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Biodiversidade garante a soberania alimentar de fam?lia camponesa

Guardi da biodiversidade, a famlia de Neide, Osmar e o filho Ocimar vivem na comunidade Belm, no municpio de Sitio do Quinto, na Bahia. Agricultores familiares assim como seus pais tiram o sustendo da terra cultivando seus alimentos no quintal e no roado e criando animais com base nos princpios agroecolgicos.

Guardi da biodiversidade, a famlia de Neide, Osmar e o filho Ocimar vivem na comunidade Belm, no municpio de Sitio do Quinto, na Bahia. Agricultores familiares assim como seus pais tiram o sustendo da terra cultivando seus alimentos no quintal e no roado e criando animais com base nos princpios agroecolgicos.

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Ano 9 nº 2084<br />

Agosto/2015<br />

Sitio do Quinto<br />

<strong>Biodiversida<strong>de</strong></strong> <strong>garante</strong> a <strong>soberania</strong><br />

<strong>alimentar</strong> <strong>de</strong> <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> <strong>camponesa</strong><br />

Guardiã da biodiversida<strong>de</strong>, a <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> <strong>de</strong> Nei<strong>de</strong>, Osmar e o filho Ocimar vivem na comunida<strong>de</strong> Belém,<br />

no município <strong>de</strong> Si o do Quinto, na Bahia. Agricultores <strong>fam</strong>i<strong>lia</strong>res assim como seus pais, ram o sustendo da<br />

terra cul vando seus alimentos no quintal e no roçado e criando animais com base nos princípios<br />

agroecológicos.<br />

Na vida da comunida<strong>de</strong>, o casal par cipa da associação comunitária, da igreja e sempre está firme,<br />

colaborando, animando e lutando pelo <strong>de</strong>senvolvimento local.<br />

O testemunho da <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> tem reafirmado e mo vado outras <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong>s da comunida<strong>de</strong> a também<br />

cul varem seus alimentos <strong>de</strong> forma saudável, a exemplo do feijão, milho, aipim, frutas e hortaliças, uma<br />

produção agroecológica que produz fartura, segurança <strong>alimentar</strong> e nutricional.<br />

Projetos como o P1MC, Gente <strong>de</strong> Valor e o P1+2 têm fortalecido a produção <strong>de</strong> alimentos e<br />

possibilitado o cul vo <strong>de</strong> hortaliças, frutas, plantas medicinais e ornamentais, tanto nos períodos <strong>de</strong><br />

es agem, quanto no inverno, quando a produção <strong>de</strong> alimentos é amp<strong>lia</strong>da.<br />

No quintal são <strong>de</strong>senvolvidas várias a vida<strong>de</strong>s que complementam<br />

a renda da <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong>, como criação <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> pequeno porte como<br />

galinhas, produção <strong>de</strong> hortaliças em canteiros econômicos e, ao redor da<br />

casa, plantas medicinais, ornamentais entre outros.


As a vida<strong>de</strong>s agropecuárias fornecem alimentos tanto<br />

para o consumo <strong>fam</strong>i<strong>lia</strong>r como para comercialização. A fim <strong>de</strong><br />

assegurar uma renda fixa, eles criam vacas para produção para<br />

produção <strong>de</strong> leite que também é vendido na comunida<strong>de</strong> , porém<br />

enfrentam o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter o rebanho no período <strong>de</strong><br />

es agem. Para isso, a <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> <strong>de</strong>senvolve prá cas <strong>de</strong><br />

armazenamento do milho (grãos e palha no ponto <strong>de</strong> pamonha)<br />

que é triturado por meio do processo <strong>de</strong> silagem que po<strong>de</strong> passar<br />

por um logo período armazenado sem per<strong>de</strong>r a qualida<strong>de</strong> da<br />

ração. Se bem armazenado, po<strong>de</strong> ficar para os anos seguintes,<br />

prá ca essa que vem <strong>de</strong>senvolvendo há muito tempo junto à<br />

<strong>fam</strong>i<strong>lia</strong>res.<br />

As a vida<strong>de</strong>s realizadas no quintal são as principias <strong>de</strong>senvolvidas pela <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong>. Uma produção<br />

orgânica, que preserva inúmeros pos <strong>de</strong> plantas e sementes crioulas passadas <strong>de</strong> geração a geração. A<br />

<strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> se preocupa com o uso <strong>de</strong> agrotóxicos nas lavouras.<br />

É expressiva a quan da<strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes crioulas conservada por Nei<strong>de</strong> e Osmar, a exemplo do sorgo,<br />

milho branco, feijão <strong>de</strong> corda branco e coruja, coentro, alface, alho <strong>de</strong> palha cenouras, couve etc; além <strong>de</strong><br />

medicinais e ornamentais. É bonito o compromisso da <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> em guardar, preservar e mul plicar essas<br />

sementes.’ É importante guardar, porque tem para plantar, comer e doar’, diz Osmar.<br />

São ações como essa da <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> <strong>de</strong> Nei<strong>de</strong> e Osmar, que com o uso <strong>de</strong> suas técnicas e tecnologias vêm<br />

fortalecendo a proposta da convivência com o Semiárido, a par r <strong>de</strong> uma a vida<strong>de</strong> saudável, que gera mais<br />

vida digna.<br />

‘Essa planta aqui é vinagre, que<br />

minha vó plantava e até hoje eu<br />

tenho, serve para temperar a<br />

carne, e é bom.’<br />

‘Esse aqui é alho poró que<br />

minha vó também plantava’<br />

‘Esse milho aqui e o feijão já é<br />

<strong>de</strong>sse que foi distribuído na<br />

comunida<strong>de</strong>, se Deus quiser vai<br />

dar bem.’<br />

‘Aqui as pragas não atacam<br />

muitos os plan o, porque elas<br />

têm o que comer lá fora.’<br />

‘Todo ano nós guarda a<br />

semente, que é pra ter pra<br />

plantar no próximo ano.’<br />

‘Agente aproveita o bagaço <strong>de</strong><br />

mato pra <strong>de</strong>ixar apodrecer ai,<br />

<strong>de</strong>pois ele vira adubo .’

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