eucalipto: mitos e verdades - Sociedade Brasileira de Silvicultura
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EUCALIPTO: MITOS E VERDADESRubens Garlipp*SEMINÁRIO: FLORESTAS PLANTADASCampo Gran<strong>de</strong> - MS23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007* Engº Ftal – Superinten<strong>de</strong>nte da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Silvicultura</strong>
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA• Fundada em 1955• Entida<strong>de</strong> do setor privado florestal• Abrangência nacional• Membro do CONAMA, CONAFLOR, CERFLOR, FCMM, CGFLOPAÇÕES• Política e legislação florestal brasileira• Promoção <strong>de</strong> congressos, cursos e seminários• Publicação e divulgação <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> interesse do setor• Participação em fóruns nacionais e internacionais (FAO, ISO)MISSÃO• Promover a sustentabilida<strong>de</strong> da silvicultura nacionalPRINCÍPIOS• Legais / Ambientais / Sociais / Econômicos / Tecnológicos
O EUCALIPTO NA ORIGEM - COBERTURAFLORESTAL DA AUSTRÁLIAE. grandis E. camaldulensisFonte: Mora, A. L.; Garcia, C. H. – A Cultura do Eucalipto no Brasil
O EUCALIPTO NO MUNDOPAÍSES COM PLANTAÇÕESFonte: Mora, A. L.; Garcia, C. H. – A Cultura do Eucalipto no Brasil
PLANTAÇÕES DE EUCALIPTO – PRINCIPAIS PAÍSESPAÍSEUCALIPTO(1000 ha)Não Especificadas 7%Índia8100Brasil3000Outras Folhosas 16%Pinus 32%China1300Portugal700África do Sul600P opulus 3%Espanha600Castanea 3%Uruguai500Tectona 4%PeruVietnã480450A cácia 5%Cunninghamia 11%TailândiaChileArgentina440340300Eucalyptus 8%Outras Coníferas 2%Larix 4%Picea 4%Austrália300Paquistão190Indonésia130Venezuela50Fontes: FAO (2000, 2007)
DEZ PAÍSES COM MAIS PLANTAÇÕES FLORESTAISPaísÁrea Territorial(1000 ha)(1)Plantações Florestais(1000 ha )(2)%(2/1)%Em Relação ao Total<strong>de</strong> Plantações1º China932.74345.0834,823,52º Índia297.31932.57811,017,03º Rússia1.688.85117.3401,09,04º EUA915.89516.2381,88,55º Japão37.65210.68228,05,66º Indonésia181.1579.8715,05,17º Brasil845.6515.2420,62,78º Tailândia51.0894.9209,62,69º Ucrania57.9354.4257,62,310º Irã162.2012.2841,41,2Outros7.893.49743.3120,622,6Total13.963.900186.7331,4100Fonte: FAO, 2007
IMPORTÂNCIA DAS PLANTAÇÕES FLORESTAIS (1)• Econômica– Homogeneida<strong>de</strong> da matéria-prima– Acesso à matéria-prima– Produção concentrada– Elevada produtivida<strong>de</strong>– Base da economia florestal em muitos países• Ambiental- Proteção <strong>de</strong> bacias hidrográficas- Proteção <strong>de</strong> solos- Seqüestro <strong>de</strong> carbono- Biodiversida<strong>de</strong>• Social- Geração <strong>de</strong> empregos- Participação no PIB- Exportações- ImpostosFonte: SBS
IMPORTÂNCIA DAS PLANTAÇÕES FLORESTAIS (2)(Década 90)• Reposição <strong>de</strong> Áreas Desmatadas- Desmatamento = 16,1 x 10 6 ha/ano- Expansão natural = 3,6 x 10 6 ha/ano- Plantações florestais = 3,1 x 10 6 ha/ano(Repõem ± 20% dos <strong>de</strong>smatamentos todo ano)• Suprimento <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira Industrial- Chile = 84%- Nova Zelândia = 99%- Zâmbia = 50%- Brasil = 64%Fonte: FAO, 2005
FLORESTAS E SUPRIMENTO DE MADEIRAÁREA FLORESTAL EXISTENTE NO MUNDO- Naturais = 3.682 bilhões ha (95%)- Plantadas = 187 milhões ha (5%)- Total = 3.869 bilhões ha (100%)SUPRIMENTO DE MADEIRA- Naturais = 65%- Plantadas = 35%UsosFonte: FAO, 2005
BENS E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOSRegulação climáticaFunções ambientaisAlimentosMatéria-primaCiclo das águasPlantas medicinaisRecursos genéticosTurismo e recreaçãoProteção <strong>de</strong> hábitatsEcossistemascomplexosEcossistemassimplificadosFloresta amazônicaMata atlânticaAgroecossistemasFlorestas plantadasÁreas recuperadasFonte: ONU
