>do</strong>-se os correspon<strong>de</strong>ntes valores <strong>de</strong> potencial, torna-se fácil construir uma curva<strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.A avaliação a partir da curva <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água (ou curva característica <strong>de</strong>água) permite uma estimativa da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>do</strong>s solos às plantas. A análiseda curva característica <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, revela com maior ou menor niti<strong>de</strong>z uma região naqual o potencial <strong>de</strong> matriz permanece mais ou menos constante, mesmo que hajavariação na umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo. É nessa região da curva característica que se encontra oseu ponto <strong>de</strong> inflexão. O ponto <strong>de</strong> inflexão divi<strong>de</strong> a curva em <strong>do</strong>is ramos, que diferemquanto à relação entre potencial matricial e teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> (FERREIRA e MARCOS,1983).27


Como a curva é uma característica <strong>do</strong> solo, ela é <strong>de</strong>terminada uma única vezapenas e, sempre que se precisar <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> potencial matricial <strong>de</strong>termina-se a umida<strong>de</strong><strong>do</strong> solo e, através da curva, estima-se o valor <strong>de</strong> φ m . É, porém importante lembrar daslimitações da curva <strong>de</strong> retenção. Ela varia bastante com pequenas variações <strong>de</strong> textura,variações <strong>de</strong> compactação, estrutura, entre outros fatores. Por isso, ela <strong>de</strong>ve ser<strong>de</strong>terminada em laboratório, a partir <strong>de</strong> amostras in<strong>de</strong>formadas <strong>de</strong> solo. Variações <strong>de</strong><strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo e <strong>de</strong> textura <strong>de</strong> um horizonte para outro, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mesmo perfil <strong>de</strong>solo, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> curvas distintas <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> águapara cada horizonte. Po<strong>de</strong> também ser levantada em ensaios <strong>de</strong> campo através <strong>do</strong>stensiômetros, porém esse levantamento não cobrirá valores altos <strong>de</strong> tensões, nemvalores próximos à saturação (φ m ≅0). A Figura 2.8 mostra curvas <strong>de</strong> retençãoesquemáticas para solos <strong>de</strong> textura bem distinta e solos compacta<strong>do</strong>s.Figura 2.8 – Curvas <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água no solo(Fonte: REICHARDT, 1990)A retenção <strong>de</strong> água apresenta ainda o fenômeno <strong>de</strong> histerese (Figura 2.9), isto é,a curva não é unívoca, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da história <strong>do</strong> molhamento ou secamento: para ummesmo teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, obter-se-á diferentes potenciais matriciais para o solo em28


processo <strong>de</strong> drenagem ou molhamento. O teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> é mais eleva<strong>do</strong> no secamento<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> o solo for submeti<strong>do</strong> ao ume<strong>de</strong>cimento, sob os mesmos valores <strong>de</strong>potencial. A própria ação física <strong>do</strong> ume<strong>de</strong>cimento e secamento sobre o solo provocaalterações em outras variáveis <strong>do</strong> solo, tornan<strong>do</strong> as superposições mais difíceis. Essefenômeno <strong>de</strong>u origem aos conceitos <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> água e pressão <strong>de</strong> entrada<strong>de</strong> ar, os quais serão vistos a seguir.Figura 2.9 – Histerese(Fonte: REICHARDT, 1985)Pressão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> água ψ w , é a pressão negativa para a qual o solo atinge seumáximo teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> durante o processo <strong>de</strong> molhamento, e pressão <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong> arψ a , é a pressão negativa para qual o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo exibe seu primeiro<strong>de</strong>créscimo, durante o processo <strong>de</strong> drenagem (BOUWER, 1966; 1969). Naturalmente,se não houvesse histerese, ψ w e ψ a seriam iguais. A relação entre as duas é admitidacomo sen<strong>do</strong> igual a:(2.22)29


ψaψw=2É importante assinalar que, diferentemente <strong>do</strong> que está sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> nestetexto, alguns físicos <strong>de</strong> solos preferem consi<strong>de</strong>rar as componentes <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>pressão e matricial como um único potencial, visto que são mutuamente exclusivas 12(HILLEL, 1971). Sen<strong>do</strong> assim, é possível consi<strong>de</strong>rar o perfil <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong>um único potencial <strong>de</strong> pressão (positivo ou negativo), varian<strong>do</strong> continuamente, acima eabaixo <strong>do</strong> lençol freático.Ten<strong>do</strong>-se a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> φ m , torna-se mais fácil a compreensão <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo e ponto <strong>de</strong> murcha. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo ocorre quan<strong>do</strong> ogradiente <strong>do</strong> potencial gravitacional é igual ao gradiente <strong>do</strong> potencial matricial. Nesseinstante, a água <strong>do</strong> solo fica em equilíbrio e a drenagem cessa. Qualquer retirada <strong>de</strong>água <strong>de</strong>sse perfil só é possível através <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> evapotranspiração. Verificou-seque, em muitas situações, o solo se encontra em capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, quan<strong>do</strong> φ m oscilaem torno <strong>de</strong> -1/3 atm (-33 KPa) e em ponto <strong>de</strong> murcha permanente, quan<strong>do</strong> φ m oscilaem torno <strong>de</strong> -15 atm (-1500 KPa).2.4.4 - Outros PotenciaisConforme menciona<strong>do</strong> anteriormente, o potencial total da água no solo não sereduz a soma <strong>do</strong>s potenciais gravitacional, <strong>de</strong> pressão e matricial. Sempre quenecessário, outros efeitos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s.O potencial osmótico, por exemplo, surge a partir da presença <strong>de</strong> íons e outrossolutos encontra<strong>do</strong>s na água <strong>do</strong> solo. Quanto mais concentrada a solução, menor oesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> energia da água e, portanto, mais negativo o valor da componente osmótica.Diferenças <strong>de</strong> potencial osmótico não causam movimento significativo da água, mas12Um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ponto <strong>do</strong> solo po<strong>de</strong>rá apresentar potencial matricial (negativo) ou potencial <strong>de</strong> pressão (positivo),porém, simultaneamente os <strong>do</strong>is nunca ocorrerão.30


sim <strong>de</strong> soluto. Porém, quan<strong>do</strong> existem membranas semipermeáveis, que retêm ossolutos, e não a água, esse efeito é significativo. Portanto, <strong>de</strong>ve-se sempre consi<strong>de</strong>raresse potencial ao se analisar a interação das raízes com o solo.Por outro la<strong>do</strong>, o potencial térmico é <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>terminação, sen<strong>do</strong> geralmente<strong>de</strong>spreza<strong>do</strong>. As pequenas variações <strong>de</strong> temperatura que ocorrem no solo implicam empequenas variações <strong>de</strong>sse potencial.2.5 - Escoamento da Água através <strong>do</strong> Solo2.5.1 - A lei <strong>de</strong> DarcyExperiências realizadas com filtros <strong>de</strong> areia pelo engenheiro francês HenryDarcy, em 1856, mostraram que a taxa volumétrica <strong>de</strong> água Q através <strong>de</strong> uma colunahomogênea <strong>de</strong> um meio poroso satura<strong>do</strong> é proporcional à perda <strong>de</strong> carga hidráulica ∆H(carga gravitacional + carga <strong>de</strong> pressão) ao longo <strong>do</strong> trajeto, e inversamenteproporcional a altura L da coluna <strong>de</strong> água, ou:Q =Vt∝A .s∆LH(2.23)on<strong>de</strong> A s é a área da seção transversal da coluna. Definin<strong>do</strong> q como a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxodarciano ou velocida<strong>de</strong> específica <strong>do</strong> flui<strong>do</strong> no meio poroso, tem-se:q =QA s(2.24)logo:31


∆Hq = KL(2.25)A constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> K é <strong>de</strong>nominada condutivida<strong>de</strong> hidráulica. AEquação 2.25 é conhecida por Lei <strong>de</strong> Darcy, válida para escoamento unidimensional emmeios porosos homogêneos e satura<strong>do</strong>s.Quan<strong>do</strong> o escoamento é transiente (o fluxo se modifica no tempo), ou o solo nãoapresenta uniformida<strong>de</strong>, a carga hidráulica po<strong>de</strong> diminuir não linearmente no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>escoamento. Quan<strong>do</strong> o gradiente hidráulico ou a condutivida<strong>de</strong> é variável, <strong>de</strong>vem-seconsi<strong>de</strong>rar os valores localiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> gradiente, <strong>do</strong> fluxo e da condutivida<strong>de</strong>, em vez <strong>de</strong>valores gerais para o solo como um to<strong>do</strong>. A lei <strong>de</strong> Darcy po<strong>de</strong> ser escrita <strong>de</strong> uma formamais exata e geral, em forma diferencial para uma dimensão:∂Hq = −K∂x(2.26)ou, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-a para três dimensões:q = −K.∇H(2.27)O sinal negativo das duas últimas equações refere-se ao fato <strong>do</strong> fluxo ter senti<strong>do</strong>contrário ao <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> potencial. O fluxo darciano q, ou, simplesmente, fluxo,mesmo ten<strong>do</strong> dimensões <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, é diferente da velocida<strong>de</strong> média real <strong>do</strong>escoamento, pois o escoamento não se efetua em toda a área da seção transversal, vistoque parte <strong>de</strong>la é obstruída pelas partículas <strong>de</strong> solo e somente a fração correspon<strong>de</strong>nte àsporosida<strong>de</strong>s é que está aberta ao escoamento. Uma vez que a área real <strong>do</strong> escoamento émenor <strong>do</strong> que a área da seção transversal, a velocida<strong>de</strong> média real <strong>de</strong>ve ser maior que ofluxo q.A equação <strong>de</strong> Darcy encontra-se teoricamente embasada nas equações <strong>de</strong>Navier-Stokes, existin<strong>do</strong>, naturalmente, certas limitações ao seu uso (PHILIP, 1969).Basicamente, sua valida<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong>ssa última equação, está vinculada às hipóteses <strong>de</strong>escoamento permanente e <strong>de</strong> que os termos inerciais das equações <strong>de</strong> Navier-Stokes são32


<strong>de</strong>sprezíveis em relação aos termos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s à viscosida<strong>de</strong>. Isso significa dizer que oscapilares e os poros <strong>do</strong> solo são bem pequenos e que a velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> escoamento não éalta, prevalecen<strong>do</strong> o regime laminar <strong>de</strong> escoamento. Para se <strong>de</strong>terminar se o escoamentoé laminar ou turbulento, o critério quantitativo utiliza<strong>do</strong> é o número <strong>de</strong> Reynolds R e :d.q.ρR e=µ(2.28)on<strong>de</strong>, d é o diâmetro efetivo ou médio <strong>do</strong>s poros, µ é a viscosida<strong>de</strong> dinâmica e ρ é amassa específica da água. Segun<strong>do</strong> BEAR (1979) e HILLEL (1971), é seguro assumir alinearida<strong>de</strong> na relação entre fluxo e gradiente hidráulico, para um meio poroso, apenasquan<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> Reynolds for menor que um.Em materiais siltosos e mais finos, prevalece o escoamento laminar, enquantoque em areias mais grossas e cascalhos, sujeitos a maiores fluxos q, é possível aocorrência <strong>de</strong> escoamento não laminar, e a conseqüente não aplicabilida<strong>de</strong> da lei <strong>de</strong>Darcy (HILLEL, 1971). Porém, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, na maioria <strong>do</strong>s solos, o escoamentopo<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> laminar.2.5.2 - Condutivida<strong>de</strong> Hidráulica e Permeabilida<strong>de</strong>A condutivida<strong>de</strong> hidráulica é a razão entre o fluxo e o gradiente hidráulico naequação <strong>de</strong> Darcy, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>finida como o fluxo volumétrico <strong>de</strong> água através <strong>do</strong> solopara um gradiente hidráulico unitário. Assim: [q] = [K], sen<strong>do</strong> expressa em [LT -1 ].A condutivida<strong>de</strong> hidráulica é um <strong>do</strong>s poucos parâmetros na natureza para o qualencontram-se variações <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>ze or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, cerca <strong>de</strong> um trilhão <strong>de</strong>vezes (CLEARY, 1989).A condutivida<strong>de</strong> hidráulica é, naturalmente, afetada tanto pela estrutura quantopela textura, sen<strong>do</strong> maior em solos muito porosos e com abundância <strong>de</strong> aglomera<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>que em solos compacta<strong>do</strong>s.33


A condutivida<strong>de</strong> hidráulica K não é uma proprieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>exclusivamente <strong>do</strong> solo, pois ela <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> simultaneamente <strong>do</strong>s atributos <strong>do</strong> solo e <strong>do</strong>líqui<strong>do</strong> que escoa. As características <strong>do</strong> solo que modificam o valor <strong>de</strong> K são: aporosida<strong>de</strong> total, a distribuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s poros e a tortuosida<strong>de</strong> 13 . Por sua vez, a<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e a viscosida<strong>de</strong> são os atributos <strong>do</strong> flui<strong>do</strong> que afetam a condutivida<strong>de</strong>. A fim<strong>de</strong> separar esses efeitos, a condutivida<strong>de</strong> hidráulica po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada na forma <strong>de</strong>:ρ.gK = kµ(2.29)on<strong>de</strong>, µ é a viscosida<strong>de</strong> dinâmica e ρ é a massa específica, os quais são proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>flui<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> g a aceleração da gravida<strong>de</strong>. O valor <strong>de</strong> k é a permeabilida<strong>de</strong> intrínseca <strong>do</strong>solo, i<strong>de</strong>almente, uma proprieda<strong>de</strong> exclusiva <strong>do</strong> meio poroso.Geralmente, o termo permeabilida<strong>de</strong> é aplica<strong>do</strong> como sinônimo <strong>de</strong>condutivida<strong>de</strong> hidráulica, geran<strong>do</strong> ambigüida<strong>de</strong> 14 . Também é utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>screver <strong>de</strong>forma qualitativa a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um meio poroso transmitir água ou outros flui<strong>do</strong>s.Aqui neste texto, será a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o termo permeabilida<strong>de</strong> como significa<strong>do</strong> <strong>de</strong>permeabilida<strong>de</strong> intrínseca <strong>do</strong> meio, com o dimensional <strong>de</strong> comprimento ao quadra<strong>do</strong>.2.5.3 - Equação Geral <strong>do</strong> Fluxo para Meios Satura<strong>do</strong>sDenomina-se escoamento uniforme ao que apresenta fluxo constante no tempo eno espaço, permanecen<strong>do</strong> o teor da água constante em cada ponto <strong>do</strong> solo. Umescoamento <strong>de</strong>ssa natureza po<strong>de</strong> ser caracteriza<strong>do</strong> pela lei <strong>de</strong> Darcy sozinha. Aocorrência <strong>de</strong> escoamento uniforme, contu<strong>do</strong>, é rara e persiste por pouco tempo. Muitomais comum é o escoamento transiente e varia<strong>do</strong>, no qual o fluxo varia no tempo e noespaço, bem como se apresenta variável o teor <strong>de</strong> água durante o escoamento.13O fator <strong>de</strong> tortuosida<strong>de</strong> é a relação existente entre a distância realmente percorrida pela água por entre os poros e ocomprimento da coluna <strong>de</strong> solo através da qual a água está escoan<strong>do</strong>.14Um exemplo <strong>de</strong>ssa ambigüida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser vista em CAPUTO (1967), pág. 72, on<strong>de</strong> a condutivida<strong>de</strong> hidráulica échamada <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong>.34


A lei <strong>de</strong> Darcy é suficiente apenas para <strong>de</strong>screver o escoamento em esta<strong>do</strong>permanente. A fim <strong>de</strong> representar o comportamento transiente <strong>do</strong> escoamento, énecessário introduzir a lei da conservação <strong>de</strong> massa em sua análise, expressan<strong>do</strong>-a naforma <strong>de</strong> equação da continuida<strong>de</strong>, que aplicada a um elemento <strong>de</strong> solo infinitesimal,assume a seguinte forma:∂(ρwθ) ∂(ρwq+∂t∂xx) ∂(ρwq+∂yy) ∂(ρwq+∂zz)= 0(2.30)ou:∂(ρwθ)+ ∇ρwq= 0∂t(2.31)portanto:Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a água um flui<strong>do</strong> incompressível, sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> será constante e,∂θ= −∇q∂t(2.32)Substituin<strong>do</strong> q pela equação <strong>de</strong> Darcy, obtém-se a equação geral paraescoamento em solos satura<strong>do</strong>s:∂θ= ∇.K.∇H∂t(2.33)Essa equação é valida para a hipótese <strong>do</strong> meio poroso se comportar como ummeio contínuo, ou seja, to<strong>do</strong>s os seus poros encontram-se interconecta<strong>do</strong>s. Assim,também admite-se que o solo é isotrópico, o que significa que a condutivida<strong>de</strong>hidráulica é a mesma em toda as direções.Para escoamento em uma direção, a Equação (2.33) po<strong>de</strong> ser escrita na forma:35


∂θ=∂t⎛ ∂H⎜ Kz ⎝ ∂z∂∂⎞⎟⎠(2.34)2.5.4 - Escoamento em Meio Não Satura<strong>do</strong>A maior parte <strong>do</strong>s processos que envolvem o escoamento <strong>de</strong> água no solo,incluin<strong>do</strong> o fenômeno <strong>de</strong> infiltração, ocorre estan<strong>do</strong> o solo em condição não saturada.Nessa condição, os processos <strong>de</strong> escoamento são mais complica<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> mais difícil<strong>de</strong>scrição quantitativa, uma vez que eles muitas vezes acarretam mudanças no esta<strong>do</strong> eno teor <strong>de</strong> água <strong>do</strong> solo durante o escoamento. Além disso, envolvem relaçõescomplexas entre o teor <strong>de</strong> água, a sucção e a condutivida<strong>de</strong> hidráulica, que po<strong>de</strong>m serafetadas pela histerese.Em um meio contínuo satura<strong>do</strong>, o potencial total que atua sobre o escoamento éfundamentalmente o potencial <strong>de</strong> pressão (positivo) mais o potencial gravitacional. Noentanto, em um meio não satura<strong>do</strong>, surge a ação <strong>do</strong> potencial matricial (negativo) sobreo escoamento. O potencial matricial, ou tensão <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> varia em função da umida<strong>de</strong><strong>do</strong> solo, que, por sua vez, po<strong>de</strong> se encontrar espacial e temporalmente distribuídas. Poroutro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve-se notar que a relação φ m x θ está sujeita ao fenômeno <strong>de</strong> histerese eque, não apenas o potencial, mas a condutivida<strong>de</strong> hidráulica está sujeita a variações emfunção da umida<strong>de</strong>. Assim sen<strong>do</strong>, verifica-se que as equações apresentadasanteriormente para meios satura<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser reavaliadas, principalmente no que serefere a condutivida<strong>de</strong> hidráulica e potencial total <strong>de</strong> escoamento.Para o caso <strong>de</strong> um solo não satura<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s outros efeitos, o potencialtotal Φ se resume na soma <strong>do</strong>s potenciais gravitacional (z) e matricial (Ψ), que assimserão representa<strong>do</strong>s. A equação <strong>de</strong> Darcy, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Richards (cita<strong>do</strong> por HILLEL,1971), torna-se igual a:36


∂φ∂φ∂φq = −K(ψ ) ∇Φ = −K(ψ ) − K(ψ ) − K(ψ )∂x∂y∂z(2.35)e para o escoamento unidimensional vertical:∂Φ ∂(ψ + z)q = −K(ψ ) = −K(ψ )∂z∂z(2.36)Combinan<strong>do</strong>-se a lei <strong>de</strong> Darcy, na forma da Equação (2.36), com a equação dacontinuida<strong>de</strong>, obtém-se:∂ φ∂K(ψ= −∇.[ K(ψ ) ∇Φ] = −∇.[ K(ψ ) ∇ψ] +)∂t∂z(2.37)ou:∂ φ ∂ ⎡ ∂ψ⎤ ∂ ⎡ ∂ψ⎤ ∂ ⎡ ∂ ⎤ ∂KKKK +t x x y⎢y⎥ − ψ ( ψ= − ⎢ ( ψ ) ⎥ − ( ψ )∂ ∂∂∂z⎢ ( ψ ))z⎥⎣ ∂ ⎦ ⎣ ∂ ⎦ ⎣ ∂ ⎦ ∂z(2.38)conhecida como equação <strong>de</strong> Richards ou equação <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no solo (PHILIP,1969). Para escoamento unidimensional ao longo da profundida<strong>de</strong>, a equação <strong>de</strong>Richards passa a ser escrita na forma:∂ φ ∂ ⎡ ∂ψ⎤ ∂K(ψ= − K +t ∂z⎢ ( ψ ))∂z⎥⎣ ∂ ⎦ ∂z(2.39)Muito utilizada para a simulação <strong>do</strong> escoamento através <strong>de</strong> regiões não saturadas<strong>do</strong> solo, a equação <strong>de</strong> Richards na forma (2.39) vem sen<strong>do</strong> empregada também nageração <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à chuva, (SMITH e WOOLHISER, 1971; MEINe LARSON, 1971; CANEDO, 1974; cita<strong>do</strong>s por SIMÕES, 1991), quan<strong>do</strong> se po<strong>de</strong><strong>de</strong>sprezar o movimento lateral em relação àquele que se processa ao longo daprofundida<strong>de</strong>. Como a relação K x ψ é altamente sujeita a efeitos <strong>de</strong> histerese (menossujeita que a relação K x θ), é usual escrever-se a Equação (2.39) <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>(CHOW, MAIDMENT e MAYS, 1988):37


∂ φ ∂ ⎡ ∂ψ∂θ⎤ ∂K(θ= − K+t ∂z⎢ ( θ ))∂z⎥⎣ ∂θ∂ ⎦ ∂z(2.40)Para simplificar o tratamento experimental e matemático <strong>do</strong> escoamento emsolos não satura<strong>do</strong>s, mostra-se, às vezes, vantajoso transformar as equações <strong>de</strong>escoamento, a fim <strong>de</strong> torná-las análogas às da difusão e <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> calor, para asquais existem muitas soluções preparadas. Assim, em física <strong>do</strong>s solos (HILLEL, 1971;REICHARDT, 1985), é usual a utilização <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> difusivida<strong>de</strong> hidráulica D <strong>do</strong>solo, on<strong>de</strong>:∂ψD ( θ ) = K(θ )∂θ(2.41)Com a introdução <strong>de</strong>sse conceito, as Equações (2.35) e (2.37) tornam-se,respectivamente:q = −D(θ ) ∇θ(2.42)e∂ θ∂K(θ= ∇.[ D(θ ) ∇θ] +)∂t∂z(2.43)Uma das vantagens apresentadas pelo uso das equações da difusivida<strong>de</strong> está nofato <strong>de</strong> que a faixa <strong>de</strong> variação da difusivida<strong>de</strong> é menor que a condutivida<strong>de</strong>. Além,disso, o conteú<strong>do</strong> da água e os gradientes <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água são mais fáceis <strong>de</strong> medirna prática, e <strong>de</strong> se relacionar com os fluxos <strong>de</strong> volumes, <strong>do</strong> que a sucção e os gradientes<strong>de</strong> sucção. Por outro la<strong>do</strong>, as limitações <strong>de</strong>ssas equações resi<strong>de</strong>m no fato <strong>de</strong> que sãoincapazes <strong>de</strong> caracterizar o escoamento quan<strong>do</strong> este é causa<strong>do</strong> por outros gradientes <strong>de</strong>potencial que não os <strong>de</strong> sucção e gravida<strong>de</strong>, ou quan<strong>do</strong> há influência da histerese.38


2.5.5- Relações entre Condutivida<strong>de</strong>, Tensão e Umida<strong>de</strong>A relação entre o potencial matricial, o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e a condutivida<strong>de</strong>hidráulica po<strong>de</strong> ser observada na Figura 2.10.Figura 2.10 – Relação entre teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, potencial matricial e condutivida<strong>de</strong>hidráulica relativa(Fonte: CANEDO, 1989)Para solos não satura<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>fine-se a condutivida<strong>de</strong> hidráulica relativa K r(MOREL-SEYTOUX, 1979), como sen<strong>do</strong>:Kr=K(θ )Ksat(2.44)Quan<strong>do</strong> o meio poroso é ocupa<strong>do</strong> por mais <strong>de</strong> um flui<strong>do</strong>, usa-se o termopermeabilida<strong>de</strong> efetiva k i , para <strong>de</strong>finir a permeabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> meio em relação ao volumeocupa<strong>do</strong> pela fase i (BROOKS e COREY, 1977). De forma semelhante a K r , <strong>de</strong>riva-se39


daí o conceito <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> relativa k ri (BROOKS e COREY, 1977; MOREL-SEYTOUX, 1979), <strong>de</strong>finida como:kri=kik(2.45)on<strong>de</strong> k é a permeabilida<strong>de</strong> intrínseca <strong>do</strong> meio, <strong>de</strong>finida anteriormente no item 2.5.2.Dessa forma, para um solo não satura<strong>do</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-o ocupa<strong>do</strong> por água e porar, <strong>de</strong>fine-se permeabilida<strong>de</strong> relativa à água, k rw , e permeabilida<strong>de</strong> relativa ao ar, k ra ,como sen<strong>do</strong>, respectivamente:kkrw =ra =kkkkwa(2.46)(2.47)Po<strong>de</strong>-se observar que, pela relação entre condutivida<strong>de</strong> hidráulica epermeabilida<strong>de</strong> intrínseca, expressa pela Equação (2.29):ρ.gK = kµtem-se que:Kr= k rw(2.48)Essa igualda<strong>de</strong> permite que K r possa ser estimada pelas equações <strong>de</strong>senvolvidaspor BROOKS e COREY (1977), para a <strong>de</strong>terminação da saturação efetiva S e , <strong>de</strong>finidaanteriormente no item (2.3.4), e <strong>de</strong> k rw e k ra , apresentadas a seguir:40


Se⎡ψ b ⎤= ⎢ψ ⎥⎦⎣λ(2.49)krw⎡ψb ⎤= ⎢ ⎥⎣ ψ ⎦n(2.50)kra⎡ ⎛ψb ⎞= ⎢1− ⎜ ⎟⎢⎣⎝ ψ ⎠λ⎤⎥⎥⎦2⎡ ⎛ψb ⎞⎢1− ⎜ ⎟⎢⎣⎝ ψ ⎠2+λ⎤⎥⎥⎦(2.51)válidas para ψ ≥ ψ b , on<strong>de</strong>:n = 2 + 3λ(2.52)on<strong>de</strong> λ e ψ b , também conheci<strong>do</strong>s como parâmetros <strong>de</strong> BROOKS e COREY, sãorespectivamente, o índice <strong>de</strong> distribuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s poros, e a pressão <strong>de</strong>borbulhamento (bubbling pressure), e consi<strong>de</strong>rada este último, segun<strong>do</strong> os autores,como sen<strong>do</strong> igual a pressão <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong> ar, já vista no item (2.4.3). Os valores λ e ψ bpo<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s graficamente, plotan<strong>do</strong>-se em escala logarítmica a relaçãoentre a saturação efetiva (S e ) e a tensão <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> (ψ). Para a <strong>de</strong>terminação dasaturação efetiva é necessária a <strong>de</strong>terminação da saturação residual, a qual é estimadatambém graficamente, segun<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> BROOKS e COREY (1977).41


3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA3.1 - Infiltração – Penetração da Água no Solo com Inundação3.1.1 - Consi<strong>de</strong>rações GeraisA infiltração da água no solo constitui um fenômeno complexo (ROY eGHOSH, 1982; AMERMAN, 1983; GHILDYAL e TRIPATHI, 1987). Neste trabalho,assume-se que a infiltração seja com potencial ligeiramente positivo, na superfície <strong>do</strong>terreno, ou seja, que exista uma pequena lâmina <strong>de</strong> inundação. A infiltração é <strong>de</strong>finida,segun<strong>do</strong> RICHARDS (1960) e BAVER et al (1973), como sen<strong>do</strong> a entrada <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> água no perfil <strong>de</strong> solo. Já SWARTZENDRUBER (1961), HILLEL (1970), PHILIP(1957, 1969) e REICHARDT, 1990, a <strong>de</strong>finem como o processo pelo qual a água passapara <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> solo através <strong>de</strong> sua superfície em função <strong>do</strong> gradiente potencial total daágua no solo. Depois que a água encontra-se no sistema solo, o seu movimento nosenti<strong>do</strong> vertical é fundamentalmente regi<strong>do</strong> pelas forças <strong>do</strong> potencial matricial e <strong>do</strong>gravitacional, que são os principais responsáveis pelo gradiente <strong>do</strong> potencial total(PARLANGE, 1971; CLEMMENS, 1983; GHILDYAL e TRIPATHI, 1987;REICHARDT, 1990). No inicio <strong>do</strong> processo, quan<strong>do</strong> o solo encontra-se seco, ogradiente <strong>do</strong> potencial total da água é muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ação <strong>do</strong> potencialmatricial. Durante o processo, o solo vai ganhan<strong>do</strong> umida<strong>de</strong>, diminuin<strong>do</strong> a importância<strong>do</strong> potencial matricial, que, na zona <strong>de</strong> saturação anula-se. Por outro la<strong>do</strong>, à medida quea frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento avança no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s extratos inferiores <strong>do</strong> solo,progressivamente aumenta a importância relativa <strong>do</strong> potencial gravitacional, tornan<strong>do</strong>seo componente <strong>de</strong> maior importância no gradiente <strong>do</strong> potencial total da água no solo(REICHARDT, 1990).TAYLOR (1972), cita<strong>do</strong> por ARAUJO FILHO (1992), <strong>de</strong>staca que, para temposlongos, o potencial gravitacional é a força pre<strong>do</strong>minante que causa o movimento<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte da água no solo. Para GERMMAN (1983), quan<strong>do</strong> o movimento da águaocorre por meio <strong>de</strong> macroporos, o potencial matricial é <strong>de</strong>sprezível e o gravitacional é a42


força que governa o movimento. De maneira geral, o potencial matricial é o maisimportante na fase inicial <strong>do</strong> processo, enquanto o gravitacional, <strong>de</strong>staca-se na fase finalda infiltração (GISH e STARR, 1983).3.1.2 - Comportamento da InfiltraçãoEm termos gerais, a infiltração é um processo <strong>de</strong>sacelera<strong>do</strong>. Começa com umavelocida<strong>de</strong> alta que vai diminuin<strong>do</strong> gradativamente com o tempo até atingir um<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> nível relativamente constante. Essa diminuição <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> é função <strong>do</strong><strong>de</strong>crescimento <strong>do</strong> gradiente potencial total da água no solo na superfície. Depois <strong>de</strong> umcerto tempo, quan<strong>do</strong> o gradiente ten<strong>de</strong> a uma estabilida<strong>de</strong>, a velocida<strong>de</strong> torna-sepraticamente constante. Esta velocida<strong>de</strong> em tempos muito longos, converge para o valorda condutivida<strong>de</strong> hidráulica saturada <strong>do</strong> solo superficial (PHILIP, 1957; KUNZE eKAR-KURI, 1983; REICHARDT, 1990).Durante o processo <strong>de</strong> infiltração, a distribuição da água em um perfil <strong>de</strong> solouniforme, submeti<strong>do</strong> a uma pequena carga hidráulica na superfície (H 0 ), po<strong>de</strong> ser maisbem compreendida com a ajuda da Figura 3.1. No perfil <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento <strong>do</strong> solo apósum longo tempo <strong>de</strong> infiltração, distinguem-se quatro zonas: <strong>de</strong> saturação, <strong>de</strong> transição,<strong>de</strong> transmissão e a <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento. A zona saturada correspon<strong>de</strong> a uma fina camadasuperficial em torno <strong>de</strong> 1,5 cm <strong>de</strong> espessura em que o solo encontra-se satura<strong>do</strong>. Abaixo<strong>de</strong>ssa zona, há uma pequena faixa, em torno <strong>de</strong> 5 cm, on<strong>de</strong> a umida<strong>de</strong> sofre ligeiro<strong>de</strong>créscimo por aprisionamento <strong>de</strong> ar correspon<strong>de</strong> a zona <strong>de</strong> transição. A partir <strong>de</strong>sta,segue a zona <strong>de</strong> transmissão, com grau <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> uniforme, porém ligeiramenteabaixo da saturação. Enquanto todas as outras zonas permanecem com espessurapraticamente constante, esta é aumentada continuamente com a aplicação <strong>de</strong> água,constituin<strong>do</strong> a maior parte <strong>do</strong> perfil ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>. Essa camada é também caracterizadapor pequena variação <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> em relação ao espaço e tempo. A partir <strong>de</strong>ssa zona,vem a outra on<strong>de</strong> o grau <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cresce rapidamente com a profundida<strong>de</strong>,forman<strong>do</strong> a zona <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento. Na transição da área úmida com a seca, <strong>de</strong>fine-se afrente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento, que, juntamente com a zona anterior, move-secontinuadamente para baixo durante o processo. A frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento é o limite43


visível da movimentação <strong>de</strong> água no solo, na qual existe eleva<strong>do</strong> gradiente hidráulico<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à variação abrupta <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> este mais acentua<strong>do</strong> em solos inicialmentemuito secos.Figura 3.1 – Perfil <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento <strong>do</strong> solo durante a Infiltração(Fonte: BRANDÃO, 2003)De forma generalizada, o comportamento da taxa ou velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração (i)e da infiltração acumulada (I) em função <strong>do</strong> tempo (t), segue o esquema da Figura 3.2.Como po<strong>de</strong>-se notar, ao longo <strong>do</strong> tempo, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cresce até atingir um certovalor praticamente constante, enquanto que a infiltração acumulada cresce com taxasvariáveis e <strong>de</strong>crescentes até atingir taxas praticamente constantes, a partir <strong>do</strong> tempo emque a velocida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a estabilida<strong>de</strong>. Um solo mais úmi<strong>do</strong> terá, inicialmente, menortaxa <strong>de</strong> infiltração, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a um menor gradiente hidráulico, e mais rapidamente a taxa<strong>de</strong> infiltração se tornará constante. Na realida<strong>de</strong>, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração é o mesmoque o fluxo da água da equação <strong>de</strong> Darcy na superfície <strong>do</strong> solo, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aovolume <strong>de</strong> água que infiltra na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área e <strong>de</strong> tempo. Por sua vez, a infiltraçãoacumulada correspon<strong>de</strong> ao volume (por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área) <strong>de</strong> água infiltra<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>tempo. De outro mo<strong>do</strong>, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida em função da44


infiltração acumulada, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a sua <strong>de</strong>rivada em função <strong>do</strong> tempo(PHILIP, 1957, 1969).⎞⎜⎛ dIi = ⎟⎝ dt ⎠Figura 3.2 – Taxa <strong>de</strong> infiltração e infiltração acumulada em função <strong>do</strong> tempo para ummesmo solo, sob duas condições iniciais <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>: seco e úmi<strong>do</strong>(Fonte: BRANDÃO, 2003)Outra terminologia utilizada é a <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração i p , que é a taxamáxima pela qual o solo tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver água através <strong>de</strong> sua superfície,que é equivalente ao conceito <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> infiltração com pequena lâmina <strong>de</strong> água sobreo terreno. Assim, ela é função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> solo, <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> existente e,conseqüentemente <strong>do</strong> tempo. Decain<strong>do</strong> à medida que o solo vai se tornan<strong>do</strong> maisúmi<strong>do</strong>, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração atinge seu valor mínimo quan<strong>do</strong> se torna igual acondutivida<strong>de</strong> hidráulica para o solo superficial satura<strong>do</strong> K (assumin<strong>do</strong> que o mesmoseja homogêneo). Na prática, como o solo no campo dificilmente está com to<strong>do</strong>s os seusvazios repletos <strong>de</strong> água, sempre haven<strong>do</strong> uma quantida<strong>de</strong> residual <strong>de</strong> ar, esse valorlimite é menor que K e igual a K sat , a condutivida<strong>de</strong> hidráulica à saturação natural.45


3.1.3 - Infiltração BásicaComo foi <strong>de</strong>scrito anteriormente, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong>cresce com otempo até atingir um certo equilíbrio. Nessas condições, quan<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong>praticamente não varia com o tempo, passa a ser chamada <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltraçãobásica (VIB) (BERNARDO, 1989; REICHARDT, 1990).O conhecimento da VIB é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o manejo da irrigação. Asua magnitu<strong>de</strong> serve <strong>de</strong> referência para a escolha <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> irrigação e <strong>de</strong>terminao fluxo máximo ou mínimo <strong>de</strong> água que po<strong>de</strong> acontecer, conforme o sistema a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> REICHARDT (1990), as taxas <strong>de</strong> infiltração básica são subdivididasem cinco intervalos <strong>de</strong> classes <strong>de</strong> drenagem, on<strong>de</strong> os solos são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> muitoalta, alta, média, baixa e muito baixa infiltração básica. Já KLUTE (1965), subdivi<strong>de</strong> astaxas <strong>de</strong> infiltração básica em sete classes, como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Tabela 3.1. Ainfiltração básica, conforme sua <strong>de</strong>finição, representa a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração que semantém praticamente estável ao longo <strong>do</strong> tempo, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aproximadamente àcondutivida<strong>de</strong> hidráulica saturada <strong>do</strong> solo superficial (PHILIP, 1957; KUNZE e KAR-KURI, 1983; REICHARDT, 1990).A recomendação corrente é que a <strong>de</strong>terminação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltraçãobásica seja executada in situ, <strong>de</strong> forma mais representativa e precisa possível. Contu<strong>do</strong>,dada a gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> especial a que os solos estão submeti<strong>do</strong>s, a observância<strong>de</strong>sta recomendação tem torna<strong>do</strong> esta <strong>de</strong>terminação uma tarefa laboriosa e cujosresulta<strong>do</strong>s são questiona<strong>do</strong>s. Em razão <strong>de</strong>sses aspectos, SALES et al. (1999), comentamque pesquisa<strong>do</strong>res têm procura<strong>do</strong> calculá-la teoricamente, a partir <strong>de</strong> outrasproprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo <strong>de</strong> mais fácil medida. Estu<strong>do</strong>s nessa direção foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>spor AHUJA et al. (1984) e MIYAZAKI (1996), cita<strong>do</strong>s por SALES et al. (1999),utilizan<strong>do</strong> respectivamente a macroposida<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo.46


Tabela 3.1 - Classificação das classes <strong>de</strong> drenagem(Fonte: KLUTE * , 1965; REICHARDT ** , 1990)Classe <strong>de</strong> Drenagem Intervalo (cm/h) * Intervalo (cm/h) **Muito lento < 0,125 25,0 >3,03.1.4 - Relações entre Infiltração <strong>de</strong> Chuva, Precipitação e Escoamento Superficial• Aspecto QualitativoA Figura 3.3 mostra esquematicamente como se comportam os diversosprocessos hidrológicos durante uma chuva <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> constante e uniformementedistribuída sobre uma dada bacia. O eixo vertical <strong>do</strong> diagrama representa a taxa pelaqual a água escoa, ou é armazenada em um <strong>do</strong>s reservatórios i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>s, sempre <strong>de</strong>forma relativa à taxa <strong>de</strong> precipitação. No eixo horizontal, encontra-se representa<strong>do</strong> otempo transcorri<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da chuva. A região sombreada assinala a porção <strong>do</strong>volume total precipita<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>rá contribuir para o escoamento em calha medi<strong>do</strong> noexultório da bacia.47


