13.07.2015 Views

Ruptura Espontânea da Veia Ilíaca Externa Esquerda

Ruptura Espontânea da Veia Ilíaca Externa Esquerda

Ruptura Espontânea da Veia Ilíaca Externa Esquerda

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ao.RUPTURAESPONTANEA,DA VElA ILIACA EXTERNAESQUERDA<strong>Ruptura</strong> espontanea de veia ilfaca esquer<strong>da</strong> edescrita em uma paciente sau<strong>da</strong>veladmiti<strong>da</strong> com dor abdominal e choque hipovolemico, sem hist6ria de trauma e quefoi submeti<strong>da</strong> it laparotomia devido it suspeita de hemorragia intra-abdominal. Exploras;aorevelou grande hematoma retroperitoneal e ruptura de 20 mm na faceanterior <strong>da</strong> veia ilfaca, que foi repara<strong>da</strong>. No p6s-operat6rio houve complicas;oes e apaciente faleceu. <strong>Ruptura</strong> espontanea de veia ilfaca e rara, tendo sido descritossomente 19 casos na literatura mundial.Unitermos: ruptura espontiinea, veia iliaca, hematoma retroperitoneal.Selma Regina O. RaymundoResponsavelpelo Servi90 de CirurgiaVascular e Angiologia na Facul<strong>da</strong>dede Medicina de Sao Josedo Rio Preto (FAMERP).Professora Assistente /I / Mestredo Servi90 de Cirurgia Vascular eAngiologia do Departamento deCardiologia e Cirurgia Cardiovascularna FAMERPKassim Mohamede KassimHussainProfessorAssistente I do Departamentode Cirurgia Geral naFAMERPP6s-graduando do Eixo TematicoMedicina Interna <strong>da</strong> FAMERPAruptura espontanea <strong>da</strong> veiailfaca constitui uma emergenciavascular incomum com somente19 casos descritos na literatura 1.18. Nestes relatos, as rupturas foram descritascomo "espontaneas" ou"idiopaticas", sinonimos para nao traumaticas,associa<strong>da</strong>s it trombose ou obstrus;ao<strong>da</strong> veia iliaca ou sem causapredisponente aparente.CASO CLiNICO .Uma paciente de 63 anos do sexo femininofoi admiti<strong>da</strong> no setor de emergenciado hospital, apresentando dor subita emabdomen inferior associado a edema emperna esquer<strong>da</strong> ha cinco horas, com aumentoprogressivo de intensi<strong>da</strong>de, acompanha<strong>da</strong>de tontura, mal estar e per<strong>da</strong>transit6ria <strong>da</strong> consciencia. Negavatraumatismos ou usa de medicamentos.Na admissao, a paciente encontrava-seconsciente, agita<strong>da</strong>, sudoretica ehipocora<strong>da</strong> (+++ / 4). Sua pressaosangtiinea era de 50x20 mm Hg e a fre-qtiencia cardiaca de 130 bpm. Haviadistensao abdominal com dor difusa itpalpas;ao, ruidos intestinais audfveis epresens;a de rnassa nao pulsatil em fossaiIfaca esquer<strong>da</strong>. Os pulsos femorais erampalpaveis e a coxa esquer<strong>da</strong> apresentavaedema. Com exceS;ao do hemat6crito(24,4%) e hemoglobina (7,9g/dl), os demaisexames laboratoriais eram normais.Houve melhora do choque hipovolemicoap6s administras;ao de sangue eexpansores do plasma (co16ides).Com hip6tese diagn6stica de abdomenagudo hemorragico, a paciente foi submeti<strong>da</strong>it laparotomia onde se visibilizougrande hematoma retroperitoneal naopulsatil em flanco e fossa ilfaca esquer<strong>da</strong>com grande quanti<strong>da</strong>de de sangue venosocom coagulos e ruptura linear de 20mm na face anterior <strong>da</strong> veia iIfaca esquer<strong>da</strong>,sem alteras;oes macrosc6picas em suaparede. A lesao foi repara<strong>da</strong> com fiopolipropilene 6.0 com sutura continua. Asdemais estruturas vasculares nao apresentavamanormali<strong>da</strong>des.Ap6s a cirurgia, foi administra<strong>da</strong> heparinaMoacir Fernandes de GodoyProfessorAdjunto do Departamentode Cardiologia e CirurgiaCardiovascular na FAMERPCoordenador<strong>da</strong> P6s-Gradua9ao doEixo Tematico Medicina Interna.Adinaldo Adhemar Menezes <strong>da</strong>SilvaProfessor Assistente 1/Mestre doServi90 de Cirurgia Vascular eAngiologia do Departamento deCardiologia e Cirurgia Cardiovascularna FAMERPLuiz Fernando ReisMedico do Hospital de Base de SaoJose do Rio Preto.Trabalho realizado no Servi90 deCirurgia Vascular e Angiologia noHospital de Base de Sao Jose doRio Preto.Selma Regina O. RaymundoRua Primo Matavelli 7015090-350 Sao Jose do Rio PretoSPE-mail: srr@riopretonet.com.brCIRVASCANGIOL: 16: 167-170167


