CREA - Duas mensagens e o CaosNo dia 21 de maio, recebi uma mensagem intitulada “Coluna Semanalde 20/04/12 a 26/04/12 – Ano XII – Nº 483” com o seguinteconteúdo: “Não quero mais receber e-mails do <strong>Crea</strong>”. A estafrase seguia-se uma espécie de corrente antiCREA, com endereçoseletrônicos (...) Li cinco ou seis dessas negativas e rapidamenteme manifestei: A partir daí fez-se o caos. Fiquei dois diassem acesso ao meu e-mail em viagem de campo e, quando retornei,havia cerca de 2 mil mensagens na minha caixa de entrada.O CREA-<strong>RS</strong> me explicou que ocorreu um problema no TI e voilá –dando um reply, acabei respondendo a todos os e-mails de determinadocadastro do CREA, o newsletter.Comecei a deletar os e-mails que recebi como resposta, mas abrialguns. Mas uma coisa ficou evidente: a desunião da nossa categoriaprofissional.No telefonema que dei ao CREA-<strong>RS</strong>, já estranhei no atendimentoautomático: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. A Arquiteturajá não faz mais parte do <strong>Crea</strong>. Eu sou Engenheira Agrônomae tenho grande orgulho de minha profissão. A mesma doPatrono da Ecologia do Brasil, Engenheiro Agrônomo AugustoRuschi, capixaba fundador do Museu de Biologia Professor MelloLeitão, que ameaçava matar quem desmatasse as terras do EspíritoSanto (...)O Engenheiro Civil gaúcho Leonel Brizola, com uma vida políticanotável, conquistou seu <strong>Crea</strong>. Somente por esses dois nomes eujá me sinto honrada de ter um diploma de Engenheira Agrônoma.Mas vou além: cito o memorável Engenheiro Agrônomo José Lutzenberger,que sacudiu o Brasil e o mundo numa época em quefalar em ecologia era loucura. Cito o incansável Engenheiro AgrônomoJosé Hermeto Hoffmann, quando, à frente da Sociedadede Agronomia do <strong>RS</strong> (Sargs) na década de1980, promovia encontros internacionaisvoltados a modelos alternativosde agricultura, queincluíam até Etnobiologia.Ruschi foi indigenista também.Ter convivido com Engenheirosdesse quilate, terouvido palestras desses visionários,ter trabalhado noMuseu de Biologia ProfessorMello Leitão como chefetécnica, inclusive na EstaçãoBiológica Santa Lúcia,me levaram a sentir umaprofunda tristeza ao recebere-mails catatônicos comoos que recebi. O que significanão querer receber notíciasda instituição que noshabilita profissionalmente?Articulação? Política? Ciberação?Essas pessoas queescreveram gastaram cincoanos de suas vidas para teespaçodo leitorrem direito ao <strong>Crea</strong>? São estas as pessoas que estão na construçãocivil, na Engenharia pesada, nas barragens, no agronegócio,na legislação ambiental, na recuperação das áreas degradadas,na recuperação das matas ciliares, na segurança dotrabalho, são estes cidadãos/profissionais que estão respondendopelos pilares do Brasil?Engenheira Agrônoma MSc Sabrina KleinOs códigos antigos e novos valem algo?Desde épocas imemoriais que a humanidade tenta estabelecerregras e leis para que a convivência seja a mais equilibrada possível.Assim tivemos os Códigos de Hamurabi. Criado por voltado século XVIII a.C, cujo rei mandou esculpir e espalhar por todoo país, esse monólito contém preciosidade como a lei quediz: ‘Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenadaà morte na frente do local arrombado e ser enterrado’. Como sepode ver, era baseado na lei do Talião: “olho por olho, dente pordente”. E, mesmo assim, com todo esse rigorismo, não faltouquem amigo fosse do rei Hamurabi, que burlou a lei, fatos narradosem lendas da época que foram descritas veladamente paranão “prejudicar” o reinado de um monarca tão inteligente e justo.Ao Código de Hamurabi somam-se os Dez Mandamentos dosjudeus, as leis egípcias de proceder, que não conseguiram melhoraro comportamento humano, pois bastava se criar uma lei paraque a mesma fosse cortejada com o desapreço e burla cotidiana.E novíssimos códigos agora criados, tanto pela pressão dosorganismos da ONU como das assembleias, temos os Códigosde Trânsito, o Código do Idoso, Código Florestal, etc. Deveríamosnos perguntar por que não se respeitam os códigos e por quetanto pecamos nas tentações de ultrapassagens indevidas, arrombamentos,desmatamentos criminosos, abusos e destratocom crianças e idosos, por que tanta violência?Afinal, os códigos não são suficientes,ou devemos nos consolarcom as explicações de estudiosos ejornalistas que dizem ser a impunidadea verdadeira culpada dos crimes?Para quem se consola com essas explicações,tudo bem, mas devemos irmais a fundo nessa questão e nãonos deter com simples e rasteiras observaçõespueris.O homem da