Figura 3.3 – Esquema <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> uma chuva entre os componentes <strong>do</strong> ciclohidrológico(Fonte: LINSLEY et al., 1982)Observan<strong>do</strong>-se a Figura 3.3, vê-se que:1) no início, a taxa <strong>de</strong> retenção superficial é alta, <strong>de</strong>crescen<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>substancial durante a chuva. Enten<strong>de</strong>-se como retenção superficial a resultante <strong>do</strong>sprocessos <strong>de</strong> intercepção vegetal, evaporação e armazenamento nas <strong>de</strong>pressões <strong>do</strong> solodurante uma chuva;2) a umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo aumenta a medida em que se dá o processo <strong>de</strong> infiltração;parte da água infiltrada sofre um processo <strong>de</strong> retenção (CHOW, MAIDMENT e MAYS,1988), ou seja, é armazenada por um longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>plecionada porevaporação e transpiração vegetal. Por sua vez, diz-se que o volume restante passa porum processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção, isto é, trata-se apenas <strong>de</strong> um efeito <strong>do</strong> amortecimento <strong>do</strong>escoamento, já que contribuirá na formação <strong>do</strong> componente subsuperficial <strong>do</strong>hidrograma, ou na recarga <strong>do</strong> lençol subterrâneo;48


3) a contribuição da precipitação direta (PD) em calha permanece praticamenteconstante ao longo <strong>do</strong> tempo, aumentan<strong>do</strong> proporcionalmente ao extravasamento dacalha <strong>do</strong> rio; já o escoamento superficial (runoff) se inicia momentos após o início dachuva com o <strong>de</strong>caimento da taxa <strong>de</strong> infiltração e da retenção superficial.HORTON (1933), cita<strong>do</strong> por SIMÕES (1991), <strong>de</strong>screveu o escoamentosuperficial como a parcela da chuva que não infiltraria no solo (ele não consi<strong>de</strong>rou aretenção superficial). Para um solo cuja capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração fosse i p em um da<strong>do</strong>instante, o escoamento superficial só ocorreria se a intensida<strong>de</strong> da chuva f fosse maiorque i p . Nesse caso, surgiria um excesso <strong>de</strong> chuva r e igual a:r e = f - i p(3.1)Para intensida<strong>de</strong>s menores que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração, toda a água infiltrariae, por conseguinte, não haveria escoamento superficial.• Infiltração como Função da Intensida<strong>de</strong> da ChuvaRUBIN (1966), resolven<strong>do</strong> numericamente a equação <strong>de</strong> Richards, verificou queo comportamento da infiltração <strong>de</strong>vida à chuva é função da sua intensida<strong>de</strong> e dacondutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma chuva <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> f, constante,sobre um solo cuja umida<strong>de</strong> inicial é inferior à <strong>de</strong> saturação e constante ao longo <strong>do</strong>perfil, é possível <strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> infiltração a partir <strong>de</strong> três estágios (Figura3.4).49


f – intensida<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> chuvai – taxa <strong>de</strong> infiltraçãoi p – capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltraçãot o – instante inicial da chuvat p – instante <strong>de</strong> saturação da superfície <strong>do</strong> solot f – instante final da chuvaFigura 3.4 – Infiltração para uma chuva <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> constante(Fonte: RUBIN, 1966)Estágio A: f < K sat i(t) = fInfiltração controlada por K sat . Toda a água precipitada sofre infiltração, nãohaven<strong>do</strong> a saturação da superfície (lâmina <strong>de</strong> água na superfície), nem escoamentosuperficial. Apesar disso, o fenômeno <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, pois há alteração nascondições <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo.Estágio B: K sat < f < i p i(t) = fInfiltração controlada pela intensida<strong>de</strong> da chuva; prece<strong>de</strong> à saturação dasuperfície. Como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração é temporariamente superior à intensida<strong>de</strong>,a taxa <strong>de</strong> infiltração permanece igual a f, não haven<strong>do</strong> escoamento superficial. Esse casoé caracteriza<strong>do</strong> pelo patamar da curva <strong>de</strong> infiltração, indicada na Figura 3.4.Estágio C: i p < f i(t) = i p50


A infiltração <strong>de</strong>cresce; a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração ten<strong>de</strong> a ficar cada vez menorque a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipitação. Esse estágio ocorre após o instante <strong>de</strong> saturação seratingi<strong>do</strong> e a infiltração é controlada pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração. Inicia-se oescoamento superficial e a taxa <strong>de</strong> infiltração passa a ser equivalente à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>infiltração.3.1.5 - Medições <strong>de</strong> InfiltraçãoAs medições <strong>de</strong> infiltração são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância não apenas para aelaboração <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> irrigação, mas também para os campos da hidrologia e daengenharia <strong>de</strong> solo e água. A infiltração da água no solo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada porméto<strong>do</strong>s simples e capazes <strong>de</strong> representar, a<strong>de</strong>quadamente, as condições em que seencontra o solo. Para tanto, torna-se necessário a<strong>do</strong>tar méto<strong>do</strong>s cuja <strong>de</strong>terminaçãobaseia-se em condições semelhantes àquelas observadas durante o processo ao qual osolo é submeti<strong>do</strong>. Uma vez que a taxa <strong>de</strong> infiltração é muito influenciada pelascondições <strong>de</strong> superfície e conteú<strong>do</strong> inicial <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, o conhecimento <strong>de</strong>ssascondições é <strong>de</strong> fundamental importância para a percepção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s (PRUSKI etal., 1997).Os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> medição da infiltração são basea<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is princípios, o dainundação <strong>do</strong> solo e o da aspersão <strong>de</strong> água simulan<strong>do</strong> chuva (GHILDYAL eTRIPATHI, 1987; FORSYTHE, 1985). Os méto<strong>do</strong>s que envolvem inundação <strong>de</strong> áreasme<strong>de</strong>m diretamente a água infiltrada no solo. Por outro la<strong>do</strong>, os que envolvemsimulação <strong>de</strong> chuva me<strong>de</strong>m indiretamente a infiltração, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a chuva artificialtotal e o escoamento superficial da água no solo.Conforme os princípios utiliza<strong>do</strong>s, os méto<strong>do</strong>s são bastante diferencia<strong>do</strong>s emforma, teoria e aplicação. São mais simples os que envolvem o princípio <strong>de</strong> inundaçãoe, <strong>de</strong>ntre estes, se <strong>de</strong>staca o <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel.51


• Infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anelKATCHINSKY (1934), cita<strong>do</strong> por FRANCO (1980), foi o primeiro a sugerir ouso <strong>de</strong> duplo-cilindros para <strong>de</strong>terminação da infiltração da água nos solos, que constava<strong>de</strong> <strong>do</strong>is pequenos cilindros concêntricos, crava<strong>do</strong>s no solo a menos <strong>de</strong> 3 cm. A água erafornecida em iguais níveis tanto no cilindro interno como externo. Consi<strong>de</strong>rou, então,que a água <strong>do</strong> cilindro externo constitui uma barreira contra a infiltração lateral da águano cilindro interno, o que possibilitou relacionar, a infiltração da água interna, a umaárea conhecida. O autor admitiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>critérios <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação <strong>do</strong>s anéis, da altura da lâmina <strong>de</strong> água sobre asuperfície <strong>do</strong> solo e <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s anéis.SWARTZENDRUBER e OLSON (1961) afirmaram que to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>seus trabalhos sugerem o uso <strong>de</strong> cilindros concêntricos gran<strong>de</strong>s, com no mínimo 20 cm<strong>de</strong> diâmetro para o cilindro interno, e que os cilindros <strong>de</strong>vem ser crava<strong>do</strong>s através <strong>de</strong>pancadas precisas e com o uso <strong>de</strong> um nível horizontal.Na <strong>de</strong>terminação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração, com infiltrômetro <strong>de</strong> anel,ISRAELSEN (1967) recomen<strong>do</strong>u instalar o cilindro com uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 cm,sugestão também indicada por BOUER (1969).OLIVEIRA (1977), em seus estu<strong>do</strong>s com infiltrômetro <strong>de</strong> anel para a<strong>de</strong>terminação da infiltração básica, concluiu que a carga hidráulica aplicada <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>5 cm <strong>de</strong> lâmina <strong>de</strong> água, com uma oscilação máxima <strong>de</strong> 1 cm, e a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>instalação <strong>do</strong> anel interno <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 15 cm.Segun<strong>do</strong> BERNARDO (1989), ao se <strong>de</strong>terminar a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração, comauxílio <strong>de</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel, a lâmina <strong>de</strong> água acima <strong>do</strong> solo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 5 cm,permitin<strong>do</strong> uma oscilação <strong>de</strong> mais ou menos 1 cm.SLATER (1957), em trabalho com infiltração para <strong>de</strong>terminar a taxa <strong>de</strong>irrigação, observou uma gran<strong>de</strong> variação nos da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com o cilindro infiltrômetroe afirmou que po<strong>de</strong> ocorrer um alto coeficiente <strong>de</strong> variação em todas as taxas <strong>de</strong>52


infiltração. Os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por chuva artificial compara<strong>do</strong>s com os <strong>do</strong> cilindroinfiltrômetro, foram significativamente menores. Porém, quan<strong>do</strong> os valores <strong>do</strong>infiltrômetro foram ajusta<strong>do</strong>s por regressão para seus equivalentes <strong>de</strong> chuva artificial, osvalores assim obti<strong>do</strong>s concordaram bem com os <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s diretamente pelo méto<strong>do</strong>da chuva artificial (simula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> chuva).SMITH et al., (1971) cita<strong>do</strong>s por PARR e BERTRAND (1960), em estu<strong>do</strong>ssobre infiltração, compararam as medidas <strong>de</strong> campo usan<strong>do</strong> infiltrômetros <strong>de</strong> duplo anelcom as <strong>de</strong>terminações feitas em laboratório e observaram gran<strong>de</strong>s variações na taxa <strong>de</strong>infiltração entre as repetições, tanto <strong>de</strong> campo como <strong>de</strong> laboratório.FRANCO (1980), em seus estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> correlação entre <strong>de</strong>terminações dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> solos, com auxílio <strong>de</strong> um simula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> chuva e <strong>de</strong> uminfiltrômetro <strong>de</strong> anéis concêntricos, concluiu que, em ambas as condições <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>inicial assumidas para cada solo, os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong>s anéis concêntricosapresentaram alta correlação com os <strong>do</strong> simula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipitação.Os anéis superestimaram os valores <strong>de</strong> VIB, o que é ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à irrigação poraspersão.Atualmente, os infiltrômetros utiliza<strong>do</strong>s ten<strong>de</strong>m a apresentar o cilindro internocom diâmetro da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 25 cm e o externo, diâmetro <strong>de</strong> 50 cm, com altura <strong>de</strong>aproximadamente 30 cm (BRANDÃO, 2003). Os anéis cujas bordas <strong>de</strong>vem serbizeladas são crava<strong>do</strong>s verticalmente no solo, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se uma borda livre ligeiramentesuperior a 15 cm. O anel externo tem como finalida<strong>de</strong> reduzir o efeito da dispersãolateral da água infiltrada <strong>do</strong> anel interno. Assim, a água <strong>do</strong> anel interno infiltra no perfil<strong>do</strong> solo em uma direção pre<strong>do</strong>minantemente vertical, o que minimiza a superestimativada taxa <strong>de</strong> infiltração.Durante a realização <strong>do</strong> ensaio, <strong>de</strong>ve-se manter uma lâmina <strong>de</strong> 3 a 5 cm nocilindro interno. No anel externo, a lâmina <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ve ser mantida igual a <strong>do</strong> anelinterno, para assegurar que não ocorra dispersão lateral da água infiltrada. O ensaio<strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> até que a taxa <strong>de</strong> infiltração, observada no anel interno, torne-seaproximadamente constante com o tempo.53


O infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel é um méto<strong>do</strong> simples, <strong>de</strong> fácil manipulação nocampo e oferece pequenas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> erro amostral. Segun<strong>do</strong> PARR eBERTRAND (1960) e GHILDYAL e TRIPATHI (1987), a maior limitação <strong>de</strong>sseméto<strong>do</strong> é a perturbação da superfície <strong>do</strong> terreno, quan<strong>do</strong> os cilindros são crava<strong>do</strong>s, poiseles causam um certo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação nas condições naturais da estrutura <strong>do</strong> solo,quebran<strong>do</strong> ou compactan<strong>do</strong> o terreno, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> causar gran<strong>de</strong> variação na taxa <strong>de</strong>infiltração entre as diversas repetições feitas. Também, a interface entre o solo e apare<strong>de</strong> interna <strong>do</strong> anel po<strong>de</strong> causar um plano <strong>de</strong> separação, que resultará numa taxairreal <strong>de</strong> infiltração. Entretanto, em áreas on<strong>de</strong> há limitação <strong>de</strong> acesso e <strong>de</strong> água, esseméto<strong>do</strong> é uma das melhores opções (CONSTANTZ, 1983). A variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>scausada pela instalação <strong>do</strong> cilindro po<strong>de</strong> ser minimizada instalan<strong>do</strong>-se os anéis no localcom um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> antecedência à série <strong>de</strong> medições (ESPÍNOLA, 1977).• Simula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ChuvaOs simula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> chuva são equipamentos nos quais a água é aplicada poraspersão com uma intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação superior à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong> solo,exceto para um curto intervalo <strong>de</strong> tempo, logo após o início da precipitação. A área <strong>de</strong>aplicação da água é <strong>de</strong>limitada por placas metálicas, sen<strong>do</strong> a taxa <strong>de</strong> infiltração obtidapela diferença entre a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipitação e a taxa <strong>de</strong> escoamento superficialresultante.Os simula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> chuva foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s para simular condições típicas <strong>de</strong>chuvas naturais, como velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impacto e distribuição <strong>do</strong> tamanho das gotas <strong>de</strong>chuva, intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipitação, ângulo <strong>de</strong> impacto das gotas e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reproduzir a intensida<strong>de</strong> e duração das chuvas intensas (MEYER, cita<strong>do</strong> por RAWLS etal., 1996).MUSGRAVE e HOLTAN (1964), cita<strong>do</strong>s por ESPÍNOLA (1977), afirmam queos simula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> chuva atuam <strong>de</strong> forma mais semelhante à chuva natural <strong>do</strong> que nosméto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> inundação e produzem impacto na superfície <strong>do</strong> solo reduzin<strong>do</strong> ainfiltração.54


Os simula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> chuva, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s aos infiltrômetros <strong>de</strong> duplo anel,são mais complexos, envolvem um número maior <strong>de</strong> pressuposições, possuem maiorprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro amostral e necessitam <strong>de</strong> apoio logístico mais sofistica<strong>do</strong>(JULANDER e JACKSON, 1983).• Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sulco InfiltrômetroO méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> sulco infiltrômetro para <strong>de</strong>terminação da taxa <strong>de</strong> infiltração éconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> inundação parcial, pois a lâmina <strong>de</strong> água cobre apenas umaestreita faixa <strong>do</strong> terreno. QUEIROZ FILHO et al. (1975) recomendaram o uso <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sulco infiltrômetro para fins <strong>de</strong> parametrização <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> irrigação porsulcos, porque, além <strong>de</strong> ser facilmente manusea<strong>do</strong>, o méto<strong>do</strong> utiliza equipamentos <strong>de</strong>baixo custo, é <strong>de</strong> fácil construção e utiliza uma área infiltrada maior <strong>do</strong> que no caso <strong>do</strong>infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel, dan<strong>do</strong> maior representativida<strong>de</strong> aos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campo.Segun<strong>do</strong> BOUDURANT (1957), o movimento da água no infiltrômetro <strong>de</strong> duploanel po<strong>de</strong> diferir consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>do</strong> movimento padrão <strong>de</strong> um sulco durante airrigação, visto que, no cilindro, ele se restringe à direção vertical até a água passar daborda inferior <strong>do</strong> cilindro. Como a água no sulco não está confinada entre pare<strong>de</strong>simpermeáveis, seu movimento ocorre tanto no senti<strong>do</strong> vertical como horizontal, numadireção perpendicular ao sulco. BOUWER (1966) observou que a infiltração aumentoucom a largura <strong>de</strong> fluxo no sulco, até uma largura igual a aproximadamente meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>espaçamento entre os sulcos. A partir <strong>de</strong>ssa largura, a taxa estável <strong>de</strong> infiltração ficoumuito próxima <strong>do</strong> valor da condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo satura<strong>do</strong>.Quanto a forma <strong>do</strong> sulco, BOUDURANT (1957) observou que a infiltraçãovariou com o perímetro molha<strong>do</strong>, com a permeabilida<strong>de</strong> relativa, com a área <strong>do</strong> fun<strong>do</strong><strong>do</strong> sulco e com as faces <strong>do</strong> sulco. Para um sulco <strong>de</strong> dada forma, a relação entre essesdiversos parâmetros é refletida na largura da corrente <strong>de</strong> fluxo movimentan<strong>do</strong>-se nosulco.55


PHELAN (1954), cita<strong>do</strong> por ESPÍNOLA (1977), encontrou alta correlação entrea taxa <strong>de</strong> infiltração básica, obtida com o infiltrômetro <strong>de</strong> duplo cilindro e a taxa <strong>de</strong>infiltração básica obtida da irrigação por sulco.Em seu estu<strong>do</strong>, ESPÍNOLA (1977) comparou os resulta<strong>do</strong>s médios obti<strong>do</strong>s comos testes <strong>de</strong> infiltração utilizan<strong>do</strong> o infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel e o sulco infiltrômetro,concluin<strong>do</strong> que o sulco apresentou uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração seis vezes menor <strong>do</strong>que o infiltrômetro. Porém, quan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s foram ajusta<strong>do</strong>s por regressão, houve boaaproximação da estimativa da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração pelos <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s.• Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> Permeâmetro <strong>de</strong> Carga ConstanteCom o permeâmetro <strong>de</strong> carga constante, obtém-se medidas <strong>de</strong> infiltração, <strong>de</strong>permeabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo. É um equipamento que oferecefacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação, portabilida<strong>de</strong>, confiabilida<strong>de</strong>, precisão e baixa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>treinamento (VIEIRA, 1995/1998). Seu funcionamento é basea<strong>do</strong> no princípio <strong>de</strong>Mariotte, quan<strong>do</strong> uma carga hidráulica constante é estabelecida em um orifício abertono solo e um bulbo satura<strong>do</strong> é rapidamente forma<strong>do</strong> no solo. O formato <strong>de</strong>sse bulbo<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>mente das características <strong>do</strong> solo. Assim que o bulbo satura<strong>do</strong> forplenamente estabeleci<strong>do</strong>, o fluxo <strong>de</strong> água <strong>do</strong> orifício atinge um valor constante, quepo<strong>de</strong> ser medi<strong>do</strong>. As medições po<strong>de</strong>m começar a qualquer momento e o intervalo <strong>de</strong>tempo entre leituras será <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelo fluxo <strong>de</strong> água entran<strong>do</strong> no solo. As leiturasesten<strong>de</strong>m-se até que a condição <strong>de</strong> fluxo constante seja encontrada. No perfil <strong>de</strong> solo, asmedições po<strong>de</strong>m se efetuadas em qualquer profundida<strong>de</strong> acima <strong>do</strong> lençol freático.GUPTA et al. (1993) realizaram um estu<strong>do</strong> comparativo em campo da medida<strong>de</strong> condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo satura<strong>do</strong> usan<strong>do</strong> quatro méto<strong>do</strong>s, verifican<strong>do</strong> que asmédias <strong>de</strong> condutivida<strong>de</strong> hidráulica obtida pelo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel epelo permeâmetro <strong>de</strong> Guelph foram estatisticamente iguais, assim como para osimula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> chuva e o permeâmetro <strong>de</strong> Guelph; entretanto, os <strong>do</strong>is grupos diferiramentre si.56


POTT e MARIA (2003), em seus estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comparação <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campo,empregan<strong>do</strong> um infiltrômetro <strong>de</strong> aspersão, um permeâmetro <strong>de</strong> carga constante, uminfiltrômetro <strong>de</strong> pressão 15 e um infiltrômetro <strong>de</strong> tensão 16 para a <strong>de</strong>terminação da VIB,verificaram que os méto<strong>do</strong>s comportaram-se diferentemente em relação ao tipo <strong>de</strong> solo,ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> os menores valores <strong>de</strong> VIB <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s com o infiltrômetro <strong>de</strong> aspersão.3.1.6 - Principais Causas da Variação da InfiltraçãoA infiltração da água no solo é uma característica bastante dinâmica, varian<strong>do</strong>no espaço e no tempo, entre solos e no mesmo solo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diversos fatores. Noentanto, a maioria relaciona-se as proprieda<strong>de</strong>s e características <strong>do</strong> solo, principalmentee da água, enquanto outras <strong>de</strong>correm da meto<strong>do</strong>logia utilizada no processo <strong>de</strong> mediçãoda infiltração.a – Características <strong>do</strong> Solo e quanto ao Uso <strong>do</strong> Solo• Textura e EstruturaA textura e a estrutura são características que influenciam expressivamente amovimentação da água no solo, uma vez que <strong>de</strong>terminam o volume <strong>de</strong> macroporospresentes em seu perfil, os quais são <strong>de</strong> extrema importância na condutivida<strong>de</strong>hidráulica <strong>do</strong> solo. Também interferem expressivamente na infiltração a forma etamanho <strong>do</strong>s poros e sua continuida<strong>de</strong> (HILLEL, 1971).Solos <strong>de</strong> textura arenosa possuem maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> macroporos conecta<strong>do</strong>sque os solos argilosos e, conseqüentemente, apresentam maiores condutivida<strong>de</strong>hidráulica e taxa <strong>de</strong> infiltração, embora os solos argilosos tenham mais porosida<strong>de</strong>. Já ossolos argilosos bem estrutura<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m mostrar maiores taxas <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong> que ossolos <strong>de</strong> má estrutura, que sofrem dispersão quan<strong>do</strong> ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>s ou submeti<strong>do</strong>s a algum15O infiltrômetro <strong>de</strong> pressão é o permeâmetro <strong>de</strong> carga constante, com medições da VIB na superfície <strong>do</strong> solo.16O infiltrômetro <strong>de</strong> tensão possui um mecanismo capaz <strong>de</strong> realizar medições <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> água sob potencialnegativo, permitin<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> movimento da água em solos não satura<strong>do</strong>s.57


agente <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>r. A estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s é <strong>de</strong>terminada pelos chama<strong>do</strong>sagentes agrega<strong>do</strong>s, que são representa<strong>do</strong>s principalmente pela matéria orgânica e pelosóxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ferro e alumínio. Dessa forma, à medida que aumentam esses compostos nosolo, maior é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le apresentar uma boa estrutura (SILVA e KATO, 1997).Solos mais intemperiza<strong>do</strong>s são caracteriza<strong>do</strong>s pela presença pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>Fe e Al nas partículas finas em relação às argilas silicatadas. Assim, a estrutura <strong>do</strong> solopo<strong>de</strong> exercer influência muito mais expressiva na taxa <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong> que a textura.Camadas que diferem em textura ou estrutura no perfil <strong>do</strong> solo po<strong>de</strong>m retardar omovimento da água durante a infiltração. Surpreen<strong>de</strong>ntemente, camadas <strong>de</strong> argila eareia po<strong>de</strong>m se comportar similarmente, embora que por razões diferentes 17 .• Tipo <strong>de</strong> Cobertura <strong>do</strong> SoloA natureza da superfície é fator <strong>de</strong>terminante no processo <strong>de</strong> infiltração. Áreasurbanizadas apresentam menores taxas <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong> que áreas agrícolas, por teremaltas taxas <strong>de</strong> impermeabilização da superfície <strong>do</strong> solo, o que impe<strong>de</strong> a sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> infiltração. Além disso, o sistema radicular das plantas cria caminhos preferenciaisque favorecem o movimento da água (PRUSKI et al., 1997).Vários pesquisa<strong>do</strong>res tem ressalta<strong>do</strong> a importância <strong>de</strong> práticas como manutenção<strong>de</strong> cobertura vegetal para conservação <strong>do</strong> solo (DULEI, 1939; BERTOL et al., 1989;FARIA et al., 1998; SILVA et al., 2001; COGO et al., 2003). A cobertura vegetal éresponsável pelo aumento da macroporosida<strong>de</strong> da camada superficial e protege osagrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> impacto direto das gotas <strong>de</strong> chuva e, conseqüentemente, é capaz <strong>de</strong> manteraltas taxas <strong>de</strong> infiltração e diminuir consi<strong>de</strong>ravelmente as perdas <strong>de</strong> água <strong>do</strong> solo.DULEY (1939) verificou que solos <strong>de</strong>scobertos apresentaram reduções da taxa <strong>de</strong>infiltração <strong>de</strong> até 85% em relação àqueles protegi<strong>do</strong>s por palha.• Tipo <strong>de</strong> Preparo e Manejo <strong>do</strong> Solo17Por exemplo, a camada <strong>de</strong> argila dificulta o movimento da água no perfil <strong>do</strong> solo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua baixa condutivida<strong>de</strong>hidráulica saturada, enquanto a camada <strong>de</strong> areia po<strong>de</strong> retardar o <strong>de</strong>slocamento da frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento, em razãoda sua baixa condutivida<strong>de</strong> hidráulica sob condições não-saturadas (PRUSKI et al., 1997).58


Em geral, quan<strong>do</strong> se prepara o solo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração ten<strong>de</strong> aaumentar, em razão da quebra <strong>de</strong> estrutura da camada superficial. No entanto, se ascondições <strong>de</strong> preparo e manejo forem ina<strong>de</strong>quadas, sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração po<strong>de</strong>rátornar-se inferior a <strong>de</strong> um solo sem preparo, principalmente se a cobertura vegetal forremovida. Uma vez forma<strong>do</strong> o selamento superficial <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao impacto das gotas <strong>de</strong>chuva e, em muitos casos, este é estabeleci<strong>do</strong> muito rapidamente após as primeirasprecipitações, a taxa <strong>de</strong> infiltração da água no solo é consi<strong>de</strong>ravelmente reduzida(PRUSKI et al., 1997).SILVA e KATO (1997) avaliaram a infiltração em um latossolo vermelhoamareloargiloso sujeito a três condições diferentes <strong>de</strong> manejo: sistema <strong>de</strong> cultivotradicional, plantio direto e cerra<strong>do</strong> virgem. Eles verificaram que os parâmetros físicohídricosque mais influenciaram a infiltração (macroporosida<strong>de</strong> e condutivida<strong>de</strong>hidráulica) foram bem maiores no local on<strong>de</strong> prevalecia a cobertura natural <strong>do</strong> solo(cerra<strong>do</strong> virgem). Nessa condição, a condutivida<strong>de</strong> hidráulica (K sat ) foi cerca <strong>de</strong> vintevezes maior <strong>do</strong> que na área <strong>de</strong> plantio direto e três vezes maior <strong>do</strong> que na área commanejo convencional.O tráfego intenso <strong>de</strong> máquinas sobre a superfície <strong>do</strong> solo, principalmente quan<strong>do</strong>se utiliza o sistema convencional <strong>de</strong> preparo, produz uma camada compactada que reduza capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração da água no solo. Solos situa<strong>do</strong>s em área <strong>de</strong> pastoreio tambémsofrem intensa compactação, ocasionada pelas patas <strong>do</strong>s animais (PRUSKI et al., 1997).• Encrostamento SuperficialO encostamento superficial causa<strong>do</strong> pelo impacto das gotas da chuva é <strong>de</strong>ocorrência comum, particularmente em solos intensivamente cultiva<strong>do</strong>s. A superfície <strong>do</strong>solo apresenta-se compacta e, embora a espessura da camada <strong>de</strong> encrostamentosuperficial possa ser pequena, seu efeito sobre as proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong> solo influencia,acentuadamente, as condições <strong>de</strong> infiltração.CHU et al., (1986) afirmam que a formação <strong>de</strong> crosta na superfície <strong>do</strong> solo éfator <strong>do</strong>minante na <strong>de</strong>terminação da taxa <strong>de</strong> infiltração. Dessa forma mo<strong>de</strong>los como o <strong>de</strong>59


Green-Ampt, que é usa<strong>do</strong> na previsão na infiltração da água no solo, po<strong>de</strong>m sermodifica<strong>do</strong>s, para melhor <strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> infiltração.TACKETT e PARSON (1965), cita<strong>do</strong>s por SILVA e KATO (1997) verificamque a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> global <strong>do</strong> solo superficial aumenta com o incremento da precipitaçãosobre ele. Constataram que o efeito é muito mais marcante nos primeiros instantes daprecipitação. A conseqüência <strong>do</strong> aumento da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> global é a diminuição damacroposida<strong>de</strong>, acarretan<strong>do</strong> com isso, uma diminuição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração.REICHERT et al. (1988) verificaram que em condições <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> selosuperficial, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica foi sensivelmente reduzida durante achuva, em to<strong>do</strong>s os solos por eles estuda<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> esse efeito mais pronuncia<strong>do</strong> emsolos argilosos com argila expansiva ou com alta dispersão <strong>de</strong> partículas finas.CHAVES et al. (1993) apresentam um mo<strong>de</strong>lo para previsão <strong>de</strong> infiltraçãobaseada no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Horton, mas que leva em consi<strong>de</strong>ração o efeito <strong>de</strong> selamentosuperficial. Os autores afirmam que esse mo<strong>de</strong>lo apresentou <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> superior naprevisão <strong>de</strong> infiltração em comparação com o original <strong>de</strong> Horton.Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>screver, resumidamente, a seqüência <strong>de</strong> eventos envolvi<strong>do</strong>s noencrostamento superficial: quebra <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> solo pelo impacto direto das gotas<strong>de</strong> chuva (<strong>de</strong>sagregação); movimento <strong>de</strong> partículas finas e dispersas ao longo <strong>de</strong> poucoscentímetros abaixo da superfície e <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>posição nos poros <strong>de</strong> solo (salpicamento);compactação da camada superficial <strong>do</strong> solo pelo impacto das gotas <strong>de</strong> água, produzin<strong>do</strong>uma camada <strong>de</strong>lgada <strong>de</strong> solo expressivamente a<strong>de</strong>nsada; e <strong>de</strong>posição <strong>do</strong> material finoem suspensão, com a conseqüente orientação das partículas <strong>de</strong> argila (selamento)(BRANDÃO, 2003). É importante lembrar que alguns <strong>de</strong>sses eventos po<strong>de</strong>m estarausentes, por exemplo, no caso das partículas <strong>de</strong> solo serem pouco susceptíveis àdispersão. Ainda assim, esses processos acarretam consi<strong>de</strong>rável redução damacroporosida<strong>de</strong> da camada superficial <strong>de</strong> solo.A ocorrência <strong>de</strong> encrostamento <strong>do</strong> solo não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente das características<strong>de</strong> sua superfície, como textura, estrutura e presença <strong>de</strong> cobertura vegetal, mas também60


das características da chuva. Dentre estas, as mais utilizadas para caracterizar oencrostamento são a intensida<strong>de</strong> da chuva, o diâmetro médio e a velocida<strong>de</strong> final dagota. No entanto, a energia cinética das gotas tem-se torna<strong>do</strong>, nos últimos anos, aproprieda<strong>de</strong> mais comumente associada com a formação <strong>do</strong> encrostamento superficial.Experimentalmente, verifica-se que o acúmulo da ação da energia cinética resulta emredução progressiva da condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo (SILVA e KATO, 1997;AMORIM et al., 2001; SILVA et al., 2001).b – Características da ÁguaAs variações da infiltração com relação à água <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da sua qualida<strong>de</strong> etemperatura. AGASSI, MORIN e SHAINBERG (1981), cita<strong>do</strong>s por ARAÚJO FILHO(1992), <strong>de</strong>stacaram o efeito da qualida<strong>de</strong> da água no processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> crostas.Os autores explicam que a dispersão química <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não apenas daconcentração <strong>de</strong> sódio na água, mas também da percentagem <strong>de</strong> sódio trocável (PST) nosolo. BEN-HUR, SHAINBERG, BAKKER et al. (1985), estudan<strong>do</strong> solos calcários enão calcários, concluíram que, para qualquer conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> argilas, as taxas finais <strong>de</strong>infiltração são mais altas quan<strong>do</strong> se usa água salina, em comparação com água <strong>de</strong> boaqualida<strong>de</strong>. Também observaram que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração é mais baixa em soloscom mo<strong>de</strong>rada PST <strong>do</strong> que em solos <strong>de</strong> baixa PST.Com relação à temperatura, o seu efeito na infiltração é varia<strong>do</strong>. O aumento <strong>de</strong>temperatura entre 5°C e 30°C promove um aumento quase proporcional da infiltração.Quan<strong>do</strong> a temperatura aumenta <strong>de</strong> 30°C para 35°C, há um aumento muito acentua<strong>do</strong> dainfiltração e, a partir <strong>de</strong>sse limite, a infiltração diminui (GHILDYAL e TRIPATHI,1987). Entretanto, segun<strong>do</strong> MOREL-SEYTOUX (1983), em regiões on<strong>de</strong> os solosgelam, a água congelada nos poros funciona como redutor <strong>de</strong> seu movimento.A condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> material poroso e <strong>do</strong>flui<strong>do</strong>. Quanto mais alta for a condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo em condições <strong>de</strong>saturação, tanto mais eleva<strong>do</strong> ten<strong>de</strong>rá a ser seu regime <strong>de</strong> infiltração (HILLEL, 1970). Amedida que a temperatura da água se eleva, sua viscosida<strong>de</strong> é diminuída, aumentan<strong>do</strong>,conseqüentemente, a condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> solo (REICHARDT, 1996).61


Outros fatores, como a umida<strong>de</strong> inicial <strong>do</strong> solo e presença <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> lâmina<strong>de</strong> água na superfície, também vão influenciar na infiltração. Como já visto, quantomais úmi<strong>do</strong> estiver o solo no início <strong>do</strong> processo, tanto menor será a infiltrabilida<strong>de</strong>inicial (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos gradientes matriciais serem menores) e tanto mais rapidamente seráatingi<strong>do</strong> o regime final (VIB), que geralmente é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> teor inicial <strong>de</strong> água.c – Características da Meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> Teste <strong>de</strong> InfiltraçãoOs méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> medição da infiltração baseiam-se no princípio da inundação <strong>de</strong>áreas ou da simulação <strong>de</strong> chuvas (GHILDYAL e TRIPATHI, 1987; FORSYTHE,1985). Comparan<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração por méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> princípios diferentes,SLATER (1957) e MUSGRAVE e HOLTAN (1964) cita<strong>do</strong>s por FORSYTHE (1985),notaram valores <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a oito vezes maiores para os que se baseiam no princípio dainundação. Entretanto, JULANDER e JACKSON (1983) compararam resulta<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s por simula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> chuva e pelo infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel e constataram nãohaver diferença significativa entre os resulta<strong>do</strong>s.ARANOVICI (1955) estu<strong>do</strong>u variações da infiltração em função <strong>do</strong> diâmetro eprofundida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cilindro infiltrômetro no solo e constatou que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>infiltração diminui com o aumento <strong>do</strong> diâmetro e da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cravação <strong>do</strong>cilindro no solo. Também constatou que o aumento da lâmina <strong>de</strong> água no interior <strong>do</strong>cilindro promove o aumento da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração, e que o uso <strong>do</strong> cilindroexterno reduz a velocida<strong>de</strong> da infiltração no cilindro central.SIQUEIRA e DENARDIN (1985) sugeriram um equipamento para medir taxas<strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> água com cilindro interno medin<strong>do</strong> 30 cm <strong>de</strong> diâmetro e <strong>de</strong> altura, e oexterno, 50 cm <strong>de</strong> diâmetro e 20 cm <strong>de</strong> altura. Segun<strong>do</strong> GHILDYAL e TRIPATHI(1987), as medições <strong>de</strong> infiltração em estu<strong>do</strong>s mais antigos eram feitas sem o uso <strong>do</strong>cilindro externo, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s mostravam gran<strong>de</strong>s variações. Entretanto,segun<strong>do</strong> esses autores, nos estu<strong>do</strong>s mais recentes, tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>infiltrômetro duplo <strong>de</strong> anel, apresentan<strong>do</strong> os cilindros externo e interno cerca <strong>de</strong> 23 cm e35 cm <strong>de</strong> diâmetro, respectivamente.62


3.1.7 - Equações <strong>de</strong> InfiltraçãoAs equações que <strong>de</strong>screvem a variação da infiltração da água no solo ao longo<strong>do</strong> tempo po<strong>de</strong>m ter bases teóricas ou empíricas. As segundas têm a vantagem <strong>de</strong>permitir relacionar seus parâmetros com características <strong>do</strong> solo, <strong>de</strong> forma simplificada.Assim, na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> seus parâmetros, englobam-se alguns fatores que são difíceis<strong>de</strong> serem consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s nas equações com bases teóricas, como por exemplo, aheterogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo (BRANDÃO, 2003). A principal limitação das equaçõesempíricas é que os da<strong>do</strong>s ajusta<strong>do</strong>s somente são váli<strong>do</strong>s para as condições em que elesforam <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s, ou seja, não po<strong>de</strong>m ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para outros tipos <strong>de</strong> solo. Já asequações teóricas são baseadas na teoria física <strong>do</strong> escoamento em meios porosos, que é<strong>de</strong>scrita pela equação <strong>de</strong> Richards ou mesmo pela equação <strong>de</strong> Darcy, como foi visto nocapítulo anterior.a – Equações empíricas• Equação <strong>de</strong> KostiakovDentre as equações empíricas, uma das mais utilizadas para fins <strong>de</strong>dimensionamento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação por inundação, <strong>de</strong> forma potencial e bastantesimples, é a <strong>de</strong>senvolvida por Kostiakov, em 1932 (BRANDÃO, 2003). Essepesquisa<strong>do</strong>r propôs a seguinte equação para calcular a infiltração acumulada:aI = kt(3.2)on<strong>de</strong> I é o volume infiltra<strong>do</strong> total e t é o tempo a partir <strong>do</strong> início da infiltração. Asconstantes k e a, on<strong>de</strong> k (k>0) e a (0


da equação; assim, ela não po<strong>de</strong> ser aplicada a outros tipos <strong>de</strong> solo e condiçõesdiferentes das condições em que os parâmetros k e a foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s (RAWLS etal., 1996).água no solo.Derivan<strong>do</strong> a equação em função <strong>do</strong> tempo, encontra-se a taxa <strong>de</strong> infiltração i dadIi =dt=aakt−1(3.3)Essa equação, apesar <strong>de</strong> estritamente empírica, apresenta valor da taxa <strong>de</strong>infiltração inicial ten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> para o infinito e taxa <strong>de</strong> infiltração para longos valores <strong>de</strong>tempo ten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a zero, e não a um valor positivo constante. Este valor constante <strong>de</strong>vecorrespon<strong>de</strong>r à taxa <strong>de</strong> infiltração básica (VIB), ou à condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> meiosatura<strong>do</strong> (K sat ) <strong>do</strong> terreno superficial, como menciona<strong>do</strong> no capítulo anterior. Esse fatopo<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> menor importância para a infiltração no senti<strong>do</strong> horizontal, mas torna aequação limitada, sob o aspecto teórico, para o caso da infiltração vertical. No entanto,para a maior parte <strong>do</strong>s intervalos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> interesse para a irrigação, a equação po<strong>de</strong>representar a<strong>de</strong>quadamente o processo <strong>de</strong> infiltração da água no solo (HILLEL, 1980).• Equação <strong>de</strong> Kostiakov – LewisPara eliminar a <strong>de</strong>ficiência da taxa <strong>de</strong> infiltração ten<strong>de</strong>r a zero quan<strong>do</strong> o tempoten<strong>de</strong> a infinito, foi proposta a equação <strong>de</strong> Kostiakov–Lewis ou Kostiakov modificada,que po<strong>de</strong> ser assim representada:i =I = ktdIdta += katcta−1+ c(3.4)(3.5)Nesta nova equação, quan<strong>do</strong> t ten<strong>de</strong> para o infinito, a taxa <strong>de</strong> infiltração ten<strong>de</strong>para c (c>0). Como na equação anterior, k>0 e 0


