1. INTRODUÇÃOAs florestas <strong>ao</strong> longo da vida, constituíram comunida<strong>de</strong>s biológicas consi<strong>de</strong>ráveis, sen<strong>do</strong>as árvores florestais consi<strong>de</strong>radas os seres vivos <strong>de</strong> maior porte e longevida<strong>de</strong> sobre a faceda Terra. Infelizmente, o património <strong>florestal</strong> nacional tem si<strong>do</strong> fortemente afecta<strong>do</strong> pelosincêndios florestais, nas últimas décadas, apresentan<strong>do</strong> consequências extremamentenegativas a nível ecológico, económico e social. Não queiramos ser acusa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>lapidaraquilo que tem vin<strong>do</strong> a ser construí<strong>do</strong> <strong>ao</strong> longo <strong>de</strong> gerações.Da<strong>do</strong>s o tipo e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vegetação, bem como as situações meteorológicasexistentes em Portugal, existirão sempre condições para a <strong>de</strong>flagração e rápida propagação<strong>de</strong> incêndios. Estas características são as principais responsáveis pelas áreas afectadasanualmente, não sen<strong>do</strong> possível, muitas vezes, evitar verda<strong>de</strong>iras catástrofes <strong>de</strong>sta natureza(Loureiro, 2001).Quan<strong>do</strong> o incêndio escapa <strong>ao</strong> ataque inicial, passa a comportar-se, por vezes, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> tãoimprevisível e violento que, não raro, somos impotentes para conter a sua marcha, pagan<strong>do</strong>alguns <strong>de</strong> nós com a própria vida, o que <strong>de</strong> princípio parecia coisa <strong>de</strong> pouca importância(DGF, 2002).Prevenir os incêndios florestais é, pois, base essencial para uma a<strong>de</strong>quada protecção emesmo sobrevivência <strong>de</strong>ste nosso património, que é a floresta portuguesa.Ten<strong>do</strong> em conta o conceito <strong>de</strong> prevenção contra incêndios florestais, realizou-se um estu<strong>do</strong>com o apoio da “Associação <strong>de</strong> Produtores Florestais <strong>de</strong> Mortágua” sobre o Concelho,visto ser uma Entida<strong>de</strong> pioneira na prevenção a incêndios florestais em Mortágua. Para talfez-se o levantamento <strong>de</strong> todas as infra-estruturas existentes no Concelho, tais como pontos<strong>de</strong> água, caminhos florestais, esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>stes e a sua acessibilida<strong>de</strong>, postos <strong>de</strong>vigia, equipas <strong>de</strong> vigilância, sapa<strong>do</strong>res florestais, bombeiros. Esta informação foi integradanum Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIG), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a dispormos <strong>de</strong> uma ferramentaeficaz <strong>de</strong> análise da informação. Elaborou-se também um inquérito <strong>ao</strong>s proprietáriosflorestais para conhecer a sua atitu<strong>de</strong> face à floresta.2
2- MATERIAL E MÉTODOS2.1 – Localização da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>O Concelho <strong>de</strong> Mortágua com uma área <strong>de</strong> 24.800 ha, situa-se no Distrito <strong>de</strong> Viseuconstituin<strong>do</strong> juntamente com o Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la, Vouzela, São Pedro <strong>do</strong> Sul, Oliveira<strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>s, a região <strong>de</strong> Dão Lafões. Constituí<strong>do</strong> por 10 freguesias, representa 1,1% <strong>do</strong>território da Região Centro e 7,1% da área da NUT III Dão Lafões. (Figura 1)NWES1:200000Freg.shpAlm acaCercosaCortegacaEspinhoM arm eleiraMortaguaPalaSobralTrezoiVale <strong>de</strong> Remigio1:3000000Figura 1 – Localização da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>2.2 - Meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> trabalhoO presente trabalho dividiu-se nas seguintes etapas:- Levantamento e interpretação das infra-estruturas florestais <strong>do</strong> Concelho- Análise e interpretação da carta <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> incêndio <strong>do</strong> Concelho- Produção Cartográfica- Levantamento e análise <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s proprietários face à florestaA - Levantamento e interpretação das infra-estruturas florestaisNo campo, foram feitos actualizações com levantamentos topográficos por GPS (GlobalPositioning System) das infra-estruturas florestais <strong>do</strong> Concelho (caminhos florestais epontos <strong>de</strong> água) e a recolha <strong>de</strong> toda a informação sobre <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> actual das mesmas.3