27.02.2016 Views

SANDRA PEREIRA DE OLIVEIRA: UMA BRINCANTE DO SEMI?RIDO MINEIRO

O Vale do Jequitinhonha -mg, lugar rico de expresses culturais e artsticas. heranas atvicas que ainda hoje se manifestam nos mais distintos lugares e em pessoas de uma sabedoria enorme, que na sua simplicidade, conquistam o olhar e a ateno daquele visitante, disposto a um bom dedo de prosa e um delicioso gole de caf. nesse cenrio, que vamos encontrar sandra pereira de oliveira, agricultora familiar e brincante do semirido Mineiro.

O Vale do Jequitinhonha -mg, lugar rico de expresses culturais e artsticas. heranas atvicas que ainda hoje se manifestam nos mais distintos lugares e em pessoas de uma sabedoria enorme, que na sua simplicidade, conquistam o olhar e a ateno daquele visitante, disposto a um bom dedo de prosa e um delicioso gole de caf. nesse cenrio, que vamos encontrar sandra pereira de oliveira, agricultora familiar e brincante do semirido Mineiro.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ano 9 • nº2090<br />

Dezembro/2015<br />

Itinga<br />

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

Sandra Pereira de Oliveira:<br />

uma brincante do Semiárido Mineiro<br />

Brincante, animadora, catequista, lavradora, garimpeira<br />

artesanal e com muita vontade de viver. Assim, se<br />

autoidentifica Sandra Pereira de Oliveira, 36 anos,<br />

casada com José Nilton Luiz Santana e mãe de Rodrigo<br />

Oliveira Santana, Cassandra Oliveira Santana e Max<br />

Rodrigo Oliveira Santana.<br />

Dona Sandra: contadora de estórias<br />

Referência para implantação do Banco de Sementes na<br />

comunidade Santa Maria, em Itinga, ela conta que sua<br />

relação com as sementes vem desde criança, quando<br />

observava seus pais (Manoel Rodrigues de Oliveira e<br />

Valentina Pereira de Oliveira) no manejo da terra. "Tudo<br />

o que sei de lida na roça, tirar urucum, fazer temperos,<br />

biscoitos e plantação, aprendi com os meus pais. Há<br />

onze anos eu guardo sementes, separo parte para o<br />

replantio e troca com os agricultores/as da região."<br />

Além da agricultura familiar, a arte está presente na vida de dona Sandra. Foi no Magistério que ela<br />

descobriu seus dons artísticos e suas habilidades manuais para confeccionar figurinos, brinquedos e<br />

artesanatos. Por isso, trabalhou no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) de sua<br />

comunidade. Brincante nata, vestia-se de palhaço, confeccionava máscaras e junto com as crianças,<br />

andava pela comunidade divertindo os moradores. "Além do lúdico eu cuidava da higienização das<br />

crianças e trabalhava reciclagem com elas. O que para uns era lixo, para mim era matéria-prima para<br />

a minha arte", diz. Emocionada, revela que o seu sonho é voltar a trabalhar no PETI e em funcão de<br />

tanta criatividade, conta que estudantes e professores sempre lhe procuram para encomendar<br />

trabalhos de arte.<br />

Dona Sandra e parte de suas criações<br />

Lembranças do Magistério<br />

Máscara criada por dona Sandra


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Minas Gerais<br />

Como agricultora familiar, dona Sandra cultiva<br />

manga, pequi, banana, mandioca e diversas<br />

hortaliças, sua outra paixão. Morar no campo,<br />

para ela, é uma escolha acertada, já que<br />

precisou migrar para o interior de São Paulo,<br />

quando mais nova, mas a saudade da família<br />

foi maior e ela retornou às origens. "A vida no<br />

campo é mais tranquila. Só de você saber a<br />

origem do que você planta e come, é bom<br />

demais. Dá trabalho, mas o gosto é bem<br />

melhor." Quanto ao acesso à água, ela conta<br />

que o Córrego Santa Maria há dois anos sofre<br />

com as secas e o problema se agrava com a<br />

monocultura de eucalipto que invade a região.<br />

Mas não se abate, ela sempre incentiva a<br />

comunidade a participar dos cursos de<br />

Dona Sandra e filhos<br />

formação e capacitação que surgem na Comunidade e acredita que só assim, se informando ,<br />

as pessoas podem lutar pelos seus direitos. "Temos muitas dificuldades, a pouca água é uma<br />

delas, mas não podemos esmorecer. Uma esperança pra nós, são essas caixas, que tendo<br />

chuva, muito nos ajuda."<br />

Apesar das perdas do pai e de uma gestação, dona Sandra faz questão de dizer que é muito<br />

feliz e tem na família, sua razão de viver.<br />

Dona Sandra e alguns produtos do quintal<br />

Homenagem aos programas da ASA<br />

Dona Sandra e sua mãe: dona Valentina

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!