• Equação <strong>de</strong> HortonUma das mais conhecidas equações <strong>de</strong> infiltração empíricas, em princípio maisconsistente que a <strong>de</strong> Kostiakov (BRANDÃO, 2003), é a <strong>de</strong>senvolvida por HORTON(1940). A partir <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> experimentos, esse pesquisa<strong>do</strong>r observou que a reduçãona taxa <strong>de</strong> infiltração com o tempo é fortemente controlada por fatores que ocorrem nasuperfície <strong>do</strong> solo, como encrostamento superficial <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao impacto das gotas dachuva, fenômenos <strong>de</strong> expansão e contração <strong>do</strong> solo, <strong>de</strong>ntre outros. HORTON (1940)também concluiu que a taxa <strong>de</strong> infiltração se aproxima <strong>de</strong> um valor constante, masfreqüentemente é menor que K sat . Ele também justificou que essa diferença <strong>de</strong>corre dapresença <strong>de</strong> ar aprisiona<strong>do</strong> no solo e da incompleta saturação <strong>do</strong> solo em condições <strong>de</strong>campo.ditempo dtHORTON (1940) observou que a variação da taxa <strong>de</strong> infiltração em relação aoé proporcional à diferença entre a taxa <strong>de</strong> infiltração consi<strong>de</strong>rada e a taxa <strong>de</strong>diinfiltração estável (i – i c ). Como o valor <strong>de</strong> i é <strong>de</strong>crescente, então dttorna-se negativo.Assim, a equação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita através da seguinte forma exponencial negativa:ip= ic+−ϑt( i − i ) eoc(3.6)on<strong>de</strong> i o é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração no instante inicial e i c é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltraçãofinal ou <strong>de</strong> equilíbrio, equivalente a condutivida<strong>de</strong> hidráulica à saturação natural K sat . Aconstante ϑ é <strong>de</strong>nominada constante <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento e está associada à umida<strong>de</strong> inicial eao tipo <strong>de</strong> solo, e, assim como os <strong>de</strong>mais parâmetros, é obtida por meio <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>regressão a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s experimentais <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração.• Equação <strong>do</strong> Soil Conservation Service (SCS)A Equação (3.7) representa a equação <strong>do</strong> SCS, largamente utilizada em projetos<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação por gravida<strong>de</strong> ou superfície (USDA, 1979). A base <strong>de</strong>ssa65


meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> projeto é a consi<strong>de</strong>ração que os solos sejam classifica<strong>do</strong>s em famílias <strong>de</strong>curvas <strong>de</strong> infiltração, segun<strong>do</strong> o comportamento <strong>do</strong>s coeficientes da Equação (3.7).I(t)= kta +c(3.7)• Equação Polinomial (quadrática)A equação <strong>de</strong> infiltração quadrática, Equação (3.8) apesar <strong>de</strong> não ser usualmenteutilizada, será testada no presente estu<strong>do</strong> para se avaliar até que ponto, a forma convexada curva <strong>de</strong> infiltração acumulada po<strong>de</strong> ser explicada pelo polinômio <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> grau:2I ( t)= kt + at + c(3.8)b – Equações Teóricas• Equação <strong>de</strong> PhilipPHILIP (1957, 1969) <strong>de</strong>senvolveu uma equação teórica bastante difundida que éuma solução analítica da equação <strong>de</strong> Richards, obten<strong>do</strong> uma série infinita como soluçãopara o volume infiltra<strong>do</strong> cumulativo. O autor assumiu que a condutivida<strong>de</strong> hidráulica e adifusivida<strong>de</strong> são funções da umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo e, portanto, variam no espaço e com o<strong>de</strong>correr <strong>do</strong> tempo. Além disso, o solo é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> homogêneo, infinito ecom umida<strong>de</strong> inicial constante ao longo da profundida<strong>de</strong>. O potencial <strong>de</strong> pressão éassumi<strong>do</strong> nulo na superfície.Na prática, a equação <strong>de</strong> Philip tem a seguinte forma:I = kt1 / 2+ ct(3.9)O parâmetro k é a sorptivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, que indica a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um solohomogêneo absorver água consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se a sua condição <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> inicial. Portanto,k <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo e da umida<strong>de</strong> inicial.66


A Equação (3.9), por diferenciação, fornece a taxa <strong>de</strong> infiltração como:1 −i = kt1 / 2+ c2(3.10)A Equação (3.10) satisfaz a condição <strong>de</strong> que, para tempos pequenos, a taxa <strong>de</strong>infiltração ten<strong>de</strong> para o infinito, enquanto que, para tempos longos, ten<strong>de</strong> a um valorconstante c que é, aproximadamente, a condutivida<strong>de</strong> hidráulica <strong>do</strong> meio satura<strong>do</strong> nasuperfície <strong>do</strong> solo.O valor <strong>de</strong> k, <strong>de</strong> fato, po<strong>de</strong> ser teoricamente calcula<strong>do</strong> a partir da umida<strong>de</strong> iniciale das funções K(θ) e D(θ) (condutivida<strong>de</strong> e difusivida<strong>de</strong> hidráulicas).A principal limitação para o emprego da equação <strong>de</strong> Philip está relacionada àspressuposições a<strong>do</strong>tadas para o seu <strong>de</strong>senvolvimento. A heterogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, bemcomo a umida<strong>de</strong> inicial, a existência <strong>de</strong> solos pouco profun<strong>do</strong>s e a presença <strong>de</strong> lençolfreático raso também são outros fatores limitantes à aplicação da equação.• Equação <strong>de</strong> Green-AmptDentre os mo<strong>de</strong>los teóricos, o <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Green-Ampt é um <strong>do</strong>s maisemprega<strong>do</strong>s. Esse mo<strong>de</strong>lo é basea<strong>do</strong> na equação <strong>de</strong> Darcy, admitin<strong>do</strong>-se as seguintespremissas no seu <strong>de</strong>senvolvimento (PRUSKI et al., 1997):- existência <strong>de</strong> uma carga hidráulica Ho constante na superfície <strong>do</strong> solo;- solo com perfil homogêneo e profundida<strong>de</strong> infinita;- existência <strong>de</strong> uma frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento abrupta (<strong>de</strong>scontínua);- potencial <strong>de</strong> água no solo, na frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento, constante no tempo e aolongo da profundida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada; e- perfil satura<strong>do</strong> da umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superfície até a profundida<strong>de</strong> dafrente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento (a umida<strong>de</strong> e a condutivida<strong>de</strong> hidráulica consi<strong>de</strong>radas na zona67


ume<strong>de</strong>cida são aquelas correspon<strong>de</strong>ntes à condição <strong>de</strong> saturação). Abaixo <strong>de</strong>ssaprofundida<strong>de</strong>, o solo é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> com umida<strong>de</strong> e potencial matricial constantes, iguaisàs condições anteriores ao início da infiltração.As duas últimas premissas dizem respeito ao <strong>de</strong>slocamento da frente <strong>de</strong>ume<strong>de</strong>cimento <strong>do</strong> tipo pistão, ou seja, consi<strong>de</strong>ra-se o movimento <strong>de</strong> um pistão comdiâmetro constante (θ sat - θ i ) e comprimento variável correspon<strong>de</strong>nte à profundida<strong>de</strong> dafrente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento. Assim, a equação <strong>de</strong> Green-Ampt está sujeita às seguintescondições iniciais e <strong>de</strong> contorno:cima).Para t = 0, θ = θ i quan<strong>do</strong> z ≤ 0 (direção vertical z é orientada positivamente paraPara t > 0 e z = 0, θ = θ sat.Para t ≥ 0 e z = -∞, θ = θ i.Para t ≥ 0 e z = 0, θ p = H 0 > 0 .perfil.Na Figura 3.5, é ilustrada a distribuição i<strong>de</strong>alizada <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> ao longo <strong>do</strong>Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os potenciais totais nos pontos (1) e (2) da Figura (3.5) e o plano<strong>de</strong> referência na superfície <strong>do</strong> solo, tem-se:Φ t1 = z 1 + φ m1 + φ p1 = 0 + 0 + H 0 = H 0Φ t2 = z 2 + φ m2 + φ p2 = -L + φ f + 0 = -L + φ f(3.11)em que φ m2 = φ f é o potencial matricial na frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento, e L é aprofundida<strong>de</strong> na frente <strong>de</strong> molhamento.Para facilitar a utilização da equação <strong>de</strong> Green-Ampt, o potencial matricial nafrente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento <strong>de</strong>ve ser aquele correspon<strong>de</strong>nte às condições iniciais <strong>do</strong> solo68


(antes <strong>do</strong> início da infiltração), que é também igual ao <strong>do</strong> solo imediatamente abaixo dafrente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento.Figura 3.5 – Distribuição da umida<strong>de</strong> ao longo <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> solo durante a infiltração(Fonte: BRANDÃO, 2003)representa<strong>do</strong>:⎛ ∆Φ ⎞Dessa forma, o gradiente <strong>de</strong> potencial ⎜ ⎟ entre os pontos (1) e (2) é assim⎝ ∆z⎠∆Φ Φ=∆zt1 − Φt 2L(3.12)e o fluxo seráq = Ksat⎛ Φ⎜⎝t1− ΦLt 2⎞⎟⎠(3.13)Substituin<strong>do</strong> as Equações (3.10) e (3.11) na Equação (3.13), obtém-se69


q = Ksat⎛ H⎜⎝0+ L − φLf⎞⎟⎠(3.14)Igualan<strong>do</strong> o fluxo (q) à taxa <strong>de</strong> infiltração (i), tem-sei =dIdt= Ksat⎛ L − φf+ H⎜⎝ L0⎞⎟⎠(3.15)Uma vez que o valor da carga hidráulica H 0 é muito pequeno compara<strong>do</strong> à soma<strong>do</strong>s potenciais gravitacional (L) e matricial (φ f ), po<strong>de</strong>-se, então, a<strong>do</strong>tar H 0 = 0. E ainda,como os valores <strong>do</strong> potencial matricial são sempre negativos, a equação (3.15) po<strong>de</strong> serassim representada:i = Ksat⎛ L + φ⎜f⎜ L⎝⎞⎟ = K⎟⎠sat⎛ φ⎜f1 +⎜ L⎝⎞⎟⎟⎠(3.16)Observan<strong>do</strong> a Equação (3.16), constata-se que a infiltração é governada pelosgradientes matricial e gravitacional. Enquanto este último é constante, o outro <strong>de</strong>cresceao longo <strong>do</strong> tempo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao avanço da frente <strong>de</strong> ume<strong>de</strong>cimento, ou seja, aumento <strong>do</strong>valor <strong>de</strong> L.Sen<strong>do</strong> I = L (θ sat -θ i ) e rearranjan<strong>do</strong>-se a Equação (3.16), encontra-sei = Ksat⎛⎜1+ φ (θf⎝sat− θi ⎞⎟I ⎠(3.17)A infiltração acumulada po<strong>de</strong> ser então calculada pela equaçãot∫I ( t)= i(t)dt .0dI(t)Substituin<strong>do</strong> i( t)= na Equação (3.17), e integran<strong>do</strong>, encontra-se a equação paradt<strong>de</strong>terminar a infiltração acumulada em função <strong>do</strong> tempo. Saben<strong>do</strong>-se que I(t) = 0 parat = 0, tem-se70


Ksatt = I(t)− φf⎡( θ ⎢s− θi) ln 1 +⎢⎣φfI(t)⎤⎥( θs− θi) ⎥⎦(3.18)A forma mais encontrada <strong>de</strong>sta equação po<strong>de</strong> ser representada por1t =c1⎧ ⎡ k + I ⎤⎫⎨I− k.ln⎢⎥⎬,⎩ ⎣ k ⎦⎭(3.19)para c 1 = k sat , k > 0.Apesar <strong>de</strong> ser um mo<strong>de</strong>lo bastante conveniente, uma vez que os parâmetrosexigi<strong>do</strong>s por ele são, aparentemente, <strong>de</strong> obtenção razoavelmente fáceis, as suasprincipais <strong>de</strong>svantagens estão relacionadas com as possíveis pressuposições, como naequação <strong>de</strong> Philip. Na maioria das situações, os solos são heterogêneos e os valores <strong>de</strong>K sat e φ t po<strong>de</strong>m variar tanto no tempo quanto no espaço, e a umida<strong>de</strong> inicial <strong>do</strong> solo nãoé obrigatoriamente uniforme ao longo <strong>do</strong> perfil. Essa equação também não érecomendada, teoricamente, para solos com camada <strong>de</strong> impedimento próxima àsuperfície, ou mesmo com lençol freático raso.c – Comparações entre as Equações <strong>de</strong> InfiltraçãoNa literatura, alguns trabalhos têm enfatiza<strong>do</strong> a análise comparativa entreequações <strong>de</strong> infiltração. A seguir, revisam-se alguns <strong>de</strong>sses estu<strong>do</strong>s.SCOPEL et al. (1980), estudan<strong>do</strong> a infiltração da água em solos <strong>do</strong> litoral-norte<strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, utilizaram as equações <strong>de</strong> Kostiakov e Philip para representar ocomportamento da infiltração acumulada. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram que os da<strong>do</strong>sexperimentais não foram ajusta<strong>do</strong>s perfeitamente pela equação <strong>de</strong> Kostiakov, a partir <strong>de</strong>120 minutos <strong>de</strong> teste. Segun<strong>do</strong> os autores, esse fato ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à estratificação <strong>do</strong>shorizontes <strong>do</strong> solo.CLEMMENS (1983), avaliou o ajustamento <strong>de</strong> 8 equações <strong>de</strong> infiltração a umagran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s experimentais e concluiu que não há diferença significativa71


entre as performances das equações empíricas <strong>de</strong> Kostiakov, SCS, Kostiakov-Lewis,Kostiakov-Branch e Collis-George. Concluiu também, que são similares entre si os<strong><strong>de</strong>sempenho</strong>s das equações teóricas <strong>de</strong> Philip e Green-Ampt. Entretanto, as equaçõesempíricas diferem estatisticamente das teóricas, e se ajustam melhor com relação aosda<strong>do</strong>s testa<strong>do</strong>s. A equação <strong>de</strong> Philip, a <strong>de</strong> maior formulação teórica, mostrou-seina<strong>de</strong>quada nesse trabalho, bem como as equações <strong>de</strong> Horton e <strong>de</strong> Green-Ampt, que nãointerpolaram satisfatoriamente os da<strong>do</strong>s experimentais. As equações <strong>do</strong> SCS e <strong>de</strong> Collis-George não apresentaram vantagens em relação ao mo<strong>de</strong>lo mais simples <strong>de</strong> Kostiakov.Para a maioria <strong>do</strong>s casos, a equação <strong>de</strong> Kostiakov foi a mais a<strong>de</strong>quada para <strong>de</strong>screver ofenômeno <strong>de</strong> infiltração. Quan<strong>do</strong> isso não ocorreu, o autor recomen<strong>do</strong>u o uso dasequações <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis ou Kostiakov-Branch, que são sofisticações <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lopotencial simples <strong>de</strong> Kostiakov, pois permitem a convergência para uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>infiltração básica (VIB).ARAÚJO FILHO (1992) avaliou o <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das equações <strong>de</strong> Philip,Kostiakov, SCS e da Reta (regressão linear estatística), as quais apresentaramajustamento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> semelhante, com relação aos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração obti<strong>do</strong>s notempo <strong>de</strong> 4 a 6 horas. A equação <strong>do</strong> SCS, com maior número <strong>de</strong> parâmetros (3parâmetros), não apresentou qualquer vantagem sobre as <strong>de</strong>mais. O autor recomenda ouso da equação <strong>de</strong> Kostiakov, por ser uma das mais simples, <strong>de</strong> fácil obtenção e porrepresentar satisfatoriamente o fenômeno da infiltração para os solos estuda<strong>do</strong>s em seutrabalho.ARAÚJO FILHO e RIBEIRO (1996), compararam equações <strong>de</strong> infiltraçãoacumulada obtidas a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s pelo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anele observaram similarida<strong>de</strong> da performance entre as equações <strong>de</strong> Kostiakov e SCS, e um<strong><strong>de</strong>sempenho</strong> significativamente melhor <strong>de</strong> ambas em relação a <strong>de</strong> Philip.FABIAN e OTTONI FILHO (1997), testaram a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> cinco equações <strong>de</strong>infiltração (Philip, Kostiakov, Kostiakov-Lewis, Horton e SCS) a um solo podzólicovermelho-amarelo. À exceção da equação <strong>de</strong> Horton que apresentou um coeficiente <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação médio (R 2 ) <strong>de</strong> 0,655, todas as <strong>de</strong>mais mostraram-se satisfatórias, sem72


diferenças significativas entre seus <strong><strong>de</strong>sempenho</strong>s, com R 2 superiores a 0,80, o queindica um bom ajuste <strong>de</strong>ssas equações. A equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis também foisugerida como opção para <strong>de</strong>screver a infiltração estabilizada <strong>de</strong> longa duração.LIMA e SILANS (1999) realizaram estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> espacial dainfiltração da água no solo, numa parcela <strong>de</strong> solo arenoso <strong>de</strong> 5000 m 2 , <strong>de</strong> aparênciahomogênea, e testaram as equações <strong>de</strong> Philip e Green-Ampt a da<strong>do</strong>s experimentaisobti<strong>do</strong>s com o uso <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel, obten<strong>do</strong>-se bons resulta<strong>do</strong>s, com<strong>de</strong>staque para a equação <strong>de</strong> Green-Ampt.CECÍLIO et al. (2003) avaliaram o comportamento da equação <strong>de</strong> Green-Amptna mo<strong>de</strong>lagem da infiltração <strong>de</strong> água em um latossolo vermelho-amarelo, sob condições<strong>de</strong> estratificação, e concluíram que a equação, sem modificações nos seus parâmetros <strong>de</strong>entrada, não <strong>de</strong>screveu satisfatoriamente o processo <strong>de</strong> infiltração no solo estuda<strong>do</strong>.3.2 - Água Disponível e Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo3.2.1 - Consi<strong>de</strong>rações GeraisO conhecimento da condição <strong>de</strong> água no solo para uso agrícola é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância na engenharia <strong>de</strong> irrigação <strong>do</strong> solo e da água. Serve <strong>de</strong> base para<strong>de</strong>terminar, também, quan<strong>do</strong> e quanto <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ve ser aplica<strong>do</strong> através da irrigação,possibilitan<strong>do</strong> o uso mais racional da água (FERNANDES e SYKES, 1968). A águaarmazenada pelo solo e disponível às plantas, água disponível (AD), possui limitessuperior e inferior em conteú<strong>do</strong> no solo. O limite superior é conheci<strong>do</strong> como capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> campo (CC), e o inferior, como ponto <strong>de</strong> murcha (PM) ou ponto <strong>de</strong> murchapermanente (PMP) (FERNANDES e SYKES, 1968; BERNARDO, 1989;REICHARDT, 2004).73


Nos projetos <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação, a fração prontamente disponível é obtidamultiplican<strong>do</strong>-se a água disponível (CC – PM) por um coeficiente <strong>de</strong> correção 18 ,<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pleção hídrica, o qual é utiliza<strong>do</strong> na<strong>de</strong>terminação da lâmina <strong>de</strong> aplicação, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser encontra<strong>do</strong> na literatura <strong>de</strong> irrigaçãoem função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> cultura e clima (FAO, 1979, cita<strong>do</strong> por MACEDO, 1991).Os problemas para avaliação <strong>de</strong> água disponível surgem na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> seuslimites. Tanto o limite superior quanto o inferior estão sujeitos a variações em seusconceitos e não existe concepção precisa na literatura quanto a eles (REICHARDT,1985). Desse mo<strong>do</strong>, a estimativa <strong>de</strong> água disponível fica na <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> como foremconceitua<strong>do</strong>s esses limites (BOEDT e VERHEYE, 1985).3.2.2 - Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CampoOs conceitos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s levan<strong>do</strong>-se em contaa classificação <strong>de</strong> água no solo, <strong>de</strong>scrita no capítulo anterior. Cada estudioso <strong>do</strong> assuntoprocurou conceituar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo dan<strong>do</strong> ênfase tanto ao movimentogravitacional quanto ao movimento capilar. A seguir, apresentam-se os principaisconceitos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo:• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo – é o máximo <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> em equilíbrio coma força da gravida<strong>de</strong> (CRAFTS et al, 1949; cita<strong>do</strong>s por FERNANDES eSYKES, 1968).• Analiticamente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> qualquer camada <strong>de</strong> solo é aporcentagem <strong>de</strong> água que ele po<strong>de</strong> reter contra a gravida<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> umadrenagem a<strong>de</strong>quada é permitida (LYON et al., 1952, cita<strong>do</strong>s por FERNANDESe SYKES, 1968).• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo - é a condição <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, quan<strong>do</strong> o movimentovertical da água capilar para <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> solo seco, tenha virtualmente cessa<strong>do</strong>(THOMPSON, 1952, cita<strong>do</strong>s por FERNANDES e SYKES, 1968).18O coeficiente <strong>de</strong> correção é um valor adimensional que varia entre 0 e 1.74


• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo – é o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água na camada úmida <strong>do</strong> solo, <strong>de</strong>poisque o movimento capilar da água tenha se torna<strong>do</strong> <strong>de</strong>sprezível (MEYER et al.1960, cita<strong>do</strong>s por FERNANDES e SYKES, 1968).• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo - representa a situação na curva <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>-drenagem xtempo, na qual a taxa <strong>de</strong> drenagem tenha se torna<strong>do</strong> tão baixa que, emcomparação com as taxas anteriores, seja insignificante. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo<strong>de</strong> um solo representa o limite superior prático <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo sobcondições <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong>simpedida. Não é uma condição <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong>umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo (COLMAN, 1944, cita<strong>do</strong>s por FERNANDES e SYKES, 1968).Entre outros autores, VEIHMEYER e HENDRICKSON (1931) <strong>de</strong>finiram acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo como a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água retida pelo solo após a drenagem <strong>de</strong>seu excesso, quan<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte praticamente cessa, o queusualmente ocorre <strong>do</strong>is a três dias após chuva ou irrigação pesadas em solos permeáveis<strong>de</strong> estrutura e textura uniformes. Essa é a <strong>de</strong>finição comumente mais aceita até os diasatuais. Nesse conceito, pressupõe-se a não ocorrência <strong>de</strong> processos evapotranspirativos.REICHARDT (1985) comenta que, a partir <strong>de</strong> técnicas experimentais maisprecisas e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das teorias <strong>do</strong> movimento da água <strong>do</strong> solo, o conceito <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, como originalmente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, tem si<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> arbitrário enão uma proprieda<strong>de</strong> intrínseca <strong>do</strong> solo. Mesmo assim, entretanto, o conceito <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por muitos autores como um critério prático e útilpara <strong>de</strong>finir o limite superior <strong>de</strong> água que um solo po<strong>de</strong> reter para o uso das plantas(HILLEL, 1971).O solo, uma vez em capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, po<strong>de</strong>rá manter seu aproxima<strong>do</strong> teorpor um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo bastante longo, a menos que essa água seja utilizada pelasplantas ou venha a se per<strong>de</strong>r por evaporação.O movimento capilar verifica-se em qualquer direção, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da diferença<strong>de</strong> potencial capilar. Esses movimentos serão mais rápi<strong>do</strong>s ou mais lentos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com tipo <strong>de</strong> solo e <strong>de</strong> seu esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> aglomeração. Solos diferentes apresentamimpedância também diferente. Assim, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> solo, uma vez cessada a ação da75


gravida<strong>de</strong>, a água continua, por longo tempo, o movimento capilar no senti<strong>do</strong> daprofundida<strong>de</strong> e também no senti<strong>do</strong> horizontal. Solos que se comportam <strong>de</strong>ssa maneiradificilmente apresentarão um perfil <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> estável após 2 ou 3 dias <strong>de</strong> drenageminterna, a menos que o movimento capilar torne-se tão lento que seja consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><strong>de</strong>sprezível (FERNANDES e SYKES, 1968).No méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo comumente usa<strong>do</strong>, procuraseobservar a paralisação <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> ao longo <strong>do</strong> perfil<strong>de</strong> solo. Depois <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> chuva ou <strong>de</strong> encharcamento <strong>do</strong> solo por irrigação,coletam-se amostras para verificar a porcentagem <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. O movimento<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte da água é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> praticamente nulo, a partir <strong>de</strong> a <strong>do</strong>is a quatro dias,posteriormente às chuvas ou à irrigação.Os solos, aos quais o conceito <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo mais se adapta, são os <strong>de</strong>textura arenosa, nos quais as condutivida<strong>de</strong>s hidráulicas <strong>de</strong>crescem rapidamente com adiminuição da umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo a partir da saturação, e o fluxo torna-se muito pequenorapidamente. Em solo <strong>de</strong> textura média e fina, entretanto, <strong>de</strong> fato, o processo <strong>de</strong>redistribuição po<strong>de</strong> persistir <strong>de</strong> maneira apreciável por vários dias ou meses(REICHARDT, 1972).Os procedimentos normalmente a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grupos: o méto<strong>do</strong> direto in situ e os méto<strong>do</strong>sindiretos, sen<strong>do</strong> estes últimos subdividi<strong>do</strong>s em méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> laboratório ou <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação por pe<strong>do</strong>funções 19 . A <strong>de</strong>terminação direta da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campoconsiste na aplicação no campo <strong>de</strong> uma lâmina <strong>de</strong> água por inundação, numa área<strong>de</strong>limitada, sem vegetação, para garantir o molhamento pleno <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> solo, e, emseguida, no cobrimento <strong>do</strong> terreno ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>, por lona, plástico ou galharias, paraevitar a perda <strong>de</strong> água por evaporação ou a adição por ocorrência <strong>de</strong> chuvas. A umida<strong>de</strong>da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, por profundida<strong>de</strong>, é normalmente obtida após <strong>do</strong>is a quatro19Equações que <strong>de</strong>terminam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo a partir <strong>de</strong> outras proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo.76


dias da completa infiltração da água aplicada. Os <strong>de</strong>talhamentos <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> in situ são<strong>de</strong>scritos por OLIVEIRA e MELO (1971) e pela EMBRAPA (1979).Em laboratório, muitos pesquisa<strong>do</strong>res procuraram estimar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo utilizan<strong>do</strong> os aparelhos <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por RICHARDS e FIREMAN(1943), aplican<strong>do</strong> uma tensão específica em uma amostra (preferencialmentein<strong>de</strong>formada) <strong>de</strong> solo, para com isso, supostamente obter o mesmo teor <strong>de</strong> águaencontra<strong>do</strong> na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, sen<strong>do</strong> comumente a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s os potenciaismatriciais <strong>de</strong> 0,033 MPa (OLIVEIRA et al., 2002; RUIZ et al., 2003) ou <strong>de</strong> 0,01 MPa(SILVA e KAY et al., 1994; TORMENA et al., 1998; GIAROLA et al., 2002; SOUZAet al., 2002; ARAÚJO et al., 2004; LEÃO et al., 2004; GRECO e VIEIRA, 2005).HILLEL (1980) afirma que nenhum méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> laboratório é capaz <strong>de</strong> representar adinâmica da água no perfil, ressaltan<strong>do</strong> que o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água relativo aos potenciaisa<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s é correlacionável com a umida<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, mas não seigualan<strong>do</strong> com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo em si, confirman<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer uso<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> direto. Outros estu<strong>do</strong>s mostram que, infelizmente, também não é possívelpadronizar a tensão para se obter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo a partir <strong>de</strong> análises <strong>de</strong>laboratório.Um outro processo difundi<strong>do</strong> <strong>de</strong> laboratório é o <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> equivalente <strong>de</strong>umida<strong>de</strong> (EU). Neste, amostras peneiradas <strong>de</strong> solo, previamente saturadas em água, sãosubmetidas a uma força centrífuga <strong>de</strong> mil vezes a gravida<strong>de</strong>, durante 30 minutos. Ométo<strong>do</strong> indica que a umida<strong>de</strong> gravimétrica resultante (EU), equivale à umida<strong>de</strong> nopotencial <strong>de</strong> 0,033 MPa (CASSEL e NIELSEN, 1986) e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campogravimétrica.SYKES (1969), cita<strong>do</strong> por CARVALHO e NEGREIROS (2000), afirma quevários autores encontram boa aproximação com os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em condições <strong>de</strong>campo, empregan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> que envolve a aplicação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> drenagem internanuma coluna <strong>de</strong> solo, em laboratório. FERNANDES e SYKES (1968) afirmaram queos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campo e laboratório (coluna) apresentam boa correlação somente no77


início das observações, justifican<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong> pelas diferenças entre o gradientehidráulico ocorri<strong>do</strong> no campo e nas condições em que trabalharam.REICHARDT (1985) e CAVAZZA et al. (1973) consi<strong>de</strong>ram que os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>laboratório, nas tensões <strong>de</strong> um décimo ou um terço <strong>de</strong> atmosfera (aproximadamente0,01 MPa ou 0,033 MPa, respectivamente), nunca po<strong>de</strong>rão representar sistematicamentea capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no campo, ten<strong>do</strong> em vista que os critérios para essa<strong>de</strong>terminação são estáticos e o processo <strong>de</strong> redistribuição dinâmico. Tal afirmativa ésuportada por REICHARDT (1988), que <strong>de</strong>monstra ser a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo oresulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um comportamento dinâmico da água e não uma característica intrínseca damatriz <strong>do</strong> solo. Apesar <strong>do</strong>s inconvenientes <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s indiretos, eles se explicam<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos exaustivos trabalhos <strong>de</strong> campo que a meto<strong>do</strong>logia padrão para a<strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ <strong>de</strong>manda (FABIAN, 1995).JAMISON (1956), analisan<strong>do</strong> trabalhos <strong>de</strong> vários autores, observou que, para amaioria <strong>do</strong>s solos, a tensão que representou a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo variou <strong>de</strong> 0,02 a0,05 MPa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da textura, compactação, estratificação e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>molhamento, entre outros fatores.FERREIRA e MARCOS (1983) realizaram estu<strong>do</strong>s em latossolo roxo distróficoe em regossolo comparan<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ com as umida<strong>de</strong>s nas tensões<strong>de</strong> 0,06 MPa (microporosida<strong>de</strong>) e concluíram que há uma subestimativa da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> campo, usan<strong>do</strong> este méto<strong>do</strong>. Os mesmos autores também propuseram o uso <strong>do</strong> ponto<strong>de</strong> inflexão da curva característica <strong>de</strong> água no solo como sen<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo,sen<strong>do</strong> essa curva representada matematicamente por “splines” cúbicas. Eles obtiveramcorrelações significativas quan<strong>do</strong> esse ponto da curva foi correlaciona<strong>do</strong> com acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>terminada in situ e com a umida<strong>de</strong> sob potencial matricial <strong>de</strong>0,006 MPa.MEDINA e OLIVEIRA JR. (1987), estudan<strong>do</strong> relações entre capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo in situ e em laboratório em latossolo amarelo muito argiloso, concluíram que ométo<strong>do</strong> <strong>de</strong> laboratório que proporcionou médias mais próximas da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo, foi o que empregou a tensão <strong>de</strong> 0,01 MPa.78


BERNARDO (1989) consi<strong>de</strong>ra que as tensões <strong>de</strong> um décimo e um terço <strong>de</strong>atmosfera são recomendadas para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo nolaboratório, sen<strong>do</strong> a tensão <strong>de</strong> um terço <strong>de</strong> atmosfera empregada para solos <strong>de</strong> texturafina (argilosos) e a tensão <strong>de</strong> um décimo <strong>de</strong> atmosfera usada para solos <strong>de</strong> texturaarenosa. Entretanto, ocorrem solos <strong>de</strong> textura fina em que a tensão <strong>de</strong> um terço <strong>de</strong>atmosfera não representa a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, conforme atestam os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>RIGHES e VEIGA (1975), cita<strong>do</strong>s por ARAÚJO FILHO (1992), e MEDINA eOLIVEIRA JR. (1987).CIRINO e GUERRA (1994) concluíram, que as tensões que representam aumida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo foram <strong>de</strong> 0,01 MPa para solos arenosos e francoargilo-arenosos,e <strong>de</strong> 0,02 MPa para solos argilo-arenosos.MARCOS (1971), cita<strong>do</strong> por THURLER (2000), acredita que a tensão <strong>de</strong> umterço <strong>de</strong> atmosfera <strong>de</strong>va ser substituída por tensões <strong>de</strong> sucção <strong>de</strong> 0,006 MPa, emamostras <strong>de</strong> terra, para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.BELL e KEULEN (1996), cita<strong>do</strong>s por RUIZ et al. (2003), compararam asmedições <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo realizadas in situ com valores <strong>de</strong> laboratórioutilizan<strong>do</strong> amostras peneiradas, em quatro solos <strong>do</strong> México. Observaram que não houvediferenças significativas entre os <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s para os solos <strong>de</strong> textura arenosa.MACEDO et al. (2002), em seus estu<strong>do</strong>s com quatro solos podzólicos vermelhoamarelo,concluiram que a umida<strong>de</strong> nas tensões <strong>de</strong> 0,006 MPa e 0,010 MPa foram asque, <strong>de</strong> forma geral, mais se aproximaram <strong>do</strong>s valores da umida<strong>de</strong> na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo in situ, haven<strong>do</strong> porém, uma superestimativa na tensão <strong>de</strong> 0,006 MPa e umasubestimativa na tensão <strong>de</strong> 0,010 MPa. O mesmo autor também obteve equações, pormeio <strong>de</strong> regressões múltiplas, para <strong>de</strong>terminar a retenção <strong>de</strong> água na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo a partir <strong>de</strong> percentagens texturais e da matéria orgânica, ou simplesmente atravésda microporosida<strong>de</strong>. O trabalho <strong>de</strong> FABIAN e OTTONI FILHO (2000) vali<strong>do</strong>u asequações globais <strong>de</strong> regressão obtidas por MACEDO (1991) para a <strong>de</strong>terminação dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ e confirmou informações <strong>de</strong> outros autores <strong>de</strong> que, emsolos arenosos, a microporosida<strong>de</strong> é um bom indica<strong>do</strong>r da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.79


KUNZ et al. (2000) compararam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ com umida<strong>de</strong>sda curva <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água. Eles encontraram boas correlações nessa comparação,principalmente com os valores obti<strong>do</strong>s na camada <strong>de</strong> 10 a 20 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.Concluíram também que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo ocorreu 24 horas após o início dadrenagem, e que a tensão <strong>de</strong> 0,01 MPa po<strong>de</strong> ser utilizada para estimar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo em um latossolo vermelho distrófico.THURLER (2000), em seus estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo e<strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, em função <strong>de</strong> características granulométricas e fatoresestruturais <strong>do</strong>s solos estuda<strong>do</strong>s, confirmou que a capacida<strong>de</strong> in situ e a retenção <strong>de</strong> águaa diversas tensões possuíam altos valores <strong>de</strong> correlação com certas fraçõesgranulométricas, particularmente areia, argila e areia média. Para os solos estuda<strong>do</strong>s, astensões <strong>de</strong> água na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo variaram <strong>de</strong> 0,006 MPa a 0,027 MPa. Acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo correlacionou-se muito bem com a retenção <strong>de</strong> água às diversastensões. O autor sugere, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar repetições espaciais,contrastan<strong>do</strong> com as dificulda<strong>de</strong>s operacionais da meto<strong>do</strong>logia direta in situ, o uso <strong>do</strong>méto<strong>do</strong> indireto <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, a partir <strong>de</strong> equações quelevam em conta características granulométricas e estruturais <strong>do</strong> solo.OLIVEIRA et al. (2002) elaboraram funções <strong>de</strong> pe<strong>do</strong>transferência para estimar oconteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água no potencial <strong>de</strong> 0,033 MPa, a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s granulométricos e <strong>de</strong><strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo e compararam e eficiência da predição <strong>de</strong>ssas equações com equaçõessimilares, disponíveis na literatura, e, obtiveram bons coeficientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação ebaixo erro <strong>de</strong> predição.SOUZA et al. (2002) avaliaram <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo e ponto <strong>de</strong> murcha, na cultura <strong>de</strong> algodão herbáceo, e concluíram que o méto<strong>do</strong><strong>de</strong> laboratório, nas tensões <strong>de</strong> 0,01 MPa para capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo e <strong>de</strong> 1,5 MPa paraponto <strong>de</strong> murcha, subestimaram o méto<strong>do</strong> gravimétrico direto.MELLO et al. (2002) propuseram o uso <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> inflexão da curvacaracterística <strong>de</strong> água para um Latossolo Vermelho distrófico típico, gerada porregressão polinomial cúbica, como sen<strong>do</strong> a umida<strong>de</strong> relativa à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.80


