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SAÚDE DO HOMEM Envolvimento do homem no cuidado das crianças, na saúde materna e na divisão de tarefas domésticas como forma de promoção da saúde masculina FOTO: INSTITUTO PROMUNDO [18] RADIS 145 • OUT / 2014
Ana Cláudia Peres Se até o Super-Homem, herói dos quadrinhos, tem lá seu ponto fraco, imagine aqueles sem superpoderes, em um reino não tão distante. Por trás da capa de infalibilidade, homem tem medo. Medo de ficar doente, de sofrer um acidente vascular cerebral, de morrer de câncer povoam seu imaginário. Homem tem muito medo de se tornar impotente. Mas, ao que tudo indica, tem mais medo ainda de médico. Levantamento divulgado em julho pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) constatou que 51% dos brasileiros não costumam ir ao urologista ou ao cardiologista regularmente para tratamentos preventivos e que apenas 14% passaram por uma consulta há mais de um ano, enquanto 6% estiveram em um consultório para um check-up há mais de dois anos. É comprovado que os homens morrem mais cedo que as mulheres. Dados de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 57% dos óbitos foram do sexo masculino, enquanto a esperança de vida ao nascer era de 71 anos para homens contra 78 anos para mulheres. Isso acontece porque homens são mais suscetíveis a doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol elevado e pressão alta, possivelmente pelos comportamentos de risco mais frequentes; estão mais expostos aos acidentes de trânsito e de trabalho; utilizam álcool e outras drogas em maior quantidade; e envolvem-se na maioria das situações de violência, como deixou claro o documento Perfil da Situação de Saúde do Homem no Brasil, publicado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), em 2012. Das 665.551 mortes masculinas, em 2011, 175 mil foram causadas por doenças do aparelho circulatório seguidas de causas externas (crimes e acidentes de trânsito), com 119 mil mortes. Câncer e tumores mataram 98 mil homens e doenças do aparelho respiratório foram responsáveis por 66 mil mortes entre eles. A despeito disso, em geral, como demonstrou a pesquisa da SBU homens têm medo de descobrir doenças e não procuram os serviços de saúde. RADIS 145 • OUT / 2014 [19]
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