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Capítulo I Histórico da regulamentação do setor elétrico brasileiro

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36ApoioO Setor Elétrico / Janeiro de 2009Direito em Energia Elétrica<strong>Capítulo</strong> I<strong>Histórico</strong> <strong>da</strong> <strong>regulamentação</strong><strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> <strong>brasileiro</strong>Por Marcelo Macha<strong>do</strong> Gastal<strong>do</strong>*Ten<strong>do</strong> em vista a complexi<strong>da</strong>de normativa eregulatória <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> <strong>brasileiro</strong>, enxergamosa necessi<strong>da</strong>de de abor<strong>da</strong>r a questão de mo<strong>do</strong>mais aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong>, contribuin<strong>do</strong> para alargar oarcabouço de conhecimentos <strong>do</strong> profissional queli<strong>da</strong>, cotidianamente, com leis <strong>do</strong> <strong>setor</strong>, com órgãosgovernamentais e deliberações diárias, envolven<strong>do</strong>normatização, regulação e fiscalização. Com esseobjetivo, será apresenta<strong>da</strong>, a partir desta edição,uma série de artigos sobre direito <strong>da</strong> energiaelétrica.Os fascículos serão dividi<strong>do</strong>s e publica<strong>do</strong>sconforme cronograma a seguir, poden<strong>do</strong>, entretanto,sofrer alterações, de acor<strong>do</strong> com os critérios <strong>do</strong>autor.A concepção <strong>da</strong> <strong>regulamentação</strong> <strong>do</strong> <strong>setor</strong><strong>elétrico</strong> nacional, tal como a temos atualmente,com as peculiari<strong>da</strong>des a ela inerentes comonormatização, regulação e fiscalização, remontasuas origens aos anos finais <strong>do</strong> século XIX. Nesteperío<strong>do</strong>, iniciava-se no Brasil a geração de energia,com a participação de pequenas empresas priva<strong>da</strong>snacionais e empresas de governos municipais depequenas locali<strong>da</strong>des, que se destacavam no cenárionacional. Nos primeiros anos <strong>do</strong> século XX, com achega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s primeiras concessionárias estrangeiras,a produção de energia elétrica começou a aumentar,possibilitan<strong>do</strong> o consumo urbano e industrial emáreas próximas às fontes produtoras. A regulaçãoe a institucionalização evoluíram juntamente comas necessi<strong>da</strong>des, interesses e objetivos de ca<strong>da</strong>1 – <strong>Histórico</strong> <strong>da</strong> <strong>regulamentação</strong> <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong><strong>brasileiro</strong>;2 – ANEEL – competência e diretrizes;3 – Os agentes <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de energia elétrica;4 – Aspectos jurídicos relativos às condições geraisde fornecimento de energia elétrica;5 – Incidência tributária no merca<strong>do</strong> de energiaelétrica;6 – Tarifas de fornecimento de energia elétrica –conceituação e adequação;7 – Aspectos normativos relativos à contratação deenergia no merca<strong>do</strong> livre;8 – Bases regulatórias <strong>da</strong> energia assegura<strong>da</strong> <strong>da</strong>sPCHs;época, ten<strong>do</strong> em vista a relevância econômicadessa ativi<strong>da</strong>de para qualquer país. Destaca-se quea regulação, nesse perío<strong>do</strong>, visava, unicamente, aosinteresses priva<strong>do</strong>s de capital estrangeiro.Devi<strong>do</strong> à utilização crescente de energiaelétrica, iniciaram-se os primeiros movimentos de<strong>regulamentação</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de pelo Esta<strong>do</strong>, o que sedeu efetivamente, por meio <strong>da</strong> Lei nº 1.145, de 31de dezembro de 1903, e <strong>do</strong> Decreto 5.704, de 10de dezembro de 1904, os quais regulamentaram,em termos gerais, a concessão <strong>do</strong>s serviços deeletrici<strong>da</strong>de quan<strong>do</strong> destina<strong>do</strong>s ao fornecimento aserviços públicos federais. Na prática, pouca eficáciamostrou, pois os concessionários continuavam9 – Encargos inerentes aos contratos de uso <strong>do</strong> firman<strong>do</strong> contratos e sen<strong>do</strong> regulamenta<strong>do</strong>ssistema de transmissão;10 – Competência e atribuições <strong>da</strong>s concessionáriasde distribuição de energia;11 – Modelos regulatórios estrangeiros vincula<strong>do</strong>s àquestão energética;pelos Esta<strong>do</strong>s e municípios. No entanto, em nívelfederal, podemos considerá-la como o início <strong>da</strong><strong>regulamentação</strong> <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> nacional pelainovação <strong>da</strong> matéria em termos legais.Ao mesmo tempo em que houve um processo12 – Perspectivas para o ambiente regula<strong>do</strong>.de concentração empresarial em torno <strong>da</strong>s