Concluíram que esse ponto po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como um bom estima<strong>do</strong>r dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, o que po<strong>de</strong> facilitar e agilizar o cálculo da disponibilida<strong>de</strong>hídrica.RUIZ et al. (2003), em seus estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> correlação da umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo com o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> laboratório da coluna <strong>de</strong> solo, bem como o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>equivalente <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> (EU), concluíram que, para Neossolos Quartzênicos eLatossolos, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo ocorre a potenciais maiores que 0,033 MPa.A referência da <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo é o méto<strong>do</strong> in situ.Porém, vários fatores justificam a pouca freqüência com que os testes <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo in situ são realiza<strong>do</strong>s, visto que é um méto<strong>do</strong> trabalhoso <strong>de</strong> campo e que requer aaplicação <strong>de</strong> um volume apreciável <strong>de</strong> água, o que dificulta sua aplicabilida<strong>de</strong>. Outroinconveniente é o número <strong>de</strong> testes, necessários para se obter o valor representativo dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo. Alguns autores (BAYER et al, 1972; HILLEL, 1980; CASSEL eNIELSEN, 1986; REICHARDT, 1990; FABIAN e OTTONI FILHO, 2000) criticam as<strong>de</strong>terminações in situ da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, principalmente no que se refere à falta<strong>de</strong> padronização das condições iniciais <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo antes da realização <strong>do</strong> teste,bem como da área mínima <strong>do</strong> tabuleiro, da lâmina <strong>de</strong> água a ser aplicada e, <strong>do</strong> tempoi<strong>de</strong>al <strong>de</strong> medição após a infiltração.HILLEL (1980) afirma que, quanto mais úmi<strong>do</strong> inicialmente estiver o solo equanto maior for a lâmina <strong>de</strong> molhamento, mais lenta será a taxa <strong>de</strong> redistribuição emaior será a umida<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo. Assim é, recomendável a realização <strong>do</strong>teste in situ em solos secos, quan<strong>do</strong> também, é menor a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong>chuvas.FABIAN e OTTONI FILHO (2000) avaliaram em seus estu<strong>do</strong>s, a redução daárea <strong>de</strong>limitada para aplicação <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às dificulda<strong>de</strong>s operacionais <strong>do</strong>s testespadroniza<strong>do</strong>s. Os autores compararam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo por <strong>do</strong>is processos in situ,aquele preconiza<strong>do</strong> pela a EMBRAPA (1979), on<strong>de</strong> o tabuleiro é <strong>de</strong> 1m², e por umacâmara <strong>de</strong> fluxo, on<strong>de</strong> a área <strong>de</strong> alagamento é <strong>de</strong> 0,50 m². Os resulta<strong>do</strong>s mostraram uma81


equivalência entre os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelos <strong>do</strong>is procedimentos, haven<strong>do</strong>, assim, apossibilida<strong>de</strong> da redução <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> tabuleiro <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pela EMBRAPA (1979).Quanto à lâmina <strong>de</strong> água a aplicar, o méto<strong>do</strong> da EMBRAPA (1979) <strong>de</strong>fine que<strong>de</strong>ve ser aquela suficiente para saturar o perfil até a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada. Essa lâminaé obtida pela diferença entre a porosida<strong>de</strong> total e a umida<strong>de</strong> inicial <strong>do</strong> solo, integrada aolongo <strong>do</strong> perfil, adicionan<strong>do</strong> uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água relativa às perdas laterais <strong>de</strong>vidasaos fluxos horizontais. Tais fluxos são provenientes <strong>do</strong>s gradientes <strong>de</strong> pressão entre osolo úmi<strong>do</strong> sob o tabuleiro e aquele mais seco circundante. Porém, não se sabe a priorio valor da porosida<strong>de</strong> e da umida<strong>de</strong> inicial, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que normalmente não serealizam análises <strong>do</strong> solo anteriormente aos testes, como também não se conhece otamanho das perdas laterais. Dessa forma, torna-se importante a padronização paraaplicação <strong>de</strong> uma lâmina <strong>de</strong> água nos testes. Alguns trabalhos (FABIAN e OTTONIFILHO, 2000; MEDINA e OLIVEIRA, 1987; BORGES e MEDINA, 1981; OLIVEIRAe MELO, 1971; RIVERS e SHIPP, 1971; MACLEAN e YAGER, 1970) citam aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água aplicada, mas sem a preocupação em buscar um valor padrão, o queacarreta, em alguns casos, a adição <strong>de</strong> volumes consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> água, dificultan<strong>do</strong> aviabilização <strong>do</strong>s testes in situ. Estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por OTTONI et al. (2004),compararam a aplicação <strong>de</strong> três diferentes valores (100, 200 e 300 mm) <strong>de</strong> lâmina <strong>de</strong>água para a saturação <strong>de</strong> um perfil com 70 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, em um tabuleiro <strong>de</strong>1 m². Os resulta<strong>do</strong>s sugerem que a lâmina <strong>de</strong> 200 mm possa ser padronizada nos testes<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ.Em relação ao tempo para medição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo após o fim <strong>do</strong> teste(infiltração total da água), várias críticas foram feitas. REICHARDT (1990) afirma queo fluxo <strong>de</strong> drenagem interna, variável que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto da condutivida<strong>de</strong>hidráulica pelo gradiente <strong>do</strong> potencial hidráulico, nunca cessa completamente, apesar <strong>de</strong>estar sempre se reduzin<strong>do</strong>. Isto ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à redução, e não à extinção, <strong>do</strong> gradienteem tempos relativamente longos, <strong>de</strong> até meses, enquanto que a condutivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cresceacentuadamente em perío<strong>do</strong>s relativamente curtos, <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a três dias. O autor sugereque essa escolha seja feita <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> interesse prático que se quer dar à<strong>de</strong>terminação. Normalmente, utiliza-se o tempo <strong>de</strong> 2 a 5 dias (KIEHL, 1979). Há82


também, citações <strong>de</strong> 2 a 3 dias para solos arenosos, <strong>de</strong> 3 a 6 dias para solos <strong>de</strong> texturamédia, ou mais <strong>de</strong> 6 dias para solos <strong>de</strong> textura fina (BAVER, 1972; DAKER, 1970;GAVANDE, 1972, cita<strong>do</strong> por CARVALHO e NEGREIROS, 2000).ISRALSEN (1967) recomen<strong>do</strong>u algumas medidas que <strong>de</strong>vem ser observadas,dan<strong>do</strong> atenção especial para os seguintes aspectos: a) assegurar completa saturação pelaadição excessiva <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> irrigação; b) reduzir ao mínimo a evaporaçãoimediata <strong>de</strong>pois da irrigação; c) eliminar as perdas <strong>de</strong> água por transpiração <strong>de</strong> plantasna área; d) observar cuida<strong>do</strong>samente o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>; e) escolher aárea a avaliar, on<strong>de</strong> o lençol freático esteja bastante profun<strong>do</strong>.Devi<strong>do</strong> aos inconvenientes cita<strong>do</strong>s na meto<strong>do</strong>logia para <strong>de</strong>terminação dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ, OTTONI FILHO (2003) sugere que os procedimentossejam padroniza<strong>do</strong>s ao máximo, como a realização <strong>do</strong> teste durante a estação seca e otempo <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> 48h após o término da inundação, sen<strong>do</strong> usuais essesprocedimentos. A EMBRAPA (1979) recomenda que se meçam as variações <strong>de</strong>umida<strong>de</strong>s no perfil até que se confirme que elas sejam mínimas, o que é um fatorcomplica<strong>do</strong>r, já que são necessárias <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 24 em 24h.3.3 - Variabilida<strong>de</strong> EspacialA variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>de</strong> atributos <strong>do</strong> solo tem <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> interesse <strong>de</strong>cientistas <strong>do</strong> solo há muito tempo. Ela é uma característica da maioria <strong>do</strong>s fenômenosnaturais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se incluir, entre eles, os parâmetros relaciona<strong>do</strong>s com o movimentoda água no solo (EGUCHI, 2003). O conhecimento da variabilida<strong>de</strong> das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>solo no espaço e no tempo, é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, atualmente, o princípio básico para o manejopreciso das áreas agrícolas, qualquer que seja a sua escala (GRECO e VIEIRA, 2005).A variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>de</strong>ve-se ao material <strong>de</strong> origem diverso e às condições variadas<strong>de</strong> formação <strong>do</strong> solo. Ela po<strong>de</strong> ser completamente aleatória ou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da posição dasamostras no espaço. A variabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ainda ser alterada pelo manejo <strong>do</strong> solo(CASSEL et al., 1986). Quan<strong>do</strong> existem, acredita-se que as <strong>de</strong>pendências entre osvalores das variáveis diminuam com o aumento das distâncias entre as amostras e que83


uma parcela <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> explicável pela <strong>de</strong>pendência espacial esteja embutida navariação geral da proprieda<strong>de</strong> ou característica. Assim, o valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> atributonuma posição po<strong>de</strong>ria ser predito, em parte, pelo valor <strong>do</strong> mesmo atributo numa posiçãopróxima.Para fugir <strong>do</strong> problema <strong>de</strong> analisar a <strong>de</strong>pendência espacial, são emprega<strong>do</strong>s,muitas vezes, méto<strong>do</strong>s como a utilização <strong>de</strong> áreas consi<strong>de</strong>radas homogêneas e a a<strong>do</strong>ção<strong>de</strong> repetições consi<strong>de</strong>radas distribuídas no terreno ao acaso, sem <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong> umascom as outras. Nesse caso, sen<strong>do</strong> verificada a distribuição normal <strong>de</strong> freqüência,assume-se, sem testes a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, a in<strong>de</strong>pendência entre as amostras (VIEIRA, 2000). Ocomportamento espacial da variável é, então, <strong>de</strong>scrito pela chamada estatística clássica,com medidas, como média, variância e outros para <strong>de</strong>screver o conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s.Ao analisar tais da<strong>do</strong>s, é possível encontrar graus <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> bastantealtos, o que dificulta a análise e até po<strong>de</strong> prejudicar o experimento <strong>de</strong> tal forma que aparcela seja consi<strong>de</strong>rada ina<strong>de</strong>quada para a experimentação feita. Essas variaçõespo<strong>de</strong>m, no entanto, estar relacionadas às características ou proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo, estasvariáveis tanto vertical como horizontalmente, mesmo em parcelas aparentementehomogêneas (CADIMA et al., 1980, cita<strong>do</strong>s por CICHOTA et al. 2003; LIBARDI etal., 1996).É sabi<strong>do</strong> que as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s solos e os parâmetros <strong>de</strong> água no solo variamespacialmente. Logo, as características hidrológicas <strong>do</strong>s solos po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>uma mesma unida<strong>de</strong> pe<strong>do</strong>lógica, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> principalmente aos diferentes processos <strong>de</strong>formação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s solos, assim como ao posterior manejo agronômico<strong>do</strong>s mesmos.As proprieda<strong>de</strong>s físicas e hídricas <strong>do</strong> solo estudadas por diversos autores (ES etal., 1991; VIEIRA et al., 1992; NIELSEN et al.,1993; SOUZA et al.,1999; FIETZ etal.,1999; SOUZA et al.,2001; JOAQUIM JUNIOR et al.,2002) variaram <strong>de</strong> um localpara outro, apresentan<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pendência espacial, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> manejoa<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> e das próprias características <strong>de</strong> origem <strong>do</strong>s solos. Segun<strong>do</strong> BEUTLER et al.(2002), as proprieda<strong>de</strong>s hídricas como a curva <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> tipo84


<strong>de</strong> solo, histórico <strong>de</strong> uso e preparo <strong>do</strong> solo. Solos maneja<strong>do</strong>s por diferentes preparos sãoaltera<strong>do</strong>s em profundida<strong>de</strong> e, principalmente, segun<strong>do</strong> CARVALHO et al. (2002), aprofundida<strong>de</strong> é um fator importante no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência espacial.Os pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> solo sabem que as características físicas <strong>do</strong> solo variamentre pontos relativamente próximos <strong>de</strong> um mesmo campo, muitas vezes <strong>de</strong> formasignificativa e sem causa visual aparente. Não é difícil encontrar diferenças no valor <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma, duas, ou três or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> (10, 100, ou 1000 vezes diferentes)entre pontos separa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> poucos metros <strong>de</strong> um solo com a mesma unida<strong>de</strong> taxonômica.Em conseqüência <strong>de</strong>ssas variações, o uso <strong>do</strong> valor médio é, às vezes, <strong>de</strong> pouca utilida<strong>de</strong>e po<strong>de</strong> conduzir a uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> alto risco, principalmente no sistema soloágua-planta,e, até, ocasionar danos permanentes ao sistema e perdas econômicas(GUROVICH, 1982).Como os graus <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> espacial são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das proprieda<strong>de</strong>sparticulares que estão sen<strong>do</strong> examinadas, WARRICK e NIELSEN (1980) agruparamdiferentes parâmetros físicos e hídricos <strong>do</strong> solo em função <strong>do</strong>s seus respectivoscoeficientes <strong>de</strong> variação (c.v.). Esse agrupamento foi dividi<strong>do</strong> em três níveis:parâmetros com baixos, médios e altos coeficientes <strong>de</strong> variação. Entre os <strong>de</strong> baixavariação ficaram, a princípio, as <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> solo e o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>volumétrica na saturação (c.v.


diferenças foram <strong>de</strong>vidas à variabilida<strong>de</strong> da matriz <strong>do</strong> solo e também à variabilida<strong>de</strong> nadistribuição espacial e temporal da água no solo.CASSEL e BAUER (1975), cita<strong>do</strong>s por GUROVICH (1982), estudaram avariabilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo e da retenção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no potencial matricial <strong>de</strong>15 atm, em profundida<strong>de</strong>s maiores que as <strong>de</strong> cultivo. Consi<strong>de</strong>raram que o número <strong>de</strong>amostras necessário para avaliar corretamente esses parâmetros (<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites <strong>de</strong>confianças estabeleci<strong>do</strong>s) era tão alto, que seria pouco prático buscar um valor médio.BABALOA (1977) realizou um experimento <strong>de</strong> redistribuição <strong>de</strong> água <strong>de</strong>infiltração em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> solo e obteve coeficientes <strong>de</strong> variação <strong>do</strong> potencialmatricial que variaram entre 20% e 26%, em cinco profundida<strong>de</strong>s estudadas.ALBRECHT et al. (1985) obtiveram c.v. relativamente baixos nas distribuições<strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, que variaram <strong>de</strong> 3,1% a 15,4%, e <strong>de</strong> 1,0% a 6,5% noshorizontes A e E, respectivamente. Essa observação não se enquadrou na classificação<strong>de</strong> WARRICK e NIELSEN (1980), na qual a umida<strong>de</strong> seria uma proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> médiavariação. No trabalho <strong>de</strong> CAMERON (1978), os c.v. da umida<strong>de</strong> volumétrica naspressões <strong>de</strong> 0 a 500 cm <strong>de</strong> água, nas profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 0-15 e 30-50 cm, variaram <strong>de</strong>4,2% a 13,0%, e ten<strong>de</strong>ram a ser maiores <strong>do</strong> que aqueles obti<strong>do</strong>s abaixo dasprofundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 60 cm (2,4% a 6,5%).Com relação à tendência <strong>de</strong> diminuição <strong>do</strong>s c.v. das umida<strong>de</strong>s com asprofundida<strong>de</strong>s, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por NIELSEN et al. (1973) e CARVALHO et al.(1978), cita<strong>do</strong>s por CAMERON (1978), <strong>de</strong>monstram tendências opostas, pois avariabilida<strong>de</strong> nestes estu<strong>do</strong>s ten<strong>de</strong>u a crescer com a profundida<strong>de</strong>.LIBARDI et al. (1986) estudaram a variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> características <strong>do</strong> solonuma terra roxa estruturada, como umida<strong>de</strong> gravimétrica, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> partículas epercentagem <strong>de</strong> argila, areia e silte. Verificam que todas as variáveis eram normalmentedistribuídas e que, apesar da textura ser geralmente consi<strong>de</strong>rada como uma característica<strong>de</strong> média variação, aquele estu<strong>do</strong>, particularmente em relação à argila e areia, elaapresentou baixa variação.86


MACEDO et al. (1998) estudaram a variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>de</strong> característicasfísico-hídricas em solos podzólicos vermelho-amarelos e concluíram que a variabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> umida<strong>de</strong> aumentou com o nível <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> água. Também indicaram que os solosmais arenosos foram, os que apresentaram maior variação nas características estudadas.REICHARDT et al. (2001) avaliaram a influência da variabilida<strong>de</strong> espacial daumida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, medida com uma sonda <strong>de</strong> nêutrons, em uma situação <strong>de</strong> pré-irrigaçãopara o cálculo da lâmina <strong>de</strong> irrigação em um argissolo. Concluíram que a forma prática<strong>de</strong> irrigar é através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> uma lâmina média calculada levan<strong>do</strong> em conta avariabilida<strong>de</strong> espacial inerente ao solo, e que a procura por melhores valores para acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, por conta <strong>de</strong>ssa variabilida<strong>de</strong>, não implica em melhoresestimativas <strong>de</strong> lâmina <strong>de</strong> irrigação.EGUCHI et al. (2003), em seus estu<strong>do</strong>s sobre variabilida<strong>de</strong> espacial dacondutivida<strong>de</strong> hidráulica e da taxa <strong>de</strong> infiltração básica, concluíram que houve uma altataxa <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> tanto da condutivida<strong>de</strong> hidráulica (c.v = 61,28%) quanto da VIB(c.v. = 88,27%), ao longo <strong>de</strong> uma linha paralela ao curso natural d’água, para a mesmaclasse <strong>de</strong> solo.CICHOTA et al. (2003), em seus estu<strong>do</strong>s sobre a influência da variabilida<strong>de</strong>espacial na avaliação da taxa <strong>de</strong> infiltração em um argissolo vermelho <strong>de</strong> textura médiasob plantio direto, observaram que a taxa <strong>de</strong> infiltração apresentou-se altamente variável(c.v. = 90,15%), especialmente para tempos iniciais. Concluíram também que o número<strong>de</strong> observações necessárias <strong>de</strong>veria ser aumenta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se utilizavam apenas da<strong>do</strong>sespacialmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.Neste trabalho será feita uma abordagem <strong>do</strong> tema da variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração, sen<strong>do</strong> apresentadas, apenas, análisesreferentes às médias e aos coeficientes <strong>de</strong> variação <strong>do</strong>s parâmetros das equações <strong>de</strong>infiltração.87


4 - MATERIAL E MÉTODOS4.1 - Descrição da Área e <strong>do</strong>s Locais para os Testes <strong>de</strong> CampoA área selecionada correspon<strong>de</strong> a uma pequena bacia hidrográfica, com extensão<strong>de</strong> aproximadamente 13 km², incluin<strong>do</strong> as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Maria e Cambiocó, nomunicípio <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá, no noroeste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. O municípiocontava com uma população <strong>de</strong> 6.413 habitantes segun<strong>do</strong> o censo <strong>de</strong> 2000 (IBGE,2000). A principal ativida<strong>de</strong> econômica é a agrícola e, embora existam outras culturas, otomate constitui a base da economia local, sen<strong>do</strong> São José <strong>do</strong> Ubá o segun<strong>do</strong> maiorprodutor <strong>de</strong> tomates <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. O município perfaz uma área total <strong>de</strong>251,5 km², CIDE (1998). As Figuras 4.1, 4.2 e 4.3 apresentam, respectivamente, a áreageral <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, a localização <strong>do</strong> município inseri<strong>do</strong>na bacia hidrográfica <strong>do</strong> rio São Domingos (afluente <strong>do</strong> rio Muriaé), e as bacias <strong>de</strong>Santa Maria e Cambiocó.O município <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá apresenta um clima tropical úmi<strong>do</strong>, com umaestação chuvosa entre outubro e abril e uma estação seca entre maio e setembro. Atemperatura varia <strong>de</strong> 15°C a 40°C, sen<strong>do</strong> a temperatura média <strong>de</strong> 25°C. Fica localiza<strong>do</strong>a uma altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 125 metros e a precipitação pluviométrica é <strong>de</strong> 1100 mm/ano(EMATER-RIO, 2003, cita<strong>do</strong> por SANTOS, 2003). O relevo é bastante aci<strong>de</strong>nta<strong>do</strong>:20% plano, 30% ondula<strong>do</strong> e 50% montanhoso.Dentro da bacia <strong>de</strong> Santa Maria e Cambiocó foram seleciona<strong>do</strong>s treze perfis <strong>de</strong>solos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s representativos da área (Figura 4.4 e Tabela 4.1). No local <strong>de</strong> cadaum <strong>de</strong>sses perfis, foram selecionadas duas subáreas, próximas à trincheira <strong>do</strong>levantamento pe<strong>do</strong>lógico <strong>do</strong> perfil, previamente realiza<strong>do</strong> pela Embrapa (Projeto CT-Hidro, 2003). Em cada uma <strong>de</strong>las foram realiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is testes <strong>de</strong> infiltração espaça<strong>do</strong>s<strong>de</strong> aproximadamente 3 metros. Entre os <strong>do</strong>is infiltrômetros, foi instala<strong>do</strong> um tabuleiro<strong>de</strong> inundação para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ (Figuras 4.5 e 4.6). Oespaçamento médio a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> entre as duas subáreas foi <strong>de</strong> 8 a 10 metros. Desta forma,para cada um <strong>do</strong>s 13 solos estuda<strong>do</strong>s, foram realiza<strong>do</strong>s 4 testes <strong>de</strong> infiltração e 2 testes88


<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ, dividi<strong>do</strong>s em quatro campanhas 20 no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>26/04/2004 à 15/11/2004. A Tabela 4.1 e os apêndices A, B e C apresentam uma<strong>de</strong>scrição geral <strong>do</strong>s solos estuda<strong>do</strong>s. O apêndice D mostra o mapa <strong>de</strong> solos da região emestu<strong>do</strong>.Os solos pre<strong>do</strong>minantes na área da bacia são, na or<strong>de</strong>m, os cambissolos(Cambissolos Háplicos nas encostas e Gleissolos Háplicos nas baixadas), e osArgissolos Vermelho-Amarelos (nos vales ondula<strong>do</strong>s e nas encostas) 21 .Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> rio SãoDomingos -Municípios <strong>de</strong> SãoJosé <strong>do</strong> Ubá e Itaperuna -RJEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro(Divisão Municipal-IBGE)Região N e NO<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Rio <strong>de</strong> JaneiroFigura 4.1 – Localização geral da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>(Fonte: Banco <strong>de</strong> Fotos CT-HIDRO/EMBRAPA, 2003)20Na primeira campanha foram realiza<strong>do</strong>s testes nos perfis P05, P15, PE e P22; na segunda campanha foramanalisa<strong>do</strong>s os perfis P04, P21e P24; a terceira campanha compreen<strong>de</strong>u os perfis P06, P20, P27, P32 e P34; e na últimacampanha foi realiza<strong>do</strong> teste no P36.21Para uma <strong>de</strong>scrição pe<strong>do</strong>lógica mais <strong>de</strong>talhada po<strong>de</strong>-se consultar o trabalho <strong>de</strong> BHERING, et al. (2005).89


250225175175·#I t a j a r aC u b a # t ã o I T A P E R U N AA#r eR . S ã oS Ã O J O S # YÉ D E U B ÁD o m i n g o s·#N . S r a . d a P e n h aM I R A C E M AS a n t a M a r #i aP a r a í s o d o T o b i a s·#C r u z ·#e i r oM o n t e ·#A l e g r eM o n t e ·#S . A N T . D E P Á D U AV e r d eS ã o J o ã o d o ·#P a r a í s oC A M B U C IÁrea aproximada <strong>de</strong> 280 Km 2Figura 4.2 – Bacia hidrográfica <strong>do</strong> rio São Domingos, São José <strong>de</strong> Ubá - RJ#(Fonte: Banco <strong>de</strong> Fotos CT-HIDRO/EMBRAPA, 2003)3003253503002753002501251752001501752 00Santa MariaSta Maria#1502002252752252002252 503754 25400200225325350350CambiocóCambiocó#1751 504003253 50P.2920062 55755254754 255503752 503006506253755756 004002754255254755 255505004 50550550600650Figura 4.3 – Bacia hidrográfica <strong>de</strong> Santa Maria e Cambiocó, São José <strong>de</strong> Ubá - RJ(Fonte: Banco <strong>de</strong> Fotos CT-HIDRO/EMBRAPA, 2003)90


1751753 00325350300275300250200125150P.07#225P.11#225175P.02#EXTRA01#P.03P.01 ##P.06P.10 ## P.04 #P.05 #175200# P.08• Santa Maria150200P.09#275250225P.32#200P.30#P.33#225250P.12 = PE#P.13 P.14# #P.15375425400P.31#200#P36225325350350P.22#P.19##P.21P.20#• CambiocóP.34#175400325P.27#150350625475575525375425250P.29P.28#P.17 #P.16#200P.26# P.24# #P.25 P.23#30055065062537557560 0400275P.18#42552547552555050045055 05506006 50Figura 4.4 – Localização <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> solos, na bacia <strong>de</strong> Santa Maria (azul) e Cambiocó(vermelho), São José <strong>de</strong> Ubá - RJ(Fonte: Banco <strong>de</strong> Fotos CT-HIDRO/EMBRAPA, 2003)91


Tabuleiro 11,0 m 1,0 mInf. 1 Inf. 2Tabuleiro 21,0 m 1,0 mInf. 3 Inf. 410,0 m5,0 m5,0 mPerfil abertoFigura 4.5 – Configuração esquemática <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>sFigura 4.6 – Testes realiza<strong>do</strong>s em campo92


Tabela 4.1 – Descrição geral <strong>do</strong>s solos estuda<strong>do</strong>sPerfil <strong>de</strong>SoloClasse <strong>de</strong> solo Textura RelevoP04Argissolo Vermelho-AmareloMédia / argilosaOndula<strong>do</strong>P05 Cambissolo Háplico léptico Média / argilosa Ondula<strong>do</strong>P06 Gleissolo Háplico Média /argilosa PlanoP15 Planossolo Háplico Arenosa / média Suavemente ondula<strong>do</strong>P20 Neossolo Litólico Média Fortemente ondula<strong>do</strong>P21 Gleissolo Háplico Média /argilosa PlanoP22 Cambissolo Háplico léptico Média /argilosa Suavemente ondula<strong>do</strong>P24Argissolo Vermelho-FortementeArgilosaAmareloondula<strong>do</strong>/ondula<strong>do</strong>P27 Luvissolo Háplico Média /argilosaFortementeondula<strong>do</strong>/ondula<strong>do</strong>P32Argissolo Vermelho-AmareloArgilosa Fortemente ondula<strong>do</strong>P34 Cambissolo Háplico gleico Média PlanoP36 Planossolo Háplico Arenosa / média Suavemente ondula<strong>do</strong>PE Sem <strong>de</strong>scrição Média /argilosa Ondula<strong>do</strong>4.2 - Testes <strong>de</strong> InfiltraçãoOs testes <strong>de</strong> infiltração foram realiza<strong>do</strong>s com o objetivo primário <strong>de</strong> levantar ascurvas <strong>de</strong> infiltração e os valores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica (VIB). Também foipropósito <strong>do</strong>s testes gerar da<strong>do</strong>s para a avaliação <strong>de</strong> uma meto<strong>do</strong>logia in situ <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo com o uso <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel.93


4.2.1 -Plano ExperimentalO plano experimental constou <strong>de</strong> 4 repetições nos testes <strong>de</strong> infiltração, nosprincipais solos representativos da bacia (P04, P05, P06, P15, P20, P21, P22, P24, P27,P32, P34, P36 e PE), num total <strong>de</strong> 51 testes <strong>de</strong> infiltração (houve uma falha no PE on<strong>de</strong>só foram executa<strong>do</strong>s 3 testes). A distância mínima entre os infiltrômetros foi <strong>de</strong>aproximadamente 3 metros.As variáveis controladas no campo foram as condições da camada superficial <strong>do</strong>solo 22 e os infiltrômetros <strong>de</strong> duplo anel. As dimensões <strong>do</strong> cilindro interno e externo <strong>do</strong>infiltrômetro foram respectivamente, <strong>de</strong> 20 cm e 39 cm <strong>de</strong> diâmetro, ambos com altura<strong>de</strong> 20 cm e espessura <strong>de</strong> 2 mm.4.2.2 -Execução <strong>do</strong>s TestesNo local <strong>do</strong> teste proce<strong>de</strong>u-se a limpeza da superfície <strong>do</strong> terreno, com a remoçãoda parte aérea da vegetação, através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> uma tesoura, sem alterar o aspectonatural <strong>do</strong> solo. Os cilindros, <strong>de</strong> aço inoxidável, foram crava<strong>do</strong>s, primeiramente ointerno e logo após o externo, concentricamente, à percussão, até 5 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>,com auxílio <strong>de</strong> um barrote <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, uma marreta <strong>de</strong> borracha e um bate<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ferro.Logo após, terminava-se a instalação <strong>do</strong> equipamento colocan<strong>do</strong>-se uma bóia presa auma haste metálica conectada a uma régua vertical, com escala em milímetros, fixadano cilindro interno, que serviu para medir a infiltração.A água utilizada nos infiltrômetros era proveniente <strong>de</strong> poços próximos à área emestu<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> transportada, a água era armazenada em tonéis <strong>de</strong> 50 e 200 litros. Suaaplicação foi feita com auxílio <strong>de</strong> um rega<strong>do</strong>r contra as pare<strong>de</strong>s internas <strong>do</strong>s cilindros,para evitar que o impacto direto da água modificasse a estrutura <strong>do</strong>s primeiroscentímetros <strong>do</strong> solo.22Procurou-se locais que não apresentassem sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação superficial mecânica.94


Durante a realização <strong>do</strong>s testes, procurou-se manter uma lâmina <strong>de</strong> água mínimaconstante <strong>de</strong> 5 cm nos infiltrômetros, com uma faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong>, no máximo, 3 cmacima <strong>de</strong>sse nível. O nível da água no cilindro interno era registra<strong>do</strong> somente no anelinterno com o auxílio da bóia e da régua. No anel externo, a lâmina <strong>de</strong> água foi mantidaa uma altura semelhante a <strong>do</strong> anel interno, para assegurar a minimização da dispersãolateral da água infiltrada a partir <strong>do</strong> anel interno. O infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel emfuncionamento po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 4.7.Figura 4.7 – Aspecto <strong>do</strong> infiltrômetro duplo anelAs leituras <strong>de</strong> água infiltrada foram observadas na régua e anotadas em fichasapropriadas. A variação <strong>do</strong> nível da água também era observada por essa mesma régua.As leituras eram feitas a cada 15 minutos para as duas ou três primeiras horas <strong>do</strong> teste,para um melhor <strong>de</strong>talhamento da curva <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração. Após, proce<strong>de</strong>u-sea leitura a cada 30 minutos. Nas campanhas 1 e 2, o ensaio foi realiza<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong><strong>de</strong> pelo menos seis horas, se encerran<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a taxa <strong>de</strong> infiltração se tornassepraticamente invariável com o tempo. Nas campanhas 3 e 4, foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, como critério95


adicional para encerramento <strong>do</strong> teste, a infiltração <strong>de</strong>, pelo menos, 15 23 cm <strong>de</strong> água nocilindro interno, não sen<strong>do</strong> mais a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o tempo mínimo <strong>de</strong> 6 horas <strong>de</strong> execução <strong>do</strong>teste. Dessa forma, a<strong>do</strong>tou-se como critério geral, em to<strong>do</strong>s os ensaios, que os testesperdurassem até que pelo menos fosse observada a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica(VIB).Quan<strong>do</strong> o teste era encerra<strong>do</strong> <strong>de</strong>smontava-se o equipamento retiran<strong>do</strong>-se oscilindros <strong>do</strong> solo. Imediatamente, a área <strong>do</strong> teste era coberta com uma lona plástica, paraevitar perdas da umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo por evaporação, e também, para proteger o perfilcontra a adição <strong>de</strong> sereno ou chuva direta. Após 48 horas <strong>do</strong> encerramento dainfiltração, foram coletadas na área ume<strong>de</strong>cida <strong>do</strong> cilindro interno amostrasin<strong>de</strong>formadas com o uso <strong>do</strong> anel <strong>de</strong> Kopecky <strong>de</strong> 50 cm³ <strong>de</strong> volume interno, em três ouquatro profundida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> solo, sen<strong>do</strong> colocadas em sacos plásticos <strong>de</strong>vidamentei<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e bem veda<strong>do</strong>s para evitar a perda <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> até chegar ao laboratório(Figura 4.8). Para a retirada <strong>de</strong>ssas amostras foi necessária uma pá-<strong>de</strong>-concha para aabertura da trincheira até a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada e uma faca para corte e lapidação daamostra junto ao anel <strong>de</strong> Kopecky. A i<strong>de</strong>ntificação das profundida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s horizonteson<strong>de</strong> foram coletadas as amostras, baseou-se no levantamento pe<strong>do</strong>lógico <strong>do</strong> perfil, quejá era previamente conheci<strong>do</strong>. Todas as amostras foram retiradas aproximadamente noscentros <strong>do</strong>s horizontes pe<strong>do</strong>lógicos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, até a profundida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong>sejadada amostragem (70 cm). As profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amostragem estão i<strong>de</strong>ntificadas noapêndice B. Em alguns solos não foi possível amostrar o perfil <strong>de</strong> 70 cm, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àpresença <strong>de</strong> rocha ou <strong>de</strong> transição para rocha.Para a execução <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração foram necessárias três pessoas, dasquais duas ficavam encarregadas <strong>do</strong> abastecimento da água nos infiltrômetros, bemcomo das leituras; a outra, era responsável pelo transporte da água <strong>do</strong>s poços earmazenamento nos tonéis no local <strong>do</strong>s testes. Durante os testes <strong>de</strong> infiltração, gastou-23Este valor foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> (OTTONI et al., 2004) satisfatório para uma posterior correlação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo observa<strong>do</strong>s nos infiltrômetros com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s tabuleiros, visan<strong>do</strong> uma comparação <strong>de</strong>méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ.96


se, em média, 20 litros <strong>de</strong> água para solos com alta taxa <strong>de</strong> infiltração (por exemplo,P15) e 1,5 litro <strong>de</strong> água para solos com baixas taxas <strong>de</strong> infiltração (por exemplo, P34).Figura 4.8 – Retirada <strong>de</strong> amostras in<strong>de</strong>formadas com o uso <strong>do</strong> anel <strong>de</strong> Kopecky4.3 - Testes <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo in situOs testes <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ (EMBRAPA, 1979) foram realiza<strong>do</strong>sao mesmo tempo que os testes <strong>de</strong> infiltração. Em cada subárea, entre os infiltrômetrosfoi instala<strong>do</strong> um tabuleiro metálico <strong>de</strong> 1 m² (Figura 4.9), com as dimensões em planta <strong>de</strong>1,00 m por 1,00 m, com 0,25 m <strong>de</strong> altura. No local <strong>do</strong> teste, proce<strong>de</strong>u-se a limpeza dasuperfície <strong>do</strong> terreno, com a remoção da parte aérea da vegetação, através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>uma tesoura, sem alterar o aspecto natural <strong>do</strong> solo. Em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s locais, eranecessário que se fizesse uso <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> uma enxada para a regularização <strong>de</strong> parte dasuperfície, visan<strong>do</strong> a correta instalação <strong>do</strong> tabuleiro. Os tabuleiros foram instala<strong>do</strong>s apercussão, crava<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 5 cm no solo, com o uso <strong>de</strong> um barrote <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong> umbate<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ferro. No la<strong>do</strong> externo <strong>de</strong> alguns tabuleiros, conforme a necessida<strong>de</strong>, foi feitoum dique <strong>de</strong> solo para conter a água proveniente <strong>de</strong> eventuais vazamentos noequipamento.Dentro <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s tabuleiros, foram instala<strong>do</strong>s tensiômetros a três ou quatroprofundida<strong>de</strong>s, até 70 cm, cujos da<strong>do</strong>s não foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a problemas nainstalação ou operação <strong>do</strong>s mesmos.97


Figura 4.9 – Aspecto <strong>do</strong> tabuleiroLogo após a completa instalação <strong>do</strong> tabuleiro, era colocada uma lâmina <strong>de</strong> águasuficiente para saturar com folga o perfil <strong>de</strong> solo até 70 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Nascampanhas 1 e 2, essa lâmina foi consi<strong>de</strong>rada, em média, como sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> 350 mm, ouseja, 350 litros <strong>de</strong> água por tabuleiro; nas campanhas 3 e 4, a<strong>do</strong>tou-se uma quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> água <strong>de</strong> 250 litros 24 <strong>de</strong> água por tabuleiro. Essa água estava armazenada nos tonéis eera adicionada com uma mangueira, por gravida<strong>de</strong>, e colocada em várias etapas, sen<strong>do</strong> onúmero <strong>de</strong> aplicações regula<strong>do</strong> pela taxa <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong> solo, sempre se completan<strong>do</strong>o tabuleiro até a sua borda.Quan<strong>do</strong> a infiltração se encerrava no tabuleiro retirava-se o mesmo e,imediatamente, a área <strong>do</strong> teste era coberta com uma lona plástica, para evitar perdas daumida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo por evaporação e, também, para evitar a entrada <strong>de</strong> água porcon<strong>de</strong>nsação ou chuva direta (Figura 4.10). Após 48 horas <strong>do</strong> encerramento dainfiltração, após a retirada <strong>do</strong> plástico, era coletada, no meio <strong>de</strong> cada tabuleiro, umaamostra <strong>de</strong>formada, por horizonte, com o uso <strong>de</strong> uma pá <strong>de</strong> concha, e colocada em sacosplásticos. Foram coletadas também, em cada tabuleiro, duas amostras in<strong>de</strong>formadas24 Após a campanha 2, realizaram-se testes extras <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ (OTTONI et al., 2004) com o objetivo <strong>de</strong> se<strong>de</strong>terminar qual a quantida<strong>de</strong> mínima suficiente <strong>de</strong> água para saturar o perfil <strong>de</strong> solo a 70 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, e a partir daí, <strong>de</strong>cidiusepela aplicação <strong>de</strong> uma lâmina <strong>de</strong> água <strong>de</strong> 250 mm ou <strong>de</strong> 250 litros para um tabuleiro <strong>de</strong> 1 m².98


com o uso <strong>do</strong> anel amostra<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Uhland (1949), por horizonte, para a <strong>de</strong>terminação dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo 25 , num total <strong>de</strong> três ou quatro profundida<strong>de</strong>s (Apêndice C), sen<strong>do</strong>estas retiradas e armazenadas em anéis metálicos <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e bemveda<strong>do</strong>s para evitar a perda <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>formação <strong>do</strong> solo até chegar aolaboratório.Figura 4.10 – Vista geral <strong>de</strong> uma subárea (P27, site 2), <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> encerra<strong>do</strong> os testes <strong>de</strong>infiltração e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campoPara a retirada das amostras in<strong>de</strong>formadas no tabuleiro, foram necessárias umapá <strong>de</strong> concha para abertura da trincheira até a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada, uma faca paracorte e lapidação da amostra junto ao anel <strong>de</strong> Uhland, bem como tampas metálicas parafechamento <strong>do</strong>s anéis, além <strong>de</strong> fita a<strong>de</strong>siva para lacrar os anéis. Essas 2 amostrasin<strong>de</strong>formadas, tomadas por horizonte <strong>do</strong> tabuleiro, foram coletadas <strong>de</strong> formadiametralmente oposta ao centro <strong>do</strong> tabuleiro e estiveram distantes, no mínimo, 20 cmdas bordas <strong>do</strong> mesmo. Para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s horizontes on<strong>de</strong> foram coletadas asamostras, proce<strong>de</strong>u-se da mesma forma que nos testes <strong>de</strong> infiltração. No total, foramfeitos <strong>do</strong>is testes <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo por perfil <strong>de</strong> solo, num total <strong>de</strong> 26 testes.25O méto<strong>do</strong> direto da Embrapa preconiza que o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> água da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, por profundida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser o últimovalor medi<strong>do</strong> das umida<strong>de</strong>s coletadas <strong>de</strong> 24 em 24 horas, após completa infiltração no tabuleiro, quan<strong>do</strong> foi consi<strong>de</strong>rada estabilizadaa drenagem interna. No entanto, por questões operacionais, neste trabalho consi<strong>de</strong>rou-se a umida<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, comoaquela obtida sempre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 48 horas da total infiltração da água adicionada.99