USO ECOSSISTÊMICO DO SOLOFLORESTAORIGINALsuporte à vida, biodiversida<strong>de</strong>, lazer eturismo na natureza selvagemFLORESTAMODIFICADAsuporte à vida, biodiversida<strong>de</strong>,produçãosustentávelFLORESTAPLANTADAprodução sustentável ma<strong>de</strong>ireirae não ma<strong>de</strong>ireira,relativo suporte à vida e biodiversida<strong>de</strong>TERRA AGROPECUÁRIAagricultura sustentável,algum suporteà vida e biodiversida<strong>de</strong>POTENCIALMENTESUSTENTÁVELTERRAURBANA<strong>de</strong>senvolvimentourbano sustentávelINSUSTENTÁVELFonte: ONUTERRA DEGRADADAreabilitação
HISTÓRIADISSEMINAÇÃO DO EUCALIPTO PELOMUNDO E NO BRASIL (1)• Fase 1 - De 1774 até a 1ª meta<strong>de</strong> do séc. XIX– Introdução em jardins botânicos: Europa, Ásia, África, América do Sul, Chile (1823); Brasil(1824); África do Sul (1828); Índia (1842)• Fase 2 - Da 2ª meta<strong>de</strong> do séc. XIX em diante– Ensaios como cultura e plantios comerciais: Portugal (1852); Norte da África (1859)• Brasil (1903 – 1909): Ferrovias e lenha– (1ª Guerra Mundial): Si<strong>de</strong>rurgia– (2ª Guerra Mundial): Celulose, painéis, etc e vários empreendimentos no Sul e Su<strong>de</strong>ste– 1925 – Navarro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> testa <strong>eucalipto</strong> para produção <strong>de</strong> celulose e papel nos EUA.– 1940 – Cia. Melhoramentos obteve sucesso na produção <strong>de</strong> celulose branqueada e papel.– 1950 – Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> – Revolução Tecnológica.– 1957 – Cia. Suzano produziu 100% <strong>de</strong> celulose <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> após pesquisas na Flórida.• 1958 – 1ª Campanha Internacional contra o <strong>eucalipto</strong>.• 1961 – Quando a Suzano <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> importar celulose, a FAO promoveu simpósiointernacional sobre <strong>eucalipto</strong>.• 1965 / 87 – Incentivos fiscais – base florestal; Pesquisas cooperativas.• 1987 / hoje – Reconhecimento internacional da silvicultura nacional.
ESTÓRIASDISSEMINAÇÃO DO EUCALIPTO PELOMUNDO E NO BRASIL (2)• Etiópia, séc. XIX (ex-Abissínia): Árvore da unificação nacional• Itália, 1881 (Abadia Tre Fontane): Po<strong>de</strong>r milagroso contra a malária• África do Sul, 1887 – Eucalipto tornou o clima do país mais seco1965 – Nenhum efeito po<strong>de</strong>ria ser atribuído ao <strong>eucalipto</strong>• Brasil, 1909 – Cabos <strong>de</strong> vassouras? Lenha <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> não produziria caloria?Combustão asfixiaria maquinistas? Cinzas entupiriam grelhas dasfornalhas?1882 – Vassouras, RJ – Árvore da febre amarela1951 – Eucalipto “chupa” gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alimentos e portanto <strong>de</strong>veesgotar os solos (Wasjutin)1952 – Eucalipto é da Austrália e a Austrália é um país seco. Sua copa nãopermite a formação <strong>de</strong> ambiente <strong>de</strong> matas naturais que atraem chuva1959 – Araras, SP – Melhores cafezais on<strong>de</strong> havia <strong>eucalipto</strong>1961 – Eucalipto po<strong>de</strong> melhorar a fertilida<strong>de</strong> do solo porque extrai nutrientesdas camadas mais profundas e os <strong>de</strong>volve às camadas superficiais
DISSEMINAÇÃO DO EUCALIPTO PELOMUNDO E NO BRASIL (3)ESTÓRIAS• EUA / Califórnia: Tentativa <strong>de</strong> remoção apenas dos <strong>eucalipto</strong>s do Parque Estadual porser exótica (das 6021 sps plantadas, 975 são exóticas).• Espanha, 1986: Club Phoracantha• Portugal, 1987 – Eucalipto é contra os seres vivos, água, terra; contra tudo e contratodos.• Índia, 1984 – Condições secas do estado Karnataka atribuídas ao <strong>de</strong>smatamento e aoaumento da área com <strong>eucalipto</strong>.
FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL - 2006Área = 5,67 milhões haConsumo <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira = 156 milhões m³/anoUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Manejo Certificadas = 2900 mil ha
FLORESTAS PLANTADAS - VANTAGENSCOMPARATIVAS E COMPETITIVAS DO BRASILEVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO FLORESTAL605050Solos e clima favoráveisDisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terrasDisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obraConhecimento científico e tecnológicoAlta Produtivida<strong>de</strong>Capacida<strong>de</strong> organizacional da iniciativa privadaIndústria <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> capitalMercado interno e externoAgregação <strong>de</strong> valor (clusters)Baixo custo <strong>de</strong> produção35302520151050m³/ha/ano40302010013254070 80 90 00PRODUTIVIDADE MÉDIA COMPATATIVA (m 3 /ha/ano)ConíferasAnoFolhosasSuéciaChileNova ZelândiaCanadáEUA (sul)PortugalÁfrica do SulBrasil
O EUCALIPTO NO BRASIL (2)CADEIA PRODUTIVAProdutosMa<strong>de</strong>ireirosLenhaConsumo IndustrialConsumo DomésticoUsinasIntegradasSementes e MudasFertilizantes eDefensivosMáquinas eEquipamentosPrestadores <strong>de</strong>ServiçosIndústria QuímicaFarmacêuticaAlimentícia, etc.<strong>Silvicultura</strong>Produtos NãoMa<strong>de</strong>ireirosÓleosEssenciaisMelCarvãoVegetalMa<strong>de</strong>iraSólidaCelulosePainéisIndustr.Si<strong>de</strong>rurgiaForjas ArtesanaisConsumo DomésticoMa<strong>de</strong>ira SerradaMa<strong>de</strong>ira TratadaOutros UsosIndústria <strong>de</strong> PapelOutros UsosP. reconstituídos -MDF, Aglomerado eChapa <strong>de</strong> FibraCompensado /Ferro GusaFerro LigasConstruçãoCivilMóveisPMVAImprimir,escreverEmbalagensGráficasConstruçãoCivil, Autom.PMVAMercados Interno e ExternoFonte: Adaptado <strong>de</strong> Vieira, LLaminadoMóveis
MITOS E VERDADES SOBRE O EUCALIPTO Exótica Seca o Solo Deserto Ver<strong>de</strong> Empobrece o Solo Uso <strong>de</strong> Defensivos Agrícolas Compete com Agricultura Não Gera Benefícios Sócio-Econômicos
EUCALIPTO: ESPÉCIE EXÓTICA (1)AS EXÓTICAS NA NOSSA VIDACultura/AnimalArrozCaféMangaBatataCebola/alhoCana-<strong>de</strong>-açúcarEucaliptoBovino <strong>de</strong> leiteBovino <strong>de</strong> corteSuínoRegiãoChinaArábiaÍndiaPeruMediterrâneoÁfricaAustráliaHolandaÍndiaInglaterraExótica: Espécie introduzida pelaprimeira vez fora <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong>ocorrência / distribuição atual e nopassado
EUCALIPTO: ESPÉCIE EXÓTICA (2)• Duplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores ou exacerbação <strong>de</strong> sentimentos xenóforos?– Limites políticos x geográficos x ecológicos• Conceito <strong>de</strong> ecologia evolucionária– Não se coaduna com o preconceito– Comunida<strong>de</strong>s naturais não são estáticas e inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes– Se toda introdução bem sucedida causasse perda das espécies resi<strong>de</strong>ntes, nenhumacomunida<strong>de</strong> teria chance <strong>de</strong> aumentar sua diversida<strong>de</strong>– Distribuição natural na paisagem x alternância <strong>de</strong> espécies– Toda espécie requer uma série <strong>de</strong> exigências do meio que, se não atendidas, conduzema comportamentos distintos e inferiores ao que permite o potencial genético• Fundamento da introdução <strong>de</strong> espécies– A simples presença <strong>de</strong> uma espécie em um dado local não permite concluir queencontra-se totalmente adaptada à ecologia e vice-versa– Há riscos; há <strong>de</strong> se conhecer o grau <strong>de</strong> adaptação e manejar a<strong>de</strong>quadamente com vistasà sua integração no local