RUPTURA ESPONTANEA DA VElA ILIACA EXTERNA ESQUERDASELMA REGINA O. RAYMUNDO E COL.nao fraciona<strong>da</strong> subcutaneamente. No segundodia p6s-operat6rio houve piora doedema em coxa esquer<strong>da</strong> evoluindo comsindrome compartimental, sendo necessariaa realiza


s:rTabela 1 - Resumo dos casos relatados de rotura espontanea de veia iliaca:0" c;; -IACHADOS CLINICOS::D:t>~IDORmAUTORJANO IDADE! ABDOMINAL OU DOR MASSA CHOQUE INlclO LOCAL DA TROMBO FATOR TRATAMENTO ANTl- ALTA en:J> SEXO NASCOSTAS OU EDEMA NA (HS) INJliRIA PREDISPONENTE COAGULA


RUPTURA ESPONTANEA DA VElA ILIACA EXTERNA ESQUERDASELMA REGINA O. RAYMUNDO E COL.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS1. Brown L, Sanches F, Mannix H.Idiopathic rupture of the iliac vein.Arch Surg 112 (1): 95,1977.2. Copeland GP, Saw Y, Monk D.Spontaneous rupture of the leftcommon iliac vein. J R Coll Surg Edinb34:165, 1989.3. DePass IE. Spontaneous common iliacvein rupture: a case report. Can J Surg41 (6): 473-475,1998.4. Elliot D, Ware CC. Spontaneousrupture ofexternal iliac vein. J R SocMed75:477-478,1982.5. Forsberg JO, Bark T, Lindho1mer C.Non-traumatic rupture of the iliacvein. EurJVascSurg2: 267-268,1988.6. Herczeg B , Karpathy L, Kovecs G,Hajas G. Spontaneous rupture of anectasia of the iliac vein with lethalhemorrhage. Zbl Chir 92: 552-555,1%7.7. Herrin BJ, Osborne P, Dieste A,Campbell CF. Spontaneous rupture ofan iliac vein. VascSurg9: 182-184, 1975.8. Hill S, Billings PJ, WalkerRT, DormandyJA. True spontaneous rupture of thecommon iliac vein. J R Soc Med 83 (2):117,1990.9. Hossne WS, Nahas PS, Vasconcelos E.<strong>Ruptura</strong> espontanea <strong>da</strong> veia iliaca ­abdome agudo. Arq Cir Clin Exp 24:27-30,1961.10. Lin BC, Chen RJ, Fang JF, Lin KE,Wong yc. Spontaneous rupture ofleftexternal iliac vein: case report andreview ofthe literature. J Vasc Surg 24:284-287,1996.11. Majeed SMK, Pheils PJ. Spontaneousrupture of the left external iliac vein.BdClinPractice47 (2): 109-110,1993.12. McDonald RT, Vorpahl TE, Caskey 1.Spontaneous rupture of the iliac vein.Vasc Surg 14: 330-333,1980.13. Nishi<strong>da</strong> S, Arikawa K, Yamashita M,Kawashima S, Shiota K, Tabata D.Spontaneous rupture of left externaliliac vein - a case report. J Japn SurgSoc 94: 424-426,1993.14. Noszczyk W, Orzeszko W.Spontaneous rupture of the left iliacvein. Arch Surg 118: 1227,1983.15. Solano JME, Pumarino JLG, RodriguezAJP, DeLaTorre AG, Gonzalez AV, ValenciaOD, Fernandez JA. <strong>Ruptura</strong>idiopatica de vena ilfaca. Angiologia34(3): 136-139,1982. .16. Stock SE, Gunn A. Spontaneousrupture of the iliac vein. Br J Surg 