02Editorial200 AnosPara Quem?Uma cidade existe para servir ao povo. Nos seusaspectos físico, jurídico, legal, deve servir ao povo.Nesses duzentos anos, Pelotas serviu ao seu povo?Não. As estruturas da cidade sempre estiveram aserviço de sua elite.Já nos primórdios, o alicerce sobre o qual iriaassentar-se a cidade era o da desigualdade. Enquantoos barões acumulavam rapidamente sua riqueza,os trabalhadores, escraviza<strong>dos</strong> em sua maioria,esvaíam rapidamente sua energia vital, a pontode sua vida útil ficar em média de oito anos.A evolução <strong>dos</strong> tempos não proporcionou asupressão daquelas injustiças. A cidade continuaservindo preferencialmente à sua elite. As ruasmelhor calçadas, iluminadas e limpas são aquelasonde moram os ricos. A polícia só prende pobres.Não há trabalho para to<strong>dos</strong>, e aqueles que os têmpadecem de sofrimentos como doenças do trabalho,assédio moral, além do salário insuficiente.Que o povo desta cidade seja capaz de superareste passado de sofrimento da maioria, e quenos próximos aniversários to<strong>dos</strong> tenham o que comemorar.O <strong>Sindicato</strong> da Alimentação e o Instituto Mário Alves foram instituiçõesque estiveram a frente da organização que buscou mostrar, discutir epensar uma Pelotas mais real. Dentro das atividades programadas,sexta-feira, 16/03, ocorreu a Marcha <strong>dos</strong> 200 pelas ruas do centro,com saída do Altar da Pátria, no Parque Dom Antônio Zattera.O <strong>Sindicato</strong> promove cursode formação sindicalO sindicato realizou a primeira etapa do curso de matemática sindicalnível 1, tendo como tema os da<strong>dos</strong> básicos sobre rescisões de contrato edireitos trabalhistas, com a participação de diretores de base e delega<strong>dos</strong>sindicais. A segunda etapa será realizada no mês de agosto.Os textos conti<strong>dos</strong> nesta publicação são de responsabilidade do <strong>Sindicato</strong> <strong>dos</strong> <strong>Trabalhadores</strong> <strong>nas</strong> Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotase Região. Presidente: Lair de Mattos Secretário de Imprensa: Clóvis Rogério. Conselho Editorial: Clóvis Rogério, Elton Lima, Lair de Mattos. RuaAlmirante Barroso, 3124 - Fones (Fax)(053) 3225.3564 Pelotas-RS. Redação: Carlos Cogoy Jornalista: Paulo Otávio Pinho,r.p. 179\92\7461.Gráfica O Pioneriro Tiragem: 3.5.00 exemplares
03FIQUE DE OLHO NAS DENÚNCIASDenuncie Irregularidades ao <strong>Sindicato</strong> Ligações a cobrar: 90 90 3225 35 64www.sticap.org.br imprensa@sticap.org.brAcidentes emArroio GrandepreocupamDe 2011 para cá, duas mortes poracidentes de trabalho foramverificadas em engenhos de arroz emArroio Grande. Um terceiro acidente,em Pedro Osório, vitimou umtrabalhador de Arroio Grande. O<strong>Sindicato</strong> denunciou essas mortes aoMinistério do Trabalho pois essasituação é inadmissível e mostram opouco caso que os patrões dão àsegurança de seus trabalhadores.PadariaEstrela<strong>Trabalhadores</strong> denunciam aprática constante de maus tratospor parte do proprietário dapadaria e assédio moral.DENÚNCIASJurídicoPAGAMENTOPROCESSOJOSAPARNo mês de <strong>julho</strong> será paga a última parcela dasdiferenças salariais referentes a processo movidopelo <strong>Sindicato</strong> contra a empresa por desrespeitar afolga durante um determinado período. Ao total forampagos R$ 195.080,78 a 103 trabalhadores relaciona<strong>dos</strong>.BiscoitosZezéSão inúmeras as denúncias que chegam atéo <strong>Sindicato</strong>. <strong>Trabalhadores</strong> queixam se demaus tratos, xingamentos por parte do encarregadoe assédio moral. A empresa desrespeitaa legislação trabalhista e não reconhecea estabilidade para os membros da CIPA (ComissãoInterna de Prevenção de Acidente).PadariaFura Bolo<strong>Trabalhadores</strong> reclamam uniforme inadequado.Apesar do frio, a empresa ofereceape<strong>nas</strong> um jaleco, pois não é permitido usaroutra roupa por baixo. Não oferecem sequerum moleton. O pagamento atrasa, mas noenvelope vem a data certa e ainda tem funcionáriossem carteira assinada.PROCESSOBONSULProcesso movido pelo <strong>Sindicato</strong> contra a empresacobrando diferenças do adicional de insalubridadecalculada sobre o piso da categoria começoua ser pago. Foi realizado acordo onde 47 trabalhadoresreceberão R$ 38.495,00 em 7 parcelas.Esses trabalhadores recebiam insalubridadecalculada sobre o salário mínimo entre 2003 e 2008.O <strong>Sindicato</strong> ganhou na Justiça pois a base de cálculodeveria ser o piso da categoria. Felizmente esseprocesso tinha transitado em julgado (sem maischances de recurso) quando em 2008 o SuperiorTribunal do Federal determinou que a insalubridadedeveria voltar a ser calculada sobre o saláriomínimo.Frigorífico Salso<strong>Trabalhadores</strong> reivindicam a implementação de refeitórios e vestiários. O local utilizado como refeitóriooferecido pela empresa hoje é uma malha de bambu, na qual os trabalhadores ficam expostos asalterações climáticas.Veja o que diz a NR 24:O refeitório obedecerá aos seguintes requisitos:a) área de 1,00m² (um metro quadrado) por usuário, abrigando, de cada vez, 1/3 (um terço) do total de emprega<strong>dos</strong>por turno de trabalho, sendo este turno o que tem maior número de emprega<strong>dos</strong>;b) a circulação principal deverá ter a largura mínima de 75 cm, e a circulação entre bancos e banco/parede deveráter a largura mínima de 55 cm.Água potável, em condições higiênicas, fornecida por meio de copos individuais, ou bebedouros de jato inclinadoe guarda protetora, proibindo-se sua instalação em pias e lavatórios, e o uso de copos coletivos. Mesas providasde tampo liso e de material impermeável, bancos ou cadeiras, manti<strong>dos</strong> permanentemente limpos.