antiga Mesopotâmia, seaparecesse em nosso tempo, não seespantaria muito com o comportamentohumano de hoje, talvez ficasseperplexo com a tecnologia e as facilidadesque as mesmas oferecem parase burlar os códigos e as tentações dese sair muito bem delas. Na verdade,devemos considerar que o erro está naformação do homem, não nas leis, eesse segredo precisa ser divulgado.Engenheiro Agrônomo José Leonel RosaNR.: É com pesar que noticiamos que o Eng.Leonel, grande colaborador do espaço DoLeitor, faleceu em junho.Escreva para a Conselho em RevistaSão Luís, 77 | Porto Alegre/<strong>RS</strong> | CEP 90620-170e-mail: revista@crea-rs.org.br | Por limitação de espaço, os textos poderão ser resumidos.6jul/ago’12 | 91
livros & siteswww.unesp.br/unespabertaA Universidade Estadual Paulista (Unesp) lançou oProjeto Unesp Aberta, que disponibiliza pela internetdisciplinas livres como oportunidade deaperfeiçoamento de professores nas áreas deHumanas, Exatas e Biológicas. A iniciativa oferecegratuitamente materiais didáticos digitais dos cursosde graduação, pós-graduação e extensão da Unespelaborados em parceria com o Núcleo de Educação aDistância (NEaD) da Universidade.http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/Desenvolvido pelo Centro de Previsão de Tempo eEstudos Climáticos (Cptec) e pelo Inpe, o sitedisponibiliza diversos vídeos educacionais, comgráficos, imagens e estudos que abordam assuntoscomo as mudanças ambientais, o efeito estufa, osfenômenos El Niño e Lã Nina, os movimentos daatmosfera e o balanço hídrico. O usuário queacessar o site também poderá aprender a construirum relógio de sol, que possibilita conhecer as horasdo dia sem utilizar o relógio.Bioetanol da Cana-de-Açúcar: P&D paraProdutividade e SustentabilidadeColetânea de textos escritos a partir dos workshopsdo Projeto de Políticas Públicas (PPP) Etanol da Fapespe também de autores convidados pela relevância desuas pesquisas a respeito do tema etanol. Esta publicaçãoconclui a primeira fase do projeto que teve inícioem 2005 e se desenvolveu por meio de diversosworkshops em todo o País. O objetivo da obra é contribuircom a pesquisa sobre o tema neste importantemomento mundial em que a cana-de-açúcar é foco de interessecomo base para obtenção de combustíveis líquidos, bioprodutos(plásticos entre outros) e bioeletricidade.Coordenador: Eng. Agrícola Luís Augusto Barbosa CortezEditora: Blucher - Contato: www.blucher.com.br/Manual de Dosagem de Concreto AsfálticoEsta obra procura explicar de forma clara e direta osprincipais conceitos na dosagem de concreto asfáltico,como classificação e características de agregados eligantes; considerações sobre massa específica, volumetriae efeitos de pó e argila de misturas asfálticas;explicação passo a passo de dosagem Marshall e recomendaçõesde higiene e segurança. Com váriosexemplos de planilhas de acompanhamento dos procedimentosde ensaio, pode ajudar na capacitação deestudantes e profissionais de pavimentação e servede fonte de consulta para engenheiros, laboratoristase suas equipes, nos trabalhos de pavimentação, manutenção ereparos.Autores: Engenheiros Jorge Augusto Pereira Ceratti e Rafael Marçal Martins de Reis- Editora: Oficina dos Textos - Contato: www.ofitexto.com.br/Introdução à Geologia de Engenharia – 4ªEdição Revisada e AmpliadaA obra foi organizada para ser utilizada como apoiodidático contendo exercícios e exemplos de casosbaseados principalmente na experiência brasileira, podendotambém servir de fonte de consulta para osprofissionais da área. Estudos envolvendo construçõesem diferentes condições geológicas produziram umaexperiência acumulada que serviu de base para odesenvolvimento do conhecimento científico nas áreasenfocadas neste livro.Autores: Geólogos Carlos Leite Maciel Filho e Andrea Valli NummerContato: a.nummer@gmail.comENGENHEIRO MILITAR 03 | 08A História da Engenharia no Brasil deve contemplar, necessariamente, a EngenhariaMilitar. Os Engenheiros Militares são os responsáveis pelo apoio às atividades decombate do Exército. São eles que, além de atuarem em momentos de guerra nadefesa do País, agem preventivamente em tempo de paz, como colaboradores nasolução de problemas de infraestrutura. Pensando na melhor estratégia para odesenvolvimento nacional, constroem fortes, pontes, estradas, barragens. O InstitutoMilitar de Engenharia (IME), criado em 1959, é a instituição responsável pela formaçãodos Engenheiros Militares. Possui diversas especialidades, como fortificação econstrução, computação e telemática, mecânica e materiais, elétrica, química ecartografia e admite que civis façam o curso.7