O Setor Elétrico / Janeiro de 2009Apoio37concessionárias estrangeiras, que adquiriram a maior parte <strong>da</strong>sempresas priva<strong>da</strong>s nacionais e municipais existentes, no início<strong>do</strong> século XX, houve, também, um considerável avanço técnicona geração de energia. O desenvolvimento <strong>da</strong> economia cafeeirano Esta<strong>do</strong> de São Paulo, nesse perío<strong>do</strong>, foi fun<strong>da</strong>mental para aconsoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> geração de energia no Brasil. Decorria desteavanço <strong>da</strong> produção cafeeira um complexo de ativi<strong>da</strong>des, comoferrovias, expansão urbana, ativi<strong>da</strong>des comerciais e de serviçosbem como o surgimento <strong>da</strong>s primeiras ativi<strong>da</strong>des industriais.Dessa forma, o processo de eletrificação se aliavaao processo de desenvolvimento econômico e social. Asconcessionárias estrangeiras, que controlavam a geração e adistribuição de energia elétrica, marcaram o desenvolvimentodeste <strong>setor</strong> no Brasil. Devi<strong>do</strong> à maciça presença <strong>do</strong> capitalestrangeiro no segmento, os quais tinham outorga <strong>do</strong> poderpúblico para oferta <strong>do</strong>s serviços, questões como a fixação <strong>da</strong>starifas e o controle <strong>do</strong>s lucros destas empresas começaram aser questiona<strong>do</strong>s pela socie<strong>da</strong>de que, no final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de1930, clamava pela intervenção <strong>do</strong> governo no <strong>setor</strong>. Cumpredestacar que estes questionamentos relacionavam-se àsmodificações sociais ocorri<strong>da</strong>s no cenário político <strong>brasileiro</strong>com questionamento <strong>do</strong>s poderes legitima<strong>do</strong>s, culminan<strong>do</strong>com a Revolução de 1930.Nesta época, em diversos países <strong>da</strong> Europa, essas questõesjá haviam si<strong>do</strong> soluciona<strong>da</strong>s. O argumento era de que o poderpúblico deveria concorrer com a exploração priva<strong>da</strong> parareduzir o preço <strong>da</strong> energia gera<strong>da</strong>.O “Código de Águas”A partir de 10 de julho de 1934, com a promulgação <strong>do</strong>Código de Águas, via Decreto número 24.643, inseriu-se noordenamento jurídico pátrio o instrumento regulatório quematerializou o projeto intervencionista na gestão energética ese constituiu como um <strong>do</strong>s principais marcos institucionais no<strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> nacional. O Código regulamentava a proprie<strong>da</strong>de<strong>da</strong>s águas e sua utilização, dispunha sobre a outorga <strong>da</strong>sautorizações e concessões para exploração <strong>do</strong>s serviços deenergia elétrica; inclusive, sobre o critério de determinação <strong>da</strong>starifas desses serviços públicos e a competência <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s naexecução <strong>do</strong> próprio Código.A União passou a deter a competência de legislar eoutorgar concessões de serviços públicos de energia elétrica,que conferiam ao instituto <strong>da</strong>s concessões e autorizaçõesa exploração <strong>da</strong> energia hidráulica, assim como os serviçoscomplementares de geração, transmissão e distribuição. Anova praxe revia os critérios para estabelecimento de preços<strong>do</strong>s serviços e determinava que a tarifa fosse fixa<strong>da</strong> na formade “serviço pelo custo”, a fim de garantir ao presta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>serviço a cobertura <strong>da</strong>s despesas de operação e <strong>da</strong>s cotas dedepreciação e de reversão, bem como a justa remuneração <strong>do</strong>