EUCALIPTO: ESPÉCIE EXÓTICA (3)• Conceito <strong>de</strong> sucessão vegetal– Alternância qualitativa e quantitativa da vegetação ao longo do tempo emfunção do clima e dos <strong>de</strong>mais fatores do meio até o estágio climax– Estágio climax: não é permanente nem estável (<strong>de</strong>vido a fenômenos naturais:incêndio, pragas, etc)– Plantações com exóticas po<strong>de</strong>m se assemelhar ao resultado <strong>de</strong> fenômenosnaturais• Ecossistemas naturais e diversida<strong>de</strong>– Só a diversida<strong>de</strong> genética não assegura estabilida<strong>de</strong>s– Há vários ecossistemas naturais que apresentam baixa diversida<strong>de</strong>i) O estágio climax não é condição única para existência <strong>de</strong>estabilida<strong>de</strong>ii)Plantações com exóticas não representam, necessariamente, atuaçãoantrópica <strong>de</strong>spropositada
EUCALIPTO SECA O SOLO? (1)Precipitação (P)RadiaçãoSolarTranspiraçãoInterceptação (I)Índice <strong>de</strong>Área FoliarP - IEvap.SoloCapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Retenção <strong>de</strong> ÁguaFluxoSuperf.Zona <strong>de</strong>AeraçãoDrenagemProfundaFluxo Ascen<strong>de</strong>nteLençol FreáticoFluxoSubsuperf.Aquífero não confinadoRocha <strong>de</strong> Origem
EUCALIPTO SECA O SOLO? (2)ATIVIDADEBatataMilhoCana-<strong>de</strong>-açúcarFeijãoTrigoCerradoEucaliptoBoiEFICIÊNCIA NO USO DAÁGUA(produção por litro <strong>de</strong> água)0,4-0,65 g <strong>de</strong> bulbos0,5-1,1 g <strong>de</strong> grãos1,8 g <strong>de</strong> açúcar0,5 g <strong>de</strong> grãos0,9 g <strong>de</strong> grãos0,4 g <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira2,9 g <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira10.000 l/kg vivoCulturaMilhoSojaAçúcarEucaliptoConsumo <strong>de</strong>H 2O /kg1.000 l2.000 l500 l350 l Captação da água para irrigação:Licenciamento / outorga7,5 l / muda – 1,5 l / muda
EUCALIPTO SECA O SOLO? (3)• Déficits hídricos po<strong>de</strong>m ocorrer com ou sem presença <strong>eucalipto</strong> ou <strong>de</strong> qualquercultura agrícola• Legislação não permite plantar nas margens <strong>de</strong> cursos d´água e ao redor <strong>de</strong>nascentes• Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água: varia com clima, solo, cobertura vegetal• Consumo <strong>de</strong> água•Água é meio <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> nutrientes•5 a 6 l / árvore / dia (média)•Água fixada na árvore: 0,2% da pp•Aumento na época <strong>de</strong> chuvas•Evapotranspiração é maior na época <strong>de</strong> chuva•Controle estomático (na estação seca reduz consumo)• Profundida<strong>de</strong> das raízes•pivotante (2,5 m)•Absorventes (30 – 40 cm)• Profundida<strong>de</strong> do lençol freático (7,5 m)• Efeito floresta• +/- 10% <strong>de</strong> consumo em relação a coberturas vegetais menos <strong>de</strong>nsas• Promove regime hídrico mais estável, mais regular•Favorece escoamento e infiltração•Maior tempo <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água no sistema•Melhor qualida<strong>de</strong> da água