As Figuras 4.11 a 4.23 ilustram os terrenos em que foram conduzi<strong>do</strong>s os ensaios<strong>de</strong> infiltração e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.(a)(b)Figura 4.11 – Solo P04. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes(a)(b)Figura 4.12 – Solo P05. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes100


(a)(b)Figura 4.13 – Solo P06. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>de</strong> um teste extra(OTTONI, et al., 2004)(a)(b)Figura 4.14 – Solo P15. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes101


(a)(b)Figura 4.15 – Solo P20. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes(a)(b)Figura 4.16 – Solo P21. (a)Vista geral da área, (b) Perfil aberto (levantamento <strong>do</strong>shorizontes)102


(a)(b)(c)Figura 4.17 – Solo P22. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes (c) Perfil aberto(levantamento <strong>do</strong>s horizontes)103


(a)(b)(c)Figura 4.18 – Solo P24. (a) Vista geral da área, (b) Execução <strong>do</strong>s testes, (c) Retirada <strong>de</strong>amostras104


(a)(b)Figura 4.19 – Solo P27. (a) Vista geral da área e execução <strong>do</strong>s testes (b) Área cobertaapós o término <strong>do</strong>s testes(a)(b)Figura 4.20 – Solo P32. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes105


(a)(b)Figura 4.21 – Solo P34. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testesFigura 4.22 – Solo P36. Vista geral da área106


)(a)(b)Figura 4.23 – Solo PE. (a) Vista geral da área (b) Execução <strong>do</strong>s testes4.4 - Manuseio das Amostras4.4.1 - Amostras DeformadasO preparo das amostras <strong>de</strong>formadas foi feito segun<strong>do</strong> EMBRAPA (1997). Nolaboratório, as amostras foram secas ao ar natural, <strong>de</strong>storroadas e passadas em peneira<strong>de</strong> 2,00 mm. A seguir, foram feitas as análises granulométricas, <strong>de</strong> carbono orgânico e<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> partículas. Entretanto, tais valores não foram utiliza<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>.4.4.2 - Amostras In<strong>de</strong>formadasAs amostras in<strong>de</strong>formadas retiradas <strong>do</strong>s infiltrômetros, com o uso <strong>do</strong> anel <strong>de</strong>Kopecky, chegaram ao laboratório em sacos plásticos e foram pesadas. Logo após, ossacos foram abertos e as amostras colocadas em latas <strong>de</strong> alumínio i<strong>de</strong>ntificadas epreviamente pesadas. Os sacos plásticos vazios e as amostras nas latas foram novamentepesa<strong>do</strong>s e as latas levadas à estufa a uma temperatura <strong>de</strong> 105 – 110°C (EMBRAPA,1997) por 24 horas. Após esse perío<strong>do</strong>, as amostras foram retiradas da estufa e <strong>de</strong>ixadasesfriar ao ar natural. O próximo procedimento foi a pesagem para, enfim, <strong>de</strong>terminar aumida<strong>de</strong> volumétrica. O volume in<strong>de</strong>forma<strong>do</strong> da amostra era uma constante conhecida107


(50 cm³). Essa umida<strong>de</strong> volumétrica correspon<strong>de</strong> à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo medida noinfiltrômetro.Quanto às amostras in<strong>de</strong>formadas tomadas no tabuleiro, quan<strong>do</strong> elas chegavamao laboratório, passavam por um preparo inicial para po<strong>de</strong>rem ser levadas às panelasextratoras <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. Inicialmente, as amostras eram <strong>de</strong>sembaladas, sen<strong>do</strong> retiradas astampas <strong>do</strong>s anéis. Os volumes <strong>do</strong>s anéis amostra<strong>do</strong>res eram previamente conheci<strong>do</strong>s. Naborda cortante <strong>do</strong> anel, era coloca<strong>do</strong> um morim 26 preso com um elástico. Em seguida,procedia-se à pesagem das amostras que, logo após, eram colocadas em uma ban<strong>de</strong>jaon<strong>de</strong> aplicava-se água até próximo à borda superior <strong>do</strong> anel, com o objetivo <strong>de</strong> saturaras amostras antes <strong>de</strong> serem colocadas nas panelas <strong>de</strong> pressões. Dessas amostras, foramobti<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica nas tensões <strong>de</strong> 0,006 MPa, 0,033MPa e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (volumétrica), conforme meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>scrita nopróximo item. A média <strong>de</strong>ssas proprieda<strong>de</strong>s, tomadas entre as duas amostrasin<strong>de</strong>formadas <strong>do</strong> tabuleiro, por profundida<strong>de</strong>, é que foi reconhecida como sen<strong>do</strong> o valordas mesmas (proprieda<strong>de</strong>s) no tabuleiro.4.5 - Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> SoloAs seguintes análises foram realizadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a meto<strong>do</strong>logiarecomendada por EMBRAPA (1997):• retenção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> nas tensões <strong>de</strong> 0,006 MPa (microporosida<strong>de</strong>), 0,033 MPa -méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> extrator <strong>de</strong> Richards;• umida<strong>de</strong> volumétrica atual - méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> peso úmi<strong>do</strong> e peso seco.26Morim é um pedaço <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> algodão que é preso ao anel com auxílio <strong>de</strong> um elástico. Sua finalida<strong>de</strong> é nãopermitir que haja perda <strong>de</strong> solo pela parte inferior <strong>do</strong> anel, enquanto estiver no extrator <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.108


4.6 - Análises Estatísticas4.6.1 - Equações <strong>de</strong> InfiltraçãoAs equações <strong>de</strong> infiltração testadas neste estu<strong>do</strong>, foram as <strong>de</strong> Philip, Kostiakov,Kostiakov-Lewis, Horton, Soil Conservation Service (SCS), Polinomial e Green-Ampt,apresentadas na Tabela 4.2. Em cada uma <strong>de</strong>ssas equações, t é o tempo <strong>de</strong> infiltração, Ié a lâmina <strong>de</strong> infiltração acumulada, e i = dI/dt a taxa <strong>de</strong> infiltração. As constantes k, ae c são os coeficientes empíricos a serem <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s.Nas equações <strong>de</strong> Philip, Kostiakov-Lewis e Horton, c foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong>a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica (VIB), <strong>de</strong>terminada a priori pela média <strong>do</strong>s valoresterminais da taxa <strong>de</strong> infiltração nos testes. Nas equações <strong>do</strong> SCS e <strong>de</strong> Green-Ampt, c foi<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> por tentativas, para minimizar os erros <strong>de</strong> ajuste no méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>s mínimosquadra<strong>do</strong>s. Esse méto<strong>do</strong> foi utiliza<strong>do</strong> na regressão quadrática da equação Polinomial ena regressão linear das <strong>de</strong>mais equações. Nota-se que, para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s oscoeficientes das equações <strong>de</strong> infiltração, os da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s na regressão foram os <strong>de</strong>infiltração acumulada (I) versus o tempo (t), minimizan<strong>do</strong>-se assim os errosintroduzi<strong>do</strong>s pela aproximação quan<strong>do</strong> se consi<strong>de</strong>ra i = dI/dt = ∆I/∆t.Tabela 4.2 – Equações <strong>de</strong> InfiltraçãoNome da EquaçãoEquação para InfiltraçãoParâmetrosTaxa <strong>de</strong> infiltraçãoAcumulada ( * I)<strong>de</strong> ajustePhilip I = kt 1/2 + VIB.t i = (1/2) kt -1/2 + VIB kKostiakov I = kt a i = akt a-1 k, aKostiakov-Lewis I = kt a + VIB.t i = akt a-1 + VIB k, aHorton I = k(1-e -at ) + VIB.t i = ake -at + VIB k, aSCS I = kt a + c i = akt a-1 k, a, cPolinomial I = kt 2 + at + c i = 2kt + a k, a ,cGreen-Ampt t = 1/c{I-kln[(k+I)/k]} i = c[(k+I)/I] k, c* I - lâmina <strong>de</strong> infiltração acumulada; i - taxa <strong>de</strong> infiltração; t - tempo <strong>de</strong> infiltração109


As regressões acima referidas foram realizadas para to<strong>do</strong>s os testes <strong>de</strong> infiltração,obten<strong>do</strong>-se assim, as constantes k, a e c por solo e por local <strong>do</strong> teste. A comparaçãoentre as qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ajuste das sete equações <strong>de</strong> infiltração foi medida à partir <strong>do</strong>svalores <strong>do</strong> erro médio quadrático (EMQ) 27 <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> I calcula<strong>do</strong> por cada equação.Para cada uma das sete equações <strong>de</strong> infiltração estudadas, foram assim <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s51 (13 x 4-1) valores <strong>do</strong> erro médio quadrático (EMQ). Também foram calcula<strong>do</strong>s porequação os valores médios <strong>do</strong> EMQ por perfil <strong>de</strong> solo, obten<strong>do</strong>-se assim 13 valores<strong>de</strong>stes EMQ’s. Tais EMQ’s médios foram computa<strong>do</strong>s pela média aritmética <strong>do</strong>sEMQ’s nos testes individuais <strong>do</strong> solo respectivo.Em relação aos parâmetros <strong>de</strong> ajuste (coeficientes) das diversas equações emestu<strong>do</strong>, também obtiveram-se suas médias, <strong>de</strong>svios padrões e coeficientes <strong>de</strong> variaçãoda distribuição espacial, para cada perfil <strong>de</strong> solo e <strong>de</strong> uma forma global (consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>os 13 perfis).Na comparação <strong>do</strong>s valores médios <strong>de</strong> EMQ das diversas equações, foi utiliza<strong>do</strong> oteste <strong>de</strong> Tukey 28 (BRADLEY, 1968; PIMENTEL GOMES, 1993), aplican<strong>do</strong> os níveis<strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 1% e 5%. Esse cálculo foi realiza<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> programa estatísticoSPSS 8.0.4.6.2 - Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Determinação da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CampoNa comparação <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s pelos diferentes méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, com os valores <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> padrão in situ (<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a partir27EMQ =variável.n∑i=12( yi− y'i) , y i e y’ i são os valores observa<strong>do</strong>s e calcula<strong>do</strong>s, respectivamente, entre as n repetições dan28O teste <strong>de</strong> Tukey permite comparar médias duas a duas <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s (sete equações) nos casosem que se verifica a rejeição da hipótese nula das médias po<strong>de</strong>rem ser consi<strong>de</strong>radas iguais.110


<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> tabuleiro), utilizou-se o teste não-paramétrico <strong>de</strong> Wilcoxon 29 (BRADLEI,1968; ZAR, 1984), a partir <strong>do</strong> programa estatístico SPSS 8.0, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se como níveis<strong>de</strong> significância 1% e 5%; o coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (R²) e o erro médio quadrático(EMQ) foram estatísticas também empregadas. Será observada também, a dispersão <strong>do</strong>spontos em torno da curva 1:1, que indica o que seria um ajuste perfeito, ou seja, quantomais próxima <strong>de</strong>la, maior a precisão <strong>de</strong> estimativa (WÖRSTEN et al., 1990; ZHUANGet al., 2001; MELLO et al., 2002).Para a análise comparativa acima <strong>de</strong>scrita, agregaram-se os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> campo em <strong>do</strong>is grupos, a seguir <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s:• Estu<strong>do</strong> 1Avaliação com to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s da 1 a , 2 a , 3 a e 4 a campanhas (n = 92),comparan<strong>do</strong>-se a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ <strong>de</strong> referência (obtida nos tabuleiros) emrelação aos valores correspon<strong>de</strong>ntes da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo obti<strong>do</strong>s por quatrométo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> medição, a saber: nos infiltrômetros, neste consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> também mais 5casos correspon<strong>de</strong>ntes à subtração das porcentagens <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% a 5%; a umida<strong>de</strong>na tensão <strong>de</strong> 0,006 MPa; a umida<strong>de</strong> na tensão <strong>de</strong> 0,033 MPa; e pelo uso da pe<strong>do</strong>funçãolinear a partir da umida<strong>de</strong> na tensão <strong>de</strong> 0,006 MPa;• Estu<strong>do</strong> 2Avaliação com os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo apenas nos locais em cujosinfiltrômetros foram aplica<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> 15cm <strong>de</strong> água infiltrada, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong>tempo <strong>de</strong> realização <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> infiltração (entre os da<strong>do</strong>s da 1 a e 2 a campanhas foramutiliza<strong>do</strong>s apenas os casos <strong>do</strong> P15, site 2 <strong>do</strong> P4 e site 1 <strong>do</strong> PE; e to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s da 3 a e4 a campanhas, houve um total <strong>de</strong> 56 da<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> 2), comparan<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>29O teste não paramétrico <strong>de</strong> Wilcoxon compara <strong>do</strong>is grupos emparelha<strong>do</strong>s. A diferença entre cada grupo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s écalculada analisan<strong>do</strong> a série <strong>de</strong> diferenças entre n pares <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, assumin<strong>do</strong> que as diferenças são distribuídassimetricamente em relação ao seu valor médio. A hipóte se nula assume que <strong>do</strong>is grupos são estocasticamenteidênticos. É rejeitada quan<strong>do</strong> o valor obti<strong>do</strong> no teste (t x ) é maior que t crítico (t para o nível <strong>de</strong> confiança especifica<strong>do</strong> eem função <strong>do</strong> número <strong>de</strong> graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> a partir das amostras), sen<strong>do</strong>, então, admitida a diferença.111


campo in situ <strong>de</strong> referência com as umida<strong>de</strong>s avaliadas pelos outros quatro méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>medição.O estu<strong>do</strong> 2 se justifica <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> que em muitos testes <strong>de</strong> infiltração (nossolos mais impermeáveis), durante a 1 a e 2 a campanhas, não ter havi<strong>do</strong> uma infiltraçãototal significativa (Tabela 5.1), que justificasse um molhamento compatível com umpleno ume<strong>de</strong>cimento requeri<strong>do</strong> pelo experimento in situ <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.Neste trabalho, será feita, também, uma validação da equação obtida no estu<strong>do</strong> 1(pe<strong>do</strong>função linear a partir da microporosida<strong>de</strong>), com a aplicação <strong>de</strong>ssa equação aosda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> duas outras regiões: solos <strong>de</strong> Seropédica e <strong>de</strong> Formação Barreiras.112


5 - RESULTADOS E DISCUSSÃOA primeira parte <strong>de</strong>sse capítulo trata <strong>do</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das equações <strong>de</strong> infiltração,e serão discuti<strong>do</strong>s o comportamento <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel e o<strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das sete equações <strong>de</strong> infiltração, globalmente e para cada um <strong>do</strong>s trezesolos estuda<strong>do</strong>s. A segunda parte trata da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, on<strong>de</strong> será feita umaanálise comparativa entre os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da mesma, bem como umaanálise <strong>de</strong> validação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para outros solos <strong>de</strong> duas regiões, ten<strong>do</strong>-secomo referência o méto<strong>do</strong> in situ nos tabuleiros <strong>de</strong> inundação.5.1 – Desempenho das Equações <strong>de</strong> Infiltração5.1.1 - Desempenho Operacional <strong>do</strong> Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> Infiltrômetro <strong>de</strong> Duplo AnelO méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> infiltrômetro <strong>de</strong> duplo anel mostrou-se simples e <strong>de</strong> fácilmanipulação no campo pela facilida<strong>de</strong> da cravação <strong>do</strong> instrumento e da execução <strong>do</strong>experimento. No entanto, a cravação teve que ser realizada com cuida<strong>do</strong> para não<strong>de</strong>formar a estrutura <strong>do</strong> solo superficial. A única alteração visível ocorreu no arranjoestrutural <strong>do</strong> terreno ao re<strong>do</strong>r das pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s anéis. Outro inconveniente observa<strong>do</strong> nouso <strong>de</strong>sse equipamento foi a infiltração horizontal induzida pelos gradientes <strong>de</strong> pressãoentre o solo muito úmi<strong>do</strong> sob o infiltrômetro e o solo seco ao re<strong>do</strong>r, mesmo ten<strong>do</strong>-seutiliza<strong>do</strong> o anel externo. Este último inconveniente, entretanto, po<strong>de</strong> ser minora<strong>do</strong>aumentan<strong>do</strong>-se o diâmetro <strong>do</strong>s cilindros. Desse mo<strong>do</strong>, o tamanho <strong>do</strong>s mesmos <strong>de</strong>ve serpadroniza<strong>do</strong> visan<strong>do</strong> permitir a comparação entre testes.5.1.2 - Comportamento Geral das Curvas <strong>de</strong> InfiltraçãoOs resulta<strong>do</strong>s médios simplifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração são mostra<strong>do</strong>s naTabela 5.1 e Figura 5.1. O apêndice E apresenta to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração.A Tabela 5.1 apresenta a média por perfil (com 4 repetições) da infiltração acumulada113


(I) ao fim <strong>do</strong> experimento e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica (VIB). Na Figura 5.1,observa-se os diferentes VIB’s médios entre os 13 perfis estuda<strong>do</strong>s. Os valores da VIBem cada teste foram obti<strong>do</strong>s pela média aritmética <strong>do</strong>s últimos três ou quatro valores dasvelocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> infiltração. Esse artifício foi utiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à pequena oscilação davelocida<strong>de</strong> na sua faixa <strong>de</strong> estabilização. A utilização <strong>de</strong> um valor médio torna-se maisrepresentativo que o valor final. Observa-se que os valores da VIB são bastantecontrastantes quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s os perfis <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>scritos como planossolos (P15 eP36) em relação aos <strong>de</strong>mais. Nesses <strong>do</strong>is solos, a média da VIB foi <strong>de</strong> 7,5 cm/h,enquanto que, nos outros solos, a média geral ficou em torno <strong>de</strong> 1,3 cm/h. Em princípio,po<strong>de</strong>-se associar esses resulta<strong>do</strong>s à granulometria muito mais arenosa <strong>de</strong>sses solos emrelação aos <strong>de</strong>mais.Tabela 5.1 – Infiltração acumulada (I) ao fim <strong>do</strong> experimento com duração t evelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica (VIB) nos perfis <strong>de</strong> solo estuda<strong>do</strong>s (médias <strong>de</strong> 4repetições, com exceção <strong>do</strong> PE, on<strong>de</strong> houve 3 repetições)Perfil <strong>de</strong> solo Classe <strong>do</strong> solo t (min) I (cm) VIB (cm/h)P04 Argissolo Vermelho-Amarelo 380 15,60 1,00P05 Cambissolo Háplico léptico 331 13,58 1,88P06 Gleissolo Háplico 369 4,29 0,41P15 Planossolo Háplico 392 54,03 7,24P20 Neossolo Litólico 437 8,64 0,98P21 Gleissolo Háplico 415 8,08 0,66P22 Cambissolo Háplico léptico 450 20,50 2,19P24 Argissolo Vermelho-Amarelo 420 13,80 1,21P27 Luvissolo Háplico 385 14,09 1,68P32 Argissolo Vermelho-Amarelo 389 12,75 1,52P34 Cambissolo Háplico gleico 386 2,64 0,30P36 Planossolo Háplico 158 34,55 7,71PE Sem <strong>de</strong>scrição 400 19,93 2,65114


VIB (c m/ h)8 ,0 0VALORES MÉDIOS DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA POR PERFIL DE SOLO7,0 06 ,0 05,0 04 ,0 03 ,0 02 ,0 01,0 00 ,0 0P0 4 P05 P0 6 P15 P2 0 P2 1 P2 2 P24 P2 7 P32 P3 4 P36 PEP e rfil <strong>de</strong> S oloArgissolo Vermelho-AmareloCambissolo Háplico lépt icoGleissolo HáplicoPlanossolo HáplicoNeossolo Lit ólicoLuvissolo HáplicoCambissolo Háplico gleicoSem <strong>de</strong>scriçãoFigura 5.1 – Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica (VIB) <strong>do</strong>s solos estuda<strong>do</strong>s (cm/h)As menores VIB’s (inferiores a 0,66 cm/h) e lâminas infiltradas ocorrem nosterrenos <strong>de</strong> baixada da bacia, compostos prepon<strong>de</strong>rantemente pelos Gleissolos Háplicose Cambissolos Gleicos. A baixa permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses solos, pelo menos em parte,<strong>de</strong>ve ocorrer <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu caráter gleico e à posição topográfica. Tais fatos, justificamo uso corriqueiro <strong>de</strong>sses terrenos na região para o cultivo <strong>de</strong> arroz.Particularmente, baixa também foi a infiltração <strong>do</strong> Neossolo (P20), certamenteinfluenciada pelo seu caráter litólico. Nesse perfil, em mais <strong>de</strong> 7 horas <strong>de</strong> duração <strong>do</strong>stestes <strong>de</strong> infiltração, a lâmina infiltrada, em média, foi <strong>de</strong> apenas 86 mm. Por outro la<strong>do</strong>,os terrenos mais permeáveis (VIB > 7,0 cm/h) foram os Planossolos, certamente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>à textura arenosa <strong>do</strong> seu perfil mais superficial.A Figura 5.2 apresenta, utilizan<strong>do</strong> a equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis, as curvasmédias das taxas <strong>de</strong> infiltração para os solos que apresentam máximo VIB (P36) emínimo VIB (P34), bem como a curva <strong>de</strong> infiltração média global, incluin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os13 solos. O solo P36 (Planossolo) apresentou VIB média cerca <strong>de</strong> 25 vezes maior que o115


solo P34 (Cambissolo), como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Tabela 5.1 e Figura 5.2. Entretanto,a VIB média global (23 mm/h) foi apenas 7,5 vezes maior que a mínima VIB local.As Figuras 5.3 (a) e (b) apresentam, respectivamente, as curvas <strong>de</strong> infiltraçãoacumulada para o P20 (Neossolo Litólico), solo este que apresentou o máximocoeficiente <strong>de</strong> variação local da VIB, bem como as curvas <strong>de</strong> infiltração acumulada parao P36 (Planossolo Háplico), on<strong>de</strong> o coeficiente <strong>de</strong> variação da VIB foi mínimo. Ascurvas correspon<strong>de</strong>ntes a cada perfil foram <strong>de</strong>finidas pela equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewispara os quatro testes <strong>de</strong> infiltração realiza<strong>do</strong>s, permitin<strong>do</strong> a comparação entre os valoresobserva<strong>do</strong>s e calcula<strong>do</strong>s (ajusta<strong>do</strong>s). Nota-se que no P20 (solo raso), o teste <strong>de</strong> número3 (inf3) foi o responsável pelo alto coeficiente <strong>de</strong> variação. Observa-se, também, que,neste local, a equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis não interpolou com gran<strong>de</strong> acurácia os da<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s em campo (entretanto, o comportamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s experimentais foi atípiconeste teste particular).i(t) (mm/h)275250225200175150125100755025Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração (mm/h)Kostiakov-Lewis00,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0Tempo (h)P 36 P 34 MédiaFigura 5.2 – Curvas médias <strong>de</strong> infiltração interpoladas pela equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis, para os solos com máximo e mínimo VIB, bem como curva <strong>de</strong> infiltração médiaglobal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os solos representativos testa<strong>do</strong>s na bacia hidrográfica <strong>de</strong>Santa Maria e Cambiocó116


25,0P20 - perfil com c.v máximo (cv=1,369) p/ o VIBKostiakov Lewis(a)20,0I cal (cm)15,010,05,00,00 75 150 225 300 375 450Tempo (min)inf 2 inf1 o b s inf 1 inf 3 inf 4inf2 obs inf3 o b s inf4 obs Méd ia50,0P36 - perfil com c.v mínimo (cv=0,147) p/ o VIBKostiakov-Lewis(b)40,0I calc (cm)30,020,010,00,00 25 50 75 100 125 150 175Tempo (min)inf 2 inf1 obs inf2 obs inf 3 inf 4 inf 1inf3 obs inf4 o bs MédiaFigura 5.3 – (a) Da<strong>do</strong>s e curvas <strong>de</strong> infiltração (equações <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis)acumulada para o solo com máximo coeficiente <strong>de</strong> variação da VIB - P20 e, (b) i<strong>de</strong>mpara o solo com mínimo coeficiente <strong>de</strong> variação da VIB - P36117


5.1.3 - Equações <strong>de</strong> InfiltraçãoOs parâmetros calcula<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong>s os locais <strong>do</strong>s testes e solos, para todas as seteequações <strong>de</strong> infiltração analisadas, acham-se representa<strong>do</strong>s no apêndice F.O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das sete equações <strong>de</strong> infiltração testadas foi feitocomparan<strong>do</strong>-se os valores <strong>do</strong> erro médio quadrático (EMQ) <strong>de</strong> cada teste <strong>de</strong> infiltração,para cada equação, através <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Tukey, aos níveis <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 99% e 95%.Primeiramente, testou-se os valores médios <strong>do</strong>s 51 EMQ’s para cada equação (análiseglobal); logo após, foi feita a mesma análise por perfil <strong>de</strong> solo, calculan<strong>do</strong> a média das 4repetições <strong>do</strong>s EMQ’s, como po<strong>de</strong> ser visto a seguir.• Análise global <strong>do</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das equações (to<strong>do</strong>s os 51 testes consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s)As médias globais <strong>do</strong>s erros médios quadráticos, <strong>de</strong>finidas para cada uma das 7equações <strong>de</strong> infiltração, estão apresentadas na Tabela 5.2. Como se po<strong>de</strong> observar, estasforam relativamente baixas, com valores inferiores a 1 cm (10 mm <strong>de</strong> infiltraçãoacumulada), o que indica um bom ajuste global. O menor erro médio quadrático globalfoi obti<strong>do</strong> para a equação Polinomial, seguida das equações <strong>do</strong> SCS, Kostiakov, Green-Ampt, Kostiakov-Lewis, Philip e Horton, na or<strong>de</strong>m crescente. Excetuan<strong>do</strong>-se as duasúltimas, as <strong>de</strong>mais equações apresentaram EMQ médio inferior a 5 mm <strong>de</strong> infiltraçãoacumulada.Como dito anteriormente, os valores médios <strong>do</strong>s 51 EMQ’s <strong>de</strong> cada equaçãoforam compara<strong>do</strong>s entre si através <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Tukey para os níveis <strong>de</strong> significância <strong>de</strong>1% e 5% (Tabela 5.2), visan<strong>do</strong> confirmar diferenças entre as qualida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s ajustes.Não se verificou diferença significativa entre tais erros globais, a menos <strong>do</strong> caso <strong>do</strong>ajuste da equação <strong>de</strong> Horton, que se diferenciou significativamente <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>losPolinomial, SCS, Kostiakov, Green-Ampt e Kostiakov-Lewis. Cabe ainda ressaltar queo ajuste da equação <strong>de</strong> Philip diferenciou-se <strong>do</strong> <strong>de</strong> Green-Ampt, tanto ao nível <strong>de</strong> 1%como 5%. Essas constatações vem confirmar o pior ajustamento das equações <strong>de</strong>Horton e <strong>de</strong> Philip em relação as <strong>de</strong>mais, enfatizan<strong>do</strong>-se o pior ajuste da equação <strong>de</strong>Horton.118


A pior performance da equação <strong>de</strong> Horton em relação às equações <strong>do</strong> SCS,Kostiakov, Kostiakov-Lewis e Philip foi também confirmada por FABIAN e OTTONIFILHO (1997). CLEMMENS (1983) também explicita a pior qualida<strong>de</strong> interpolativa daequação <strong>de</strong> Horton em relação aos mo<strong>de</strong>los <strong>do</strong> SCS, Kostiakov e Kostiakov-Lewis. Noestu<strong>do</strong> <strong>de</strong> CLEMMENS (1983), a equação <strong>de</strong> Philip não se apresentou satisfatória.Tabela 5.2 – Valores médios <strong>do</strong>s 51 erros médios quadráticos (EMQ), em centímetros<strong>de</strong> lâmina <strong>de</strong> infiltração, para as sete equações estudadasPhilip Kostiakov Kost.-Lewis Horton SCS Polinomial Green-AmptEMQ 0,63988 b d (*) 0,39064 a d 0,47261 a d 0,92140 b 0,30966 a d 0,28474 a d 0,44414 a c(*) Médias na mesma linha seguidas <strong>de</strong> mesma letra não diferem entre si ao nível <strong>de</strong> 1% e 5% (teste <strong>de</strong>Tukey)No trabalho <strong>de</strong> FABIAN e OTTONI FILHO (1997), as equações <strong>do</strong> SCS e <strong>de</strong>Kostiakov apresentaram maiores coeficientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (R 2 ) <strong>do</strong> que os mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> Kostiakov-Lewis e Philip, ainda que sem diferenças significativas, o que é coerentecom os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>. Os mo<strong>de</strong>los Polinomial e Green-Ampt não foramtesta<strong>do</strong>s pelos <strong>do</strong>is autores.Para os solos estuda<strong>do</strong>s no trabalho <strong>de</strong> ARAÚJO FILHO (1992), o autorrecomenda o uso da equação <strong>de</strong> Kostiakov, visto que a equação <strong>do</strong> SCS, com maiornúmero <strong>de</strong> parâmetros, não apresentou qualquer vantagem sobre a outra, o que tambémestá <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com este trabalho.Apresentan<strong>do</strong> a mesma avaliação <strong>de</strong> CLEMMENS (1983), este estu<strong>do</strong> apontaque não há uma indicação clara <strong>de</strong> que mo<strong>de</strong>los mais sofistica<strong>do</strong>s com três parâmetros,como os <strong>do</strong> SCS e Polinomial, venham a introduzir melhoria significativa <strong>de</strong><strong><strong>de</strong>sempenho</strong> na regressão <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração, em relação ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>potência mais simples <strong>de</strong> Kostiakov, com <strong>do</strong>is parâmetros. Entretanto, como sugeri<strong>do</strong>por FABIAN e OTTONI FILHO (1997), os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis, Philip,Horton e Green-Ampt apresentam a vantagem <strong>de</strong> impor que as taxas <strong>de</strong> infiltraçãotendam a um valor constante positivo nos gran<strong>de</strong>s tempos <strong>de</strong> infiltração, o que é119


conveniente nas mo<strong>de</strong>lações <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> longa duração. Já os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Kostiakov,SCS, e Polinomial, nos prolonga<strong>do</strong>s eventos, como nos processos <strong>de</strong> recarga artificial,<strong>de</strong> chuvas com longa duração, etc, ten<strong>de</strong>m a calcular taxas <strong>de</strong> infiltração irreais (nulasou negativas).A regressão das equações <strong>de</strong> Philip, Kostiakov-Lewis e Horton partiram <strong>de</strong> umvalor pré-<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>de</strong> taxa básica <strong>de</strong> infiltração (VIB), visan<strong>do</strong> a induzir que osda<strong>do</strong>s interpola<strong>do</strong>s ten<strong>de</strong>ssem para o valor estabiliza<strong>do</strong> da taxa <strong>de</strong> infiltração verifica<strong>do</strong>no teste <strong>de</strong> campo. Neste senti<strong>do</strong>, só houve um parâmetro (k) na equação <strong>de</strong> Philip, oque a coloca em <strong>de</strong>svantagem numa análise comparativa com as <strong>de</strong>mais equações, queapresentam três parâmetros (caso da Polinomial e SCS) ou <strong>do</strong>is parâmetros (<strong>de</strong>maisequações). Mesmo assim, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Philip apresenta menor EMQ médio que omo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Horton, e seu EMQ global não se diferencia estatisticamente <strong>do</strong> das <strong>de</strong>maisequações (à exceção <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Green-Ampt), como indica<strong>do</strong> na Tabela 5.2.• Análise <strong>do</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das equações por perfil <strong>de</strong> solo (cada solo com 4repetições, com exceção <strong>do</strong> perfil PE, que teve 3 testes)As médias <strong>do</strong>s erros médios quadráticos das repetições por cada perfil <strong>de</strong> solo,<strong>de</strong>finidas para cada uma das 7 equações <strong>de</strong> infiltração, estão apresentadas na Tabela 5.3.Como se po<strong>de</strong> notar, com exceção <strong>de</strong> todas as equações <strong>do</strong> P36 e da equação <strong>de</strong> Hortonnos solos P20, P22 e PE, as médias foram relativamente baixas, com valores inferiores a1 cm (10 mm <strong>de</strong> infiltração acumulada), o que indica um bom ajuste absoluto dasequações. Observa-se que os solos P05, P06, P15, P20, P24, P36 e PE não apresentaramdiferenças significativas entre as qualida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s ajustes <strong>de</strong> todas as equações, para osníveis <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 1% e 5%.Interessantemente, o solo P36 foi o <strong>de</strong> pior ajuste, levan<strong>do</strong> em conta todas asequações, com exceção da equação <strong>de</strong> Horton. Para<strong>do</strong>xicalmente, essa última equaçãofoi a que apresentou menor EMQ neste solo. Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong>ste perfildiferencia<strong>do</strong> estão mostra<strong>do</strong>s na Figura 5.3-b. Nota-se que o solo P15, pe<strong>do</strong>logicamentesimilar ao P36 (Tabela 4.1), apresenta EMQ’s bem inferiores que os apresenta<strong>do</strong>s pelo120


P36. Na realida<strong>de</strong>, estes <strong>do</strong>is foram os únicos perfis representativos da bacia quetiveram textura arenosa, justifican<strong>do</strong> seus maiores VIB’s que nos <strong>de</strong>mais solos.Tabela 5.3 – Valores médios <strong>do</strong>s erros médios quadráticos (EMQ), em centímetros <strong>de</strong>lâmina <strong>de</strong> infiltração, por perfil <strong>de</strong> solo e para as sete equações estudadasPerfis Philip Kostiakov Kost.-Lewis Horton SCS Polinomial Green-AmptP04 0,68439 a c (*) 0,19124 b 0,27011 b d 0,61082 c d 0,19911 b 0,22963 b 0,46627 b cP05 0,22661 a 0,31988 a 0,29903 a 0,13154 a 0,13434 a 0,13021 a 0,26568 aP06 0,34075 a 0,09419 a 0,14202 a 0,26665 a 0,08583 a 0,11651 a 0,19999 aP15 0,51931 a 0,51583 a 0,47415 a 0,45921 a 0,39181 a 0,36216 a 0,43103 aP20 0,67446 a 0,65690 a 0,74734 a 1,93098 a 0,39389 a 0,16911 a 0,60890 aP21 0,48840 a c 0,11531 b 0,22749 b d 0,38071 c d 0,08670 b 0,11956 b 0,24332 b dP22 0,86030 a 0,45509 a 0,33135 a 2,06979 b 0,29871 a 0,30884 a 0,22731 aP24 0,42312 a 0,30222 a 0,36960 a 0,30958 a 0,27923 a 0,22283 a 0,31595 aP27 0,73618 a 0,19381 a b 0,26294 a b 0,42961 a b 0,09932 b 0,19631 a b 0,53499 a bP32 0,36882 a b 0,19244 a b 0,29327 a b 0,47925 a 0,12224 b 0,15771 a b 0,19091 a bP34 0,41054 a 0,09579 a c 0,20644 a c 0,26718 a c 0,04516 b c 0,08534 b c 0,23816 a cP36 1,74206 a 1,41554 a 1,86046 a 0,75073 a 1,37943 a 1,25157 a 1,61663 aPE 0,91145 a 0,57652 a 0,72208 a 4,88239 a 0,57652 a 0,37421 a 0,43148 a(*) Médias na mesma linha seguidas <strong>de</strong> mesma letra não diferem entre si ao nível <strong>de</strong> 1% e 5% (teste <strong>de</strong>Tukey)No solo P04, po<strong>de</strong>-se notar, observan<strong>do</strong>-se a Tabela 5.3, que a equação <strong>de</strong>Horton se diferenciou significativamente a 1% e 5% das equações <strong>de</strong> Kostiakov, SCS ePolinomial. Adicionalmente, a equação <strong>de</strong> Philip apresentou diferenças em relação àsequações <strong>de</strong> Kostiakov, Kostiakov-Lewis, SCS e Polinomial.Em relação ao solo P21, po<strong>de</strong>-se dizer que a equação <strong>de</strong> Philip se diferenciou a1% e 5% <strong>de</strong> todas as outras, com exceção da equação <strong>de</strong> Horton, que, por sua vez,apresentou diferenças significativas com relação às equações <strong>de</strong> Kostiakov, SCS ePolinomial.No solo P22, o ajuste da equação <strong>de</strong> Horton foi significativamente diferente a1% e 5% <strong>de</strong> todas as outras equações.121