38ApoioO Setor Elétrico / Janeiro de 2009Direito em Energia Elétricacapital investi<strong>do</strong> – a remuneração deste recairia sobre o custohistórico <strong>da</strong>s instalações.O Código de Águas, ao mu<strong>da</strong>r a relação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> comas empresas de geração, estabelecen<strong>do</strong> princípios regula<strong>do</strong>resmais rígi<strong>do</strong>s, gerou resistências entre as principais empresas <strong>do</strong><strong>setor</strong>. É oportuno salientar o critério condicionante <strong>do</strong> artigo195 <strong>do</strong> Código, o qual estabeleceu que as “autorizações ouconcessões seriam conferi<strong>da</strong>s exclusivamente a <strong>brasileiro</strong>s oua empresas organiza<strong>da</strong>s no Brasil”.No que tange ao processo de fixação de tarifas, as alteraçõespropostas pelo Código de Águas foram intransigentes. Até oano de 1933 vigorava a liber<strong>da</strong>de tarifária que permitia àsconcessionárias contratar suas tarifas em ouro equivalente,haven<strong>do</strong>, assim, uma correção monetária embuti<strong>da</strong>. Salienta-seque a indexação em ouro, à época, tratava-se de práticacomercial corriqueira e amplamente utiliza<strong>da</strong>. Em 1933, oDecreto nº 23.501, de 27 de novembro, proibia quaisquer tiposde contratos que estipulassem pagamentos em tarifa ouro, emoutra moe<strong>da</strong> que não a <strong>do</strong> país. Em 1934, o Código de Águasestabeleceu definitivamente o processo de fixação de tarifas, apartir <strong>do</strong> serviço pelo custo. No entanto, a questão <strong>do</strong> “custohistórico” foi regulamenta<strong>da</strong> em 1941, por intermédio de outroDecreto-lei nº 3.128.Em relação à <strong>regulamentação</strong> <strong>do</strong> regime de concessões, oCódigo de Águas trouxe várias alterações que deslocaram parao âmbito federal o controle <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s cursos e que<strong>da</strong>s d’águae o fornecimento de energia elétrica. Com a promulgação <strong>do</strong>Código de Águas e o surgimento <strong>do</strong> Conselho Nacional de Águase Energia Elétrica (CNAEE), cria<strong>do</strong> pelo Decreto-lei nº 1.285,de 18 de maio de 1939, que impôs a revisão <strong>do</strong>s contratose <strong>da</strong>s concessões existentes, houve forte manifestação <strong>da</strong>sempresas que se mostraram desestimula<strong>da</strong>s aos investimentospor estarem descapitaliza<strong>da</strong>s pela aplicação <strong>do</strong> princípio <strong>do</strong>custo histórico e em razão <strong>da</strong> contínua alta de preços pela qualpassava o País no final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1930.As dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s pelo governo federal emregulamentar o Código eram reflexo <strong>da</strong> presença majoritária<strong>do</strong> capital estrangeiro em uma ativi<strong>da</strong>de que assumia crescenteimportância para o desenvolvimento econômico. A expansão<strong>da</strong> deman<strong>da</strong> proveniente <strong>do</strong> acelera<strong>do</strong> processo de urbanizaçãonão encontrava eco no suprimento dessa eletrici<strong>da</strong>de no Brasil.O governo não dispunha de capital, tecnologia e capaci<strong>da</strong>dede gestão suficientes para retomar coercitivamente os serviçosconcedi<strong>do</strong>s e ampliá-los, e as empresas estrangeiras nãoconseguiam obter melhores tarifas e segurança para novosaportes de capital, devi<strong>do</strong> ao clima de incertezas políticasderiva<strong>do</strong> <strong>da</strong> ascensão de forças nacionalistas. Ou seja, haviaengessamento no <strong>setor</strong>, o que impossibilitava a ampliação deinvestimentos, necessária para o seu crescimento.Ten<strong>do</strong> em conta essa reali<strong>da</strong>de, o Esta<strong>do</strong> ampliou suasatribuições e passou a investir diretamente na geração. Nopós-guerra, seguiram-se os esforços de planificação <strong>da</strong>economia brasileira, por exemplo, por meio <strong>do</strong> Plano de Saúde,Alimentação, Transporte e Energia (Plano SALTE), de 1947, oqual reunia contribuições de várias áreas <strong>do</strong> governo federalcujo objetivo era coordenar os gastos públicos medianteum programa plurianual de investimentos. Entretanto, foicumpri<strong>do</strong> apenas em parte e, em 1952, foi praticamenteencerra<strong>do</strong>.Em níveis regionais, a partir <strong>do</strong>s anos 1940, houveampliação <strong>da</strong> experiência nos Esta<strong>do</strong>s de Minas Gerais e RioGrande <strong>do</strong> Sul, com a inauguração de usinas e órgãos estataisde <strong>regulamentação</strong>. O governo federal, <strong>da</strong> mesma forma,iniciou