EUCALIPTO SECA O SOLO? (4)BACIA HIDROGRÁFICA DE MELBOURNE NA AUSTRÁLIAA área total da bacia é <strong>de</strong> aproximadamente 120 mil ha, quase totalmente coberta comfloresta natural <strong>de</strong> Eucalyptus regnans. O manejo da área é dirigido para finsexclusivos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> água. A qualida<strong>de</strong> natural da água assim produzida é talque ela po<strong>de</strong> ser distribuída à população sem tratamento convencional (MMBW, 1980).Fonte: Lima, W. P. – Impacto Ambiental do Eucalipto
EUCALIPTO E BIODIVERSIDADE: DESERTO VERDE? (1) Reduz a pressão sobre florestasnativas Manutenção <strong>de</strong> Áreas <strong>de</strong> ReservaLegal e <strong>de</strong> Preservação Permanente Estabelecimento <strong>de</strong> corredoresecológicosBIOSFERAREGIÃOPAISAGEMMICROBACIAUMFReflorestamentoProteção <strong>de</strong>encostas ebiodiversida<strong>de</strong>Mata Ciliar
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGALRL = 80%RL = 35%RL = 20%Setor <strong>de</strong> Papel e Celulose (2005)a) Plantações Florestais = 1634 x 10³haDisponível para Plantio = 364 x 10³hab) APP / RL = 2683 x 10³hac) Outros Usos = 216 x 10³had) Inaproveitáveis = 55 x 10³had) Área Total = 4952 x 10³haPara cada hectare plantado- 3,0 ha total- 1,85 ha APP/RL (54%)
EUCALIPTO E BIODIVERSIDADE: DESERTO VERDE? (2)Proteção à biodiversida<strong>de</strong>- Demarcação e proteção dos habitats da fauna- Proteção das espécies em perigo <strong>de</strong> extinção,ameaçadas e raras- Preservação e controle <strong>de</strong> incêndiosProteção <strong>de</strong> ecossistemas com importância cultural,histórica, ambiental
EUCALIPTO E BIODIVERSIDADE: DESERTO VERDE? (3)• Biodiversida<strong>de</strong> (CBD) – Conceito hierárquico e funcional– Variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos vivos <strong>de</strong> todas as origens, compreen<strong>de</strong>ndo ossistemas (terrestres, marinhos, outros aquáticos e os complexosecológicos)– Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntre espécies, entre espécies e <strong>de</strong> ecossistemas– Determinada pela composição, estrutura e função dos sistemas seguindouma hierarquia nos níveis genético, populações <strong>de</strong> espécies, comunida<strong>de</strong>s,ecossistemas e paisagens• Plantação florestal forma um campo vegetal menos diversificado que umafloresta nativa, como ocorre com qualquer cultura agrícola• Florestas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> são menos exclusivas e formam ecossistemas maiscomplexos do que qualquer ativida<strong>de</strong> na agropecuária• Po<strong>de</strong>m, em vários aspectos, se aproximar da forma e do funcionamentodos ecossistemas naturais em função da adoção do bom manejo, <strong>de</strong>ntro doconceito <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> no nível da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manejo (povoamentoplantado + áreas preservadas)
EUCALIPTO E BIODIVERSIDADE: DESERTO VERDE? (4)• Ocupam áreas antropizadas– Mosaico <strong>de</strong> talhões <strong>de</strong> diferentes ida<strong>de</strong>s (gestão da paisagem)– Estrutura vertical e horizontal oferecem sombreamento, proteção do solo,conservação da água e subbosque para <strong>de</strong>senvolvimento da biodiversida<strong>de</strong>– Melhoria nas condições <strong>de</strong> habitats– Fonte <strong>de</strong> abrigo /alimentação para várias espécies– Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitats criados fora dos