73:565,1986.17. Van Damrne H, Hartstein G, Limet R.Spontaneous rupture ofthe iliac vein.JVascSurg 17: 757-758,1993.18.Yama<strong>da</strong> M, Nonaka M, Mural N,Hana<strong>da</strong> H, Aiba M, Funarni M, InoueK, Takaba T. Spontaneous rupture ofthe iliac vein: report of a case. SurgTo<strong>da</strong>y 25 (5): 465-467,1995.COMENTARIO EDITORIALOs autores relatam urn caso interessante pela sua rari<strong>da</strong>de e dificul<strong>da</strong>de diagnostica.A primeira descri~ao deste quadro clfnico foi feita no BRASIL. pOI' Hosne, Nahas e Vasconcelos em 1961.Existe uma dificul<strong>da</strong>de diagnostica inicial, pois os pacientes apresentam dol' de infcio subito, situa<strong>da</strong> no baixo ventre acompanhado de sfndromehemorragica importante. Urn sinal fisico preexistente poderia ser importante: edema no MIE denunciador de bloqueio venoso e/ou trombose venosano eixo ilfaco.Na maioria dos pacientes 0 diagnostico inicial costuma ser de aneurisma abdominal roto, pela nipi<strong>da</strong> apresenta~ao do quadro de choque hemorragico.Quando a ruptura e do aneurisma <strong>da</strong> A ilfaca, geralmente existem sinais clfnicos previos secun<strong>da</strong>rios a compressao local pelo aneurisma que se expandeantes de romper.E interessante a observa9ao de que existe na ruptura espontanea <strong>da</strong> veia ilfaca. E, a presen9a de altera9ao local <strong>da</strong> veia, atribuf<strong>da</strong> pOI' varios autores acompressao <strong>da</strong> A. ilfaca. Alguns pacientes podem ja tel' trombose venosa previa, devendo a trombectomia venosa ser feita no mesmo ato.Com rela9ao ao reparo vascular venoso na maioria dos casos relatados foi feita a rafia venosa, com born resultado.No caso presente, infelizmente, surgiu' uma sfndrome compartimental, secun<strong>da</strong>ria a progressao <strong>da</strong> trombose venosa.Nesta situa9ao clinica e muito importante ressaltar a necessi<strong>da</strong>de de fasciotomia precoce e extensa que descomprima todos os compartimentos, emesmo a trombectomia venosa, para ali vial' a hipertensao venosa.Ca<strong>da</strong> quadro clfnico tern a sua complexi<strong>da</strong>de inata e so quem esta tomando 0 cui<strong>da</strong>do do paciente pode tel' elementos para a toma<strong>da</strong> de decisoes diversas<strong>da</strong>s relata<strong>da</strong>s no caso.E importante que, embora rara, devemos passar a pensar nesta situa9ao clfnica como mais urn diagnostico diferencial do abdomen agudo de causavascular.Dr. Telmo P. BonamigoPorto Alegreono\t-~at :at :JOID~A OaAVAIO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!