investimentos estatais no <strong>setor</strong>, principalmente após oano de 1945.O grande problema de suprimento energético <strong>brasileiro</strong>encontrava-se nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio de Janeiro e São Paulo, em quehouve o maior crescimento industrial. Havia recorrentes faltasde energia elétrica, freqüentes interrupções no fornecimentoe que<strong>da</strong>s de tensão que entravavam o desenvolvimentoeconômico <strong>do</strong> País. Para auxiliar a superação desses obstáculosde deman<strong>da</strong> na Região Sudeste, foi cria<strong>da</strong>, em 1957, a empresafederal Central Elétrica de Furnas, com grande aproveitamentoenergético. Esta usina começou a operar em 1963, no auge <strong>da</strong>crise de abastecimento, agrava<strong>da</strong> pela ocorrência de um anode estiagem, pon<strong>do</strong> fim ao racionamento.Em 1946, o governo federal apresentou um Plano Nacionalde Eletrificação. O plano não apresentava um programa deobras, mas propunha, entre outras medi<strong>da</strong>s, a concentração<strong>do</strong>s investimentos em usinas elétricas de pequeno e de médioportes, caben<strong>do</strong> ao Esta<strong>do</strong> o papel de coordena<strong>do</strong>r.O início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1950 pode ser considera<strong>do</strong> ummomento de mu<strong>da</strong>nças na industrialização brasileira. Havia anecessi<strong>da</strong>de de um planejamento global por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>que atendesse tanto a expansão <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de produçãoquanto e, principalmente, <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de financiamentodesse processo. Em 1951, o governo Vargas negociou comWashington a criação <strong>da</strong> Comissão Mista Brasil-Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>spara o Desenvolvimento Econômico (CMBEU).Os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela CMBEU evidenciaram a presençade desequilíbrios estruturais na economia brasileira, sobretu<strong>do</strong>em <strong>setor</strong>es estratégicos, como transporte e energia. Da remoçãode tais pontos de estrangulamento dependia a continui<strong>da</strong>de<strong>do</strong> processo de crescimento industrial. Naquele mesmo ano,o governo <strong>brasileiro</strong> negociou um acor<strong>do</strong> de cooperaçãofinanceira com bancos Internacionais para financiarem, emmoe<strong>da</strong> estrangeira, as importações de máquinas e equipamentosnecessários aos projetos de desenvolvimento sugeri<strong>do</strong>s pelaCMBEU. A contraparti<strong>da</strong> <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> foi a criação, naquele ano,<strong>do</strong> Programa de Reaparelhamento Econômico, via Lei nº 1.474,de 26 de novembro de 1951. Os recursos para esse programaprovinham <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Reaparelhamento Econômico (FRE),


40ApoioO Setor Elétrico / Janeiro de 2009Direito em Energia Elétricaforma<strong>do</strong> com recursos fiscais capta<strong>do</strong>s por um empréstimocompulsório <strong>do</strong>s contribuintes <strong>do</strong> Imposto de Ren<strong>da</strong> e porempréstimos contraí<strong>do</strong>s no exterior. Com a incumbência deadministrar os recursos <strong>do</strong> FRE, foi cria<strong>do</strong> o Banco Nacional<strong>do</strong> Desenvolvimento Econômico, autarquia subordina<strong>da</strong> aoMinistério <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, pela Lei nº 1.628, de 20 de junho de1952.Insta registrar ain<strong>da</strong> que, no segun<strong>do</strong> governo de GetúlioVargas, o Conselho Nacional de Economia (CNE), cria<strong>do</strong> pelaConstituição de 1946, elaborou um anteprojeto de lei comdiretrizes para organizar e desenvolver a eletrificação noPaís. O <strong>do</strong>cumento criticava abertamente o Plano Nacionalde Eletrificação, defendia a revisão drástica <strong>do</strong>s princípios <strong>do</strong>Código de Águas e, em oposição à Assessoria Econômica <strong>da</strong>Presidência, propunha a via tarifária como solução para a crise<strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong>.Com as bases lança<strong>da</strong>s, ficou delinea<strong>do</strong> no governode Juscelino Kubitschek, de 1956 a 1961, o projeto dedesenvolvimento <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> sob o coman<strong>do</strong> <strong>da</strong> empresapública, com a criação <strong>da</strong> maior parte <strong>da</strong>s companhias estaduaisde energia elétrica.Entre o final <strong>do</strong> governo JK e o ano de 1967 amadureceua nova estrutura organizacional que iria planejar, regular,fiscalizar e expandir os serviços de energia elétrica até o início<strong>do</strong>s anos 1990. Na reali<strong>da</strong>de, esse é um perío<strong>do</strong> de transição,em que se criaram as principais condições institucionais e osinstrumentos financeiros para a futura mu<strong>da</strong>nça de escala e degrau de complexi<strong>da</strong>de no <strong>setor</strong>, representa<strong>da</strong>s pelos seguintesmarcos:a) Em 1962 foi cria<strong>da</strong> a Comissão de Nacionalização <strong>da</strong>sEmpresas Concessionárias de Serviços Públicos (Conesp) paratratar <strong>da</strong> nacionalização <strong>da</strong>s empresas <strong>do</strong> Grupo Amforp. Emjunho <strong>do</strong> mesmo ano, constituiu-se a Eletrobrás, vincula<strong>da</strong>ao Ministério de Minas e Energia (MME), com as atribuiçõesde planejar e coordenar o <strong>setor</strong>, desempenhar as funções deholding de várias concessionárias e administrar os recursosfinanceiros, inclusive o empréstimo compulsório vigentea partir de 1964, destina<strong>do</strong> às obras de expansão <strong>da</strong> baseprodutiva <strong>do</strong> <strong>setor</strong>, papel antes desempenha<strong>do</strong> pelo BNDES,desde a criação <strong>do</strong> banco.b) Em 1965 houve a transformação <strong>da</strong> Divisão de Águas eEnergia <strong>do</strong> DNPM em Departamento Nacional de Águas eEnergia (DNAE), órgão vincula<strong>do</strong> ao MME. Com a extinção <strong>do</strong>CNAEE, em 1967, suas funções passam ao DNAE, que mu<strong>do</strong>ude denominação para Departamento de Águas e EnergiaElétrica (DNAEE).Essas políticas alia<strong>da</strong>s a uma conjuntura favorável para aobtenção de empréstimos externos, devi<strong>do</strong> ao grande fluxode recursos disponíveis no merca<strong>do</strong> financeiro internacional,possibilitaram ao Esta<strong>do</strong> constituir-se o principal agente definanciamento e executor <strong>da</strong> política de infraestrutura queviabilizou o processo de desenvolvimento acelera<strong>do</strong> que ficouconheci<strong>do</strong> como “milagre <strong>brasileiro</strong>”.Nesse contexto, o <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> foi beneficia<strong>do</strong> de diversasmaneiras. Com o Decreto nº 54.936, de novembro de 1964,permitiu-se a reavaliação <strong>do</strong>s ativos e a autorização para acorreção permanente <strong>do</strong> imobiliza<strong>do</strong> operacional – base para ocálculo <strong>da</strong> remuneração <strong>do</strong>s investimentos. Assim, os ativos <strong>da</strong>sempresas estrangeiras puderam ser razoavelmente atualiza<strong>do</strong>s,pois o recrudescimento <strong>da</strong> inflação ao final <strong>do</strong>s anos 1950representava fator de descapitalização <strong>da</strong>s concessionárias e alegislação então vigente – Código de Águas.O aumento <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de operacional <strong>do</strong> sistema, levouo MME a estabelecer os princípios técnicos que, na déca<strong>da</strong>seguinte, <strong>da</strong>riam origem a um órgão especializa<strong>do</strong> na operaçãootimiza<strong>da</strong> <strong>do</strong> parque gera<strong>do</strong>r, o Grupo Coordena<strong>do</strong>r para aOperação Interliga<strong>da</strong> (GCOI).As Leis 8.897 e 9.074introduziram profun<strong>da</strong>salterações, como anecessi<strong>da</strong>de de licitaçãopara novos projetos degeração, a criação <strong>do</strong>produtor independente e aliber<strong>da</strong>de para os grandesconsumi<strong>do</strong>res escolheremseus supri<strong>do</strong>res de energia.Inicia-se uma política de reali<strong>da</strong>de tarifária. Em 1967, foramfixa<strong>da</strong>s alíquotas mais eleva<strong>da</strong>s para o Imposto Único sobreEnergia Elétrica; em 1969, foi amplia<strong>do</strong> o montante arreca<strong>da</strong><strong>do</strong> porempréstimo compulsório; e, em 1971, foi cria<strong>da</strong> a Reserva Globalde Reversão (RGR) para permitir retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong>s concessionáriasnão-estatais, fin<strong>do</strong> o prazo <strong>da</strong> concessão.Com essas medi<strong>da</strong>s, o <strong>setor</strong> passou a dispor de um padrãode