Já no solo P27, foi a equação <strong>de</strong> Philip que apresentou ajuste com diferençassignificativas em relação ao mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> SCS, aos níveis <strong>de</strong> 1% e 5%.No solo P32, observa-se que o pior ajuste ocorreu com a equação <strong>de</strong> Horton, queteve diferenças significativas em relação ao mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> SCS, aos níveis <strong>de</strong> 1% e 5%.Por fim, no solo P34 foi a equação <strong>de</strong> Philip que apresentou ajuste comdiferenças significativas em relação aos mo<strong>de</strong>los <strong>do</strong> SCS e Polinomial, aos níveis <strong>de</strong> 1%e 5%.Pelos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s isoladamente por perfil, confirma-se o pior <strong><strong>de</strong>sempenho</strong>médio das equações <strong>de</strong> Horton e Philip em relação às <strong>de</strong>mais, visto que quan<strong>do</strong>ocorreram diferenças significativas entre os valores <strong>do</strong>s EMQ’s das diversas equações,essas duas eram as que <strong>de</strong>stacavam-se como as piores.• Consi<strong>de</strong>rações GeraisA equação Polinomial, apesar <strong>de</strong> não ser comumente utilizada para representar ofenômeno da infiltração acumulada, neste estu<strong>do</strong> apresentou-se como uma das melhoresequações, ajustan<strong>do</strong>-se aos da<strong>do</strong>s com gran<strong>de</strong> acurácia. Entretanto, é uma equação com3 parâmetros e que po<strong>de</strong> apresentar taxas negativas <strong>de</strong> infiltração em longos tempos. Asequações <strong>do</strong> SCS e Kostiakov apresentam a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> terem as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>infiltração <strong>de</strong>crescen<strong>do</strong> in<strong>de</strong>finidamente com o tempo até, teoricamente, o valor nulo.Isso po<strong>de</strong> ocasionar erros <strong>de</strong> ajuste, caso o tempo <strong>de</strong> infiltração seja bem superior ao <strong>de</strong>duração <strong>do</strong> teste. Por outro la<strong>do</strong>, a equação <strong>de</strong> Kostiakov, mesmo em temposrelativamente longos (entre 6 e 7 horas como no presente estu<strong>do</strong>), ajustou-se aos da<strong>do</strong>spraticamente com a mesma qualida<strong>de</strong> que as equações com três parâmetros, como aPolinomial e SCS, embora sua aplicação seja recomendada para tempos curtos(TAYLOR, 1972; CLEMMENS, 1983; BERNARDO, 1989), mas comumentecompatíveis com os projetos <strong>de</strong> irrigação.A equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis po<strong>de</strong> ser vista como uma generalização daequação <strong>de</strong> Philip, com b ≠ 0,50. Essa última é a equação <strong>de</strong> infiltração teoricamente122


mais elaborada (HILLEL, 1982), pois é <strong>de</strong>duzida analiticamente a partir da equaçãogeral <strong>de</strong> Richards. Entretanto, como a equação <strong>de</strong> Philip apresenta, com algumafreqüência, falhas <strong>de</strong> representação nos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração, como as aquiregistradas, torna-se estimulante a recomendação <strong>do</strong> uso da equação <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis. Esta última também tem representação matemática similar às popularesequações empíricas <strong>do</strong> SCS e Kostiakov, mas com a vantagem <strong>de</strong> ten<strong>de</strong>r nos temposlongos a uma taxa estável positiva, o que é teórica e fisicamente <strong>de</strong>sejável.Na Tabela 5.4, são apresenta<strong>do</strong>s os valores <strong>de</strong> infiltração acumulada média(consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os tempos <strong>de</strong> medição toma<strong>do</strong>s nos testes) para cada perfil <strong>de</strong> soloestuda<strong>do</strong>, e também o erro relativo, em porcentagem, calcula<strong>do</strong> pelo EMQ médio <strong>de</strong>cada solo, dividi<strong>do</strong> pela média da infiltração acumulada, para as 7 equações <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>.Confirman<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s das análises anteriores, observa-se que os menoreserros relativos estão na equação Polinomial, seguida, na or<strong>de</strong>m, pelos mo<strong>de</strong>los <strong>do</strong> SCS,Kostiakov, Green-Ampt e Kostiakov-Lewis, to<strong>do</strong>s com percentagens médias globaismenores <strong>do</strong> que 6%. O maior erro relativo global está na equação <strong>de</strong> Horton , com13,47%, segui<strong>do</strong> da equação <strong>de</strong> Philip, com 8,89%. À exceção das equações <strong>de</strong> Hortone Philip, os erros relativos por solo foram sempre menores ou iguais a 11,7% em todasas equações (a menos <strong>do</strong> P20, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao teste anômalo <strong>do</strong> infiltrômetro 3, indica<strong>do</strong> naFigura 5.3-a), tu<strong>do</strong> isso confirman<strong>do</strong> a a<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los Polinomial, SCS,Kostiakov, Kostiakov-Lewis e Green-Ampt em representar os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração nossolos estuda<strong>do</strong>s.123


Tabela 5.4 – Infiltração acumulada e erros relativos (%) <strong>de</strong> infiltração acumulada, porperfil <strong>de</strong> solo, para as sete equações estudadasPerfil I méd (cm) Philip Kostiakov Kost.-Lewis Horton SCS Polinomial Green-AmptP04 7,66 8,93 2,50 3,53 7,97 2,60 3,00 6,09P05 8,46 2,68 3,78 3,53 1,55 1,59 1,54 3,14P06 2,87 11,87 3,28 4,95 9,29 2,99 4,06 6,97P15 27,57 1,88 1,87 1,72 1,67 1,42 1,31 1,56P20 4,23 15,95 15,53 17,67 45,66 9,31 4,00 14,40P21 5,53 8,83 2,09 4,11 6,89 1,57 2,16 4,40P22 11,04 7,79 4,12 3,00 18,74 2,70 2,80 2,06P24 8,39 5,05 3,60 4,41 3,69 3,33 2,66 3,77P27 8,43 8,73 2,30 3,12 5,09 1,18 2,33 6,34P32 7,47 4,94 2,58 3,92 6,41 1,64 2,11 2,55P34 2,03 20,19 4,71 10,15 13,14 2,22 4,20 11,71P36 18,90 9,22 7,49 9,85 3,97 7,30 6,62 8,56PE 9,57 9,53 6,03 7,55 51,04 6,03 3,91 4,51Média 9,40 8,89 4,61 5,96 13,47 3,38 3,13 5,85Máx. 27,57 20,19 15,53 17,67 51,04 9,31 6,62 14,40As médias espaciais <strong>do</strong>s parâmetros das equações, por perfil <strong>de</strong> solo e globais,para as sete equações em estu<strong>do</strong>, estão apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.5. A análise dasestatísticas contidas nessa Tabela contém informações relevantes <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong>espacial apenas a nível local, por perfil <strong>de</strong> solo. Como não foram contabilizadas adistribuição das áreas <strong>do</strong>s 13 perfis <strong>de</strong>ntro da bacia hidrográfica estudada, tornam-sepouco significativas as estatísticas globais da Tabela 5.5.Observan<strong>do</strong>-se os coeficientes <strong>de</strong> variação (c.v.) por perfil, na Tabela 5.5, notaseque estes são, geralmente, menores que o c.v. global, o que já era <strong>de</strong> se esperar.Segun<strong>do</strong> a classificação <strong>de</strong> WARRICK e NIELSEN (1980), o c.v. global da VIB(c.v.=112,8%) é <strong>de</strong> alta variabilida<strong>de</strong> espacial. Analisan<strong>do</strong>-se a variabilida<strong>de</strong> espacial<strong>de</strong>sse parâmetro, por perfil, observa-se que os solos P15, P21, P22, P24, P32, P34, P36e PE apresentam médios c.v’s (12%


equações, o que apresentou maior c.v. foi o c (<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> por tentativas) da equação<strong>do</strong> SCS, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> parâmetro k <strong>de</strong>ssa mesma equação.Tabela 5.5 – Valores da média e <strong>do</strong>s coeficientes <strong>de</strong> variação (%) <strong>do</strong>s parâmetros dassete equações estudadas. As unida<strong>de</strong>s são para I (cm), t (min) e VIB (cm/min)Parâmetros das equações <strong>de</strong> infiltraçãoPhilip Kostiakov Kostiakov-Lewis Horton SCS Polinomial Green-Amptk VIB k a k a VIB k a VIB k a c k a c k cP04média 0,35 0,02 0,72 0,44 1,09 0,27 0,02 6,07 0,01 0,02 1,20 0,39 -0,73 -0,00004 0,04 2,13 8,10 0,01c.v. 52,73 82,87 33,90 39,68 27,42 48,51 82,87 53,20 34,89 87,41 67,55 50,57 -97,37 -77,13 69,67 24,31 63,09 81,49P05média 0,13 0,03 0,07 0,91 0,06 0,61 0,03 2,74 0,01 0,03 0,12 0,86 -0,33 -0,00003 0,05 0,13 0,77 0,03c.v. 139,28 92,24 112,67 6,21 112,95 42,94 92,24 112,10 49,13 92,24 149,21 14,50 -209,14 -138,47 105,55 201,55 121,04 95,37P06média 0,12 0,01 0,25 0,56 0,58 0,16 0,01 2,00 0,01 0,01 0,52 0,40 -0,54 -0,00001 0,01 0,92 3,97 0,00c.v. 85,18 62,46 78,63 31,83 69,26 80,14 62,46 80,91 30,36 62,46 68,54 27,06 -97,92 -71,73 62,25 74,31 78,45 47,70P15média 0,36 0,12 0,23 0,92 0,28 0,50 0,12 8,97 0,01 0,12 0,26 0,91 -0,25 -0,00004 0,15 0,78 1,01 0,13c.v. 101,40 14,93 41,28 3,68 44,88 38,88 14,93 104,17 47,39 14,93 58,12 7,15 -284,24 -105,41 27,22 65,47 132,61 16,87P20média 0,09 0,02 0,19 0,57 0,48 0,20 0,02 8,85 0,01 0,02 0,19 0,67 0,22 0,00002 0,01 1,05 2,72 0,01c.v. 12,46 136,88 49,81 45,87 53,02 54,09 136,88 175,10 70,63 136,88 80,00 69,36 251,37 270,55 30,08 29,89 68,69 160,84P21média 0,22 0,01 0,36 0,51 1,10 0,19 0,01 3,92 0,01 0,01 0,45 0,50 -0,17 -0,00002 0,03 1,37 5,46 0,01c.v. 56,98 41,50 34,69 13,87 76,14 141,13 41,50 54,74 9,88 41,50 63,76 25,90 -269,90 -38,79 41,02 32,76 87,18 52,46P22média 0,24 0,04 0,39 0,63 1,36 0,19 0,04 4,06 0,01 0,04 0,37 0,67 0,22 -0,00002 0,05 2,12 5,97 0,03c.v. 39,91 50,33 8,29 9,60 47,77 87,60 50,33 33,58 87,02 50,33 72,86 19,87 396,34 -53,90 41,02 14,90 73,36 66,11P24média 0,29 0,02 0,18 0,71 0,32 0,48 0,02 6,13 0,01 0,02 0,26 0,70 -0,24 -0,00002 0,04 0,85 4,02 0,02c.v. 57,99 21,15 22,74 6,31 46,36 29,84 21,15 68,54 31,91 21,15 83,32 18,56 -380,08 -189,29 41,31 9,89 55,46 53,85P27média 0,33 0,03 0,57 0,52 1,07 0,27 0,03 5,13 0,01 0,03 0,78 0,53 -0,19 -0,00005 0,05 2,11 7,54 0,02c.v. 61,58 122,02 43,46 21,04 39,63 12,50 122,02 52,85 6,37 122,02 76,07 44,55 -622,05 -98,37 100,82 42,71 37,53 127,45P32média 0,18 0,03 0,13 0,78 0,35 0,42 0,03 3,45 0,01 0,03 0,21 0,70 -0,43 -0,00003 0,04 0,66 2,22 0,02c.v. 47,89 28,71 36,57 9,77 87,27 53,48 28,71 58,67 30,34 28,71 10,49 6,02 -52,64 -14,63 12,81 37,17 49,75 30,23P34média 0,07 0,01 0,27 0,46 1,11 0,09 0,01 1,32 0,02 0,01 19,42 0,14 -19,89 -0,00001 0,01 0,76 2,64 0,00c.v. 38,24 47,28 77,74 34,17 71,65 317,49 47,28 34,12 97,45 47,28 116,95 102,90 -116,79 -24,20 25,19 65,54 38,40 39,61P36média 1,41 0,13 1,29 0,67 1,50 0,50 0,13 14,58 0,03 0,13 1,24 0,68 0,08 -0,00102 0,36 2,21 8,37 0,15c.v. 27,37 14,67 27,59 11,48 33,03 23,90 14,67 27,90 11,94 14,67 28,46 4,55 1096,80 -32,71 24,51 78,83 20,65 19,40PEmédia 0,19 0,04 0,18 0,79 1,34 0,20 0,04 8,08 0,01 0,04 0,18 0,79 0,00 -0,00003 0,06 1,07 2,48 0,04c.v. 64,69 50,24 38,85 7,40 101,15 252,59 50,24 74,36 107,84 50,24 38,85 7,40 166,74 -98,18 35,14 58,94 61,33 45,59média global 0,308 0,038 0,375 0,650 0,809 0,317 0,038 5,747 0,012 0,038 1,973 0,607 -1,746 -0,0001 0,069 1,246 4,284 0,037c.v. global 122,57 112,80 94,91 29,52 83,08 78,26 112,80 107,45 83,60 112,80 384,52 43,01 -448,82 -281,92 139,85 71,91 83,19 130,03Percebe-se também que as potências a das equações <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis sãosempre menores e mais variáveis (maior c.v.) <strong>do</strong> que as potências da equação <strong>de</strong>Kostiakov. Globalmente, tais coeficientes foram <strong>de</strong> alta variação (c.v.=78,26%>60%)na primeira equação e <strong>de</strong> média variação (12%


A não ser as potências “a” nas equações <strong>de</strong> Kostiakov e <strong>do</strong> SCS, to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>maisparâmetros das equações estudadas apresentaram, localmente, média ou altavariabilida<strong>de</strong> espacial, com poucas exceções, conforme indica a Tabela 5.5. A potência“a” se apresenta menos variável na equação <strong>de</strong> Kostiakov <strong>do</strong> que na equação Kostiakov-Lewis, on<strong>de</strong> a média <strong>de</strong>ssa potência é sempre maior.O parâmetro “k” foi sempre negativo (ainda <strong>de</strong> que pequeno módulo) na equaçãoPolinomial, como também, freqüentemente, o termo “c” da equação <strong>do</strong> SCS. Os <strong>de</strong>maisparâmetros foram sempre positivos.Ainda em se tratan<strong>do</strong> da variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>do</strong> solo, supon<strong>do</strong>-se que a curvamédia <strong>de</strong> infiltração representada na Figura 5.2 represente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltraçãoequivalente <strong>do</strong>s solos da bacia hidrográfica <strong>de</strong> Santa Maria e Cambiocó, a plotagem <strong>do</strong>hietograma <strong>de</strong> uma chuva equivalente nessa Figura, permitiria a estimativa aproximada,<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a questão da variabilida<strong>de</strong> espacial da chuva e <strong>do</strong> solo, das taxas <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> escoamento superficial (runoff, em mm/h) e <strong>de</strong> infiltração, ao longo <strong>do</strong>tempo, que po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia nas mo<strong>de</strong>lações hidrológicas da bacia. Porexemplo, se um evento pluvial fosse <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> inferior a 22,8 mm/h, que seria oVIB médio global da bacia (Tabela 5.5), pelas consi<strong>de</strong>rações anteriores toda essa chuvainfiltraria. Se, por outro la<strong>do</strong>, a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuva fosse sempre superior a cerca <strong>de</strong>75 mm/h (Figura 5.2), a infiltração teria a mesma distribuição da curva médiaequivalente <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração <strong>do</strong>s solos, e o runoff estaria acontecen<strong>do</strong> otempo to<strong>do</strong> <strong>de</strong> duração da chuva.Na Figuras 5.4 a 5.16, são apresentadas, como ilustração, as curvas <strong>de</strong> infiltraçãoacumulada para uma das quatro repetições <strong>do</strong>s testes, em cada perfil <strong>de</strong> solo, calculadaspelas 7 equações <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>.126


I calc, obs (cm)20,016,012,08,04,0P04 - Inf3Philip0,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I calc, obs (cm)20,016,012,0P04 - Inf3Kostiakov8,0I = 0,542 t 1/2 +0,025t I = 0,792 t 0,5234,0I calcI obs0,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)20,016,012,08,04,0P04 - Inf3Kostiakov Lewis0,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I = 1,168 t 0,354 +0,025tI calcI obsI calc, obs (cm)20,016,012,08,04,0P04 - Inf3HortonI = 8,474(1- e -0,011t )+0,025t0,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I calc I obs20,0P04 - Inf3SCS20,0P04 - Inf3PolinomialI calc, obs (cm)16,012,08,04,0I = 1,313 t 0,443 -1,142I calc, obs (cm)16,012,08,04,0I = -9.10 -5 t 2 +0,069t+2,6100,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I calc I obs0,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I calc I obs20,0P04 - Inf3Green-AmptI calc, obs (cm)16,012,08,04,0t = 1/0,017{I-15,4 ln[(15,4+I)/15,4]}0,00 50 100 150 200 250 300 350Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.4 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 04, infiltrômetro 3.127


I calc, obs (cm)12,0010,008,006,004,002,00P05 - Inf4PhilipI calc, obs (cm)12,0010,008,006,002,00P05 - Inf4Kostiakov4,00I = 0,041 t 1/2 +0,028t I = 0,05 t 0,9070,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calcI obs0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)12,0010,008,006,004,002,00P05 - Inf4Kostiakov Lewis0,000 50 100 150 200 250 300 350 400Tempo (minutos)I = 0,062 t 0,409 +0,028tI calcI obsI calc, obs (cm)12,0010,008,006,004,002,00P05 - Inf4HortonI = 1,252(1- e -0,003t )+0,028t0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)12,0010,008,006,004,002,00P05 - Inf4SCS0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I = 0,039 t 0,953 +0,111I calcI obsI calc, obs (cm)12,0010,008,006,004,002,00P05 - Inf4Polinomial0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I = -8.10 -5 t 2 +0,029t+0,218I calcI obsI calc, obs (cm)12,0010,008,006,004,00P05- Inf4Green-Ampt2,00t = 1/0,029{I-0,049 ln[(0,0494+I)/0,049]}0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calcI obsFigura 5.5 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 05, infiltrômetro 4.128


I calc, obs (cm)7,006,005,004,003,002,001,00P06 - Inf3Philip0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calc, obs (cm)7,006,005,004,001,00P06- Inf3Kostiakov3,00I = 0,234 t 1/2 +0,005t2,00I = 0,380 t 0,464I calcI obs0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)7,006,005,004,003,002,001,00P06 - Inf3Kostiakov Lewis0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I = 0,520 t 0,352 +0,005tI calcI obsI calc, obs (cm)7,006,005,004,003,002,001,00P06- Inf3HortonI = 3,884(1- e -0,012t )+0,005t0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)7,006,005,004,003,002,001,00P06- Inf3SCS0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I = 0,901 t 0,342 -1,036I calcI obsI calc, obs (cm)7,006,005,004,003,002,001,00P06 - Inf3Polinomial0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I = -3.10 -5 t 2 +0,021t+1,292I calcI obsI calc, obs (cm)7,006,005,004,003,002,00P06- Inf3Green-Ampt1,00t = 1/0,006{I-5,6 ln[(5,6+I)/5,6]}0,000 100 200 300 400Tempo (minutos)I calcI obsFigura 5.6 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 06, infiltrômetro 3.129


I calc, obs (cm)50,040,030,020,010,0P15- Inf1Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)50,040,030,010,0P15- Inf1Kostiakov20,0I = 0,109 t 1/2 +0,098t I = 0,158 t 0,925I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)50,040,030,020,010,0P15 - Inf1Kostiakov Lewis0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,247 t 0,351 +0,098tI calcI obsI calc, obs (cm)50,040,030,020,010,0P15- Inf1HortonI = 2,102(1- e -0,007t )+0,098t0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs50,0P15- Inf1SCS50,0P15- Inf1PolinomialI calc, obs (cm)40,030,020,010,0I = 0,138 t 0,949 +0,2140,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)40,030,020,010,0I = -1.10 -5 t 2 -0,104t+0,7020,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs50,00P15- Inf1Green-AmptI calc, obs (cm)40,0030,0020,0010,00t = 1/0,099{I-0,296 ln[(0,296+I)/0,296]}0,000 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.7 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 15, infiltrômetro 1.130


I calc, obs (cm)5,04,03,02,01,0P20- Inf2Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)5,04,03,01,0P20- Inf2Kostiakov2,0I = 0,098 t 1/2 +0,006t I = 0,219 t 0,479I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)5,04,03,02,01,0P20 - Inf2Kostiakov Lewis0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,514 t 0,201 +0,006tI calcI obsI calc, obs (cm)5,04,03,02,01,0P20- Inf2HortonI = 1,641(1- e -0,013t )+0,006t0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)5,04,03,02,01,0P20- Inf2SCS0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,217 t 0,480 +0,005I calcI obsI calc, obs (cm)5,04,03,02,01,0P20- Inf2Polinomial0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I =-1.10 -5 t 2 +0,011t+0,894I calcI obs5,0P20- Inf2Green-AmptI calc, obs (cm)4,03,02,01,0t = 1/0,003{I-4,15 ln[(4,15+I)/4,15]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.8 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 20, infiltrômetro 2.131


I calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P21- Inf4Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)12,010,08,06,02,0P21- Inf4KostiakovI = 0,218 t 1/2 +0,017t 4,0I = 0,280 t 0,599I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P21 - Inf4Kostiakov Lewis0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,615 t 0,313 +0,017tI calcI obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P21- Inf4HortonI = 3,916(1- e -0,010t )+0,017t0,00 100 200 300 400Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P21- Inf4SCS0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)12,010,08,06,0P21 Inf4Polinomial4,0I = 0,186 t 0,665 +0,4072,0I = -2.10 -5 t 2 +0,031t+1,391I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,0P21- Inf4Green-Ampt2,0 t = 1/0,012{I-0,122 ln[(0,122+I)/0,122]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsFigura 5.9 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 21, infiltrômetro 4.132


I calc, obs (cm)35,030,025,020,015,010,05,0P22- Inf3Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)35,030,025,020,05,0P22- Inf3Kostiakov15,0I = 0,349 t 1/2 +0,051t 10,0I = 0,426 t 0,684I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)35,030,025,020,015,010,05,0P22 - Inf3Kostiakov Lewis0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,955 t 0,320 +0,051tI calcI obsI calc, obs (cm)35,030,025,020,015,010,05,0P22- Inf3HortonI = 5,339(1- e -0,006t )+0,051t0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)35,030,025,020,015,010,05,0P22- Inf3SCS0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,326 t 0,728 +0,432I calcI obsI calc, obs (cm)35,030,025,020,015,010,05,0P22 -Inf3Polinomial0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = -3.10 -5 t 2 +0,071t++2,419I calcI obsI calc, obs (cm)35,030,025,020,015,010,0P22- Inf3Green-Ampt5,0 t = 1/0,045{I-4,246 ln[(4,246+I)/4,246]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsFigura 5.10 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 22, infiltrômetro 3.133


I calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P24- Inf4Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)12,010,08,06,02,0P24- Inf4KostiakovI = 0,190 t 1/2 +0,015t 4,0I = 0,126 t 0,724I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obs12,0P24 - Inf4Kostiakov Lewis12,0P24- Inf4HortonI calc, obs (cm)10,08,06,04,02,0I = 0,199 t 0,493 +0,015t0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)10,08,06,04,0I = 3,980(1- e -0,006t )+0,015t2,00,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P24- Inf4SCS0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,166 t 0,679 -0,199I calcI obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P24 -Inf4Polinomial0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I =-1.10 -5 t 2 -0,028t+0,809I calcI obs12,0P24- Inf4Green-Ampt10,0I calc, obs (cm)8,06,04,02,0 t = 1/0,017{I-1,601 ln[(1,601+I)/01,601]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.11 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 24, infiltrômetro 4.134


12,0P27- Inf2Philip12,0P27- Inf2KostiakovI calc, obs (cm)10,010,08,08,06,06,04,0I = 0,350 t 1/2 +0,012t 4,0I = 0,727 t 0,4492,02,00,00,00 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsTempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)12,0P27 - Inf2Kostiakov Lewis12,0P27- Inf2HortonI calc, obs (cm)10,08,06,04,0I = 1,208 t 0,278 +0,012t2,00,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)10,08,06,04,0I = 5,901(1- e -0,014t )+0,012t2,00,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P27- Inf2SCS0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 1,458 t 0,349 -1,509I calcI obsI calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P27 -Inf2Polinomial0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = -4.10 -5 t 2 -0,034t+2,531I calcI obs12,0P27- Inf2Green-AmptI calc, obs (cm)10,08,06,04,02,0t = 1/0,009{I-10,8ln[(10,8+I)/10,8]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.12 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 27, infiltrômetro 2.135


I calc, obs (cm)12,010,08,06,04,02,0P32- Inf1Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)12,010,08,06,02,0P32- Inf1KostiakovI = 0,100 t 1/2 +0,024t 4,0I = 0,142 t 0,726I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obs12,0P32 - Inf1Kostiakov-Lewis12,0P32- Inf1HortonI calc, obs (cm)10,08,06,04,0I = 0,764 t 0,125 +0,024t2,00,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)10,08,06,04,0I = 1,679(1- e -0,006t )+0,024t2,00,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs12,0P32- Inf1SCS12,0P32-Inf1PolinomialI calc, obs (cm)10,08,06,04,02,0I = 0,232 t 0,646 -0,432I calc, obs (cm)10,08,06,04,02,0I = -3.10 -5 t 2 +0,035t+0,7710,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs12,0P32 Inf1Green-AmptI calc, obs (cm)10,08,06,04,02,0t = 1/0,016{I-2,924 ln[(2,924+I)/2,924]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.13 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 32, infiltrômetro 1.136


I calc, obs (cm)3,53,02,52,01,51,00,5P34- Inf1Philip0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc, obs (cm)3,53,02,52,01,50,5P34- Inf1KostiakovI = 0,051 t 1/2 +0,006t 1,0I = 0,181 t 0,462I calcI obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsI calc, obs (cm)3,53,02,52,01,51,00,5P34 - Inf1Kostiakov Lewis0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 1,022 t -0,559 +0,006tI calcI obsI calc, obs (cm)3,53,02,52,01,51,00,5P34- Inf1HortonI = 1,087(1- e -0,010t )+0,006t0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)3,53,02,52,01,51,00,5P34- Inf1SCS0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = 0,781 t 0,265 -1,052I calcI obsI calc, obs (cm)3,53,02,52,01,51,00,5P34-Inf1Polinomial0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I = -1.10 -5 t 2 +0,010t+0,614I calcI obsI calc, obs (cm)3,53,02,52,01,51,0P34 Inf1Green-Ampt0,5t = 1/0,002{I-2,7 ln[(2,7+I)/2,7]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calcI obsFigura 5.14 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 34, infiltrômetro 1.137


50,0P36- Inf2Philip50,0P36- Inf2KostiakovI calc, obs (cm)40,030,020,010,00,00 50 100 150 200Tempo (minutos)I calc, obs (cm)40,030,020,0I = 1,394 t 1/2 +0,14t I = 1,545 t 0,63510,00,00 50 100 150 200I calc I obsTempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)50,040,030,020,010,0P36- Inf2Kostiakov Lewis0,00 50 100 150 200Tempo (minutos)I = 1,866t 0,445 +0,14tI calcI obsI calc, obs (cm)50,040,030,020,010,0P36- Inf2HortonI = 14,16(1- e -0,039t )+0,14t0,00 50 100 150 200Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)50,040,030,020,010,0P36 Inf2SCS0,00 50 100 150 200Tempo (minutos)P36-Inf2Polinomial20,0I = 1,545 t 0,635 +0,000001 I = -9.10 -5 t 2 +0,346t+3,62910,0I calc, obs (cm)45,040,035,030,025,020,015,010,05,00,0I calcI obs0,00 50 100 150 200Figura 5.15 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil 36, infiltrômetro 2.I calc, obs (cm)50,040,030,0P36 Inf2Green-AmptTempo (minutos)t = 1/0,161{I-7,236 ln[(7,236+I)/7,236]}0 50 100 150 200Tempo (minutos)I calcI obsI calcI obs138


20,0PE- Inf3Philip20,0PE- Inf3KostiakovI calc, obs (cm)16,012,08,04,0I calc, obs (cm)16,012,08,0I = 0,331 t 1/2 +0,021t 4,0I = 0,10 t 0,8510,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs20,0PE - Inf3Kostiakov Lewis20,0PE- Inf3HortonI calc, obs (cm)16,012,08,04,0I = 0,101 t 0,726 +0,021t0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsI calc, obs (cm)16,012,08,0I = 5,95(1- e -0,06t )+0,021t4,00,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs20,0PE- Inf3SCS20,0PE-Inf3PolinomialI calc, obs (cm)16,012,08,04,0I = 0,10 t 0,851 +0,000001I calc, obs (cm)16,012,08,04,0I = 3.10 -5 t 2 +0,055t+0,3480,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obs20,0PE-Inf3Green-AmptI calc, obs (cm)16,012,08,04,0t = 1/0,021{I-4,115 ln[(4,115+I)/4,115]}0,00 100 200 300 400 500Tempo (minutos)I calc I obsFigura 5.16 – Equações <strong>de</strong> infiltração acumulada ajustan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong>infiltração para o perfil E, infiltrômetro 3.139


5.2 - Comparação <strong>do</strong>s Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Determinação da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo5.2.1 - Análise <strong>do</strong>s Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Determinação da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CampoA partir <strong>do</strong>s 26 testes <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (2 testes por perfil nos 13diferentes solos) e das 3 ou 4 profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amostragem, obtiveram-se 92 da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ <strong>de</strong> referência, aqui <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s como da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> campo in situ.O outro méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo por levantamento in situ, proposto poreste trabalho, é o que utiliza os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> coleta<strong>do</strong>s nos infiltrômetros, da formapreconizada pelo capítulo anterior. Visan<strong>do</strong> a comparação com as umida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> tabuleiro1 e 2 (Figura 4.5), foram tomadas, respectivamente, as médias aritméticas <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sinfiltrômetros 1 e 2, bem como as médias aritméticas <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s infiltrômetros 3 e 4,em todas as profundida<strong>de</strong>s. Assim, obtiveram-se outros 92 da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo, aqui <strong>de</strong>signadas como capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no infiltrômetro.Os <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> laboratório utiliza<strong>do</strong>s na comparação com a CC in situ (notabuleiro) são os que preconizam o uso da umida<strong>de</strong> nas tensões <strong>de</strong> 0,006 e 0,033 MPa.Os da<strong>do</strong>s para a comparação <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo foram dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grupos (estu<strong>do</strong>s 1 e 2), como <strong>de</strong>scrito anteriormente noitem 4.6.2, salientan<strong>do</strong> que o estu<strong>do</strong> 1 engloba a totalida<strong>de</strong> da informação experimental.Os da<strong>do</strong>s referentes a cada estu<strong>do</strong> estão apresenta<strong>do</strong>s nos apêndices G e H e os seusresulta<strong>do</strong>s são mostra<strong>do</strong>s a seguir.• Estu<strong>do</strong> 1As Figuras 5.17 a 5.22 apresentam, respectivamente, a comparação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> insitu por meio da curva 1:1, com os valores <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo medi<strong>do</strong>s noinfiltrômetro, bem como com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s infiltrômetros subtraídas as porcentagens <strong>de</strong>1 a 5%. Pelos resulta<strong>do</strong>s expressos nessas figuras, nota-se o melhor ajuste <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>scom a curva 1:1, no caso da CC in situ x infiltrômetros – 1% e 2% (Figuras 5.18 e 5.19).140


Po<strong>de</strong>-se confirmar o melhor <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is casos, em relação aos outros testescom infiltrômetros, na Tabela 5.6, on<strong>de</strong> são apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes<strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Wilcoxon, <strong>do</strong> R² e <strong>do</strong> EMQ, permitin<strong>do</strong> uma mais rigorosa avaliação dacapacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais méto<strong>do</strong>s em estimar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ.A plotagem entre os méto<strong>do</strong>s da CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa, CC in situ xumida<strong>de</strong> à 0,033 MPa e CC in situ x CC calculada pela pe<strong>do</strong>função à partir da umida<strong>de</strong>à 0,006 MPa, po<strong>de</strong>m ser observadas nas Figuras 5.23, 5.24 e 5.25 (b), respectivamente.A Figura 5.25 (a) apresenta a microporosida<strong>de</strong> (umida<strong>de</strong> na tensão <strong>de</strong> 0,006 MPa) x CCin situ,on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser vista a pe<strong>do</strong>função linear da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo a partir damicroporosida<strong>de</strong>. A Tabela 5.6 apresenta os resulta<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> teste <strong>de</strong>Wilcoxon, <strong>do</strong> R² e <strong>do</strong> EMQ.Analisan<strong>do</strong>-se as Figuras <strong>de</strong> 5.17 a 5.25, bem como a Tabela 5.6, observa-seclaramente que a umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (microporosida<strong>de</strong>) não é um bom estima<strong>do</strong>r daCC no solos estuda<strong>do</strong>s. Apesar da sua alta correlação (R² = 0,906) com a CC in situ, aFigura 5.23 indica visivelmente a tendência <strong>de</strong> superestimar a CC <strong>de</strong> referência. Nestecaso, o teste <strong>de</strong> Wilcoxon não é aprova<strong>do</strong> e o EMQ é <strong>de</strong> 4,25% em umida<strong>de</strong>volumétrica.Por outro la<strong>do</strong>, a umida<strong>de</strong> à tensão <strong>de</strong> 0,033 MPa <strong>de</strong>monstrou ser um bomestima<strong>do</strong>r da CC in situ, passan<strong>do</strong> no teste <strong>de</strong> Wilcoxon e apresentan<strong>do</strong> EMQ não muitoalto (3,26%), com razoável dispersão <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s em relação à reta 1:1 (R² = 0,852). Nasaltas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campo (acima <strong>de</strong> 30%), a Figura 5.24 comprova que a umida<strong>de</strong> à0,033 MPa foi um excelente estima<strong>do</strong>r da CC, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a opinião <strong>de</strong> algunsautores (BERNARDO, 1989; RUIZ et al., 2003) <strong>de</strong> que em solos argilosos(normalmente com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo superior a 30%) a CC po<strong>de</strong> ser estimada poresta umida<strong>de</strong>.A pe<strong>do</strong>função linear da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo que utiliza a microporosida<strong>de</strong>como da<strong>do</strong> <strong>de</strong> entrada (Tabela 5.6) mostrou-se também um bom estima<strong>do</strong>r da CC in situneste estu<strong>do</strong> (Figura 5.25-b), confirman<strong>do</strong> as observações <strong>de</strong> FABIAN e OTTONIFILHO (2000), THURLER (2002) e MACEDO et al. (2002). Na realida<strong>de</strong>, este méto<strong>do</strong>141


foi o que permitiu melhor avaliar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> referência, pois foi o queapresentou maior R² (0,908), menor EMQ (2,22%), e o que passou no teste <strong>de</strong> Wilcoxoncom maior folga.Quanto à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no infiltrômetro, comparou-se neste estu<strong>do</strong> 1,que engloba to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> nos infiltrômetros, o baixo potencial <strong>de</strong>ssesda<strong>do</strong>s em representar a CC <strong>de</strong> referência (Figura 5.17). Essa comparação não passa noteste <strong>de</strong> Wilcoxon, o EMQ <strong>de</strong> 6,03% é eleva<strong>do</strong> e o R² <strong>de</strong> 0,472 é muito baixo. Há umatendência das umida<strong>de</strong>s nos infiltrômetros serem um pouco maiores <strong>do</strong> que no tabuleiro,tendência essa que não se conseguiu justificar. Quan<strong>do</strong> se testa uma suave redução (1%a 2% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica) das umida<strong>de</strong>s, o da<strong>do</strong> anamorfosea<strong>do</strong> <strong>do</strong> infiltrômetropassa no teste <strong>de</strong> Wilcoxon, com a subtração <strong>de</strong> 2% apresentan<strong>do</strong> melhor performance<strong>do</strong> que a subtração <strong>de</strong> 1%. Assim, o da<strong>do</strong> <strong>do</strong> infiltrômetro subtraí<strong>do</strong> da umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2%constitui-se num estima<strong>do</strong>r da CC in situ no estu<strong>do</strong> 1, mas que apresenta gran<strong>de</strong>dispersão em torno da reta 1:1 (Figura 5.19), com EMQ eleva<strong>do</strong> (5,62%).Tabela 5.6 – Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Wilcoxon e das estatísticas R² e EMQ parato<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> (estu<strong>do</strong> 1), visan<strong>do</strong> a comparação <strong>do</strong>s diferentes méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo com o méto<strong>do</strong> in situTeste <strong>de</strong> Wilcoxon (n = 92) Verificação <strong>do</strong> teste EstatísticasMéto<strong>do</strong> <strong>de</strong> comparação com acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situEstatísticaobtida5% * 1% ** R² EMQ (%)Infiltrômetro 3,06 X *** X 0,4716 6,03Infiltrômetro -1% 1,19 Ok Ok 0,4716 5,74Infiltrômetro -2% 0,70 Ok Ok 0,4716 5,62Infiltrômetro -3% 2,34 X Ok 0,4716 5,68Infiltrômetro -4% 3,59 X X 0,4716 5,90Infiltrômetro -5% 4,61 X X 0,4716 6,28Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa 8,06 X X 0,9057 4,25Umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa 0,92 Ok Ok 0,8517 3,26Pe<strong>do</strong>função à partir da microp. 0,27 Ok Ok 0,9076 2,22* O valor admiti<strong>do</strong> para 5% é 1,96.** O valor admiti<strong>do</strong> para 1% é 2,575.*** Não passa no teste <strong>de</strong> Wilcoxon.Equação da pe<strong>do</strong>função: y = 0,9178x - 0,01184142


0,60CC no tab x CC no infiltrômetro (estu<strong>do</strong> 1)0,50CC no infiltr. (cm³/cm³)0,400,300,200,10,y = 0,6454x + 0,112R 2 = 0,47160,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf Linear (reta1:1) Linear (inf )Figura 5.17 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetroCC no infilt. -1% (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,10CC no tab x CC no infiltrômetro - 1% (estu<strong>do</strong> 1)y = 0,6454x + 0,102R 2 = 0,47160,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 1% Linear (reta1:1) Linear (inf - 1%)Figura 5.18 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 1%143


CC no tab x CC no infiltrômetro - 2% (estu<strong>do</strong> 1)0,60CC no infiltr.- 2% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,6454x + 0,092R 2 = 0,47160,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 2 % Linear (reta1:1) Linear (inf - 2%)Figura 5.19 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 2%0,60CC no tab x CC no infiltrômetro - 3% (estu<strong>do</strong> 1)CC no infiltr. - 3% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,6454x + 0,082R 2 = 0,47160,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 3 % Linear (reta1:1) Linear (inf - 3 %)Figura 5.20 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 3%144


CC no tab x CC no infiltrômetro - 4% (estu<strong>do</strong> 1)0,60CC no infiltr.- 4% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,6454x + 0,072R 2 = 0,47160,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 4 % Linear (reta1:1) Linear (inf - 4 %)Figura 5.21 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 4%0,60CC no tab x CC no infiltrômetro - 5% (estu<strong>do</strong> 1)CC no infiltr. - 5% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,6454x + 0,062R 2 = 0,47160,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 5% Linear (reta1:1) Linear (inf - 5%)Figura 5.22 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 5%145


0,60CC no tab x umida<strong>de</strong> à 0,006MPa (estu<strong>do</strong> 1)Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (cm³/cm3)0,500,400,300,200,10y = 0,9841x + 0,0401R 2 = 0,90570,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 0.0 0 6 6 MPa Linear (0 .0 066 MPa)Figura 5.23 – CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,006 MPaCC no tab x umida<strong>de</strong> à 0,033MPa (estu<strong>do</strong> 1)0,60Umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa (cm³/cm3)0,500,400,300,200,10y = 1,0591x - 0,0138R 2 = 0,85170,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 0 .0 3 3 MPa Linear (0 .0 3 3 MPa)Figura 5.24 – CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa146


Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa x CC in situ (estu<strong>do</strong> 1)CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,10y = 0,9178x - 0,0118R 2 = 0,90760,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (cm³/cm³)Seq üência1Linear (Seq üência1)Figura 5.25 (a) – Pe<strong>do</strong>função linear da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo à partir da umida<strong>de</strong> àtensão <strong>de</strong> 0,006 MPaPe<strong>do</strong>função à partir da umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (estu<strong>do</strong> 1)CC calc (pe<strong>do</strong>f. 0,006 MPa)(cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,10y = 0,9076x + 0,0235R 2 = 0,90760,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Pe<strong>do</strong>função Reta 1:1 Linear (Ped ofunção )Figura 5.25 (b) – CC in situ x pe<strong>do</strong>função à partir da microporosida<strong>de</strong>147


• Estu<strong>do</strong> 2No estu<strong>do</strong> 1, a comparação com o méto<strong>do</strong> que utiliza os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> infiltrômetrofica prejudicada pelo fato da lâmina aplicada nos testes <strong>de</strong> infiltração, durante ascampanhas 1 e 2, serem muito baixas na maioria <strong>do</strong>s infiltrômetros, pois nessascampanhas não houve adição <strong>de</strong> água em relação à lâmina infiltrada nos testes <strong>de</strong>infiltração (Tabela 5.1). Nas campanhas 3 e 4 houve essa adição, garantin<strong>do</strong> uma lâminatotal aplicada sempre superior a 15 cm no estu<strong>do</strong> 2 (na maioria <strong>do</strong>s casos superior a 20cm). Assim, no estu<strong>do</strong> 2 foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s apenas os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sinfiltrômetros on<strong>de</strong> a aplicação hídrica foi significativa, compatível com as lâminas <strong>de</strong>água aplicadas nos tabuleiros correspon<strong>de</strong>nte. Os da<strong>do</strong>s relativos ao estu<strong>do</strong> 2 acham-seno apêndice F (56 da<strong>do</strong>s), e as lâminas <strong>de</strong> infiltração nos infiltrômetros consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> asadições <strong>de</strong> água po<strong>de</strong>m ser vistas no apêndice I.As Figuras 5.26 a 5.31 apresentam, respectivamente, a comparação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> insitu, por meio da curva 1:1, com os valores <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo medi<strong>do</strong>s noinfiltrômetro e com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s infiltrômetros subtraídas as porcentagens <strong>de</strong> 1 a 5%.Analisan<strong>do</strong>-se essas figuras, nota-se a melhor proximida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s com a curva 1:1,no caso da CC in situ x infiltrômetro –3% (Figura 5.29). Po<strong>de</strong>-se confirmar o melhor<strong><strong>de</strong>sempenho</strong> <strong>de</strong>sse caso, em relação aos outros testes envolven<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sinfiltrômetros, na Tabela 5.7, on<strong>de</strong> são apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Wilcoxon,<strong>do</strong> R² e <strong>do</strong> EMQ. Os da<strong>do</strong>s anamorfosea<strong>do</strong>s (subtraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 3%) <strong>do</strong>s infiltrômetrospassam confortavelmente no teste <strong>de</strong> Wilcoxon, mas o EMQ ainda é eleva<strong>do</strong> (EMQ =5,95%), e o R² é baixo (R² = 0,2595), como no estu<strong>do</strong> 1.No estu<strong>do</strong> 2, como no anterior, os da<strong>do</strong>s brutos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo noinfiltrômetro apresentaram a tendência <strong>de</strong> superestimar a CC in situ, não sen<strong>do</strong>aprova<strong>do</strong>s no teste <strong>de</strong> Wilcoxon e apresentan<strong>do</strong> alto EMQ <strong>de</strong> 6,92%. A plotagem <strong>do</strong>sméto<strong>do</strong>s da CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa, CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa e CCin situ x pe<strong>do</strong>função à partir da microporosida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser observadas nas Figuras5.32, 5.33 e 5.34-b. A Figura 5.34-a apresenta a relação da microporosida<strong>de</strong> x CC insitu, e a visualização da pe<strong>do</strong>função correspon<strong>de</strong>nte da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ.148


Apesar <strong>do</strong>s EMQ’s serem um pouco superiores aos erros correspon<strong>de</strong>ntes anteriores (<strong>do</strong>estu<strong>do</strong> 1), os três méto<strong>do</strong>s acima apresentaram <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> muito similar quanto àssuas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproximarem os da<strong>do</strong>s in situ da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo, em relaçãoà situação quan<strong>do</strong> a totalida<strong>de</strong> das informações era levada em conta (estu<strong>do</strong> 1).Tabela 5.7 – Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Wilcoxon e das estatísticas R² e EMQ, apenas paraos casos envolven<strong>do</strong> os locais on<strong>de</strong> os infiltrômetros receberam uma lâminasignificativa <strong>de</strong> água (superior a 15 cm), visan<strong>do</strong> a comparação <strong>do</strong>s diferentes méto<strong>do</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo com o méto<strong>do</strong> in situTeste <strong>de</strong> Wilcoxon (n = 56)Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> comparação com acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situValor obti<strong>do</strong>Verificação <strong>do</strong> teste5% * 1% ** R² EMQ (%)Infiltrômetro 3,92 X *** X 0,2595 6,92Infiltrômetro -1% 2,60 X X 0,2595 6,46Infiltrômetro -2% 1,04 Ok Ok 0,2595 6,13Infiltrômetro -3% 0,34 Ok Ok 0,2595 5,95Infiltrômetro -4% 1,33 Ok Ok 0,2595 5,94Infiltrômetro -5% 2,15 X Ok 0,2595 6,09Umida<strong>de</strong> à 0,0066 MPa 6,04 X X 0,8247 4,86Umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa 1,04 Ok Ok 0,7340 3,94Pe<strong>do</strong>função à partir da microp. 0,25 Ok Ok 0,8247 2,32* O valor admiti<strong>do</strong> para 5% é 1,96.** O valor admiti<strong>do</strong> para 1% é 2,575.*** Não passa no teste.Equação da pe<strong>do</strong>função: y = 0,7814x + 0,0177149


CC no tab x CC no infiltrômetro (estu<strong>do</strong> 2)0,60CC no infiltr. (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,5836x + 0,1297R 2 = 0,25950,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf Linear (reata1:1) Linear (inf)Figura 5.26 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro0,60CC no tab x CC no infiltrômetro - 1% (estu<strong>do</strong> 2)CC no infiltr. -1% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,5836x + 0,1197R 2 = 0,25950,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 1% Linear (reata1:1) Linear (inf - 1%)Figura 5.27 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 1%150


CC no infiltr. -2% (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,10CC no tab x CC no infiltrômetro - 2% (estu<strong>do</strong> 2)y = 0,5836x + 0,1097R 2 = 0,25950,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 2 % Linear (reata1:1) Linear (inf - 2 %)Figura 5.28 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 2%0,60CC no tab x CC no infiltrômetro - 3% (estu<strong>do</strong> 2)CC no infiltr. - 3% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,100,00y = 0,5836x + 0,0997R 2 = 0,25950,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 3% Linear (reata1:1) Linear (inf - 3%)Figura 5.29 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 3%151


CC no tab x CC no infiltrômetro - 4% (estu<strong>do</strong> 2)0,60CC no infiltr.- 4% (cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,5836x + 0,0897R 2 = 0,25950,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 4% Linear (reata1:1) Linear (inf - 4 %)Figura 5.30 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 4%CC no infiltr. - 5% (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,10CC no tab x CC no infiltrômetro - 5% (estu<strong>do</strong> 2)y = 0,5836x + 0,0797R 2 = 0,25950,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (cm³/cm³)inf - 5% Linear (reata1:1) Linear (inf - 5%)Figura 5.31 – CC in situ (tabuleiro) x CC medida no infiltrômetro – 5%152


0,60CC no tab x umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (estu<strong>do</strong> 2)Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (cm³/cm3)0,500,400,300,200,100,00y = 1,0555x + 0,0279R 2 = 0,82470,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 0.0066 MPa Linear (0.0066 MPa)Figura 5.32 – CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,006 MPaUmida<strong>de</strong> à 0,033 MPa (cm³/cm3)0,600,500,400,300,200,10CC no tab x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa (estu<strong>do</strong> 2)y = 1,147x - 0,0278R 2 = 0,7340,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 0.0 33 MPa Linear (0.033 MPa)Figura 5.33 – CC in situ x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa153


Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa x CC in situ (estu<strong>do</strong> 2)CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,100,00y = 0,7814x + 0,0177R 2 = 0,82470,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60Umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (cm³/cm³)Seqüência1Linear (Seq üência1)Figura 5.34 (a) – Pe<strong>do</strong>função linear da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo à partir da umida<strong>de</strong> àtensão <strong>de</strong> 0,006 MPaPe<strong>do</strong>função a partir da umida<strong>de</strong> à 0,006 MPa (estu<strong>do</strong> 2)0,60CC calc (pe<strong>do</strong>f -0,006MPa)(cm³/cm³)0,500,400,300,200,10y = 0,8247x + 0,0395R 2 = 0,82470,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Ped o função Reta 1:1 Linear (Ped o função )Figura 5.34 (b) – CC in situ x pe<strong>do</strong>função à partir da microporosida<strong>de</strong>154


• Consi<strong>de</strong>rações gerais sobre os estu<strong>do</strong>s 1 e 2O méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo por meio <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong>infiltração apresentou uma performance relativamente aceitável, quan<strong>do</strong> seus valores <strong>de</strong>umida<strong>de</strong> volumétrica foram diminuí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2% e 3%, respectivamente, nos estu<strong>do</strong>s 1 e2. Os da<strong>do</strong>s brutos superestimaram a CC. Entretanto, quanto à performance <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<strong>do</strong>s infiltrômetros, os resulta<strong>do</strong>s mais confiáveis <strong>de</strong> avaliação dizem respeito ao estu<strong>do</strong>2, já que neste caso as lâminas aplicadas nos infiltrômetros e tabuleiros contíguos foramentre si compatíveis.Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s 1 e 2 <strong>de</strong>ste trabalho não confirmaram a constatação daliteratura (OLIVEIRA e MELO, 1971; RIVERS e SHIPP, 1978; FABIAN, 1995) <strong>de</strong> quea umida<strong>de</strong> à tensão <strong>de</strong> 0,006 MPa (microporosida<strong>de</strong>) po<strong>de</strong> ser utilizada como estima<strong>do</strong>rda CC in situ. Neste estu<strong>do</strong>, ela superestimou a umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo. Poroutro la<strong>do</strong>, obteve-se como melhor estima<strong>do</strong>r da CC in situ uma função linear damicroporosida<strong>de</strong>, o que condiz com estu<strong>do</strong>s anteriores (FABIAN e OTTONI FILHO,2000; THURLER, 2002; MACEDO et al., 2002).Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> na tensão <strong>de</strong> 0,033 MPa, também não são semelhantesaos <strong>de</strong> LUND (1959); SALTER e WILLIANS (1965); e MACEDO et al. (2002), pois,segun<strong>do</strong> esses autores, na maioria das vezes, as percentagens <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> relativas àtensão <strong>de</strong> 0,033 MPa foram menores <strong>do</strong> que o correspon<strong>de</strong>nte conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>volumétrica da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ, subestiman<strong>do</strong>-a. No presente estu<strong>do</strong>, essaumida<strong>de</strong> foi uma boa estima<strong>do</strong>ra global da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (principalmente paravalores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> superiores a 30%).Assim, confirma-se que não é possível se estabelecer uma tensão pré<strong>de</strong>terminadapara ser representativa <strong>do</strong> limite superior <strong>de</strong> água disponível ao solo, ouseja, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.A Figura 5.35 apresenta visualmente a comparação entre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campocalculada pelos 3 méto<strong>do</strong>s mais promissores <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo insitu, localmente aplicada aos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s 13 perfis <strong>de</strong> solo. A Tabela 5.8 indica os erros155


médios quadráticos correspon<strong>de</strong>ntes. A pe<strong>do</strong>função consi<strong>de</strong>rada é a <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> 1(y = 0,9178x – 0,01184).Apesar <strong>de</strong> ser um razoável estima<strong>do</strong>r global, por não apresentar tendência <strong>de</strong>superestimar ou subestimar a CC in situ, localmente o méto<strong>do</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo<strong>do</strong> infiltrômetro (utilizan<strong>do</strong> a anamorfose <strong>de</strong> menos 3% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>) mostrou-seina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos altos EMQ’s apresenta<strong>do</strong>s. Um <strong>do</strong>s motivos que po<strong>de</strong>mjustificar (pelo menos parcialmente) esses maiores erros é a variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>do</strong>solo, pois o infiltrômetro está a 1 metro <strong>do</strong> tabuleiro. Por outro la<strong>do</strong>, mesmo localmente,a pe<strong>do</strong>função da microporosida<strong>de</strong> mostrou-se um potente estima<strong>do</strong>r da CC, pois o EMQlocal foi sempre inferior a 3,2% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.Quan<strong>do</strong> utilizada a umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa, somente em 3 solos a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>campo foi estimada com erros significativamente maiores que aquele erro <strong>de</strong> 3,2% <strong>do</strong>méto<strong>do</strong> anterior: no perfil P06 (EMQ = 4,6%), P15 (EMQ = 5,8%) e P36 (EMQ =4,4%). Destes 3, os <strong>do</strong>is últimos correspon<strong>de</strong>m a solos arenosos (planossolos), o queestá <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a opinião <strong>de</strong> alguns autores (BERNARDO, 1989; CIRINO eGUERRA, 1994) <strong>de</strong> que a tensão <strong>de</strong> 0,033 MPa não <strong>de</strong>ve ser aplicada como indica<strong>do</strong>rda CC em solos arenosos.156


Tabela 5.8 – Erros médios quadráticos na <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situno perfil por 3 méto<strong>do</strong>s distintosEMQ (%)Perfil <strong>de</strong> solo Pe<strong>do</strong>função damicroporosida<strong>de</strong>Umida<strong>de</strong> à 0,033MPaCC no infiltrômetro– 3%P04 1,30 1,23 4,75P05 1,61 2,26 3,65P06 2,60 4,58 11,07P15 2,96 5,83 2,82P20 2,81 2,88 3,72P21 1,70 1,99 5,47P22 1,58 1,52 4,82P24 1,52 1,53 5,96P27 2,87 3,38 2,36P32 2,16 3,04 7,21P34 3,22 2,97 2,13P36 2,18 4,44 5,51PE 1,82 2,48 5,06EMQ máx. local 3,22 5,83 11,070 ,6 0P040 ,6 0P0 50 ,5 00 ,5 00 ,4 00 ,4 00 ,3 00 ,3 00 ,2 00 ,2 00 ,1 00 ,1 00 ,0 00 ,0 0 0,1 0 0 ,2 0 0 ,30 0 ,40 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situped o função Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,0 3 3 Mp a0 ,0 00 ,00 0 ,1 0 0 ,2 0 0 ,3 0 0,4 0 0 ,50 0 ,60CC in situpe<strong>do</strong>função Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,033 Mp a0 ,6 0P0 60,6 0P1 50 ,5 00,5 00 ,4 00,4 00 ,3 00,3 00 ,2 00,2 00 ,1 00,1 00 ,0 00 ,0 0 0 ,1 0 0 ,2 0 0 ,3 0 0,4 0 0 ,50 0 ,60CC in situpe<strong>do</strong>função Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,033 Mp a0,0 00 ,0 0 0 ,10 0 ,2 0 0 ,30 0,4 0 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situp e<strong>do</strong>função Reta 1 :1 inf - 3 % 0,0 3 3 Mp a157


0 ,60P200,6 0P2 10 ,500,5 00 ,400,4 00 ,300,3 00 ,200,2 00 ,100,1 00 ,000,0 0 0 ,1 0 0 ,2 0 0 ,30 0 ,4 0 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situp ed o função Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,033 Mp a0,0 00 ,0 0 0,1 0 0,2 0 0 ,30 0 ,40 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situp ed o função Reta 1 :1 inf - 3% 0 ,0 3 3 Mp a0,6 0P2 20 ,6 0P240,5 00 ,5 00,4 00 ,4 00,3 00 ,3 00,2 00 ,2 00,1 00 ,1 00,0 00 ,0 0 0 ,10 0 ,2 0 0,3 0 0 ,4 0 0,5 0 0 ,6 0CC in situp ed ofunção Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,0 33 Mpa0 ,0 00 ,0 0 0 ,1 0 0 ,20 0 ,3 0 0 ,4 0 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situp ed ofunção Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,033 Mpa0 ,6 0P270,60P320 ,5 00,500 ,4 00,400 ,3 00,300 ,2 00,200 ,1 00,100 ,0 00 ,0 0 0 ,1 0 0,2 0 0 ,3 0 0 ,40 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situp ed o função Reta 1 :1 inf - 3 % 0,0 3 3 Mp a0,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situpe<strong>do</strong>função Reta 1:1 inf - 3% 0,033 M pa0 ,60P3 40 ,6 0P360 ,500 ,5 00 ,400 ,4 00 ,300 ,3 00 ,200 ,2 00 ,100 ,1 00 ,000,0 0 0 ,10 0,2 0 0 ,30 0 ,4 0 0 ,50 0 ,6 0CC in situp ed ofunção Reta 1:1 inf - 3 % 0,0 3 3 Mp a0 ,0 00 ,0 0 0 ,1 0 0 ,2 0 0 ,3 0 0,4 0 0 ,50 0 ,6 0CC in situp ed ofunção Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,033 Mpa158


0 ,60PE0 ,500 ,400 ,300 ,200 ,100 ,000 ,0 0 0 ,10 0 ,2 0 0 ,30 0 ,4 0 0 ,5 0 0 ,6 0CC in situp ed ofunção Reta 1 :1 inf - 3 % 0 ,0 3 3 Mp aFigura 5.35 – CC in situ x pe<strong>do</strong>função ou x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa ou x CC noinfiltrômetro – 3% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, nos 13 solos estuda<strong>do</strong>s5.2.2 - Avaliação <strong>do</strong>s Méto<strong>do</strong>s para Outros SolosO objetivo <strong>de</strong>ste item é verificar o grau <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo que apresentaram os melhores resulta<strong>do</strong>s nesteestu<strong>do</strong>. Como, em relação ao méto<strong>do</strong> que utilizou os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no infiltrômetro,não se tem conhecimento <strong>de</strong> uma outra pesquisa com sua avaliação, resta, então,verificar os outros <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s bem sucedi<strong>do</strong>s nesta pesquisa, que foram o que utilizaa umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa, bem como a pe<strong>do</strong>função linear a partir da microporosida<strong>de</strong>.Nesses senti<strong>do</strong>, aos <strong>do</strong>is últimos méto<strong>do</strong>s acima foram aplica<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>strabalhos <strong>de</strong> FABIAN e OTTONI FILHO (2000), e MACEDO et al. (2002), que dizemrespeito a 5 perfis <strong>de</strong> Argissolos Vermelho-Amarelos em Seropédica (RJ), e também, osda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> THURLER (2002), que correspon<strong>de</strong>m a 3 perfis <strong>de</strong> solos da FormaçãoBarreiras (ES). Assim, utilizan<strong>do</strong> a pe<strong>do</strong>função <strong>de</strong>senvolvida para os solos <strong>de</strong>stapesquisa:CC (cm³/cm³) = 0,9178 micro (cm³/cm³) – 0,01184,(5.1)bem como as umida<strong>de</strong>s à 0,033 MPa, as Figuras 5.36 a 5.39 e a Tabela 5.9 permitemavaliar a acurácia com que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ foi calculada para os solos <strong>de</strong>Seropédica (n = 60) e da Formação Barreiras (n = 13).159


Os resulta<strong>do</strong>s indicam que a pe<strong>do</strong>função <strong>de</strong>termina a CC daqueles solos comerros relativamente pequenos (3,8% em Seropédica e 2% nos solos da FormaçãoBarreiras), sem tendência global <strong>de</strong> superestimar ou subestimar em Seropédica (passano teste <strong>de</strong> Wilcoxon), mas subestiman<strong>do</strong> levemente a CC in situ <strong>do</strong>s solos da FormaçãoBarreiras (passa no teste <strong>de</strong> Wilcoxon somente a 1%). Já a umida<strong>de</strong> à 0,033 MPaapresenta a tendência <strong>de</strong> subestimar a CC em ambos os locais, <strong>de</strong> forma maissignificativa nos solos <strong>de</strong> Seropédica, com EMQ <strong>de</strong> 10,1% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica.Confirma-se assim o que já era espera<strong>do</strong>, ou seja, que a umida<strong>de</strong> à 0,033 MPanão é um bom estima<strong>do</strong>r universal da CC. Além disso, a extrapolação relativamentebem sucedida da pe<strong>do</strong>função linear a partir da microporosida<strong>de</strong> para solos distintosdaqueles que a originaram sugere que essa pe<strong>do</strong>função da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>vaser mais cuida<strong>do</strong>samente investigada.Tabela 5.9 – Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Wilcoxon e das estatísticas R² e EMQ para os da<strong>do</strong>s<strong>de</strong> solos <strong>de</strong> Seropédica e da Formação Barreiras, visan<strong>do</strong> a comparação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo com o méto<strong>do</strong> in situTeste <strong>de</strong> Wilcoxon Verificação <strong>do</strong> teste EstatísticaMéto<strong>do</strong> comparativo com a CC in situEstatísticaobtidaSeropédica5% * 1% ** R² EMQ (%)Pe<strong>do</strong>função SJU *** (n=60) 1,226 Ok Ok 0,7828 3,79Umida<strong>de</strong> à 0,033MPa 5,497 X **** X 0,5569 10,13Formação BarreirasPe<strong>do</strong>função SJU (n=13) 3,040 X OK 0,9840 2,03Umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa 3,182 X OK 0,9785 4,04* O valor admiti<strong>do</strong> para 5% é 1,96 quan<strong>do</strong> n=60 e 2,77 quan<strong>do</strong> n=13.** O valor admiti<strong>do</strong> para 1% é 2,575 quan<strong>do</strong> n=60 e 3,85 quan<strong>do</strong> n=13.*** CC (cm³/cm³) = 0,9178 micro (cm³/cm³) – 0,01184**** Não passa no teste160


Pe<strong>do</strong>função <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ubá aplicada aos solos <strong>de</strong> Seropédica0,60CC calc (pe<strong>do</strong>f. SJU) (cm³/cm³)0,500,400,300,20y = 0,8724x + 0,02400,10R 2 = 0,78280,000,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 Seropéd ica Linear (Seropédica)Figura 5.36 – CC in situ (Seropédica) x pe<strong>do</strong>função (São José <strong>de</strong> Ubá)Umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa aplicada aos solos <strong>de</strong> SeropédicaUmida<strong>de</strong> à 0,033 MPa (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,100,00y = 0,6131x + 0,0094R 2 = 0,55690,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 Sero p éd ica Linear (Sero péd ica)Figura 5.37 – CC in situ (Seropédica) x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa161


Pe<strong>do</strong>função São José <strong>de</strong> Ubá aplicada aos solos da Formação BarreirasCC calc (pe<strong>do</strong>f. SJU) (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,100,00y = 1,0107x - 0,0200R 2 = 0,98400,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 Fo rmação Barreiras Linear (Fo rmação Barreiras)Figura 5.38 – CC in situ (Formação Barreiras) x pe<strong>do</strong>função (São José <strong>de</strong> Ubá)Umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa aplicada aos solos da Formação BarreirasUmida<strong>de</strong> à 0,033 MPa (cm³/cm³)0,600,500,400,300,200,100,00y = 1,1087x - 0,0641R 2 = 0,97850,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60CC in situ (tabuleiro) (cm³/cm³)Reta 1:1 Fo rmação Barreiras Linear (Formação Barreiras)Figura 5.39 – CC in situ (Formação Barreiras) x umida<strong>de</strong> à 0,033 MPa162


6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES6.1 - ConclusõesO primeiro objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi investigar a a<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7 equações<strong>de</strong> infiltração usualmente mencionadas na literatura, a da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> infiltração emtreze perfis <strong>de</strong> solos, <strong>de</strong> variadas classes taxonômicas, presentes numa baciahidrográfica <strong>de</strong> 13 km² situada no município <strong>de</strong> São José <strong>do</strong> Ubá, Rio <strong>de</strong> Janeiro. Entreas conclusões <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacam-se:1) as equações Polinomial, SCS, Kostiakov, Kostiakov-Lewis e Green-Amptinterpolaram <strong>de</strong>vidamente, não apresentan<strong>do</strong> entre si diferenças significativas <strong>de</strong>performance, tanto em termos globais quanto isoladamente por solo, os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes<strong>de</strong> infiltração realiza<strong>do</strong>s, com erros médios quadráticos (EMQ) globais sempreinferiores a 5 mm <strong>de</strong> água infiltrada. Desconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> um teste anômalo no perfil P20(Figura 5.3-a), constatou-se que o erro relativo médio no cálculo da lâmina infiltrada emqualquer solo individual, foi sempre inferior a 11,7% quan<strong>do</strong> se fez uso das 5 equaçõesacima;2) globalmente, a equação <strong>de</strong> Horton foi a que apresentou pior performance, geralmentecom os maiores valores <strong>de</strong> EMQ nos testes individuais; confirmou-se, aos níveis <strong>de</strong>significância <strong>de</strong> 1% e 5%, que o erro quadrático médio global da equação <strong>de</strong> Horton foisuperior ao <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los Polinomial, SCS, Kostiakov, Kostiakov Lewis e Green-Ampt eigual ao <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Philip, que, por sua vez, diferenciou-se globalmente apenas <strong>do</strong>EMQ <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo da equação <strong>de</strong> Green-Ampt;3) localmente, para cada perfil <strong>de</strong> solo, confirmou-se também o pior <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> médiodas equações <strong>de</strong> Horton e Philip em relação às <strong>de</strong>mais;4) a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração básica (VIB) foi tratada como sen<strong>do</strong> um coeficientediretamente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> à partir <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> infiltração, fora da análise <strong>de</strong> regressão.Neste contexto, comprovou-se que os mo<strong>de</strong>los mais simples com 2 parâmetros, como os163


<strong>de</strong> Kostiakov, Kostiakov-Lewis e Green-Ampt ajustaram tão bem os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>infiltração quanto os mo<strong>de</strong>los mais sofistica<strong>do</strong>s, com três parâmetros, como oPolinomial e SCS, confirman<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s similares da literatura que apontam que asequações <strong>de</strong> infiltração não necessitam mais <strong>do</strong> que <strong>do</strong>is parâmetros <strong>de</strong> ajuste;Em relação ao segun<strong>do</strong> objetivo <strong>de</strong>ste trabalho, ou seja, a avaliação <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (CC), ten<strong>do</strong>-se como referência o méto<strong>do</strong> in situ<strong>do</strong>s tabuleiros <strong>de</strong> inundação, po<strong>de</strong>-se concluir que:5) a umida<strong>de</strong> à tensão <strong>de</strong> 0,033 MPa mostrou-se um razoável estima<strong>do</strong>r global da CC insitu, com EMQ <strong>de</strong> 3,3% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica, sen<strong>do</strong> que os menores erros ten<strong>de</strong>m aocorrer em altas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campo (acima <strong>de</strong> 30%). Entretanto, quan<strong>do</strong> a tensão era<strong>de</strong> 0,006 MPa, as umida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes (as microporosida<strong>de</strong>s) ten<strong>de</strong>ram asuperestimar a CC (com EMQ <strong>de</strong> 4,3%);6) a pe<strong>do</strong>função linear: CC (cm³/cm³) = 0,9178 micro (cm³/cm³) – 0,01184, constituiuseno melhor méto<strong>do</strong> estima<strong>do</strong>r da CC in situ, entre os que foram testa<strong>do</strong>s, com EMQ <strong>de</strong>2,2%. A nível local, por perfil <strong>de</strong> solo, a CC in situ foi estimada com EMQ sempreinferior a 3,2% quan<strong>do</strong> a equação acima era utilizada;7) o procedimento proposto nesta pesquisa <strong>de</strong> utilizar o ume<strong>de</strong>cimento proveniente <strong>do</strong>stestes <strong>de</strong> infiltração em anéis infiltrômetros para, por processo análogo à meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>referência (utilizan<strong>do</strong> os tabuleiros <strong>de</strong> inundação), estimar a CC in situ, foi aprova<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> era feita uma subtração <strong>de</strong> 3% no valor da umida<strong>de</strong> estabilizada sob os anéis.Entretanto, nesse caso, o EMQ <strong>de</strong> 6,0% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica foi muito eleva<strong>do</strong>, oque impõe cautela quanto à utilização <strong>de</strong>sta meto<strong>do</strong>logia.6.2 - RecomendaçõesRecomenda-se o uso cauteloso das equações <strong>de</strong> Horton e Philip. As equações <strong>de</strong>Kostiakov, Kostiakov-Lewis e <strong>do</strong> SCS costumam ser testadas com sucesso na literaturae são largamente utilizadas na engenharia <strong>de</strong> irrigação, sen<strong>do</strong>, assim, particularmente164


motiva<strong>do</strong>ra a sua aplicação. Dessas três equações, a <strong>de</strong> Kostiakov-Lewis tem o espectro<strong>de</strong> aplicação mais amplo, pelo fato <strong>de</strong> ten<strong>de</strong>r nos tempos longos a uma taxa estávelpositiva <strong>de</strong> infiltração. Além disso, ela representa uma generalização da equação <strong>de</strong>Philip (a equação melhor justificada teoricamente), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que sua potência <strong>do</strong>tempo é diferente <strong>de</strong> 0,5 na infiltração cumulativa.Sugere-se, também, que estu<strong>do</strong>s futuros utilizem os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong>stetrabalho para avaliação <strong>de</strong> equações para meios satura<strong>do</strong>s, principalmente no que serefere a condutivida<strong>de</strong> hidráulica e mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> fluxos no perfil <strong>de</strong> solo.Dos méto<strong>do</strong>s estritamente basea<strong>do</strong>s em da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> laboratório para a avaliação dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situ, aparentemente um promissor é o que utiliza a pe<strong>do</strong>funçãoà partir da microporosida<strong>de</strong>. Entretanto, um procedimento mais universal <strong>de</strong> avaliar acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo não <strong>de</strong>ve prescindir <strong>de</strong> informações in situ sobre a drenageminterna <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> solos. O méto<strong>do</strong> in situ da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>terminada nosanéis <strong>de</strong> infiltração não apresentou uma tendência <strong>de</strong> subestimar ou superestimar a CC,mas, entretanto, a calculou com eleva<strong>do</strong>s erros. O uso conjunto das duas meto<strong>do</strong>logias(pe<strong>do</strong>função à partir da microporosida<strong>de</strong> e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no infiltrômetro)po<strong>de</strong>, entretanto, se constituir num procedimento misto (in situ e laboratório) promissor,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser testa<strong>do</strong> em pesquisas futuras.165


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APÊNDICESApêndice A - Descrição <strong>do</strong>s solos representativos das bacias <strong>de</strong> Santa Maria eCambiocóPerfil Classificação <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> solo Relevo Uso <strong>do</strong> soloP04Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico, Amo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura média/argilosaOndula<strong>do</strong>Pastagem brachiáriaP05Cambissolo Háplico Ta Eutrófico léptico, Amo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura média/argilosaOndula<strong>do</strong>Pastagem brachiáriaP06Gleissolo Háplico Tb Eutrófico solódico, Amo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura média/argilosaPlanoPastagemP15Planossolo Háplico Distrófico arênico, A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>,textura arenosa/médiaSuavemente ondula<strong>do</strong>Pasto sujoP20Neossolo Litólico Ta Eutrófico típico, A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>,textura médiaFortemente ondula<strong>do</strong>Pastagem brachiáriaP21Gleissolo Háplico Ta Eutrófico típico, A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>,textura média/argilosaPlanoPastagem com gramapernambucoP22Cambissolo HáplicoTa Eutrófico léptico, Amo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura média/argilosaFortemente ondula<strong>do</strong>Pastagem brachiáriaP24Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico abrúptico,A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura média/muito argilosaFortementeondula<strong>do</strong>/ondula<strong>do</strong>Pastagem coloniãoP27Luvissolo Háplico Órtico típico, A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>,textura média/argilosaFortementeondula<strong>do</strong>/ondula<strong>do</strong>Pastagem brachiáriaP32Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico típico, Amo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura argilosaFortemente ondula<strong>do</strong>Pastagem brachiáriaP34Cambissolo Háplico Ta Eutrófico gleico, Amo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura médiaPlanoPlantio <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong>açúcarP36Planossolo Háplico Distrófico arênico, A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>,texturaarenosa/médiaSuavemente ondula<strong>do</strong>Plantio <strong>de</strong> pimentãoP ESem classificaçãoOndula<strong>do</strong>Pastagem184


Apêndice B - Descrição pe<strong>do</strong>lógica das or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> solo que aparecem nas bacias <strong>de</strong>Santa Maria e CambiocóGleissolo: No Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos, é a classe <strong>de</strong> solos hidromórficosconstituí<strong>do</strong>s por material mineral que apresentam horizonte glei <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s primeiros 50 cm <strong>de</strong>profundida<strong>de</strong>, ou a profundida<strong>de</strong> entre 50 e 125 cm caso esteja. i) imediatamente abaixo <strong>de</strong>horizontes A ou E (que po<strong>de</strong>m ser gleiza<strong>do</strong>s ou não); e ii) precedi<strong>do</strong> por qualquer tipo <strong>de</strong>horizonte B, exceto plânico e plíntico, e/ou C com presença <strong>de</strong> mosquea<strong>do</strong>s abundantes comcores <strong>de</strong> redução; sem apresentar, contu<strong>do</strong>, os requisitos para enquadramento nas classes <strong>do</strong>sVertissolos, <strong>do</strong>s Espo<strong>do</strong>ssolos, <strong>do</strong>s Planossolos, <strong>do</strong>s Plintossolos ou <strong>do</strong>s Organossolos. Emcondições naturais, são solos mal ou muito mal drena<strong>do</strong>s, que apresentam sequencias <strong>de</strong>horizontes A-Cg, A-Big-Cg, A-Bi-Cg, A-Btg-Cg, A-Bt-Cg, A-E-Btg-Cg, A-Eg-Btg-Cg, Ag-Cg,H-Cg. Estes solos se caracterizam pela forte gleização.Cambissolo: No Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos, é a classe <strong>de</strong> solos constituí<strong>do</strong>spor material mineral que tem como características diferenciais argila <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> baixa ehorizonte B incipiente (Bi), imediatamente abaixo <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> horizonte superficial, semapresentar, contu<strong>do</strong>, os requisitos estabeleci<strong>do</strong>s para enquadramento nas classes <strong>do</strong>s Vertissolos,Chernossolos, <strong>do</strong>s Plintossolos ou <strong>do</strong>s Gleissolos. Apresentam seqüência <strong>de</strong> horizontes A ouhístico, Bi, C, com ou sem R. Por <strong>de</strong>finição, o horizonte hístico <strong>do</strong> Cambissolo <strong>de</strong>ve apresentarmenos <strong>de</strong> 40 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Não são incluí<strong>do</strong>s nesta classe os solos com horizonte Achernozêmico e com horizonte B incipiente com alta saturação por bases e argila <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>alta (Ver Chernossolos).Planossolo: No Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos, é a classe que compreen<strong>de</strong> solosminerais imperfeitamente ou mal drena<strong>do</strong>s, com horizonte superficial ou subsuperficial eluvial,que apresenta contraste textural abrupto com o horizonte B plânico, imediatamente subjacente,a<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>, geralmente com acentuada concentração <strong>de</strong> argila, permeabilida<strong>de</strong> lenta ou muitolenta, e apresentan<strong>do</strong> por vezes um horizonte pã, responsável pela <strong>de</strong>tenção <strong>do</strong> nível freáticosobreposto (suspenso), <strong>de</strong> existência periódica e presença variável durante o ano.Neossolo: No Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos, é a classe <strong>de</strong> solos constituí<strong>do</strong>s pormaterial mineral, ou por material orgânico com menos <strong>de</strong> 30 cm <strong>de</strong> espessura, com pequenaexpressão <strong>do</strong>s processos pe<strong>do</strong>genéticos, os quais não conduziram ainda a modificaçõesexpressivas <strong>do</strong> material <strong>de</strong> origem que permitam a ocorrência <strong>de</strong> um horizonte B diagnóstico.Possuem seqüência <strong>de</strong> horizontes A-R, A-C-R, A-C, O-R, H-R sem aten<strong>de</strong>r, contu<strong>do</strong> aosrequisitos estabeleci<strong>do</strong>s para serem enquadra<strong>do</strong>s nas classes <strong>do</strong>s Chernossolos, Vertissolos,Plintossolos, Organossolos ou Gleissolos.Argissolo: No Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos, é a classe <strong>de</strong> solos constituí<strong>do</strong>s pormaterial mineral que tem como características diferenciais argila <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> baixa e horizonteB textural (Bt), imediatamente abaixo <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> horizonte superficial, exceto ohorizonte hístico, sem apresentar, contu<strong>do</strong>, os requisitos para enquadramento nas classes <strong>do</strong>sAlissolos, Planossolos, <strong>do</strong>s Plintossolos ou <strong>do</strong>s Gleissolos.(Fonte: http://www.agritempo.gov.br )185


Apêndice C - Descrição <strong>do</strong>s horizontes <strong>do</strong>s 13 solos estuda<strong>do</strong>s, com a profundida<strong>de</strong><strong>de</strong> retirada das amostras nos testes <strong>de</strong> infiltração e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo in situPerfil Horizontes (cm) Classificação Prof. das amostras (cm)A - 0 - 23 11,0P04BA - 23-36 27,0Argissolo Vermelho-AmareloBt1 - 36-59 47,0Bt2 - 59-96 65,0A - 0 - 20 10,0P05 Bi - 20 - 34 Cambissolo Háplico léptico25,0CR - 34 - 108 48,0A - 0 - 23 11,0P06CA - 23 - 50 27,0Gleissolo HáplicoC1 - 50 - 102 40,060,0Ap - 0 - 22 11,0P15E - 22 - 31 26,0Planossolo HáplicoBt1 - 31 - 57 44,0Bt2 - 57 -76 63,5Ap - 0 - 15 8,5P20 AC - 15 -32 Neossolo Litólico12,5R 18,5Ap - 0 - 13 6,5P21Az - 13 - 33 21,5Gleissolo HáplicoC1 - 33 - (33 - 50) 41,0C2 - (33-50) - (39-75) 60,0A1 - 0 - 11 5,5P22 Bt - 11 - (28 - 36) Cambissolo Háplico léptico20,0C/CA - (28 - 36) - 60+ 48,0Ap - 0 - 15 7,5P24BA - 15 - 33 22,5Argissolo Vermelho-AmareloBt1 - 33- 62 47,5Bt2 - 62 - 91 66,0Ap - 0 - 20 10,0P27 Bt1 - 20 -44 Luvissolo Háplico25,0Bt2 - 44 - 81 37,0Ap - 0 - 23 11,5P32BA - 23 - 43 26,5Argissolo Vermelho-AmareloBt1 - 43 - 66 36,5Bt2 - 66 -93 55,0Ap - 0 - 27 13,5P34 Bi1 - 27 - 43 Cambissolo Háplico gleico36,5Bi2 - 43 - 82 56,5Af - 0 - 10 5,0P36FA - 10 - 30 20,0Planossolo HáplicoF/G - 30 - 48 39,0FG / G - 48 - 85 59,0P E sem <strong>de</strong>scriçãosem classificação11,027,047,065,0186