talhões– Estudos• (SP) 30% das espécies da fauna existente em todo o estado, 9 <strong>de</strong>las e a lista <strong>de</strong> spsameaçadas <strong>de</strong> extinção• (E. Sto) – 558 sps <strong>de</strong> árvores nas reservas nativas e 150 sps vegetais no subbosquedo <strong>eucalipto</strong>– 700 sps da fauna, 27 <strong>de</strong>las ameaçadas <strong>de</strong> extinção– 3.724 sps <strong>de</strong> insetos, dos quais 765 exclusivos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>– Importante para o equilíbrio ecológico e regressão do ataque <strong>de</strong> pragas (reduznecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agrotóxicos)
EUCALIPTO E BIODIVERSIDADE: DESERTO VERDE? (5)• Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Flora no Subbosque– Eucalipto é “pioneiro”– Não há efeito alelopático– Há competição por luz, água, nutrientes– Preparo do solo facilita a colonização <strong>de</strong> outras espécies.– Após colheita, verifica-se regeneração intensa.– O ecossistema original po<strong>de</strong> reaparecerExemplo ÍndiaVegetação no Subbosque Eucalyptus Shorea robustaGramíneas 125 13Herbáceas 35 10Arbustivas 770 244Fonte: Mathur e Soni (1983) (Índia)
EUCALIPTO E BIODIVERSIDADE: DESERTO VERDE? (6)Exemplo BrasilDionísio (rebrota)120 plantadas <strong>de</strong> espécies, incluindo jacarandáE. Sto 124 espécies <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> 46 famíliasDiversida<strong>de</strong> da FaunaEUA – Califórnia: 57% das espécies <strong>de</strong> pássaros no <strong>eucalipto</strong> e na mata nativa8% das espécies apenas nos <strong>eucalipto</strong>sClasseFamíliasEspéciesAmeaçadasBrasil – E. StoMamíferosAvesRépteisAnfíbiosPeixesCrustáceosInsetosTotal25621806341018834368451564798284.2915.039061001----17Brasil - São Paulo: BugioVeado catingueiro (micorriza <strong>de</strong> E, P)Cateto / queixada (larvas <strong>de</strong> insetos da serrapilheira)Morcego polinizador (abrigo na copa do <strong>eucalipto</strong>)Beija-flor (migra da serra do mar para <strong>eucalipto</strong> na primavera)
PARTNERSHIP ON LANDSCAPE RESTORATIONFonte: FAO, 2007Eucalipto no Sul da Bahia
EUCALIPTO EMPOBRECE O SOLO? (1) Plantações recebem fertilização equilibradaIntervenções no solo ocorrem com menor freqüência do que na agriculturaSolo é o maior patrimônio do produtorEmpresas florestais não são “nôma<strong>de</strong>s”Não utilização <strong>de</strong> fogo para limpeza da áreaPlantação protege contra erosão (copa, serrapilheira, técnicas <strong>de</strong> conservação)Planejamento da malha viária Culturas agrícolas em áreas ocupadas anteriormente por <strong>eucalipto</strong> po<strong>de</strong>m produziracima da média verificada na região – Ex. E. Sto. – Feijão: 700 kg / ha (100 kg +)∴ Restauram e mantêm a produtivida<strong>de</strong> do solo
EUCALIPTO EMPOBRECE O SOLO? (2) Solos utilizados: baixa fertilida<strong>de</strong> natural, exauridos por outros usos intensivosCaféTrigoMilhoExtração <strong>de</strong> Nutrientes por diversas culturas (kg/ha/ano)CulturaEucalyptusgrandisEucalyptusgrandisBatataCana-<strong>de</strong>-açúcarIda<strong>de</strong>(anos)1027-----N42,016,193,080,0127,081,0208,0P1,60,94,48,026,018,022,0K15,611,7127,012,017,5159,0200,0Ca76,736,010,01,01,010,0153,0Mg5,16,09,04,011,04,067,0Fonte: UNESP Quase tudo o que o <strong>eucalipto</strong> retira do solo <strong>de</strong>volve via reciclagem: cascas, folhas egalhos <strong>de</strong>têm 60 a 70% dos nutrientes da árvore.