financiamento para expansão <strong>do</strong> serviço basea<strong>do</strong> em recursosnão orçamentários e a Eletrobrás passou a exercer um papelpreponderante na administração desses recursos. Esses fatosalia<strong>do</strong>s às facili<strong>da</strong>des de concessão de financiamentos externoscriaram condições para mobilizar amplas fontes de recursos para aexpansão.Ampara<strong>da</strong> pela atmosfera de otimismo econômico quepre<strong>do</strong>minava no País e nas concepções estratégicas <strong>do</strong> II PlanoNacional de Desenvolvimento, a expansão <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong><strong>brasileiro</strong> prosseguiu no início <strong>do</strong>s anos 1970. O plano visava, noque tange a questões de infraestrutura, possibilitar a produção <strong>do</strong>s


O Setor Elétrico / Janeiro de 2009Apoio41principais insumos básicos – petróleo, aço e energia elétrica – epretendia também gerar encomen<strong>da</strong>s de máquinas e equipamentosàs indústrias locais de bens de capital. Assim foram concebi<strong>do</strong>s osprojetos de Itaipu e de Tucuruí, o Programa Nuclear e a Ferrovia <strong>do</strong>Aço.Em 1971, o governo promoveu aperfeiçoamentos na legislaçãotarifária para <strong>da</strong>r sustentação financeira ao <strong>setor</strong>. A Lei 5.655, de 20de maio <strong>da</strong>quele ano, estabeleceu a garantia de remuneração de10% a 12% <strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong>, a ser computa<strong>da</strong> na tarifa. Comisso, o <strong>setor</strong> passou a gerar recursos não apenas para funcionarde maneira adequa<strong>da</strong>, como também para autofinanciar suaexpansão.Em 1974, o governo instituiu a equalização tarifária, por meio<strong>do</strong> Decreto-lei nº 1.383, que buscou estabelecer tarifas iguais emto<strong>do</strong> o território nacional, ajustan<strong>do</strong> a remuneração de to<strong>da</strong>s asconcessionárias por meio <strong>da</strong> transferência de recursos excedentes<strong>da</strong>s empresas superavitárias para as deficitárias.As rápi<strong>da</strong>s transformações ocorri<strong>da</strong>s no cenário mundial nadéca<strong>da</strong> de 1970, como primeiro e segun<strong>do</strong> choques <strong>do</strong> petróleoem 1973 e 1979, respectivamente, e a posterior elevação <strong>da</strong>staxas de juros no merca<strong>do</strong> externo no início de 1980 contribuírampara que o processo de crescimento econômico inicia<strong>do</strong> no Brasilem 1967 se revertesse. No entanto, as autori<strong>da</strong>des brasileirasdesconsideraram a profundi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> movimento de contração <strong>da</strong>economia mundial e o processo inflacionário e de endivi<strong>da</strong>mentoexterno começou a ficar fora de controle. Com a crise <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> em1981 e 1982 e a interrupção <strong>do</strong>s fluxos de financiamento o Brasilentrou em recessão.Consequentemente, na déca<strong>da</strong> de 1980, houve substancialredução <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> mobilizar recursos parainvestimentos. O <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> <strong>brasileiro</strong> acompanhou essesacontecimentos, envolven<strong>do</strong>-se na solução <strong>do</strong>s graves problemasglobais <strong>do</strong> País. Neste quadro de tantas restrições financeiras, oarranjo institucional <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> foi seriamente comprometi<strong>do</strong>,assim como a eficiência de suas empresas.Assim, ao longo <strong>do</strong>s anos 1980, o <strong>setor</strong> foi perden<strong>do</strong>gra<strong>da</strong>tivamente a eficiência que caracterizou a intervenção federaldesde sua origem. As graves discordâncias entre as concessionáriasestaduais, a Eletrobrás e os rígi<strong>do</strong>s controles orçamentáriosexerci<strong>do</strong>s pela área econômica <strong>do</strong> governo federal fizeram atoma<strong>da</strong> de decisões ser realiza<strong>da</strong> externamente ao <strong>setor</strong>. Na déca<strong>da</strong>de 1990, o <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> encontrou sérias dificul<strong>da</strong>des. O Esta<strong>do</strong>não tinha mais condições de investir no <strong>setor</strong>, suas empresas seviam endivi<strong>da</strong><strong>da</strong>s, sem poder <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de aos planos deexpansão. A possibili<strong>da</strong>de de falta de energia, desde o início <strong>da</strong>déca<strong>da</strong>, passou a ser também uma reali<strong>da</strong>de. A resolução <strong>do</strong>sproblemas financeiros <strong>do</strong>s concessionários deveria passar porum ajuste patrimonial e as privatizações se apresentavam comouma <strong>da</strong>s alternativas ideais. No entanto, para que o processo deprivatização avançasse com sucesso no <strong>setor</strong> de energia elétrica,