Apêndice D - Mapa <strong>de</strong> solos da região estudada187


Apêndice E - Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s 51 testes <strong>de</strong> infiltraçãoP04P05Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4 Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,010 2,0 10 1,8 10 2,3 10 2,0 15 0,1 15 0,4 15 1,7 15 0,615 2,5 19 2,0 15 3,7 15 2,5 30 0,2 30 0,8 30 3,5 30 1,229 4,5 25 2,0 30 4,8 29 4,5 45 0,3 45 1,2 45 5,5 45 1,646 5,5 40 2,1 45 5,3 46 5,5 60 0,3 60 1,6 60 7,0 60 2,061 6,5 55 2,5 60 6,4 61 6,5 75 0,5 75 2,0 75 9,1 75 2,576 7,3 70 2,6 75 6,9 76 7,3 90 0,5 90 2,3 77,5 9,4 90 3,090 8,3 86 2,8 90 8,2 90 8,3 105 0,7 105 2,9 90 10,5 105 3,395 8,5 101 2,9 105 8,9 95 8,5 120 0,7 120 3,2 98 11,4 120 3,6105 8,8 117 3,0 120 9,4 105 8,8 135 0,7 135 3,5 105 12,0 135 4,0120 9,5 130 3,1 135 10,2 120 9,5 174 0,9 157 4,3 120 13,6 150 4,5135 10,3 145 3,2 150 10,8 135 10,3 195 0,9 171 4,8 135 15,1 165 4,9150 10,7 158 3,3 165 11,3 150 10,7 229 1,0 195 5,2 148 16,1 180 5,5165 11,5 173 3,4 180 11,4 165 11,5 255 1,0 229 6,2 150 16,4 195 6,0180 12,3 186 3,4 195 12,5 180 12,3 285 1,0 255 6,8 165 17,7 225 7,0194 12,6 201 3,5 210 13,1 194 12,6 315 1,0 285 7,4 178 18,7 255 7,8209 13,3 216 3,5 225 13,6 209 13,3 345 1,0 315 8,1 180 18,8 285 8,7224 13,9 231 3,6 240 13,8 224 13,9 375 1,0 345 8,7 195 20,2 293 9,0234 14,4 244 3,6 255 14,3 234 14,4 204 20,7 315 9,6239 14,4 259 3,6 270 14,7 239 14,4 225 22,4 345 10,6254 15,3 274 3,6 285 15,0 254 15,3 255 24,7 375 11,0269 15,8 289 3,6 300 15,3 269 15,8 277 26,6284 16,5 304 3,6 284 16,5 285 27,3299 17,2 319 3,6 299 17,2 303 28,8314 18,1 334 3,7 314 18,1 315 29,4329 18,7 349 3,7 329 18,7 345 31,8344 19,3 364 3,7 344 19,3 375 33,6359 19,9 379 3,7 359 19,9374 20,4 394 3,7 374 20,4389 21,1 389 21,1404 21,3 404 21,3420 21,7 420 21,7188


P06P15Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4 Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,015 0,1 15 0,5 15 1,2 15 1,6 15 2,0 15 2,0 9 2,5 13 2,330 0,1 30 0,9 30 1,8 30 2,0 30 3,8 22 4,0 15 3,5 15 2,545 0,4 45 1,0 45 2,5 44 2,7 45 5,3 30 5,2 22 5,4 27 4,560 0,4 60 1,3 55 2,6 54 3,0 49 5,7 37 6,4 30 7,3 30 4,775 0,5 75 1,5 73 2,9 71 3,4 60 6,9 45 7,6 33 7,9 45 7,090 0,6 90 1,5 86 3,1 86 3,6 69 7,9 53 8,7 42 10,1 60 9,5105 0,6 105 1,6 102 3,3 102 3,9 75 8,4 60 9,9 45 10,3 75 10,9121 0,6 121 1,7 118 3,5 116 4,1 90 10,1 66 10,9 52 12,1 87 11,8135 0,7 135 1,7 133 3,6 131 4,3 105 11,8 75 12,3 60 14,7 90 12,0151 0,7 151 1,8 150 3,8 149 4,6 110 12,2 79 12,8 75 16,9 105 14,0169 0,8 169 1,9 164 4,0 162 4,8 120 13,1 90 14,5 90 19,6 120 16,0183 0,8 183 2,0 183 4,2 182 5,1 135 14,7 94 15,0 105 21,6 143 18,7203 0,8 203 2,0 193 4,3 192 5,1 150 16,3 105 16,7 116 24,1 150 19,9215 0,9 215 2,1 210 4,7 209 5,2 158 16,9 111 17,5 120 24,8 161 21,4229 1,0 229 2,2 229 4,9 229 5,6 180 19,3 120 18,9 128 26,7 175 23,7245 1,0 245 2,2 246 5,0 245 5,8 202 21,3 126 19,8 143 28,9 180 24,3261 1,1 261 2,3 254 5,1 252 5,9 210 22,1 141 21,9 150 30,1 188 25,7273 1,1 273 2,4 275 5,2 275 6,2 223 23,3 150 23,5 160 31,7 204 28,1290 1,1 290 2,4 288 5,3 287 6,3 240 25,2 157 24,1 173 33,7 210 29,2306 1,3 306 2,5 308 5,4 307 6,6 244 25,4 171 26,2 180 34,2 220 30,5323 1,3 323 2,6 324 5,5 323 6,8 266 27,7 180 27,5 187 35,7 234 32,7342 1,3 342 2,6 346 5,6 347 7,1 270 27,9 185 28,2 203 38,4 240 33,2362 1,3 362 2,8 360 5,6 360 7,3 288 30,0 201 30,5 210 39,9 255 35,5377 1,5 377 2,8 300 31,2 210 31,8 218 41,3 270 37,5312 32,4 216 32,8 232 43,5 290 39,7330 34,0 231 34,8 240 44,5 300 40,9334 34,4 240 36,2 254 47,2 308 41,7352 36,4 249 37,4 270 49,7 327 44,2363 37,4 265 39,6 288 51,9 330 44,4376 38,8 270 40,3 300 53,3 345 46,2395 40,6 278 41,6 307 54,4 360 47,6296 44,0 326 57,0 366 48,6300 44,6 330 59,0 383 50,9313 46,3 345 61,0 390 51,4330 48,6 360 62,6346 50,9 365 63,3360 53,2 376 66,4378 55,2 390 66,6394 57,5189


P20P21Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4 Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,016 0,8 16 0,8 15 1,2 15 0,8 15 1,9 15 1,6 15 0,8 16 1,630 1,1 30 1,2 30 1,8 30 1,0 30 2,7 30 2,1 30 1,0 32 2,445 1,4 45 1,4 45 2,2 45 1,2 45 3,4 45 2,5 45 1,4 46 2,860 1,6 60 1,6 60 2,5 60 1,4 60 4,0 60 3,0 63 1,5 63 3,475 1,8 75 1,8 75 2,9 75 1,4 75 4,5 75 3,4 80 1,8 81 3,990 1,8 90 1,9 90 3,2 90 1,5 90 4,9 90 3,8 94 1,9 95 4,3105 2,0 105 2,1 105 3,3 105 1,6 105 5,6 105 4,0 109 1,9 106 4,5120 2,2 120 2,2 120 3,5 120 1,7 120 6,0 120 4,2 126 2,2 111 4,5135 2,3 135 2,3 135 3,9 135 1,7 135 6,3 135 4,3 141 2,3 127 5,0150 2,4 150 2,4 150 4,7 150 1,8 150 6,7 150 4,5 156 2,4 141 5,3168 2,4 168 2,5 165 5,3 165 1,9 165 7,1 165 4,7 171 2,4 156 5,7186 2,4 186 2,7 170 5,6 182 2,0 180 7,4 180 4,9 186 2,5 171 6,1201 2,6 202 2,8 182 6,2 201 2,0 195 7,9 195 5,1 199 2,6 188 6,4218 2,7 219 2,9 201 7,1 218 2,1 210 8,0 210 5,3 214 2,9 200 6,7233 2,7 234 2,9 217 8,0 233 2,2 225 8,3 225 5,5 229 3,0 215 7,0248 2,8 248 3,0 232 8,6 248 2,3 240 8,6 240 5,6 244 3,1 230 7,3263 2,9 263 3,2 247 9,2 262 2,4 255 8,9 255 5,8 259 3,1 245 7,7280 3,0 282 3,3 262 9,8 281 2,4 270 9,2 270 5,9 274 3,1 265 8,1298 3,1 298 3,4 280 10,5 297 2,5 285 9,4 285 6,0 289 3,1 280 8,5319 3,2 320 3,5 296 12,1 319 2,6 300 9,6 300 6,1 306 3,2 290 8,5336 3,3 336 3,6 317 14,1 337 2,6 315 9,9 315 6,2 321 3,3 306 8,8351 3,4 352 3,7 335 15,9 350 2,6 330 10,0 330 6,3 336 3,3 322 9,1364 3,4 364 3,8 350 16,8 363 2,7 345 10,1 345 6,4 351 3,4 337 9,3381 3,5 381 3,8 362 18,7 380 2,8 360 10,6 360 6,5 366 3,4 352 9,6396 3,5 396 3,9 379 19,8 394 2,9 377 10,7 376 6,8 381 3,4 368 10,0413 3,7 414 4,0 394 20,5 412 2,9 390 11,0 390 6,8 396 3,6 384 10,2436 3,8 438 4,2 412 21,5 438 3,0 405 11,2 405 6,8 409 3,6 397 10,4437 23,7 420 11,3 420 6,8 411 10,6190


P22P24Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4 Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,010 2,0 15 1,9 9 2,0 15 1,7 15 1,0 15 1,7 15 1,5 16 0,917 2,8 30 2,6 15 2,9 20 2,0 30 2,0 20 2,5 26 2,0 32 1,728 4,0 48 3,2 27 4,0 30 2,5 45 3,2 35 2,7 41 2,1 46 2,230 4,0 60 3,7 30 4,2 45 3,3 60 3,8 50 4,3 57 2,4 61 2,348 5,5 73 4,1 45 5,7 51 4,0 75 4,3 65 5,5 72 3,4 75 2,956 6,0 75 4,2 56 6,6 60 4,3 90 4,8 80 6,3 87 3,7 90 3,360 6,5 90 4,6 60 7,0 75 4,8 105 5,6 95 7,5 97 4,2 105 3,875 7,4 105 5,1 75 8,2 90 5,2 120 5,7 104 8,0 102 4,2 117 4,288 8,0 120 5,3 87 8,9 105 5,8 135 6,1 110 8,1 117 4,2 129 4,290 8,1 150 6,0 90 9,1 120 6,2 151 6,7 131 9,2 132 4,8 144 4,5105 9,0 180 6,6 105 10,0 150 6,7 167 7,1 146 10,1 147 5,4 166 5,1120 9,8 214 7,4 120 11,1 180 7,5 183 7,8 166 10,3 162 6,0 188 5,3131 10,1 234 7,9 150 13,0 210 8,0 198 8,2 176 10,9 177 6,4 203 5,8150 11,2 240 8,1 168 13,8 235 8,7 214 8,7 193 12,1 186 6,4 222 6,3180 12,6 270 9,0 180 14,3 240 8,8 229 9,1 211 13,1 192 6,8 239 6,4210 14,6 300 9,5 210 15,9 270 9,3 244 9,4 226 13,9 214 7,3 254 6,8230 15,3 324 10,0 240 17,6 300 10,0 259 9,8 244 15,1 229 7,8 269 7,1240 16,0 330 10,2 265 18,9 330 10,5 278 10,1 259 16,1 247 8,3 287 7,6267 17,3 366 11,1 270 19,2 360 10,9 293 10,3 274 16,5 265 8,3 305 8,0270 17,6 390 11,7 300 20,9 390 11,4 310 10,8 289 17,3 280 8,5 321 8,3300 19,3 411 12,1 306 21,2 420 12,0 325 11,1 307 18,1 295 8,9 335 8,7330 20,7 420 12,4 330 22,8 435 12,3 343 11,5 323 18,6 312 9,3 351 8,8354 21,9 450 13,1 342 23,2 450 12,5 358 11,8 339 19,2 329 9,7 369 9,1366 22,4 360 24,7 376 12,0 355 19,8 344 9,9 384 9,5390 23,9 377 25,2 391 12,4 371 20,3 360 10,4 402 9,7420 25,5 390 26,0 408 12,7 388 20,5 379 10,4432 26,0 420 27,9 404 20,9 398 10,4450 27,0 450 29,4 421 21,5 419 10,8437 21,7 433 11,1191


P27P32Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4 Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,016 1,4 13 2,1 8 3,2 16 1,6 17 1,0 15 1,3 15 0,8 15 0,730 1,8 27 3,2 16 4,9 31 2,2 32 1,9 32 2,3 31 1,6 30 1,745 2,2 44 4,1 23 6,1 47 2,3 47 2,2 46 3,0 41 2,0 40 2,260 2,5 58 4,6 32 7,3 62 2,8 64 2,9 60 3,6 45 2,2 45 2,376 2,7 74 5,2 40 8,5 77 3,0 78 3,4 75 4,2 60 3,1 60 3,491 2,9 89 5,6 47 9,3 93 3,7 92 4,1 90 4,9 75 3,6 75 4,0102 3,2 104 6,0 57 10,5 108 4,1 101 4,3 105 5,4 90 4,0 90 4,6122 3,4 120 6,4 62 11,0 123 4,4 107 4,3 123 6,1 105 4,6 105 5,1137 3,5 136 6,7 76 12,5 139 4,7 126 4,7 134 6,4 123 5,4 122 5,9152 3,7 151 7,0 92 14,2 154 5,1 152 5,6 150 7,0 139 5,5 139 6,4167 3,8 165 7,3 107 15,6 169 5,3 168 6,0 165 7,6 150 5,6 150 7,0183 3,9 181 7,6 117 16,5 185 5,6 183 6,5 180 8,1 165 6,3 165 7,4200 4,0 197 7,9 124 17,2 200 6,0 199 6,6 197 8,6 184 6,7 184 7,9215 4,1 213 8,1 138 18,5 215 6,2 213 6,9 210 9,1 195 7,2 195 8,5230 4,2 228 8,3 154 20,0 232 6,6 228 7,4 225 9,6 210 7,4 210 9,4245 4,3 244 8,6 166 21,2 249 6,9 242 7,7 239 9,9 225 8,0 225 9,6261 4,4 259 8,8 184 22,7 266 7,1 257 8,1 255 10,2 243 8,4 240 10,0278 4,5 276 8,9 198 23,8 273 7,2 274 8,5 270 10,5 255 8,8 255 10,8296 4,5 294 9,2 215 25,3 291 7,5 289 8,5 286 11,0 270 9,2 270 11,3313 4,6 311 9,4 232 26,7 309 7,8 305 8,8 302 11,4 285 9,5 285 11,6328 4,9 326 9,7 249 28,2 325 8,1 318 9,0 315 11,8 300 9,9 300 12,1343 4,9 341 9,9 266 29,4 339 8,3 335 9,5 331 12,2 315 10,4 315 12,6358 5,0 356 10,1 274 29,9 354 8,5 347 9,8 346 12,6 330 10,7 330 13,0374 5,1 373 10,3 286 30,9 371 8,8 364 10,2 362 13,0 345 11,0 345 13,8394 5,2 392 10,5 389 9,1 380 10,6 377 13,4 360 11,2 360 14,2408 5,3 406 10,6 404 9,3 397 10,6 394 13,8 375 11,4 375 14,6423 5,4 421 10,8 411 9,4 390 15,2192


P34P36Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4 Infilt.1 Infilt.2 Infilt.3 Infilt.4t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,015 0,5 15 0,1 15 0,8 15 1,2 2 2,0 2 2,0 3 2,5 2 2,030 0,9 30 0,2 30 1,4 30 1,5 5 4,0 5 4,5 11 4,0 5 2,045 1,1 45 0,4 45 1,7 45 1,8 8 6,2 10 6,5 15 6,0 8 3,060 1,2 60 0,6 60 1,8 60 2,0 10 8,4 15 9,3 23 7,8 14 7,275 1,4 75 0,6 75 2,0 75 2,1 16 10,4 20 11,3 32 9,8 16 9,290 1,5 90 0,8 90 2,1 90 2,2 22 12,5 27 13,3 44 12,3 21 11,1105 1,7 105 0,8 105 2,2 105 2,3 27 14,5 33 15,3 59 14,4 26 13,3120 1,7 120 0,8 120 2,3 120 2,4 33 16,5 41 17,6 70 16,5 33 15,4140 1,9 140 0,8 145 2,4 145 2,7 43 18,9 51 19,6 87 18,5 38 17,4155 2,0 155 1,0 160 2,5 160 2,8 53 21,4 61 21,6 105 20,5 45 19,4170 2,1 170 1,0 175 2,6 175 2,8 65 23,6 74 23,6 120 22,3 53 21,4201 2,1 199 1,0 200 2,7 200 2,8 76 25,6 86 25,6 123 22,7 61 23,4217 2,2 214 1,0 215 2,8 215 3,0 89 27,9 99 27,6 138 24,2 66 25,4232 2,2 229 1,0 230 2,8 230 3,0 104 29,9 116 30,1 153 25,7 78 27,9247 2,3 244 1,0 245 2,9 245 3,1 119 31,9 131 32,3 91 30,1262 2,3 259 1,1 260 2,9 260 3,2 134 33,5 146 34,6 108 32,8277 2,4 274 1,1 275 2,9 275 3,2 137 33,9 161 36,4 122 34,8292 2,5 289 1,1 290 3,0 290 3,2 150 35,4 136 37,0307 2,5 304 1,2 305 3,1 305 3,3 165 36,9 151 39,2329 2,6 326 1,2 320 3,1 320 3,3344 2,6 341 1,2 340 3,1 340 3,4359 2,7 356 1,2 355 3,1 355 3,4374 2,7 371 1,2 370 3,1 370 3,4389 2,7 386 1,2 385 3,2 385 3,5193


PEInfilt.1 Infilt.2 Infilt.3t(min)I(cm)t(min)I(cm)t(min)I(cm)0 0,0 0 0,0 0 0,015 2,0 15 1,4 15 0,730 3,3 21 2,0 30 1,845 4,8 30 2,5 45 2,760 6,1 45 3,7 49 2,968 7,1 60 4,0 60 3,175 7,3 70 4,3 75 4,290 8,5 75 4,6 83 5,0105 9,6 90 5,6 90 5,4120 10,6 105 6,1 107 5,9135 12,2 120 6,6 120 6,6150 12,3 150 7,5 150 7,8180 14,2 180 8,6 180 8,8210 16,3 210 9,8 210 9,8240 17,9 240 10,7 240 10,1270 19,8 270 11,9 270 11,0300 22,2 300 13,2 300 12,2330 23,7 330 14,2 330 12,6360 24,6 360 16,7 360 13,9390 27,6 390 17,5 390 14,6420 14,7194


Apêndice F - Valores <strong>do</strong>s parâmetros das sete equações <strong>de</strong> infiltraçãoP04P05P06P15P20P21P22P24P27P32P34P36PEPhilip Kostiakov Kostiakov-Lewis Horton SCS Polinomial Green-Amptk VIB k a k a VIB k a VIB k a c k a c k c1 0,208 0,007 0,579 0,390 0,921 0,230 0,007 3,420 0,013 0,007 0,693 0,365 -0,210 -0,00002 0,020 1,596 5,800 0,0052 0,175 0,003 1,032 0,223 1,476 0,107 0,003 3,159 0,017 0,003 2,301 0,142 -1,522 -0,00002 0,013 1,770 3,700 0,0043 0,542 0,025 0,792 0,523 1,168 0,354 0,025 8,474 0,011 0,025 1,313 0,443 -1,142 -0,00009 0,069 2,610 15,400 0,0174 0,462 0,032 0,482 0,627 0,799 0,402 0,032 9,240 0,007 0,032 0,498 0,622 -0,054 -0,00003 0,060 2,524 7,491 0,0281 0,013 0,004 0,011 0,858 0,020 0,407 0,004 0,450 0,005 0,004 0,020 0,739 -0,050 -0,00001 0,007 -0,019 1,000 0,0012 0,068 0,022 0,027 0,993 0,006 0,959 0,022 2,012 0,003 0,022 0,029 0,981 -0,020 -0,00001 0,030 -0,133 0,036 0,0253 0,404 0,072 0,173 0,901 0,162 0,678 0,072 7,248 0,009 0,072 0,374 0,768 -1,370 -0,00008 0,117 0,446 1,988 0,0774 0,041 0,028 0,050 0,907 0,062 0,409 0,028 1,252 0,003 0,028 0,039 0,953 0,111 0,00000 0,029 0,218 0,049 0,0291 0,012 0,003 0,011 0,826 0,110 0,075 0,003 0,290 0,007 0,003 0,079 0,508 -0,253 0,00000 0,005 0,096 0,241 0,0032 0,059 0,005 0,169 0,473 0,604 0,069 0,005 1,088 0,013 0,005 0,677 0,281 -0,917 -0,00001 0,009 0,661 2,750 0,0023 0,234 0,005 0,380 0,464 0,520 0,352 0,005 3,884 0,012 0,005 0,901 0,342 -1,036 -0,00003 0,021 1,292 5,600 0,0064 0,179 0,013 0,434 0,473 1,091 0,163 0,013 2,733 0,015 0,013 0,411 0,482 0,058 -0,00002 0,022 1,650 7,300 0,0061 0,109 0,098 0,158 0,925 0,247 0,351 0,098 2,102 0,007 0,098 0,138 0,949 0,214 -0,00001 0,104 0,702 0,296 0,0992 0,147 0,141 0,192 0,957 0,415 0,308 0,141 2,549 0,009 0,141 0,303 0,878 -1,038 -0,00003 0,155 0,584 0,556 0,1403 0,896 0,127 0,370 0,875 0,350 0,676 0,127 22,144 0,004 0,127 0,466 0,835 -0,611 -0,00009 0,202 1,504 2,990 0,1504 0,289 0,117 0,200 0,928 0,124 0,647 0,117 9,088 0,003 0,117 0,151 0,977 0,453 -0,00002 0,139 0,323 0,179 0,1321 0,091 0,005 0,244 0,447 0,614 0,156 0,005 32,086 0,000 0,005 0,383 0,383 -0,303 -0,00001 0,010 0,925 3,750 0,0032 0,098 0,006 0,219 0,479 0,514 0,201 0,006 1,644 0,013 0,006 0,217 0,480 0,005 -0,00001 0,011 0,894 4,150 0,0033 0,091 0,050 0,050 0,960 0,111 0,351 0,050 0,454 0,008 0,050 0,005 1,365 0,989 0,00011 0,005 1,512 0,020 0,0474 0,072 0,004 0,255 0,397 0,674 0,096 0,004 1,220 0,013 0,004 0,173 0,452 0,186 -0,00001 0,007 0,851 2,950 0,0021 0,349 0,012 0,438 0,542 0,682 0,381 0,012 6,373 0,010 0,012 0,514 0,518 -0,229 -0,00004 0,038 1,760 11,300 0,0092 0,245 0,007 0,486 0,444 0,756 0,298 0,007 4,228 0,011 0,007 0,837 0,368 -0,738 -0,00003 0,023 1,603 6,800 0,0063 0,052 0,008 0,224 0,466 2,361 0,214 0,008 1,149 0,009 0,008 0,282 0,433 -0,136 -0,00001 0,013 0,738 3,600 0,0034 0,218 0,017 0,283 0,599 0,615 0,313 0,017 3,916 0,010 0,017 0,186 0,665 0,407 -0,00002 0,031 1,391 0,122 0,0121 0,205 0,053 0,394 0,680 1,655 0,120 0,053 3,405 0,001 0,053 0,270 0,743 0,570 -0,00002 0,061 2,355 3,219 0,0432 0,128 0,025 0,349 0,580 2,129 0,011 0,025 2,456 0,003 0,025 0,132 0,733 0,961 -0,00001 0,028 1,951 3,900 0,0163 0,349 0,051 0,426 0,684 0,955 0,320 0,051 5,339 0,006 0,051 0,326 0,728 0,432 -0,00003 0,071 2,419 4,246 0,0454 0,290 0,017 0,379 0,575 0,707 0,342 0,017 5,024 0,011 0,017 0,759 0,469 -1,066 -0,00003 0,037 1,764 12,500 0,0091 0,277 0,020 0,184 0,714 0,297 0,491 0,020 4,889 0,010 0,020 0,576 0,532 -1,421 -0,00004 0,044 0,972 6,990 0,0142 0,539 0,026 0,220 0,764 0,257 0,634 0,026 12,348 0,005 0,026 0,250 0,743 -0,168 -0,00005 0,070 0,827 3,500 0,0363 0,168 0,020 0,210 0,655 0,540 0,288 0,020 3,290 0,008 0,020 0,067 0,841 0,822 0,00003 0,036 0,786 4,005 0,0144 0,190 0,015 0,126 0,724 0,199 0,493 0,015 3,980 0,006 0,015 0,166 0,679 -0,199 -0,00001 0,028 0,809 1,601 0,0171 0,180 0,006 0,462 0,407 0,804 0,230 0,006 2,987 0,014 0,006 0,946 0,311 -0,897 -0,00002 0,016 1,482 5,350 0,0042 0,351 0,012 0,727 0,449 1,208 0,278 0,012 5,901 0,014 0,012 1,485 0,349 -1,509 -0,00004 0,034 2,531 10,800 0,0093 0,606 0,079 0,810 0,638 1,598 0,311 0,079 8,639 0,015 0,079 0,599 0,691 0,726 -0,00011 0,128 3,165 9,000 0,0614 0,176 0,016 0,272 0,582 0,660 0,261 0,016 2,996 0,013 0,016 0,079 0,779 0,911 -0,00002 0,027 1,248 5,000 0,0101 0,100 0,024 0,142 0,726 0,764 0,125 0,024 1,679 0,006 0,024 0,232 0,646 -0,432 -0,00003 0,035 0,771 2,924 0,0162 0,218 0,026 0,190 0,719 0,396 0,393 0,026 3,792 0,010 0,026 0,213 0,700 -0,118 -0,00003 0,045 0,942 3,315 0,0213 0,276 0,017 0,105 0,800 0,119 0,657 0,017 6,171 0,005 0,017 0,205 0,688 -0,540 -0,00003 0,040 0,518 1,715 0,0224 0,114 0,034 0,081 0,882 0,120 0,496 0,034 2,167 0,009 0,034 0,180 0,748 -0,647 -0,00002 0,046 0,401 0,916 0,0321 0,051 0,006 0,181 0,462 1,022 0,059 0,006 1,087 0,010 0,006 0,781 0,265 -1,052 -0,00001 0,010 0,614 2,700 0,0022 0,043 0,002 0,026 0,676 0,036 0,537 0,002 0,820 0,010 0,002 47,155 0,008 -48,10 -0,00001 0,006 0,125 1,200 0,0013 0,076 0,007 0,383 0,365 1,867 0,098 0,007 1,544 0,046 0,007 28,810 0,023 -29,78 -0,00002 0,012 1,041 3,150 0,0034 0,100 0,006 0,508 0,327 1,531 0,005 0,006 1,822 0,009 0,006 0,921 0,253 -0,637 -0,00002 0,011 1,242 3,500 0,0031 1,732 0,114 1,635 0,631 1,867 0,494 0,114 18,258 0,030 0,114 1,289 0,681 0,570 -0,00115 0,381 3,730 9,840 0,1492 1,394 0,140 1,545 0,635 1,866 0,445 0,140 14,160 0,039 0,140 1,545 0,635 0,000 -0,00094 0,346 3,629 7,236 0,1613 0,871 0,111 1,105 0,627 1,432 0,393 0,111 9,033 0,033 0,111 0,736 0,708 0,800 -0,00061 0,244 0,244 6,548 0,1064 1,635 0,149 0,885 0,785 0,822 0,668 0,149 16,851 0,037 0,149 1,402 0,686 -1,066 -0,00140 0,454 1,245 9,851 0,1701 0,170 0,065 0,231 0,798 1,127 0,141 0,065 3,425 0,005 0,065 0,231 0,798 0,000 -0,00004 0,080 1,362 2,200 0,0552 0,083 0,047 0,202 0,733 2,779 0,271 0,047 14,860 0,032 0,047 0,202 0,733 0,000 0,00000 0,039 1,509 1,115 0,0363 0,331 0,021 0,100 0,851 0,101 0,726 0,021 5,950 0,006 0,021 0,100 0,851 0,000 -0,00005 0,055 0,348 4,115 0,021minutos.Os parâmetros são para infiltração acumulada em centímetros, e para os tempos em195


Apêndice G - Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica (cm³/cm³) utiliza<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> 1 <strong>do</strong>sméto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comparação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> camposite 1 Tabuleiros Infiltrometros 0,006 MPa 0,033 MPa site 2 Tabuleiros Infiltrometros 0,006 MPa 0,033 MPa0,299625 0,296500 0,331280 0,288355 0,274508 0,249800 0,298460 0,254528P040,359751 0,373500 0,399265 0,367465 0,321939 0,302400 0,357034 0,324838P040,351590 0,374500 0,373430 0,341714 0,399006 0,397000 0,439366 0,4186960,382687 0,332500 0,410282 0,387204 0,384079 0,353000 0,419208 0,3949350,216605 0,274000 0,240574 0,197509 0,210614 0,302000 0,227811 0,181608P05 0,222229 0,203000 0,240604 0,197043 P05 0,235962 0,234500 0,249833 0,2025610,139977 0,176500 0,196123 0,148429 0,227463 0,258000 0,260564 0,2222700,166007 0,220500 0,215285 0,198896 0,175678 0,251500 0,225132 0,204721P060,193831 0,356500 0,244736 0,237964 0,202706 0,343000 0,264183 0,245473P060,193507 0,377500 0,260106 0,252642 0,200755 0,360000 0,263850 0,2491700,202607 0,337000 0,258910 0,253258 0,184946 0,334500 0,248393 0,2365050,146240 0,166000 0,147225 0,087600 0,164834 0,159000 0,161797 0,111775P150,155975 0,157500 0,150609 0,089194 0,177982 0,192400 0,164393 0,107746P150,153492 0,159500 0,137018 0,071396 0,155671 0,192000 0,146669 0,0915130,242271 0,215500 0,252843 0,216434 0,241974 0,263000 0,262485 0,2383100,242219 0,271500 0,315269 0,281943 0,259987 0,229000 0,320884 0,287527P20 0,214898 0,238000 0,278856 0,240263 P20 0,247745 0,242500 0,307354 0,2711950,190681 0,219000 0,255582 0,215921 0,242995 0,215500 0,303955 0,2712200,311000 0,283200 0,327240 0,284315 0,363984 0,394000 0,403447 0,359518P210,287575 0,272000 0,297011 0,254588 0,335100 0,322000 0,362973 0,326765P210,418577 0,327000 0,447567 0,426369 0,346157 0,392500 0,372730 0,3380040,433538 0,432000 0,468685 0,451505 0,412830 0,468000 0,461780 0,4418630,271070 0,258100 0,323828 0,261059 0,278051 0,299700 0,297050 0,258145P22 0,289919 0,280000 0,320256 0,287678 P22 0,283387 0,255700 0,289934 0,2568770,274955 0,341200 0,313907 0,286576 0,337203 0,291000 0,370235 0,3435150,281116 0,258600 0,303174 0,265726 0,276017 0,269900 0,296966 0,256062P240,280814 0,259000 0,297792 0,261380 0,332758 0,282300 0,356765 0,332510P240,373738 0,343300 0,407298 0,380415 0,398557 0,341000 0,430370 0,4121550,387810 0,359700 0,418472 0,402267 0,371844 0,380000 0,406920 0,3921940,252356 0,276500 0,326652 0,290444 0,247984 0,253500 0,303970 0,271189P27 0,217793 0,238000 0,284226 0,247494 P27 x x x x0,253601 0,24500 0,317598 0,294802 x x x x0,199917 0,297000 0,266612 0,231917 0,203751 0,279500 0,259938 0,235124P320,200058 0,344500 0,251189 0,232544 0,279809 0,281500 0,332678 0,305384P320,222287 0,365500 0,285401 0,258214 0,269793 0,321500 0,319796 0,2871310,257088 0,375500 0,318568 0,298077 0,314421 0,351000 0,368307 0,3344430,207279 0,264000 0,269194 0,231831 0,182411 0,234500 0,246588 0,209007P34 0,194508 0,255000 0,259859 0,211953 P34 0,187073 0,217000 0,254925 0,2186110,205744 0,248500 0,270626 0,245204 0,178468 0,187500 0,245190 0,2118480,156004 0,222575 0,197471 0,131993 0,169999 0,196177 0,200986 0,130459P360,259702 0,221799 0,252480 0,177178 0,205079 0,190224 0,217439 0,155575P360,222681 0,239916 0,223856 0,169172 0,235628 0,220246 0,250126 0,1973160,283153 0,298147 0,310844 0,278859 0,359769 0,272008 0,381455 0,3644880,188949 0,188000 0,184604 0,142833 0,195974 0,270000 0,207911 0,171722PE0,187732 0,163500 0,180272 0,146084 0,189712 0,251500 0,217113 0,194520PE0,266710 0,272500 0,288993 0,262870 0,195089 0,191500 0,227944 0,2016850,265405 0,298000 0,304481 0,282904 0,213000 0,134000 0,249900 0,222600196


Apêndice H - Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> volumétrica (cm³/cm³) utiliza<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> 2 <strong>do</strong>sméto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comparação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> camposite 1 Tabuleiros Infiltrometros 0,006 MPa 0,033 MPa0,166007 0,220500 0,215285 0,198896P60,193831 0,356500 0,244736 0,2379640,193507 0,377500 0,260106 0,2526420,202607 0,337000 0,258910 0,2532580,146240 0,166000 0,147225 0,087600P150,155975 0,157500 0,150609 0,0891940,153492 0,159500 0,137018 0,0713960,242271 0,215500 0,252843 0,2164340,242219 0,271500 0,315269 0,281943P20 0,214898 0,238000 0,278856 0,2402630,190681 0,219000 0,255582 0,2159210,252356 0,276500 0,326652 0,290444P27 0,217793 0,238000 0,284226 0,2474940,253601 0,24500 0,317598 0,2948020,199917 0,297000 0,266612 0,231917P320,200058 0,344500 0,251189 0,2325440,222287 0,365500 0,285401 0,2582140,257088 0,375500 0,318568 0,2980770,207279 0,264000 0,269194 0,231831P34 0,194508 0,255000 0,259859 0,2119530,205744 0,248500 0,270626 0,2452040,156004 0,222575 0,197471 0,131993P360,259702 0,221799 0,252480 0,1771780,222681 0,239916 0,223856 0,1691720,283153 0,298147 0,310844 0,2788590,188949 0,188000 0,184604 0,142833PE0,187732 0,163500 0,180272 0,1460840,266710 0,272500 0,288993 0,2628700,265405 0,298000 0,304481 0,282904site 2 Tabuleiros Infiltrometros 0,006 MPa 0,033 MPa0,274508 0,249800 0,298460 0,254528P40,321939 0,302400 0,357034 0,3248380,399006 0,397000 0,439366 0,4186960,384079 0,353000 0,419208 0,3949350,175678 0,251500 0,225132 0,204721P60,202706 0,343000 0,264183 0,2454730,200755 0,360000 0,263850 0,2491700,184946 0,334500 0,248393 0,2365050,164834 0,159000 0,161797 0,111775P150,177982 0,192400 0,164393 0,1077460,155671 0,192000 0,146669 0,0915130,241974 0,263000 0,262485 0,2383100,259987 0,229000 0,320884 0,287527P20 0,247745 0,242500 0,307354 0,2711950,242995 0,215500 0,303955 0,271220P27 0,247984 0,253500 0,303970 0,2711890,203751 0,279500 0,259938 0,235124P320,279809 0,281500 0,332678 0,3053840,269793 0,321500 0,319796 0,2871310,314421 0,351000 0,368307 0,3344430,182411 0,234500 0,246588 0,209007P34 0,187073 0,217000 0,254925 0,2186110,178468 0,187500 0,245190 0,2118480,169999 0,196177 0,200986 0,130459P360,205079 0,190224 0,217439 0,1555750,235628 0,220246 0,250126 0,1973160,359769 0,272008 0,381455 0,364488197


Apêndice I - Lâminas <strong>de</strong> infiltração (cm) nos infiltrômetros consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> asadições <strong>de</strong> águaInfiltração acumulada (cm) nos infiltrômetrosPerfis Inf 1 Adição I total Inf.2 Adição I total Inf.3 Adição I total Inf.4 Adição I totalP0421,70 x 21,70 3,70 x 3,70 15,30 x 15,30 * 21,70 x 21,70 *P05 1,00 x 1,00 8,70 x 8,70 33,60 x 33,60 11,00 x 11,00P061,50 15,00 16,50 * 2,75 15,00 17,75 * 5,60 14,50 20,10 * 7,30 13,00 20,30 *P15 40,60 x 40,60 * 57,50 x 57,50 * 66,60 x 66,60 * 51,40 x 51,40 *P20 3,75 14,00 17,75 * 4,15 12,00 16,15 * 23,70 x 23,70 * 2,95 15,00 17,95 *P21 11,30 x 11,30 6,80 x 6,80 3,60 x 3,60 10,60 x 10,60P22P24P27P32P34P3627,00 x 27,00 13,10 x 13,10 29,40 x 29,40 12,50 x 12,5012,70 x 12,70 21,70 x 21,70 11,10 x 11,10 9,70 x 9,705,35 11,00 16,35 * 10,80 8,00 18,80 * 30,85 x 30,85 * 9,35 11,00 20,35 *10,60 10,00 20,60 * 13,80 7,00 20,80 * 11,40 8,50 19,90 * 15,20 5,00 20,20 *2,70 16,10 18,80 * 1,20 17,60 18,80 * 3,15 13,50 16,65 * 3,50 15,50 19,00 *36,90 x 36,90 * 36,40 x 36,40 * 25,70 x 25,70 * 39,20 x 39,20 *PE 27,60 x 27,60 * 17,50 x 17,50 * 14,70 x 14,70 x x x* Da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> 2198

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