Conservação do soloEUCALIPTO EMPOBRECE O SOLO? (3) Cultivo mínimo Recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas Estabelecimento a<strong>de</strong>quado da malha viária Colheita com impacto reduzido
EUCALIPTO EMPOBRECE O SOLO? (4)Comparativo <strong>de</strong> Perdas <strong>de</strong> Solo por Erosão Hídrica(E. Sto – Tabuleiros)Limite <strong>de</strong> tolerânciaAusência <strong>de</strong> práticas conservaçãoAdoção do cultivo mínimo11t / ha / ano66 t / ha / ano1 – 3 t / ha / anoFonte: UF Lavras
EUCALIPTO E DEFENSIVOS AGRÍCOLAS Pragas e doenças (formigas, lagartas, cupins, fungos) Uso necessário, mas não indiscriminado Aplicação principalmente na implantação Legislação rigorosa•Receituário agronômicoGlycaspis brimblecombeixPsyllaephagus bliteus•Requisitos <strong>de</strong> aplicação, armazenamento e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> embalagens Produtos <strong>de</strong> classe toxicológica IV – faixa ver<strong>de</strong>•Licenciados para grãos•Produtos bio<strong>de</strong>gradáveis e não cumulativos Treinamento, capacitação e segurança Monitoramento constante e planos <strong>de</strong> controle emergencial Manejo (seleção <strong>de</strong> procedências; clones resistentes; subboques; áreasnativas, etc) Controle biológicoConsumo comparativoHolanda: 15 kg / ha / a <strong>de</strong> p.a.Bélgica: 10 kg / ha / a <strong>de</strong> p.a.Brasil: 5 kg / ha / a (agricultura) <strong>de</strong> p.a.2 – 3 kg / ha / a (silvicultura) <strong>de</strong> p.a.
EUCALIPTO COMPETE COM A AGRICULTURA? (2)DESTINAÇÃO DAS TERRAS BRASILEIRASTipoCampos naturais e pastagensUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoTerras <strong>de</strong>volutasÁreas inexploradas disponíveis para a agriculturaÁreas indígenasÁreas <strong>de</strong> assentamentos ruraisLavouras temporáriasLavouras permanentesCida<strong>de</strong>s, lagos, estradas, pântanosFlorestas cultivadasOutrosTotalÁrea Total(mil ha)220.000114.983110.745106.000105.67268.60047.00015.00020.0005.00038.000851.000%25,9%13,5%13,0%12,5%12,4%8,1%5,5%1,8%2,4%0,6%4,5%100,0%Fontes: CNA
EUCALIPTO COMPETE COM AGRICULTURA? (3) Área <strong>de</strong> florestas com <strong>eucalipto</strong>• Brasil – 3,4 milhões ha – 0,41% da área territorial• - < 1% da área agricultável país• M Sul – 120 mil ha – 0,3% da área territorialPrograma Nacional <strong>de</strong> FlorestasFomento Florestal / Arrendamento / Parcerias• Interesse e opção do produtor rural• “Mini-reforma agrícola” em nível local• Ocupação da mão-<strong>de</strong>-obra, renda alternativa complementar (Poupança Ver<strong>de</strong>)• Diversificação da produção na proprieda<strong>de</strong>• Rentabilida<strong>de</strong> superior a várias ativida<strong>de</strong>s agrícolas• Assistência técnica• Bom para a empresa; para o produtor; para a socieda<strong>de</strong> e governo
EUCALIPTO COMPETE COM AGRICULTURA? (4)Milhõesha54321EUCALIPTOm 3 /haano504030201001990 1995 2000 20050Área PlantadaRendimento MédioFontes: SBS e Bracelpa
EUCALIPTO COMPETE COM AGRICULTURA? (5)SISTEMAS AGROFLORESTAIS
EUCALIPTO GERA BENEFÍCIOSSOCIOECONÔMICOS? (1)INDICADORES ECONÔMICOS DA CADEIA PRODUTIVA DE FLORESTASPLANTADAS NO BRASIL – 2006 (Eucalipto: 70% do setor <strong>de</strong> florestasplantadas)Participação no PIBExportaçãoTributos2,9%US$ 5,2 bilhões (6% do Brasil)US$ 4,3 bilhõesValor da ProduçãoP ainéisIndústriaM a<strong>de</strong>ireiraM óveis8%19%27%Si<strong>de</strong>rurgia2%45%US$ 18 bilhões (ca<strong>de</strong>ia produtiva do <strong>eucalipto</strong>US$ 2,9 bilhões (silvicultura)Celulose eP apelAtivida<strong>de</strong><strong>Silvicultura</strong>IndústriaTotalHA/EDiretos1683084767Indiretos65854612042,8Ef. Renda4301351Total12561775303170% dos empregos do setor <strong>de</strong> florestas plantadasFontes: Banco <strong>de</strong> Dados SBS e Adaptado <strong>de</strong> Abraf, 20078912,51,1(1.000)Ha/E2,71,91,1-