42ApoioO Setor Elétrico / Janeiro de 2009Direito em Energia Elétricaera de suma importância a <strong>regulamentação</strong> de suas ativi<strong>da</strong>des.Diante <strong>da</strong> opção pela redução <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, o governo<strong>brasileiro</strong> decidiu lançar um abrangente programa de desestatização.A condição prévia para que se implantasse o modelo foi adesverticalização <strong>da</strong> cadeia produtiva, separan<strong>do</strong> as ativi<strong>da</strong>des degeração, transmissão, distribuição e comercialização de energiaelétrica, a partir <strong>da</strong>quele momento, caracteriza<strong>da</strong>s como áreas denegócio independentes. As Leis 8.987 e 9.074, ambas de 1995,introduziram profun<strong>da</strong>s alterações no <strong>setor</strong> como a necessi<strong>da</strong>dede licitação <strong>do</strong>s novos empreendimentos de geração, a criação <strong>da</strong>figura <strong>do</strong> Produtor Independente de Energia, a determinação <strong>do</strong> livreacesso aos sistemas de transmissão e distribuição e a liber<strong>da</strong>de paraos grandes consumi<strong>do</strong>res escolherem seus supri<strong>do</strong>res de energia.Desde a criação <strong>da</strong> Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)– pela Lei 9.427, como agência regula<strong>do</strong>ra, fiscaliza<strong>do</strong>ra e media<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> <strong>setor</strong>, ten<strong>do</strong> a missão de proporcionar condições favoráveis paraque o desenvolvimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de energia elétrica ocorra comequilíbrio entre os agentes e em benefício <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de –, muitasmedi<strong>da</strong>s de aprimoramento <strong>da</strong> estrutura legal <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> foramtoma<strong>da</strong>s pelos entes que detém competência própria.A Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, instituiu a PolíticaNacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional deGerenciamento de Recursos Hídricos; a Lei 9.648, de 27 de maiode 1998, criou o Merca<strong>do</strong> Atacadista de Energia (MAE) e a figura<strong>do</strong> Opera<strong>do</strong>r Nacional <strong>do</strong> Sistema (ONS); o Decreto 2.335, de 6de outubro de 1997, constituiu a Aneel e aprovou sua EstruturaRegimental. A posteriori, a Resolução Aneel nº 456, de 29 denovembro de 2000, estabelece de forma atualiza<strong>da</strong> e consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>as condições gerais de fornecimento de energia elétrica, emharmonia com o Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r, lei 8.078, de 11de setembro de 1990, e a Resolução ANEEL nº 94, de 30 de marçode 1998, que definiu os limites de concentração nas ativi<strong>da</strong>des dedistribuição e geração.No perío<strong>do</strong> entre 1999 e 2000, pode-se destacar oestabelecimento <strong>do</strong>s valores normativos, trazen<strong>do</strong> as condiçõesnecessárias a distribui<strong>do</strong>res e gera<strong>do</strong>res para celebrar essescontratos de longo prazo, garantin<strong>do</strong> a expansão <strong>do</strong> parque gera<strong>do</strong>re a modici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s tarifas; a conclusão <strong>do</strong> processo defini<strong>do</strong>r <strong>do</strong>smontantes de energia e deman<strong>da</strong> de potência e <strong>da</strong>s respectivas tarifaspara viabilizar a assinatura <strong>do</strong>s contratos iniciais pelas empresas degeração e distribuição; a nova <strong>regulamentação</strong> <strong>do</strong> livre acesso aossistemas de transmissão e distribuição para os agentes de geraçãoe os consumi<strong>do</strong>res livres; o estabelecimento de novos padrões dequali<strong>da</strong>de de serviços para as distribui<strong>do</strong>ras; o estabelecimento delimites à concentração econômica; e a homologação <strong>da</strong>s regras defuncionamento <strong>do</strong> MAE.Em maio de 2001, o governo a<strong>do</strong>tou medi<strong>da</strong>s emergenciaispara reduzir o risco de que ocorresse um colapso na oferta deenergia elétrica e criou a Câmara de Gestão <strong>da</strong> Crise de EnergiaElétrica (CGCE), com o objetivo de propor e implantar medi<strong>da</strong>semergenciais para compatibilizar a deman<strong>da</strong> com a oferta e, assim,evitar interrupções intempestivas no suprimento.Em 2007, o Governo Federal anunciou o Programa deAceleração <strong>do</strong> Crescimento (PAC), amplamente difundi<strong>do</strong>, comprevisão de investimentos no <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> para o triênio 2007-2010, visan<strong>do</strong>, principalmente, evitar a ocorrência de “apagões”.Atualmente, os Institutos que compõem o <strong>setor</strong> e suas atribuiçõeslegais são:• estabelecimento de políticas e diretrizes para o <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong>:Congresso Nacional, Conselho Nacional de Políticas Energéticas(CNPE) e Ministério de Minas e Energia (MME);• planejamento e garantia <strong>do</strong> suprimento de energia: Ministério deMinas e Energia (MME) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE);• órgão regula<strong>do</strong>r e poder concedente: Agência Nacional deEnergia Elétrica (Aneel);• supervisão, controle e operação <strong>do</strong>s sistemas: Opera<strong>do</strong>r Nacional<strong>do</strong> Sistema Elétrico (ONS);• contabilização e liqui<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s diferenças: Câmara deComercialização de Energia Elétrica (CCEE);• execução e prestação <strong>do</strong>s serviços: agentes de geração,transmissão, distribuição e comercialização.Consideran<strong>do</strong> um cenário de forte integração entre merca<strong>do</strong>s,o <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> <strong>brasileiro</strong>, normatiza<strong>do</strong> e estabeleci<strong>do</strong> <strong>da</strong> maneiracomo está, cujo ambiente regula<strong>do</strong> demonstra condições favoráveispara seu desenvolvimento, desempenha papel de suma importânciapara o desenvolvimento <strong>da</strong> nação.É preciso, entretanto, que ocorra, por parte <strong>do</strong> Poder Público, aimplantação de políticas públicas efetivas para o segmento, como odesenvolvimento de fontes de energia renováveis, a fim de garantirinvestimentos no País de maneira sustentável, permitin<strong>do</strong>, assim,<strong>da</strong>r condições ao crescimento <strong>da</strong> nação, de forma contínua e comum horizonte longínquo.Bibliografia- BNDES. BNDES, 40 anos: um agente de mu<strong>da</strong>nças. Rio de Janeiro: BancoNacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 1992.- ELETROBRAS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Grupo Coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong>Planejamento <strong>do</strong>s Sistemas Elétricos. Plano decenal de expansão: 1996/2005.- HISTÓRIA & ENERGIA, 6: o capital priva<strong>do</strong> na reestruturação <strong>do</strong> <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong><strong>brasileiro</strong>. SãoPaulo, Eletropaulo: Departamento de Patrimônio <strong>Histórico</strong>, 1996.- CAMINHOS <strong>da</strong> modernização: cronologia <strong>do</strong> <strong>setor</strong> de energia elétrica <strong>brasileiro</strong>.Rio de Janeiro: Centro <strong>da</strong> Memória <strong>da</strong> Eletrici<strong>da</strong>de no Brasil, 1999.- De LORENZO, Helena Carvalho. O <strong>setor</strong> <strong>elétrico</strong> <strong>brasileiro</strong>: reavalian<strong>do</strong> opassa<strong>do</strong> e discutin<strong>do</strong> o futuro – monografia de Pós Graduação em Economia(História Econômica) FCL/UNESP, 1991.- SANTOS, C. M. Companhias estaduais de energia elétrica na conformação <strong>do</strong>planejamentoenergético nacional: o caso <strong>da</strong> Eletropaulo, 1979-1987. Monografia de Graduação,Departamento de Economia, FCL-UNESP, Araraquara, 1989.- NEVES, M.C.A. Código de águas. São Paulo: Ícone, 1994.- ANEEL. Atlas de energia elétrica <strong>do</strong> Brasil. Brasília: Agência Nacional de EnergiaElétrica (Aneel), 2002.* Marcelo Macha<strong>do</strong> Gastal<strong>do</strong> é advoga<strong>do</strong>, especialista em direito emenergia elétrica e diretor jurídico <strong>do</strong> GrupoCom.

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