Produtos florestais não ma<strong>de</strong>ireirosEUCALIPTO GERA BENEFÍCIOSSOCIOECONÔMICOS? (2) Uso múltiplo da floresta: educação ambiental, recreação, lazer,turismo; produtos florestais não ma<strong>de</strong>ireiros Melhorias na Infra-Estrutura local / regional Programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, alimentação, treinamento, capacitação e segurançado trabalho- redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes ocupacionais- aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>- melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida
Estímulo a empreen<strong>de</strong>dores locais- Provisão <strong>de</strong> serviços operacionais- Comércio <strong>de</strong> insumos, alimentos,- Cooperativas- Processamento local Arranjos produtivos locais Aumenta arrecadação <strong>de</strong> impostos e outras contribuições Dinamização da economia local e <strong>de</strong>senvolvimento regional
EUCALIPTO GERA BENEFÍCIOSSOCIOECONÔMICOS? (4)ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ESTADUAL E MUNICIPALUF / MunicípiosSão PauloIDHEstadual1991 20000,7780,820TXCrescimento%5,4IDHMunicipal1991 2000TX Crescimento%SalesópolisSão Miguel Arcanjo0,6950,6910.7690,76910,611,3Minas GeraisSacramento0,6970,77310,90,7100,79712,3João Pinheiro0,6590,74813,5BahiaEsplanada0,5900,68816,60,5330,60914,3Teixeira <strong>de</strong> Freitas0,5980,69816,7Santa Catarina0,7480,8229,9Lages0,7310,81311,2Canoinhas0,6960,78012,1Paraná0,7110,78710,7Sengés0,6370,71812,7Arapotí0,6730,76113,1Espírito Santo0,6900,76510,9Pedro Canário0,5910,67313,9Conceição da Barra0,5840,68817,8
EUCALIPTO GERA BENEFÍCIOSSOCIOECONÔMICOS? (5)Responsabilida<strong>de</strong> Sócio-AmbientalFonte: Bracelpa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS (1) A <strong>eucalipto</strong>cultura é estratégica para o nosso país e importante vetor <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável Discussões polêmicas não têm sido abordadas <strong>de</strong>vidamente É preciso superar o <strong>de</strong>sconhecimento que a socieda<strong>de</strong> tem sobre os produtose serviços ambientais e sociais oferecidos pelo <strong>eucalipto</strong>, pois o<strong>de</strong>sconhecimento po<strong>de</strong> se transformar em entrave à evolução <strong>de</strong>empreendimentos responsáveis
CONSIDERAÇÕES FINAIS (2)O papel da mídia (Fórum Paulista <strong>de</strong> Jornalismo Ambiental)• Os novos temas relacionados à Sustentabilida<strong>de</strong> e à Responsabilida<strong>de</strong>Socioambiental Empresarial já estão em todas as mídas.• No entanto, ainda são comuns alguns equívocos sobre o que realmente significamSustentabilida<strong>de</strong> e Responsabilida<strong>de</strong> Socioambiental Empresarial.• Os editores mostram interesse, abrem espaços, mas não têm claro quais são asverda<strong>de</strong>iras pautas. As plantações florestais cumprem um papel importante para a conservação dasflorestas naturais, pois diminuem a pressão <strong>de</strong> exploração. Também, o setor <strong>de</strong> florestasplantadas tem um dos melhores <strong>de</strong>sempenhos do setor <strong>de</strong> cultivo em geral, na manutençãoe recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente e reserva legal. Fonte: MinistraMarina Silva, Revista Opiniões. O <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> toda verda<strong>de</strong> é ser ridicularizada antes <strong>de</strong> ser reconhecida (AlbertSchuveitzer, citado por Jean Donst no livro: Antes que a natureza morra).
“Se planejamos para um ano, <strong>de</strong>vemos plantar cereais.Se planejamos para décadas, <strong>de</strong>vemos plantar árvores.Se planejamos para toda a vida, <strong>de</strong>vemos educar o homem.”(Kwantzu, China, III a.C.)www.sbs.org.brsbs@sbs.org.br(011) 3719-1771